segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

MELHOR NÃO EXISTIR?

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria". Esse é o final de Memórias Póstumas de Brás Cubas, um dos clássicos de Machado de Assis. 
Tem quem leve bem a sério isso de não ter filhos para realmente dar um fim ao "legado da nossa miséria" como humanos. Existe um movimento antinatalista, que prega a extinção da humanidade. Eles não querem matar ninguém, apenas sugerem que é melhor parar de se reproduzir e "deixar morrer" a nossa espécie.
É o que sugere o filósofo sul-africano David Benatar, autor de Better Never to Have Been (Melhor Nunca Ter Existido), assim como Sarah Perry em Every Cradle is a Grave (Todo Berço é um Túmulo) e outros. Benatar, que se nega a responder perguntas pessoais como "Você tem filhos?", acredita que viver é sofrimento (leia a entrevista com ele aqui).
Hmm... Estou me tornando vítima
da sociedade matriarcal
Devo dizer que, ao ler a entrevista, o nome não me pareceu estranho. Aí fui ver que Benatar é muito querido por mascus. Ele é autor também de O Segundo Sexismo: Discriminação contra Homens e Meninos, o que o faz ser chamado para conferências de MRAs (Men's Rights Activists, ou Homens pelos Direitos dos Homens, se é que esses grupos misóginos existam ainda). 
Benatar crê que não somos felizes (tipo: nós humanos, não apenas os mascus, cuja infelicidade é bastante óbvia). E defende que, em vez de perguntar "A vida vale a pena?" , deve-se mudar as indagações para "Vale a pena continuar vivendo?" (pelo jeito sim, porque, pra ele, o suicídio e a morte também são sofridos) e "Vale a pena começar a viver?" Aí a resposta seria um incisivo "não". 
Antes que alguém me chame de hipócrita por não concordar com os antinatalistas, eu e o maridão não tivemos filhos não porque gostaríamos de acabar com a espécie (não temos esse poder), mas por uma decisão pessoal mesmo. Nunca fez parte do nosso projeto de vida sermos pais. Nunca tivemos esse desejo, e não nos arrependemos. Apenas isso (incrível como tem tanta gente que não consegue captar essa explicação. Há dezenas de "teorias da conspiração" dos meus inimiguinhos na internet "falando a verdade" sobre por que não tenho filhos. "Não querer" não entra na cabeça deles). 
- Um dia tds iremos morrer, Snoopy.
- Verdade, mas em todos os outros
dias, não iremos.
Eu adoro viver. Queria viver 900 anos, como aqueles personagens bíblicos, ou como os vampiros. Eu não me incomodaria nem um pouco em ser imortal e repetir minha existência monótona por toda a eternidade. Como isso não é possível, queria que o dia tivesse 48 horas. Lógico que levo uma vida privilegiada, e lógico que a vida de grande parte dos seres humanos (e dos outros animais a quem nós humanos infligimos tanta dor) não é boa, já que há bilhões de pessoas que vivem na miséria, em países em guerra, na escravidão, no desespero. 
E lógico que sinto que fracassamos, ou melhor, estamos fracassando (por que o passado? Acabou? Fica, vai ter bolo!) como espécie em inúmeros quesitos. Mas eu nem falo "Vem, meteoro!" ao ler uma notícia horrorosa que comprova o nosso fracasso, tamanho é o meu otimismo incorrigível. Creio que, em vez de jogar a toalha e nos conformarmos com o "Vem-Meteorismo" (by PattRodrigues), devemos lutar pra fazer um mundo melhor.
Isso de "melhor não nascer para não sofrer" me lembra muito essas pessoas (conheço várias) que juram que nunca mais terão um bichinho de estimação porque, quando seu gato ou cachorro morreram, elas sofreram demais. É verdade, é muito doído perder nossos animais queridos, mas não é ainda mais doído privar-se do prazer da companhia deles? 
Talvez nós como humanos possamos melhorar pra deixar às criaturas um legado maior que o da nossa miséria.

68 comentários:

Anônimo disse...

Eu tenho depressão crônica, ideação suicida, preferiria não ter nascido e obviamente não vou ter filhos. Também sou pessimista com o futuro (o capitalismo é o fim da história). Mas não ligo pra procriação alheia. Não são problema meu.

Anônimo disse...

os homens não precisam apelar pra ~antinatalismo~, a própria seleção natural dará cabo deles, é só as mulheres desenvolverem partenogênese, o q muito em breve vai acontecer, e pronto, os homens passam a ter os dias contados nesse planeta

Anônimo disse...

Falando nisso, soube de um tal golpe da 'opus dei' brasileira em que atraem pela internet mulheres que não querem levar a gravidez adiante e as obrigam a acariciar fetos de borracha.

Anônimo disse...

Também nao sou do adepta do antinatalismo radical, mas poxa um pouco de bom senso quanto ao nro de pessoas que trazemos para esse mundo nao cairia nada mal.
Pra que ter 3,4,5 ou mais filhos , qual a necessidade disso? Onde esta a responsabilidade com o meio ambiente, com a sociedade como um todo?
Qualquer um que se distanciar da condição de ser humano e analisar friamente nosso papel aqui no planeta Terra vai ver que somos um tipo de praga mesmo, se reproduzindo loucamente, exaurindo recursos naturais e poluindo cada pedacinho deste lugar.
Eu estou beirando os 40 , nunca tive nem pretendo ter filhos, decisão minha e do marido e nao estou nem ai pra quem acha isso "estranho" hehehe. Sim, pq em pleno seculo 21 ainda tem gente achando que mulher que nao quer ser mae tem algum problema sério...

Felipe Roberto Martins disse...

É fácil para Benatar não querer existir. Ele tem "tudo"..., talvez a falta de problemas, seja um problema! Muita gente precisa compreender que para existir e viver bem e feliz é preciso um Projeto de Vida sim.

Anônimo disse...

Colocar filho no mundo na conjuntura atual, é colocar mais um peão/consumidor para alimentar o capitalismo. Isso é, se tiverem empregos, já que serão concorrentes da automação e inteligência artificial.

titia disse...

Eu não tenho depressão nem nada assim mas pessoalmente preferiria não ter nascido. Passei por algumas merdas sérias, vejo tantas atrocidades acontecendo com inocentes, sempre sem poder fazer nada, as pessoas sem querer mudar o que está errado-pelo contrário, querendo piorar cada vez mais-e, sinceramente, não vejo a possibilidade de melhorar nem a médio nem longo prazo. Acho que ainda estamos a séculos (se a raça humana não se extinguir até lá, claro) de uma melhora significativa. E sei que estou consumindo recursos e causando sofrimento ao planeta sem poder fazer muita coisa pra evitar, então realmente creio que seria melhor não ter nascido.

E não pretendo ter filhos por vários fatores, mas os principais são: 1) eu não quero e nem tenho capacidade de assumir a responsabilidade de criar do zero outro ser humano, e 2) eu sei que não seria uma boa mãe. Minha preocupação com a reprodução alheia é apenas que as pessoas sejam conscientizadas sobre o quanto ter filho é algo sério; não é só parir e jogar no mundo. Um artista online que eu conheço ilustra histórias (geralmente, de terror) que ele mesmo e seus leitores passaram com a família que é de fazer chorar. Nem todo mundo tem estrutura pra maternidade/paternidade e isso não é defeito nem crime; abandonar as pessoas na ignorância sobre o quão sério é ter filhos devia ser.

Anônimo disse...

titia, alguém precisa trabalhar pra sustentar a previdência social e o número cada vez maior de idosos, no Brasil e nos outros países. Lembrando que a média de filhos por brasileira, atualmente, é de menos de 2.

Anônimo disse...

Enderecei o comentário da previdÊncia pra titia mas era pro Anônimo 13:43

Anônimo disse...

Olha, a ideia pode ser mega radical, mas parte da coisa toda não é assim tããããão fora da casinha.
Que tal pensar mais em melhorar a vida de quem JÁ ESTÁ AQUI, de usar os recursos com mais sapiência para as gerações que já habitam o planeta do que produzir mais e mais e mais gente?

Que tal termos lições diárias da responsabilidades de se criar seres humanos? Já pararam pra pensar como a quantidade de merda no mundo iria diminuir drasticamente se as pessoas parassem 5 min. pra pensar antes de trazer mais um indivíduo pra terra? O tamanho da liberdade que as mulheres finalmente experimentariam se sua figura não estivesses intrinsecamente ligada a figura da matriz reprodutora? Já pensaram num mundo sem a sacralização da reprodução e da maternidade?

Pena que é uma utopia... é mais fácil ensinar a teoria das cordas para um frango do que fazer esses conceitos básico e bem óbvios entrarem na cabeça de 98% da população mundial!!!


Jane Doe

donadio disse...

Esse cara me parece um pouco a Ann Coulter ou a Rachel Scherazade - mulheres que fazem carreira dizendo que mulher não tem de ter carreira. Esse aí ganha a vida dizendo que é melhor não ter vida.

O que ele faz com o dinheiro que ganha dando palestras para trouxas? Vai comprar arsênico ou corda pra se enforcar?

Não, ele vai aos restaurantes e aproveita a vida, ora essa.

E é assim que a gente pega os hipócritas.

Anônimo disse...

Com atuação no Brasil e em diversos países, o Centro de Ajuda à Mulher (CAM) usa sites para atrair mulheres com gravidez indesejada dando a entender que conseguirão um aborto - mas é uma armadilha. CAMs nasceram e se multiplicaram à custa de empresários e políticos de extrema direita.

Anônimo disse...

Adorei Lola! Também adoro viver. A imensidão do universo e suas surpresas, a beleza da natureza, a capacidade do ser humano de se adaptar, criar (o que é a literatura? a música? os foguetes!) tudo isso me emociona e me faz feliz. Sou muuuito otimista, acho que a humanidade no geral anda pra frente (com alguns tropeços), mas acredito que vivemos melhor em 2017 do que vivíamos em 1917 e torço muito para que daqui a 100 anos sejamos mais bondosos, mais justos, mais igualitários.
Já a decisão de ter filhos foi tomada conjuntamente com meu marido, decorreu de uma relação monogâmica e estável em que ambos nos dispusemos a gastar tempo e dinheiro para criar um ser humaninho. E assim vem sendo feito lindamente e é a coisa mais incrível e divina que aconteceu na minha vida.
Fabi.

Anônimo disse...

(...) alguém precisa trabalhar pra sustentar a previdência social(...)
Ah... eu tava esperando essa!!! Saiu antes de eu terminar de contar até 10!!! Novo record 0/0/ !!!

Que bom que você sabe que tem que trabalhar pra pagar o seguro social. Comece por você mesmo então!
E esperneiem menos quando se fala em reforma previdenciária. Muito menos culpe "as putas que não querem parir" os pagadores de aposentadoria. Aceitem que sem trabalho produtivo não há benefício pra ninguém e governo de lugar nenhum é uma entidade etérea habitada por alquimistas que transformam ar em aposentadoria, hospitais e transporte público... e isso aqui vale pra todo mundo!!!

Produzir humanos em série (principalmente as custas da dignidade das mulheres) não resolve o problema da previdência, não promove desenvolvimento socioeconômico, não acaba com as guerras, com a escravidão, exploração etc. etc. etc. (na verdade, só agrava isso tudo)

PS: Comparação de taxas de nascimento/mil habitantes/país: https://www.indexmundi.com/g/r.aspx?v=25.
Índice de desenvolvimento humano: https://www.indexmundi.com/blog/index.php/tag/human-development-index/ - comparem as duas coisas...

Jane Doe

Anônimo disse...

Ah, titia, você só prefere não existir porque você existe! Já eu pessoalmente, prefiro que você exista, porque adoro os teus comentários, tenho certeza que és uma pessoa incrível.
Fabi

Unknown disse...

Eternidade? Nunca eu iria querê-la. Não aguentaria ver as pessoas que amo e todos os amigos partindo e eu ficando. Calipso ofereceu isso a Ulisses e ele também recusou.

Concordo que projeto "homo sapiens" mostrou-se falho, temos pelo menos 200 mil anos de historia e parece que só conseguimos chegar a isso: Uma sociedade individualista, onde alguns predominam sobre os outros, a distribuição de riquezas é desproporcional, consumimos nossos recursos naturais e sem falar nos sexista, machistas, racistas, e qualquer outro "ista" que queiram usar.

Genocídio não, basta esterilizar compulsoriamente todos os meninos antes do primeiro ano de vida. Pelo menos a gestão do legalizar o aborto ou não, com a passar dos anos, ficará resolvida.

Anônimo disse...

O problema é que o número de idosos crescem, mas a qualidade de vida não. O Brasil tá é com um rombo na previdência.

Anônimo disse...

Me arrependi de ter nascido! me sinto uma máquina e não um ser humano.

Nós temos que crescer, ter traumas, uma vida ruim, e as pessoas ainda querem que a gente finja que somos felizes e sejamos simpáticos, caso contrário ninguém nem liga pra vc. Sem contar quesito beleza e dinheiro quem nasce sem isso tem que galgar a qqr custo.
Fazer 30 anos e não ter sucesso na vida profissional é sinal de fracasso, nem ter um relacionamento no caso das mulheres.

Anônimo disse...

A vida...e uma suscetiva sucessão de situações que se sucedem suscetivamente.

Anônimo disse...

O ser humano não foi feito para durar tanto, e com os avanços da medicina estamos vivendo cada vez mais...e pior. Ou alguém acredita na besteira da "melhor idade" ?!
Envelhecer e uma bosta, você fica fora de moda, muita gente que você conheceu morreu, tudo doí, a geladeira fica cada vez com mais caixas de remédios em cima, geladeira fica com um monte de caixas de remédios em cima a barriga cresce, o metabolismo vai no rodapé, ninguém tem tesão mais em você e tu não entende mais o mundo e avanços tecnológicos nele.
Deus me livre viver ate 80/90 anos de idade.

Manoela disse...

Também penso o mesmo sobre isso. Porque o sujeito afirma que a vida é desnecessária e um monte de coisas negativas mas ao mesmo tempo saboreia os prazeres da carne e do luxo e conforto com o dinheiro obtido nessas palestras. Isso é um ponto para se questionar.

Anônimo disse...

não seja por isso, a população mundial será reduzida em 90%, de qualquer forma

Anônimo disse...

O brasil ainda não se tornou um país desenvolvido e provavelmente nos tornaremos velhos antes de sermos "ricos".

Anônimo disse...

Já estamos em 2018, Fabi.

Cara Valentina disse...

Se sou banal, materialista, e acho que tenho o rei na barriga (especialmente com o meu torto porém lindo "senso moral"), é claro que a culpa é da "existência" e dos seus "sistemas". É claro que a culpa é dos outros, do tiozão autoritário a dois ou duzentos mil anos de humanidade.

A misantropia é velha como o Capiroto, e a ele serve. De Nietzsche a Cioran, do black metal à arrogância adolescente dos ambientalistas, só mudam as embalagens.

Anônimo disse...

Quem falou que a solução para a previdência é ter filhos em série? Mas com certeza não é não ter ou ter 1.
E concordo com a moça que disse que em muitos aspectos estamos melhores que há 100 anos. Menos na parte de recursos ambientais.

Anônimo disse...

Na atual conjuntura social em que estamos, é imprescindível fazer uma reflexão sobre ter filho.Ouvi uma vez que quando você põe um filho no mundo você está dando a ele a vida mas também a morte.Tem que pensar muito mesmo pq a vida é luta e sofrimento e momentinhos felizes.

Anônimo disse...

Adorei seu comentário, Anon das 18:45.
"A vida é uma sucessão despropositada de eventos mesquinhos que cabem na vulgaridade do dia a dia" André Cancian.

Anônimo disse...

"O ser humano não foi feito para durar tanto, e com os avanços da medicina estamos vivendo cada vez mais...e pior. Ou alguém acredita na besteira da "melhor idade" ?!
Envelhecer e uma bosta, você fica fora de moda, muita gente que você conheceu morreu, tudo doí, a geladeira fica cada vez com mais caixas de remédios em cima, geladeira fica com um monte de caixas de remédios em cima a barriga cresce, o metabolismo vai no rodapé, ninguém tem tesão mais em você e tu não entende mais o mundo e avanços tecnológicos nele.
Deus me livre viver ate 80/90 anos de idade.

22 de janeiro de 2018 18:45"

Ri pra caralho. É bem isso aí. Melhor idade, meu ovo.

Anônimo disse...

Não quero a vida eterna enquanto não conhecer todas as letrinhas miúdas do contrato.

Por exemplo, imaginando q eu vivesse até o limite de habitalidade do planeta Terra (ninguém garante que a gente vai conseguir sair daqui, nossa capacidade de estupidificação é infinita). Eu ficaria sufocada para sempre com a falta de oxigênio? Queimaria quando nosso sol começar a engolir os planetas? Se alguém me prendesse em um caixão de chumbo e eu fosse lançada ao mar, ficaria afogando, com fome e com frio até a degradação do receptáculo ou alguém me tirar de lá? E o mais importante, essa imortalidade significa ir ficando progressivamente mais velho, no sentido da decrepitude natural do corpo? Porque uma coisa é passar a existência um belo brotinho sem fome, sem frio e sempre precisar ganhar dinheiro, outra é velho, cheio de dor e sem nem mesmo a possibilidade do suicídio (imortal, né). E lembrando que solidão enlouquece. Eu seria a única entidade imortal em todos os universos possíveis e imagináveis ou teria uma galerinha maneira pra jogar uma sueca e falar mal dos outros de vez em quando? Há superpoderes na jogada ou eu seria uma simples humana sem nenhuma habilidade excepcional, que não se regenera, que sente dor, cólica menstrual, fome e frio e precisa de tudo do mesmo jeito? E tendo poderes cósmicos e universais, ficaria presa dentro de uma lampadazinha?

Sei não, heim. Acho que tem coisas piores que a morte.

Anônimo disse...

Mesmo se a vida fosse confortável, é muito egoísmo viver pra sempre. A gente gasta muitos recursos naturais, produz muito lixo, fezes e urina, então imagina uma existência por milênios poluindo o planeta e consumindo seud recursos limitados e cada vez mais preciosos! É muita coisa para a satisfação de um único ser#

Kasturba disse...

Eu também adoro viver! Sou muito feliz na maior parte do tempo, e adoro perceber meu próprio crescimento e amadurecimento. Acredito que nos últimos 10 anos melhorei muito como pessoa (basta imaginar que já fui em passeata pelo Bolsonaro e era comedora de carne), e acredito que a humanidade está, sim, mudando para melhor, embora a passos lentos (sempre me dá esperanças ver o avanço que as mulheres estão fazendo, e principalmente os avanços do veganismo). Acredito em uma sociedade mais justa e muito mais pacífica, mas sei que esse dia ainda vai demorar pra chegar. Mas adoro poder fazer parte do processo de mudança.

Sobre ter filhos: Concordo que deve ser algo muito bem pensado. Estamos em 7 bilhões, e o planeta tem mostrado todos os dias que não suporta tantos de nós, com nosso padrão de consumo. Diminuir nosso consumismo, mudar nossa alimentação (novamente o veganismo), e diminuirmos o números de nossa população é mais do que algo "bom", é algo realmente necessário, pois se o planeta colapsar, vamos colapsar juntos. Adoro a idéia de adoção (pra quem se sente preparado para ser mãe/pai), pois além de estar contribuindo para redução da população terrena (não colocando um novo ser humano no mundo), ainda estará educando de forma racional esses filhos, que do contrario, poderiam ser criados de uma maneira não muito legal em um abrigo, e se tornar mais um adulto que pioraria a situação do nosso mundo, ao invés de ajudar.

Anônimo disse...

Mas Donadio, ele não fala pra ninguém se matar ou viver uma vida miserável, só fala que não há motivos para se fazer mais pessoas, e eu acho que ele tem um pouco de razão.

Anônimo disse...

Eu fico imaginando a vida eterna pelo prisma da Doutrina Espírita.Existir pra sempre,ficar naqueles jardins maravilhosos,vestidos de branco,tocando arpa e com aquele sorriso e serenidade no rosto também não seria um tédio infinito? Quanto mais eu penso nessas questões mais vazio e percepção do tamanho da nossa insignificância eu sinto.

titia disse...

Obrigada, Fabi. Bom, eu preferia não ter nascido, mas agora já estou aqui e como não adianta chorar o leite derramado (ou a camisinha esquecida, no caso) vamos seguindo em frente fazendo o melhor com o que temos, né?

Ih, a bestinha da previdência voltou, gente! E ainda fazendo força pra acreditar que são os outros que pagam a aposentadoria de alguém, assim ele não precisa levantar o rabo da frente do PC e ir trabalhar. É comovente a persistência desse pessoal que chora pra ser vagabundo. Se persistissem desse jeito pra estudar ou procurar emprego, não precisariam se preocupar tanto com a aposentadoria.

Anônimo disse...

Lola, especificamente sobre os bichinhos de estimação:

Acho que já mencionei aqui que sou vegana e, logo quando entrei nesse universo, fiquei impactada com o fato de que veganos pregam o fim dos chamados animais de estimação domésticos.
Em um primeiro momento isso me espantou e pareceu contraditório com o veganismo, mas não é e explico porquê:

Se partirmos do pressuposto de que os animais não humanos tem como direito principal simplesmente não serem propriedade de um humano, teríamos que rever todos os nossos conceitos e hábitos. Os que todos conhecemos, como comer e vestir animais, explorá-los em pesquisas, etc.

Pense nisso num contexto humano: se você acredita que a escravidão é errada, devemos pedir por sua abolição. Você não pede que donos de escravos sejam mais humanos, você pede que a escravidão deixe de existir.

Domesticamos animais para mantê-los sob controle. Porque é bom ter um bichinho. Por vaidade. Porque eles são fofos.
Mas em último caso, eles são tratados como coisas pela legislação. Podemos sacrificá-los ou vendê-los.

Não se trata de soltar os animais domésticos que já existem pois isso seria condená-los a morte. Trata-se sim de cuidar dos que já nasceram, não alimentar o comércio pet e castrar todos os cães e gatos para que eles deixem de existir ao menos como conhecemos hoje.

Se nós, humanos, desaparecêssemos do dia para noite, estes animais seriam os que mais sofreriam. Tem um documentário chamado "o mundo sem ninguém", que começa com os humanos desaparecendo todos de uma vez (sem corpos, apenas desapareceríamos como se abduzidos fossemos). O que aconteceria na primeira hora, no primeiro dia, na primeira semana, mês, ano, século, milênio, etc.

Os pets trancados em casa morreriam logo de fome. Os que conseguissem escapar morreriam aos poucos. As grandes raças, alguns expemlares se salvariam e se tornariam selvagens, mas como estão em cidades desertas, não haveria mto para caçar.

Então eu discordo do final do seu texto, embora concorde sim que a humanidade talvez melhore.

Alicia

Marina disse...

Alicia, discordo de algumas partes do seu comentário. Não domesticamos animais para mantê-los sob controle ou pq é bom ter um bichinho. Diversas pesquisas apontam que a domesticação se iniciou pq era bom pras espécies envolvidas, p.ex. gatos matavam os ratos (bom para os humanos) e, em contrapartida, recebiam abrigo e comida. Sou radicalmente contra o comércio de animais de estimação da forma como ocorre hoje, mas não acho pertinente que se defenda não mais ser tutor de animais.

Anônimo disse...

marina, recomendo a leitura destes textos, os quais apresentam melhor do que eu os argumentos que defendam que tal prática deve ser abandonada.

Não somos tutores dos gatos e cachorros. Somos proprietários. Tutores somos de crianças. Não podemos vender crianças, mas cães sim. Tutores estão sempre agindo no interesse do tutelado. Não se pode afirmar o mesmo dos donos de cães.

http://www.gatoverde.com.br/veganismo/animais-domesticos-e-veganismo/

alicia

titia disse...

Acabei de ouvir uma história que mostra como tem gente que não só não serve pra ser mãe/pai, como devia ser castrada pelo bem das futuras gerações. Anos 40 ou 50, um menino pegou uma moeda que tinha caído da bolsa da mãe dele e comprou alguma coisa. Nem lembro o que era, só sei que era algum brinquedinho popular da época. A mãe dele ferveu duas pecinhas e jogou na mão do filho criança, QUEIMOU de propósito a mão do menino a ponto de fazer uma bolha enorme. Pra que ele aprendesse a nunca mais pegar as coisas dos outros. O irmão dele acabou de contar essa história RINDO, como se fosse algo muito engraçado, e dizendo como foi ÓTIMO pra forjar o bom caráter do irmão. Imagina o tipo de pai que ele e o irmão são, né? Nojo eterno e supremo. Pena que eu sou bem educada, senão teria dito na cara do sujeito que a mãe dele devia ter sido castrada e andar de focinheira.

E no final o desgraçado ainda diz "Ah, a culpa de tanta criminalidade é porque os pais não podem mais causar queimaduras de terceiro grau nem estourar a cabeça dos filhos". Sabe, é nessas horas que eu tenho MAIS certeza de que não DEVO ter filhos. Imagina colocar uma criança no mesmo mundo que os filhos e netos desse tipo de psicopata?

Anônimo disse...

"ninguém tem tesão mais em você"

Eu concordo com o restante de seu comentário, porem esta parte pelo que tenho observado e conversado com mulheres mais velhas e na verdade um alivio não despertar mais desejo em homem, segundo elas e uma sensação de liberdade absurda e se nata que com o passar do tempo as mulheres mais velhas querem cada vez mais distância de homem.

titia disse...

Alícia, colega, sem querer puxar briga mas os "tutores" não agem sempre de acordo com os interesses dos tutelados não. Leia o comentário que eu fiz ali acima sobre a mãe psicopata que queimou a mão do filho e depois digite num site de busca "Pai/mãe espanca/estupra/mata criança". Te garanto que tem gente tratando cachorro e gato muito melhor do que trata os filhos.

Kasturba disse...

Titia, triste mesmo pessoas que tratam os filhos dessa maneira, e mais triste ainda ver esses que foram vitimas de pais abusadores achando isso certo, e repetindo esses comportamentos...
Mas, como otimista que sou, acredito que as gerações vêem melhorando, inclusive no trato com as crianças. Acabamos repetindo muito erros dos nossos pais, mas algumas coisas conseguimos perceber e fazer melhor do que eles fizeram. Ainda mais se olharmos conscientemente para nossa criação (algo que já vejo muitos adultos fazendo).
Vejo o exemplo claro do meu marido: Muitas vezes não concordo com a forma quase grosseira que ele trata as filhas dele. Qualquer erro que as meninas cometem, ele levanta a voz e trata de maneira ríspida. Mas ele não bate nelas, somente trata de forma pouco amorosa.
Por sua vez, quando ele era criança, apanhava muitos do seu pai. Meu sogro era do tipo "se levar um tombo na rua e chegar machucado, vai apanhar de novo em casa". E meu sogro quando criança, por sua vez, passava dias sem ir pra casa, com medo de apanhar do pai. Houve uma ocasião que ele contou que o pai foi cheirar suas mãos pra ver se ele tinha comido tangerina. Se tivesse comido, iria apanhar. Havia um pé de tangerina no quintal, mas as crianças não eram autorizadas a comê-las, era só pros adultos.
A cada geração ainda há resquício de violência, mas ela vai cada vez diminuindo mais, e dando lugar para uma criação mais amorosa.

Anônimo disse...

Esse texto do anom me deixou bem triste, pois realmente daqui a algum tempo ninguém vai ligar pra nós e viraremos eternos saudosistas na fila da morte. A vida é uma bela porcaria só se vive pra pagar boletos.

titia disse...

Pois é, Kasturba, e essa é a minha esperança pras crianças do futuro. Muita gente da geração do meu pai reclama que as crianças de hoje não tem limite, os pais não disciplinam, etc., mas o que eu vejo mesmo é que as crianças de hoje tem uma relação sincera e afetuosa com os pais, sem medo, se desenvolvem com menos complexos, menos neuroses e tendem a não fazer essa associação perigosíssima entre amor e violência que a geração deles e a minha ainda faz, e que mantém tantas mulheres e alguns homens presos em relacionamentos abusivos.

Eu acho é que as pessoas da geração do meu pai sofrem de alguma variação da síndrome de Estocolmo em que transformaram a violência gratuita e sem sentido dos próprios pais em demonstrações de amor. Minha tia quando tinha 5 anos apanhava só por responder "Que é?" quando minha avó a chamava, e olhe que nem era por desrespeito, a criança só queria saber o que a mãe queria. Isso não é amor. Isso é incapacidade de lidar com seres humanos dependentes mas autônomos, comodismo e pura maldade.

Mas essa geração antiga está envelhecendo e precisa dessas muletas emocionais, não vão começar a questionar a violência familiar depois de velhos, ou provavelmente o mundinho deles desabaria e a maioria provavelmente não tem mais estrutura emocional e psicológica pra passar por esse tipo de mudança. Imagino que esse é um dos motivos subconscientes pelos quais eu e meus irmãos não temos filhos. Não sabemos se realmente conseguiremos romper com a maneira como fomos criados, não temos outras referências, não temos certeza se vamos conseguir evitar os erros dos nossos pais-do nosso pai principalmente, que foi abusivo físico, verbal e emocionalmente durante toda a nossa infância.

Eu, principalmente, que não sou uma pessoa muito paciente e não aprecio a convivência com crianças, corro muitos riscos de repetir os erros dele. Entre vários outros motivos (ausência de instinto materno ou vontade de ser mãe, destruição do meio ambiente, retrocesso social, violência obstétrica, sacralização materna e cobranças, etc.) é muito importante pra mim não colocar alguém nesse mundo e depois ferrar com a vida e a cabeça dele/dela. Podem me chamar de egoísta, mas pra mim nada é mais egoísta e perverso do que colocar alguém nesse mundo apenas pra ter a ilusão de continuidade e depois se lixar ou maltratar a criança. E como eu vivo de acordo com os MEUS princípios, todos que me chamam de egoísta por não querer procriar ou de feminazi por querer que as pessoas se conscientizem sobre como é importante pensar bem antes de ter filho podem ir tomar no meio do rabo.

Anônimo disse...

P mim o prazo d validade da humanidade acabou após a revolução francesa. Foi quando tiveram a oportunidade d corrigir tudo e só fizeram piorar o q já tava ruim. As selfies e os youtubers são a prova definitiva q a humanidade deve ser dizimada.

Anônimo disse...

Pelo meu ponto de vista a atitude da mae foi correta. Poderia esquentar 1 moeda e ter colocado na mao do filho... pra ele ver que pegar $ que não é dele acaba doendo... em sentido figurado simples é uma ótima lição SIM. Depende do ponto de vista e do tipo de educação. Se tivessem só conversado, levado para psicólogo, etc etc e etc, sem punição, nao iria aprender. Pq criancas e adolescentes são teimosos e só aprendem com exemplos reais, e não com conversa.

Kasturba disse...

Titia, não acho nada de egoísta na sua fala. Pelo contrário, você está pensando no bem-estar de uma pessoa que nem existe para tomar sua decisão. Todos deveriam pensar se realmente têm condições de assumir a criação de alguém antes de ter filhos, as pessoas seriam muito mais felizes e bem ajustadas psicologicamente. Mas ao invés disso, muitos procriam sem pesar nada, somente pra "cumprir obrigação social", pra colocar foto de bebê fofo na internet sem.pensar que aquele bebe vai se tornar um ser humano um dia, ou pior ainda, pra tentar usar como solução pra casamento falido...

Anônimo disse...

Será que eu preciso de terapia? Quando alguém me diz que vai ser mãe/pai,eu não consigo vibrar, parabenizar e falar que nem a maioria, ahhhh que gracinha. Poxa,você tá trazendo um ser pra quê? Qual é a finalidade? Crianças são lindas mas crescem e vão sofrer todo tipo de coisa.Não nascer nos poupa de tantos infortúnios.

Kasturba disse...

Anônimo, que triste que você pense assim.
Existem outras maneiras de educar uma criança, muito mais eficazes, que não passam pelo medo, pela dor e pela violência.
Crianças e adolescente não são "teimosos". São pessoas, com opiniões e personalidades próprias. Chamar uma criança de "teimosa" porque ela não agiu exatamente e cegamente como um adulto gostaria, é algo extremamente doentio...

Anônimo disse...

Não. Eu penso a mesma coisa. E não vejo lógica em dar parabéns a alguém q vai ter um filho. É algo puramente biológico. Seria o equivalente a dar parabéns a alguém por respirar ou se alimentar.

titia disse...

Obrigada, Kasturba. E é realmente triste o modo como as pessoas procriam sem pensar, pra cumprir tabela e depois ficam tentando se livrar do encargo, seja querendo transformar o filho em brinquedo através da violência (como meu pai e avó fizeram) ou abandonando - e nem precisa ser na porta do orfanato. Li na página Vagas Arrombadas um exemplo disso: uma mulher tinha um casal de gêmeos que ficavam das 9h às 17h na creche e queria contratar alguém pra cuidar deles no período da manhã antes deles irem pra creche, à tarde depois de voltarem da creche e durante os fins de semana, quando eles não estão na creche. Teve filhos pra quê então, porra, se não vai nem olhar pra cara deles? Comprasse uma boneca Baby Alive.

21:09 não creio que você precise de terapia, acho que é bem normal quando você reflete sobre algumas verdades desagradáveis a respeito da maternidade/paternidade e de como a sociedade as encara. Eu também não consigo ficar realmente feliz quando vejo uma mulher grávida, ou quando alguém me diz que vai ter filho. Dou parabéns e tudo, mas só penso em que mundo aquela criança vai crescer, e que tipo de pais ela vai ter. E, ao contrário da Kasturba, não sou nem um pouco otimista.

20:00 que bom então que você não tem e nunca vai ter filhos, seu mascu psicopata arrombado aprendiz de serial killer que só consegue mulher pagando.

Tá vendo o que eu disse? Imagina se vou jogar uma criança num mundo cheio de merdas que acham que são gente igual a esse mascu.

donadio disse...

"Não nascer nos poupa de tantos infortúnios."

Isso nem é verdade. Não existe alguma essência imaterial que vá se congratular com essa "poupança de infortúnios". Você acha que estaria melhor se não tivesse nascido? Mas você simplesmente não estaria nem melhor nem pior.

Viviane disse...

Aliás, essa também é uma boa resposta para os "pró-vida-do-feto": se a pessoa não nascer, ela simplesmente não tem como saber se seria bom ou ruim.

Anônimo disse...

Então Donadio, não existir de jeito nenhum é melhor que viver neste inferno que chamamos de "mundo", mesmo que o ser nunca vá ter consciência disso pq não estaria vivo.

Anônimo disse...

Muito interessante: não quer ter filhos, acha que não tem capacidade de criar filhos e, mesmo assim, quer determinar como os outros devem educar seus filhos. Parabéns, demonstra-se uma grande feminista.

Michele disse...

Olha não é bem assim. Pelo que eu estou vendo das mulheres mais jovens, pelo menos as que têm certa independência financeira, uma grande parte não quer filho, ou não sabe se terão.

Uma grande parcela de mulheres que não tiveram uma criação tão repressiva e foram motivadas a ter independência financeira logo cedo, hoje não querem trocar uma vida com liberdade de viajar, carreira, liberdade sexual etc. pela maternidade.

Das minhas amigas na faixa dos trinta e poucos várias não tem ou pararam no primeiro. Das mais jovens que conheço, tudo indecisa.

Eu tenho um filho e penso muito no futuro, se terá recursos, como vai estar o mundo e tal, e isso me desmotiva muito a querer mais um, embora eu ame crianças de paixão. Tenho muito medo por exemplo que venha um filho com alguma doença que eu não tenha condições financeiras de cuidar e ver seu sofrimento. Isso acabaria comigo.

Mas sei lá, de qualquer forma colocar as coisas de forma tão depressiva como esse cara faz pra mim é coisa de maluco.

Repensar o consumo é extremamente importante independente de qualquer coisa, sempre pensei nisso e hj com filho penso ainda mais. A gente trabalha, se mata, muitas vezes pra comprar coisas inúteis que vão logo virar lixo. Vai visitar um lugar com natureza, lindo, e só vê lixo jogado pelo chão, isso me dói muito.

E essa geração de agora que só quer saber do mundo virtual, de farra, e adolescência se estende aos vinte e poucos anos, também duvido muito que queiram se encher de filho (responsabilidade), a maioria só engravida por descuido. Se tivéssemos educação sexual séria pra toda a população, a natalidade nas próximas gerações diminuiria bastante.

Anônimo disse...

Nossa, essa da passeata pelo Bolsonaro me surpreendeu rss

Anônimo disse...

Anônimo isso daí só serve pra criar psicopata. Na boa, não sou a favor de permissividade e achar tudo que criança faz bonitinho.

Acontece que ninguém nasce sabendo e criança funciona assim: você tem que falar dez, vinte, mil vezes...até desenhar se preciso, e o principal que é dar exemplo. E fazer isso sempre, por isso que filho exige dedicação.

De vez em qndo a gente dá uma chamada mais dura que ninguém é de ferro, mas queimar uma criança, pelamor, coisa de gente maluca.

Tem um neurocientista, James Fallon, que estudava cérebros de psicopatas, criminosos violentos. Até que um dia ele descobriu que o próprio cérebro dele funcionava igual ao de um psicopata, mas ele nunca se envolveu em crimes, fez carreira e constituiu família, ele escreveu um livro sobre isso

Ele acredita que por ter tido uma criação fora do comum, sem violência e com família estruturada o ajudou pra que a genética não fosse decisiva e ele virasse um criminoso.

donadio disse...

12:36

Não existe "melhor" sem que imediatamente venha a pergunta: "melhor para quem?"

Não um "quem" para responder essa pergunta. Por isso,

"mesmo que o ser nunca vá ter consciência disso"

é uma falácia. Não tem esse "ser" para ter ou não ter consciência.

E é uma posição hipócrita. Se você acha a existência insuportável, a consequência lógica é óbvia, e não é vir em site da internet tentar convencer os outros de que ela é insuportável. Encher o saco dos outros com esse tipo de conversa já é "uma razão para viver", e portanto é a própria negação desse discurso.

Kasturba disse...

Pra ver como as coisas mudam, e todos podem evoluir... rsrsrs

titia disse...

01:06 seu caso é mais interessante ainda:

Não conversa com mulher, não gosta de mulher, não sabe lidar com mulher, não interage com mulher, não é capaz de manter o interesse de uma mulher, não sabe o que fazer com mulher mas quer dizer como as mulheres devem pensar, sentir, se comportar e agir.

Não tem filhos, não tem capacidade de criar filhos, não tem duzentas pilas pra pagar uma pensão pro filho, detesta criança, não tem paciência com criança, acha que é ok torturar criança, acha que é ok abandonar criança mas se acha no direito de dizer a todos como devem criar seus filhos.

Um pedaço de bosta mal cagada se achando no direito de dizer a seres humanos como eles devem viver do fundo da privada de onde não enxerga nem um terço do mundo real.

É, você demonstra-se um grande mascu - ou bosta, que no fundo é a mesma coisa - e minha pergunta é: por que você ainda não foi pro esgoto, dar um beijo no Bolsonaro?

titia disse...

Isso aí 03:22, inclusive essa questão de dar exemplo, um detalhezinho que os pais adoram ignorar. Na minha família mesmo era assim, os pais enchiam os filhos de cacete por qualquer coisa e depois ficavam putinhos quando as crianças partiam pra violência umas com as outras. Era sempre o mesmo mimimi "Irmãos não podem brigar!", "Seus irmãos são sua família, não se bate na família!", "Não se apela pra violência pra resolver coisa boba!". Ora, caralhos, então por quê eles mesmos não paravam de resolver tudo na base da violência?

Criança não aprende com mimimi nem com sadismo disfarçado de educação, isso eu posso garantir. Mimimi e violência só ensinam que a criança tem que se esconder, ensina a mentir e a dissimular. O que ensina mesmo é bom exemplo vindo dos pais, é os pais serem coerentes com as mesmas atitudes que cobram dos filhos. Mas isso dá trabalho, cansa, exige que você seja menos hipócrita e babaca, exige que você seja mesmo mãe ou pai, mais fácil sentar a porrada e fingir que não é sua culpa quando seu filho se comporta mal.

Anônimo disse...

A comparação entre existência e não existência só é possível se você existe, isso é óbvio, e é isso o que esse cara faz. Para ele, vida é sinônimo de sofrimento e você, que existe e tem consciência desse fato, não deveria ter filhos para evitar que eles sintam essa dor inevitável. Ele não é a favor do suicídio, a opinião dele é que, se você já existe, então é melhor suportar sua vida, por isso não se matou até hoje. Não concordo com a visão dele, existem muitas pessoas que são realmente felizes e acham que a vida vale a pena, e que vale a pena ter filhos. Também tenho minhas dúvidas se ele acredita no que diz ou se só quer ganhar dinheiro.

Anônimo disse...

Tem um livro de filosofia chamado "Porque te amo, não nascerás" - foi inclusive difícil não lembrar dele lendo este post porque, além de tudo, um dos escritores também é um argentino morando no Brasil. Eu tive aula com ele sobre esse tópico na UnB. O livro trata da questão do nascimento na perspectiva ética. É como se a estrutura da vida fosse o problema, não as contingências. É completamente possível que alguém consiga gostar de viver, etc. Mas quando você está escolhendo colocar alguém no mundo, você não tem como saber antes se vai ser assim com aquela nova pessoa especificamente. E escolher se matar é diferente de nunca ter existido. (Tem mais coisas, mas faz tempo que eu estudei).

Janaína disse...

Eu até queria ter filhos. Mas é tanta coisa contra - custo de vida, doenças pré-existentes, violência, solidão materna, competição entre mães, preconceito no mercado de trabalho, família desunida cujo lema é "quem pariu Mateus, que balance o berço", além da mais pura falta de grana para garantir minimamente uma vida - que não sei se vai dar. :/

Anônimo disse...

Venho de uma família de oito filhos. Somos uma sociedade muito injusta. As pessoas que não podem ou optam por não ter filhos e que geram baixos níveis de resíduos (desperdiçam menos reciclam mais) deveriam pagar menos impostos. O antinatalismo levado a uma reflexão no prisma econômico revela muitas possibilidades.

Anônimo disse...

Em nenhum momento o professor David Benatar defende a noção de que se deve viver uma vida minimalista ou de se renunciar aos prazeres físicos. Apenas estabelece um conjunto de argumentos lógicos embasados primariamente na lógica do Utilitarisno Negativo - que prioriza a eliminação do sofrimento e embora reconheça a importância da felicidade, não oferece tantos méritos a isso.
A filosofia antinatalista nesse contexto, é perfeitamente eticamente consistente e reduzi-la a uma pobremente construídos falácia do espantalho e ataque Ad-hominem é no mínimo intelectualmente desonesto.

Anônimo disse...

Dentro da perspectiva antinatalista, o alicerce da doutrina baseia-se principalmente na lógica da Assimetria resultante do Prazer(como felicidade) e sofrimento. Nesse contexto, ao promover e trazer um ser senciente a existência, inevitavelmente se estaria trazendo sofrimento inteiramente desnecessário pelo fato disso ser facilmente prevenido com base na não reprodução. Por outro lado, ao não ter filhos biológicos, pode-se garantir a prevenção ao sofrimento - que nessa lógica é definida como algo intrinsecamente positivo mesmo na inexistência de uma consciência para experenciar alívio. Enquanto isso, ao levar em conta o fato de pessoas inexistentes não passarem por necessidades ou vontades, conclui-se que a ausência de felicidade/prazer vivenciada por aqueles que não nascerem não pode ser considerada inerentemente negativo pois não poderiam ser deprivados de absolutamente nada. A ausência de sofrimento é considerada como boa para a filosofia antinatalista justamente por não ser caracterizada por um estado, que é por definição, negativo.