Tradução do meu querido Flavio Moreira, que encontrou e traduziu este artigo.
A comediante Amy Schumer diz não |
Há algo muito errado com a diferença entre essas duas capas de revista.
Na imagem acima, que foi compartilhada pela comediante Amy Schumer, a capa da revista Boy’s Life apresenta a seus leitores um futuro com oportunidades aparentemente ilimitadas de carreira, enquanto a capa da revista Girl’s Life limita-se a reduzir os sonhos de suas leitoras a primeiros beijos e parecer bonita.
As duas edições foram lançadas em setembro de 2016, provando que, apesar do quanto a igualdade de gênero tem avançado, ainda há muitos espaços que divulgam essas expectativas de gênero ultrapassadas e estereotípicas.
É bem mais do que simplesmente decepcionante. Isso tem um efeito negativo em um enorme contingente de jovens meninas impressionáveis.
Quando a designer Katherine Young viu as capas lado a lado, decidiu redesenhar a capa da Girls’ Life — com algumas alterações importantes.
Young trocou a foto da atriz da Disney Olivia Holt pela foto de Olivia Hallisey, uma cientista adolescente que ganhou a Feira de Ciências do Google em 2015 com a invenção de um teste de 25 dólares para a detecção do vírus Ebola. Em vez de dicas de cabelo e tendências da moda outono, a capa de Young anuncia carreiras de sonho e maneiras pelas quais as garotas podem ajudar suas comunidades.
Em aproximadamente 10 minutos ela deu à capa da revista a melhor remodelagem possível. Aqui está uma ampliação de seu trabalho. [Clique para ampliar].
Young pôs as fotos lado a lado em seu blog com a legenda “Podemos fazer melhor”, e quando ela postou o trabalho feito no Photoshop no Twitter, ele rapidamente viralizou.
É claro que Young não é a única que já se sentiu pessoalmente vitimizada (para usar uma frase de Garotas Malvadas) por capas de revistas que promovem estereótipos de gênero batidos como esse.
“Eu tive problemas reais de aceitação do meu corpo até os 20 e poucos anos”, explica Young por e-mail. “Eu quase não comia na frente de meus amigos quando era adolescente porque me sentia constrangida com o tamanho muito grande da minha calça jeans. Eu achava que tinha menos valor como indivíduo porque eu não era a “garota bonita” definida pelos padrões sociais e da cultura pop”.
Muitos estudos descobriram que a autoestima de meninas cai dramaticamente durante seus anos de pré-adolescente, bem mais do que a de meninos. Há várias razões para isso, mas um fator gritante é que meninas são muito mais críticas de seus corpos em mudança do que meninos. Não é difícil imaginar por que isso ocorre.
Antes mesmo que as meninas atinjam a puberdade elas são soterradas com imagens do que a sociedade considera que deve ser o visual da mulher ideal.
Certamente meninos também experimentam esse tipo de mensagens dirigidas a eles, mas há muito mais ídolos masculinos, em variedade muito maior de tipos de corpos, idades e profissões do que as contrapartidas femininas (obrigado, duplo-padrão sexista da mídia).
Após ser constantemente bombardeada com mensagens sobre como vestir, que estilos de cabelo são bacanas e dicas de exercício para adquirir um “bumbum da hora”, não surpreende que meninas adolescentes e pré-adolescentes por vezes tenham uma autoestima tão baixa e que estudos mostrem que a mídia continua a cobrar seu preço enquanto elas crescem.
Isso posto, há exemplos na mídia que mostram uma melhora.
A revista Teen Vogue tem publicado algumas histórias poderosas recentemente sobre o estado de nosso mundo político. Mulheres de tamanho médio e plus size aparecem em capas de revistas de moda e de estilo de vida. E até mesmo homens começaram a se tornar os porta-vozes de marcas tradicionalmente dirigidas a mulheres. [Dúvida da Lola: isso é bom?]
Modelo "plus size" |
Pouco a pouco a paisagem midiática está mudando, mas ainda existe um longo, longo caminho a percorrer.
Será que as revistas femininas precisam se livrar de todas as suas dicas de maquiagem e das seções de “copie o estilo dessa celebridade”? Não. Maquiagem e roupas podem ser coisas divertidas para muitas mulheres. Revistas segmentadas por gênero que continuam a reforçar estereótipos batidos, entretanto, não deveriam ser tão polarizadas.
Por exemplo, muitos homens (héteros e gays) gostam de cuidar do cabelo e usar maquiagem e esmalte também. Se as revistas masculinas falassem para esse público, talvez esses homens não sofreriam tanto julgamento?
Inclusão e confiança deveriam sempre prevalecer sobre o sarcasmo e padrões estereotípicos e superficiais. Temos esperança de que a mídia aceite o desafio e vá mais nessa direção de querer fazer melhor em 2017.
203 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 203 de 203Você é que é limitada e acha que isso machuca o coração alheio, kkkk
Novidade: não machuca, não faz diferença, não melhora em nada a vida de nenhuma mulher, não garante nem lacração na caixa de comentários do blog da Lola
Buá buáaa buáaaaa!!!
Pode chorar.
Chora mais.
Ih, falou pra chorar mais
Destruiu o patriarcado toda
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