segunda-feira, 28 de setembro de 2015

POR UM DEBATE SOBRE A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO SEM RELIGIÃO NO MEIO

Para certos padres, debate é ler sinopse de documentário 

Na quinta, dia 24 de setembro, aconteceu no Senado a quarta audiência pública para debater a Sugestão Legislativa número 15 (SUG 15), que permitira o aborto no SUS até a 12a semana de gravidez (assista!). Eu falei da terceira audiência aqui.
A ativista Teresa Blandón contou o caso de seu país, a Nicarágua, que é horrorizante e mostra bem o que pode acontecer no Brasil se os fundamentalistas cristãos forem bem sucedidos. O aborto terapêutico, ou seja, quando há risco para a vida da mulher, era permitido na Nicarágua desde 1879, mas foi proibido em 2006, para tirar a atenção da população dos escândalos de corrupção na política. Assim, num país em que 28% do total de gestações ocorrem em garotas com menos de 18 anos, o aborto passou a ser criminalizado em todos os casos. 
O que aconteceu? A Nicarágua, que já tinha altas taxas de mortalidade materna (125 mortes para cada 100 mil nascidos vivos), viu os números dispararem. Em dois anos, 2012 e 2013, 47% das mortes maternas poderiam ter sido evitadas se, em caso de risco de vida para a gestante, a gravidez tivesse sido interrompida. 
Outra coisa chocante que vem junto com a ideia de dar mais direitos a um ser antes de nascer do que a uma mulher, e que muitos desconhecem: gestantes com câncer não recebiam tratamento para combater a doença, pois os remédios que poderiam salvar a mulher poderiam também matar o feto. E, quando tem que escolher quem salvar, uma mulher ou um embrião, os "pró-vida" nunca hesitam.
O palestrante seguinte, José Estáquio Diniz Alves, doutor em demografia, fez um discurso bastante monótono sobre dados populacionais. Na realidade, sua fala foi quase idêntica à de Viviane Petinelli e Silva, que discursou na última audiência, em agosto, só que Alves usou essas estatísticas para se posicionar a favor da legalização.
Padre Stepien em evento com Matheus
e seu assessor Emerson, DF 2014
O próximo palestrante foi um senhor que conheci de vista em Brasília na terceira audiência, quando ele segurava entusiasmado uma faixa escrito "Brasil vivo sem aborto!" (o ponto de exclamação nunca falta). Poucos dias depois, para o meu espanto, vi que o mesmo padre apoiou um candidato a deputado federal pelo PSDB nas eleições de 2014 -– um candidato que ganhou a mídia na época por suas posições misóginas e, recentemente, por ter ameaçado a presidenta em vídeo
Emerson e o padre, dois pró-vida
Durante a campanha, o padre inclusive posou para fotos com o candidato e um de seus assessores, Emerson Rodrigues, masculinista e neonazista que foi condenado a mais de 6 anos de prisão por ter sido co-autor de um site de ódio que, entre outras aberrações, defendia a legalização da pedofilia e do estupro (mas era, sim, contra o aborto: até pregava pena de morte para mulheres que abortam e para feministas que lutam pela legalização do aborto, porque, né, mascus também são pró-vida). 
Certo, não sei por que fiquei surpresa com o apoio do padre a misóginos, visto que, para a igreja católica, aborto é um pecado muito maior que estupro.
Na audiência de quinta chamaram este padre, diretor nacional do Pró-Vida, para basicamente ler capinha de dvd de documentário da década de 80, O Grito Silencioso.
Padre Stepien não está atualizado: pelo jeito não sabe há um outro documentário mais recente, Blood Money, para contar mentiras sobre o aborto. E nem que O Grito Silencioso já foi completamente desmoralizado há três décadas através das sátiras de um excelente cartum político, Doonesbury. 
Garry Trudeau ainda faz cartum
sobre aborto (2012)
Na ocasião, o cartunista Trudeau fez várias tirinhas provando a farsa que era o filme. Numa delas, colocava a suposta neutralidade do documentário em xeque ao dizer "Agora vamos falar com a própria assassina" (e mostrava uma mulher que havia abortado). Noutra, indicava que o feto (que tinha até nome, Timmy) era um pontinho. Ao apagar o pontinho, o narrador dizia "Adeus, Timmy. Você será lembrado. Temos certeza que suas últimas palavras foram 'Proíbam o aborto!'" 
Quando não estava lendo capa de dvd de um filme ridículo com três décadas de idade, padre Stepien repetia as bobagens de seu colega, Padre Paulo Ricardo, sobre as teorias da conspiração. Novamente, aprendo que nós feministas somos financiadas pelas Fundações Rockefeller e Ford (e, novamente, gostaria de avisar os patrocinadores: meu cheque ainda não chegou este ano). 
O padre também falou contra anticoncepcionais e educação sexual. Numa explicação bizarra de que a vida começa na concepção, o padre disse: "Óvulo fecundado de um casal branco no útero de uma mulher negra vai nascer uma criança branca". Não sei quanto a você, mas toda vez que vejo padres e pastores falando sobre um assunto que desconhecem tanto, como gravidez e aborto, a Rachel baixa em mim. 
O próximo palestrante (como tem homem pra falar sobre aborto!) foi Nazareno Vasconcelos, integrante do Movimento Brasil Movida do DF. Ele disse ser feminista, apenas não abortista. "Hoje temos até o direito ao planejamento familiar", ironizou ele. E reclamou que um ovo de crocodilo tem direito à vida, mas um embrião humano, não. Ele também mencionou as consequências negativas do aborto para a mulher. Se esses dados fossem divulgados, segundo ele, menos mulheres abortariam. 
Vasconcelos ao menos foi criativo numa parte, quando declarou que o Estatuto do Nascituro tem o nome errado. Deveria ser o "estatuto da mulher gestante". Porém, a fala paternalista e patriarcal que resumiu seu discurso (e que é representativa de tantos homens) foi: "Precisamos defender as nossas mulheres". "Precisamos" -– eles homens -– defender "nossas mulheres" (perceba o possessivo), que obviamente não conseguem se defender sozinhas, fracas que são. E defender de quem, se fundamentalistas cristãos querem mais é que a gente morra?
Senador Paulo Paim e o médico
O debate subiu imensamente de nível quando começou a falar Olímpio Barbosa Moraes Filho, vice-presidente da Comissão Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Ele disse que todos somos contra o aborto; logo, a questão é como resolver o problema, tratando-o como uma questão de saúde pública, ou criminalizando a mulher. 
E lembrou que o aborto é permitido em praticamente toda a Europa, inclusive na Itália, onde fica o Vaticano. "Será que há um conluio de todos os médicos do mundo, de todos os países desenvolvidos do mundo, para lidar com o aborto?", perguntou. Ele defende que o Brasil siga o exemplo dos países desenvolvidos que respeitam os direitos humanos e legalize o aborto. 
Como em resposta ao palestrante anterior, o médico afirmou: "O maior dano para a mulher é tirar dela o direito de decidir". Sendo bem tratada no hospital, segundo ele, ela sairá da condição de vulnerabilidade. E ele acabou com a argumentação de Vasconcelos. Disse que todos os dados apresentados pelo "pró-vida" sobre depressão após realizar um aborto eram verdadeiros -- só que apenas em casos de aborto clandestino. Quando o aborto é legalizado, isso muda de figura.
Moraes Filho também disse que é católico e trabalha com católicos e espíritas. Porém, como médico, tem o dever ético de acolher a mulher, dar informações, e respeitar seu direito previsto em lei. "Não podemos confundir nossa fé com atividade médica", declarou ele, ao falar da objeção de consciência. Ele deu o ótimo exemplo de um médico que é testemunha de Jeová -- poderia ele recusar-se a fazer uma transfusão de sangue num paciente em nome de sua religião?
Faço da cara dele a minha ao ouvir
alguns de seus colegas na mesa
O palestrante afirmou que todo mundo sabe onde fica uma clínica clandestina que faz aborto em Recife, mas ninguém cogita em fechá-la, porque é lá que as filhas e esposas dos deputados abortam. O médico de lá cobra 3 mil reais por aborto, segundo Moraes Filho. Se fosse uma clínica de pobre, ela seria fechada, e o médico, preso. 
Mas talvez sua melhor argumentação foi no final da audiência, quando ele decidiu falar a quem inventa que 80% da população é contra o aborto. Ele disse que, se perguntassem a ele, "Você é contra ou a favor do aborto?", ele responderia que é contra. Mas se perguntassem "Você é contra ou a favor do aborto se a mulher pode morrer se continuar com a gravidez?", ele diria que é a favor. "Você é contra ou a favor do aborto em caso de estupro?", ele responderia: a favor. E assim por diante. O médico foi brilhante.
Já a doutoranda e mestre em Direito Stela Barbas, de Portugal, veio ao Brasil para não falar nada que se aproveitasse, sinceramente. Ela declarou que sente-se em casa debatendo no Brasil e que ninguém duvida que um embrião é um ser humano. Questionou se, quando o pai é contra o aborto, "não tem o direito de ficar com o próprio filho?" 
Também fez umas afirmações muito estranhas, como "Todo ser humano tem direito à vida independente de sua raça. Não vamos abrir portas". Mais estranho ainda porque logo depois ela disse que nem todas as características são desejáveis, e mesmo assim todos devem poder nascer. 
Maria José Rosado Nunes, coordenadora geral do Católicas pelo Direito de Decidir e socióloga da USP, lembrou que a maioria das mulheres que abortam já são mães, e que o Estado é laico. "Não nos enganam discursos vindos do campo científico ou jurídico mas que não escondem seu caráter religioso", disse. Entre outras declarações, falou que o discurso moral das religiões não pode ser uma doutrina para toda a sociedade e que a própria consciência é que deve ditar as regras: "A ilegalidade do aborto é a defesa da morte" (seu discurso na íntegra pode ser lido aqui).
Certamente quem fez as afirmações mais estapafúrdias de toda a manhã (e olha que ela estava concorrendo com um padre!) foi Adelice Leite Godoy D'Ávila, integrante do Movimento Pró-Vida de Campinas, que inventou que nos EUA se pode fazer aborto até um dia antes do parto. Ela citou que, quando o aborto foi legalizado em Nova York, décadas atrás, havia filas quilométricas de carros em frente às clínicas
Sempre se superando, D'Avila disse que ativistas querem convencer as mulheres a abortarem, a acabar com a moralidade acerca do aborto. E aí ela falou de infanticídio que, segundo ela, seria o próximo passo. Mentiu que mesmo o aborto legal é crime, só não é punível. 
Pra finalizar, repetiu as besteiras do Padre Paulo Ricardo: "Somos um país soberano e não devemos nos submeter a uma elite globalista". 
Como disse alguém no Twitter, a fonte dela só pode ter sido... o Facebook. 
Quando o debate foi aberto para o público, Regiane Souza disse que é pobre, negra, foi estuprada por um traficante, e que teve sua filha fruto de um estupro. Afirmou que, se houvesse acompanhamento familiar, nenhuma mulher abortaria. Deputados e padres a aplaudiram de pé. Afinal, o que eles querem é proibir o aborto em todos os casos, inclusive nos de gravidez decorrente do estupro.
Paula Viana, enfermeira, parteira, feminista há 30 anos, disse que sentiu-se ofendida ao ser comparada a uma crocodila. Chamou as pessoas com argumentação tão pobre e que desvirtuam tanto o debate de "pró-morte", e destacou a importância das feministas: "Nós é que tiramos o véu desse tabu [do aborto]". Dirigiu-se a Regiane, dizendo que bom que ela pode escolher. "É isso que queremos: que as mulheres possam escolher. Por isso trabalhamos no pré-natal, pela humanização do parto". Apesar de contar com apenas três minutos, Viana fez um dos discursos mais contundentes da manhã.
Outra ativista, Angela Freitas, disse: "Defendo até a morte, se for preciso, que uma mulher que não deseje fazer aborto não o faça, mesmo em caso de estupro. Mas também defendo que ela tenha o direito à escolha". Apontou como os "pró-vida", através dos programas religiosos num Estado laico, fazem propaganda anti-aborto o tempo todo, com muito dinheiro à disposição. E depois falam de grupos feministas que recebem dinheiro, de teorias da conspiração... Mas quem tem monte de grana para investir e toda a mídia para comprar são eles, não nós.
Um deputado desses reaças disse que qualquer tentativa de legalizar o aborto é um golpe de Estado. É, ele realmente disse isso. E, para completar, uma professora da UFC, só pra me matar de vergonha, anunciou para logo mais a anual marcha contra o aborto na Praia de Iracema, Fortaleza. Não dá pra perder, porque a cidade sempre fica coberta de outdoors anunciando a marcha (quem será que financia? Ou o dinheiro cai do céu?).  
Enfim. Hoje é dia da luta pela legalização e descriminalização do aborto na América Latina e no Caribe. Enquanto a maior parte do mundo permite o aborto há décadas, aqui ele ainda é proibido, e os fundamentalistas cristãos trabalham para proibi-lo em todos os casos. 
Eu e tantas outras feministas batalhamos para legalizá-lo, para que mulheres parem de morrer ao terem que se submeter a abortos clandestinos e inseguros. 
Não sei quem nem quando alguém respondeu a esta pergunta, mas assino embaixo:

93 comentários:

Anônimo disse...

Lola. Precisa ser religioso pra ser contra o aborto? Eu não sou religioso e sou contra o aborto, contra o adulterio, contra a impunidade, contra qualquer tipo de imoralidade, contra drogas e bebedeiras.

Anônimo disse...

A presidenta Dilma era a favor da escolha de poder abortar, mas mudou de ideia "depois que a neta dela nasceu" (?), se a Câmara aprovar alguma lei dificultando ou proibindo o aborto, é provável que ela sancione.

Obrigado, Lola, por ajudar a reeleger essa mulher. Se o Aécio tivesse ganhado, talvez também aprovaria tal medida, mas isso seria muito menos danoso para a opinião pública que uma mulher, que é mãe e avó, falar uma coisa dessas.

Anônimo disse...

Pensam que a moralidade cristã não existiria sem religião?? Desde muito antes de Cristo, na mesopotamia já existia esta mesma concepção cristã de moralidade, contra adulterio, prostituição, roubo, etc.

Anônimo disse...

Aécio? Você acha que o representante dos reaçinhas iria contra seus monstrinhos?

Anônimo disse...

Anônimo das 12:34

Não foi dito que ele não ia aprovar a lei, pelo contrário, se disse que sim iria "mas isso seria muito menos danoso para a opinião pública que uma mulher, que é mãe e avó, falar uma coisa dessas."

Anônimo disse...

Reacinha* haha

E... ele continua sendo o representante-mor dos coxinhas

Anônimo disse...

Palavras da nossa presidenta:

"Seria muito estranho quando há uma manifestação de vida no seio da minha família, porque meu neto acabou de nascer, eu defender uma posição a favor do aborto. Sou contra o aborto, porque o aborto é uma violência contra a mulher."

Anônimo disse...

Justamente por ele ser representante dos coxinhas, que a posição dele tem pouco impacto moral. Um homem ser contra o aborto é uma coisa.

Agora, a posição dela, que é mulher e mãe tem uma mensagem mais forte; afinal o que as igrejas falam é que as feministas são malvadas que não sabem o que é ser mãe. Entendeu, ou será preciso que eu desenhe?

Rafael disse...

Quem defende o Aécio não é mineiro, ou sequer conhece MG. Se for mineiro é vítima da imprensa chapa branca desse estado.

Com relação ao aborto, esses relatos da Lola mostram o amadorismo com que a questão é tratada no país, francamente, chamar um padre que acredita em teorias da conspiração, para gastar o tempo dos deputados, é um desrespeito até mesmo com nosso dinheiro. Não é possível que não havia ninguem mais qualificado para defender as posições dos pró- vida.

Julia disse...

"Precisamos defender as nossas mulheres."

Defender de quem? De vocês mesmos, né?

Macho calado é um poeta.

Juba disse...

Rafael Cherem, concordo. Mas quem faz mais "sucesso" são eles, assim como na questão do parto humanizado nem sempre a pessoa mais ouvida é a mas qualificada. Nem toda militância é bem fundamentada.

Anônimo disse...

É,Lola, a América Latina recebe quase sempre a pior influência possível dos EUA.Todo tipo de lixo cultural e ideológico é recebido de braços abertos no Brasil. Se os crentes burros daqui são umas piadas, os crentes americanos são piores.

Temos de torcer para que a China seja o país mais rico do mndo em 2030, assim vamos ver a influência de uma país ateu, que permite o aborto e adota a política do filho único.

Só assim para ter alguma esperança, pois um mundo influenciado por crentes americanos é de lascar.

Força, parabéns pelo bom trabalho, a luta deve continuar sempre.

Anônimo disse...

E antes que me xinguem, sou a favor de aborto legal no caso de estupro.

Anônimo disse...

Júlia, se os machos heteros são um risco para a saúde da mulher, é preciso ter coerência pois algumas lésbicas também agridem, assediam e estupram.

Anônimo disse...

O que eu entendi é que tem um anon #chateado até hoje que o Aécio perdeu e post sim post não vem aqui encher o saco e culpar a Lola pela derrota.

O assunto aqui é a descriminalização do aborto. Vai desvirtuar o assunto lá na casa do chapéu.

Anônimo disse...

Assumir as consequências: escolher fazer um aborto e assumir as consequências dele também está incluído em assumir as consequências.

Muita gente contra a descriminalização fala que depois que abortam as mulheres se arrependem e ficam depressivas, blábláblá historianha pra boi dormir.

Ué, vocês não querem que as mulheres assumam as consequências do que fazem? Se a mulher se arrepender e ficar deprimida estará assumindo as consequências das suas escolhas mas a mulher precisa ter a escolha pra começo de conversa.

Resumindo, não cola esse papinho. Tentem outra coisa.

Anônimo disse...

Sou mulher, não sou feminista, mas sou de esquerda, e sou contra o aborto.

Precisam parar com essa historia de demonizar quem é contra a achar que são só religiosos fanáticos.

Anônimo disse...

A igreja respeita muito as mães por isso a representação máxima de mãe dela é uma mãe virgem, porque uma mulher que engravida trepando é que não seria, né?

A maioria das santas da igreja morreram virgens ou defendendo a virgindade de um estupro, sempre uma história assim..

Anônimo disse...

"Sou mulher, não sou feminista, mas sou de esquerda, e sou contra o aborto."


De esquerda, não feminista e contra a descriminalização?

Nunca vi essa espécie de idiota antes.. espero que não existam muitos outros exemplares além de vc..

Anônimo disse...

"E antes que me xinguem, sou a favor de aborto legal no caso de estupro."


Quanta generosidade....

Anônimo disse...

Homens deveriam recolher-se a sua insignificância e fechar permanentemente a matraca quando se trata dos direitos reprodutivos das mulheres.

Sem mais...

Jane Doe

Julia disse...

13:13, ah é?

Esse é o seu argumento?
Fiquei com vergonha alheia por você.

Anônimo disse...

Os discursos contra a legalização do aborto são um festival de hipocrisia, ignorância, fanatismo, ganância e moralismo safado. A digníssima é a favor de que pessoas com malformações sérias nasçam, desde que ela não tenha que cuidar de nenhuma nem tenha que abrir mão do caixa 2 pra que o sistema de saúde se adeque às necessidades dessas pessoas.

A igreja em geral é contra o aborto até o padre engravidar a beata; já existe até um livro sobre o caso, no Vaticano existem dezenas de crianças nascidas dos casos de padres com as fiéis da sua paróquia, e o livro foi escrito por um desses filhos de padre. O autor conta que um representante da igreja chega na casa da grávida e ou dá o dinheiro pra mulher abortar ou manda entregar a criança pra adoção.

Ótima essa fala sobre a clínica onde abortam as mulheres ricas, as esposas e filhas dos deputados ser protegida e cobrar os olhos da cara por um aborto enquanto as clínicas acessíveis às pobres são fechadas. Se isso não diz que esses canalhas estão se lixando pro feto e querem mais é que as mulheres morram, não sei o que mais diria.

Quanto à analista de facebook, umas aulinhas de embriologia não fariam mal hein? Se bem que nada garante que ela tenha massa cinzenta ao invés de massa marrom dentro do crânio...

E não esqueçamos que depois que os fetos nascem e viram bebês todos estão se lixando pra eles. Que morram de fome na rua, que sofram todo tipo de exploração, abuso, violência (inclusive sexual),que não tenham educação, amor, cuidado ou estrutura. Se depois de nascer virar bandido e só matar e pronto. Na boa, esses infelizes são os assassinos mais desprezíveis que já pisaram na face da Terra. Até um H.H. Holmes ou um Jeffrey Dhamer da vida é mais digno do que eles, pelo menos fizeram o trabalho sujo pessoalmente enquanto esses monstros do Congresso usam leis pra matar e fingem que estão com as mãos limpas.

Anônimo disse...

Anon das 12:21 qual é a sua idade? 80, 85 ou 90 anos?

E se não for, quem você acha que está enganando?

Anônimo disse...

Nada a ver com a discussao central,
e nem quero com esse exemplo me posicionar contra ou a favor, mas algumas coisas realmente me chocam...

Ha um tempo atras, conheci uma familia estrangeira, que tiveram a criança em país estrangeiro onde o aborto era permitido,
eles eram ótimos pais e a criança parecia muita amada e feliz. ótimos pais mesmo, acima da média, do tipo que nao batiam, que tinham toda a paciência do mundo pra explicar as coisas pra criança, que passavam tempo de qualidade com a criança,e etc. Bom, para mim, que ainda nao era mae, eram exemplos.
Até que um dia, justamente numa conversa sobre o aborto,
um deles contou, com a maior naturalidade que a criança deles tinha sido muito planejada e desejada, mas que seria abortada (dentro do prazo permitido) se tivesse algum "problema de saúde". E pasme, ao falar sobre o "problema de saúde", falou sobre doenças e sindromes bastante compativeis com a vida, que eu nem sei se seriam classificadas como "problema de saúde" (pq eu nao classificaria como problema de saúde).
Daí, sempre que eu me lembrava daquela criança amada e feliz, eu pensava, que ela só foi desejada e amada pq, aos olhos deles, era perfeita. Achei tão cruel...

Eu entendo que algumas pessoas nao tenham condições de criar uma criança...e entendo que, em algum momento, as pessoas possam nao ter condições de criar uma criança...

Mas desejar um filho mas desde que ele venha nos conformes do que a pessoa quer ? que mundo é esse ?


Anônimo disse...

É engraçado ver como vocês são anti homem, são contra seres humanos só por seu gênero e não pelas ideologias que pregam.

Como podemos ler no texto postado pela lola, 2 homens falaram inicialmente, o padre babaca e o médico que se dizia a favor do aborto, mas ai ao invés de atacarem o ponto que faz com que esse padre seja babaca (a religião), preferem atacar a condição de homem dele. Nota-se claramente que o que influencia na babaquice desses caras não é seu gênero, tanto que um é a favor e outro contra, mas sim suas ideologias.

Vocês ai que falaram essa asneira sexista, procurem um psiquiatra, gatas. Seu trauma com o papai bêbado ou o namorado abusivo ou o coleguinha de classe que nunca correspondeu ás suas investidas nada tem a ver com o resto dos homens. Vocês tão se igualando aos mascus, usando experiências pessoais como combustível para ser sexista. Não preciso nem que se deem ao trabalho de responder, suas respostas são sempre as mesmas respostinhas pedantes e hipócritas, já posso adivinhar o que vão falar. Mas fica ai a reflexão, beijos de luz <3

Pri Leone

Anônimo disse...

Rafael, quem está defendendo o Aécio?

O que foi dito é que a Dilma, por ser mulher e mãe, falar que é contra o aborto depois que seu neto nasceu é mais prejudicial pra causa que um homem falar que é contra.

Anônimo disse...

(Viviane)
Hahahahahahahahahahahahahahahaha
Sua fonte (Facebook ou WhatsApp?) é tão confiável que diz que Dilma tem "uma neta", quando todo mundo sabe que ela tem um netO.
Próximo!

Anônimo disse...

Tá bom se a mulher tiver o filho e abandonar igual o homem faz aí eu quero ver, eu quero quando o homem vai carregar a culpa, pular fora é fácil, e pagar uma mixaria de pensao. Agora acordar na madruga pra acudir filho chorando aí eu quero ver homem que vai estar disposto a fazer isso.

Anônimo disse...

Rafael, eu sou de MG e se me perguntassem sobre o governo de Aécio, diria para perguntarem pra um carioca. Afinal, ele passou mais tempo em RJ que em Minas durante o mandato.

Anon 13:32, de fato. Vide santa Maria Goretti ou a beata brasileira Albertina Berkenbrock.

No mais peço sinceramente as feministas contra o aborto mas não por motivos religiosos falem sobre esse posicionamento... Porque até hoje todos os argumentos anti-aborto que vi tinham um fundo religioso (falo sem cinismo, realmente gostria de ver)

aiaiai disse...

colocaram uma fala da Dilma de 2010, fora do contexto, p afirmar q se a lei passar no congresso ela vai ser favorável. MENTIRA.

Ela disse que pessoalmente é contra o aborto, mas que iria tratar a questão, se fosse eleita, como presidente e como uma questão de saúde pública.

Aqui um texto sobre o que ela falou http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-diz-ser-pessoalmente-contra-o-aborto-mas-que-lidara-com-questao-como-presidente,622011

Zero disse...

"padre: não trepa, não vive e não tem filhos, mas fala como é o correto de sexo, vida social e criação de filhos".

não sei quem é o autor, mas é uma das melhores definições que já vi.

quem falou sobre a "perseguição" a religião. ninguém tá perseguindo nada, tudo pode coexistir, o problema são religiosos querendo reger o mundo de acordo com seus gostos, ignorando todo o resto.

padre sequer pode ter filho, porque que vão lá perguntar pro padre o que ele acha, dane-se, deixa ele quieto lá na dele. mas a culpa não é do cara que vai lá chamar o padre, e sim do povo que exige "moral cristã" na politica.

a culpa é do povo, se não fosse esse povo burro e atrasado, a politica jamais iria pedir "aval" de padre / bispo pra nada.

e "moralidade" só pode existir se for de fato moral, e não uma hipocrisia total.

religioso ou não, esses que adoram gritar que são morais, a maioria faz tudo que critica, só que escondido, a fachada sempre tá "limpa".

Anônimo disse...

Deveriam apagar esses comentários repetitivos de homens ricos úteis e mulheres bonitas objetos. Isso é um discurso mascu tão batido que to cansada de ler, e não tem absolutamente nada ha ver com o post sobre aborto, mas o mascu quis enfiar a qualquer custo.
Sério Lola, é desagradável e não acrescenta nada.

Odara disse...

Eu também só sou a favor do aborto em caso de extrema necessidade como quando uma mulher está grávida e não quer!
Adorei a definição e adotei imediatamente!

Anônimo disse...

Anon das 14:09 sabe essa história de que se a criança nascer com alguma síndrome ou condição isso vai ser uma lição de vida, a mãe vai ficar mais forte, o pai vai se esforçar e ser compreensivo, o relacionamento vai ficar melhor, os irmãos amadurecerão no convívio com o irmãozinho especial, a família perderá os preconceitos e cada progresso do filho por menor que seja vai compensar todas as angústias, noites sem dormir, discriminações e falta de apoio do resto da família (inclusive do pai), um sorriso da criança vai fazer tudo valer à pena?

Bom, é mentira.

Cuidar de crianças portadoras de necessidades especiais é dureza. É difícil, emocional, financeiro e socialmente. Em geral a mãe cuida sozinha, passa semanas no hospital, mal tem tempo de tomar um banho, não sai de casa a menos que possa contratar alguém que saiba cuidar ou tenha um parente com a capacidade e a boa vontade de cuidar da criança. O pai se lixa, paga as contas de casa e passa dois minutos olhando o filho pra mulher comer depois vai embora. As escolas não tem estrutura, as creches também não, os hospitais com estrutura são de acesso mais difícil. Sem contar o preconceito e a exclusão que a criança vai sofrer da sociedade, inclusive da própria família. E o linchamento moral será quatro ou cinco vezes maior se ela disser que não aguenta mais ou se o filho ficar doente do que o linchamento de uma mãe com um filho sem necessidades especiais.

Além do quê nem todo mundo consegue ser um cuidador, assim como nem todo mundo consegue ser médico, bombeiro, piloto de avião ou legista. Ser cuidador é uma vocação, e não algo "da natureza da mulher", como querem que as pessoas acreditem. Ninguém se torna automaticamente um cuidador vocacionado porque teve um filho. E se a condição da criança exigir acompanhamento médico constante, remédio e tratamentos caros, ou suporte de vida fixo e a mulher for pobre? Se estiver sozinha pra cuidar da criança e ganhar o sustento? Se uma pessoa sabe que não tem condições, seja emocional, financeira ou mesmo familiar pra cuidar de uma criança com necessidades especiais então é melhor abortar mesmo.

Não estou com isso dizendo que todos os portadores de necessidades especiais devem ser abortados; digo que tem pessoas que não se sentem preparadas ou sabem que não tem condições de cuidar de um filho especial e elas não devem ser obrigadas a cuidar deles, porque isso só torna todos infelizes. Essa história de que "mão pode tudo" é falsa e estúpida e só causa problemas e infelicidade pra todos. Tem muito pai e mãe por ai feliz cuidando do filho especial? Tem. Tem pessoas que sabem que seu filho será portador de necessidades especiais e mesmo assim querem ter? Tem. Mas tem também gente que teria feito melhor não permitindo que os filhos especiais nascessem. Se a pessoa quer ter filho especial, que tenha; e se não quer, que não tenha e pronto.

Sei que provavelmente me jogarão algumas pedras, e dirão que o amor de mãe supera tudo... só posso sugerir que se voluntarie um dia pra cuidar de uma dessas crianças, um diazinho só que seja, pra que a mãe possa descansar. Então voltamos a conversar.

Anônimo disse...

''Vocês ai que falaram essa asneira sexista, procurem um psiquiatra, gatas. Seu trauma com o papai bêbado ou o namorado abusivo ou o coleguinha de classe que nunca correspondeu ás suas investidas nada tem a ver com o resto dos homens.''

Com esse grau de empatia por mulheres que sofreram com pais e namorados abusivos, esse cara vem aqui falar de sexismo?

Zero disse...

vou ser ainda mais simples, irônico, porém simples.

conservadores, só quem aborta é imoral certo ? logo, um fruto de um casal imoral, será um feto imoral, certo ? com genes imorais ?

então, porque se importar ?

já que as esposas tradicionais das famílias estatucionais não abortarão seus filhos tradicionais ?

ou a ideia é adotar o filho do casal abortista imoral e cria-lo num lar tradicional ? aí até faz sentido, do contrario é só birra e falta do fazer.

Anônimo disse...

16:49
Concordo com você... Não entendo porque aquele anon ficou impressionado pela fala dos pais, eles não são ótimos pais pra essa criança? Parece motivo pra arrumar defeito onde não tem.
Se eles fossem realmente superficiais e só amassem a criança por ser ''perfeita''(e isso é subjetivo, a criança ter saúde não significa que ela seja um anjo) duvido que iriam conseguir ser bons pais.
E eles fizeram bem, se eles estão conseguindo ser bons pais pra uma criança com saúde, isso já é mais do que a maioria que não conseguem ser nem pra filhos saudáveis e muito menos seriam pra filhos especiais.

Anônimo disse...

Apoiado mil por cento!
Eu trabalho na área de saúde e vejo o sofrimento dessas mulheres cuidadoras! Isso é que é imoral, deixar de existir para cuidar de uma criança com necessidades especiais que muitas vezes nem reconhece a mãe. ...

Anônimo disse...

Quando comecei a ler sobre feminismo e mesmo depois de me assumir uma feminista, eu ainda era contra o aborto(mas a favor em casos de estupro, perigo pra mulher, etc). Agora lendo mais sobre o assunto, refletindo, fui naturalmente abrindo a minha mente e concluo que sim, abro a boca pra dizer, sou a favor da legalização.
Não é nem questão de dizer se eu faria ou não, nunca estive grávida(e tenho horror a ideia de estar tão já), porque acredito que isso só estando na pele da mulher pra entender o que ela sente.
Então vocês, homens e mulheres contra o aborto, se vocês nunca fariam, por que precisam alinhar todos no seu pensamento?
Essas histórias de mãe que criou 5 filhos, outra que foi estuprada e não abortou, são histórias de vidas pessoais, que mesmo tendo tomado outros rumos, também poderiam ter acabado bem. Por que todos tem que passar pelo mesmo? Ninguém tem a mesma cabeça, sentimentos, por que teriam as mesmas escolhas e consequências?
Se essas mulheres conseguiram, ótimo, mas isso não desqualifica, nunca, outra mulher que não conseguiu e escolheu abortar.

Mila disse...

Vou praticamente repetir meu comentário anterior. Não deixam discutir o aborto, não se fala em argumentosque não sejam pautados na religião ou convicções pessoais; "os pró vida" não argumentam com pesquisas, estudos. É a falácia do bonequinho, do "fez, agora cria", do "contra a Lei de Deus". Este é o problema. A questão do aborto não é esclarecida pq se sustenta no tabu criado pelas religiões conservadoras, especialmente no cristianismo de que este é um assunto que se deve ser varrido para baixo do tapete.
Mas isso é discurso. Pq o perfil mais comum da mulher que aborta é cristã de classe média. E sim, ricas também abortam. Provavelmente não por questões financeiras, mas abortam por outros motivos. Só que elas fazem o procedimento com segurança, em clínicas caras ou fora do país.

Anônimo disse...

A maioria desses ditos "pró vida " é contra o aborto mas é a favor da pena de morte! Uma gente que inventa vida num grão de feijão mas tá pouco se lixando pro marginal, pobre e negro... Um absurdo!

Fernanda disse...

Esses parlamentares adoram falar de temas polêmicos em que usam uma suposta luta do bem contra o mal. Assim iludem as pessoas e fingem que fazem alguma coisa, agradam as camadas conservadoras e encobrem aquilo que realmente importa. Foi assim com a redução da maioridade penal

Zero disse...

anônimo 17:25

soa meio que irônico seu comentário, mas enfim.

mas não se deve misturar as coisas, são assuntos totalmente distintos sem nenhuma correlação, esse é outro mal do Brasil, não há foco, sempre se "debate" várias coisas misturadas, e termina sem conclusão.

os "argumentos" pró-vida são inexistentes, o próprio pró-vida não faz nenhum sentido lógico, a imagem que fica é como se os "abortistas" quisessem "matar" os filhos alheios, e não legalizar um direito a mulher.

Zero disse...

sobre o site fake com o nome da Lola, aparentemente foi criado hoje e já tem 3 posts.

é incrível o tempo que esses caras tem.

a maneira de escrever "imita" a da Lola, mas os "tópicos" são sempre iguais e previsíveis, clichê puro.

de praxe, Lula e Dilma mencionados, como amigos pessoais da Lola.

Anônimo disse...

Mais um plano do cebolinha? O mascu deve ter passado a madrugada bolando esse plano, aí de manhã foi dormir com dor nas costas e pensando como ele não tem nada melhor pra fazer com seu tempo, que vida triste, rs.

Anônimo disse...

Chama a Heloisa Helena, Lola...

Anônimo disse...

Antigamente era foto fake, depois veio o twitter fake, agora site fake, mas trabalhar que é bom ninguém quer né? Incrível o nível de vagabundagem dessas pessoas.

Anônimo disse...


lola sou sua fã sei que debates são necessários mas atualmente no Brasil nada de caráter progressista vai para frente estamos sendo tomados por uma onda conservadora, que eu temo até em perder meus direitos civis.
Temos que nos concentrar nas eleições do ano que vem

Dai disse...

Excelente post, Lola! Essa imagem do padre com seu coleguinha de moral deveria circular. Você sintetizou brilhantemente as mesas. Beijos!

Sara disse...

os "argumentos" pró-vida são inexistentes,


Os de vocês são ótimos. ...

Ah, eu quero...
A coisa toda fecundou, outro ser humano está se formando, mas n tem vida nenhuma ali...
É grão de feijão, bactéria, parasita... qualquer coisa menos ser humano.
Todo mundo contra aborto é religioso...
Todo mundo contra aborto é a favor da pena de morte...
É direito da mulher acabar com o próprio filho e eu sim sou pró - vida...
A vida de cada um pertence a si, menos a do meu filho, aí posso abortar...
Ninguém liga para quem já nasceu, para crianças ... ( pura verdade, só q não )
Todo mundo é contra até engravidar, porque apesar de todo mundo abortar, pessoas continuam nascendo.
O argumento de que "eu n faço mas se outros fizerem dane-se" só vale para aborto, se for com outros crimes, de repente vira absurdo.
Essa é cômica : ninguém se fere no aborto seguro, ninguém! Kkkkkkk
Se n sente dor n tem problema matar, então, se a gente dopar alguém q já nasceu antes de matar, n deve ter problema pq n vão sentir nada.

Baboseiras sem fim.

Anônimo disse...

Acho que uma das formas de melhorar o debate é vocês pararem com esse cliché (falso) de que quem é contra a legalização do aborto são homens, religiosos e fanáticos. NÂO É VERDADE. No próprio post a lola cita comentários de várias mulheres muito mais escrotos que dos homens. Mas vocês insistem nisso em vez de lutar contra os argumentos idiotas utilizados por homens e mulheres, religiosos ou não.
E, também, o fato de uma pessoa ser religiosa (qualquer religião) não a torna menos cidadã e com direito a ter suas opiniões conservadoras ou progressistas.
O direito ao aborto deve ser garantido a todas as mulheres. Há várias formas de defender esse ponto de vista sem desqualificar quem discorda.
wagner

Anônimo disse...

Qual sua opinião sobre o aborto em caso de risco de morte da gestante, aquele caso em não outra saída aa não ser o aborto terapêutico, senão com o desenvolvimento da gravidez os dois morrerão, responde essa ai?
Responda também sobre a abertura de processo criminal no caso de aborto espontâneo, casos que sempre ocorrerão de forma natural, mas que os fundamentalistas vão dizer que as mulheres são culpadas até que se prove o contrário.

Zero disse...

Sara,

fui eu que falei que não inexistentes. teu contra-argumento é dizer "vocês". fale do que EU falei.

me prove o contrario, me diga qual o sentido de querer ditar a vida alheia ? legalizar o aborto não é "obrigar" aborto, e vocês fingem não entender isso.

o que muda na tua vida alguém abortar ou não ? ou ter direito a isso ? ninguém vai te obrigar a abortar.

então qual é o grande argumento de vocês ? (sem meter clichês no meio)

não vou dizer que tu és religiosa, e nem que todos contra a legalização do aborto são, mas é inegável que essas pessoas usam e se apoiam no poder de políticos religiosos / conservadores.

Wagner,

ninguém está desqualificando opinião, e sim criticando o poder absurdo e ditatório que essa opinião tem.

imagine a gritaria que teria se houvesse uma bancada ateia no congresso criando leis e estatutos negando direitos civis a religiosos, por exemplo. o que tu acha ?

Zero disse...

tu fala isso o dia inteiro, se tivesse mesmo alguma mulher te dando "indireta = oi" tu não estaria o tempo todo.

é muito patético, "ameaçar" com rejeição a terceiros, que provavelmente (99%) não te querem de qualquer jeito.

Carol Pirlo disse...

Tb fico de cara com isso anon das 19:55. Faz tempo q tô querendo fazer um blog sobre games e feminismo mas cadê q a faculdade e a extensão deixam? Agora esses lixos ficam o dia todo fazendo merda na internet, ctz q não trabalham. Devem ser sustentados pelos pais e depois as vagabundas somos nós.

Anônimo disse...

Podem acreditar no que quiserem. O grande problema está em interferir na liberdade alheia, de gente q não acredita nas coisas de vcs. Tem gente q acredita em Goku, isso dá o direito a elas de obrigar td mundo a fazer a genki dama uma vez por dia?

Anônimo disse...

Sara, minha flor de dedaleira, sem o cérebro e o sistema nervoso (que são a fonte da consciência e dos sentimentos) formados, um embrião humano não é muito diferente de uma semente de feijão ou uma bactéria. Aliás, o sistema de reprodução vivíparo é tão parecido com o parasitismo que o organismo da mulher precisa fazer um monte de malabarismos celulares pra proteger o embrião, do contrário o sistema imunológico vai atacar o embrião como se fosse um parasita e eliminá-lo do organismo da mulher. O problema de voês "pró-vidas" é que VOCÊS NÃO LIGAM PRA VIDA. Nunca ligaram. Só querem punir as mulheres por fazer sexo. Deixa eu colar aqui um comentário que eu fiz pra Tatytroll em outro post:

Quanto a ser a favor da vida, bom, vocês já provaram que não são. Querem manter o aborto ilegal pra que mulheres morram e não raro deixem seus filhos órfãos; querem que as crianças indesejadas nasçam pra sofrerem maus tratos, abusos, explorações, crescer sem a menor estrutura, amor ou educação (e se virar bandido, vocês querem pena de morte); querem ver crianças abandonadas em abrigos sem nunca arranjar uma família, onde não raro sofrem todo tipo de violência, inclusive sexual. Se coração dói quando tiram um punhado de células do útero de uma mulher, mas não quuando vê essas crianças já nascidas, que sentem dor, medo, frio, fome e falta de amor e cuidado sofrendo um inferno? Que falta de empatia com seres humanos que SENTEM é essa, Tatytroll? Você diz que a dor não importa porque nunca olhou nos olhos de uma criança dessas, nunca a viu nos olhos de alguém que sofre todo tipo de horror porque uns assassinos tarados pela vagina alheia não permitiram que a mãe o abortasse pra puni-la por fazer sexo

Agora são você a Tatytroll defendendo a morte de mulheres e mandando crianças indesejadas que sofrem tomarem no c* porque você acha que mulher não pode fazer sexo. E aí vocês realmente esperam que a gente acredite que vocês são a favor da vida. Não dá nem pra rir pra não chorar, porque enquanto vocês fazem seu teatrinho as mulheres estão morrendo e as crianças sofrendo.

Você quer mais um argumento? Que tal: maternidade não é fácil, não é bolinho, não é mamão com açúcar. Maternidade é talvez a função mais difícil de se exercer do mundo inteiro, e por isso tem que ser uma decisão séria e consciente; se uma mulher não quer ou não tem condições de ser mãe, só o que você vai conseguir obrigando essa mulher a ser mãe é que ela e a criança sejam infelizes e sofram. Leia o guest post "Melhor Abortar" e os comentários dele aqui no blog pra ver o que exatamente vocês "Pró-vida-porra-nenhuma" conseguem com esse pensamento moralista e imbecil.

Zero disse...

Sara,

não é "ninguém se fere". mas a probabilidade é bem reduzida. aborto, assim como qualquer outro procedimento médico, é incomparável se legalizado ou feito clandestinamente, negar isso é muita ingenuidade, pessimismo ou desconhecimento.

suponhamos que operações oculares fossem proibidas e alguns fizessem clandestinamente ? qual a probabilidade de se ter varias pessoas cegas ou até mortas ? não seria muito maior do que atualmente, legalizado ?

Anônimo disse...



Zero:
"ninguém está desqualificando opinião, e sim criticando o poder absurdo e ditatório que essa opinião tem.

imagine a gritaria que teria se houvesse uma bancada ateia no congresso criando leis e estatutos negando direitos civis a religiosos, por exemplo. o que tu acha ?"

Claro que estão desqualificando (não a opinião, mas os donos da opinião) quando se referem a eles como fanáticos, idiotas, reaças, etc. Isso não é argumentação.

Sou totalmente a favor do aborto em qualquer circunstância e também acho que o nosso congresso é um dos mais conservadores e caretas que tenho notícia, mas não dá pra esquecer que eles estão lá legitimamente, foram todos eleitos. O poder que eles tem não é absurdo nem ditatório, mas democrático e legítimo.
Pior pra nós se eles conseguirem passar algumas das leis que estão fazendo, mas assim como quem não gosta da Dilma terá que aturá-la até o fim do mandato, só teremos uma alternativa: cumprir a lei enquanto não tivermos força para alterá-la de forma legítima. O resto é chororô.

No mais, gritarias, protestos e pressão por leis que defendam interesses são partes integrantes e vivas da democracia.

wagner



Anônimo disse...

Na boa que concordo com o Wagner. Tem como ser a favor da legalização sem atacar o outro lado - que como foi dito, não é formado apenas por homens fanáticos religiosos.

Sara,
A coisa toda fecundou, outro ser humano está se formando, mas n tem vida nenhuma ali... É grão de feijão, bactéria, parasita... qualquer coisa menos ser humano.
De fato, essa deveria ser a única questão do aborto. Embrião pode ser considerado ser humano com direitos? Pra mim, sem o sistema nervoso formado, não. "Ah, mas se deixar desenvolver, vai formar o sistema..." Por isso que defendo legalização do aborto em qualquer caso ANTES dessa etapa. Porque acho hipócrita defender criminalização do aborto e não ser contra anticoncepcional (qualquer anticoncepcional, não só a pílula do dia seguinte). Afinal, usando anticoncepcionais, você DA MESMA FORMA está colocando em zero as chances de desenvolvimento de uma vida que "se deixasse naturalmente" poderia se formar.

Todo mundo contra aborto é religioso...
Todo mundo contra aborto é a favor da pena de morte...

Há bastante gente que se encaixa nesse perfil, mas ultimamente concordo que a generalização tá pesada.

É direito da mulher acabar com o próprio filho e eu sim sou pró - vida...
A vida de cada um pertence a si, menos a do meu filho, aí posso abortar...

Suponho que eu já tenha respondido no primeiro item. Uma mulher é cidadã de direito; um embrião não o deveria ser.

Ninguém liga para quem já nasceu, para crianças ... ( pura verdade, só q não )
É mais generalização? É. Mas de fato, historicamente quem se preocupa com direitos das crianças (nascidas, que fique claro) é quem tem tendência à esquerda. Pode não ser a regra.

Todo mundo é contra até engravidar, porque apesar de todo mundo abortar, pessoas continuam nascendo.
Todo mundo é contra até engravidar sem condições (financeiras ou psicológicas). Muitas mulheres que engravidam acabam desejando ter a criança. Por isso pessoas continuam nascendo.

O argumento de que "eu n faço mas se outros fizerem dane-se" só vale para aborto, se for com outros crimes, de repente vira absurdo.
Obviamente, porque em outros "crimes" atenta-se contra a vida, propriedade ou liberdade de pessoas vivas

Essa é cômica : ninguém se fere no aborto seguro, ninguém! Kkkkkkk
Certamente há menos riscos que em um aborto clandestino.

Se n sente dor n tem problema matar, então, se a gente dopar alguém q já nasceu antes de matar, n deve ter problema pq n vão sentir nada.
Essa é clássica. Somos a favor da legalização pelo fato de o embrião não ter sistema nervoso, que é o que caracteriza qualquer animal como ser vivo. Como consequência disso, ele não sente dor. Mas não somos a favor da legalização porque o embrião não sente dor. Entendeu a confusão? Todo corpo que não tem sistema nervoso não sente dor, mas nem todo mundo que não sente dor deixa de ter sistema nervoso.

Anônimo disse...

Eu sou contra o aborto pra mim, em qualquer circunstância,
mas me abstenho de opinar por me sentir dividida em alguns aspectos.

No entanto, alguns argumentos, de ambos os lados, nao me descem de jeito nenhum,
um deles eu ouço com uma certa frequencia:
"mas se a mãe nao tem condições psicologicas de criar a criança, voce quer que a criança venha nascer num lar sem amor ?"

Eu me abstenho de opinar pois o assunto me divide. Mas para as pessoas que usam esse argumento...eu gostaria de perguntar: voces tambem se importam com as crianças que estao sendo geradas por maes que nao tem condições psicologicas de criar mas que também insistem em ter a criança ?

Veja bem. Eu entendo (independente de concordar ou nao), quando se fala " a mae nao quer ter a criança". Ok. Acho um argumento válido (concordando ou nao com o aborto).

Mas sabemos que existem crianças crescendo em lares sem amor, e as vezes vezes a mae grávida novamente e com desejo de ter a criança. E aí ? essa criança pode vir ao mundo porque a mae assim o deseja ? entao, nao se está preocupado com o futuro da criança, e sim com a vontade da mae ?

E outra pergunta, existe algum dado do numero de crianças vítimas de maltrato pelo genitores cuja mãe tenha afirmado que nao queria ter a criança mas que nao teve outra opção ?

Anônimo disse...

Hipocrisia é ser a favor apenas no caso de estrupo Alou gente é matar uma criança do mesmo/jeito segundo vcs

Anônimo disse...

Concordo com o último anônimo das 00:57

ou é a favor em todos os casos,
ou contra todos os casos,

ou me mostre algum outro argumento...
porque a pessoa vem falar que é pró vida, mas que concorda com o aborto em alguns casos.
Quer dizer, é pró-vida, mas nesses alguns casos a vida tem menos valor ?

Sara disse...

Zero

Eu sei que n vão obrigar. Se fulano for morto ali na esquina, na minha vida n muda em nada e isso n deixa ser crime, uma pessoa n deixou de ser assassinada... Se uma criança é abusada tb n muda a minha vida e nem por isso tem que ser tratado com descaso.
N é só vc que vem com esses argumentos, é no geral mesmo e outra que falaram aí, insistem que é só homem que é contra, baita mentira.


21:40

Mais clichês, tudo que vc disse é que o nos empurram sempre, que estamos cheios de ódio e mimimi mulher n pode transar... To nem aí se vc quer transar.
N passo o dia torcendo para alguma mulher morrer, só que se a mulher adulta resolve fazer aborto, a escolha foi dela, do mesmo jeito que acontece com qualquer outro tipo de crime, foi escolha da pessoa.
E falar que n tem problema abortar para evitar sofrimento? Melhor explodir o planeta de uma vez. Isso n dá direito nenhum de tirar a vida dos outros.
Nem sei se tem mais, só as baboseiras que vcs dizem sempre sobre o que nos supostamente pensamos pq n concordamos com vcs.

00:03

Tá na lei que a vida é defendida desde a concepção. Essa do anticoncepcional n tem nada a ver, uma coisa é vc evitar que haja fecundação, outra é destruir o que já foi fecundado e que está se desenvolvendo.
Muita gente sem condição tem o filho assim mesmo.


Os reais problemas q deveriam ser combatidos, agilidade para se adotar e acabar com preconceito quanto a idade e cor das crianças, educação sexual, a mulher poder doar o filho sem encherem o saco.

Anônimo disse...

Muito obrigada, Sara, por provar o meu ponto. Você não liga pras crianças, só quer impor seu ponto de vista como se você fosse alguém na fila do pão pra seu ponto de vista pautar a vida de qualquer outra pessoa que não você mesma. Mas enquanto você usar argumentos tipo" Ai, então pra ninguém sofrer vamos matar todo mundo (menos eu, claro), se a questão é sentir dor então dopar uma pessoa (já nascida e já sujeito de direitos, coisa que o embrião NÃO É) e matar não é crime" não dá pra discutir. Não tenho paciência pra pró-morte-de-mulheres que usa os mesmos argumentos e falácias que já respondi milhões de vezes. Passo a bola pra quem qusier pegar mãozinha de marmanja e explicar tudo.

Mas mais uma vez: você não se importa com as crianças. E cada palavra que você digita aqui é uma prova disso.

donadio disse...

" inventou que nos EUA se pode fazer aborto até um dia antes da gravidez"

Até um dia antes do parto, eu suponho.

A legislação penal nos Estados Unidos é estadual, não federal, portanto dizer que alguma coisa é permitida, ou proibida, nos Estados Unidos é problemático, por que pode ser o caso de ser proibida no Massachusetts e permitida no Arkansas, ou vice-versa.

Suponho que haja estados em que o aborto seja permitido, ponto final - sem limitação de quantos meses, dias ou minutos antes parto. E, sinceramente, não vejo problema absolutamente nenhum nisso. Por que não vejo por que uma mulher esperaria chegar ao nono mês de gravidez para abortar. Se isso é legal, deve ser extremamente incomum. Se acontece, muito provavelmente se deve a circunstâncias também incomuns.

Há anti-abortistas que parecem imaginar que mulheres tem um enorme prazer em abortar, e até que engravidam de propósito só pelo frisson de fazer um aborto depois. E, pelo visto, que quanto mais tardio o aborto, maior o prazer.

Falando sério, a legislação correta é permitir o aborto. Ponto. Quando ele deve ser feito, deve ser uma escolha da mulher. E todos nós devemos confiar em que as mulheres, sendo seres inteligentes e racionais, o farão quando for necessário, não quando for bacaninha.

J.M. disse...

wagner,

"Sou totalmente a favor do aborto em qualquer circunstância e também acho que o nosso congresso é um dos mais conservadores e caretas que tenho notícia, mas não dá pra esquecer que eles estão lá legitimamente, foram todos eleitos. O poder que eles tem não é absurdo nem ditatório, mas democrático e legítimo."

---> Sim, foram legitimamente eleitos, mas isso não os legitima a criar leis fundamentadas em preceitos religiosos, não em um estado que é, teoricamente, laico. Eles estão ali como representantes de igrejas e não como representantes do povo. Embora tenham chegado até lá de maneira legítima, os projetos de leis que pretendem aprovar não tem natureza democrática, são fundamentalistas e eleitoreiros.

J.M. disse...

"Os reais problemas q deveriam ser combatidos, agilidade para se adotar e acabar com preconceito quanto a idade e cor das crianças, educação sexual, a mulher poder doar o filho sem encherem o saco."

---> E quanto a restringir o atendimento a mulheres e meninas vítimas de estupro, que é um dos projetos dos "defensores da vida" em vias de aprovação, isso também deve ser incluído no pacote?

Mila disse...

Wagner, concordo em partes com seu raciocínio. Essa galera foi democraticamente eleita, se articularam bem para isso. As alas progressivas têm sua responsabilidade nisso, quando há muita dispersão, não se consegue representatividade.
Porém, a responsabilidade do cidadão não é única e exclusivamente circunscrita ao voto. Este é um dos maiores equívocos que fazem acerca da democracia. Quando restringem a participação do cidadão só ao voto, exclui-se a possibilidade de intervenção cidadã durante o mandato de seu representante por meio de mobilizações e iniciativa popular. Com cidadãos participantes e ativos, fica mais difícil para o político tomar ações que não pensem no coletivo. É por isso que devemos cobrar e protestar sim.

Anônimo disse...

Eu e minha amiga criamos o primeiro absorvente pra macho: vc coloca na boca pra absorver as merdas que eles falam.

Raven Deschain disse...

Tá. Nem todo idiota, digo pessoa que é contra o aborto é religiosa.

Me dêem UM, só um argumento que não tenha fundo religioso.

Valendo!

Luiz disse...

Existe uma coisa que eu não entendo. As pessoas que geralmente são a favor do aborto são contra a pena de morte. Acho que em outras oportunidades já escrevi aqui que desafio qualquer ser humano me provar por A+B que um embrião não é um ser vivo. Fiz um mestrado e um doutorado em neurofísica e não achei nenhum cientista dizer que embrião não é vida.O engraçado é que quem diz isso são sociólogos,jornalistas e outro tipo de pessoa que não entende do tema. Neste aspecto não se pode dizer que a igreja católica não seja coerente. Em visita aos EUA o Papa criticou a pena de morte e o aborto por lá. O interessante é ver as repercussões grupos que defendem a pena de morte criticaram o papa por interferir nos assuntos internos dos EUA. Os abortistas criticaram o papa por ser "conservador" como se isso fosse defeito e não um ponto de vista ideológico e ideologia é ponto de vista e não conceito moral.

O mundo seria melhor se o aborto fosse liberado completamente? Não sei. Suponho que não. Acho que a legislação brasileira bastante serena sobre o tema. Permite o aborto em caso de estupro, anencefalia e risco de vida para a mãe. Mulheres morrem tentando fazer aborto clandestino. Sim. Posso argumentar que caso instituíssemos a pena de morte para homicídios reduziríamos a nossa escandalosa taxa de homicídios que hoje esta em 56 mil cadáveres por ano. Segundo o Ministério da Justiça, 70% dos homicídios no Brasil são cometidos por pessoas que já mataram anteriormente. Seria uma visão utilitarista bem ao gosto de quem defende o aborto matar alguns para evitar a morte de outros. Aceitam a reflexão?

PS. Para deixar claro algo. Não sou católico, sou judeu.

Anônimo disse...

Sara, não "tá na lei" que é desde a concepção. "Tá na lei" que é desde o nascimento, o Estatuto do Nascituro vem justamente pra "colocar na lei" que o embrião possui direitos desde a concepção.
É essa a questão do aborto. Tem direito ou não tem? O que eu acho é moralmente hipócrita alegar que "se deixar o curso natural", o embrião vai virar ser humano enquanto usa-se anticoncepcional e DA MESMA FORMA, nega-se uma possibilidade de vida porque impediu o "curso natural". Se embrião tem direito, você está negando DA MESMA FORMA que eles se formem e se desenvolvam.

Zero disse...

meu comentário de ontem por volta da 00:30 não saiu ou foi apagado : /

Sara,

não há como comparar aborto com abuso de crianças. o que seria tratar aborto com "descaso" ? criminalizar ?

como tu mesma afirma, não muda tua vida. e a de ninguém também. não há como comparar com crimes, que afetam a sociedade / terceiros. então não há mesmo, como falei, algo solido a se "combater", algo que prejudique a vida alheia.

Wagner,

nem todos contra aborto são de fato religiosos, mas no momento em que apoiam políticos embasados na religião, estão compactuando com tal. isso é fato.

Anônimo disse...

Luiz, pelo menos no feminismo o principal argumento não é "abortar para evitar marginais". O argumento principal é: independente de Lei, há mulheres morrendo clandestinamente na mão de "médicos" açougueiros que lhes cobram os olhos da cara. Legalizar não significa forçar todo mundo a abortar, tampouco que seja transformado num procedimento corriqueiro. O argumento é "podemos evitar a morte de mulheres, então vamos evitar?"

Sobre embriões, sempre tive uma dúvida. O que fazem com os embriões gerados em clínicas de fertilização. Se são vidas, o que vão fazer com eles? Manter em criogenia não seria impedir a vida de se desenvolver?

donadio disse...

"Existe uma coisa que eu não entendo. As pessoas que geralmente são a favor do aborto são contra a pena de morte. Acho que em outras oportunidades já escrevi aqui que desafio qualquer ser humano me provar por A+B que um embrião não é um ser vivo. Fiz um mestrado e um doutorado em neurofísica e não achei nenhum cientista dizer que embrião não é vida."

É claro que um embrião é um ser vivo. O que um embrião não é, é uma pessoa. São coisas bem diferentes. Só pessoas têm direitos, não todos os seres vivos indiscriminadamente.

Não é uma discussão biológica, neurológica, neuroquímica ou neurofísica. É uma discussão jurídica, e não se baseia no conceito de "vida".

clarissa disse...

Oi, Lola... Eu sou médica, meu marido também, dia desses estávamos falando sobre aborto, sobre como não entendemos que este seja crime (em quaisquer circunstâncias), que é uma questão de saúde pública, etc... Bom, lá no meio da conversa ele me questionou sobre o que eu pensava a respeito dos homens nesse imbróglio todo... Explico: concordamos que, se um homem se recusa a assumir a gravidez, ele já abortou,feito, se ela decidiu, já abortou também, mas e se ele quer a criança?? Se tá no corpo dela mas também é dele... como é que fica?? Outra, e se ele não quer o bebê , mas ela quer e estão numa relação??Ou ainda, ele não quer, ele quer, tem o bebê... como fica o pai que não queria, mas tem uma responsabilidade legal e moral que lhe foi imposta?
Eu argumentei que se a mulher quiser o bebê, que o corpo é dela, que tenha... mas, e se esse bebê quiser conhecer o pai, se quiser pensão, se processar por abandono?
O que vc acha disso?
Eu fiquei meio sem resposta para os questionamentos dele... bjo

Anônimo disse...

Complementando meus comentários:

Não estou negando que há muitos idiotas contra a legalização do aborto. Também acho a turma do Feliciano, de alguns padres, e outros um monte de babacas. Mas isso não é argumento, o que eu penso sobre eles não tem nenhuma importância, não acrescenta nada à discussão, é isso que quero dizer.

O fato de o congresso passar leis retrógradas e fundamentalistas não torna essas leis menos legítimas (desde que não sejam inconstitucionais). Também não esqueçam que o congresso representa o conservadorismo da sociedade (só pra dar um exemplo Bolsonaro foi um dos deputados mais votados).

Claro que cabe a quem não concorda protestar, reclamar, gritar etc, e atuar politicamente de todas as maneiras que se pode, não só votando como alguém já disse.

Anônimo disse...

EXATAMENTE, 14:10! O pessoal não proíbe clínica de fertilização porque se é pra "matar" embriões para engravidar, ah, aí pode. O que não pode é "matar" o embrião justamente porque a mulher não quer a gravidez. Se é pra cumprir o sagrado direito de ser mãe, pode. Se é pra recusar ser mãe, o horror, o horror!
Luiz, a resposta serve a você também. A questão é tão puramente jurídica que não se proíbe nem clínica de fertilização, nem se obriga gente morta a ser doadora de órgãos. Só se fala em "pró-vida" quando é pra encaixar a mulher no seu sagrado papel de ser mãe.

Anônimo disse...

Clarissa,
eu também tenho os mesmos questionamentos que você.



Outra dúvida que eu tenho (para todos),
já que alguém citou clínicas de fertilização...
se uma mulher solteira resolve requerer à doação de esperma, essa doação é anônima, certo ? Ela nunca vai saber quem doou, certo ? E nem a criança poderá requerer esta informação após atingir a maioridade ? ou pode ?
Supondo que não. (mas gostaria que alguém me respondesse, pois nao tenho certeza).

Porque se fala tanto que é direito da criança saber quem é seu pai ? Ou esse direito é só pra algumas(ainda que seja a maioria) ?

E se uma mulher grávida e que nao quer a criança, resolve entrega-la ao pai, a pedido deste...a criança pode passar a vida sem o nome da mãe na certidao ?

to confusa. Se alguem souber, me expliquem , por favor.

Naata disse...

Mas qual a diferença do feto de um estupro e do que não foi de um estupro? A contradição de vcs é de dar mesmo dó.

Naata disse...

Dá uma olhada nas estatísticas e vê se repara que essas "experiências pessoas" acontecem o tempo todo com mulheres. Beijos de luz pra vc tb.

Anônimo disse...

É claro que um embrião é um ser vivo. O que um embrião não é, é uma pessoa. São coisas bem diferentes. Só pessoas têm direitos, não todos os seres vivos indiscriminadamente.

Não é uma discussão biológica, neurológica, neuroquímica ou neurofísica. É uma discussão jurídica, e não se baseia no conceito de "vida".


Errado, todos os seres vivos têm direitos por lei. Inclusive os vegetais que, diga-se de passagem, não têm "sistema nevoso".

Anônimo disse...

Pra quem não sabe, a Igreja Católica (e acredito que as outras também) é contra a fertilização in vitro, justamente porque mata embriões, um católico que segue a doutrina da Igreja só pode ter filhos da maneira tradicional, com sexo após o casamento, ou adotar.

Anônimo disse...

É mesmo, 11:53? Diga-me quantos anos você passou na cadeia por matar uma barata só porque elas são desagradáveis ou jogar fora aquele restinho de alface que você não comeu.

Anônimo disse...

É mesmo, 11:53? Diga-me quantos anos você passou na cadeia por matar uma barata só porque elas são desagradáveis ou jogar fora aquele restinho de alface que você não comeu.

Como se tivesse polícia em todo lugar, até dentro de casa.

Então, vai cortar uma árvore pra vc ver. Aproveita e escolhe uma bonita tipo... Mogno, Pau-Brasil ou uma Araucária. Aí vc vai ver se ela não tem direitos...

Anônimo disse...

É mesmo, 11:53? Diga-me quantos anos você passou na cadeia por matar uma barata só porque elas são desagradáveis ou jogar fora aquele restinho de alface que você não comeu.

Sério que você comparou um feto humano com baratas "desagradáveis" e "resto" de alface?

Nossa véio!

J.M. disse...

"Então, vai cortar uma árvore pra vc ver. Aproveita e escolhe uma bonita tipo... Mogno, Pau-Brasil ou uma Araucária. Aí vc vai ver se ela não tem direitos."

---> A árvore adulta, que é um indivíduo completo e formado, tem seu direito legítimo à vida, o direito de ser protegida, não o embrião que está na semente. Fazendo uma analogia entre a árvore e a mulher, não se deve derrubar uma árvore para plantar uma semente dela em seu lugar, apenas pelo fato de a semente ser uma árvore em potencial.

Anônimo disse...

A analogia é entre dois seres que não tem sistema nervoso. Se um tem direitos, por que o outro não?

Anônimo disse...

Vc fala A, eu respondo A e você tenta consertar dizendo B. Nem todos seres vivos tem direitos, TANTO É que ninguém é denunciado por matar barata ou comer alface. Protege-se Mogno, Pau-Brasil e outras árvores porque a vegetação está sendo extinta. Não porque elas tem um direito inerente à condição de serem árvores. A raça humana não está sendo extinta, não justifica obrigar mulher a ter filho "porque senão acaba a humanidade".
13:52, não faça espantalho. Meu comentário sobre baratas e alfaces foi sobre o cara que disse que "todo ser vivo tem direito". Baratas e alfaces são seres vivos e não têm direito a porra nenhuma.
E continuo batendo na tecla: se embrião tem direito à vida, porque se permite clínicas de fertilização? Se podemos desrespeitar o desejo de uma pessoa em função da possibilidade de vida de outra, porque não a compulsoriedade da doação de órgãos de gente morta? Como disse, porque só se fala em pró vida quando é pra manter a mulher no seu devido lugar de mãe.

Anônimo disse...

17:26 e 17:32, quantos produtos e tecnologias VOCÊS criaram? Se querem que x ou y não utilizem suas criações, patenteiem e sejam felizes. E tem gente que acha sociologia no ensino médio inútil.

Anônimo disse...

Concordo que não se deve envolver política e religião á tudo,principalmente nesse caso.

Mas,também não creio que deve-se abusar do bom senso.
Porque o que muitas esquecem é que o Aborto tbm traz riscos para a mulher,pois alguns métodos e medicamentos utilizados podem ser prejudiciais para a saúde da mesma.

Ninguém deveria intervir na vontade da mulher. Se ela não quer ser mãe,tudo bem,ela deveria ter esse direito á escolha,apenas que seja fiscalizado (e estudado tbm) os materiais que podem e devem serem utilizados nesses casos para que acabe com essa clandestinidade abortifera e com o perigo de se perder uma vida de verdade,e não algum conjunto de células.

Abraços. E.T