segunda-feira, 1 de junho de 2015

EXIGIR TESTE DE PATERNIDADE É MACHISMO?

O F. me enviou esta pergunta:

"Sou estudante de Ciências Sociais. Tenho 24 anos. Tenho uma companheira que é feminista e que me abriu as portas para a discussão de gênero. Estamos juntos desde 2011, e desde então iniciei um árduo processo de desvinculação com minhas raízes machistas, institucionalizadas no seio social em que todos nós vivemos. 
Como se sabe, a sociedade regida pelas leis do patriarcado é estruturada para privilegiar e dar o conforto aos homens, subjugando as mulheres. Um homem que quiser ir de encontro a isso passará por um lento e duradouro processo de desconstrução de muito que considera ser sua constituição como ser humano. E mesmo que nem perceba cairá varias vezes nas mesmas práticas do machismo. Cabe a si mesmo fazer uma reflexão.
Escrevo este e-mail pois acabei entrando numa discussão com minha companheira quanto a um tema: a questão do exame de DNA para comprovação da paternidade, baseado numa situação que ocorreu na minha família. Meu primo saiu para viagem a trabalho e sua namorada começou a sair com outras pessoas, e esta namorada de meu primo apareceu grávida. No caso deles, meu primo disse que o filho era dele e já assumiu as suas responsabilidades enquanto pai. 
Eu defendi que se um homem viaja muito, passa tempo fora de sua cidade, e começam os rumores de que sua companheira está saindo muito, e de repente aparece grávida, este homem tem o direito de pedir o exame de DNA para comprovação da paternidade, não tendo obrigação de criar um filho que não é seu, pois este seria o fruto de ato de traição e desonestidade no relacionamento.
Minha companheira não gostou dessa postura, disse que eu estava sendo machista e que o teste de DNA serviria apenas para comprovar que eu fui o 'macho' que engravidou a mulher. Que eu poderia até desconfiar, mas pedir o exame seria machismo. Eu afirmei que não compreendia como isto poderia ser machismo. E recorro a você, uma das feministas mais coerentes que eu conheço e acompanho, para me auxiliar neste ponto. Afinal, pedir o exame de DNA para comprovação de paternidade, é machismo ou não?"

Minha resposta: Bom, complicado o negócio. Só pra você ter uma ideia, sabe quem defende teste de paternidade compulsório? Quem acha até que isso deve ser subsidiado pelo governo? Que só um trouxa não exigiria teste de DNA diante da promiscuidade da mulher moderna? 
Isso mesmo, os mascus. Grupos misóginos organizados defendem que todo homem deveria exigir um teste, porque pra eles não há cenário pior que criar "esperma alheio" (é assim que eles, que se dizem pró-vida, se referem a bebês). 
Então: não dá pra concordar com um grupo misógino, dá?
Tem que entender o contexto. Durante séculos, nossos antepassados viveram numa boa, sem patriarcado. Toda aquela narrativa que lemos e ouvimos sobre homens das cavernas é mentira. Sabe aquilo do Piteco, dos Flintstones, do neandertal que dá um porrete na cabeça de uma mulher e a leva inconsciente pra caverna? Tudo besteira. 
A gente provavelmente não estaria conversando agora se esse costume de bater com uma clava na cabeça de alguém tivesse existido, se apenas metade da população saísse pra encontrar comida, enquanto a outra metade ficasse decorando caverninhas. 
Não havia machismo na era pré-histórica. Ninguém sabia ao certo como um bebê ia parar na barriga da mãe. Claro, o pessoal sabia que só a mulher engravidava e paria, mas a participação do homem nesse processo todo era uma incógnita. E por isso o homem não era visto como o bambambam do pedaço. Ninguém era propriedade de ninguém. Os filhos eram criados coletivamente. 
Só com a agricultura é que as pessoas começaram a observar que os animais copulavam, a fêmea engravidava, e meses depois nascia um filhote. E aí passaram a compreender que com o bicho humano também era assim. E tudo mudou. Porque o homem quis se certificar que aquele filho era seu mesmo. E esse controle passou a reger os relacionamentos. A mulher tinha que ser vigiada para garantir que a cria (que deixou de ser dela e passou a ser dele) fosse dele mesmo. E punida se não fosse.
Em linhas bem gerais, podemos dizer que o patriarcado começou com essa descoberta, com esse controle que, não por coincidência, veio com a noção da propriedade. Como já disse Simone de Beauvoir: "Quando o homem se tornou dono da terra, alegou também a propriedade sobre a mulher". Por isso que sim, ficar paranoico pela paternidade de uma criança é uma prática machista adotada há milênios.
Todos os anos, milhões de casais engravidam e têm filho sem planejar. Enquanto o aborto é criminalizado no Brasil para a mulher, para o homem ele é liberado: basta que ele diga que não é o pai, que não acredita na parceira, que não tem nada com isso. Ele pode sumir e deixar que a mulher (que, de maneira geral, já ganha 30% a menos que o homem) arque com toda a responsabilidade e todas as despesas sozinha. Só isso já coloca em posição de vulnerabilidade e desvantagem milhões de bebês que nascem sem o apoio de um dos dois que fizeram o filho. 
Testes de DNA são pedidos sim, mas sabe por quem? Quase sempre não pelo cara que duvida da paternidade, mas pela mulher que quer que o pai da criança pague pensão -- não para ela, mas para a criança. Programas sensacionalistas de TV vivem de humilhar pessoas que não têm como pagar um teste de DNA. Em troca da exposição, a emissora paga o teste (que custa no mínimo 300 reais, o que para pessoas pobres é um dinheirão). Quem vê Ratinho (essa desgraça existe ainda?) sabe que quase sempre o teste comprova: a criança é mesmo filha daquele sujeito que a mulher apontou como pai.
Agora, só porque o homem pedir teste é machismo, só porque quase sempre quem pede é a mulher, pra obter pensão pro filho, não significa que homens não possam pedir. Eu, pessoalmente, consideraria ultrajante se meu companheiro pedisse um teste, porque significaria que ele não confia em mim. 
Sei lá, acho que costumamos dar importância demais em saber quem são os pais biológicos de alguém. É clichê, sem dúvida, mas pai e mãe é quem cria. Tem muito narcisismo em querer fazer uma cópia de você mesmo. E muito controlfreakadorismo -- vou chamar assim -- em querer atestar que aquele rebento tem o seu código genético mesmo.

227 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 227 de 227
Anônimo disse...

Quando meus pais se separaram (eu já tinha uns 15 anos de idade, uma irmã de 6, e meu pai nem sempre era bacana com a gente, mas nunca nos recusou) a primeira coisa que meu pai fez foi começar a brigar porque eu e a minha irmã "não éramos filhas dele". Sem motivo, sem evidência, e ele nunca mencionou isso antes. Foi só tomar um pé que pronto: não são minhas filhas. Se pá, podia ter a ver com a pensão, mas minha mãe nunca pediu um centavo dele - e eu tô sabendo legal que não pagar pensão é mais comum que não sei o quê (não sei índices exatos). Talvez fosse só orgulho ferido mesmo, falar por falar, mas foi o primeiro impulso dele. (E sim, ele desapareceu depois.)

Às vezes acho que o "esse filho não é meu" nem é por uma verdadeira preocupação em saber se a criança é do cara ou não. O cara vai começar a amar a criança porque tá escrito um negócio num papel? Vai começar a participar da vida dela? A gente sabe que não. Esse argumento, pra mim, é só pra insultar e constranger a mulher e acabar o assunto, com esperança de escapar de boa. Não é nem questão de saber de quem é o espermatozóide. O cara nem liga pra isso. E talvez role simplesmente o desejo de fazer sem culpa o que ele já faria de qualquer forma, que é cair fora.

E claro: note que a pira dos caras é só sobre dinheiro. Fica parecendo até que é uma aposta ou um jogo de cartas: se confirmar a paternidade o cara "perde" uma grana, se negar a mulher "perde" a suposta montanha de dinheiro que a faria viver até o fim de seus dias comendo bombom. A criança nem existe. É tudo butthurt do "papai" por causa do comportamento da "mamãe".

Sou contra teste de DNA? Não exatamente. Pode ser útil, dependendo da situação, sei lá, só acho que o cara que pede não poderia se importar menos com a paternidade. Não é uma questão relativa à criança, e sim só relativa à mulher que fez dodói no ego dele. Whatever.

Claro, pra razões práticas vale tudo, se a criança precisa de comida na mesa e caderno pra ir pra escola, e o querido só vai dar se rolar o relatório, foda-se. Se é sobre grana a gente fala sobre grana: DNA é útil pra fazer um babaca, que iria desaparecer de qualquer forma, pelo menos pagar a fralda daqueles 3,5kg de carne que chora.

Resumindo: Não tem nada a ver com a criança, é tudo butthurt e dinheiro.

André disse...

Anônimo 14:16,

Você pediu minha opinião pessoal e eu dei. Desde os 8 anos que eu não tento mais controlar a mente de todos os homens da face da terra.

Sim, essa visão do que é ser pai é uma desgraça. Ou você acha que somos um país pobre e violento por capricho dos deuses?

Anônimo disse...

Na minha família temos um caso de um pai, que quando a filha tinha dois anos se separou ao descobrir que a esposa o traia há anos com um primo. Hoje a menina tem 19 anos e mora com esse pai, que nunca quis fazer um exame de dna. Ela não sabe dessas dúvidas, mas pra gente uma vez ele disse brincando que é usucapião. Que ela é filha dele e pronto, que não faz diferença o resultado de um exame pra ele. Sei que ele é a exceção... só to contando que pessoas boas ainda existem, da pra ter fé na humanidade.

Anônimo disse...

anon 14:54, é nitido que vc e outros aqui demonizam os homens e santificam as mulheres, supondo que essa situação aconteça, da mulher enganar o cara sobre paternidade, condenam a atitude do homem q supostamente n vai querer mais nada com o filho e n dão um pio sobre a completa falta de caráter da mulher q faz isso.
Realmente n há motivo para se desconfiar de uma mulher...

E interessante, é que a mulher pode ficar puta se o cara pedir exame de DNA mas se for o contrário, o cara tem só que calar a boca e aceitar.

Panthro disse...

Só uma pergunta: Se o homem tem direito de saber se é o pai biológico dos seus filhos, como faziam antes do exame de DNA? Ou esse é um direito que só surgiu depois do surgimento da tecnologia?

Anônimo disse...

Na minha opinião, ninguém deveria ser obrigado a fazer um teste de paternidade, já que ninguém deve ser obrigado, em um processo judicial, a produzir uma prova contra si mesmo. Todavia, o direito da criança de ter sua paternidade e maternidade reconhecida em cartório, precisa ser respeitado e garantido pela Justiça! Por causa disso, advogo que a simples declaração da mãe sobre a paternidade da criança deveria ser o suficiente para que a mesma seja registrada como filha de seu suposto pai. Caso o pai negue à concepção, terá que provar a sua declaração. Por essa lógica, o ônus da prova cairia sobre o homem e não sobre a mulher, de tal modo que o teste de paternidade passaria a ser um direito dos homens e não um dever. Nenhuma mulher precisaria solicitar o teste de paternidade pra registrar o seu filho. O registro seria feito, e ponto final. O homem é que teria que solicitar o teste, e que arcar com as custas judiciais, se quisesse provar a sua não-paternidade.

Anônimo disse...

P/ Anon 15:39

Quantas aulas de interpretação de texto vc faltou? Preocupante...

Anônimo disse...

23:53
Preocupante é VC se fazer de cego, o texto n diz isso mas vários comentários sim.

Aline D disse...

Nadia,


Achei FANTÁSTICO o ponto que você levantou. O meu tio registrou a minha madrinha como se fosse filha biológica dele e tudo bem. Acho estranho pai que "deixa de amar" o filho quando descobre que este não tem o seu DNA.

"Existe quem ame o outro e quem 'ame' a si mesmo no outro." - Essa frase diz TUDO.

Aline D disse...

Isso é verdade, Fernanda. Um vizinho meu teve 3 filhos com mulheres diferentes, reconheceu somente um e atualmente mora em outro estado trabalhando sem registro em carteira para não pagar as pensões. Conheço a mãe de um dos filhos. Não é fácil...

Anônimo disse...

"Então: não dá pra concordar com um grupo misógino, dá?"

Lola, eu não vou me pautar por esses sujeitos. Não mesmo. Não vou definir minha posição a respeito de qualquer coisa a fim de contrariá-los. Não dou a eles essa importância.

Acho que o F. não se referiu a um caso aleatório de desconfiança. Há uma série de possibilidades. Até mesmo as que envolvem uma relação aberta na qual uma das partes não se protege.

Um dos problemas em criar um tabu em torno do exame de DNA é que acaba favorecendo justamente aquele tipo que pratica o "aborto masculino" ao qual você se referiu. Esse sujeito que fica isento de suas responsabilidades.

Se uma pessoa está em uma relação e não deseja filhos e uma criança é trazida para essa relação, acho justo que as pessoas que criaram a situação sejam responsabilizadas.

Se X não quer ter filhos e toma os cuidados necessários para isso e Y e Z fazem um filho por acidente, não acho justo que X tenha que arcar com o resultado.

Sei que você não quer nem nunca quis ter filhos, Lola. Se seu marido chegasse com um para você criar sem perguntar sua opinião, o que você acharia?

Anônimo disse...

Lola, gosto dos seus textos, mas discordo desse.
A criança tem o direito de ter seu pai Biológico e é obrigação, por lei, desse pai biológico assumir a criança.
Por isso, concordo com o exame de DNA para deixar tudo às claras.

Cão do Mato disse...

Se o cara pede o exame de DNA, é machista... Se não pede e, futuramente, acaba descobrindo que criou um filho que não era dele, é otário... Assim fica difícil... E se o cara tiver dúvidas, é seu pleno direito exigir o teste. Se a mulher quiser ficar "ofendidinha", problema dela...

Anônimo disse...

Exigir DNA caso haja dúvida é direito do homem. A menos que vcs achem que mulher não trai nunca. Simples.

Cão do Mato disse...

Lola, sério mesmo que você acha que engravidar uma mulher e fugir é o mesmo que abortar? Até onde eu sei, nunca houve um caso de criança que morreu porque o pai não pagou os "alimentos"... Além do mais, do jeito que você fala, dá a impressão que engravidar uma mulher e sumir no mundo é algo amparado por lei... O cara pode até sumir, mas a partir do momento em que a mãe da criança descobre o paradeiro do dito cujo, basta acionar a Justiça para que ela e a criança tenham seus direitos garantidos (inclusive pagos retroativamente). E para terminar, se um homem tem dúvidas quanto à paternidade de seu filho, ele tem sim o direito de pedir o exame de DNA. Ninguém pode impedi-lo e muito menos censurá-lo por causa disso. Se o situação entre ele e a esposa/companheira vai ficar constrangedora (e vai ficar!) isso é uma coisa que o casal é que tem que administrar.

lola aronovich disse...

Cão do Mato, vc é um mascu muito do tapadinho, já estou acostumada. Mas esse seu comentário é surpreendente: "Até onde eu sei, nunca houve um caso de criança que morreu porque o pai não pagou os 'alimentos'". Sério? Em que país vc vive em que não existe criança que passa fome, criança subnutrida, criança inclusive que morre de fome? Só porque essa não é nossa experiência de classe média não quer dizer que isso não existe. Uma pensão alimentícia pode sim fazer enorme diferença na vida de uma criança. É só ver como com míseros cem reais por mês de Bolsa Família já deu pra tirar um monte de gente da miséria.
E vc compara criança com feto? Criança é quem já nasceu. Feto é muito antes. Abortos geralmente são realizados até a 12a semana de gestação. Isso não é uma criança, é um feto. Vc não chama uma criança de adulto só porque, quando ela crescer, ela será um adulto. Então não chame feto de criança. E sim, um pai ou mãe abandonar seu filho (quero dizer abandonar no sentido mais básico, de não dar apoio financeiro mesmo para suprir as necessidades básicas de uma criança; nem estou falando de abandono emocional) é muito mais grave, a meu ver, que uma mulher tomar um remédio para abortar um feto, um projeto de vida.

Cão do Mato disse...

Lola, é claro que eu sei que existem crianças morrendo de fome no Brasil... Mas não é por causa de falta de pagamento de pensão, né? Essas crianças a que você se refere, morrem de fome por causa da absoluta miséria em que se encontram. São famílias que nem tem condições financeiras de arcar com um divórcio, nem sabem que existe uma coisa chamada "direitos". Não sabem nem o que é "alimentos"... E quanto à questão do feto...bom, em momento algum eu comparei feto a criança, nem criança a adulto. Os três são diferentes, mas todas têm algo em comum: são uma forma de vida. Ou você acha que uma mãe ou um pai deveriam deixar para se alegrar com a notícia de uma gravidez só depois que a criança nascesse? (afinal, antes era "só" um feto, não é mesmo?)

Ariel disse...

Eu não vejo problema nenhum em pedir exame de DNA, até porque o que não falta é criança trocada em maternidade. Poderia ter exame para os 2 logo na maternidade, tipo teste do pezinho, do ouvidinho, do narizinho, do cotovelinho, do sei lá o que fazem hoje em dia. Melhor resolver a coisa e deixar a suspeita de lado do que ficar esse fantasma de Bentinho assombrando a cabeça do casal pra sempre e espirrando nos filhos.

Ariel disse...

Dos dois: do pai e da mãe

Ana disse...

Um dos posts que eu discordo da linha de argumentação da Lola :p Como já falaram, pedir teste de DNA é direito sim do pai - o que não quer dizer que o pedido não tenha viés machista dependendo do caso. Daí se o casal vai entrar em atrito, se o cara vai ser pai ou não mesmo não sendo filho biológico, deixemos pra cada um cuidar da própria vida, né? Tem um anon que falou que deveria ter provas inequívocas de que a mulher transou com o cara para que este fosse obrigado a ceder material genético. Até acho q teoria legal, mas na prática ia burocratizar um sistema judiciário que já é pesado de burocracia. Afinal, quem vai arranjar "prova inequívoca" de que fulana transou com o fulano? Mais ágil fazer como o outro sugeriu, cabe ao cara que não é o pai da criança o ônus de prová-lo. Sobre a situação da mulher "apontar qualquer um na rua" e o cara ter que assumir paternidade é (muito) exagero seu. Afinal, tendo CERTEZA que o cara não transou com ela e que ele PODE fazer o teste de DNA por que raios que ela vai tentar isso? Muito mais provável que um cara que seja o pai biológico mas não quer assumir a paternidade se recusar a fazer o exame, num cenário em que o ônus da prova da paternidade não fosse dele.

ONMYWAY disse...

Lola,
algumas teorias dizem exatamente isso: que o início do patriarcado coincide com o dominio da agricultura e domesticação de animais. Não acho que o homem exige que a mulher seja sua "posse", porque nada pode ser mais natural - salvo algumas tribos nômades - que ele tenha certeza que a cria seja sua, portanto algum controle em perpetuar seus genes não pode ser visto como algo que o incrimine. Alias, ele deve ter inúmeros motivos pra ficar de olho na femea...mas não vamos falar sobre hipergamia aqui.
Você queria o que? Que ele não desse a mínima se ela copulasse com outro macho?
Sabe Lola, o problema de quem deslumbra com pensamento pós-estruturalista é acreditar que o mundo deveria ser uma putari* generalizada.
Eu não tenho nada contra mulheres que lutam por IGUALDADE, e sou completamemte contra os malafaias e bolsonaros da vida. Mas, eles só existem por causa de vocês Lola. São vocês ao contrário.

Unknown disse...

Lola, o que você tem a dizer sobre a feminista (Jennifer Cramblett) que contratou uma clínica de fertilização, escolheu um doador de esperma loiro, porém devido a um erro da clínica ela engravidou de um doador negro? Essa lésbica e sua parceira agora estão processando a clínica de fertilização in vitro, e alegam ser muito difícil cuidar de uma criança "birracial". Qual a sua opinião sobre esse assunto? Você acha que mulheres que fazem fertilização in vitro e querem fazer teste de DNA para avaliar se o doador é o que foi propagandeado são femistas? Abraços

Anônimo disse...

Uma pérola do texto: "Sei lá, acho que costumamos dar importância demais em saber quem são os pais biológicos de alguém." Claro, porque é machismo saber se o filho é mesmo seu; vc deve pagar a pensão e ficar de boa....

Anônimo disse...

Desculpa, nessa história caso a moça teve outros parceiros, ela mesma que deveria se preocupar
com quem é o pai biologico do filho. Vamos supor que a moça teve outros parceiros, e a mulher decidiu ter o filho o pai biologico não tem o direito de saber? O direito é só da mulher? Cadê os direitos iguais?
Pensando em alguns exemplos: futuramente se a criança precisar de doação de medula ou sangue, e nos exames descobrir que seu pai não é biologico, e o pai ficar sabendo disso nessa situação.
Ou tempos depois a criança ou o pai reparar que não possui traços semelhantes um com o outro e questionar mais essa situação? É uma situação muito estranha.
É lindo o discurso, de que o pai de criação é que importa, mas essa história foi transparente ele sabia ou não que era pai biológico?
Penso, em outro exemplo. Domingo a tarde aparece na sua porta um jovem dizendo ser seu filho, pq anos antes alguém decidiu não contar pra vc que vc era pai. Se o cara não for um tosco, otário vai pensar " quanto tempo eu perdir na vida do meu filho?"


*Obs sou mulher, ateia, apoio o feminismo.

Anônimo disse...

ou seja, não seria egoísmo não contar ao pai biologico?

Ljose disse...

Parece que estamos diante de uma piada de mal gosto, humor negro, no melhor estilo "pimenta no cu dos outros é refresco".
Nenhum homem tem obrigação alguma de criar filho de outro homem! É sintoma de ignorância ou de um racionalismo doentio supor que os genes são insignificantes. Fazer questão de que seu filho, que será criado por você, com seu esforço e trabalho, SEJA PARTE DE VOCÊ e não de outro homem, fruto de uma traição, agora é capricho? Machismo? Então qual é o problema de se trocar filhos numa maternidade? Por que deixar sua herança para seus filhos e não para os filhos do vizinho? Seria muito egoísmo querer que os frutos do seu trabalho, o resultado de tudo o que você investiu na vida, seja revertido em benefício exclusivo de descendentes seus ou pessoas criadas por você? Difícil acreditar que estamos discutindo isso: a reinvenção da roda social.
Vamos imaginar então que nosso patético herói feminista, querendo posar de homem moderno, resolva ignorar a importância do vínculo genético e assuma cegamente a paternidade. Então a criança nasce com traços físicos (cor de pelo, por exemplo) que mostram claramente que ela é filha do vizinho. Imaginem a vergonha para esse homem. Só uma feminista insana poderia levantar tal hipótese como normal, razoável.

Anônimo disse...

Eu tive um relacionamento que durou 7 anos. Após a nossa separação eu comecei a namorar com outra mulher e ela com outro cara.

Mesmo ambos estando namorando, nos encontramos algumas vezes e transamos.

Depois ficamos aproximadamente 07 meses sem nos falar e quando nos encontramos de novo ela me anunciou que estava grávida. Ao fazer a ultrassom descobri que a gravidez era de 05 cinco meses.

Isso gerou uma confusão generalizada na minha Familia, e embora nada se encaixe eu acredito que a menina seja minha filha.

Agora sinceramente falando, acredito que tenho direito de pedir que seja realizado um exame de DNA, pois a mãe da menina afirma cabalmente que ela é minha filha, mas se recusa a fazer o teste. Com um detalhe de que a mesma já mentiu pra mim várias vezes (o que faz aumentar a minha desconfiança).

A minha atual esposa engravidou e eu nem cogitei a possibilidade de fazer o teste, pq tenho plena convicção de que o filho é meu.

Acredito que fazer o teste ou não, não é machismo e sim uma questão que deve variar de caso para caso.

Agora eu acredito que isso seja um direito do homem, até pq se o homem quiser assumir a paternidade mesmo com dúvidas isso não deve ser uma questão em que a familia deva se intrometer.

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