segunda-feira, 25 de maio de 2015

EU, MAIS OU MENOS BRANCA

Terça retrasada no final da tarde voltei de uma linda mesa sobre opressões e escrevi um simples tuíte:
Exemplo de reaça
Pouco tempo depois, montes de reaças no Twitter (esses são fiéis, acompanham tudo que escrevo, apesar de estarem bloqueados) passaram a ridicularizar o que eu havia dito. Mas, né, dane-se o que reaças falam e pensam. Só que algumas horas depois várias feministas negras (eu não conhecia a maioria que apareceu, nem elas me seguiam no Twitter) também passaram a zombar do que eu havia escrito. Pior: estavam furiosas.
As perguntas que elas faziam entre elas, não para mim, eram do tipo: Como assim, a Lola se identificar negra? Ela não é argentina? Ela não é judia? Ela não tem olhos azuis? Ela não tem cabelo liso? 
(As respostas seriam, respectivamente, sim, não, não -– meus olhos são verdes -–, e não, mas não entendi por que qualquer uma dessas características seria incompatível com alguém ser negro).
Pelo menos duas moças foram ainda mais longe: uma disse que queria me dar uma chinelada na boca por eu haver escrito aquele tuíte, outra, “tremendo de raiva”, disse que torcia para não cruzar comigo novamente na rua ou na universidade, porque sua vontade era de "meter uma mãozada nas fuça dela".
Não compreendo essa violência. Por que querer me bater? Por uma mulher negra (a moderadora da mesa) ter me identificado como negra? Por eu ter ficado feliz com isso? Ou por eu querer escrever sobre o assunto no meu próprio blog?
No meu tuíte eu sequer me identifiquei como negra. Disse apenas que fui identificada como uma, e que fiquei feliz. Por que não ficaria? Deveria ficar envergonhada? Deveria ter interrompido e corrigido aquela mulher negra, a moderadora da mesa, quando ela disse com orgulho, no fechamento do simpósio, de que havia lá três mulheres negras? Se eu tivesse feito isso, aí sim é que seria racismo, a meu ver.
Fui perguntar pra ela depois: “Você me identificou como negra?” E ela respondeu que sim. 
Eu na Casa TPM, em 2013
Ela disse que o fato de eu prender meu cabelo e que a melanina debaixo dos meus olhos dava a entender que eu era negra. Eu não entendi direito, confesso (brancos não têm olheiras? E ultimamente venho prendendo o cabelo porque a menopausa deve estar se aproximando e eu morro de calor). Conversamos um pouco, e eu disse que não me via como negra, mas também não me via como branca. E que já fazia tempo que eu queria escrever sobre essa minha identidade.
Toda a minha vida, eu me identifiquei como branca. E, pelo que sei, fui identificada como branca também, já que nunca sofri racismo. Mas aí comecei o blog, e vieram várias reflexões. Em primeiro lugar, eu também havia comprado aquela ideia de que na Argentina não havia negros. E não é verdade
Uma mulher que se identifica como
afro-argentina
Argentina também teve escravos negros. No tempo da colônia, um terço da população era negra. Mas esse povo foi dizimado  em guerras e epidemias de febre amarela. Enquanto os negros sumiam, os imigrantes europeus (brancos) desembarcavam. Nos anos 1920, mais da metade dos habitantes de Buenos Aires era formada por estrangeiros (meus avós ucranianos entre eles). Hoje, pouquíssimos argentinos se identificam como negros. Em 2013 foi criado um dia nacional do afro-argentino justamente para que mais gente possa ter orgulho de se reconhecer como tal. 
A linda que fez o meu cartaz e eu em
João Pessoa, 2013
Segundo que, com o blog, eu me tornei uma pessoa mais pública, mais ou menos conhecida dentro do mundinho na internet. E vi que montes de pessoas cismavam com meu cabelo. Pra elas, eu não ter cabelo liso era sinônimo de desleixo, feiura e falta de higiene. Dezenas de vezes me mandaram alisar e pentear o cabelo (como se, poder ser cacheado, estivesse despenteado). Antes disso, eu nunca tinha tido qualquer problema com meu cabelo. Gosto dele!
Daí passei a perceber que muitos dos meus inimigos não me identificavam como branca (já li que só superherói tem inimigos, mas, sei lá, eu já tive que fazer quatro boletins de ocorrência contra misóginos que me ameaçam e me difamam, então sim, eu tenho inimigos). Num fórum mascu que também é neonazista, eu sou às vezes chamada de macaca, e sempre de parda. 
Mestiço, tela de Portinari
E desde que comecei a palestrar (sobre gênero), tenho percebido minha relutância em me ver como branca. Aliás, até antes. Em várias crônicas de cinema, se eu tenho que falar da minha cor, está sempre lá: “mais ou menos branca”. Nas palestras, eu uso o exemplo da raça pra dizer por que os homens não podem ser protagonistas no feminismo: “Seria como se eu, que sou mais ou menos branca, quisesse liderar o movimento negro”. Eu não conseguia dizer “sou branca”.  Sempre saía assim, “mais ou menos branca”.
Minha mãe e meu pai na década de 80
Em pelo menos uma dessas palestras, cerca de um ano atrás, em Curitiba, uma senhora, negra, veio falar comigo depois pra dizer que, com esse cabelo, com essa minha cor, já estava na hora de eu repensar minha identidade racial. Naquele dia eu dei duas palestras em Curitiba e, depois da segunda, saí pra jantar com os alunos da UFPR que haviam organizado o evento, todos uns amores, super politizados, um papo excelente. 
Eu em Campina Grande, PB, 2013,
posando com leitoras queridas
Contei pra eles o que a mulher negra havia me dito, falei das minhas inquietações. Disse que, quando estive na Paraíba, depois de três dias de praia, eu havia “mudado de cor”. Essa foto, ao lado de mulheres brancas, pra mim é incrível. Eu não estou branca! Um dos estudantes que estava lá era negro, e perguntei pra ele se ele achava que eu deveria me identificar como  parda. Ele respondeu, com muito entusiasmo: “Claro!” A visão dele era que quanto mais gente se assumisse preta e parda, melhor pra luta. 
Ronaldo Fenômeno se declarou branco
em 2005
Aconteceram vários outros incidentes, e não vou narrar todos, porque o texto já está gigantesco. Mas, assim, quando fui renovar minha carteira de identidade, em fevereiro, aqui em Fortaleza, eu vi que a funcionária colocou para minha raça -– parda. Isso não vai na carteira, e creio que não é perguntado. Mas num dos itens os responsáveis têm que colocar a raça, e eu fui vista como parda. Só que, uns quarenta dias depois, quando fui depor numa delegacia, a escrivã escreveu branca pra mim. 
Minha mãe e eu no último natal
Fui conversar com minha mãe sobre isso. Sei que na família do meu pai são todos brancos. Meus avós, ucranianos, judeus, migraram da Ucrânia para a Argentina antes da primeira guerra. Mas da parte da minha mãe, eu não sei nada. Nunca conheci os pais dela, a irmã, nada. Nunca vi fotos. Minha mãe sempre foi muito misteriosa nesse sentido. Perguntei pra ela se havia algum antepassado negro na nossa família. Ela disse que não -– “Índios sim, negros não”.
Em março, dividi um quarto com uma blogueira negra bem conhecida e querida. Não vou citar o nome porque não quero envolvê-la na confusão. Não sei como começamos a falar sobre o assunto, mas ela disse que quando ela está de turbante ninguém duvida da sua negritude. Porém, quando ela está com o cabelão (lindo) dela, sempre vem gente dizer que ela não é negra, que a pele dela é clara. E ela concorda que, por não tomar quase nada de sol, fica com a pele descolorida mesmo. Mas o pai dela é negro. 
Até um tempo ela se identificava como mulata (hoje essa é uma palavra não aceita, pois vem de mula), depois como parda (mas muita gente do movimento negro defende que a pessoa parda deve se identificar como negra, que “parda” é um agrado ao mito da democracia racial). 
Aliás, um parênteses aqui, mais um: já participei de várias mesas em que havia um ou mais representante LGBT, um ou mais representante negro, e uma ou mais feminista. E quase sempre tem um momento em que a pessoa negra conta a história de quando “percebeu” que era negra, e não morena ou bronzeada ou mestiça. De quando se assumiu negra como identidade política, de luta, de combate às opressões. De quando passou a ter orgulho de ser negra. Essa é uma narrativa que nos aproxima bastante, porque feministas de toda cor também falam de quando se descobriram feministas. 
Mas voltando a essa feminista negra com quem dividi um quarto: no meio do nosso papo ela disse que nunca me viu como branca, principalmente por causa do meu cabelo. A dica que ela dava a qualquer pessoa que quisesse se identificar negra era: saiba se você tem antepassado(s) negro(s) na família antes e quais são.
Meus avós ucranianos com
minhas tias no colo em
1922, antes do meu pai nascer
Eu acho que não tenho. Mas só ter parentesco negro pode não ser suficiente. Mês passado, no curso de extensão sobre gênero, literatura e cinema, pedi pra turma ler um artigo da Sandra Azêredo, "O que é mesmo uma perspectiva feminista de gênero?". Ela narra que, no início da década de 80, quando foi fazer doutorado na Califórnia, explicou pra sua orientadora (a festejada Donna Haraway) que, no Brasil, há preconceito de classe, não de raça. Naquela época, Sandra ainda acreditava nesse mito. Mas passou a refletir sobre sua vida, e lembrou-se que, quando era criança, alguns colegas confundiram sua mãe parda com uma empregada doméstica. 
Em 2009 uma estudante (à esquerda) se
declarou parda e entrou na UFSM por
cotas. Uma comissão tirou-lhe a vaga,
pois não viu a aluna como parda
O artigo gerou uma discussão riquíssima na classe. Dois rapazes disseram que sabem que têm a pele escura, e por isso gostariam de se identificar como negros, mas têm o cabelo liso de índio e nenhum outro fenótipo negro. Portanto, sentiriam-se mal se entrassem no movimento negro, porque não gostariam de “roubar protagonismo”. E eles não estão sozinhos. Esses dias vi um comentário parecido numa rede social:

Neymar, numa entrevista aos 18
anos, disse que não era preto
É complicado determinar quem é negro e quem não é. Negro é quem a polícia vê como negro? Negro é quem é vigiado ao entrar numa loja? Quanto mais escuro, maior a discriminação e o preconceito contra essa pessoa, isso sabemos (é o que se chama de colorismo). Mas no caso desses meus dois alunos, quem decide se eles são negros? (eles mesmos, certo? Já que no Brasil a raça é autodeclarada).
Para muitos, o ex-presidente Lula é
mestiço ou não branco
Voltando a mim, que este post quilométrico é todinho sobre mim, sobre uma problematização minha da minha identidade: aquele mero tuíte da semana retrasada gerou uma revolta e tanto. E até agora não entendi o porquê. Não tenho o menor interesse em ocupar um espaço que não me pertence. Se nunca quis o protagonismo no feminismo, vou querer muito menos no movimento negro. Além do mais, identidade tem muito a ver com um sentimento de pertencimento. E obviamente não foi isso que senti como resultado do meu tuíte. 
Fui chamada até de racista por ter ficado feliz por uma negra ter me identificado como negra! Evidente que ser identificada como negra não faz de mim negra, assim como ser chamada de racista não faz de mim racista. Eu sempre lutei pelo fim de todos os preconceitos, pois considero que o combate ao racismo não cabe apenas aos negros, mas a todos (tal e qual o combate ao machismo e à homofobia é um dever de toda a sociedade, não só de mulheres e LGBTs).
Minha identidade racial agora é uma que eu percebi que venho adotando faz tempo: mais ou menos branca. Talvez um dia, quando ninguém estiver olhando (no Censo do IBGE, por exemplo, ou quando eu não tiver mais blog), eu seja realmente audaz e me diga mais ou menos preta.   

298 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 298 de 298
Unknown disse...

Lola porque apagou meu comentário ? vc deixa as pessoas comentar tanta merda aqui mas verdade não pode ? isso pra mim é uma censura eu sei que o blog é seu mas até o momento que estar aberto ao público e qualquer pessoa comenta todos tem o direito de expressar suas opiniões.

Anônimo disse...

O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial.

Abdias do Nascimento

Anônimo disse...

Bravo!

Anônimo disse...

Vc mesma já respondeu.
A maior parte das pessoas não conhecem Chuck Berry e Little Richard, mas o mundo inteiro conhece o Elvis. O samba do morro era coisa de bandido, a bossa nova foi aceita.
Apropriação cultural é isso.
Quanto aos turbantes, são um símbolo de luta e resistência das mulheres negras, não apenas um adereço legalzinho pra se colocar na cabeça.

Para os negros brasileiros isso é um problema maior, pq documentos foram destruídos e a única maneira que eles têm de afirmar sua identidade é essa, através de seus simbolos étnicos, sua cultura, sua música. E nunca foram reconhecidos positivamente por isso. Enquanto pessoas negras são discriminadas por causa desses adereços, as brancas tão fazendo oba oba com modinha.

Não sei se eu consegui explicar, mas acho que alguma coisinha eu acrescentei.

Anônimo disse...

Putz grila, vai ler o Geledés vai... antes de vir aqui falar bosta.

Anônimo disse...

Nunca tinha visto essa expressão: ableísmo. Conhecia "capacitismo", e sempre achei horrivel chamar os outros de retardado e termos parecidos.
Valeu pelo toque. Não me incomodo em ter que mudar maneira como me expresso, porque luto para construir um mundo melhor para todos.
Bjs

Anônimo disse...

Bobona, vai consultar as estatísticas, vai. Paranóia teu cu.

Raven Deschain disse...

Nossa, só por essa frase, não vou nem me dar ao trabalho.

"... Tá serto, árabes, indianos e africanos são todos negros... "


Gente burra que acha bonito ser feio cansa minha beleza.

Anônimo disse...

Da mesma forma que feministas são silenciadas pelos machistas, pela turma do "não é bem assim", a turma do "não fiz por mal", "não tenho culpa de ter nascido assim" etc., é exatamente o que está acontecendo aqui.

Não é o opressor que define o que é ou não racismo, o que é ou não machismo, simples.

Vou até colocar em destaque, de tão importante que isso aqui é:

Não é o opressor que define o que é ou não racismo, o que é ou não machismo, simples.

Parece que tem feminista por aqui que tá esquecendo de fazer o dever de casa.

Anna disse...

uma musica para dscontrair:
"...Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais que coisa à toa, boa boa boa boa boa (...)
Via o que é visível, via o que não via
O que a poesia e a profecia não vêem mas vêem, vêem, vêem, vêem, vêem,
É o que parecia
Que as coisas conversam coisas surpreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que o mesmo signo que eu tenho ler e ser
É apenas um possível ou impossível em mim em mim em mil em mil em mil
E a pergunta vinha:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?"

@vbfri disse...

Maria disse...
Tá na hora do povo brasileiro começar a levar a sério a questão da mestiçagem. São pouquíssimas pessoas nesse país que são brancas de verdade. E não ser branco não deveria ser um problema. Nem solução. Nem porra nenhuma. Não deveria fazer diferença...

--> Concordo. Prevejo, no entanto, muita guerra pra chegarmos lá.

Anonimo disse...

Nos EUA eu sou lida como "latina", na Europa eu sou lida como "brasileira" porque brasileiro tem cara de brasileiro e eu sou brasileira a lot na aparência, no Japão geralmente sou lida como "brasileira" também e aqui eu sou "branca".

--> WTF? Que p*rra é essa de "brasileiro tem cara de brasileiro"? Tenho uma amiga com cara de japonesa, que é brasileira. Tenho uma amiga loira de olhos azuis e traços beeeem finos (o curioso é que os irmãos são todos morenos, com cabelos e olhos escuros). Tem eu que sou uma mistura enorme, mas que fui pra França há alguns meses e me colocaram na fila dos membros da comunidade europeia, mesmo com o passaporte na mão. E pegue um brasileiro de cada estado e me diz qual é a fucking color do brasil.

Anônimo disse...

É tão verdade que "brasileiro tem cara de brasileiro" que só nos Estados Unidos que costumam colocar tudo no saco dos Latinos. Em vários lugares da Europa, antes mesmo de eu abrir a boca já perguntavam se eu e minha namorada éramos brasileiros.

Raven Deschain disse...

As vezes eu me pergunto... Nada. Vou responder educadamente pq a Ingrid tem uma dúvida legítima.

Ingrid, ninguém está te proibindo de usar saias ciganas. Assim como ngm é proibido de escutar rap por ser branco. Eu não vou ver uma guria de turbante na rua e partir pra cima dela aos gritos, pra que ela tire aquilo.

O problema (pra mim, pelo menos, a quem se interesse tem muita mulher negra na internet problematizando mais do que isso) é quando algo "de preto" é ruim, mas quando brancos começam a fazer é "hype", é "tendência", enquanto o negro segue sendo discriminado. Por exemplo, as meninas do twerk. Eram todas umas vagabundas sujas. A Miley Cyrus começou a dançar, aí virou moda. Ficou legal. Entende?

Ou então, moças de cabelo cacheado brancas, estão na moda. São lindas e corajosas.

Moças negras de cabelo crespo são sujas. São relaxadas.

E a lista é interminável. E digo isso por mim...

Existem pessoas que acham que brancos não deveriam usar tranças rastafari ou dreads. Não é o meu caso. Não quero proibir ninguém de nada. Mas pôr a mão na consciência não mata nem arranca pedaço.

E pra quem usou o exemplo de comidas típicas?? Na boa, vamos exercitar a não - babaquice? Ninguém come uma enchilada pensando: esse mexicanos são una fdp mas a comida até que presta. Diferente de alguém que diz: ela é bonita, apesar de escura.

Raven Deschain disse...

Eita Denise. Desculpa não vi. Falei lá embaixo pra Denise oq eu acho.

E vc definiu muito bem. Emendo ainda que mesmo algo q negros começaram antes, como blues, quando é feito por brancos é mais valorizado.

Não acho necessariamente ruim. Mas é preciso haver representatividade. Havendo um rapper negro muito bom pq eu escolheria um branco pra cantar, sei lá, no meu show de tv?

Raven Deschain disse...

Ai Sabrina.... Kkkkk

Na boa, não vou nem me dar ao trabalho.

Vc por acaso acha que é bonito ser feio?

Vai estudar menina.

Anônimo disse...

Caralhos! Querem ditar até como a Lola deveria se sentir ao ser tida como negra. Honestamente, não sei como ela suporta: Não basta os mascus, as agressões gratuitas, ameaças e ainda vem os cagadores de regra. Por muito menos, eu já teria fechado o blog e mandado tudo e todos às favas. Vão encher o saco do Gentili, do Olavão, do Malafaia, enfim de qualquer preconceituoso de plantão e deixem a Lola, que faz um trabalho sério e tão importante em paz!

Anônimo disse...

Daqui há pouco, a Lola vai ter de pedir licença e permissão para escrever em SEU PRÓPRIO blog.

Anônimo disse...

Oi? Agora sou ableísta porque chamei o outro de retardado (coisa que ele é mesmo, pra escrever aquele lixo)?

Por acaso vc me conhece pra saber se eu chamo autistas de retardados por aí? Ou se também chamo pessoas com paralisia cerebral (meu irmão) de retardados?

Agora não posso mais usar o termo "retardado" pra ofender alguém que claramente é retardado, só porque na SUA cabeça isso quer dizer que eu chamo autistas, pessoas com PC, down, etc de retardados? Menos, ok, tá imaginando demais.

Não sou ableísta e quem escreveu aquelas merdas é retardado sim, na minha concepção do termo. Se vc tem outra concepção ok, é sua opinião, mas não é a definição eu conheço e não é o que 90% das pessoas pensam ao usar o termo "retardado". Agora se outros usam esse termo pra fazer bullying, então eles que são ableístas, não eu.

Você definitivamente não me conhece pra ficar me acusando desse tipo de coisa. Aliás nem deveria responder, sou anônim nessa poha mesmo, só fiquei indignad com essa acusação sem fundamento.

Mila disse...

Cara, difícil vcs entenderem sobre apropriação hein?
Não significa que vc tem de jogar fora seus discos de samba e não usar mais turbante.
A treta da apropriação se dá muito mais pelo não reconhecimento da raiz negra que as coisas possuem como se elas tivessem sido inventadas pelo branco e somente por ele. Acontece o mesmo com mulheres (pensem em mulheres inventoras que tiveram seu crédito sabotado pelos homens).
A questão da cultura dos cachos é um movimento político e não de moda. Perguntem a qualquer menina que resolveu abdicar de química. Crescemos a vida inteira sendo ensinadas a odiar os nossos cabelos e a invejar o cabelo das mulheres brancas. Toda uma indústria foi montada em cima dessas frustrações. Algum tempo atrás, usávamos produtos que não eram específicos para os nossos fios.
Fora a questão de preconceito. Eu, por exemplo, não usava meu cabelo solto por vergonha, medo de ser chacota. Não tínhamos nenhum referencial de mulher negra com o cabelo natural há alguns anos. Então, quando se trata esse movimento como moda e colocam mulheres brancas como únicos modelos, estão silenciando nosso espaço e silenciando referenciais para nós.

Anônimo disse...

Ta certo raven , o problema n é o racismo , é branco usando coisa de negro, então basta a gente n usar mais nada de vcs ou lembrar do racismo antes de usar q tá resolvido.
sou branca de cabelo cacheado e ate hj n ouvi aplausos pelo meu cabelo, só gente me enchendo para alisar. N sei onde só pertubam as negras por isso.
E já vi varios canais no YouTube de negras assumindo cachos e recebendo trocentos elogios.
Menos né e twerk é escroto, na miley ficou pior ainda, ela tenta ser sensual mas n consegue.

B. disse...

Bom, agora que alguém aí falou que adora os adereços da cultura negra, lembrei de outra questão que sempre causa rebuliço no feminismo e/ou no movimento negro: a apropriação cultural. As feministas negras veem como ofensivo alguém não-negro usar turbante/dread, por exemplo. E o que vcs acham?

Sara Marinho disse...

Nunca li a Lola como negra ou branca, se eu for cair em colorismo, diria que é parda mais para branca. Está em uma posição de privilégio no nosso país, pode até sofrer racismo em algum confim sulista lotado de alemães e italianos, mas em regra, ninguém vai destrata-la pela cor de sua pele.
Mas não achei o twitte ofensivo, ela nem disse ser negra...
Uma vez, anos atrás, eu estava em Pelotas/RS, e um rapaz disse que eu tinha pele morena, eu sempre me achei muito branca, irrealisticamente branca para uma pessoa que tem mãe negra, e eu gostei de ter sido chamada de morena. Não me considero morena, ainda me vejo como irrealisticamente branca, mas eu gostei.

Isso é complicado mesmo no Brasil...

Minha família é toda misturada, e como acredito ser mais comum no Brasil, a gente não sabe de onde vieram nossos antepassados. Só sei que descendo de índios, negros e brancos, e, acredito que tenham portugueses entre esses brancos, já que meu pai tem dois sobrenomes de origem portuguesa.
Mas eu sei, que mesmo tendo mãe negra, irmã parda, avó negra, tios negros e uma pancada de primos negros, eu não tive vivência de negra, eu não passei por racismo. As pessoas me viam com a minha mãe e achavam que ela era minha babá, e isso só era dolorido para ela, eu era bebê, nem sabia o que estava acontecendo.
Acho que minha mãe fica bolada com essas coisas até hoje, não somos lidas na rua como mãe e filha, e se estivermos com uma das irmãs do meu pai, todos acharão que sou filha de uma delas, que são brancas, tem cabelo cacheado e usam óculos, assim como eu (e uma dessas tias ainda se veste parecido comigo, ai não tem saída, todos acham que sou filha dela)

Mila disse...

B.
Eu tenho mais ou menos a opinião da Raven. Não vou sair por aí atacando meninas brancas por usarem turbante ou dread. Nem por ouvir funk ou gostar de pagode.
Assim como, por ser afrodescendente, não tenho obrigação de usar turbante, seguir alguma religião afro-americana ou ouvir pagode.
Como eu disse, as mulheres negras ficam ofendidas quando um movimento tão cheio de conotações políticas, de liberdade e de aceitação das origens é tratado como moda ou pro branco pagar de hipster. O dos cabelos, no qual estou mais participativa, significou muito pra mim (e acredito que para as outras gurias) em auto-estima e aceitação. Tem menina que começou a alisar cabelo quando criança. Tem menina que era destratada em salão de beleza pelos "profissionais" que acham que cabelo liso é cabelo bom. Os elogios que a anonima das 10h33 menciona são nesse sentido: de não ser mais escrava de um padrão de beleza. A maioria das informações que eu recebi foram de mulheres ajudando as outras não só com dicas de beleza, mas de autoestima (no meu grupo do whatsapp ouvimos muitos relatos de meninas que foram discriminadas por seus cabelos, em nome da "boa aparência"). Isso é lindo.
É um movimento que tá ganhando tanta força que aos poucos está mudando o pensamento de quem trabalha com cabelo. Significa que somos consumidoras exigentes e não aceitamos mais que nos empurrem químicas danosas. Até a indústria tá percebendo isso e disponibilizando uma gama muito maior de produtos.
O que tá rolando, e é algo que eu vejo com preocupação é sobre os espertinhos que estão se aproveitando disso para aparecer. Salões "inventando" serviços para cabelos cacheados e cobrando uma fortuna, gente pedindo 400 dilmas em workshop de turbante...

Juba disse...

Raven, como você é paciente, pergunto especialmente pra você:

Me identifico muito mais com as mulheres negras por me sentir mais parecida com elas que com as brancas, mas ao mesmo tempo tenho total noção do privilégio de não sofrer racismo a maior parte do tempo. Sofrer racismo é condição sine qua non? Isso não é também deixar a legitimação da identidade a cargo do opressor? Veja, quando me identificam negra, geralmente é em condições negativas, como ser seguida em lojas e outras coisas que as pessoas negras conhecem bem. Quando me identificam branca, porém, isso também é feito por racistas, como a avó branca que não admite que me diga parda, por exemplo. Ou seja, qualquer legitimação fica a cargo do opressor.

Outra coisa... Sim, é super injusto o fato da estética/cultura negra ser rejeitada quando manifestada por uma negra e considerada cool quando por uma branca. O que eu gostaria de saber é se tem de ser sempre assim, ou se essa apropriação pode ser um passo, talvez pequeno, talvez equivocado, de valorização dessa estética e dessa cultura. Acho triste, quando alguém diz que gostaria de ser negro, ou faz uso de um adereço ou penteado da estética negra, isso seja visto como ofensa. Certamente existem muitas coisas ruins em ser negro em um contexto onde ser negro significa ser oprimido, mas existem coisas boas e belas, que a pessoa admira e deseja conhecer, muitas vezes pouco se importando se é cool ou não. Por que duvidar de quem gostaria de ser ou parecer negro?

Abraços

B. disse...

Mila, nem precisava ter me respondido hehe, no fim a minha pergunta que foi atrasada, pois já estavam falando sobre apropriação cultural aqui!

Anônimo disse...

Lola,

aqui vai minha opiniao : eu acho que ta todo mundo fazendo muito barulho por pouca coisa.

NADA , mas NADA nesse mundo justifica as agressoes que vc recebeu.
( ter razao em algumas coisas nao significa que vc possa agredir o outro)

Nem sei mais quem tem razao ou deixa de ter - tamanha a quantidade de respostas e de posts absurdos que leio aqui.

So consigo dizer que eh perfeitamente possivel ser branca e se ofender/ indignar com o racismo que vc nao sente ‘ na pele’, e empatizar com as pessoas negras, se comover com e por elas. Eu que sou branquinha, olhos verdes, CHORO todas as vezes que leio um trecho de um livro que aborda ( entre outras coisas) o racismo; nesse trecho consta o desabafo de uma personagem ( negra) questionando o porque do racismo em tals.

Eu acho, com toda a sinceridade que vc nao deveria mais se justificar. Quem entendeu, entendeu, ainda que te faca alguma critica construtiva. Quem nao entendeu vai passar o resto da vida te agredindo por isso, por mais que vc se justifique e/ ou peca desculpas.


Boa semana. A gente tem que ser mais leve e parar de carregar fardos/ pesos nas costas. Ficar repetidamente se justificando pra quem nao vai te entender eh uma forma de carregar um fardo.

PS: Raven, continuo amando seus comentarios <S2


Maria Valeria





Mila disse...

Uhulll! Que alegria que me dá quando a caixa de comentários do blog volta a ser um espaço de debate e não um octógno do UFC.

Continuando a reflexão, aí vai um texto:

http://campus.fac.unb.br/opiniao/negras-bonitas-uma-questao-de-opiniao/

donadio disse...

Talvez relevante:

https://www.researchgate.net/publication/255751601_Dinheiro_embranquece

Anônimo disse...

Viram só crianças?

É isso o que dá levar esquerdismo e esse papo de raça a sério. É como brincar com um cachorro não socializado, ele fica bravo do nada.

Se bem que se comparar esquerdista com cachorro é ofensivo, afinal, cachorro não é tão burro quanto essas pessoas.

Renata

Anônimo disse...

Esse é o grande problema do brasileiro médio: se a pessoa se identifica como branca, leve paulada, se acontece o contrário, leva paulada também. Eu estou inclusa nesse grupo, e prefiro me ver como "mestiça de pele clara", tá bom demais pra mim.
Agora Lola, esse é o momento de vc procurar sua paz de espírito, porque pra lidar com gente escrota tem que ter muita força e serenidade. Até "compreender a violência" dos outros vc tem que fazer, olha que coisa. Mas não esmoreça não. Vc ainda é fonte de inspiração pra muitas mulheres, esteja certa disso.
E povo, desde quando Estados Unidos e Suécia são parâmetros pra classificar etnia? Que coisa mais irritante essa mania de colocar países tão diferentes do Brasil como exemplo. O que eles entendem da miscigenação brasileira? Nada.

Jacqueline disse...

mais ou menos grávida

mais ou menos branca

mais ou menos negra


coisas que não existem

Elen disse...

É isso que dá essa história de que só negros ou só quem for de tal minoria, pode dizer o que é ou não discriminação, o vitimismo rola solto e ignoram o que diz a lei sem o menor remorso.
Por um acaso está na lei que uma pessoa ficar feliz por ser considerada negra é racismo??? Tenha dó!
Falando de cabelos cacheados, é um movimento político,mas falam disso como se só negras sofressem com a ditadura do cabelo liso, como se todo branco tivesse cabelo liso, vamos voltar a realidade? Meu cabelo é ondulado e já me infernizam, se não tiver cabelo liso se fudeu, seja quem for.
Sobre apropriação, entendi o que disseram aí, mas tem gente sim querendo proibir os outros de usar qualquer coisa da cultura afro e isso é ridículo, vão ficar querendo porque quem gosta vai continuar usando.
O comentário da Raven foi bem escroto, eu uso uns colares do estilo africano porque acho lindo, estiloso e nem passa na minha cabeça algo desse tipo "ah, bando de negro fdp, mas até que essa merda que esses macacos fizeram é legalzinho, então vou usar."
Falaram da Elke, será que ela usa aquilo tudo, tendo asco de negros e da sua cultura? Fala sério.

donadio disse...

Um problema com o conceito de "apropriação cultural" é que ele foi pensado para a realidade americana, em que as "culturas", se supõe, devem ficar nos seus guetos específicos. Mas no Brasil as coisas são mais complicadas, a mestiçagem cultural é a norma, não a exceção, e há uma tendência muito forte não de "branqueamento" mas de neutralização. A "antropofagia" de que o Oswald de Andrade falava.

Tipo futebol, por exemplo. A gente "sabe" que é uma invenção inglesa, foi importado para o Brasil pela elite branca... e apropriado pela plebe de tal forma que embora a gente "saiba" que é uma invenção inglesa, a gente "sente" como uma coisa intensamente brasileira (como já vi dizerem, "os ingleses inventaram o jogo, os brasileiros descobriram como se joga"). Tipo pizza, que foi totalmente reinterpretada (ou digerida, no sentido antropofágico) - experimenta explicar a um italiano coisas como pizza de banana com canela, por exemplo. Os italianos inventaram a pizza, nós descobrimos as coisas que dá pra colocar em cima dela, talvez?

Ou, mais complicado ainda, feijoada, que todos nós "sabemos" que é um prato africano, ou um prato inventado no Brasil pelos escravos... e sabemos errado, pois é um prato português tradicional (embora em Portugal fosse feito com feijões brancos, por falta de feijões "de verdade").

Em resumo, nossa cultura é híbrida, e nós não somos "multiculturais". Mais ou menos como nós mesmos; alguns de nós somos "lidos" como brancos, outros como negros (e há uma centena de "leituras" intermediárias ou negacionistas, que não resultam de imposições de cima, mas de reações mais ou menos espontâneas a partir de baixo) - mas se abrirmos o DNA de cada um, veremos que alguns "brancos" têm mais "sangue africano" do que alguns "negros".

É complicado, e uma parte dessa complicação é a tendência, sempre presente, de achar que a construção social da raça no Alabama é objetiva e correta, sendo a nacional "errada".

Anna disse...

parece que o movimento negro, ou um movimento negro, determinou que os não negros, ou quase brancos de tao ricos, devem sentar desconfortavelmente em seu lugar de opressores e lá permanecerem, preferencialmente calados, ou melhor ainda, perpetuando o racismo e a opressão, por que se tentarem fazer diferente estão, danadinhos espertos, tentando roubar o protagonismo. a ai de quem sair desse lugar.

donadio disse...

"Falando de cabelos cacheados, é um movimento político,mas falam disso como se só negras sofressem com a ditadura do cabelo liso, como se todo branco tivesse cabelo liso, vamos voltar a realidade? Meu cabelo é ondulado e já me infernizam, se não tiver cabelo liso se fudeu, seja quem for."

Eu tive que rir.

Meu cabelo é ondulado; hoje em dia não se nota, por que uso curto, e os cachos só aparecem a partir de um certo comprimento. Quando eu era adolescente, e a moda era cabelo comprido, era bem óbvio. E eu nunca tive problema com isso, nunca me infernizaram por isso. Me infernizavam por causa das calças que nunca arrastavam o suficiente no chão (e usar a calça na altura do tornozelo chamavam "pescar siri", e "pescar siri" era um pecado mortal, que eu sempre cometia), e, quanto aos cabelos, me incomodava muito mais ter de deixar comprido (por que usar cabelo curto era quase tão grave quanto pescar siri) do que o fato de ele ser cacheado.

Elen disse...

Mila

Li o texto que você indicou, achei todas as mulheres lindas, mas acho que tem gente que leva tudo ao extremo. O que elas falaram é verdade, não sou negra mas não sou cega para ver que isso acontece. Uma colega minha já ouviu essa merda e ficou puta com razão "você é negra mas até que é bonita" e ainda terminaram mandando ela alisar o cabelo para ficar mais bonita ainda...
Padrão de beleza existe, muita gente é dominado por eles, mas falar que gosto pessoal não existe, que é tudo construção, é demais. Eu por ex, amo homens coreanos/japoneses e pelo que eu já escutei, eles são um povo tudo igual, gente feia do caralho, pau pequeno, mal aparecem na mídia, seguindo a lógica, era para eu pensar a mesma coisa, porque eles tb estão totalmente descartados do padrão de beleza.
Conheço homens e mulheres que preferem mulheres negras, desprezam as brancas, não estão nem aí para elas, daí eu me pergunto porque isso não é visto como racismo contra brancos, gosto pessoal merda nenhuma, mas quando acontece o contrário é racismo e acabou? Como é que podem afirmar que é racismo e não a preferência da pessoa?

Juba disse...

Jacqueline, então fica a pergunta: que diabos eu sou, então? Não temos nome. Tenho pais brancos de cabelos lisos e passei a infância achando que era adotada, minha mãe mostrou fotos da gravidez e então pensei que tinham me trocado na maternidade. Minhas primas são brancas, não tenho parentes próximos com quem me identificar.

No entanto, tenho traços dos meus pais, assim como o corpo da nonna loira, o cabelo cacheado do avô cuja mãe era negra (e que, pelas fotos, parece branco) e a cor do avô que tem nome italiano e traços caucasianos e pele marrom chocolate. Sei que biologicamente pertenço a esse grupo de pessoas, mas faz-me falta uma identidade étnica, ainda que seja o carimbo de "misturada". Essa binaridade branco/negro não tem lugar para mim. E o filho de oriental e negro? Como fica? Depende do fenótipo ou se foi criado mais próximo à família negra ou pela bachan?

Concordo com Donadio, que no cenário específico brasileiro, apesar da imposição do padrão europeu e da miscigenação ter sido fruto de violência na maior parte das vezes, fica difícil especificar quem está inserido nessa ou naquela cultura. Acabaram por se misturar, apesar do cenário desfavorável.

Elen disse...

Eu que ri de você Donadio, já que isso não aconteceu com você, não acontece com mais ninguém, foi isso que quis dizer ou entendi mal?
Sinto muito mas é a realidade, na escola chegavam a pegar uma mecha do meu cabelo e ficarem rindo igual idiotas da minha cara e do meu cabelo.

Tony Folador disse...

Essa luta incessante por colocar o "outro lado" todo dentro de rótulos restritos e óbvios é absurda. Homens: Calem-se, o pintinho que vcs tem os tornam opressores naturais. Não-negros: Quietos! As escala pantone de melanina é sagrada e vcs são todos unsracistas opressores, não tem direito de questionar ou contemporizar nada. Somente xs purxs podem se manifestar. Essas brigas internas fodem com qualquer chance de resistência em grupo.

donadio disse...

"Eu que ri de você Donadio, já que isso não aconteceu com você, não acontece com mais ninguém, foi isso que quis dizer ou entendi mal?
Sinto muito mas é a realidade, na escola chegavam a pegar uma mecha do meu cabelo e ficarem rindo igual idiotas da minha cara e do meu cabelo.
"

Não sei. Talvez varie de um lugar para outro.

Era uma escola de classe média alta na cidade do Rio de Janeiro. As crianças (todas brancas, se me recordo direito) eram infernizadas de muitas maneiras e por muitos motivos: vestimenta, estatura, aparência física, sexualidade real ou aparente, rendimento escolar, etc., etc., etc. Muitas tinham cabelos cacheados, outras cabelos lisos. Absolutamente nenhuma tinha cabelo encarapinhado. Mas entre todos os motivos de bullying, cabelo cacheado nunca foi um.

Mila disse...

Elen,

Seu questionamento é bastante válido. Eu tbm tenho um gosto parecido com o seu e sempre ouvi críticas por não namorar ninguém da minha "raça". É claro que as pessoas podem ter gostos distintos, mas vamos tirar isso do nível pessoal, que é difícil de aferir, e levar para o que é massificado.
Quando a autora diz isso, o meu entendimento foi de referenciais de beleza. Garotas brancas possuem vários referenciais de beleza para se espelhar, desde fictícios (princesas da Disney, Barbies) a pessoas reais (modelos, atrizes, cantoras). Quando eu era pequena, a única mulher negra com destaque na TV era a Taís Araújo e mesmo assim, ela é mestiça. Meninas com a cor de pele mais escura (tipo a Lupita) não tem nenhum modelo para se espelhar, não possuem representatividade. Já que tudo o que aparece na mídia é o bonito, a ausência de negros na mídia, ou a presença em papeis subalternos ou estereotípicos, reforça preconceitos. E outra, as mulheres bonitas que são negras só aparecem em um período: o carnaval. E ainda assim carregadas de estereótipos de sexualização. Sabe aquele ditado: "branca pra casar, mulata pra fornicar e preta pra trabalhar"? Pois é, ainda tem muita gente que pensa desse jeito.
Dito isso, até que ponto é um gosto pessoal e até que ponto somos influenciados? Ou até que ponto somos persuadidos a achar pessoas de tais características bonitas? Tipo o menino que gosta de gordinhas, mas não tem coragem de falar isso na frente dos amigos pra não ser zoado?

Tony Folador disse...

Não tenho vivencia do medo de estupro nas ruas mas, como gay, tenho vivencia do medo de violência constantemente - nas ruas, no trabalho, no bairro. Sou subestimado pelo estigma feminino que a condição gay carrega - ainda que eu não seja feminino. Não tenho a vivência de ser perseguido por ser negro, mas tenho or ser pobre e tb por ser gay. Qual a nota da minha legitimidade? Posso opinar qq coisa nessa vida? Alias, eh disso que se tratam os movimentos por direitos - disputar quem tem mais legitimidade diminuindo a legitimidade alheia? Toda essa discussão nem eh mais sobre oq disse a Lola, mas uma guerra sobre quem pode oq - exatamente a situação que o verdadeiro iro inimigo espera de nós, divididxs e fracxs.

Jacqueline disse...

JUBA,

Eu como branca não posso definir o que você é. Mas pelo que venho observado, o movimento negro brasileiro tem usado para definir o negro e a negra como aqueles de pele escura com x, y ou z traços que sejam vinculados a quem é afrodescendente e, principalmente, por sofrer racismo. Sabe o poema cantado Chamaram-me Negra, de Victoria Santa Cruz? Pois bem, é isso. A diferença se faz pelo outro.

O que eu não consigo entender é alguém como a Lola, que deixou bem claro em seu texto não possuir nenhum laço genético nas últimas três gerações com negros, se intitular uma mais ou menos branca - mais ou menos negra. Mas é isso. Escreve-se aquilo que se quer.

Quanto aos que foram miscigenados de verdade, acho cabe o processo de auto-analise e auto-identificação. E não serei eu branca a pauta-lo. Tem diversos blogs e ativistas do movimento falando à beça sobre isso.

Anônimo disse...

Quando leio de meninas negras um "VC É BRANCA!!!" meio que entendo como se elas estivessem querendo dizer "vc é branca, tem essa sorte, como pode desperdiçá-la assim, "se dizendo negra"?

Triste.

Elen disse...

Mila


Eu entendo o que você diz, é verdade, eu sempre sofri por ser gorda e só ver magras na tv, negros só fazem papel de pobre, empregado ou bandido, eu sei que de forma geral, a autoestima é afetada pelas merdas que vemos sempre, mas o meu ponto é que saem acusando qualquer um de preconceito, por qualquer coisa, sem prova alguma.
Não sei se vou conseguir explicar direito, mas por ex se eu for rejeitada por um cara, eu estaria lidando somente com o gosto pessoal dele ou com o da sociedade inteira?
Como é que vou saber se ele me rejeitou por ter nojo de gordas por causa dos padrões? Ou porque ele verdadeiramente só sente atração por magras? Ou gosta de gordas, só que por mim n sentiu merda nenhuma? Motivo para levar fora n falta.
A n ser que o cara diga na minha cara, algo do tipo "n fico com gordas nojentas", n tenho base nenhuma para sair por aí, dizendo que o cara é gordofóbico, q só n quis nada comigo por causa dos padrões.
Falo isso porque no texto dela, ela afirma q se uma negra leva fora, é só por ser negra, é pelo padrão coletivo de beleza.
É o coletivo atingindo o indivíduo, se o indivíduo tiver o azar de seu gosto coincidir com o que está nos padrões, isso o torna automaticamente preconceituoso para muita gente.
Nem sei, isso é complicado demais.


Talvez seja isso Donadio, a minha escola era de pobre mesmo. Ah e puxavam meu cabelo no ônibus escolar tb, bando de criança fdp, ainda tem gente que diz q crianças são puras kkkkkkk até parece.

Juba disse...

Jacqueline, obrigada pela resposta, esclareceu bem seu ponto de vista.

A Lola acabou legitimada por acidente, nesse caso...

Continuo em busca de uma identidade étnica na área cinza entre opressor e oprimido :P

Abraços

Cris disse...

Isso aqui tá parecendo a caixa de comentários do G1, só que de esquerda. mas a quantidade de ódio, violência, maniqueísmo e falta de capacidade de olhar pelo ponto de vista do outro tá igualzim, viu? bando de fanáticos insensatos de todos os lados, pqp.

Unknown disse...

Pessoa VERDADEIRAMENTE negra???
Fale mais sobre isso...

Unknown disse...

Você pauta ou sugere...
Ponto!

Unknown disse...

Sim, Lola você é branca. Não teime. Você é branca e é racista. E você não respeita os negros.
Só não acompanhando a Lola para levantar essas conjecturas. Quanto devaneio...

Anônimo disse...

Lola ali em cima no post colocando "exemplo típico de reaça" e colocando foto de uma possível (?) radfem falando de homem barbado que se diz mulher. Querendo sugerir que radfem é reaça. Ridículo!

donadio disse...

Qual a "cor" do homem nesta foto?

http://www.memoriafutebol.com.br/uploads/blog/big_ademir-da-guia-01.jpg

(Ademir da Guia, ex-jogador do Palmeiras, um dos melhores e mais clássicos mestres da bola que já vi jogar. Pele branca, cabelo loiro, olho claro. Pra mim, é negro.)

Anônimo disse...

Censura no blog alheio. Aff....

Anônimo disse...

Esse povo extremista negro é sempre recalcado. Nunca há resposta certa. Se apropriam da cor e da palavra como se isso fosse ajudar a diminuir o racismo, o que, na verdade, aprofunda.

Anônimo disse...

donadio 15:39

Pra mim é uma aberração da natureza, mesmo.

donadio disse...

"Pra mim é uma aberração da natureza, mesmo."

Viva as aberrações da natureza, então.

Anônimo disse...

Um pouquinho de luz e HUMILDADE a essa questão que vai muito além de se achar assim ou se achar assado

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/25/opinion/1432564283_075923.html


"No Brasil, o melhor branco só consegue ser um bom sinhozinho

O cancelamento da peça 'A Mulher do Trem' por racismo mostra que a tensão racial no Brasil chegou a um ponto inédito, cujos rumos passaram a ser ditados pela nova geração de negros que alcançaram a universidade

de Eliane Brum"

Rafael Medeiros disse...

Eu achei massa Lola ter gostado de ter sido identificada como negra, e ter expressado essa felicidade. Nunca a vi afirmar ser negra, muito menos afirmar que "ser negra é isto ou aquilo".

Erres Errantes disse...

Estou profundamente chocada com a falta de caráter dessas feministas negras que vėm aqui para distorcer o que a Lola diz. No começo achei que fossem paranoicas ou analfabetas funcionais, mas agora cheguei á conclusao de que o que elas querem mesmo eh tumultuar. Está claro no tuíte e foi repetido diversas vezes pela Lola que ela näo se considera negra nem pretende se apropriar do movimento, mas essas escrotas organizaram um ataque sistematico e covarde. Ficam repetindo um monte de calunias, numa estrategia que me lembra muito a de Goebbels, segundo a qual uma mentira repetida cem vezes se torna verdade.
Lola, nao se impressione com esses ataques. Boa parte de todo esse ressentimento eh inveja da visibilidade do seu blog. Continue escrevendo e nao se acanhe por causa dessa gente escrota e mal intencionada.

Raven Deschain disse...

Noooosss, pra Ingriidddd... Desculpa. A pessoa acorda cedo e fica besta!

Ingrid Bezerra disse...

Raven, valeu pelo esclarecimento! :) Muito obrigada.

É verdade :), eu não estava zoando, eu preciso mesmo aprender essas coisas para não fazer merda. Eu sou uma aprendiz de Costureiro e de Ceramista e preciso pensar muito muito nestas questões.

Beijos. :* <3

Maria Fernanda Lamim disse...

Comentario mais sensato do post. Concordo 100%

Unknown disse...

Apropriação cultura é simplesmente o pior conceito já inventado em "justiça social". Minha empatia nessa questão é: vida difícil né? Te entendo. Medita aí igual eu, não tibetano, faço.
O homem branco tá roubando a sua dança da chuva e a macumba? Rouba um minueto de Bach e toca ele! Ele era branco! Você vai ver o quão estressado eles ficarão!

(Eu leio sobre movimentos sociais há mais de 10 anos, e apropriação cultura foi uma coisa que pra mim, brasileiro, nunca fez sentido.)

Flávia Tunes disse...

Trabalho em uma universidade federal e acompanho os movimentos dos coletivos das estudantes negras, mesmo sendo branca. Mas nem tanto. Tenho cabelos cacheados e pensar em penteá-los secos, viram uma juba! Quando criança e adolescente me sentia muito diminuída por isso. Como tenho os lábios grossos, minha irmã, quando brigávamos me chamava de "nega beiçuda", mas ficava por aí: nas brigas de irmãs. Quando li o seu post,Lola, não encontrei nada que julgasse desrespeitoso ou racista. Acompanho o blog há anos e, confesso, você me inspira profundamente. Senti que a sua alegria por ter sido identificada como negra deve corresponder à alegria e honra de quem recebe, por exemplo, um título honoris causa. Um reconhecimento pela sua posição em relação aos direitos das pessoas negras, assim como demonstram as inúmeras postagens desse blog. E depois, quando você continuou a discorrer sobre isso, senti também uma identificação. Mais ou menos como eu, por afinidade, me identifico com o sofrimento causado pelo preconceito e pelo racismo. Mesmo que eu não tenha sofrido na pele. Só que não me identifico tanto quanto quem sofreu tanto que isso justifique um sentimento violento ou agressivo. No mais, só tenho a lhe agradecer. Não por ser tão lúcida (que você é) mas por ser corajosa e generosa em manter este espaço que, creia, é um instrumento de conscientização e libertação. Beijos

Anônimo disse...

Para mim, o grande problema não foi a Lola se sentir assim ou assado e nem expressar o sentimento numa rede social. Isso foi um deslize. Acontece.

O problema foi ela escrever um texto sobre o assunto, mostrando como foi atacada por mulheres negras, e sair clamando que "escrevi sobre MIM no MEU blog". Desculpa, mas isso foi muito arrogante. De longe dá pra ver que a reflexão foi feita a partir de uma bolha de privilégio.

Anônimo disse...

Eu nunca entendi esse negócio de só poder lutar por uma causa se você tem vivência naquilo, ex: só pode apoiar os movimentos negros se for um negro, só pode falar de feminismo se for mulher... Não faz sentido, é incoerente! Vocês não adoram homens feministas? E o movimento GLS (Eu sei que mudou para GLBT... mas ficou tão gigante que nem sei a sigla completa agora)? Eu costumava entender "Simpatizante" como alguém que não quer ter um envolvimento com outra pessoa do mesmo sexo, mas está ali apoiando quem quer, isso é errado? Melhor ser contra tudo então?
Eu odeio esse vitimismo típico de minorias esquerdistas, brigam o tempo todo para serem aceitos e quando alguém que não é negro, mulher, sem terra, pobre e sei lá mais o que tenta apoiar, esse alguém é escrachado e ofendido porque, segundo eles, "não sabe do que está falando, não tem vivência, não tem moral". Uma coisa é uma pessoa querer ser contra esses movimentos e essas causas (tipo "orgulho hétero", "orgulho branco", "dia do homem"), se um homem vem me falar que as mulheres têm todos os direitos iguais a eles e blablabla é lógico que eu revidaria e diria: "Você não sabe do que está falando, pois não é mulher, não está na nossoa pele pra saber como é ter que lutar pra ser reconhecida na sociedade dia após dia". Agora, se a pessoa quer ajudar demonstrando solidariedade e se colocando no lugar da outra, querendo lutar junto, e ainda assim é ofendida, realmente não sei o que fazer.
Moro no sul e a quantidade de haitianos morando e trabalhando na minha cidade é exorbitante. Infelizmente existe muito preconceito contra essas pessoas ("negros, imigrantes, tirando o emprego de quem é daqui" nas palavras das pessoas de cabeça fechada que residem aqui) e eu sempre me posiciono a favor dos haitianos, comprei a briga deles e discuto com todo mundo que age com preconceito. Então, seguindo essa "lógica" idiota de só poder falar sobre algo se você FOR aquilo, mesmo que para apoiar, já que não sou haitiana, tenho que ficar na minha? Já que não sofro preconceito não posso ficar do lado de quem sofre? Me poupem gente, é por causa desse tipo de pensamento que as minorias serão cada vez mais, minorias.

(Amanda)

Anônimo disse...

"Eu leio sobre movimentos sociais há mais de 10 anos, e apropriação cultura foi uma coisa que pra mim, brasileiro, nunca fez sentido"

Pra mim também não, já que a miscigenação racial e cultural está na raiz de todo brasileiro. Certas coisas fazem muito mais sentido fora do Brasil do que aqui, porque nossa realidade é diferente. Na minha família mesmo tem árabe, índio e japonês APENAS do lado do meu pai e do lado da minha mãe, dinamarqueses, portugueses e negros. O resultado sou eu, uma moreninha bem queimada com o cabelo pretíssimo mais liso que o da Preta Gil (que também não alisa os cabelos e que, como eu, vive escutando piadinhas a respeito), olhos puxados e um baita par de beiços. Uma salada!

Independente disso, se algum grupo representante de minorias sociais me apontar uma apropriação cultural indesejada, vou fazer questão de ouvir bem atentamente o que essas pessas têm a dizer. Já foi dito aqui e eu concordo: NÃO É O OPRESSOR QUEM DEFINE O QUE É OU NÃO RACISMO.

Anônimo disse...

Que bom que todo mundo pode opinar sobre qualquer assunto, inclusive aqueles que a pessoa não entende. Pena que junto com essa opinião, não é exigida qualquer coerência.

Então em um blog PESSOAL, um machista fala n coisas e só faltam pedir a cabeça do sujeito publicamente. Eu to bem ok com isso, aliás.

Aí em outro blog PESSOAL, uma pessoa samba em cima de ativistas negros, do movimento negro, de feministas negras mas aí não, é diferente, tá tudo bem aqui. Com isso não estou NADA ok. E lamento muito que vocês estejam.

Toda minha solidariedade ao movimento negro e às ativistas negras, que jamais serão caladas por qualquer feminismo embranquecedor de conveniência.

RESISTIR SEMPRE

Anônimo disse...

Tenho traços negros como a cor da pele e o cabelo, porém meu rosto não. Não tenho cara de negra por assim dizer, inclusive meus olhos são de branco com um formato especifico que só vejo em pessoas brancas ou européias.
Pode ser bobo, mas noto que por um lado sou oprimida e por outro privilegiada. Percebo que pessoas, sobretudo mulheres que tem traços bem marcantes de negros são mais rejeitadas, excluídas e taxadas de pobres ou feias.
É como se existisse uma espécie de tabela que vai do mais para o menos. Quanto mais traços negros a pessoa tem, mais ela sofre, menos respeitada é e quanto menos traços ela tem, menos sofre, mais aceita é.
Confuso tudo isso.

Raven Deschain disse...

Elen, apesar de vc ter me chamado de escrota, vou te responder que nem gente. Concordo com o Donadio. Preconceitos variam de região para região. Vc disse que implocavam com o seu cabelo. Cabelo é um não-problema pra mim. Sempre foi cacheado, ateutive minbas crises quando era pequena, mas nunca ninguém disse que era feio, nem me maltratou na escola. Meu melhor amigo tem um cacho guardado até hj. A única vez que tive problemas, foi quando eu tinha uns 10 ou 11 anos, e meu tio (? Não pergunte, tb não sei que diabos) me levou no cabeleireiro e mandou ela passar a máquina 2. Mas foi pior por eu ser MENINA e ter cabelo curto (horror) do que pelos cachos em si.

Juba, pra ser sincera: não sei. Kkkk como eu disse, tb nunca sofri nenhum racismo extremo. Nunca me chamaram de macaca por exemplo. Eu tou na mesma situação que vc. Sempre tem um branco pra dizer "claro que vc não é negra" ou alguém de pele mais escura pra dizer "nossa, vc é branca". Nem. Sou não.

*pra quem falou de Chuck Berry e Little Richard *-* eles não sabem oq tão perdendo!

Constança Prado disse...

Isso foi tudo fruto de um mal entendido...a Lola pode ter se expressado mal, mas sem perceber e seria incapaz de ofender alguém. Além de que ela é humana e passível de cometer erros - um erro que foi bem pequeno por sinal -, ninguém pode ser 100% perfeito. Menos cobranças aí gente...

Anônimo disse...

"Você é BRANCA!!! lide com isso, e esse texto é uma vergonha, você ofende todas nós negras."

Não se ofenda, MESTIÇA. Não há motivos para se sentir assim, MESTIÇA.

Anônimo disse...

"O que eu não consigo entender é alguém como a Lola, que deixou bem claro em seu texto não possuir nenhum laço genético nas últimas três gerações com negros, se intitular uma mais ou menos branca - mais ou menos negra. Mas é isso. Escreve-se aquilo que se quer."

Mestiça, o fato da pessoa não é uma pele totalmente negra não a faz branca. Por isso, a Lola se definiu como mais ou menos branca. Pois ela NÃO é branca, mas também não é negra.
Sim, escreve-se o que quiser. Inclusive, um mestiço pode se auto-afirmar branco ou negro.
Etnia e cor da pele não são questões binárias, onde só existem duas opções, ainda mais tratando-se de uma sociedade fortemente misturada como o Brasil.
Portanto, MESTIÇA, reconheça que nem tudo é A ou B. A Lola não é branca, queira você ou não. Nem mesmo socialmente, já que ela falou no post que foi chamada de parda e macaca por masculinistas babacas, muitos dos quais também deviam ser mestiços, mas não posso dizer isso com qualquer grau de certeza.
Tenha um bom dia, MESTIÇA que se acha branca. OBS: sabia que nas definições do IBGE, além de branco e negro, há a definição PARDO? Não há muita clareza no conceito de pardo, mas há a certidão de que pardo não é branco nem negro.

Elen disse...

Responder que nem gente? Eu que n falei que nem gente? kkkkkkkk
Olha, eu disse que seu comentário foi escroto, não que vc é escrota, nem te conheço para afirmar isso.
Dizer que todo mundo usa coisas de negros, morrendo de asco, xingando os negros, só para pagar de fodão ou sei lá o que, é o quê? Escroto.
Muita gente usa coisas de diversas culturas pq admira. Bom para vc que ninguém te encheu por causa do cabelo.

ELISANE disse...

Não compreendo porque tanto ódio em relação a uma frase e um sentimento. Hoje em dia tudo tem que ter rótulo. Eu sou mestiça, sou mulata (não tenho problema com esta palavra), meu pai é branco e minha mãe é negra, se eu me autodenominar negra estarei anulando a minha parte branca. Isso não seria preconceito? Eu quero dar valor as minhas origens por inteiro. Eu quero ser branca e preta. Eu não quero ter uma palavra que me define. Sou uma mestiça, adulta, brasileira. E ninguém tem o direito de querer que nos definimos conforme o ódio que cada dia cresce mais ...

Anônimo disse...

"Mais ou menos branca". Que péssima piada, Lola.

Será que é tão complicado assim entender que, mesmo que você não tenha percebido, não é a você que cabe definir se ocorreu ou não racismo?

Péssimas suas justificativas e essa sua postura defensiva. Saca feministo? Mansplaining? É você com a questão de raça.

Era tão mais bonito simplesmente se desculpar e dar a palavra a uma pessoa negra para que te explicasse. Ainda dá tempo.

Desculpa o tom mas é que eu fiquei mesmo triste desde que li isso há uns dias. Só hoje me deu ânimo para vir escrever.

Carol F. disse...

Demorou alguns dias para eu ler e digerir os comentários. Estou convencida de que os/as representantes de movimentos negros que comentaram aqui já odiavam a Lola por algum motivo, porque nada explica essa fúria bizarra e acusações estranhas.
O que ela fez nesse texto foi uma reflexão pessoal extremamente comum a tantos brasileiros, que é se encontrar em um lugar de indefinição quando você não é branco nem negro, e é visto pela sociedade de maneiras variadas. Existe muita gente assim, muita gente se perguntando "o que eu sou?". É só ver nos comentários o tanto de gente que não sabe como se determinar, ou que não quer entrar nas determinações oficiais, e isso também é muito fácil de se ver na vida real.
Mesmo que ela não tenha nenhum antepassado negro, apenas índios, isso já pode colocá-la na categoria parda, como ela mesma disse que já foi percebida.
Nenhuma das acusações de querer falar pelo movimento ou apropriação cultural procedem, em nenhum momento há nada disso no texto. Agora a pessoa não pode nem ponderar que talvez não seja branca que está tentando roubar o protagonismo do movimento negro? Tem que passar pela experiência de racismo e opressão para chegar à conclusão de que não é totalmente branco? É o fim do mundo uma negra tê-la identificado como negra e ela ter achado legal? E ter juntado isso a outras situações de ter sido percebida como parda para escrever uma reflexão? Parece que sim. Sério, muitos dos comentários parecem ter sido escritos por robôs. Esse blog está atraindo o pior dos extremismos de vários grupos e movimentos.

Anônimo disse...

Querida, você é negra sim e pronto. Pra que tanta arruaça? Pra que tanto show desnecessariamente? Branco pra mim é Madonna... passou de branco, é preto. Não tem essa de pardo, moreno, branquinho, pretinho. Ou é preto, ou é branco. Você é negra, Dilma é negra, Neymar é negro, Lula é negro... vamos parar de mimimi, fafafa e vamos ser realistas.

Anônimo disse...

Existem seis tipos de cores de pele:

Celta: Pele muito clara, raramente bronzeia, olhos e cabelos claros.
Muito comum na América do Norte, Norte e Centro da Europa.

Pele Clara: As vezes bronzeia, cabelos claros ou escuros, olhos claros ou escuros.
Muito comum na América do Norte, Europa e alguns lugares da Ásia e América do Sul.

Caucasiano Médio: Bronzeia com frequência, cabelos e olhos escuros.
Muito comum na Europa, América(Norte,Centro e Sul)e alguns lugares da Ásia.

Pele Cor de Oliva: Pele naturalmente bronzeada, olhos e cabelos claros ou escuros.
Muito comum no Sul da Europa, Oriente Médio, Norte da África, América Latina e alguns lugares da Ásia.

Pele Parda: Pele marrom - negra, olhos e cabelos escuros(geralmente pretos ou castanho escuros).
Muito comum na América Latina e alguns lugares da Ásia.

Pele Negra: Pele natural negra, olhos e cabelos escuros.
Muito comum na África, América e alguns lugares da Ásia.

Pelas fotos que eu vi da Lola eu acho que ela tem a pele naturalmente bronzeada ou caucasiana média.
Minha pele é naturalmente bronzeada, eu sou descendente de portugueses(pai) e turcos(mãe), meu irmão tem a pele muito clara e os olhos azuis.







Senna.

Anônimo disse...

Concordo, é facil se avhar negra mas continuar tendo os privilegios dos brancos, realmente ridicula essa atitude. Parece apwlaçao tanto da outra blogueira quanto da lola

Anônimo disse...

Acho que japoneses não deveriam comer lasanha, negros não deveriam comer hambúrguer, brancos não deveriam comer tabule, árabes não deveriam comer sushi. O macarrão no modelo italiano deveria ser extinto porque os chineses que inventaram.
Tudo apropriação cultural, cada um se limite à sua classificação etnico-racial nas escolhas que faz, por favor.

rai disse...

Oi lola, achei esse post quando estava a procurar o que seria parda pois num formulario está perguntando qual a minha cor de pele e por ida o incrivel que pareça bateu a duvida, li todo o post e concluí... sou negra e ao contrario dos comentários desse post e dos tweets eu sou feliz e orgulhosa de ser negra, pq de acordo com eles (feministas negras oq é bem contraditorio pois ser feminista não é apoiar as mulheres independente da cor e classe? mas enfim)todo negro fica por baixo é visto como inferior parece que elas estão tão acostumadas com essas visão que quando vem alguem feliz de ser considerada negra querem puxar pra baixo eu hein! confesso que fiquei triste e chocada ao ver que o post tem apenas alguns meses... lamentavel esse pensamento dessas pessoas...

Anônimo disse...

O negócio é não dar Ibope pra quem se acha melhor que outros por causa da cor da pele. Pelo geito tem negro se achando melhor que branco por que tem a pele mais escura. Mimimi eu sofro preconceito, mimimi eu sou melhor que você.

Oi, pessoal disse...

Oi gente, tudo bem? Final de ano né, que legal. Eu juro que li TODOS os comentários deste post, e consegui ver muita coisa. Aqui vai meu comentário: Tenho pais brancos, sim, brancos, ou não, porque o Brasil é sim um país miscigenado. Quando eu vou a praia minha pele queima, principalmente nos ombros, minha pele descasca e dói muito, além de ficar a marca do biquíni, me chamam de morena-clara. Meu cabelo é uma confusão, vou explicar desse jeito, uma hora ele fica cacheado, outro fica enrolado, ele não é liso. Eu nunca me vi como negra, e também nunca me vi como branca, mas sei que ambos os lados sofrem racismo, um amigo meu negro, sofreu racismo e quando ele me contou, eu chorei junto com ele, pois ele é uma pessoa que eu gosto de ficar perto, porque eu adoro ele. E uma amiga minha super branca, sofreu racismo por facilmente ficar vermelha no sol e pelo cabelo dela não ser pranchado igual ao das outras, eu odiava quem fazia isso com ela. Eu não me considero negra e nem branca, na verdade eu não me considero nada, quando me chamam de morena-clara, eu não falo nada fico quieta, porque eu não sei minha cor e não quero ouvir opinião de ninguém sobre o que eu sou, se alguém colocar alguma cor para mim em algum lugar, eu vou reclamar. Pode ser que eu seja racista, me desculpe. Eu fiquei triste ao ler os comentários, e comecei a chorar, mas li todos. Ninguém aqui estava sendo certo, porque a maioria dos comentários eram ironia, xingamentos e desrespeito com todo mundo. O que pareceu foi que, ser branco é ruim, negro, indígena, japonês, coreano, chines, português, etc...Parece que TUDO é ser ruim. Tirar uma foto e sair escuro nela, não te faz automaticamente negro, tirar uma foto e sair branco, não te faz automaticamente branco. O caso é que as coisas estão separando as pessoas, ninguém gosta de ninguém e todo mundo se xinga, vamos parar.
Na minha família, tem pessoas de todos os tipos, por isso não me considero nem um nem outro, porque eu não me sinto nenhum e nem outro, pronto, esse é o meu ponto de vista. Só quero viver a minha vida e corrigir os meus erros, e se por algum acaso escrevi alguma coisa que ofendeu alguém, eu peço desculpas do fundo do meu coração, eu não quero promover guerra.
Eu gosto da cultura coreana e da japonesa e chinesa também, mas por eu não ser nenhum desses eu tenho que parar de gostar dessas coisas? Não! Eu vou gostar e vou continuar gostando, queira as pessoas ou não, a opinião delas não me importa, eu respeito a cultura deles e acho bonita. Mas me irrita alguém me dizer que só porque eu não sou, eu tenho que parar de gostar, claro que não.
Esse negócio de cor da pele, eu tenho manchas nos meus braços, sendo que outras partes são mais claras, eu percebi isso, mas eu moro em um país tropical, não posso evitar, só se eu parar de sair na rua e depois morrer com problemas nos meus ossos.
Eu nunca sofri racismo racial, mas sei que isso é horrível e que não deveria existir, todo mundo deve se respeitar seja ela quem for. Nosso mundo está um caos porque as pessoas esqueceram o respeito e por isso estão acontecendo guerras por ai.
Aprecio todos os comentários, e esse é o meu, espero que entendam o meu lado, se não entenderem, paciência poxa!

Constance disse...

Fiquei feliz em ver esse post porque tô passando por um período em que não sei como me identificar, embora sei como me sinto.
Tenho na minha família por parte de mãe brancos e negros e por parte de pai brancos com um tiquinho de sangue índio e no meio dessa mistura eu nasci.
Tenho cabelos cacheados, pele amarelada e o meu nariz é uma batatinha, mas não é grande e nem muito largo.
Hoje em dia eu tenho 19 anos, mas lembro que quando tinha meus 12/13/14 anos eu queria ser branca e tinha vergonha de me assumir negra.
O tempo passou e eu comecei a me enxergar negra e desconstruir (sozinha, por mim mesma) esse problema que eu tinha em me afirmar negra.
E quando me perguntam o que eu sou eu respondo orgulhosa que sou negra.
Mas já faz um tempo que pessoas vem me chamando de branca.
Quando fui fazer minha matrícula na faculdade e eu me identifiquei como negra ouvi um ''mas nossa, você é tão branquinha''
Recentemente ao bater sem querer num guarda na rua ele disse ao se desculpar que ''a gente por ser branco fica marcado fácil com esbarrão''
e ontem mesmo, quando souberam que meu nome é Pérola e já pensarem na famosa Pérola Negra emendaram um ''mas no seu caso é Pérola branca né''.
Essas situações tem me deixado extremamente desconfortável, porque eu fico me perguntando como as pessoas me enxergam e como eu deveria me enxergar.
Demorei tanto tempo pra conseguir identificar como eu sou, como é a minha cor e as pessoas me dizem o contrário.
Não sei se continuo me apresentando como negra, mas tenho a certeza de que branca eu não sou.

Anônimo disse...

Já passei por situações similares, Lola (esse é seu nome?). Quando meu cabelo está liso me identificam como branca, quando está cacheado me identificam como "não branca", pois não me identificam como parda. Quando pinto de loiro dizem que eu "embranqueci". O fato é que não tenho antepassados negros assim como você. Apesar de a família de minha mãe ser branca, o que prevalece em mim é minha herança síria libanesa herdada de meu pai. Isto parece incomodar/intrigar as pessoas de alguma forma - escuto sempre o comentário: árabe de cabelo cacheado não existe!
A verdade é que o padrão de cabelo liso/ondulado, em nossa sociedade calcada em um racismo colorista, é sempre associado à pele branca e os demais tipos de cabelo sempre associados à pele negra, o que não é verdade. Não existe somente 2 etnias no mundo e não me sinto obrigada a me encaixar nas denominações branca, negra ou parda, pois sei que não me encaixo em nenhuma e acho que talvez o seu caso seja o mesmo.
Apesar de obviamente não ter sofrido racismo (será?), recebo comentários negativos quando estou com os cabelos naturais do tipo: "você tem cara de pobre", "Nossa! É você a arquiteta? Geralmente elas são todas branquinhas!". Por outro lado quando o cabelo está loiro sempre aparece um racista desavisado pra falar horrores sobre negros e pardos. Enfim, tenho a sensação, às vezes, de viver o "pior dos dois mundos".rs

Unknown disse...

Acredito que a confusão em torno da auto-declaração racial no Brasil reside, em parte, na bipolarização das etnias branco vs negro. O "branco" brasileiro é geralmente descendente de portugueses. Portugal, bem como grande parte da Península Ibérica, foi ocupado por árabes durante mais de 500 anos.

Durante a ocupação moura, entre 711 e 1492, houve intensa troca gênica entre sul-europeus e árabes. Essa miscigenação prévia já faz com que todos os descendentes de portugueses, espanhóis, italianos e gregos sejam mestiços, a priori, e não "brancos", como o censo do IBGE assume.

Por isso, o que consideramos "branco", é internacionalmente designado "latino". E "latino", na minha opinião, define melhor grande parte da nossa população do que "branco vs negro".

A conquista muçulmana do Magrebe também deixou seu legado genético principalmente ao norte da África. Além disso, há diversos grupos étnicos na porção sub-Sahariana do continente africano. Como a origem dos africanos que foram escravizados e trazidos ao Brasil é múltipla, há também uma miscigenação prévia no que se refere ao "negro". E por aqui, todas as etnias africanas são reduzidas ao rótulo "negro", baseado exclusivamente na cor da pele.

Penso que se assumíssemos mais nossa latinidade teríamos mais força como povo e nação. Somos todos latinos, somos todos miscigenados. Temos traços de diversas origens e fomos definidos assim.

Entendo que o preconceito e segregação racial existem no Brasil de formas muitas vezes violentas e não quero, de forma alguma, diminuir a dor o e sofrimento de todos os que vivenciam isso na pele, todos os dias. Mas acredito também que se focássemos mais em nossas semelhanças, poderíamos ser um povo mais forte, unido em suas diferenças.

Vejo pessoas defendendo os mesmos valores e ainda assim brigando. Latinos e pardos, todos mestiços, se engalfinhando pelo direito de se auto-definir brancos ou negros.

mauricio miele disse...

ai Lola...
tenho um blog. coloco um verso na pesquisa de imagem do google e muitas, e muitas vezes, vem o seu blog. essa circunstancia (acaso?) faz eu te ler e te amar.

Lena Bauhausen disse...

Ola Lola!

Definir-se racialmente dentro de uma cultura dualista é realmente complicado. Principalmente no Brasil onde os Negros assumiram sua batalha por reconhecimento, depois de longo período tratados com inferioridade pelos Brancos.

Falando sobre minha experiência, quando criança, fui tratada muito mal, credito isso não só por ser de classe baixa, como também a cor da pele, então me considerava negra, mas na declaração de nascimento consta Parda, meu pai é Cafuzo e a mãe é descendente de Portugueses.

Entretanto essa aceitação de identidade negra, caiu por terra e foi até um choque, quando fiz um teste de DNA, e o resultado do teste, deu que eu era caucasiana, achei um absurdo, como uma morena de cabelos castanhos escuros e ondulados, poderia ser caucasiana.

Então fiz uma pesquisa referente a fenótipo, e externamente sou Parda por ter característica fenotípica que se enquadra entre indígenas, e internamente o DNA é de Branco. Meia índia, meia Branca... Sabemos que os índios, são extremamente marginalizados no Brasil, sua representatividade social, é ofuscada pela dualidade cultural que se apropriou do Brasil, na qual nenhum dos 2 lados me representa.

Não bastasse ser desrespeitada por classe e raça, vejo surgir aos meus olhos, com a sua postagem, uma nova leva de opressores, que não percebem a existência de pessoas que não se enquadram nos grupos negros e brancos (e por consequência oprimem), mas que em seu DNA carrega a herança, dos povos originários da Terra, ao qual ainda prolongam-se as chagas da repressão cultural e que não tem voz e nem vez.

Atenciosamente.

Anônimo disse...

Lola vc não é negra nem branca é índia.
Assunto encerrado.

Essa galera queria que você falasse:

Meu Deus, falaram que sou negra, que vergonha, vou processar essa mulher.

Na verdade o resultado seria igual você ficando feliz ou triste por ser reconhecida como negra, então o que fazer?

donkonyth disse...

o mais certo é que a pessoa parda pode optar em sair desta moderaçao, que foi dito pelo texto de arranjo e assumir como negra, discordo, pois pode assumir não só como negra mas também como branca, q mania feia de querer que todos sejam pretos, isto é ridículo. larga a mão de ser besta!

donkonyth disse...

ser pardo é evitar os extremos! Poder ser branco e agradar os brancos, ou preto para agradar os pretos, ou em contrário.

Unknown disse...

Sinceramente, quem disse que a vida de uma pessoa negra não pode ser feliz!? Estão se importando muito com a opinião e aceitação dos outros!
Eu tenho traços das etnias branca, negra, indígena e asiática (é um tormento achar uma maquiagem do tom da minha pele, sempre tenho que misturar as cores e acrescentar corretivo amarelo ou fica vermelho de mais), por isso não declaro etnia (mesmo que conste branca na certidão de nascimento e ando pensando em pedir legalmente pra retirar a definição etnica da minha certidão), já que nem de parda posso me declarar. Definição étnica é exterioripação de nossa identidade pessoal e realmente sou contra isso. Não aceito e nem me encaixo rótulos!

Anônimo disse...

Sou branco e penso que nao existe isso de pardo, pois ou a pessoa é negra ou branca, sou de origem judia e descendente de neozeladez e tambem penso que ninguem nao é branvo por ser bronseado, desculpe os erros de escrita é o meu celular.

Unknown disse...

Caramba Lola! Muito obrigada por levantar essa reflexão kkkk... Isso me fez pensar sobre varias coisas. Essa questão é um pouco complicada de se discutir, pois, alguns negros não se consideram negros, alguns "brancos" não gostam nem de falar sobre sua cor, conheço gente daqui que teve uma bisavó indígena e se diz descendente de português e por isso não tem nenhum pingo de sangue negro kkkk. Eu nesse meio digo que sou parda, tem uma mistura e tanto na minha família, negro, branco, indígena e eu nunca descobri que cor eu sou. A partir de hoje acompanharei mais o seu blog.

Unknown disse...

Eu acho que ninguém pode ditar como alguém deve ou não se sentir.

Soa tão ridículo como qualquer outra ditadura. Precisamos parar de interferir na liberdade de expressão e pensar mais livremente. A quem ela ofende?

Eu fico mais feliz ainda de ela ter tido coragem de trazer esse assunto à tona. Isso mostra o quanto precisamos evoluir como pessoas.

Anônimo disse...

A verdade que vejo é que muitos estão muito ao extremo. Tá ocorrendo muita desunião.
Lembro de um caso onde uma moça branca estava concordando no comentário de uma moça negra quando está estava defendendo o movimento negro. A mulher tava tão "extrema" que xingou a moça que estava apoiando ela.
Outra vez foi uma Feminista xingando a outra só porque ela disse que gosta de só ela cozinhar e prefere que o marido não faça. A mulher que disse que gosta de cozinhar é feminista também. Aí os inimigos só ficam de olho e tramam pro trás.

Anônimo disse...

Querida Lola, gostei muito da sua página e do que você escreveu. Acho triste tanta agressão desnecessária por parte das pessoas. Falta amor (incluive próprio) destas pessoas, falta tolerância e abertura. Mas continue escrevendo, se expressando. A vida é tão mais bela dentro do coração e em sincronocidade com a vida. Muitos vão fazer escândalo e criticar, muitos vão te apoiar e agradecer. Outros não vão dizer nada. Mas o que realmente importa é a luz do seu coração, pois certamente essa brilha muito mais, e quem quiser ver, verá, ou passará sempre pela escuridão da própria ignorância. Beijos no coração. Ana

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