A F. me mandou este relato quando comprou meu livrinho. E, como recebo muitos emails do tipo "Posso ser feminista?..." (insira aqui o que você quiser. Exemplo: exercendo a profissão de maquiadora?, gostando de BDSM?, estando de dieta?, sendo fã de Margaret Thatcher?, se posicionando contra o aborto?, sendo de direita -- pras últimas três perguntas eu diria "tá difícil, hein, amiga"), achei que este seria um ótimo exemplo pra se responder.
"Sou casada, tenho 30 anos, e vim morar numa capital de um país sul-americano de língua espanhola devido ao trabalho do marido.
Sou fonoaudióloga e fiz mestrado numa instituição de renome. Portanto, eu tinha um futuro profissional promissor aos olhos de todas as pessoas que me conheciam no Brasil. O único porém é que eu nunca fui apaixonada pelo meu trabalho.
Constantemente eu me sentia infeliz e incompleta -- trabalhei e estudei muito, mas me sentia insegura apesar de tanto esforço.
Constantemente eu me sentia infeliz e incompleta -- trabalhei e estudei muito, mas me sentia insegura apesar de tanto esforço.
Quando meu marido recebeu a proposta pra vir morar aqui, sabíamos que teríamos que nos decidir, pois o contrato dele aqui é por tempo indeterminado. Alguém teria que ceder se quiséssemos ficar juntos, e eu decidi que viria pra cá.
Eu estava feliz com a minha decisão, minha família também. Mas foi (e ainda é) muito difícil encarar 'a sociedade' que me questiona insistentemente: 'mas vc vai largar seu trabalho por causa dele?', 'e a sua vida aqui?', 'pensa bem, hein? Vc pode se arrepender depois'.
O 'feminismo machista' embutido na cabeça de muitas pessoas (principalmente minhas amigas, solteiras e mega envolvidas em seus trabalhos), me fez sofrer demais, pensando que eu estaria me anulando ao decidir seguir com ele.
Quando na verdade eu queria era mesmo aproveitar a oportunidade que aqui eu não posso trabalhar (pela questão do idioma -- como fono -- e também pela categoria da minha residência aqui -- eu sou 'esposa', não tenho autorização legal do país pra trabalhar) e resgatar coisas de dentro de mim. Coisas que eu, vivendo a vida acadêmica que tinha e tentando me aperfeiçoar todo o tempo pra ver se eu 'me encontrava' na profissão, acabei deixando de lado e que me faziam muita falta.
Foi então que conheci seu blog.
Eu precisava retomar as leituras políticas que fazia, estudar coisas sobre arte e também comecei a me questionar sobre o feminismo da mulher moderna. Quando a Betty Friedan falava sobre a mística feminina, ela defendia que a mulher tinha o direito de fazer o que quisesse com seu corpo e sua vida, não? E por que eu não podia decidir que o que eu queria era ir atrás do homem que amava?
Eu tive (e tenho) a sensação de que o machismo está tão intrínseco na alma feminina que as mulheres transferiam a dependência e subserviência que tinham em relação aos maridos para os seus empregos!
Antes não era aceitável que a mulher dependesse do marido, e agora ela é obrigada a depender de uma carreira que lhe faz infeliz porque ao que parece é uma boa carreira?
Antes não era aceitável que a mulher dependesse do marido, e agora ela é obrigada a depender de uma carreira que lhe faz infeliz porque ao que parece é uma boa carreira?
É obvio que eu tenho plena consciência da decisão que tomei. Sei também que se eu fosse apaixonada pelo meu trabalho ou se o trabalho do meu marido não pudesse nos manter com um bom nível socio-econômico, talvez essa decisão não fosse tão fácil como foi.
Mas o fato é que aqui eu estou aprendendo outro idioma, eu vou a museus e galerias de arte. Eu leio (antes eu só lia revistas científicas). Leio sobre política, economia, educação, feminismo e maquiagem. Eu tenho tempo pra me cuidar (faço academia, preparo minha própria comida, faço minhas unhas, essas coisas), pra ler livros bestsellers e pra ficar com meu marido. Eu me sinto muito privilegiada.
Tenho um marido incrível que quer ser parte da minha vida, e não a razão dela. Dividimos tudo o que temos e somos felizes. Assim que hoje estou certa da decisão que tomei. E seu blog me ajudou muito nisso. Me ajudou a me entender e me ajuda diariamente a entender como funciona a sociedade e a cabeça das pessoas, os julgamentos e os preconceitos a que estamos submetidos todo o tempo.
Hoje eu tenho meu próprio conceito feminista e libertário, e acredito antes de tudo que o grande presente do feminismo é defender a felicidade da mulher. Sei que soa utópico e meio conto de fadas, mas creio realmente que o grande ganho que temos é poder escolher fazer o que quisermos e que essa escolha seja respeitada."
Minha resposta: F., quando se tem escolhas, é porque se está numa posição privilegiada. Muitas mulheres pobres, por exemplo, não têm escolha, ou têm escolhas muito limitadas: têm que trabalhar (e ainda cuidar da casa). Poder escolher é, sem dúvida, um grande ganho. Um privilégio.
Ninguém tem nada que se meter na sua vida e dizer o que você deve ou não fazer, ou como você deve se sentir por fazer certas escolhas. Eu particularmente não creio que não trabalhar faça de uma mulher mais ou menos feminista. Mas o feminismo como um movimento não poderia nunca pregar "Mulheres, não trabalhem, não tenham independência financeira, dependam de seus maridos". Essa bandeira quem carrega são grupos conservadores que querem voltar aos anos 50, quando a sociedade estava rigidamente separada em papéis masculinos e femininos.
Eu acho perigoso uma mulher não trabalhar, até porque metade dos casamentos termina em divórcio. E o divórcio, ao contrário do que pensam os machistas, não é, do ponto de vista econômico, favorável pras mulheres. A menos que você seja casada com um multimilionário, as mulheres saem perdendo financeiramente após um divórcio. Sei que é chato pensar no fim do casamento quando a gente está bem, mas pode acontecer.
O "nada é para sempre" pode se aplicar para casamentos e felicidade conjugal, e também para as nossas escolhas. Só porque você não está trabalhando agora não quer dizer que você não estará trabalhando daqui a alguns anos. O que me parece, pelo seu relato, é que você não estava satisfeita com sua profissão de fonoaudióloga, mesmo tendo feito mestrado na área. E é muito comum as pessoas acharem que escolheram a profissão errada. Você pode, se quiser, aproveitar este tempo que você tem para fazer outra faculdade, ou outra pós, e pensar numa outra profissão.
Também é muito comum uma mulher "largar tudo", como você fez, para acompanhar o marido numa outra cidade ou até num outro país. O oposto, o marido acompanhar a mulher, é muito menos comum, e é um dos indicadores de como ainda vivemos numa sociedade patriarcal.
Nunca vou me esquecer da primeira palestra que dei sobre feminismo, em Mossoró, RN, a convite do lindo e querido Patrick.
Eu estava falando sobre como mulheres ganham 30% a menos que os homens, e emendei com um "Claro que não aqui, porque aqui (na Receita Federal onde dei a palestra) vocês são funcionários públicos". E o Patrick me interrompeu pra informar que lá também as mulheres ganhavam 30% a menos que os homens. É que as promoções acontecem quando a pessoa está disposta a se mudar de cidade para assumir uma nova posição, por exemplo (correção aqui). E, devido à estrutura em que vivemos, as mulheres não fazem isso, porque nem pensar que o marido vai largar seu emprego para seguir a mulher.
Então eu acho que, como feministas, devemos derrubar esse pensamento de que o provedor da casa é o homem, que o emprego do homem é mais importante que o da mulher. Meu marido ficou muito feliz em deixar de dar aulas de xadrez em duas escolas de Joinville para ir tirar um "ano sabático", digamos assim, em Detroit, enquanto eu estava fazendo meu doutorado-sanduíche, em 2007. Lógico que durante aquele ano ele jogou muitos torneios de xadrez, melhorou seu inglês, e também deu aulas particulares de xadrez e português.
Depois, quando terminei o doutorado, em 2009, prestei um único concurso, pra UFC, e passei. E o maridão não teve problema algum em se mudar comigo pra Fortaleza. Hoje ele está trabalhando mais do que nunca e sonhando (eu também) com a aposentadoria. Mas, assim como no seu caso, foi tudo pensando e conversado. Antes de começar o doutorado, eu disse a ele: "Doutorado é um sacrifício de quatro anos. Fiz o mestrado por puro prazer de estudar, mas pro doutorado, tenho que pensar no futuro. Quando acabar, vou prestar concurso pra onde for, de preferência pra uma capital nordestina [sempre quisemos morar no nordeste]. Você está disposto a me acompanhar?"
Se ele tivesse um emprego que pagasse melhor que o meu, eu iria com ele. Mas, pra gente, casal sem filhos, é meio impensável ficar sem trabalhar, pelo menos por enquanto. A menos que seja temporariamente, anos sabáticos e tal. Mas nós somos bem mais velhos que vocês. Ficar uns anos sem trabalhar quando se tem 25 ou 30 anos é uma coisa; quando se tem 40 ou 50, é bem outra.
Então não vejo problema em você não estar trabalhando, e não te considero menos feminista por isso. Mas, pra que você continue sempre tendo escolhas, é importante planejar. Eu acho que você só teria a ganhar se encarasse o seu tempo sem trabalho como temporário, não como definitivo.
Ninguém tem nada que se meter na sua vida e dizer o que você deve ou não fazer, ou como você deve se sentir por fazer certas escolhas. Eu particularmente não creio que não trabalhar faça de uma mulher mais ou menos feminista. Mas o feminismo como um movimento não poderia nunca pregar "Mulheres, não trabalhem, não tenham independência financeira, dependam de seus maridos". Essa bandeira quem carrega são grupos conservadores que querem voltar aos anos 50, quando a sociedade estava rigidamente separada em papéis masculinos e femininos.
Eu acho perigoso uma mulher não trabalhar, até porque metade dos casamentos termina em divórcio. E o divórcio, ao contrário do que pensam os machistas, não é, do ponto de vista econômico, favorável pras mulheres. A menos que você seja casada com um multimilionário, as mulheres saem perdendo financeiramente após um divórcio. Sei que é chato pensar no fim do casamento quando a gente está bem, mas pode acontecer.
O "nada é para sempre" pode se aplicar para casamentos e felicidade conjugal, e também para as nossas escolhas. Só porque você não está trabalhando agora não quer dizer que você não estará trabalhando daqui a alguns anos. O que me parece, pelo seu relato, é que você não estava satisfeita com sua profissão de fonoaudióloga, mesmo tendo feito mestrado na área. E é muito comum as pessoas acharem que escolheram a profissão errada. Você pode, se quiser, aproveitar este tempo que você tem para fazer outra faculdade, ou outra pós, e pensar numa outra profissão.
Também é muito comum uma mulher "largar tudo", como você fez, para acompanhar o marido numa outra cidade ou até num outro país. O oposto, o marido acompanhar a mulher, é muito menos comum, e é um dos indicadores de como ainda vivemos numa sociedade patriarcal.
Nunca vou me esquecer da primeira palestra que dei sobre feminismo, em Mossoró, RN, a convite do lindo e querido Patrick.
Eu estava falando sobre como mulheres ganham 30% a menos que os homens, e emendei com um "Claro que não aqui, porque aqui (na Receita Federal onde dei a palestra) vocês são funcionários públicos". E o Patrick me interrompeu pra informar que lá também as mulheres ganhavam 30% a menos que os homens. É que as promoções acontecem quando a pessoa está disposta a se mudar de cidade para assumir uma nova posição, por exemplo (correção aqui). E, devido à estrutura em que vivemos, as mulheres não fazem isso, porque nem pensar que o marido vai largar seu emprego para seguir a mulher.
Então eu acho que, como feministas, devemos derrubar esse pensamento de que o provedor da casa é o homem, que o emprego do homem é mais importante que o da mulher. Meu marido ficou muito feliz em deixar de dar aulas de xadrez em duas escolas de Joinville para ir tirar um "ano sabático", digamos assim, em Detroit, enquanto eu estava fazendo meu doutorado-sanduíche, em 2007. Lógico que durante aquele ano ele jogou muitos torneios de xadrez, melhorou seu inglês, e também deu aulas particulares de xadrez e português.
Depois, quando terminei o doutorado, em 2009, prestei um único concurso, pra UFC, e passei. E o maridão não teve problema algum em se mudar comigo pra Fortaleza. Hoje ele está trabalhando mais do que nunca e sonhando (eu também) com a aposentadoria. Mas, assim como no seu caso, foi tudo pensando e conversado. Antes de começar o doutorado, eu disse a ele: "Doutorado é um sacrifício de quatro anos. Fiz o mestrado por puro prazer de estudar, mas pro doutorado, tenho que pensar no futuro. Quando acabar, vou prestar concurso pra onde for, de preferência pra uma capital nordestina [sempre quisemos morar no nordeste]. Você está disposto a me acompanhar?"
Se ele tivesse um emprego que pagasse melhor que o meu, eu iria com ele. Mas, pra gente, casal sem filhos, é meio impensável ficar sem trabalhar, pelo menos por enquanto. A menos que seja temporariamente, anos sabáticos e tal. Mas nós somos bem mais velhos que vocês. Ficar uns anos sem trabalhar quando se tem 25 ou 30 anos é uma coisa; quando se tem 40 ou 50, é bem outra.
Então não vejo problema em você não estar trabalhando, e não te considero menos feminista por isso. Mas, pra que você continue sempre tendo escolhas, é importante planejar. Eu acho que você só teria a ganhar se encarasse o seu tempo sem trabalho como temporário, não como definitivo.
75 comentários:
Ficar um ano sem trabalho quando se tem 25 ou 30 anos é bem pior. O mercado (machista) não perdoa. Eu acho que ela deveria colocar o trabalho em primeiro lugar e é isso que todxs nós devemos fazer.
Assim, trabalhando, vamos derrubar as estruturas machistas de poder. Em casa só iremos perpetuá-las.
Eu confesso que eu sinto dificuldade em não julgar negativamente uma pessoa que não trabalha por opção própria e é sustentada pelo parceiro, indepenedente de ser mulher ou homem. Acho que é uma posição de submissão muito grande e uma vida muito fútil.
Uma pessoa formada em curso superior, inteligente, com a cabeça aberta pra novas ideias faria um bem melhor pro mundo se trabalhasse em algo, qualquer coisa, do que só ficar em casa cuidando do corpo e do parceiro.
Lola, não entendo por que as pessoas (e, infelizmente, incluo vc) em generalizar direita.
Quando falam reaça ou conservador eu entendo por que dizer que dificilmente uma pessoa assim seria feminista (não concordo, mas entendo).
Mas ao generalizar: quem é de direita não pode ser feminista (ou que vc pense ser muito difícil). Isso afasta pessoas sem qualquer motivo.
discutir teoria economica não tem nada a ver com discutir discriminação e/ou liberdade.
por que se tem que continuar excluindo pessoas que entendem a economia de forma diferente?
Não dependo da minha carreira pq parece ser uma boa carreira, dependo pq, como a maioria das pessoas, eu preciso pagar minhas contas. Infelizmente. Não é todo mundo que pode viver como se estivesse de férias. Se eu ganhasse na mega sena, pode ter certeza que eu nunca mais ia depender de carreira nenhuma e ia passar a vida me divertindo e fazendo o que me desse na telha.
Mas a divisão "esquerda e direita" vai muito além da economia, não? É uma questão muito mais POLÍTICA do que economista, eu acho. Por isso concordo com a Lola ao fazer a distinção dessa maneira, a visão econômica é apenas um dos aspectos.
"Eu tive (e tenho) a sensação de que o machismo está tão intrínseco na alma feminina que as mulheres transferiam a dependência e subserviência que tinham em relação aos maridos para os seus empregos! Antes não era aceitável que a mulher dependesse do marido, e agora ela é obrigada a depender de uma carreira que lhe faz infeliz porque ao que parece é uma boa carreira?"
Olha, acho que isso não tem a ver com a questão feminista em si. Me parece muito mais a alienação do trabalho que pode acontecer com homens e mulheres.
Eu acho legal qdo a mulher tem um companheiro tão legal, que lhe proporcione isso. O problema é quando o companheiro não é tão legal assim.
Problema é qdo vc faz das tripas coração por um homem que não merece, que na primeira oportunidade te abandona ou te maltrata. Aí vc pensa: abandonei todos aqueles sonhos somente para ser abandonada ou maltratada, estar pior do que antes.
Problema é esse... eu já fui muito disposta a fazer isso e aquilo por homens que, depois, fui ver não mereciam nem que eu estivesse ao lado deles. Portanto, creio que a gente nunca deve fazer pelo outro mais do que ele/a faria por nós. E nesse quesito a mulher ainda abdica muito mais de projetos de vida em prol de casamento/filhos do que o homem.
Eu já estive na situação dessa moça e não fui. Meu companheiro abriu mão da oportunidade e ficou. Decidimos assim porque: 1) Embora eu recebesse um salário bem menor do que o dele, gostava do meu trabalho 2) Nós dois tínhamos razões pessoais para querer ficar 3) O salário que ele receberia se mudasse não seria tão maior. Mas, vejo com naturalidade a decisão dela, pois eu e meu companheiro decidimos que vamos ficar juntos, não importa o que aconteça, não vamos nos afastar por razões externas ao relacionamento. Uma hora ele cede, outra hora sou eu, mas decidimos ficar juntos. Jamais escolheria entre ele e um trabalho.
O problema não é ficar sem trabalhar, o problema é ser sustentada por homem.
Isso vai contra todos os meus princípios.
Pra mim, isso é inadmissível, pois vai contra o feminismo. Tudo que segue o sentido oposto do feminismo eu não admito na minha vida, e acho que todas deveriam ser assim.
anônimo das 15h12
OBRIGADA.
"sendo fã de Margaret Thatcher?, se posicionando contra o aborto?, sendo de direita -- pras últimas três perguntas eu diria "tá difícil, hein, amiga"
hahahahaha, é TIPO isso lola!
continuo amando esse blog e acho genial que ele seja diverso, mas às vezes tenho a impressão que alguns guest posts sofrem do classe media sofrismo. muito obrigada lola por abrir seu texto-resposta falando em privilégios.
a autora do texto: acho que todo mundo quer ler, pintar a unha e ir ao museu. mas acho tb que dá pra trabalhar e fazer isso. e tb acho que dá pra acompanhar o marido em outro país e investir na sua própria carreira, se não for a carreira da sua formação, dá pra se aventurar numa outra área. agora se a sua decisão é: sei de tudo isso, mas tô bem assim. ótimo. mas há de se convir que é uma escolha cheia de riscos e não dá pra dizer que esses riscos são uma invenção do "feminismo machista" (seja lá o que isso significa).
querida autora, sera que nao era o caso de vc tentar algum estudo ai no pais, pelo menos?
ve com as autoridades se seria possivel um trabalho menor, talvez ate voluntario numa area profissional proxima da sua, pra vc nao enferrujar?
alguma atividade que te de um retorno economico? aulas de portugues, quem sabe?
o que a Lolita falou ta certo: nao trabalhar nao te faz menos feminista, mas te coloca em uma situacao vulneravel...
cuidate ;)
Anônimo das 14h22:
Concordo com você! A Lola prega tanto a liberdade,mas ela criou uma espécie de "forminha" para ser feminista! Se você estiver fora dos "10 Mandamentos da Lola",você não entra pro clube! Eu mesma não posso fazer parte da "tchurma",pois sou a favor do aborto somente nos casos já previstos em lei (estupro,risco de morte para a mãe). Segundo a Lola,já não posso ser feminista!
A Lola sabe tudo,minha gente! E ai de quem discordar dela,afinal:
FREEDOM OF SPEECH: UNLESS YOU DISAGREE WITH ME!
Anon das 16:29, o "concordo com vc!" tá parecendo coisa da Gabriela! Ahn, peço que vc aponte uma linha de qualquer post meu em que eu digo que alguém não pode ser feminista. Inclusive, já escrevi este post aqui, ironicamente com o mesmo título que vc fala, de clubinho. Eu já disse inúmeras vezes que não tenho poder nem vontade de cassar carteirinha de ninguém.
Pô, Gaby, vc não disse que ia me esquecer? Já passou da hora...
Então eu que sou fã da tatcher e de direita sou o que? Machista? Pois eu me considero sim feminista, mas feminista como deveria ser entendido: igualdade de oportunidades para homens e mulheres. Igualdade no trato para homens e mulheres. Que ambos cuidem da casa, que ambos tenham o direito de se casar e ter filhos SE querem e nao serem desprezados se nao quiserem. E um sem fim
Mas eu nao peço permissão a Lola, sem animo de ofensa, nao a considero a deusa so feminismo.
É óbvio que a escolha dela tem que ser respeitada, mas me parece que em alguns momentos ela rebaixa as outras que trabalham pra valorizar a própria. Não quer ter sua escolha questionada, mas critica e duramente a "escolha" de outras.
Esse trecho que ela fala que as mulheres tem o machismo entranhado e agora ao invés de serem submissas ao marido são ao próprio emprego, foi ofensivo à todas as mulheres que trabalham.
A maioria das mulheres e dos homens trabalha porque precisa. Mercado de trabalho não tá fácil pra quase ninguém. Se ela pode ficar sem trabalhar, ótimo, a vida é dela, mas parece que ela quer ser aplaudida e chamada de feminista por isso.
Lola, meu caso foi meio parecido com o teu, marido se mudou comigo quando passei no meu tão sonhado concurso sem pensar muito. Todo mundo se surpreendeu, aplaudiu de pé, que homem para fazer isso por mim, etc. Na área dele foi super fácil encontrar o novo emprego.
Mas eu sempre me pergunto, se fosse o contrário eu faria o mesmo? Acho que não teria coragem. Não sei se é egoísmo, nadar contra o machismo da sociedade. Mas me admiro muito com as corajosas que largam tudo.
Se foi decidido de comum acordo entre os dois não vejo problema. Mas creio que o que nunca devem fazer é ele jogar na cara dela que ele a sustenta, nem ela jogar na cara dele que largou tudo por ele. Falo por experiência própria.
uma pergunta
pra quem diz: sou feminista sim tá, ninguém vai dizer que não sou
pra vcs feminismo é o que?
só ser cantada na rua por gatinho? a tia velha não encher o saco porque você ainda não engravidou? o marido lavar os pratos depois do jantar?
porque assim, esse papo de quem acha muito estranho ter seu feminismo questionado porque é fã da tatcher, é liberal, a porra toda, aborto só quando EU achar legal (mesmo que seja na barriga da outra) é papo de quem não faz a MENOR ideia de que feminismo é movimento POLITICO. não é produto! tem muita gente querendo transformar subversões (e aqui falo de subverter a ordem, o status quo, explico, pq pelo andar da carruagem, vai saber?) em produto bem lucrativo. e pelo visto tem uma galera caindo nesse conto. francamente! outro dia veio outra aqui com o seguinte raciocínio: não temos nada a ver com movimento negro, eles que lutem pelos direitos deles, nós lutamos pelos nossos. é assim: numa gôndola do supermercado vc encontra a identidade negra. na outra gôndola a identidade mulher. esse feminismo branco não tá sabendo que existem mulheres negras? que os filhos negros dessas mulheres negras tem mais de 100% de chance de ser assassinado que um jovem negro?nesse caso como apoiar a direita que tenta há muito tempo obstaculizar as conquistas e os direitos da população negra? vocês nunca ouviram falar na relação entre capitalismo e patriarcado?
foi mals lola, mas esse feminismo branco jezebel style da internet tá precisando dum tumblr no modelo "classe media sofre" URGENTEMENTE.
Pessoalmente, acho que a autora do post estaria perdendo uma oportunidade preciosa de voltar ao Brasil com a corda toda em uma carreira nova se não arrumar um estudo onde ela estiver.
Eu acho que ela deveria estudar, fazer uma nova faculdade e, de preferência, conseguir arrumar um trabalho voluntário ou algum bico, aulas de português, qualquer coisa. Isso vale muito no Currículo e se ela precisar trabalhar vai estar com a moral á em cima e já na frente da maioria absoluta dos candidatos.
P.S.: Lola, quando você vai dar um pulinho aqui em Brasília?
O ideal seria exatamente o q vc falou Lola, que cada casal pesasse os prós e os contras e decidissem o que é melhor para ambos, mas nunca levando só em conta o trabalho do homem, se chegarmos em um ponto de evolução, onde realmente exista igualdade de tratamento entre homens e mulheres, será muito mais fácil decidir os passos que os casais darão em suas vidas.
Não teremos mais as cobranças de homens que se acham no direito tiranizar suas esposas com a desculpa de que sustentam suas casas e seus filhos, nem tão pouco a cobrança aos homens que acompanhem suas esposas e delas dependam associando-os a aproveitadores e vagabundos como muitas vezes vemos tb.
O pior defeito da Lola é sempre querer associar feminismo e socialismo. Pois eu sou um homem feminista e sou de direita, admiro Olavo de Carvalho, e já ensinei sobre feminismo a muitas mulheres que nem tinham idéias do que era isso. E quero ver quem vai cassar a minha carteirinha.
Eu amo minha profissão (*sou professora*) e estou muito satisfeita com o lugar onde trabalho (*sim, o Colégio Militar de Brasília é muito tranqüilo*), não quero me acomodar, mas sinto-me feliz. E um dos momentos mais complicados de minha vida foi exatamente quando casei, mudei para Brasília e fiquei seis meses, um pouco mais, sem emprego, dependendo do meu marido. Ele nunca me negou nada, exigiu nada, mas eu não consigo me aceitar como dependente de ninguém; exatamente por isso, eu me esforcei para entrar em uma Universidade Pública, e comecei a trabalhar o mais cedo que pude, mesmo que o salário não fosse capaz de me sustentar. Agora, em licença maternidade, estou aqui quase me descabelando, porque estou de resguardo e a maioria das pessoas espera que meu mundo fique resumido a minha bebê. Eu não consigo; não sou eu; mas não culpo ou recrimino quem consegue abraçar a maternidade integralmente, ainda que por tempo limitado.
Dito isso, embora discorde do uso do termo “machismo” pela autora do texto, entendo a crítica que ela faz a quem endeusa seu trabalho. Só que ser workaholic só é defeito, assim, defeito de verdade, quando você é mulher. Se você é homem, a coisa é passável, porque, bem, a sociedade (*machista e patriarcal*) espera que ele seja o provedor e aceita que ele tenha a profissão como eixo central de sua vida. Eu particularmente vejo a profissão como parte da vida, se for “a vida” de uma pessoa, ela tem um problema, ela é incompleta. Seria bom que homens ou mulheres pudessem escolher; a maioria absoluta dos homens não pode por causa do machismo; a maioria das mulheres não pode escolher, porque as condições econômicas não permitem. Agora, é preciso lembrar que quando você não trabalha, não tem renda, se coloca em situação de dependência e isso é se colocar em situação de risco. É uma escolha, mas é das mais arriscadas, pois relacionamentos acabam, e, não raro, quando isso acontece, acabam mal. O trabalho doméstico, ou o suporte que uma esposa dá ao marido em sua vida profissional e emocional, o auxílio invisível que deu para o crescimento de sua fortuna, raramente é reconhecido na hora de partilhar os bens e do recebimento de pensão.
A autora pode aproveitar esse privilégio (*sim, a maioria das mulheres não pode escolher*) de não trabalhar fora para, talvez, redirecionar sua vida profissional. Afinal, na base de tudo estava o fato de não amar seu trabalho. Ela pode redirecionar sua vida profissional, fazendo cursos, leituras que lhe deem condições, inclusive, de trabalhar em casa. Por que, não? Agora, foi e é fundamental para a compreensão da História dos Feminismos o reconhecimento das mulheres como profissionais, de seu trabalho (*e mulheres, especialmente as pobres, sempre trabalharam e muito*) ser reconhecido como atividade econômica e, não, como “dom” que pode ser apropriado por maridos, pais, irmãos, filhos. Não podemos perder isso de vista, independente das nossas escolhas pessoais e dos privilégios que temos ou não temos no mundo em que vivemos.
Lola, coincidentemente ontem eu estava organizando meus papéis e passei os olhos pela planilha elaborada na época da sua palestra!
Como você escreveu com base na sua memória, há uma pequena imprecisão. A diferença era ainda maior do que a citada por você, de 43% (esse cálculo foi feito com base na média salarial de todas as pessoas que trabalhavam na repartição, inclusive terceirizadas). E a dificuldade não está ligada à promoção, mas à posse. Os dois cargos com maiores salários na instituição, Auditor Fiscal e Analista Tributário, só costumam oferecer vagas em localidades de fronteira, geralmente inóspitas e sem estrutura.
Valéria, obrigada pelo ótimo comentário! Patrick, obrigada pela correção. Vc ñ gostaria de escrever um guest post sobre isso? É algo que eu (e muita gente, tenho certeza) nunca imaginava. Aliás, numa das mesas mais recentes que participei, na UFPB, as outras participantes da mesa disseram que no funcionalismo público essa distorção não ocorria, e eu tive que corrigi-las. Acho que se a gente fizer uma pesquisa até entre professores e professoras do mesmo departamento numa mesma universidade pública, essa distorção é capaz de acontecer. Incrível!
Anon das 19:09, ainda bem que existem reaças como vc pra ensinar o verdadeiro feminismo pras mulheres! O que seria delas se não fossem homens fãs do Olavão? O que seria do feminismo sem vcs, mon dieu?
Como já foi dito por muitas, a autora se colocou em uma situação de grande risco. Eu fiz a mesma coisa e me dei muito mal. Larguei meu emprego que pagava mal para acompanhar o marido no exterior. Como nosso filho era pequeno, fiquei cuidando dele e da casa. Pois é. Quando voltamos, o marido maravilhoso arrumou outra e eu fiquei a ver navios, sem emprego e com um filho pequeno. Levei mais de oito meses para conseguir outro emprego, tive que me virar com a pensão que ele pagava para o nosso filho, que mal dava para pagar uma creche decente de turno integral.
Enfim, as coisas nem sempre se passam como a gente imagina. O amor é lindo, mas nem sempre dura para sempre.
Minha tia ficou um bom tempo como dona-de-casa. Agora o marido separou e está tentando tirar tudo dela, inclusive a casa em que moravam. Acho sempre perigoso a mulher depender do homem, ou anular sua carrwira em detrimento da dele, pois se o casamento acaba a mulher sempre fica na pior, pois o mercado é cruel com quem ficou anos sem trabalhar fora (embora as mulheres trabalhem muito em casa sem remuneração). Eu sou homem mas sempre aconselhei minhas irmãs a serem independentes. Acho que somente com a independência financeira a mulher pode responder de igual pra igual numa relação.
Eu compreendo a situação dessa moça pq vivo uma parecida.Não sou casada ou tenho namorado,mas dependo financeiramente do meu pai.
Sempre fui uma aluna estudiosa com uma carreira brilhante pela frente.No entanto,depois que passei por uma crise depressiva,minha vida nunca mais foi a mesma.Terminei a faculdade faz cinco anos,mas nunca exerci a profissão.Nunca consegui levar nenhum projeto profissional adiante nem sentir prazer em mais nada.Eu me sinto humilhada por mim mesma todos os dias por nunca ter tido um emprego remunerado.Sim,graças a Deus meu pai pode me sustentar,mas mesmo assim eu me sinto um lixo.Já não tenho mais saúde por causa disso e me sinto totalmente perdida.
Não vou julgar essa mulher sem saber exatamente o que ela está passando.No meu caso,meu maior sonho nem é ter um bom salário,mas descobrir um emprego no qual eu conseguisse ter pelo menos o mínimo de força de vontade pra continuar. Espero que ela possa encontrar alguma profissão com a qual ela goste realmente de trabalhar.Espero que sua nova profissão a liberte ao invés de faze-la sentir-se mais aprisionada.
O Anônimo das 19:09 que é fã do Olavo de carvalho e já ensinou o feminismo para muitas mulheres.... GENTE, MAS QUE HOMEM GENEROSO!! HAHA
Nossa, que absurdo as pessoas dos comentários praticamente obrigando a autora do post a arrumar um emprego. Existem muitos outros motivos para se parar de trabalhar que não tem nada a ver com machismo. Eu também tenho uma carreira que não me completa, e, também, apesar de ter estudado muito, não me sinto segura. Entendo totalmente essa vontade de parar para respirar, viver um tempo sem prazos, sem obrigações. Exercer uma profissão de que não se gosta pode gerar tanto sofrimento quanto estar em um relacionamento abusivo, por exemplo. Leiam um pouco de Dejours antes de julgar. Parabéns pela coragem, autora. Espero que esse tempo te ajude a achar uma profissão em que vc se sinta mais segura. E seu marido parece ser um amor. Se, meu namorado, quando morarmos juntos, for compreensivo quanto a isso e aceitar passar um tempo só ele trabalhando enquanto eu supero todo o vazio que minha profissão me deixou, tb vou ficar muito grata.
Engraçado falo que sou fã da tatcher, uma mulher forte de verdade que nao ficava de mimimi, que sou de direita porque lógico que sou, sou empresaria sou contra as empresas estatais, etc,
E por causa do meu posicionamento econômico e político logo já colocam na minha boca palavras que nunca disse (como eu ser contra o aborto por ex) pois saiba que nao anônimo nao sei que horas. Sou a favor da total liberdade do ser humano, seja no aborto, seja na eutanásia. Repito sou contra o governo meter o nariz em qualquer coisa,portanto, logo, aborto, eutanásia e um sem fim de assunto polêmicos deve ser totalmente livre,
Beijos.
Mas deixem-me responder a autora do post que acho que é mais importante:
Em primeiro lugar lembre-se que as pessoas são invejosas entao muitas te falarão que vc fez mal em ter escolhido pelo seu marido. Vc nao tem que dar ouvidos a ninguém somente a vc mesma
Em segundo lugar o seu comentário de que as mulheres trocaram os seus maridos para ser submissas a um emprego foi BEM infeliz. O emprego, o trabalho é necessário para pagarmos a conta no caso o seu marido também é um escravo agora? Além do mais nao compare pois o dinheiro é sinônimo de independência.
Em terceiro lugar vc nao gostava da sua profissão por isso foi fácil a sua decisão, mas esta fazendo bem em ocupar o seu tempo lendo e estudando (so por favor nao me faça outro comentário infeliz de que é escrava dos livros agora)
Em quarto lugar nao entendi o mimimi o vir aqui na lola e perguntar se vc fez bem ou nao, de verdade é tão importante assim a opiniao dos outros?
Seja feliz
Oi annita,
Nao se sinta mal. Cada um tem o seu tempo e o seu ritmo, eu tb demorei muito tempo para encontrar a minha profissão, o meu dom, que eu exerço há somente 3 anos (tenho 35 anos e só me encontrei mesmo aos 32 anos).
E estou trabalhando numa profissão que nao tem muito a ver com o que eu estudei, isso acontece, e no entanto agora sim é que me sinto realizada. E veio sem eu procurar tampouco, foi acontecendo e aqui estou, as vezes acontece também,
.
Temos que parar de pensar que se porque estudamos tal coisa já temos que encontrar emprego dessa tal coisa logo em seguida e temos que estar super felizes com ela,
Agora se vc esta em depressão seria importante encontrar ajuda profissional.
Boa sorte,
Anônimo 22:15 concordo com vc, apesar que existem situações e situações e é uma decisão do próprio casal, mas conheço muitos em que o casal decide que a mulher vai ficar em casa cuidando dos filhos e casa (nao confiam na educação de um estranho(a) - eu tampouco confiaria - as creches no Brasil nao sao confiáveis ou custam os olhos da cara, nao tem avós que ajudem, um sem fim de motivos) mas na mínima crise que o casal tem o marido acaba jogando na cara da mulher que ele é quem a sustenta... Já conheci casos em que o cara estava bravo porque a esposa logo depois do parto nao queria ter relações sexuais (caraças, né, a mulher teve um parto super difícil e o idiota do marido fazendo-se o imbecil pra nao entender algo tão evidente) e ele ficava jogando na cara dela que ela já nao mais o amava e ele pagava tudo pra ela (me pergunto se a estaria chamando de puta...) por isso sei lá, eu nunca me encontrei na situação de ser mãe entao nao posso julgar a respeito. Nao sei se conseguiria conciliar trabalho e educação de filhos (pois nao acredito em babás, creches nem acho justo dar pros meus pais idosos cuidarem) mas é sempre perigoso depender economicamente de alguém
Independência econômica é independência de verdade,
Roxy Carmichael:
Lindo o seu comentario <3!!!
Falou exatamente o que eu queria dizer, só que melhor!
Pra quem ta ai reclamando da associação politica que a Lola faz do feminismo/esquerda:
Feminismo é mais que não ser maltratada pelo seu parceiro, é mais que ficar bêbada e não ser estuprada por um amigo, é mais do que vestir roupa curta e ser chamada de puta.
O blog é da Lola, então ela escreve sobre o que ela quiser.
A Lola é de esquerda, então ela não tem a obrigação de falar bem de quem tem outra orientação politica.
Se as pessoas da direita super do bem não estão satisfeitas com o que é publicado nesse blog, deveriam evitar o esforço de ler e não gostar.
Só tem um probleminha: para Cuba o maridão não gostaria de te acompanhar, tenho certeza. Mas quem sabe lá você não encontra um bravo revolucionário que te fará feliz?
Ah é, o maior mascu de todos os tempos (na sua autodefinição) conhece muito bem o maridão. É óbvio ululante que eu e o maridão adoraríamos conhecer Cuba. Aliás, um dia ainda iremos conhecer. Além de Cuba ser linda, com pessoas simpáticas, tem um xadrez de alto nível. O maridão adoraria jogar xadrez lá. A gente já foi pra Moscou no inverno jogar um torneio. Ir prum paraíso no Caribe parece muito mais interessante... Não tem como fazer pós-doc em Cuba porque minha área é literatura em língua inglesa. Se não, eu passaria uns meses lá com o maior prazer.
Mas vamos ver o que mais nos aguarda nesta caixa de comentários. Primeiro tem o olavete que ensina feminismo pras mulheres, agora o mascutroll que manja tudo do meu marido. Mais algum lunático quer dizer alguma coisa?
Ela se sente feliz sendo dependente . Percebi que não era a profissão que tava a deixando infeliz, mas o fato de trabalhar, se fosse a profissão mudaria de emprego e trabalharia lá onde está vivendo. Muitas dondocas sustentadas pelos pais vão para faculdade por pressão e usam o termo EU NÃO TAVA BEM,NÃO ERA MINHA ÁREA. Essa mulher não gosta de nada além de cuidar da casa? Não ta progredindo ta regredindo essa senhora.
Desde que eu comecei a me envolver com feminismo, eu percebi que feminismo luta PELAS MINORIAS! Não só mulheres, mas mulheres negras, mulheres gays, mulheres trans, e até mesmo (e por que não?) homens gays e negros por exemplo também.
Mas a direita não dá direito algum a esses grupos, por isso eu concordo com a Lola: não existe feminismo de direita, minha gente. É só pensar um pouco.
Ta chan concordo plenamente que o blog é da lola e ela tem total direito de falar bem (fantasiar) sobre a esquerda, claro que sim.
Mas eu também tenho total direito de por o meu ponto de vista. Que seria de um blog de discussão se so pudessem exercer a sua opiniao UNICAMENTE as pessoas que concordam em TUDO o que o dono do blog fala? Acho interessante poder opinar.
Faz tempo que leio o blog, tem coisas que acho muito interessante e concordo. E tem outras que não.
Mas nunca consigo entender qd metem política no meio do feminismo, sinceramente. Por que margareth tatcher é odiada por feministas? Porque era de direita? Porque feministas apoiam todos os movimentos minoritários, acho que deveriam se concentrar nelas. Além do mais nao é porque uma pessoa é negra, Índia ou pobre que necessariamente ela é boa pessoa, nem porque é homem e branco que é uma pessoa ruim. Ok pode ter "historicamente" e generalizando mais privilégios.
Mas quanto mais um movimento se distancia do foco mais vago fica, acho que o feminismo deveria se concentrar na liberdade e defesa dos direitos das mulheres, e ponto.
Eu nao posso me considerar machista so porque sou empresaria e de direitas e contra a intervenção estatal se durante TODA a minha vida, eu lutei muito para poder estudar, fazer mestrado, doutorado, na minha área sofri muita discriminação, sofri muita discriminação por nunca querer me casar e ter filhos, por viver sozinha, por viajar sozinha, por ser totalmente independente, por nao me maquiar nem usar salto alto, por ser livre e independente. E agora porque nao sou pro lula sou machista? Porque acho que temos que lutar por que queremos e nao ficar de mimimi sou machista? Masculinista sei lá o que?
Desculpe mas NAO,
Razões para uma feminista não simpatizar com Thatcher:
1) Contrária a um sistema de creches públicas (referência).
2) Propôs cobrar o IPTU pelo número de moradores e não pelo tamanho ou valor da residência (referência).
3) Thatcher advogava que o feminismo não tinha mais razão de ser. "The battle for women’s rights has largely been won. The days when they were demanded and discussed in strident tones should be gone forever." - "A batalha pelos direitos das mulheres já foi praticamente vencida. Os dias em que eles eram exigidos e debatidos em alto e bom tom devem fazer parte do passado" (referência).
4) Thatcher odiava o feminismo. "The feminists hate me, don’t they? And I don’t blame them. For I hate feminism. It is poison.” - "As feministas me odeiam, não é? Não as culpo. Porque eu odeio o feminismo. É um veneno" (referência).
5) Thatcher defendeu o regime do Apartheid na África do Sul (referência) e rotulou Nelson Mandela de terrorista (referência).
Pra não dizer que eu pintei o capeta, ela defendia o direito ao aborto (referência) e à ordenação de mulheres na Igreja Anglicana (referência).
P.S.: Lola, vou preparar um guestpost!
Lendo os comentários pensei o mesmo que a Eugenia: direita e esquerda vai alem de economia, mas em fim que seja. Quanto à autora entendo-a em parte, depois de tempos sem uma folga pra ela mesma, viu a oportunidade de fazer tudo o que tem vontade. Assim como ela e como provavelmente a maioria aqui tenho gostos variados, muitos filmes e livros atrasados e vontade de entender um pouco mais de tantos assuntos. Mas a questão é que é uma escolha que envolve riscos que talvez você não esteja vendo agora,por exemplo, não sei qual a sua condição financeira, digo a sua e não a sua com seu marido, caso vocês se separem como vc se manteria?
Mesmo ele sendo uma ótima pessoa como vc mesma disse ele não teria que te manter, claro no divorcio pode haver um pensão, mas´geralmente serve pra sobreviver e não pra viver bem. Suas amigas ao contrario do que vc pensa talvez não sejam " feministas machistas" (ainda to tentando entender o que isso significa)só estavam pensando em aspectos q vc por estar apaixonada pela ideia não vê. Claro que viver unica e exclusivamente pro trabalho é ruim pra qualquer um mas vivemos num mundo competitivo, pra dizer o minimo, e nem no setor publico as diferenças sumiram, dessa forma muitas mulheres se veem forçadas a querer sempre se aperfeiçoar não só por pura competição mas pra caso precisem consigam criar seus filhos sem a ajuda financeira do marido e ainda assim pagar o apartamento, o carro, a escola dos filhos e todo o resto. Isso posto, você sim ta tendo uma atitude um tanto intolerante com quem discorda de você. Você faz parte de uma minoria que pode escolher não trabalhar a maioria brigou e briga até hoje pra se manter. E discordo da Lola, e de você, ser feminista é também e não apenas ter o direito de escolha até porque as escolhas que se faz diz muito mais que o direito em si de escolher, se assim fosse uma mulher que escolhe ser contra o aborto e todas as minorias seria feminista, ela estaria escolhendo, então não importaria quais escolhas seriam.
Quer ficar em casa sendo mantida pelo marido, cuidando da casa indo a museus e todos os programas culturais que queira? Ok, fique mas não bata no peito e diga que isso faz parte de ser feminista e por favor sem termos como feministas machistas.
Oi Lola. Eu sou o anônimo chato que sempre fala do Olavão. Não vou mais encher o saco com isso. Já entendi que você é de extrema esquerda e eu acho triste que você tenha uma visão tão polarizada e maniqueísta. E que sempre classifique as pessoas de direita como " malvadas ". Mas eu te admiro por que você me ensinou sobre o feminismo e isso mudou minha vida. Sem piada, mas isso melhorou até minha vida sexual. Juro. Mas não acho nada bacana essas coisas de lavagem cerebral e doutrição que vocês da esquerda fazem. Já cansei dessa m * rda na minha vida. Estudei em um colégio federal aqui no Rio. O esquerdismo era a regra principalmente entre os professores de geografia e história. Me ensinaram que Fidel e Guevara são heróis. E que tudo de direita é errado. Mas por sorte eu tenho um QI um pouquinho maior do que a média e percebi contradições que não deixaram a doutrição pegar em mim. É triste quando um professor tenta impor valores e princípios morais ao invés de apenas apresentar os fatos e ajudar o aluno a interpretar livremente. Tem mascus que vêm aqui chorar por que as meninas faziam bulling. Eu tenho raiva na verdade é desses falsos mestres que não respeitaram minha inteligência. Teve até passeio escolar em um acampamento do MST. Enfim... Eu te admiro por que de certa forma você é parecida comigo. Gosta de cinema, política e questões ideológicas. A maioria das pessoas só quer saber de futebol e futilidades. Você tem alguma coisa na cabeça. Mas deixa eu te fazer uma pergunta mais adequada, já que você doutora em literatura inglesa : o que você acha dos livros 1984 e Animal Farm? Estão errados em sua crítica ao socialismo? Abraços. Te perdôo por me chamar de reaça. Não vou te julgar.
Yay, Patrick, obrigada! Fico no aguardo do guest post.
Há vários outros motivos pras feministas não gostarem da Margaret Thatcher, mas, quando vc mencionou o apoio que ela deu ao apartheid, eu me lembrei do apoio que ela deu ao Pinochet. Ela o apoiou até a morte. Já escrevi sobre isso, sobre seu governo, sobre as experiências macabras dos Chicago Boys.
Não são só as feministas que não gostam da Thatcher. Quando ela morreu, em abril deste ano, teve muitas comemorações. Ela só é ídola pra reaças (e obviamente incluo aí os libertários). Quem defende a Thatcher sabe muito bem do lado que está no espectro político. Eu estou do outro lado.
"Mas nunca consigo entender qd metem política no meio do feminismo"
suspeitei desde o princípio. tem o esmalte "rebu", o esmalte "brisa" e tem o esmalte "feminista de direita" da risqué. é a cor da estação!
"Porque feministas apoiam todos os movimentos minoritários, acho que deveriam se concentrar nelas"
claro, não existem mulheres negras, mães de meninos negros em situação de vulnerabilidade. não existem mulheres gays. nem trans. a identidade feminina está na segunda gôndola à esquerda, senhora.
"Mas quanto mais um movimento se distancia do foco mais vago fica, acho que o feminismo deveria se concentrar na liberdade e defesa dos direitos das mulheres, e ponto."
as mulheres como sabemos, esse bloco homogêneo.
como diria o prof raimundo: PATRICK, eu queria ter um filho assim!
É complicado. Claro que o direito à escolha é o mais importante. Mas a pessoa reclamar que fica em casa o dia todo, indo ao salão, museus e lendo, e quer que os outros aprovem e aplaudam?
Eu sou de uma carreira do Serviço Exterior. Meu marido também. Agora no fim do ano, mudando de cidade, tivemos que decidir qual dos dois nós iríamos privilegiar a carreira. Porque para que possamos crescer cada um em sua área, teríamos que ir pra cidades diferentes.
Veja bem, temos uma vantagem: nenhum dos dois vai ficar sem trabalhar. Mas um dos dois vai ficar sem promoção. Nossa escolha foi relativamente simples.Eu recebo mais, gosto mais do trabalho, no momento vamos privilegiar a minha carreira. O marido nem questionou, pelo contrário. Eu acho que fiquei mais preocupada com ele abrir mão da carreira dele que ele mesmo. Mas eu sou uma sortuda.
Recentemente foi criada uma associação de familiares do serviço exterior. E uma das reclamações é que o serviço exterior brasileiro não contrata os familiares nos postos no exterior. E uma alegação é que isso seria preconceito/discriminação com mulheres. Quando eu levantei que existem sim muitas mulheres cujos maridos se mudam pro outro lado do mundo junto com elas nessa carreira, a mesma pessoa mencionou que "ah, mas mulher nenhuma casaria com um sujeito que não vai trabalhar, que absurdo!". Pois é. Machismo dentro de machismo.
Enfim, se a autora do guest post está feliz, que bom pra ela. Mas ela tem que saber que está, sim, correndo um risco. Se as coisas não derem certo, se um dos dois conhecer outra pessoa, se o amor acabar? Ela vai estar sem nada - nem a carreira dela.
Eu gosto da minha carreira. Eu amo meu marido. Não me sinto submetida a nenhum dos dois. Sim, eu sou uma sortuda.
Concordo com o anônimo 12:02 também quando estudei história e geografia (lá no passado muito passado) era so doutrina pro che guevara e fidel Castro, pois bem, che guevara foi um assassino, nunca me esqueço dela história de uma mãe que implorou a ele com lágrimas nos olhos que nao matasse o seu filho e ele o matou na frente da mãe. Quem acha que che guevara é um herói deveria estudar a sua verdadeira história, por outro lado, fidel Castro é um ditador e so acha legal Cuba quem verdadeiramente nao mora lá, quantas mulheres sao obrigadas a se prostituir porque nao conseguem o mínimo de sobrevivência,
Além do mais acho muito bizarro falarem bem de Cuba, que lá nao falta sistema educativo e de saúde mas vivem aqui no Brasil com na sua própria casa, com o direito de ir e vir é com liberdade para falar o que se pensa
Quanto a tatcher nao entendi o Patrick quando falou que ela defendia o aborto, ue? Isso nao é uma coisa boa? A liberdade da própria mulher, nao é o que as feministas também lutam
Por outro lado concordo com muitas coisas da tatcher, outras nem tanto, porque como todos era um ser humano, mas eu a admiro porque era uma mulher forte que lutou pelo o que ELA acreditava, sem mimimi, sem se deixar vender para o que o populismo queria. Ela foi em frente com o que ELA ACREDITAVA. e isso é admirável. A maioria das pessoas age conforme o que os outros acham que é certo.
E volto a repetir, se feminismo é lutar nao so pelo direito das mulheres, mas também de transexuais, homossexuais, negros, índios, etc entao nao deveria se chamar feminismo e sim alguma coisa como "pela luta das minorias ou qq coisa assim. No movimento negro e indígena por exemplo nunca vi eles lutarem pelas mulheres. E repito nao é porque o cara é negro ou índio que vai ser menos machista TA CHEIO DE negros e índios extremamente machistas
Roxy quando digo que feminismo deveria se concentrar nas mulheres lógico que incluo mulheres negras, indígenas, etc
O que nao acho certo é confundir o feminismo com movimentos raciais, onde tem tb homens.
Roxy mais uma coisa, eu nao sou feminista da direita, já que feminismo é um movimento marxista e eu sou de direta sim
Tampouco sei nome de esmaltes ja que nao fico no salão pintando as unhas e escutando fofoca, eu uso o meu tempo para estudar e ler livros, e viajar.
Bjs
Fiquei pensando que se uma pessoa diz que agora tem tempo de sobra para ler, ir a museus, se informar e ainda cuidar de si, pintar as unhas e tudo mais, a gente tem que saber que isso é muito diferente de cuidar da casa. Quem cuida de uma casa sabe, o trabalho não acaba nunca e não se tem tempo pra nada, muito menos pra pintar as unhas. No caso dessa moça, ela simplesmente não trabalha fora nem cuida da própria casa. Ou bem o marido paga pra alguém fazer isso ou bem ela abriu mão, como aliás eu também, de ter uma casa sempre limpa, de cozinhar e comer bem em casa. Eu abri mão porque realmente preciso trabalhar fora e não me aborreço com uma casa mais ou menos limpa, com uma comida rápida na rotina, com o cesto de roupa sempre cheio. Mas quem opta por cuidar mesmo de uma casa, ou como as mulheres de poucos anos atrás que eram obrigadas a fazer isso e ainda cuidar dos filhos, não tem tempo nem pra ver a novela que é bem mais fácil. Era uma vida dura, de sacrifícios e sem reconhecimento, por isso as mulheres lutaram para ter escolha. Por isso é preciso diferenciar bem as nossas mães, tias, vizinhas que tiveram essa única opção na vida e trabalharam incansavelmente, pegando no pesado todo o tempo, de mulheres que optam por não trabalhar de nenhuma forma.
Então vai estudar mais Ms.Minna e para de encher nosso saco.
O Patrick fez um post tão explicativo e você ainda se faz de sonsa.
Tá trolando?
Anônimo 14:45 muito inteligente a sua colocação.
Júlia: so evidenciando as contradições de vcs
Pra mim fica claro que a F. está no mesmo nível de privilégio das feministas brancas, norte-americanas. Isso é uma crítica? Não isso é uma constatação. Porém, aqui no nosso lugar social Brasil país racista e extremamente e desigual, é outro o feminismo que temos que encarar e construir.
Eu tenho amigas que fizeram a mesma opção que a F. fez , e eu não as julgo, pq ser (ou tentar ser) feminista não me coloca em posição de juízo.
Eu enquanto feminista, e com a minha história de vida, a qual me levou irremediavelmente ao feminismo, JAMAIS (isso pq odeio essas palavras terminativas) abdicaria do meu sustento próprio ou da possibilidade de fazê-lo por relacionamento NENHUM.
Isso pq eu vi minha mãe, a mulher mais bonita da cidade, ser agredida física e moralmente todos os dias da sua vida, ser proibida de estudar e ter cada centavo gasto com ela, inclusive com a comida jogado na cara. E sendo filha desse pai, fui criada pra ser um Cavalo de Raça, a mais inteligente, eficaz, estudiosa, uma hard-worker mesmo. Daí, eu tenho que aprender dos dois lados, contra o exemplo que testemunhei, e com o exemplo que testemunhei. Infelizmente nem todas temos escolhas, e no meu caso, que hoje é bem diferente do da minha mãe, tenho 24, sou advogada, faço mestrado, moro sozinha e vivi na pele como o machismo destroi a vida das mulheres, eu não posso dar essa chance pro azar. Primeiro, minha reprodução material da vida. Depois, o que vier depois.
QUANTO A UM ANONIMO QUE FALOU QUE NÃO É NECESSARIO ASSOCIAR TEORIA ECONÔMICA E LIBERDADE(S). MEU FILHO (OU FILHA, DUVIDO QUE SEJA FILHA), A LOLA ENQUANTO MANTEDORA DESSE BLOG NÃO PODE DIZER E TALVEZ NEM QUEIRA DIZER, MAS ENFIM: VOCÊ ESTÁ DE PARABÉNS NA SUA ESTUPIDEZ. CONTINUE ASSIM, E AUMENTE A FILA DA MASSA ALIENADA E EXPLORADORA DO NOSSO PAÍS. É POR ISSO QUE ACREDITO QUE DEVEMOS DISCUTIR IGUALDADE DE GENERO COM HOMENS. MAS NÃO FEMINISMO. PQ SAI UMAS PÉROLAS DESSAS.
ms. minna
você mulher, sem mimimi, estudada, doutora, empresária, viaja sozinha, mulher de fibra, brava e atua na causa IMPORTANTÍSSIMA, PRIORITÁRIA, melhor dizendo, que é o combate à discriminação das mulheres que não usam maquiagem, nem esmalte e nem fazem fofoca, que pode participar de simpósios de história, iluminando o mundo sobre a importância desse ícone do humanismo chamado margareth thatcher, menina, tanta coisa importante na sua vida, pra que diabos vc vai esquentar sua cabecinha com essa bobeira de feminismo? ainda mais AGORA que inventaram de meter politica no feminismo! e essa coisa absurda de descolonizar o feminismo? e a outa coisa ainda mais sem importância chamada feminismo negro?? perde tempo com isso não, filha. agora se quiser mais uma causa pra atuar já que sei que vc é uma mulher incansável e inquieta, porque não vai pra venus (não dizem que é de lá que as mulheres vieram? aquele livro classico das ciencias sociais homens são de marte, mulheres são de venus)? imagino que em venus, diferentemente do planeta terra, vc encontrará somente mulheres e vai poder instituir o feminismo puro, não esse outro feminismo vinculado (ou seria melhor dizer, contaminado) à luta das minorias. imagino que lá voce encontrará mulheres puras que não são contaminadas por raça, nem classe social, todas muito branquinhas como vc lutando pela liberdade de viajar pelo mundo sem serem discriminadas!
se a passagem pra venus tiver muito cara, sugiro que vá na marcha das vadias, na marcha mundial das mulheres, na marcha das margaridas e tente angariar simpatizantes para a causa de fazer uma homenagem à margareth thatcher. escreva um belissimo texto enaltecendo todas as admiráveis características da mesma que vc expôs aqui de forma tão clara e apaixonante, com essa retórica divina maravilhosa de mulher que lê - e não perde o tempo passando esmaltes - e envie para o blogueirasfeministas, pro cfemea, pra secretaria das mulheres, aproveitando claro pra sugerir que o feminismo se desvincule das lutas das minorias e principalmente dos movimentos sociais. e depois, só não se esqueça de vir aqui contar pra gente como foi a reação. beijo e boa sorte!
Querida Roxy:
Eu as vezes me maquio e uso esmaltes e as vezes não. Eu só acho que isso não deveria ser o mais importante em uma mulher como muitas vezes parece ser não somente nesse blog (pasme mas sim!) como no Brasil onde uma manicure ganha mais que um professor.
Em segundo lugar nem vou a congressos de Historia (por serem todos comunistas) nem sou mais historiadora. Eu mudei completamente de ramo para Empresária Inescrupulosa como vcs gostam de chamar. Agora engraçado que nós empresários trabalhos sabados, domingos e feriados, e madrugadas se for preciso.Somos os que mais trabalhamos.
Em terceiro lugar ACHO que estou num país livre em que posso emitir a minha opiniao. Ou não?
Bom, se vc quer saber Roxy também faço parte de um grupo que foi muito discriminado e inclusive sofrido genocídio mas que ao invés de ficar de mimimi vou a luta.
Um abraço.
Ms.Minna,
O Patrick citou a posição da Tatcher quanto ao aborto para ilustrar que ela não defendia apenas posições retrógradas.
Carol NLG,
Me pareceu que a autora não que ser aplaudida pelas escolhas que fez, o que ela não quer é ser criticada por isso.
ta bom che guevara era bonziiiiinhoooooo rs
"e também pela categoria da minha residência aqui -- eu sou 'esposa', não tenho autorização legal do país pra trabalhar"
Como assim, ela está condenada a não ter um trabalho fixo nesse país???
Fiz um post sobre isso há mais de um ano atrás:
http://erreserrantes.blogspot.com.br/2012/05/sonho-que-se-sonha-so.html
Adorei os posts da Roxy Carmichael, muito bons.
Só mais uma idéia sobre a mulher ficar em casa: ela pode fazer isso, beleza, mas ela fala do trabalho como prisão, ela diz que não devemos ser escravos do emprego. Pitombas, queria eu ter a opção de não precisar trabalhar. Acho que a grande parte da população, se pudesse ficar em casa pintando unhas, lendo livros ou fazendo qualquer coisa ao invés de trabalhar o faria, tendo trabalho só em seus hobbies e olhe lá.
E com relação a quem é de direita, é claro que o Estado mete o bedelho. Se você for observar, poucos países não o fazem. Olha a diferença no sistema de saúde da inglaterra e dos EUA. Na Inglaterra, onde o estado negocia os preços com as empresas farmaceuticas, os custos são bem menores. Nos Estados Unidos, onde o estado nunca se preocupou com isto (começou só agora) os preços são absurdos. Levando em consideração que a sociedade é desigual e que algumas pessoas vão ter mais oportunidades que outras não por merecimento, mas por preconceitos, é impossível para uma pessoa bem estudada, com conhecimento real de mundo, ser de direita. É simplesente ignorar a dor e sofrimento da população menos privilegiada, como se eles fossem pobres por falta de esforço.
Se todos se esforçarem e deixarem de fazer os serviços que fazem pra serem empresários, a sociedade quebra, pois não haverá gente que venderá comida e roupas pra você. Perceber isto parece-me tão simples que eu me pergunto se quem é de direita é de direita por sadismo ou egoísmo.
É pq ser de esquerda é pagar pau pro Che Guevara, gente, cês inda não entenderam. E rezar pra sua estátua de São Stalin toda noite antes de dormir. Não tem nada a ver com tipo de estado e relação estado x capital. Vejam, vocês esquerdistas idiotas, como o CAPITAL nos salva, como o neoliberalismo NÂO aprofundou as desigualdades sociais (e adivinha quem se ferrou nessa, Ms. Empresária trabalhadora? Os homens brancos heteros, é claro). A crise de 2008 e o dinheiro público pra salvar instituições financeiras foi só mais uma prova de como a esquerda é incompetente, afinal, o Lula era presidente. Engraçado é que socialismo as avessas os libertários aprovam - usar dinheiro publico (oh pobre tax payers) pra salvar entidades privadas é ok, mas pra creches? O horror, o horror...
E claro, sou contra o Estado ter qualquer interferência individual, magina se tiram a minha liberdade de oprimir e explorar? Eu e o meu grupo de iluminados vamos, voluntariamente, construir o paraíso na terra, quando o Estado parar de ferrar nossas vidas...poder das grandes empresas? Abuso de multinacionais? Isso non-ecxiste, é paranóia desses esquerdistas malditos. As empresas são boazinhas, eu juro! Acho um ABSURDO regular as ações dessas entidades tão altruistas...
#desliga irony tag.
Concordo com a Roxy. Não existe feminismo apolítico. E oh, pasmem, haver racismo nos movimentos negros e índios (jura?) não invalida a luta das mulheres negras e indias, porque identidade não são uma série de caixinhas separadas. E claro, o que eu não concordo é mimimimi. Brigar por direitos é mimimimi. Afinal, se EU FUI A LUTA E CONSEGUI, o imbecil que morreu de fome ou perdeu tudo o que tinha pras obras da Copa, é pq ele sentou e fez mimimi até morrer.
"Lola, não entendo por que as pessoas (e, infelizmente, incluo vc) em generalizar direita."
o pessoal da direita não generaliza a esquerda, ne? imagina....
"discutir teoria economica não tem nada a ver com discutir discriminação e/ou liberdade."
não, nada a ver, nadinha a ver, bem capaz! lógico que uma coisa não tem nada a ver com a outra!
Passeio escolar em acampamento do MST!
O horror! O horror!
(Pra Disney pode, né?)
Não ter um trabalho remunerado é uma decisão arriscada. Acho que a autora pode, se for isso que ela quer, tirar um tempo para espairecer, crescer em outras áreas da vida (o que é super válido também) e depois fazer suas escolhas profissionais com mais calma. Se ela pode, então isso é uma vantagem, que nem todo mundo tem. Cabe a ela saber aproveitar ao máximo essa oportunidade.
Olha, isso de trabalhar em algo que não te faz feliz só porque precisa ter uma carreira é uma demanda do capitalismo, achei muita viagem atribuir essa subserviência cega ao trabalho a um "machismo feminista" ou algo assim. Nada a ver. Nada a ver mesmo.
Mas ninguém deve ficar criticando suas escolhas. O feminismo não "obriga" mulheres a ter um trabalho remunerado e muito menos acha "menos feminista" uma mulher que não tenha um trabalho remunerado.
Agora, EU penso que não existe igualdade entre quem sustenta e quem é sustentado. Mesmo que a pessoa que sustenta não srja despótica, que exista um acordo, uma parceria mesmo, existe uma falsa simetria, independente do qual legal o relacionamento e a pessoa que sustenta a outra possam ser. Mas estou falando da minha perspectiva, tá?
Eu me sentiria muito mal não tendo qualquer perspectiva deindependência financeira. Até suportaria por um período combinado, abriria execeção por motivos irreconciliáveis... Mas acho que por minha independência financeira, eu toleraria inclusive trabalhar em algo que não gosto ou não me satisfaz, mesmo que tivesse um marido que suprisse tudo numa boa. Eu não me sentiria bem escolhendo ser sustentada por tempo indeterminado...
MsMinna,
Que tal fugir um pouco da tosquice de ficar xingando o Guevara ou mandando os inimigos pra Cuba, e colocar suas ideias e seus argumentos.
MsMinna,
estamos em um pais livre sim.
Você deu sua opinião, e nos discordamos, simples assim.
Quando mostramos nossa forma de pensar devemos estar prontos para as criticas.
kkkkk feminismo-machista: não, é só vontade de se meter na vida e nas escolhas alheias; é uma maneira de legitimar as próprias escolas tbm.
Tenho um trabalho não muito bom, sou professora no município do RJ, mas é um trabalho q me permite certas coisas, como não trabalhar todo dia (pq sei q não vou ficar rica sendo professora de inglês), fazer outra pós, passar um ano em casa com meu filho... mas ainda q não fosse um trabalho q me permitisse tudo isso, não conseguiria (EU,Joyce) deixá-lo e me dei conta disso logo q meu bb nasceu e, como não podia ir ao banco sacar dinheiro, meu marido sacava meu salário. Caramba!!! Era uma sensação muito ruim. Sempre dividimos as contas, mas cada pegava sua cota e pagava, um nunca sabia qto o outro tinha recebido e qto tinha restado após pagarmos as contas. Mesmo eu sabendo q o dinheiro estava em casa e q eu podia usar a hora q quisesse e q ele me falava a cada real q usava, a sensação de dependência não me agradava nem um pouco. Vendo isso, ele veio conversar comigo pra me tranquilizar e agora já voltamos ao esquema anterior e estou bem mais tranquila. Acho q me lembro do q minha mãe passou qdo se separou do meu pai, do q nós passamos, financeiramente, por isso controlar o dinheiro q entra na minha conta é tão importante pra mim.
Uma vez, meu marido e eu conversávamos sobre esse lance de um só trabalhar e q ele achava q qdo esse um era mulher, rolavam mais situações do tipo "jogar na cara". Claro, né, qdo é o contrário, é o "normal" e a sociedade toda tá aí pra mostrar q a mulher depende de "seu homem" pra sobreviver, recebendo menos dinheiro pelo mesmo trabalho, por exemplo, então ele nem precisa abrir a boca.
Fiquei invejando a escola que esse cara estudou (que fez passeio até um acampamento do MST).
Imagina que efeito isso teria na minha cabeça de menina de classe média cujos pais assinavam a Veja que dizia que os sem-terra era um bando de vagabundos vândalos?
A escola e os professores fizeram tanto esforço e não adiantaram nada pra ele.
Isso nos leva a pergunta do Diego
"eu me pergunto se quem é de direita é de direita por sadismo ou egoísmo."
Acho que os dois.
Adorei o seu post, Lola! To quase na mesma situação da protagonista e amei ler sua opinião sobre o assunto.
Ah não, Lola, adoro o seu blog, mas precisa dessa mania de polarização política? Então todo mundo pode ser feminista, menos quem é de direita?
Não me identifico com a esquerda desse país. Talvez com nenhuma, aliás. Não gosto do poder que ela concede ao Estado em detrimento dos indivíduos. Não gosto de visões utópicas que despertam paixões destrutivas. Não gosto de Cuba. Não acho que a ditadura do proletariado vá funcionar algum dia, que os que estão no poder vão largar tudo para uma transição linda ao comunismo. Acho que o socialismo tende muito para o mundo de 1984 do Orwell.
E sou feminista, sim. Defendo a igualdade entre entre homens e mulheres. Ponto. Acho que extrapolar isso e dizer que para ser feminista é preciso ser de esquerda e defender igualdade econômica já é patrulhar demais as posições político-ideológicas dos outros, em detrimento do objetivo primordial do feminismo.
Postar um comentário