segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PRATICAMOS NOSSOS PRECONCEITOS CONTRA QUEM?

Uma leitora, a Licianne, disse algo interessante sobre um post que escrevi contra o body shaming de modelos magras: “Pessoas se sentem mais à vontade para praticar seus preconceitos com quem acham que está 'protegida' pelos padrões”. 
Será? Bom, sem dúvida, algumas pessoas, sim, vão sentir-se mais à vontade. Eu, por exemplo. Nunca faria piadinha insultando gordas, não porque eu sou gorda (inclusive, sou fã do humor autodepreciativo), mas porque é um tipo de humor opressor, e já tem gente demais fazendo isso. Porém, embora eu jamais tenha xingado alguém de "Sua magrela!", já escrevi várias vezes que a atriz ou modelo X é magérrima e que “quem gosta de osso é cachorro”. 
Lembro da frase que ficou na minha cabeça após ver um filme que tem grandes momentos, mas que também é kitsch nas últimas, Advogado do Diabo. Aquele em que o Al Pacino é o demônio, Keanu Reeves é aquele que vende sua alma, e Charlize Theron é quem sofre mesmo o pão que o diabo amassou. A frase que me veio é: o inferno está cheio de mulheres magérrimas. Porque todas as mulheres do filme são muito magrinhas, e todas elas parecem ter pacto com Satanás. Acho que depois cheguei a usar esta frase na minha crônica sobre O Diabo Veste Prada.
Eu não achava que estava insultando alguém ao falar assim. Afinal, duvido que Charlize Theron ou Meryl Streep entendam português, e, mesmo que entendessem, duvido que me lessem. Então, como eu não estava ofendendo ninguém diretamente, eu não estava ofendendo ninguém, certo? Errado.
Demorou pra ficha cair. Mais uma vez, quem me ensinou foram algumas leitoras. Num guest post sobre uma famigerada “escola de princesas”, postei um cartum em que a Cinderela descarta o príncipe. E elogiei principalmente a pichação que aparece no cartum, “Monarcas têm pau pequeno”. Algumas leitoras vieram me explicar que isso é body shaming, que não se deve identificar uma parte do corpo como algo negativo. No começo, refutei. Achava que aquele era um insulto genérico, não direcionado a ninguém especificamente. E também, pô, monarcas têm o poder. Fight the power! Mas elas me convenceram
Portanto, ao associar top models, mulheres que representam o padrão de beleza na nossa sociedade, ao inferno, eu não estou necessariamente lutando contra o padrão de beleza. Estou jogando mulheres magrinhas, que não são modelos, que são xingadas de tábua, palito, esqueleto, crackudas, tudo na mesma vala. Estou dizendo que é errado, e até meio pecaminoso, ser magra.
Não acho que mulheres magras sofram tantas ofensas quanto mulheres gordas. Mas, como não estamos numa Olimpíada das Opressões para determinar quem sofre mais, vamos só concordar que todas sofrem. Ou concordar que magras também são vigiadas e punidas pela sua aparência invalida o sofrimento das gordas? Pra quem duvida que magras também são xingadas, deixe-me incluir aqui alguns relatos:


“Sabe o que acho engraçado? O meu corpo é naturalmente tão magro quanto o dessa modelo, mas ao contrário dela, não faço sucesso nenhum! Ninguém elogia o meu corpo, só ganho apelidos de mau gosto, tais como cabide, cabo de vassoura, tábua. Vivo tentando engordar, sem sucesso. A minha família e os meus amigos vivem dizendo que preciso ganhar alguns quilos, para o 'meu próprio bem'. Vejo modelos magérrimas fazendo sucesso nas passarelas, mas no mundo real, as coisas não são assim.” (Náy)


“Até os 30 anos eu era extremamente magra. Sempre fui uma criança magricela, tanto que minha avó me levava na 'benzedeira' para que eu engordasse. Quando adolescente, tive que fazer exame de sangue para provar que eu era saudável para parentes. Aguentei muito body shaming ('credo, como você é magra!', 'tem que comer, senão bate um vento e te leva embora!', 'quem gosta de osso é cachorro!'). E eu comia, comia bem e bastante, mas era meu biotipo mesmo.
Depois dos 30 eu dei uma engordada (metabolismo deve ter mudado, sei lá), e me sinto ótima com meu corpo na maior parte do tempo. De vez em quando eu sinto falta da barriga sequinha de antigamente, mas passa. Acho que a gente tem que respeitar as mudanças do nosso corpo, sabe?” (Cherry)

“É um assunto que vem me incomodando há algum tempo e atingiu o seu ápice lendo os comentários sobre essa matéria da Marie Claire. Eu meço 1,55 m e peso 39 kg, isto faz do meu IMC em torno de 16, ou seja, abaixo do intervalo considerado saudável, mas dentro do padrão imposto por revistas de moda. Engana-se quem pensa que a minha rotina é só aceitação, pois sempre há aqueles que acham que eu deveria ser mais gorda, já que não é saudável ser tão magra assim.
Fiz técnico em Nutrição e Dietética, não me considero uma profissional da saúde (atualmente, concluindo Engenharia Ambiental), mas acho que posso falar com um pouco de propriedade sobre o tema. A faixa de IMC considerada saudável (18,5 a 25)é baseada em um padrão médio da população adulta; porém, diante da multiplicidade de biotipos, os pontos fora da curva sempre serão muitos. 
Dessa forma, é muito possível que IMCs abaixo ou acima do ideal representem sim corpos saudáveis. Trata-se, portanto, de um índice norteador da condição nutricional, a qual só pode ser constada via exames clínicos. E lembrando que ser saudável é um conceito muito mais amplo do que ser adequadamente nutrido, que, por sua vez, vai muito além da massa corporal.
Frequentemente, sinto que algumas pessoas (magras e gordas) tentam desqualificar o meu corpo como resposta à opressão que elas sempre receberam por não atender ao padrão de beleza imposto. Algumas mais gordas questionam a minha saúde, algumas mais magras comentam a minha magreza como se elas não compartilhassem da mesma condição e os dois tipos me lembram que secas sem bunda não são bonitas. O que pensam sobre o meu corpo não me abala, mas o que incomoda muito é me sentir objeto de uma disputa na qual eu não gostaria de ser envolvida, já que me sinto bem com o meu corpo e não vejo nada de errado no corpo das outras pessoas.” (Ruama)

“Ouço desde pequena diversos insultos direcionados não só a mim, como também aos meus pais. Por ter sido uma criança muito magra, sempre fui taxada de doente, anoréxica, anêmica. Já apontaram o dedo para minha mãe, acusando-a de não procurar um médico pra mim. Nos almoços de família, sempre entrava em pânico, pois algum parente ia comentar: 'essa menina não come','ela é doente', 'ela é fraca', e por aí vai...
Mesmo depois de adulta, continuo ouvindo as mesmas coisas, mas aprendi a ignorar e não gerar ansiedade à mesa, pois o fato de pensar no que os outros falariam sobre meu corpo me inibia na hora de me servir. Hoje, consigo frequentar restaurantes numa boa, não ligo mais para o que dizem, mas não deixo de pensar no quanto foi difícil durante a infância e adolescência e o quanto ainda é para muitas meninas.” (Lidiane)

Eu de volta, voltando ao que disse a Licianne: “Pessoas se sentem mais à vontade para praticar seus preconceitos com quem acham que está 'protegida' pelos padrões”. Acho que o mundo ainda está no estágio em que a maior parte das pessoas sente-se completamente à vontade pra ser desrespeitosa com quem está fora dos padrões. Completamente mesmo. O menino é gordinho? É lá mesmo que vai a turma fazer bullying. A menina tem cabelo crespo, desse “cabelo ruim”, de negra? Nóis não somos racistas, mas vamulá, chamá o cabelo dela de bombril. A guria usa óculos? Opa, pra que mais existe o termo “quatro olhos”, se não pra usar contra alguém que usa óculos?
Mas quem quer ofender vai tentar ofender qualquer uma, independente do tipo físico. É sério, se eu fosse a cara e o corpo de alguma miss universo, quem me odeia ia me chamar de horrenda, nariguda, cabelo égua lambeu, vassoura, sei lá (tem quem xinga até meus olhos verdes, sendo que olhos claros são o padrão de beleza no nosso país racista). Se eu fosse a própria miss universo, iam dizer que eu transei com todos os juízes pra conquistar o título. 
Vamos imaginar que uma mulher, a custo de muito, muito esforço, tempo e dinheiro, vire uma panicat. Uma gostosa. Magra, mas com coxão e peitão (99% das vezes siliconado, porque é mais comum mulher muito magra ter busto pequeno -– não estou querendo dizer que quem pôs silicone está errada, só querendo lembrar as meninas que aquele corpo “perfeito” não ficou assim naturalmente). Este sim é o corpo que toda mulher pediu a deus, né? Deste corpaço sim que ninguém vai poder reclamar!
Ahn, lamento desapontá-la, mas vai ter um montão de gente que vai achar uma panicat gorda. Ou magra. Ou musculosa. Ou siliconada. E não estou falando só das mulheres que vão criticar a moça não. Vai ter um monte de cara que vai odiar a panicat porque ela certamente é uma puta que dá pra todo mundo menos pra ele, maldita! Vai ter cara que vai achar que aquela é mulher pra transar, nunca pra casar. Vai ter cara que nunca vai ver um cérebro numa mulher assim. Vai ter quem a ache burra e fútil apenas por ela ter aquele corpo. Vai ter quem diga que ela está velha e acabada depois de um ano na TV.
Não tem como fugir. A única escapatória é ligar o f*da-se pra opinião alheia. E gostar de você mesmx. O pior erro é basear nossa autoestima no que alguém, principalmente quem nos odeia, pensa da gente. Pense como você se sentiu da última vez que alguém condenou sua aparência. Agora pense no que você respondeu pra última pessoa que disse que você é, ou está, linda. Não é curioso? Por que a gente tem tanta dificuldade pra aceitar um elogio, mas tanta facilidade pra acreditar naqueles que querem nos machucar?

56 comentários:

Anônimo disse...

panicats são burras senão estariam trabalhando de verdade e n vivendo de mostrar a bunda.

Anônimo disse...

So acho que a autora nao deveria ter usado o post para fazer body Shame disfarçado de "exemplos"

Juliana Cintra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Love Gotic disse...

Todos sofremos preconceito por causa das diferenças. Ninguém respeita a diversidade. Sou magra aliás magérrima: 30 anos e 39 kgs, por causa disso já me dedicaram vàrios adjetivos desagradáveis e já me reprovaram em entrevista de emprego por me considerarem de aparência frágil. Embora não me aceitem me sinto bem,não entrei na onda do silicone e nem me intoxico com remédios para engordar. O preconceito jà virou cultura todos têm, por mais que a gente negue. Temos, mas não devemos aceitar,alimentar e exteriorizar isso. Já me chamaram de: fome, cara da morte, olívia palito, sêca do Nordeste, vara de virar tripa, etc. Mas não me deixa sequela por que me sinto bem do geito que sou. DEUS me fez assim e o resto é resto. Sou negra e nunca fui alvo do preconceito racial só atacam minha magreza. Não me atinge, mas tem pessoas que ficam bem arrazadas . Preconceito é feio, é falta de moral, respeito e educação, é uma violencia desumana.

Anônimo disse...

Adorei o texto...me lembra parte da minha vida
O comentário que mais escuto hj é pelo fato de ir à academia, escutei mais de uma vez do meu namorado que deveria ir à academia afinal ele me amava mas se ficasse mais goordinha não ia ser do msm jeito... comecei a frequentar e descobri que gosto, só que gosto de carga e musculos rsrsrs agora escuto que devo parar...
Não posso ser gorda...não posso ter cabelo ruim... não posso ser musculosa...
ahhhhh até do meu mestrado falam...afinal pq eu (engenheira formada com mto custo) vou fazer mestrado??? tenho um namorado (na vdd quase marido) q ganha mto bem e que pode me sustentar, ser bolsista pra quê???
O resumo da história no meu caso é mantenha um corpo aceitável e um cerebro aceitável para uma mulher ( n pense mto e sem mtas perguntas)... Pode isso?

Love Gotic disse...

Além do preconceito por eu ser magérrima e do meu estilo gótico tem o preconceito intelectual. Meu QI é bastante elevado, aprendi a ler com 3 anos, falo 3 línguas e me chamavam de bruxa. Diziam que eu advinhava as resposta, ou lia por osmose. Quando surgiu a saga Harry Potter me chamavam de bruxa Ermione, com a saga crepúsculo mudaram meu apelido para Bela. Não porque me achavam bonita como a atrz principal, mas porque Bela (Crshtin Stuart) é magra. Minha resposta para o preconceito é: EU ME AMO, SOU MAGRA SIM, INTELIGENTE SIM. E QUEM NÃO ME ACEITA ENTRA NA FILA!

Elaine disse...

Sempre sofri preconceito por parecer mais nova do que sou. Até os 18 me davam 13, dos 20 em diante, 16 anos, e agora com 30, acham que sou adolescente ainda. Já fui muito xingada, minhas proprias tias diziam sentir raiva do meu corpo de menininha, e não de mulher. Como se eu pudesse escolher o que deveria ser grande e minha altura. Durante muito tempo me equilibrei em saltão, decote e roupa justa tentando parecer mulher e ganhar algum respeito, mas cansei disso. O que as pessoas precisam entender é: aquele corpo é o que você é. Não são escolhas. As pessoas tem programado, geneticamente, quanto de células de gordura elas terão pelo corpo. Então também não adianta culpar pessoas gordas. Elas são o que são. Meu namorado come o mesmo que eu e tem 3 vezes o meu peso, que é 50 kg. Suas características, cor de pele, cabelo, formato do nariz, formato do cabelo são heranças genéticas, e não escolha. Ninguém deveria ter o direito de apontar características de outrém e rir, fazer pouco caso, piada. E para os que amam o padrão europeu de beleza, na europa eles acham bonito ter cabelo volumoso, com cachos, cabelo escuro, olhos escuros, pele escura. Beleza não é universal, vai de pessoa pra pessoa. E todos deveriam respeitar. E não tentar impor qual o formato outra pessoa deve ter. Chega disso!

Anônimo disse...

Ontem teve festa de aniversário na família e uma tia se sentou ao meu lado só para falar dos vigilantes do peso. Até gosto desse tipo de dieta e acho q até hj não inventaram uma melhor, mas não consigo ter persistência numa dieta. O q tem de fácil nisso? Queria tanto comer e ficar em paz. Quanto a minha tia, depois de um tempo de festa ela apareceu dizendo q precisava emagrecer e tals e eu não titubeei: o vigilantes do peso é logo alí!
Se isso me fez bem? Não, continuo gorda, imaginando q minha vida seria outra se eu fosse magra e triste como já fui em outras épocas...

Anônimo disse...

Oi Lola!
O post me levantou um questionamento: temos que ser tolerantes quando sofremos preconceito por simbolizarmos o opressor? Esse assunto já foi discutido em outros momentos, mas de forma diferente. Acho que seria interessante uma abordagem de forma geral. Digo isso pois uma vez uma conhecida afirmou que seria justificável que algum negro a tratasse mal por ela ser loira dos olhos claros. Discordei totalmente e refletindo sobre isso lembrei de outros casos de militantes gays da minha sala que enviaram e-mails ofensivos para duas alunas evangélicas (isso totalmente de graça). Enquanto privilegiados, devemos aceitar calados a opressão dos oprimidos ou toda intolerância deve ser criticada?

Anônimo disse...

É inacreditavel ver uma pessoa dizendo q perdeu emprego por ser magra em um sociedade que valoriza magreza.
A coisa está pior do q eu pensava

pp disse...

Essa coisa dos padrões de beleza é muito séria, mas às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima, e não quem está fora dos padrões. Afinal, como bem mostra o post, qualquer pessoa pode sofrer críticas (eu sei que gordas sofrem mais).

Eu usava óculos na infância, era a única de cabelo cacheado na sala de aula, já estive acima do peso considerado bom, e nunca, nunca mesmo, alguém me criticou. Talvez eu tenha tido uma família que me ajudou muito a construir a auto estima. Não estou dizendo que sou melhor, apenas que talvez eu tenha tido mais sorte e crescido em um ambiente que me deu mais segurança. Por isso cada vez mais acho uma super responsabilidade ter um filho...

Eva disse...

"devemos aceitar calados a opressão dos oprimidos ou toda intolerância deve ser criticada"

"a opressão dos oprimidos"

Ai gente.

Anônimo disse...

Anônimo das 13:01

Acho que esse é um ponto importante de se observar, não devemos alimentar a intolerância, mas a luta principal é contra os modelos opressores estabelecidos. Creio que, como militantes, não devemos apoiar quando uma pessoa é criticada por uma característica que é valorizada nesse sistema, mas devemos observar os motivos que levam a essa crítica.

O que eu digo é que, toda discriminação é ruim, mas que não devemos confundir aquelas que são geradas puramente por seguir as regras do opressor e aquelas que surgem como uma resposta agoniante do oprimido. nenhuma das duas deveria existir, mas observar essa diferença é importante para não perdermos o foco na luta.

Anônimo disse...

"mas às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima"

Não, esse é um pensamento que culpa a vítima, o mesmo usado por quem acredita que o bullying é bom para a pessoa aprender a ser "durona".

Se você não sofreu bullying, que ótimo, mas tenha certeza, as suas atitudes contribuíram menos do que você imagina para essa realidade.

Anônimo disse...

Quando eu era mais jovem, era bem magro. Após o casamento, filhos etc, fui engordando. Excesso de trabalho, pouco tempo para atividades físicas. Engordei mais de 20 kg. Então decidi emagrecer. Fiz os cálculos para uma dieta saudável, com muitas verduras, legumes e carne magra, e consegui reduzir os vinte quilos de excesso. A minhya grande decepção foi que a família ficava me olhando e fazendo cara de triste, a minha irmã até chorou , dizendo que eu estava doente. Obviamente, fiquei doente de raiva, e perdi o estímulo , voltei a engordar. Não tanto assim...mas depois me "toquei" que sou eu quem tem que estar bem , e não o que os outros pensam. Agora estou fazendo uma outra dieta, e já estou começando a entrar em forma. Se algum parente vier encher a paciência, vou mandar à PQP. Haja saco.

Anônimo disse...

Acho a lola simplismente incrivel e tudo que ela escreva simplismente resume minha vida

sabrina disse...

'mas às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima, e não quem está fora dos padrões. "

só pode ser piada isso,então a culpa é de quem é agredido?
ter auto estima baixa é um problema sim mas problema maior tem o agressor q sente prazer em humilhar os outros e só assim se sente bem.

vou resumir tudo,quando era gorda me pertubavam,emagreci continuaram me pertubando,engordei de novo e foi a mesma merda.
me olham torto e me acham estranha porque gosto de wicca,não quero casar,muito menos ter filho,adoro cabelo curto,não gosto de maquiagem,odeio salão de beleza,n ponho salto alto nem que me paguem,n gosto de vestido,n vejo nada errado no homossexualismo(para os preconceituosos,isso é o mesmo que ser lésbica),prefiro ler e ficar em casa do que ir em festas,não estou desesperada para ter namorado,sou vegetariana.
kkkkkk pqp tem rir para não chorar e se eu fosse o contrário de tudo isso me encheriam o saco do mesmo jeito.

n tem jeito,se vc nasce mulher já está errada.
e me incomoda cada vez mais como sempre somos julgadas só pela aparência,um ex que aconteceu uns dias atrás,minha familia falando da nova namorada do meu primo,em momento algum falaram das qualidades dela,se era uma boa pessoa,se era inteligente,nada,só falaram q o corpo dela era bonito mas o rosto não.

Anônimo disse...

Eva, pareceu arrogante o que eu falei, mas tenho observado que a "opressão pelos oprimidos" vem crescendo, mesmo que ainda signifique uma parcela pequena e nem se compare com a opressão pelos opressores mesmo. Sou negra e vc é branca, significa que eu tenho o direito de te desrespeitar ou de te excluir assim de cara, sem nem te conhecer direito? Sem saber primeiro se vc é a favor da mesma causa pela qual eu luto? Não seria melhor eu te conhecer mais antes de manifestar qualquer atitude de antipatia?

pp disse...

"Anônimo disse...
"mas às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima"

Não, esse é um pensamento que culpa a vítima, o mesmo usado por quem acredita que o bullying é bom para a pessoa aprender a ser "durona".

Se você não sofreu bullying, que ótimo, mas tenha certeza, as suas atitudes contribuíram menos do que você imagina para essa realidade.

11 DE NOVEMBRO DE 2013 13:53"

Pois é, às vezes fico me perguntando se pensar assim não é mesmo culpar a vítima. Mas fico querendo saber o que define quem é vítima e quem não é. No meu caso mesmo, tive amigos super nos padrões que ouviam muitas críticas. Claro que ser gordo, gay, essas coisas ajudam as pessoas a se tornar alvos, mas tem algo a mais... Gostaria de entender melhor... Também não acho que bullying seja bom, que ajude a pessoa a se tornar forte.

Livia Siqueira disse...

Paula, acho, na verdade, que pessoas mais confiantes não se importam tanto com q os outros falam/pensam delas. Então duas pessoas podem ouvir as mesmas besteiras e ter reações diversas.

Sem contar que, qdo o bully percebe o qto o ofendido se incomoda com as ofensas, aí que vai pra cima mesmo.

Anônimo disse...

vc é gorda

Eli disse...

Isso me lembrou uma discussão que eu tive com uma pessoa (feminista) que eu admiro muito. Ela disse algo como "essas girafas não são bonitas" sobre modelos/misses altas em relação às outras que não eram tão altas. Só que "girafa" foi algo que eu sempre fui xingada. Eu sempre tive que sentar no fundo ou canto da sala de aula e ouvir comentários como "vc vai precisar de uma cadeira pra beijar seu namorado" ou "nossa como vc cresceu!", sendo que eu parei de crescer faz quase 10 anos, mas ouço isso até hoje.
Eu sei que é reclamar de boca cheia, mas eu comecei a odiar o meu corpo, comecei a ter problemas de postura porque eu queria me sentir mais baixa. Nesse ponto o feminismo me ajudou, mesmo que os textos aqui fossem direcionados à body-shaming contra pessoas gordas eu usei eles como uma forma de "É amiga, o seu corpo é assim querendo você ou não, ou você aceita e vive feliz ou você odeia e leva em consideração tudo o que as pessoas falam". Dá pra imaginar o que eu segui? Atualmente eu estou fazendo artes marciais e isso está melhorando minha postura e me dando uma ideia melhor do meu próprio corpo.
Quanto à pessoa que eu citei em cima, eu falei o que eu pensava daquilo e ela disse que não quis insultar ninguém, mas que pessoas altas estão no padrão. Só que quando você quer elogiar uma pessoa, você não precisa insultar outra. E o fato dela não dar muita atenção pro problema mostra que ela não percebeu que o problema está ali sim.

F. disse...

Também vivo o mesmo. Tenho 25 mas pareço ter 16 e quase ninguém me leva a sério. Quando me atacaram diziam que eu era a adolescente pefeita: magrinha,peito pequeno. Por mais que eu gritasse que eu era mulher feita de 25 anos me estupraram, surraram me chamando de menina, criança.

Sara disse...

http://br.noticias.yahoo.com/blogs/eita/ap%C3%B3s-foto-com-m%C3%A3o-boba-professora-%C3%A9-demitida-132758897.html

Fora do tópico, mais um exemplo de machismo descarado..

Love Gotic disse...

Eu perdi emprego por ser magra. Disseram que eu não aguentaria a jornada de trabalho. Bando de fdp.

Eva disse...

OPRESSÃO DOS OPRIMIDOS
gente...

Não confunda reação dos oprimidos com a violência do opressor.

Óbvio que a questão aqui é de body shaming - não importa se você é alta, magra, baixa, gorda, o que for, mas por ser mulher sempre vai ter alguém avaliando pelo corpo. O sistema nos coloca um padrão de ideal pra tudo, e se você escapa minimamente dele (passando do limite do magro aceitável, do gostosa aceitável, do alta, do baixa, etc etc) sempre vai ter alguém te cobrando. Só que a coisa é muito mais tensa se você além de ser mulher, tá fora dos padrões estéticos impostos - branca, magra (mas não muito), alta (mas não muito), loira de preferência. Saia disso pra você ver como é. Tente ser gorda, negra, pra ver onde o bicho realmente pega. Body shaming é sempre errado, mas querer dizer que mulheres negras, gordas, por apontarem os privilégios de gente branca, alta, é "oprimidos oprimindo"... é absurdo demais.

Love Gotic disse...

Sofri uma violência brutal (estupro coletivo). Sou magra, magêrrima e aparência mais jovem que a idade. 25 mas parece 16. Eles admiravam-me e repetiam magrinha,magrinha. Se eu fosse gorda? Eu estaria protejida dum estupro? Se eu tivesse um corpo de panicat e não um corpo de adolescente eu estaria protegida? Claro que não. Outro tipo de agressor me a atacaria.

Mariane disse...

"Essa coisa dos padrões de beleza é muito séria, mas às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima, e não quem está fora dos padrões."

Também penso nisso e não acho que isso seja questão de culpar a vítima. Penso que se a gente é responsável pelas coisas maravilhosas que acontecem em nossa vida (emprego, faculdade, amigos, etc), por que não somos responsáveis pelas coisas ruins? Por que a culpa é sempre do outro que não me aceita?

As pessoas não se aceitam e querem que os outros aceitem por elas. Precisamos parar de dar ouvidos aos que os outros pensam e centrar mais em nós mesmos. Acho que isso irá acontecer com o tempo, agora que o individualismo está ganhando mais espaço na sociedade.

Mas também acho que o agressor também deve ter sérios problemas.

sarah disse...

custo acreditar em que diz que perdeu emprego por ser magro,se a sociedade valoriza isso,seria o mesmo absurdo de um branco dizer q n foi contratado por ser branco.

Anônimo disse...

Vou confessar que acho feio pessoa magra demais. Sempre achei pessoa mais "cheinha" bonita - por isso msm engordei e quase nem senti - e pessoa mais magra feia.

No entanto, meu conceito para por aí. Eu jamais deixaria de contratar uma pessoa magra, ou ainda deixaria de namorar a um cara magro demais, por mais que achasse uma pessoa mais cheinha mais bonita. Mas o preconceito vai às raias da exclusão, como se a pessoa não pudesse ser nada além de um corpo - gordo ou magro.

É bem ridículo, deveríamos valorizar mais as pessoas e menos a como seus corpos se parecem. Me lembra de quando as chinesas tinham de ter pés atrofiados pra poder casar - a mulher ocidental de hj não pode ter 10 cm a mais de cintura - ou a menos - e se isso não impedir ou dificultar ela de ter uma vida normal, as pessoas (principalmente namorado ou marido) vão ficar enchendo o saco pra ela entrar no padrão - padrão esse cada vez mais difícil e duro de atingir, pois parece inumano.

Fernanda disse...

Tem uma coisa que me incomoda muito. Quando se fala tanto dessa relação de opressor e oprimido, eu frequentemente tenho a impressão aqui que a ideia é sair de um lado para se colocar no outro.

E aí é muito complicado, porque a relação está sempre ali, ela se mantém. Como ja disseram varixs por aqui, dentro desta logica, é somente o motivo aparente da opressão que muda durante os tempos, mas a violência em si nunca vai embora. Eu ja vi milhões de exemplos disso, desde esse que a Lola cita, num microcosmo (a gordinha que fica gostosa e continua insultada por outros motivos) até fenômenos em larguissima escala, como o da imigração na Europa (cada vez é um povo que assume a cruz, sempre através de justificativas fajutas; mas o que não se suporta definitavemente é a imigração, um estranho na minha terra, seja ele quem for).

Então, por mais humano que seja a resposta odiosa, o rompante violento (eu me vejo inteiramente capaz de responder assim também), é preciso reconhecer que isso não resolve o esquema opressivo, apenas o perpetua. Mudando-se as posições, mas mantendo a estrutura.

E falo do ponto de vista de uma mulher que ha 30 anos é gorda. E que, evidentemente, sofreu todos os efeitos dessa opressão na pele.

Ainda assim, nunca me sentiria bem ofendendo uma pessoa por ser magra. Alias, ofender não é um verbo que cabe muito na minha vida. Não resolve nada e eu ainda fico me martirizando (nas poucas vezes que aconteceu).

Isadora G. disse...

O que acho curioso nisso tudo é que vejo um monte de cara que exige beleza, vaidade, perfeição, etc. das mulheres enquanto ele próprio não está dentro do padrão de beleza. Eu já acho um absurdo você se achar no direito de exigir isso de alguém (é estupidamente fútil ser tão obcecado por aparência) mesmo que esteja dentro dos padrões, imagine então pra um cara considerado sei lá, super seco ou então gordo, se achar no direito de só escolher miss. Hahaha, dá até pena! Sério, tem muita gente precisando se enxergar.

Anônimo disse...

Sobre a gordinha q fica gostosa e continua sofrendo, aconteceu o contrário comigo. por ser muito diferente do resto das pessoas, eu era discriminada mesmo entrando numa calça 40.

Hoje, usando 46, sou menos discriminada do que antes - mas as pessoas adoram apontar o dedo e dizer como engordei.

Sempre vai ter um motivo pra falar.

Anônimo disse...

"O que acho curioso nisso tudo é que vejo um monte de cara que exige beleza, vaidade, perfeição, etc. das mulheres enquanto ele próprio não está dentro do padrão de beleza."

Demais. Esses dias vi um que tinha 1,55 (baixinho) e 80 quilos e discriminava gordas... sendo q ele além de gordo é feio...

Aí reclamava q as bonitonas só davam toco nele. Mas é claro!! Cara não se enxerga...

Eva disse...

O conceito do que é belo e ideal - e que é imposto para nós mulheres - sempre muda sim. Mas no momento está calcado no magro, branco, alto. Saia deste padrão e tenha uma vida bastante complicada.

Mas não devemos nos esquecer que o sistema sempre vai tentar nos jogar umas contra as outras, e nos fazer nos sentirmos infelizes por sermos quem somos. No final, esse padrão idealizado nunca é o bastante. E nos colocam para policiarmos umas às outras, a nos fazermos nos sentir infelizes com quem somos, porque mulheres infelizes e brigando entre si é a alegria do patriarcado.

Outro conceito que temos é o do "não é sobre você". Sempre leio críticas às feministas religiosas. Sou religiosa, e tenho que respirar fundo cada vez que leio ataques às religiões como se todas estivessem num mesmo balde no papel predominante de agressoras. Porque eu preciso lembrar que "não é sobre mim". Talvez nós que temos algum privilégio precisemos exercitar isso: não é sobre a minha religião, é sobre a imposição de valores religiosos como um todo. Não é sobre o meu corpo, é sobre a existência de padrão de corpo que é imposto a todas. E por ai vai.

Quando paramos de apontar individualmente os corpos umas das outras e de nos doer quando normas são criticadas, e nos reconhecemos como irmãs, o patriarcado chora.

Eva disse...

O conceito do que é belo e ideal - e que é imposto para nós mulheres - sempre muda sim. Mas no momento está calcado no magro, branco, alto. Saia deste padrão e tenha uma vida bastante complicada.

Mas não devemos nos esquecer que o sistema sempre vai tentar nos jogar umas contra as outras, e nos fazer nos sentirmos infelizes por sermos quem somos. No final, esse padrão idealizado nunca é o bastante. E nos colocam para policiarmos umas às outras, a nos fazermos nos sentir infelizes com quem somos, porque mulheres infelizes e brigando entre si é a alegria do patriarcado.

Outro conceito que temos é o do "não é sobre você". Sempre leio críticas às feministas religiosas. Sou religiosa, e tenho que respirar fundo cada vez que leio ataques às religiões como se todas estivessem num mesmo balde no papel predominante de agressoras. Porque eu preciso lembrar que "não é sobre mim". Talvez nós que temos algum privilégio precisemos exercitar isso: não é sobre a minha religião, é sobre a imposição de valores religiosos como um todo. Não é sobre o meu corpo, é sobre a existência de padrão de corpo que é imposto a todas. E por ai vai.

Quando paramos de apontar individualmente os corpos umas das outras e de nos doer quando normas são criticadas, e nos reconhecemos como irmãs, o patriarcado chora.

donadio disse...

"panicats são burras senão estariam trabalhando de verdade e n vivendo de mostrar a bunda."

Se eu fosse inteligente, estaria vivendo de mostrar a bunda, em vez de estragar minha saúde trabalhando para os outros 8 horas por dia.

@vbfri disse...

"n tem jeito,se vc nasce mulher já está errada."

É exatamente isso. Falou tudo. Se você está mais cheinha, é gorda. Se emagrece, tá doente. Se casa, tem que ter filho, se não casa, fica pra titia. Se separa, é uma coitada. Se fica num relacionamento ruim, é uma idiota. Se usa roupa curta é uma vadia. Se usa roupa longa, é recatada. Se sai pra balada é p. Se não sai, é uma mal comida. Se gosta de estudar, é uma nerd sem vida social. Se não gosta, é uma fútil.
Não tem jeito. A mulher está sempre, sempre, sempre errada. Sempre vai ter alguém pra apontar um dedo.

"às vezes fico me perguntando se quem sofre bullying não é quem tem, na verdade, algum problema de auto estima, e não quem está fora dos padrões."

Na questão de bullying,eu sofri muuuuito pelo simples fato de ser, justamente, uma pessoa com zero auto estima. Então, acho que sua afirmação procede.

Não vejo isso como uma questão de culpar a vítima, pois a vítima de bullying é vítima de bullying... O que acontece é que existem predadores. Essas pessoas vão atrás de certos alvos, da mesma forma que o pedófilo vai atrás de crianças. A culpa, em nenhum caso, é da vítima. Ela apenas se enquadra num padrão.

Todos os predadores possuem um alvo preferencial, uma vítima "preferida". Como o batedor de carteira, por exemplo, vai sempre atrás de pessoas que estão distraídas.

O bully é um predador. Simples assim. E é muuuuuito mais fácil você humilhar uma pessoa com baixa auto estima do que humilhar a pessoa mais popular da escola.

Anônimo disse...

As que falaram que quem sofre bullying pode ser eles mesmos culpados, que somos responsáveis pelas coisas ruins que nos acontecem.... Pois bem, se vc já é uma pessoa adulta, realmente vc tem ou deveria ter a fortaleza o suficiente para que o bullying nao te afetasse. E nao tem que se relacionar com gente que nao merece
Mas vai falar isso pra uma criança de 14 anos por ex que esta naquela fase de baixa auto estima.

Outra coisa, eu acho que cada um pode ter as suas preferências, sim estando dentro ou fora dos padrões. Li por ai que tem cara feio e gordo que so prefere garotas magras e bonitas. Bom, isso é problema deles. Se ele encontra uma mulher assim que além do mais da bola pra ele, pois que sejam felizes.

Eu tb fico indignada quando vejo casais onde um fica fazendo bullying no outro por causa do corpo e muitas vezes o que faz bullying nem esta dentro dos padrões.
Mas por isso que se vc se indigna com isso justamente nao vai procurar alguém assim, e sim alguém com valores menos fúteis e mais elevados,

Anônimo disse...

"6exatamente isso. Falou tudo. Se você está mais cheinha, é gorda. Se emagrece, tá doente. Se casa, tem que ter filho, se não casa, fica pra titia. Se separa, é uma coitada. Se fica num relacionamento ruim, é uma idiota. Se usa roupa curta é uma vadia. Se usa roupa longa, é recatada. Se sai pra balada é p. Se não sai, é uma mal comida. Se gosta de estudar, é uma nerd sem vida social. Se não gosta, é uma fútil.
Não tem jeito. A mulher está sempre, sempre, sempre errada. Sempre vai ter alguém pra apontar um dedo."

Verdade mas cabe a nós mesmas dar ou nao importância a esses comentarios.
É como a história do burro, o velho e o menino. Sempre vão falar alguma coisa nao importa.
Entao vc tem que tomar as rédeas da sua vida. É viver a sua vida. O problema que muitas pessoas tem a necessidade imperiosa de agradar aos outros, precisam ser queridos.

Já falei aqui e quase fui linchada mas vou repetir, eu me arrumo unicamente quando tenho vontade (graças a deus sou uma privilegiada onde meu trabalho nao exige salto alto maquiagem e manequim 36) e por isso mitos colegas viviam me repetindo que so ia arrumar namorado o dia que me arrumasse, que por isso estava solteira, etc.

Pois bem acontece que nao quero arrumar uma pessoa que fica exigindo que eu seja o que nao sou. Gosto de ser livre, nao gosto de ter que por sempre um determinado tipo de roupa, as vezes quero me vestir patrocinha mas muitas vezes como uma maloqueira. E quem quiser sair comigo tem que me aceitar como sou. Senão onde esta a liberdade?

Anônimo disse...

"panicats são burras senão estariam trabalhando de verdade e n vivendo de mostrar a bunda."

Se eu fosse inteligente, estaria vivendo de mostrar a bunda, em vez de estragar minha saúde trabalhando para os outros 8 horas por dia.


é inteligência demais servir de pedaço de carne para o patriarcado por livre e espontânea vontade.
só que não.

sabrina disse...

"O que acho curioso nisso tudo é que vejo um monte de cara que exige beleza, vaidade, perfeição, etc. das mulheres enquanto ele próprio não está dentro do padrão de beleza."

isso tem aos montes,homens feios ou até normais mas q estão bem longe da perfeição,exigindo miss universo.
ai dão a desculpa de que as mulheres só querem dinheiro deles então por isso eles podem exigir isso e ainda dizem q as mulheres são fúteis e eles n,sei ...

Drica Leal disse...

Vixe, esse fenômeno dos caras de entre normais a feios serem os mais exigentes com relação à aparência das mulheres parece que é generalizado, incrível! E também é verdade que esses caras são os que mais repetem o discurso de que mulheres são interesseiras, só querem do homem dinheiro, status, etc. Realmente, vemos mulheres muito bonitas com homens feios e ricos. Mas um homem que escolhe mulheres apenas pela aparência pode reclamar em ser visto por elas apenas como uma conta bancária? Por que eles acham que os critérios deles são mais justos que os delas?

Anônimo disse...

sobre homens feios com mulheres lindas e/ou bem dentro dos padrões, esses dias eu tava andando na praia (moro em cidade litoranea) e reparei em uns 5/6 casais onde a mulher era gordinha e o kra era magro ou normal de peso, e o kra parecia não tar nem aí. Andava com ela do lado de mão dada sem problemas.

Algumas eram só "gordinhas", outras eram bem gordas mesmo, mas todas estavam com homens bonitos do lado.

Aí eu comecei a pensar q homens com baixa autoestima tentam compensar tendo uma mulher linda do lado, só pra provar que "podem", e que homem com autoestima mais elevada não precisa disso.

Felizmente ainda há os que não são tão idiotas a ponto de só exigirem mulher linda.

PS: os que exigem mulher linda e são feios são curiosamente os que passam a maior parte do tempo solteiros, pq o problema não é só ser feio e exigente, é ser chato. Daí nenhuma mulher aguenta ficar com eles. E se tem uma que aguente, é sempre uma com baixa autoestima.

Anônimo disse...

Eu era super complexada pq minhas calças ficavam curta/larga.

Além de magra sempre fui forte, então os meninos zoavam que eu tomava anabolizante. Já tive o apelido de perereca musculosa.

Minha vó me deu biotônico fontoura e capsula de alho e óleo toda a infância e meu pai brincava que eu era tão magricela que ele achava que eu não ia 'vingar'.

Anônimo disse...

Estão falando nos comentários que ser alta é o padrão mais aceito, mas isso se aplica também as mulheres? Acho que não..

Alguém tem uma estatística aí?

donadio disse...

"Estão falando nos comentários que ser alta é o padrão mais aceito, mas isso se aplica também as mulheres?"

Tem um padrão só?

Porque esse padrão que as modelos seguem, não me parece que seja considerado "bonito" fora do mundo da moda.

Náy Rocha disse...

Outro post sensacional,Lola!Ótima reflexão!Obs.Fiquei muito feliz em ver o meu depoimento no post!

Lynne disse...

Eles preferem mulher baixa. Tenho 1,55 e nunca nenhum homem implicou com minha altura - os mais altos inclusive achavam "romântico" eu ser bem mais baixa que eles (romântico pq?? por eu parecer mais fraca, "menos" que eles??)

Já com peso, cabelo (que é liso natural, mas bem longo e eu não quero cortar ou repicar) e etc, implicam...

Náy Rocha disse...

Não digo que eles PREFIRAM mulheres baixas,mas confesso que nunca tive dificuldades para conseguir parceiros tendo apenas 1,56 não, tanto que o meu esposo é uns 30 cm mais alto que eu.Mas em compensação, vivo ouvindo piadinhas de péssimo gosto pela minha altura aonde quer que vou.

Licianne disse...

Nossa, fiquei tão feliz de ser lembrada por você como se o próprio Michael Jackson tivesse citado meu nome! rsrsrs Ai, ai, sou muito tiete...

Lola, falei principalmente por mim, que faço parte do grupo das magrinhas que não ganham nada com isso (afinal, não sou modelo). Sabe, eu não me considero tão ou mais oprimida socialmente que as outras pessoas mais gordas. Creio que ainda consigo dividir os comentários sobre mim entre elogios ou preconceitos. Acho que com as gordinhas (e gordinhos) isso é bem mais difícil... Mas, sabe o que muda para mim? Quando eu me percebo, de fato, oprimida, sinto como se eu tivesse menos direito para reclamar. As pessoas ao meu redor não deixam de xingar gordos ou negros, mas, até onde vejo, disfarçam o próprio preconceito com eufemismos ou o demonstram abertamente, mas "pelas costas" do alvo. Acho que com as pessoas "protegidas pelos padrões" o que é sentimento de pena, vira raiva. Sério. Algumas pessoas sentem, verdadeiramente, ódio de nós. O que eu suspeito é que elas, na verdade, direcionam a raiva que possuem dos padrões para quem "corresponde" a eles (seja lá quais forem). E o resultado que temos é esse, apelidos "carinhosos" como cabide e cabo de vassoura sendo distribuídos como se não fossem o que são: body shaming. Eu até consigo entender boas intenções de quem me aparece com frases prontas como essa, de que "quem gosta de osso é cachorro", afinal, estão tentando combater uma opressão. Mas, combater uma opressão criando outra não é a melhor saída, obviamente. Além do mais, não sei até que ponto eu entendo por ser compreensiva, ou simplesmente porque não me acho no direito de reivindicar. E eu considero a segunda opção, também, uma opressão. Abraço, Lola!

danusia disse...

tirar sarro de um cara dizendo que ele tem pinto pequeno é body shaming? criticar o corpo da modelo seca esturricada é body shaming? pelamor, a vida delas não é nem de perto o inferno que é a vida de uma gorda. fazendo um paralelo, é o mesmo que pensar, pra citar um outro post daqui, que negro que usa camiseta 100% negro é racista igual ao branco que usa camiseta 100% branco. há diferentes graus de opressão SIM. mulheres brancas magras sofrem muito menos que mulheres brancas gordas. mulheres brancas gordas sofrem muito menos que mulheres negras gordas. e dá licença, mas me sinto muito à vontade pra fazer piada de pinto pequeno com um imbecil - em nossa sociedade o pinto pequeno é muito mais aceitável (o tirar sarro do pinto pequeno é momentâneo) do que a mulher 'puta que adora dar', por ex, só porque ela teve mais que um parceiro na vida. isso vai perseguir a mulher, provavelmente, o tempo todo. vc é magra e inteligente? que bom pra vc! mas não OUSE pensar que seu sofrimento, qdo vc sofre 'bullying', é o mesmo que o da negra gorda e pobre. dá licença! eu sou branca e gorda, e entendo perfeitamente que a negra gorda sofre muito mais preconceito que eu. quem está dentro do padrão fique feliz, vc não sabe o que realmente acontece com o povo todo que está FORA dele. abraços.

Homem de pinto pequeno disse...

Danusia

"em nossa sociedade o pinto pequeno é muito mais aceitável (o tirar sarro do pinto pequeno é momentâneo) do que a mulher 'puta que adora dar'"

Pinto pequeno é mais aceitável aonde? Nem você aceita já que acha ter direito de tirar sarro de mim por isso.

Posso até concordar que você sofra mais preconceito do que eu, mas tirar sarro de pinto pequeno é momentâneo? ISSO É PARA SEMPRE querida.

Não acho que mulheres têm obrigação de dar para mim. Longe disso.

Mas ou eu vivo levando chifres ou vivo excluido mesmo pq mulher não tolera pau pequeno. Só hipócritas dirão o contrário. Muitas não querem nem conversa com um pp por perto.

Quero ver você ser homem e espalharem que você só tem 10 cm de pinto e falar que a sociedade acha isso mais aceitável e que o sarro é momentâneo...

Você é que não sabe o que tá falando.

Anônimo disse...

Tenho 16 anos e naum chego a pesar 40 ainda..
Meus pais Sempre foram magros, minha mae quando tinha minha idade era a mesma coisa!
Mais como vc disse, naum deixo de receber as carinhosas criticas de parentes, colegas de escola, amigos! Sempre!
As veses choro por isso e sempre quando escuto as criticas, bate uma futilidade e a altoestima baixa de vez.. naum consigo me valorizar, sabendo tb q tenho amigas que cresceram comigo ficando mais encorpadas do que eu ! Sebe to muuuito desesperada.. mais foi bom ler o post! Sabendo q a sociedade SEMPRE vai criticar-me, mes o se eu mudar!!

Anônimo disse...

"Agora pense no que você respondeu pra última pessoa que disse que você é, ou está, linda. Não é curioso? Por que a gente tem tanta dificuldade pra aceitar um elogio, mas tanta facilidade pra acreditar naqueles que querem nos machucar?"

Isso deveria servir para vc também Lola e para suas companheiras. Então vc mesma e as suas colegas colocam mesmo isso em prática? Acredito que a Gabourey Sidibe coloca.

Anônimo disse...

Meus pais sempre me ensinaram que devemos evitar ficar criticando os outros(ainda mais sem necessidade, só p/ se sentir superior). Bem aos 12 consegui "diblar"as comparações de corpo entre as colegas(meu peito,minha bunda é maior que a sua). Tudo bem ter suas preferências : preferir a gostosa,a gordinha ou a magrinha, mas é incrível a necessidade de discrima o oposto para poder dizer que gosta de outra forma. Sair na rua e ouvir que se é seca dói muito, não pedi para ter a genética da minha mãe, meu imc é maior que o da gisele pelo que vi em um site 17,76(baixo ainda eu sei), esses idiotas veem mais perna ,bunda(tenho) e o danado do busto(que tenho pouco). Sabe queria ser tratada como alguém nornal, mas vivemos num mundo cheio de idiotas mesmo! Eu me aceitava como eu era, mas se tornou muito difícil agora com tantas implicâncias, dói chorar, dói não poder contar para ninguém além da minha família pq não entendem dizem" ah quero ver quando vc envelhecer e fazer dieta,eu quero ver"