segunda-feira, 3 de junho de 2013

EU JÁ FIQUEI DO LADO DAS GRANDES CORPORAÇÕES

Não chore sobre o café fervendo derramado

Venho aqui fazer um mea culpa. Eu já fui uma cretina que achava ridículos os processos judiciais milionários que rolam nos EUA. Eu já fui uma babaca que riu dos avisos de “Cuidado: este conteúdo está quente” colocado em vários copos de café nos EUA. Eu pensava: dããã, é óbvio que está quente, dá pra sentir que está quente, não precisa de aviso pra saber que está quente, e se você se queimar é porque você é burro, e se você processar a marca por ter se queimado e ganhar é porque o sistema é ridículo.
Pois é. Euzinha, uma pessoa que sempre foi de esquerda, que sempre fui bastante politizada e crítica, caí no conto do senso comum. E só me dei conta disso outro dia.
Não faço a menor ideia de como cheguei a um post sobre “casos que o McDonald's gostaria que você esquecesse”. Um deles me chamou a atenção: o de uma velhinha de 79 anos que, na década de 1990, derramou McCafé no seu colo e, por conta disso, recebeu uma indenização milionária. Eu me lembro. Eu me lembro como todo mundo -– eu inclusa -– chamava aquela senhora de demente, e ria de um sistema que a fez rica por um erro que ela mesma cometeu. 
Assim que li essas linhas, pensei: epa, tem algo de errado aí. O que me faz ficar do lado de uma grande corporação como o McDonald's e contra uma velhinha? Toda a nossa cultura individualista não deveria nos colocar do lado dos fracos e oprimidos? E aquela história de Davi e Golias que inspira tanta gente? Ela não se aplica quando se trata do McDonald's contra uma velhinha?  
Decidi começar a pesquisar um pouquinho e cheguei a um documentário de 2011 sobre o caso, chamado Hot Coffee (Café Quente). Eis o que aconteceu de fato: a velhinha não estava dirigindo quando tentou abrir o copo de café, e a tampa se rompeu e o líquido foi derramado em suas pernas. Ela estava parada num drive in. O café não estava apenas quente -– estava pelando, escaldante, impróprio para consumo (imagine tomar água recém fervida. Era nessa temperatura que o McCafé era servido). A velhinha não tomou apenas um susto quando o café escaldante caiu em cima dela. Ela teve queimaduras de terceiro grau. Precisou de enxertos de pele.
Ela decidiu contatar o McDonald's, que ofereceu a ela 800 dólares para cobrir despesas médicas que já ultrapassavam 10 mil. Ultrajada, ela entrou com um processo. E descobriu que já havia 700 casos de consumidores que tinham tido problemas com a temperatura do McCafé. Ela ganhou a ação, quase 3 milhões de dólares (você acha muito? É apenas o lucro de dois dias do McCoffee). A empresa recorreu, e a velhinha acabou recebendo bem menos (não sabemos quanto, porque ela é proibida de falar no assunto. Já a corporação pode falar à vontade). 
Ainda assim, seu caso foi usado como propaganda corporativa de ações absurdas contra as pobres empresas. Quando a velhinha morreu, em 2004, ela ainda era ridicularizada por gente que comprou a versão do McDonald's -– de que consumidores são muito frescos e sensíveis e processam empresas maravilhosas por qualquer coisinha.
Repito a minha pergunta: que ideologia faz com que a gente defenda as corporações e condene os indivíduos que porventura processem essas corporações?
O documentário mostra como o governo Reagan na década de 80 se posicionou oficialmente contra os processos judiciais. Um discurso do presidente na época ficou bastante famoso. Nele, Reagan condena a loucura da “indústria dos processos”. Ele cita o exemplo de um homem, na Califórnia, que estava falando numa cabine telefônica na calçada (não existia celular) quando a cabine foi atingida por um carro. O homem processou... a companhia telefônica, diz Reagan, injuriado. 
O que Reagan não conta é que a cabine estava localizada num lugar em que os acidentes eram constantes. Consumidores já haviam pedido para que ela fosse mudada de lugar. O homem, que perdeu as duas pernas na tragédia, viu o carro se aproximar e tentou sair da cabine, mas não conseguiu, porque a porta estava quebrada. Quebrada por causa de um acidente que tinha ocorrido pouco tempo atrás.
Reagan tentou de tudo para proteger as indústrias de processos. A propaganda maciça, feita obviamente pelas empresas (disfarçadas de órgãos de consumidores), espalhava que os processos eram tantos, tão ridículos e tão caros, que estavam brecando a economia e aumentando o preço final dos produtos. Comerciais exibiam médicos alertando que teriam de parar de ser médicos por causa dos possíveis processos contra eles. O caso da velhinha contra o McDonald's foi uma das principais armas publicitárias. Quando o congresso aprovou um limite para as ações e seus valores, o presidente Clinton vetou. Disse que uma lei dessas não seria boa pros consumidores.
No entanto, com a eleição de George W. Bush, as corporações fizeram a festa. Bush, que já tinha favorecido as empresas quando governador do Texas, estendeu suas boas ações para todo o país. Ele -– que havia tido sua campanha patrocinada por essas mesmas empresas –- conseguiu não só instituir limites para as indenizações, como também tirou qualquer regulamentação que impedisse as empresas de financiar seus candidatos preferidos, incluindo os candidatos a juízes da Suprema Corte. Foi uma beleza. A US Chamber of Commerce realizou todo um planejamento dos juízes mais amigáveis a empresas que desejava eleger em cada condado. 
Aliás, no que você pensa quando ouve Câmara de Comércio dos EUA? Eu penso num órgão governamental. Mas não é. É uma organização privada, o maior lobby americano das grandes corporações, que abarca as gigantescas indústrias tabagistas, de bebidas, de saúde... O documentário mostra a campanha imensa que a Câmara fez contra um juiz (John Grisham escreveu o romance The Appeal baseado nessa história).
Ao mesmo tempo, as corporações começaram um outro grande negócio: uma tal de “arbitração mandatória”. Significa que você abre mão dos seus direitos de processar a empresa. Funciona assim: você recebe um telefone celular, um cartão de crédito. Pouco tempo depois, chega pelo correio uma mala direta com um monte de papelada, daquelas que ninguém lê. No meio dessa papelada encontra-se, em letras miúdas e em juridiquês, uma cláusula dizendo que, se você continuar usando o cartão, está subentendido que você aceitou as normas, e uma dessas normas é que você não pode processar a empresa. 
Isso vale para contratos trabalhistas também. Calcula-se que hoje nos EUA 30% da população tenha um desses contratos arbitrários, sem saber. Ou seja, há mais americanos que abriram mão de seus direitos trabalhistas do que americanos filiados a sindicatos. É o sonho capitalista se concretizando!
Um caso chocante é o de uma jovem que foi trabalhar no Iraque contratada pela empresa Halliburton (que tem lucrado os tubos para “reconstruir” o Iraque destruído pelos americanos). Sem saber, ela assinou um contrato que a impedia de processar a empresa. Chegando no Iraque, foi colocada num alojamento masculino. Como estava sofrendo assédio, pediu para ser transferida para o setor feminino, mas não foi atendida. Foi então drogada e estuprada por um colega. Levou quatro anos para poder levar seu caso a julgamento (e, quando finalmente conseguiu, perdeu. O júri acreditou na versão da empresa de que o sexo havia sido consensual). 
No final, o documentário entrevista advogados e professores que defendem direitos dos consumidores e dizem que os processos, ou a ameaça dos processos, são a razão pela qual os carros e brinquedos são minimamente seguros. Porque, se dependesse apenas da boa vontade corporativa, as empresas –- que lutam para não ter que arcar com suas responsabilidades -– não moveriam nem um dedinho. 
Segundo um especialista, processar é difícil, exige tempo, disposição e dinheiro. Exige que você conheça os seus direitos e que você tenha acesso a advogados. Por isso, deve ser visto como um ato heroico, não como um incômodo para a justiça e para as empresas. Até porque quando você ganha um processo, você não ganha só pra você. Ganha pras outras pessoas também. 
Ai, ai... Pensar que eu já acreditei nas mentiras corporativas e fiquei contra uma velhinha! E você?

65 comentários:

Mihaelo disse...

Eu sempre boicoto as grandes empresas, escolhendo produtos que não têm publicidade nos meios de comunicação e por isto são mais baratos. Claro que em setores monopolizados como a telefonia, que no Brasil está toda em mãos de gigantescas empresas estrangeiras que operam em regime cartelizado, nós não temos escolha, temos que ficar reféns do péssimo serviço de internet hipermegalenta e cara que nos oferecem. Boicote é bom e sempre funciona. É a única linguagem que os empresários e seus moços de recado, os políticos, entendem!!!!!

Sara disse...

Concordo plenamente, e mais absurdo ainda são todos os tipos de entraves q são colocados para q vc procure seus direitos na justiça...

Anônimo disse...

Fique tranquila Lola, reconhecer que estava errado em algumas coisas é amadurecer um pouco mais, você mesma falou vez ou outra de algumas pessoas notoriamente reaças que abraçaram a causa.

Anônimo disse...

Putz, Lola!
Este post bem a calhar. Comprei um novo produto na Americanas.com e me entregaram um usado! Acredita?!

vera disse...

muitos casos assim acontecem mesmo,mas n da para negar que as vezes as pessoas são bem burras,acontece algo errado e querem por a culpa nas empresas ,nos governos.

agora tem aqui no rj,uma nova linha de ônibus BRT e foi construido pistas só para eles passarem nas ruas,já teve várias pessoas atropeladas por ele e estava todo mundo pondo a culpa no estado e querendo processar.

apesar de toda a divulgação tinha gente achando q a pista do ônibus era pra pessoas passarem(??????), a pessoa n atravessa no sinal, é atropelado e a culpa é dos outros,do estado?

vi uma matéria ,a repórter tentando alertar as pessoas,a maioria nem queria ouvir,atravessavam no meio da rua com os carros passando,tinha um babaca sentado no meio fio onde passa o brt,falaram q n atravessavam no sinal pq estava muito longe,preferem morrer,do q andar um pouco mais.

Anônimo disse...

Poema em Linha Reta

Mayara disse...

Lola, você tem razão. Em grande parte, o problema não é nem as pessoas julgando - é a forma como essas pessoas se informam. Ninguém fica sabendo da real causa dos processos, por exemplo. E apesar de existirem MUITOS avisos REALMENTE idiotas e processos absurdos (ex. mulher que botou o gato no microondas ou avisos em sacos pláticos de que não é para deixar crianças brincarem com ele porque podem sufocar), há muita coisa realmente útil e muitos processos com mérito.
Mas acredito eu que realmente existe uma indústria dos processos. Quem não ouviu falar do ladrão que estava no telhado da casa que roubou, para fugir, caiu porque o telhado estava mal conservado, processou e ganhou? (corro o risco de citar uma lenda urbana, mas acredito ser real)
Como defender uns sem prejudicar os outros? Infelizmente o governo americano decidiu defender quem melhor os paga... E quem melhor os representa. Defender a si mesmos, claro.

Unknown disse...

Eu vi esse documentário há um tempo atrás. É completamente revoltante. Talvez tanto quanto a justiça brasileira que acha mais importante não beneficiar demais quem processa do que punir certas empresas.

Algumas lojas de departamento bem conhecidas, têm dezenas de processos por acusar consumidores de roubo, ameaçar, constranger e até revistar sem autorização. Toda vez que alguém ganha, recebe 2,5 mil, o que é nada para a empresa.

metamorfose ambulante disse...

Estou triste, meio envergonhada, mas... Bom, aprendi algo novo hoje.
:)

Mariana disse...

Nossa! Foi um tapa na minha cara esse post!
Me fez pensar em muitas coisas que nunca tinham me chamado a atenção.
Eu tenho uma esperança muito grande de que no futuro as pessoas falem do capitalismo da mesma forma como a gente fala do feudalismo... uma coisa do passado distante e opressora!
Imagine como um sistema desse consegue manipular tanto uma informação a ponto de colocar as pessoas contra uma senhorinha e a favor de uma grande corporação! To chocada com tudo... inclusive comigo mesma!

Unknown disse...

Tem tipo haver com o povo que fala da industria de multas no transito.

=/

Patty Kirsche disse...

Sabe, nos EUA a força das grandes empresas é mais explícita. Mas aqui no Brasil, existe algo parecido. Por exemplo, tem sido mega difícil ganhar "danos morais" em processos, os juízes estão chamando tudo de "meros aborrecimentos". Minha advogada me falou sobre um processo de uma cliente contra a Fast. A Fast demorou meses para levar uma lavadora, quando levou, estava quebrada... etc. A cliente dela não só perdeu, como teve que pagar as custas do processo, pq o juiz entendeu como "meros aborrecimentos". O judiciário brasileiro está chamando isso de fim da "indústria dos danos morais".

No caso dos shoppings também, isso fica evidente. Aqui em São Paulo, os estacionamentos de shoppings estão cada vez mais caros. Já houve várias tentativas de regular essa questão com leis que permitem o abono quando o cliente apresenta uma nota fiscal com uma despesa x e tals. Aqui no estado o neoliberal PSDB não deixa passar. Mas em âmbito nacional, descobri que existem membros do congresso sensíveis às queixas dos pobres shoppings centers.

Interessante, né? Eles alegam que o governo não pode intervir na economia, mas só se for a favor dos consumidores. Porque a favor das empresas, já está tudo arranjado, tanto no legislativo, como no judiciário.

Thainara Carreiro disse...

O que a Vera disse está acontecendo aos montes aqui no Rio. Hoje mesmo passou no RjTv a notícia de que um homem morreu ao atravessar o BRT.
Nesse caso, eu sou contra o povo, e não contra o estado e a linha de ônibus. Durante a construção das novas pistas, EXCLUSIVAS para os ônibus, não foram feitas só publicidades para mostrar a maravilha do BRT, além de tudo foi veiculado em massa os perigos dessa pista. Mas infelizmente, as pessoas insistem em atravessar a pista, morrem dezenas, todos os meses e ninguém aprende. É por falta de aviso? De prevenção? Claro que não! Todo mundo sabe pra que e porque ela foi projetada e construida.

Quanto o caso da velhinha nos EUA, é lamentável que pessoas fiquem a favor dessas corporações. Assim como aqui no Brasil, se acontecer alguma coisa dessas, eles não se preocuparão nem um pouquinho com nosso bem-estar.

Anna disse...

Então, eu gosto muito do seu blog, a grande parte dos seus assuntos me interessa, porém sinto MUITA falta das críticas de filmes. Onde foram parar?! O jeito que você comenta os mesmos é ótimo. Fica a dica!

Felipe disse...

Estou cursando o último ano do curso de Administração de Empresas e, a cada ano que passei na faculdade e me aprofundei mais no mundo da adm, meu asco pelas grandes corporações só aumentou.
E o fato de eu estagiar no Minisério Público do Trabalho só fez aumentar minha indignação, é um caso mais absurdo que o outro.

Jota Marques disse...

Essa é uma das vantagens da legislação brasileira. Nosso Código do Consumidor e a CLT impede, ou ao menos protegem melhor, desses abusos tão comuns em paises sem esse tipo de garantia legal, como os EUA.
Ja a questão dos danos morais apontado no comentarios acima o que ocorre aqui n Brasil, é que os danos morais não podem ser subentendidos e sim comprovados.
Uso sempre esse exemplo para os meu clentes quando me perguntam sobre dano moral: se eu te chamar de FDP sem vergonha e vc sair dando risada, não houve dano moral. Se eu te chamar de tonto e vc cair numa depressão profunda tendo até receita psiquiatrica de antideprssivos, ai sim temos o dano moral.
Não é um simples ato ilegal que gera o dano moral como a demora de entrega de uma compra e ainda sim ela vir quebrada que vai gerar dano moral (dano material com certeza), mas sim a comprovação de como isso lhe afetou moralmente.
Agora se a pessoa, nessa situação, entrou com uma ação de reparação de danos (material e moral) e não ganhou nem o material tem que ver melhor isso ai.

Felipe disse...

"Estão abusando de você todos os dias. Se intrometem na sua vida, passam a perna em você e então desaparecem. Flertam com você de prédios altos e o fazem se sentir pequeno. Fazem comentários irônicos que insinuam que você não é sexy o suficiente e que toda a diversão está acontecendo em outro lugar qualquer. Estão na TV fazendo sua namorada se sentir inadequada. Têm acesso à tecnologia mais sofisticada que o mundo jamais viu e humilham você. Eles são Os Publicitários e estão rindo de você.

Você, contudo, é proibido de tocá-los. Marcas registradas, direitos de propriedade intelectual e leis de copyright significam que os publicitários podem dizer o que eles quiserem onde eles quiserem com total impunidade.

Que se fodam. Qualquer anúncio num espaço público que não lhe dê chance de escolher se quer vê-lo ou não é seu. É seu para pegar, rearranjar e reutilizar. Você pode fazer o que quiser com ele. Pedir permissão é igual a pedir permissão para ficar com a pedra que alguém acaba de jogar na sua cabeça.

Você não deve nada às empresas. Menos que nada. Você principalmente não lhes deve cortesia alguma. Eles devem a você. Eles rearranjaram o mundo para se colocarem na sua frente. Eles jamais pediram a sua permissão, jamais sequer pense em pedir a deles."

Bansky

lola aronovich disse...

Anna, pois é, eu sinto falta de ir ao cinema, de ver filmes... Ultimamente (tipo últimos 3 anos) não tenho tido tempo. Mas vou tentar escrever algumas crônicas de vez em quando, porque é uma vergonha mesmo. Bom, este post é mais ou menos sobre um filme, né? Sobre um documentário... Aliás, vc já comprou meu livrinho de crônicas de cinema? Compra, vai!


Jota, se alguém só chama outra pessoa de FDP, é possível processá-la por danos morais? Tão estranho isso... Quer dizer, eu teria uma galeria de pessoas pra processar!

metamorfose ambulante disse...

Vera e Thainara,

O que resolve os atropelamentos não são as campanhas e propagandas, por mais caras que elas sejam. E foram caras.

O que resolve é faixa de pedestre, sinal e passarela, colocados em ruas necessarias, variadas e iluminadas.

Pra isso o investimento publico tem que ser em engenharia de transito, planejamento urbando e nos orgaos que fiscalizam o transito!

A correta fiscalizaçao tem que ser feita por profissionais que tenham as devidas condições para trabalhar, em segurança. Ou seja, investimento em pessoal E em equipamentos.

Isso não tem acontecido porque o poder publico está ocupado demais colando cartazes com dinheiro do cidadão.

E aí, vc vai acreditar no que os cartazes estão dizendo?
;)


Frederico disse...

Pois é esse tipo de indignação que eu tenho quando vejo o quanto as pessoas falam mal do software livre e ficam defendendo empresas de software proprietário, como a Apple ou a Microsoft.

Como você, Lola, não consigo entender porque as pessoas, ao invés de tentar entender e usar uma tecnologia que é segura e lhe oferece uma série de vantagens (entre elas a liberdade de fazer o que quiser com o software), preferem ficar usando softwares que tolhem a sua liberdade e são produzidos por empresas que não ligam a mínima para seus usuários. Mais divertido ainda é ver pessoas e instituições alinhadas com a esquerda (como sindicatos, por exemplo) não fazerem essa reflexão, mesmo criticando as mazelas do capitalismo.

Vai entender... :-)

Patty Kirsche disse...

Lola, quando alguém insulta a gente, é possível processar sim. A questão é só provar. Cai em injúria e difamação.

Anônimo disse...

Olha Lola, claro que nesse caso, se havia problema com a embalagem e a temperatura do café, óbvio que a culpa é da empresa. Agora, generalizar, se colocar imediatamente contra a empresa só porque é uma grande corporação é generalista. Acredito que o feminismo não é apenas a defesa das minorias oprimidas, mas da justiça também. Tem sim muita gente que sacaneia pra faturar uma grana fácil em cima de grandes marcas, tem sim muita empresa sacana que faz merda e tenta acobertar oferecendo esmola pra vítima. Só que no começo do seu texto ficou muito claro que sua vergonha não foi por ter achado que a velhinha foi oportunista na época do acontecido, mas sim por ser de esquerda e não ter ficado automaticamente contra a empresa.
Meu pai tem uma empresa, uma lojinha de bairro que não paga as contas da família, com MUITA frequência o pessoal se arrepende da compra e estraga os calçados de propósito para forçar uma troca, minha irmã já quase apanhou de uma cliente quando ousou se recusar a fazer a troca porque o calçado foi muito obviamente cortado à tesoura, e a fábrica não recolhe porque não é defeito, então muitas vezes pra evitar incomodação, meu pai engole o prejuízo de gente cretina, que sai com seu calçado novinho e feliz.
E aí? Quem é de esquerda tem que imediatamente ficar contra meu pai se ele se recusar a trocar o calçado? Porque independente do fato de ser uma lojinha minúscula, ele é o empresário, o dono do comércio, o instrumento do capitalismo, e, portanto, o cliente é o oprimido sempre, a vítima sempre. Não! Não é bem assim. Por mais que esquerdistas considerem que as grandes empresas são as responsáveis por todos os problemas do mundo, temos que ser justos. JUSTOS. Nesse caso a vítima é a senhora queimada, em muitos outros é a empresa. Não é porque a empresa tem dinheiro que tem que ficar enriquecendo gente sacana, porque tem muita gente sacana. Se tem tanta gente capaz de cortar um calçado novo com uma tesoura porque se arrependeu da compra e quer outro numa lojinha minúscula de bairro, imagina o que essas pessoas seriam capazes de fazer por dinheiro fácil contra uma grande empresa?

Caroles disse...

hahaha Lola, eu nunca fui contra a velhinha, porque quando fiquei sabendo dessa história eu soube dela direitinho. Ainda bem!

Eu tenho uma aluna que é advogada e trata exclusivamente de casos assim, de direito do consumidor. Ela me disse que na verdade as nossas leis protegem muito o consumidor, nos dá muitos direitos, mas que as pessoas não conhecem os direitos que têm, daí nunca vão atrás de processar as empresas e tal. Só que sei lá, como as pessoas vão conhecer seus direitos se os manuais são sempre escritos naquele juridiquês difícil até pro mais proficiente dos leitores? Fica complicado. Mesmo assim, acho muito importante que todo mundo conheça as leis e faça uso delas. ;)

Unknown disse...

Lola! Que post genial!
Fiquei doida para mostrar para os meus amigos, para discutirmos sobre. E também fiquei muito interessada em ver esse documentário. É absurdo como essa grandes empresas que tem lucros gigantescos não se preocupam com a fonte do seu lucro, os clientes.

vera disse...

metamorfose ambulante

tem faixa de pedreste,tem sinal mas as pessoas n querem saber disso,eu sempre atravesso na faixa e espero o sinal fechar,mas to cansada de ver o povo correndo no meio da rua,na frente dos carros,achando que vai dar tempo de passar.

eles reclamaram q falta passarela,isso é verdade,mas como disseram que n atravessavam no sinal por estar muito distante de onde se encontravam,me leva a crer q se a passarela tb estiver longe,eles n vão se dar ao trabalho de andar até lá.

Pili disse...

Tá, Vera,

Fica aí crendo, vai na fé.
Esquece as muitas provas que temos que nos mostram que as passarelas sinais e faixas são poucas, ou mal localizadas. Que a fiscalização de trânsita é corrupta. Isso quando existente.

A rua que você atravessa é mais ou menos iluminada, não é proibitiva de tão insegura, não extremamente distante do seu destino? Ótimo, fico feliz por você.
Mas a sua experiência positiva não anula inúmeras outras experiencias negativas de outras pessoas, que atravessam outras ruas.

Letícia Wilhelm disse...

Você abriu meus olhos. Eu, muitas vezes, era do tipo que ficava contra a velhinha. Em geral eu sou o tipo de pessoa que gosta de ouvir os dois lados da história, mas raramente chega aos nossos ouvidos esses dois pontos de vista. Então acabo acreditando na empresa, porque foi o que ouvi.

Ao mesmo tempo, acho que está certíssimo processar, nesses casos em que você realmente sofreu algo. Conheço uma senhora que poderia ter processado, ao meu ver, alguns médicos por aí, mas ela sempre diz que não, não quer se incomodar nem incomodar ninguém. Ela tem os amigos advogados dela pra tentar convencê-la, não serei eu a fazer isso, mas...

Uma história de processo contra o McDonald's que continuo não entendendo... inclusive, acho que vi no documentário Super Size Me... Parece que duas garotas processaram a lanchonete porque elas engordaram comendo os lanches de lá. Quando assisti, por mais ódio que sentisse do McDonald's, eu realmente nao entendi qual era a das garotas, porque afinal, elas nunca foram obrigadas a comer aquele lanche que todo mundo sabe que engorda...

Me pergunto qual a história por trás disso. Provavelmente tudo fará mais sentido...

André disse...

Vera,
Uma passarela que te obriga a aumentar seu trajeto de 200m para 500m não é exatamente uma opção. É preciso sair um pouco da lógica de prioridade para os carros ou para a megalomania dos arquitetos e pensar em soluções que realmente ajudem na melhoria do fluxo.

Anônimo disse...

Grandes corporações, principalmente no setor alimentício não tem o mínimo de respeito humano por seus funcionários diretos e indiretos o que dirá aos consumidores? Eu fui funcionária terceirizada em uma multinacional de alimentação, limpeza e higiene pessoal e tenho uma experiência bem sólida. Negavam até café da manhã para os funcionários terceirizados e estagiários e o tal vale refeição, era um vale coxinha ou balinha(para estagiários e terceirizados, claro), eu estava lá devido a um momento financeiro complicado como muitos na mesma situação ou motivos de conclusão de estágio, depende da necessidade de cada pessoa. Procurei evitar sempre multinacionais e devido um problema de saúde há onze anos sou vegetariana e minha alimentação passa longe do junk food, franquias e tais que fazem nada mais do que um sabor bucal de chocolate, fruta ou laticínio. Grandes empresas faltam com o respeito a saúde das pessoas, basta assistir a um documentário "Muito além do peso" ou "O veneno está na mesa".

Ralf Guth disse...

Poxa Lola. Um pouquinho de marxismo não lhe faria mal.

Liana hc disse...

Grandes corporações desfrutam de uma série de privilégios e acesso a diversos tipos de recursos que o cidadão comum nem sonha em ter. Nada mais justo que a população tenha garantias e também que possa sim processar em grandes somas de dinheiro. Eles só respeitam quando dói no bolso. Mas tem que doer mesmo, e não fazer cosquinha. É uma maneira que o consumidor tem de realmente fazer valer os seus direitos. A outra é ver quais empresas estão por trás daquele produto e não comprar mais nada delas, boicotar.

E prestigiar as empresas com práticas responsáveis. Falamos muito do que tá errado, mas muita gente não sabe quem tá fazendo um bom trabalho. Isto posto, ainda questiono o atual sistema econômico e político, mas enquanto isso vamos garimpando algo que preste.

Leandro disse...

Que texto ridículo. Meu Deus do Céu. Aliás, não tem como esquerdista não ser ridículo. Ah, então quer dizer que um idiota derrama um café quente do McDonalds, e a culpa é do McDonalds e não da idiota? Sério. Isso é muito hilário. Ah, claro! Uma idiota no volante atropela uma pessoa na rua, usando um Ford Fiesta, e a é da Ford. Afinal, automóveis não deveriam existir né? Afinal, segundo esquerdistas, deveríamos andar de bicleta na rua. Mas e se um malucão atropela uma criança com bicicleta? Aí os esquerdistas tem respostas: a culpa é da fábrica de bicletas. Então, vamos usar carroças e cavalos. Mas se por acaso, um idiota que não sabe galopar cair do cavalo, quem vamos culpar? Ah, já sei. A égua que gerou o cavalo. Se bem que por esta gente, nem cavalo usarímos, final devemos deixar em paz os nimais, não é? Até leões são carnívoros, mas nós não podemos comer carne, tudo pela causa "vegetariana".
Sério. O pensamento funciona assim. Entao, é lógico, não tem como não ser ridículo.

Unknown disse...

Nossa, obrigada pelo texto. Eu também achava bem idiota esse aviso do café quente. Pena que essa senhora tenha sido tão ridicularizada ao buscar o que era seu de direito. Bem, enquanto isso, no Brasil, juízes diminuem propositalmente o valor das indenizações, para que não haja mais litígios com o propósito de "enriquecimento pessoal". É uma piada.

vera disse...

eu sei que nem toda rua é iluminada,bem construida bla bla,mas pelo amor de deus,por isso vc vai atravessar no meio da rua na frente dos carros?

as vezes o sinal ta longe de onde eu estou mas eu prefiro andar até lá e atravessar na segurança,do que ser atropelada.
vi o caso q a thainara falou, mais uma vez um cidadão atravessa no meio da rua e morre atropelado,mas claro q o cara n teve culpa nenhuma.... parece que o vitimismo impera no mundo.

Anônimo disse...

Já ouvi falar desse caso da velhinha também. Lembro até de um episódio de Seinfeld inspirado nesse caso. Do jeito que a mídia expôs as coisas na época, era difícil não achar que a velhinha era uma aproveitadora. Isso até me lembrou um caso, alguns anos atrás, de uma mãe que encontrou um rato numa embalagem de um produto da elma-chips e a empresa praticamente xingou ela e o povo todo ficou do lado da empresa. Lembra disso?

Thaís B disse...

Leandro

É, foda-se o fato de o café estar tão quente a ponto de fazer a senhora ter queimaduras de 3º grau, a culpa é toda dela e não da empresa, uma pobre coitada empresa, que serviu o café assim. Porque, obviamente, café bom tem que ser quente desse jeito mesmo, não poderia ser mais morno! E ela ainda teve a audácia de processar o McDonalds por algo tão pequeno, tão inútil que com uma pomadinha da farmácia já resolveria esse chilique todo!!! Meu deus que aproveitadoraaaaa!!! Totalmente justificavel ela ser ridicularizada!

Foda-se também o fato da cabine que o homem estava não abrir a porta, a culpa é totalmente dele e não da doce empresa preocupada com a qualidade de seus produtos, e ele ainda foi processar ela só por ter perdido as pernas! Aff perder as pernas! Realmente um vagabundo tentando ganhar as custas do trabalho dos outros!!

Affff, é cada merda que a gente é obrigado a ler na internet. Só podia ser coisa de "direitista" mesmo.

Veronica disse...

Aqui no Rio de Janeiro, não adianta. Diariamente vemos pessoas se arriscando embaixo da passarela!! E passarelas novas, mas o povo prefere atravessar no meio dos carros... Inclusive mulheres com carrinhos de bbs,crianças, velhinhos... fico horrorizada só de ver.

Anônimo disse...

O direito de propriedade privada dos meios de produção é o direito do capitalista apropriar-se individualmente das riquezas produzidas COLETIVAMENTE pela sociedade. O capitalista sente-se no direito de explorar os recursos pertencentes à sociedade (terra e meios de produção em geral além de força de trabalho social) no interesse do lucro PRIVADO, tomando para si a maior parte da riqueza produzida, mas discorda de que tenha de reverter parte destes ganhos para a comunidade! Chama de atentado à "liberdade" o imposto progressivo. O bem-estar da sociedade não lhe interessa, exceto no que tange ao seu lucro privado. Não sente que tem qualquer dever para com os homens que explora.

A propriedade privada, que permite a apropriação privada da riqueza produzida coletivamente, engendra a divisão em classes sociais de proprietários e despossuídos, estes últimos a vasta maioria da sociedade. A classe que domina os meios de produção social, domina todas as relações importantes da sociedade, incluindo a política. E submete as classes inferiores ao seu jugo. As classes não-proprietárias não são apenas subordinadas à classe dominante através do trabalho na propriedade monopolizada (fábricas e empresas), mas também estão submetidas ao consumo de seus produtos.

No trabalho e no consumo, na ideologia e na cultura, na política e na jurisprudência as classes inferiores são oprimidas pela classe dominante. E nenhuma regulação estatal pode resolver um problema estrutural do sistema econômico e social vigente. É necessário revolucionar a estrutura. A riqueza produzida coletivamente pela sociedade organizada no trabalho de todos os homens e mulheres, deve ser utilizada não no interesse do lucro privado, mas para o desenvolvimento geral da sociedade.

Unknown disse...

Critica o capitalismo mas coloca senha no Wi-Fi.

Anônimo disse...

Leandro

Particularmente eu culpo vc que ficou com preguiça de ler todo o texto, mas mesmo assim achou que tudo bem comentar...


PS: Ah, pelo amor de Deus! Alguém que foi atropelado realmente processou o estado ou é só especulação?

Desviaram o assunto completamente

Pri disse...

“They say I have a sweet ass, nice tits, a real pretty dress. They say I’m their future wife, or I’d look good with their dick in my mouth. They try (and probably succeed at times) to take pictures down my shirt. They ask if they can get my number, they ask where I live, why I’m not smiling, why my boyfriend lets me walk around by myself. Then they ask why I’m such a bitch, if my pussy is made of ice. They say that they never do this, as though I’ve somehow driven them to inappropriate behavior and deserve it. They say they’re just having fun, trying to pay me a compliment. Pretty frequently they get mean, slipping into a loud tourettes-like chant of bitch-whore-cunt-slut.

Before you try to tell me that it’s because I take my clothes off for a living, let me tell you that this started way before I was 18. Let me tell you that every single woman I know has at least one truly terrifying story of street harassment and a whole bunch of other stories that are merely insulting or annoying. Let me remind you that in a room of pornography fans, who have actually seen me with a dick in my mouth and who can buy a replica of my vagina in a can or box, I am treated with far more respect than I am walking down the street.” (Stoya)

----

Lembrei de ti na parte em negrito. Beijo

Iara De Dupont disse...

Uma das coisas que ajudou a alimentar a idéia de que processos são fáceis foram os filmes,quem nunca viu um filme de alguém que processou uma empresa,ficou milionário e virou herói da comunidade?

E na hora de consumir estamos cercados,principalmente no Brasil,onde existem poucas empresas.E quem pode negar?Empresas são profissionais,aprenderam a desviar a atenção e hoje tem seus braços,empresas com outros nomes,mas que pertencem ao mesmo grupo.Um exemplo dramático é uma empresa de cosméticos inglesa,The Body Shop,a pioneira em denunciar os testes em animais e oferecer produtos sem máteria prima animal.Eles tem todo seu marketing ao redor disso,mas quando a dona morreu,a empresa francesa L´Oreal comprou a The Body Shop.Mantém a mesma fachada ecologica,mas poucos sabem que a Body Shop original tinha acordo com produtores para fornecer máteria prima,era todo um desenho de trabalho comunitário,para beneficiar a quem vivia da venda da máteria prima.L´Oreal vem acabando com isso e a L´Oreal é conhecida por ser uma empresa que usa animais e derivados.Mas poucos sabem que comprou a Body Shop,então muita gente ainda frequenta essa loja,só existe fora do Brasil e compra os produtos acreditando que eles não são testados em animais,e sua máteria prima é um acordo de ambas partes.E não é só nisso,muitas empresas tem seus `braços verdes´
uma empresa menor,voltada a um público sustentável,que não lê as etiquetas e não sabe da onde vem tudo...enfim,é triste,parece filme de terror,mas é ,estamos cercados...

Lívia Pinheiro disse...

Sim, passarelas são poucas, faixas são poucas, ambas muitas vezes mal localizadas. Mas mesmo quando estão ali bem na frente do vivente, muitas vezes ele vai e atravessa em qualquer lugar. Em qualquer lugar MESMO. E nem precisa ser motorista para saber disso, embora episódios de gente se jogando na frente do meu carro a 50m da faixa de pedestres com o sinal verde para mim certamente tenham tornado esta percepção mais vívida.

Sem brincadeira, tem dia que parece que estou num jogo de vídeo game no qual o desafio é chegar ao meu destino sem alguém bater em mim ou sem eu atropelar algum ciclista ou pedestre que acha que pode tudo porque é ciclista/pedestre. E conhecendo parte dos leitores daqui, já digo que eu fui só pedestre até o ano retrasado, e ciclista em boa parte do ano passado, e sei muito bem também como existem monstroristas desgraçados - eu não sou um deles.

Existe sim uma pá de processos ridículos movidos por gente que não quer assumir responsabilidade por nada que faz (basta digitar no google "ladrão processa", não é lenda urbana o que alguém falou aí). Lembro também de um cara na Austrália que bateu o carro quando dirigia bêbado e processou a polícia por não tê-lo impedido de dirigir bêbado.

Eu nem conhecia essa história da velhinha... Sobre a justificativa do judiciário para dar indenizações risíveis, pode ser que seja justificável em muitos casos para inibir os cretinos que de fato tentam ganhar dinheiro fácil às custas dos outros. Mas não existiria então a possibilidade de arrancar dinheiro dos safados e direcionar este dinheiro para entidades de defesa do consumidor, por exemplo?

gabriella disse...

Oi, no post fala rapidamente sobre isso no caso da velhinha e do telefone. Quando ha recorrencia de erros eh provavel que realmebte seja erro de projeto, pois existe um limite para chamarmos de erro de projeto ou erro do usuário, se não me engano é até 0, 8% usuários que erram o erro é do usuario mais que isso é do projeto, tambem se leva em consideração a gravidade da consequencia do erro. Um projetiste (empresa, designer, arquiteto, engenheiro) tem que sim tentar visualizar os usos indevidos que um sistema pode ter exemplo, nesse caso se eh mais facil se arriscar corewndo na frente do BRT que passar por uma passarela ou esperar o sinal fechar, provavelmentw algo esta errado, talvez ate o tempo de sinal fechado ou a passarela que eh ruim de subir. Nao sei se expliquei bem.

Yasmin disse...

É realmente um lobby corporativo enorme... tanto que pagam bons salários aos funcionários e vendem muito mais barato e com muito mais qualidade do que em muitos países. tsc tsc
"Repito a minha pergunta: que ideologia faz com que a gente defenda as corporações e condene os indivíduos que porventura processem essas corporações?"
Eu respondo: a ideologia de pessoas como você, que acham que alguém só por ser a parte mais fraca merece ganhar alguma coisa.

Milena disse...

Lola, conhece o trabalho do Alana (http://alana.org.br/)? Vale a pena uma visita. Trata da relação do consumo infantil e as corporações. Vale muito a pena uma visita e se puder, assista os documentários "Criança: a alma do negócio" e "Muito além do peso". Consuminos na mesma medida em que somos enganados.

Jota Marques disse...

Sim, Lola, se a questão é demonstrar e comprovar o dano moral. Se a pessoa te ofendeu, o que por si só já pode configurar crime, e vc sofrer algum dano moral com isso (depressão é um exenplo) cabe insenização sim.
O verdadeiro problema com as indenizaçôes por dano moral aqui no Brasil, são os valores arbitrdos pelos tribunais que quando impostos contra uma empresa/banco/corporação dicam em valores que acabam não tendo uma força que as impedem a continuarem xom as práticas danosas. Valores como 10.000,00 para um banco é irrisório. Eles (os juizes), com raras exeções, alegam que valorws altos configurariam enrriquecimento sem causa.

André disse...

Acho profundamente errado uma empresa do porte do McDonalds fazer uma campanha contra um consumidor, seja uma velhinha ou um branco engravatado. Mas não acho que eles deveriam vender café morno, quem quiser beber o café quente não tem como esquentá-lo mas quem quiser beber o café morno basta esperar que esfrie. O fato de vir escrito na embalagem que o café está quente não diminui o risco de queimadura, apenas elimina a possibilidade de processar a empresa.

Mirella disse...

Se você compra um café numa rede de fast food, imagino que a intenção seja consumi-lo no momento da compra. Ainda mais se é num drive-through. Se a embalagem que contém o café se rompe, não adianta nada haver um aviso de "café quente". Precisa haver um aviso de "embalagem frágil, imprestável e inadequada para manuseio". Se a embalagem era inadequada para conter um líquido naquelas condições, a culpa é sim da empresa que escolheu aquela embalagem.
Lembrando que há os mais diferentes tipos de gosto, pessoas que bebem café sem açúcar, com gelo, com mel, etc. Porém, não é questão de "gosto" se o café causa QUEIMADURAS DE TERCEIRO GRAU.
Não entendo quem defende as grandes corporações numa demonstração tão evidente de incompetência, falando de forma capitalista.
Se a sua proposta é de refeições rápidas, servir um produto que precisa de desperdício de tempo do consumidor para ser ingerido é ilógico, patético.

Lala disse...

Lutar contra uma empresa não é simples... Eu sofri um acidente grave de ônibus, mas estou recuperada felizmente. Levei dois anos na lenta justiça pra receber o valor do seguro da passagem... Parece piada, pq o seguro serve justamente para casos de acidente não é mesmo?! E só não demorou mais pq os advogados da empresa que ficava jogando a culpa entre si, perderam o prazo de recorrer. Jogando a culpa entre si? Sim, pois a empresa sei lá como trabalha com dois nomes... A passagem estava em um nome, e o transporte em outro... E assim, "uma jogando para a outra" elas enrolaram esse tempo todo. Agora brigo na justiça para ser também indenizada... Fiz dois anos de corpo delito para poder entrar com o processo. E já faz mais de uma ano que corre na justiça, mas ainda não teve nenhuma audiência... Mas vamos em busca de justiça sempre!

Anna disse...

Hum, gostei mt do post, eu não conhecia essa história da velhinha e é sempre bom quando vc indica docs.. Aquele q vc indicou de como hollywood coloca homossexuais em papeis de pessoas ruins ou os esconde me lembra o q vem acontecendo na nova novela das 9h.

E quanto aos processos e esse medo de q a justiça não seja feita e o/a aproveitador/a pegue o dinheiro da pobre empresa, quantas vezes vemos pessoas ganhando esses processos?? é justamente o contrário. Processar é algo mt difícil, é demorado, e vc precisa colocar seu tempo e sua alma tbm pq leva tempo e energia. é necessário parar com a mania de achar q processar é algo q leva 2 segundos

Aline disse...

Vi uma reportagem sobre o documentario hoje, com os filhos da senhora, ja falecida. O cafe estava, na verdade, com a temperatura muito acima do normal para um cafe "passado na hora". O cafe no McDonalds era servido em TODAS as lojas (norma da empresa) a 180 F (82 graus Celsius), uma cafeteira caseira produz um cafe a 145 F ( 62 Celsius). O cafe era mantido tao quente para ter uma "vida" mais longa (leia-se, ter que prepara cafe menos vezes durante o dia = economia). O problema e que esses 20 graus C a mais sao a diferenca entre sofrer uma queimadura de 3 grau ou nao. O cafe quente como estava levava 2 SEGUNDOS para causar uma queimadura grave (de terceiro grau), na temperatura normal, de uma cafeteira comum, este tempo aumenta para 25 segundos, suficiente par "sentir a dor", limpar a area, jogar agua fria ou qualquer outra providencia. A EMPRESA foi sim, gananciosa e negligente, nao a velhinha.

Raven Deschain disse...

Yasmin vc tem algum retardo mental? Aonde você ouviu que o McDonald's paga bem fia? ¬¬

Anônimo disse...

Pois é, falando em contrato de trabalho, parece que nos EUA até licença maternidade tem que ser negociado em cada contrato de emprego, e que em geral é concedido apenas um mês...
Aqui no brasil pelo menos os tais dos contratos abusivos, que exploram a necessidade e/ou ignorância das pessoas (mesmo em termos jurídicos), não são válidos.

Anônimo disse...

Eu também boicoto!
O Big é o mais recente a entrar na minha lista.
Também fico frustrada de não ter opção qnt a telefonia...

Unknown disse...

No meu aniversário de 5 anos fiz uma festa no McDonalds e, enquanto saia do banheiro, meu dedo mindinho foi atingida pela porta, que era extremamente pesada e de mola, mesmo aquele sendo um banheiro exclusivamente para crianças, o que resultou na perda de uma parte desse dedo. Um ano depois, vendo que mesmo tendo recuperado a ponta do meu dedo ainda estava muito abalada emocionalmente e tinha medo abrir e fechar portas sozinha, meus pais decidiram abrir um processo contra o McDonalds. Hoje, com 14 anos, já tive que aguentar muitas criticas por ter movido essa ação, inclusive ofensas diretas, como dizerem que fui burra e ainda espero pelo dinheiro ganho com esse processo, que nunca chega.

Anônimo disse...

Lola,

São mulheres como você que me deixam triste. Eu esperava opiniões mais maduras de uma pessoa que é professora de Português e Doutora.

Infelizmente milhares de jovens lêem tuas ladainhas sem ao menos pensar. Vejo que você fala muito em liberdade, mas no final das contas você tem um discurso preconceituoso e baseado em falsas verdades.

Este é mais um texto que você escreve "naquilo que te deu na telha". Baseado nos teus valores pouco racionais e motivados por emoções que sabe-se lá da onde surgiram.

Eu chego a ficar irritada quando minha filha fala em ti, pois parece que quem pensa por ela é a Lola. A Lola que não sabe respeitar o próximo, a Lola que diminui tudo ao preconceito, a Lola que não respeita o sentimento dos outros, a Lola que mastiga pelos jovens e gospe na boca deles.

Encerrando aqui meu desabafo ad hominem, vamos as bobagens que você falou neste tópico.

Obviamente grande corporações não são santas, mas isso discrimina qualquer tipo de empresário como se fosse o mal da sociedade. O que é errado, não é culpa do empresário, mas sim culpa das pessoas que criam uma personalidade para a organização como uma persona.

O sistema americano é cheio de problemas na jurisdição. Mas isso não é responsabilidade de nenhum "ismo", isso é falta de caráter dos governadores e magistrados em modificar a lei por motivos egóicos e tão fúteis quanto tua argumentação.

O caso da senhora que se queimou é sim um problema, a empresa deveria ter arcado com todos os custos pelo erro, Porém não deveria ser considerada um monstro que faz mal as pessoas.

As empresas são feitas por pessoas, tão falhas quanto a autora deste blog. Infelizmente algumas empresas são baseadas em burocracias estúpidas, porém no Brasil, são diversos os casos de pessoas que processaram as empresas com razão e chegaram a um acordo.

O problema não é o sistema, mas as pessoas que fazem eles e criam a persona sem altruísmo. Falta conciência e ética em muitas empresas. Mas tire a grande corporação por trás e o que sobra?

O mal aqui não é a grande corporação ou o capitalismo, isso é reducionismo. O mal é a estruturação do sistema americano e falta de ética de algumas corporações e principalmente do homem que está no poder e não quer fazer nada.


Anônimo disse...

oi

Unknown disse...

Voltei aqui para agradecer a dica. Vi o filme hoje e realmente é esclarecedor!

Unknown disse...

As coisas aqui no Brasil são um pouco melhores do que nos EUA, pelo menos juridicamente falando. O CDC (Código de Defesa do Consumidor) e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) são leis de ordem pública, o que significa dizer que a incidência delas não pode ser afastada pela vontade das partes. Mesmo que haja uma cláusula do tipo "Estou sendo cientificado de todos os termos deste contrato e estou aderindo a ele de livre espontânea vontade", ou "Abro mão, de livre e espontânea vontade, da proteção do Código de Defesa do Consumidor, ou da Consolidação das Leis do Trabalho", cláusulas assim não têm validade jurídica. A TAM mesmo tornou corriqueira uma cláusula desse tipo. A gente compra passagens e, se precisar cancelar, perde 50%, 60% do valor dos bilhetes. Ela ganha uma passagem do consumidor que cancelou, e ainda revende pra outro os assentos que o desistente ocuparia. Ano passado precisei cancelar passagens 2 vezes, e tive com esses 2 cancelamentos um prejuízo de 900 reais. Abri 2 reclamações no PROCON-CE, antigo DECON, e em ambas a resposta da TAM foi negativa quanto a fazer acordo, sob a alegação de que eu aderiria espontaneamente ao contrato, aceitando todos os seus termos antes da efetivação das compras, feitas pela internet. E olha que precisei fazer o segundo cancelamento porque minha mãe, que tem 69 anos e seria a usuária das passagens, não pôde viajar porque teve que fazer um cateterismo com urgência poucos dias antes da viagem. Ela viajaria num domingo e o cateterismo foi feito na quinta-feira que antecedeu a viagem. Pensa que a TAM levou em consideração a saúde da minha mãe? De jeito nenhum. A desculpa dela foi a mesma, "comprou porque quis, agora aguente". O primeiro cancelamento foi feito uns 2 meses antes da viagem. O segundo com 5 dias. Vou entrar com uma ação num juizado especial, já que a multa cobrada pela TAM é nitidamente abusiva. Já há decisões do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e da Justiça Federal no Pará que limitam essas multas a no máximo 10% do valor das passagens. Como o Código de Defesa do Consumidor diz que o consumidor deve receber em dobro aquilo que tiver pago indevidamente, a TAM está me devendo uns 1.800,00. Fico enrolando pra entrar com essa ação, mas não vou deixar pra lá. Seu post me encorajou muito a não desistir. Entrar com ação na justiça é mesmo uma chatice, mas é muito importante. A vitória do consumidor não é apenas individual, mas também coletiva, já que a vitória de uns acaba embasando depois a vitória de muitos outros. Sempre que tinha notícias dessas vitórias milionárias dos consumidores em processos judiciais americanos achava bom. Mas acho que reagia assim porque tive que estudar Direito do Consumidor. Está na base desse ramo do direito a vulnerabilidade econômica e/ou técnica/operacional do consumidor. Nós consumidores geralmente estamos em situação de vulnerabilidade com relação ao fornecedor ou prestador de um serviço. Nós não temos ingerência sobre a concepção de um produto, a maneira como ele é produzido e depois colocado no mercado. Nosso carro 0 km pode ser uma bomba relógio. Pode ter um problema oculto num freio, ou noutra peça importante, e a gente nem está sabendo disso. Pode vir a saber de maneira trágica, morrendo num acidente ou perdendo um dedo ao tentar dobrar um banco que era uma guilhotina que o consumidor não conseguiu enxergar a tempo, como aconteceu com os donos de VW Fox há alguns anos. Pensa que a VW os indenizou espontaneamente? Que nada, precisaram ir ao Judiciário. Saiu até reportagem no Fantástico. Nos supermercados eles vivem trocando a etiqueta com a validade dos produtos de fabricação própria. Quem me disse isso foi uma conhecida que já trabalhou em supermercado. Eu não duvidei nem um pouco de que isso realmente acontece.

Unknown disse...

Complementeo:

Aqui no Brasil a gente imita muito os EUA. Espero que não os imitemos em todas as coisas ruins. Fala-se muito em flexibilização das leis do trabalho, sonho antigo do finado Roberto Civita. A Veja vez ou outra critica a rigidez de nossas leis trabalhistas... Se a gente não abrir os olhos, daqui a uns dias estaremos como os EUA, só que sem as coisas boas que há por lá.

Bárbara Bastos disse...

Ótimo post, Lola! Vou usar em sala de aula, vai ajudar no debate sobre o filme "The Corporation"... Bjs

Nana disse...

Essas pessoas parecem ter a mesma mentalidade que as pessoas daqui. Em vários pontos de BR foram construídas passarelas para diminuir, ou mesmo não ter mais, mortes por atropelamento, mas ainda assim, há muitas pessoas que insistem em atravessar BR sem utilizar passarelas que dão mais segurança. Me revolta as pessoas reclamarem dos perigos ao atravessar BR sem nem considerar passarelas como um meio mais seguro. :/

Olívia disse...

Pior que não poder processar, é não poder escolher. No Brasil, temos apenas duas companhias aéreas e, lógico, elas são péssimas. Nem me animo a processá-las. Uma já me roubou, a outra me torturou num voo horrendo. Enfim, a única coisa que funciona de verdade contra as empresas vagabundas é a concorrência!

DanAQ disse...

BILHETAGEM ELETRÔNICA DOS TRANSPORTES PÚBLICOS COLETIVOS:

1. o cartão é em comodato, não é do cidadão e sim da empresa
2. taxa de segunda via (transferência do custo e risco da empresa para a sociedade)
3. taxa de recarga (transferência do custo e risco da empresa para a sociedade)
4. proibição do uso de dinheiro (Venda casada: só acessa ao serviço público se consumir os cartões)
5. limite de utilização diária
6. Tecnologias de identificação biométrica (invasão de privacidade)
7. Não devolução da quantia paga
8. várias outras ilegalidades que às vezes nem está no contrato

Infelizmente ninguém lê o contrato da BILHETAGEM ELETRÔNICA. Acha que o cartão é seu e que tem vantagem sobre quem paga em dinheiro, quando na verdade não tem vantagem nenhuma.

Mesmo que esta vantagem existisse, e não existe, ela é ilegal pois vai contra a CONSTITUIÇÃO, lei das concessões ao não cumprir o dever da IMPESSOALIDADE e do SERVIÇO ADEQUADO na administração pública.

ACORDA POVO!

Desliguem a porcaria da TELEVISÃO, FACEBOOK, TWITTER e LEIAM. Principalmente a CONSTITUIÇÃO FEDERAL e nossas leis.

DanAQ, 20150330