sábado, 1 de junho de 2013

GUEST POST: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, PIADA ATÉ ENTRE A ELITE ACADÊMICA

Patricia, engenheira em SP, me enviou este relato.

Estou longe de ser uma feminista. Recuso-me a me dar este título, pois não conheço a causa feminista. Não estudei a sua história. Até alguns dias não sabia nem da existência deste blog que aborda esses temas, e não consegui parar de ler desde então.
Eu acabei conhecendo este blog através de uma situação pra lá de chata, pra dizer o mínimo.  Uma amiga me chama no chat do Facebook para dizer que não sabia da posição “reaça” de um conhecido em comum. Segue imagem de toda a discussão que aconteceu (as cores representam as pessoas; clique para ampliar): 
Eis um resumo do que aconteceu: 
1) Mestre Verde posta uma tirinha sem graça nenhuma sobre violência doméstica
2) Doutoranda Amarelinha diz que a tirinha é uma generalização e mostra sua postura contra os comentários anteriores que assumem que recorrência da violência é culpa da mulher. Em uma tentativa de mostrar outro ponto de vista ao debate, ela se expõe contando que já foi quase agredida (se não tivesse se defendido).
3) Doutoranda Rosa pergunta à primeira se depois da quase agressão sua autoestima melhorou. Vamos parar por aqui.
Nesse momento eu tive que reler algumas vezes esse comentário para acreditar no que estava lendo. E mais ainda, me convencer de que alguém tinha sido capaz de fazer um comentário desses.
Pausa para meu relato pessoal: Eu já fui agredida. Eu não denunciei. Contei o ocorrido para pouquíssimas pessoas. Estou escrevendo sobre isso pela primeira vez. Eu não denunciei porque achava que não ia conseguir nada. Não tinha ficado com marcas, ele disse que eu que estava errada já que estava na casa dele, enfim... Para mim o assédio moral foi muito, mas muito mais dolorido do que a dor física de alguns apertões nos meus pulsos, braços e cintura. E foi medo de mais assédio moral que me impediu de denunciar. Covardia mesmo. 
Se eu contasse isso para alguém e essa pessoa me perguntasse se minha autoestima tinha melhorado, no mínimo eu ia achar que a pessoa estava fazendo uma brincadeira para quebrar a tensão. Mas não. Não foi nada disso.
Acredito que só quem sofreu sabe o quando sua autoestima vai no chinelo depois de uma situação dessas. Acho que o que eu passei não foi grave, pelo menos não fisicamente. Mas mesmo assim eu sentia nojo de mim mesma... Eu sentia sua mão apertando meus pulsos, seus braços me prendendo enquanto eu chorava e tentava escapar mesmo dias depois. Eu me culpava por estar calada. Eu me culpava por ter deixado que isso acontecesse comigo. Na verdade ainda me culpo. Se estivesse vendo a situação de fora, saberia que a mulher não teve culpa nenhuma. Eu não sei explicar o porquê, mas eu me culpo por tudo o que aconteceu. Sou vaidosa e fiquei um tempo sem pintar as unhas, passar maquiagem... Eu só queria me esconder do mundo.
Esse simples post no Facebook escancara um milhão de verdades e questionamentos que merecem ser discutidas individualmente. Então, com o intuído de não alongar mais ainda meu texto, vou escrever alguns pensamentos que não saem da minha mente. E talvez deixar que alguém mais qualificado fale sobre esses assuntos.
Eu acho extremamente curioso como a agressão nunca é representada em uma linda casa no campo com personagens de classe alta. Sempre é tratado como algo marginal. Sim, que acontece às margens da sociedade. Fui agredida em uma bela casa por um homem super bem vestido e educado. Em minha opinião isso ajuda a formar a imagem que as pessoas tem de que isso acontece pouco, com gente que “deixa”. Só do meu restrito círculo de amizades, três amigas confidenciaram ter passado por uma situação parecida.
A força policial aparece como defensora que aparece sem ser chamada e resolve na hora. Alguém já viu alguma coisa assim? Ou será que tudo depende da coragem da mulher? Não só de denunciar, mas de aguardar com medo todo o inquérito? A humilhação das perguntas, desconfianças e exame de corpo de delito? O medo de ser agredida novamente assim que o sujeito descubra a denúncia? Ou vocês acham que tudo funciona como um episódio e Law and Order SVU onde tudo acontece na hora, o sujeito é detido e a vítima recebe proteção policial? Pfffff!
Será que as pessoas acham que a dominação financeira e emocional da mulher pelo homem acabou quando ganhamos direito ao voto? Ou será que sabem que muitas mulheres temem por seus filhos, por passar fome, por não ter onde dormir? 
A parte que mais me enoja. Sim, é isso que sinto: nojo. Uma mulher coloca a culpa da agressão doméstica na mulher. 
Isso é o equivalente a culpar a mulher vítima de estupro por usar saia curta. Ou apontar a mulher que decide pelo aborto por não ter apoio governamental, familiar, educacional... Ou ainda culpar a menina por "se deixar" ser explorada sexualmente pelos pais. Será que SEMPRE é culpa da mulher? Independente da situação ou contexto? Esse pensamento me enoja. Como disse para minha amiga, esse é o pensamento que pessoas que acham que matar todas as pessoas que cometem algum tipo de crime resolveria o país.
A minha amiga é tomada como radical. Eu acho lindo isso. Se todos fossem radicalmente contra a violência acho que teríamos um país muito melhor.
Termino dizendo eu não quero ofender ninguém que publicou/comentou neste post. Eu e minha amiga só resolvemos publicar (escondendo os nomes, claro) porque estávamos com dor de estômago de não poder fazer nada. Ela também não denunciou a agressão. Talvez a “coragem” de mandar nossa indignação para o Lola -- mesmo os envolvidos sendo nossos conhecidos -– seja um grito silencioso sobre o que sofremos e como nos sentimos quando outras pessoas passam pelo mesmo.

47 comentários:

Adriana disse...

A dor, a vergonha, a humilhação que uma agressão causa - pode ser agressão física ou verbal - leva anos pra serem curadas, isso quando conseguimos superar o que aconteceu.
Eu fui agredida por meu namorado que mora comigo, e continuamos juntos.
Eu tive vergonha, muita vergonha de contar pros outros, porque as pessoas te julgam, não te entendem. Eu contei pro meu melhor amigo, e depois disso ele se afastou de mim, deixou de ter contato comigo e me chama de burra.
Talvez eu seja.
Eu não sei bem o porquê continuei com meu namorado na época. Medo, vergonha, insegurança, instabilidade.
Depois de muitas conversas francas um com o outro, o respeito pairou no nosso lar e nunca mais sofri nenhum tipo de agressão por parte dele.
acredito que homens possam mudar não agredir mais a sua parceira... não descarto que isso possa acontecer comigo de novo, mas não sei porque, esse é um risco que vou correr.

Maria Fernanda Lamim disse...

Bem, se ela dizia desconhecer a causa feminista, agora ja conhece uma parte importante dela. Nao culpar a vitima e reconhecer a existencia da violencia domestica em todas as classes sociais foi um otimo começo. Espero que nasça uma nova feminista dai! Mais uma pra luta! ;)

Unknown disse...

Acessei o blog hoje apenas para procurar o email da Lola e enviar este link, mas é um discurso que tem tudo a ver com o post, por isso resolvi deixar nos comentários.

http://www.upworthy.com/a-brave-fan-asks-patrick-stewart-a-question-he-doesnt-usually-get-and-is-given-a-beautiful-answer?c=gt1

Caroline Lopes disse...

Não é preciso estudar a história do feminismo para ser feminista, basta apenas apoiar sua causa: a igualdade de gêneros.

Sugiro a você ler esse artigo que explica o que é o feminismo desmitificando os estereótipos: http://papodehomem.com.br/feminismo/

Unknown disse...

É bom dizer que também há perdão em violência doméstica. Rihanna é um bom exemplo.

Unknown disse...

." não descarto que isso possa acontecer comigo de novo, mas não sei porque, esse é um risco que vou correr."


é por isso q fica difícil mudar a mentalidade dos homens,as mulheres são agredidas e aceitam,perdoam e como ela falou,prefere correr o risco de apanhar de novo do que se separar.
nunca vou entender isso,é claro q eu n estou falando de casos em q a mulher é ameaçada de morte ,pq é lógico q ela fica com medo e n sabe o que fazer.
mas n parece ser o caso da adriana e com certeza tem vários assim.

minha prima é outro ex,o marido bateu nela,ela se separou dele ,pelo q a gente sabe n ouve ameaça nenhuma depois disso e ela esta lá com ele de novo,desculpou o babaca.

enquanto a gente n parar de ter peninha deles,nada vai mudar,e n só em casos de agressão,o cara trata a mulher como lixo,trai,engana,humilha...depois faz cara de cachorro abandonado,choraminga um pouco e ai fica tudo bem!??
o que eles provavelmente pensam com essas atitudes é que podem fazer o que quiser conosco,q é só fingir q esta arrependido ,q fica tudo numa boa.

Louise disse...

Prezada Patrícia, posso estar completamente equivocada, mas creio que a partir do momento que você reconhece o quão absurda é a desigualdade de gêneros em nosso país e como você mesma colocou, em todas as classes, você, de alguma forma, já tem uma postura feminista. Isso não significa ser ativista e aderir ao movimento, mas simplesmente respeitar algo que naturalmente deveria ser respeitado e infelizmente por conta de uma opressão social não acontece. Espero francamente que esses pequenos protestos silenciosos que você e tantas outras mulheres fazem aqui e em outros espaços da sociedade possam, a longo prazo, modificar essa infeliz situação do gênero feminino. Só cabe a nós aceitarmos o que se dissemina por aí como "o mais comum, que tradicionalmente é associado ao correto" ou nos destacarmos por exigir aquilo que por direito é nosso: respeito.

Já sobre os homens, seria muito determinismo chamar todos os que já cometeram algum tipo de violência contra a mulher de babaca. Muitos deles nunca pensaram sobre isso, estão apenas perpetuando algo que foi ensinado como natural. A partir do momento que um homem que cresceu assim questiona os seus valores e resolve mudar, talvez ele mereça uma chance. Claro que isso é a minoria da minoria, mas já foi postado nesse mesmo blog vários relatos de homens que "despertaram" para o feminismo. Quem sabe com a inclusão dessas pautas na cartilha escolar as próximas gerações possam ter atitudes mais sensatas quanto a isso.

Lívia Pinheiro disse...

É sério que um ser humano precisa dedicar algum tempo e pensar para ter noção de que espancar um outro ser vivo não é uma atitude aceitável?

Eu não acho que uma pessoa covarde que bate em mais fracos não possa mudar, é claro que pode. Tampouco acho que quem perdoa é necessariamente retardada/o. Afinal, sempre existem n fatores psicológicos envolvidos. Se o retorno ocorreu porque houve conscientização por parte do covarde de sua covardia e ambos são capazes de conviver com o histórico de agressão, quem é de fora não tem nada que meter o nariz. Mas se ocorreu por outros fatores (impossibilidade financeira de viver sozinha, síndrome de Estocolmo, ameaças de diversos tipos, etc.), já é outra história...

Elaine Cris disse...

Não entendo alguém publicar uma coisa dessas com o objetivo de fazer rir e ainda se espantar por haver uma discussão posterior.
A tirinha não tem a menor graça, mas expõe sim uma situação que ocorre, claro que sem aprofundá-la. Não dá pra ignorar que existem sim mulheres perdidamente apaixonadas por seus agressores, sofrendo violências contínuas, mas ainda na esperança que em certo momento o cara vai mudar. Dependência emocional também existe e fico sem saber se é pior que a financeira.
O que não dá pra fazer é generalizar ou tentar levar na brincadeira, como os comentaristas fizeram.

L. G. Alves disse...

É VERDADE! Há mulheres perdidamente apaixonadas por seus agressores. Uma delas me confidenciou isso. Eu não consigo entender e me revolta. E ela tem um grave problema com autoconfiança e autoestima. A outra, que minha mãe conhece, além de apanhar tinha que dar dinheiro pro cara e ela dava! Absurdo!

Naiana P. de Freitas disse...

Conhecer a causa feminista não resolve o problema. As mulheres precisam se conhecer para se livrar desse discurso patriarcal que instituiu a abnegação e devotamento as "pobres" mulheres.De acordo com esse discurso espera-se esse comportamento de "deixar para lá", perdoar, e até mesmo se sentir culpada diante de uma situação de violência causada por um homem. Devemos sim nos tornar independentes em todos os sentidos, principalmente nas duas instâncias que considero primordiais: a financeira e a emocional.

Anônimo disse...

Lola, de uma olhada nesse blog...

e de boas risadas... a que ponto chega o delírio dessa gente!

http://feminismodiabolico.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

olha esse imbecil o que ele escreve...

Acusação: Irritabilidade (Código Vermelho)

Na discussão: O “homem-alvo” é acusado de ter problemas em controlar sua raiva e que as emoções negativas que ele tem são consideradas injustificáveis. Vejamos alguns exemplos:

“Você é amargo demais!”
“Você precisa superar essa raiva que tem de mulher.”
“Você é tão negativo!”

Note que os ataques se parecem e se repetem no cotidiano.

Resposta à pessoa acusadora: A raiva é uma emoção legítima em face da injustiça. É importante lembrar que a aceitação passiva do mal não é uma virtude.

_________________________

Acusação de Covardia (Código Amarelo)

Discussão: O homem-alvo é acusado de ter um medo injustificável de interação com as mulheres. Exemplos:

“Você precisa superar seu medo de mulher.”
“Cresça. Está na hora de se casar e virar homem!”
“Você tem medo de mulher bonita!”

Resposta: É importante lembrar que há uma diferença entre coragem e estupidez. Os únicos riscos que as pessoas sensatas se atrevem a tomar são riscos calculados. É seu direito pesar os custos e benefícios de tais riscos. Fazendo uma análise custo-benefício, muitos homens estão descobrindo hoje que as mulheres estão deixando muito a desejar.

Anônimo disse...

mais delirios
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Discussão: O homem é acusado de ser imaturo e/ou irresponsável, de alguma maneira que reflita seriamente sobre o seu status de adulto do sexo masculino.
Exemplos:

"Cresça!"
"Você é tão imaturo!"
"Você ainda mora com sua mãe?"
"Eu não estou interessado em “guris”. Eu estou interessado em homens de verdade."
"Os homens estão fugindo da responsabilidade dada por Deus, de se casar e ter filhos."

Resposta: Deve ser lembrado que a própria história sexual, estado civil, situação dos pais etc. não são indicadores confiáveis de maturidade e responsabilidade. Se assim fosse, então nunca que iríamos ouvir falar de divórcio, sexo na adolescência, gravidez não planejada, casos extraconjugais etc.
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ou seja, tem mais , esse lunático realmente dedicou uma pagina para tratar a mulher como inimiga.

leia e diz o que vc acha Lola , abraços

Corrector Antie disse...

Mebarak, dá uma olhadinha nesse vídeo aqui, por favor: http://www.youtube.com/watch?v=V1yW5IsnSjo

Unknown disse...

Patrícia, me emocionei com seu post. Só queria te dar parabéns pela coragem de tê-lo escrito. Torço para que este seu "grito silencioso" tenha feito bem, de alguma maneira, para você e sua amiga. Certamente ele ajudará muitas pessoas a continuarem refletindo sobre este assunto tão grave e delicado.

Anônimo disse...

Num passado eu tambem sofri uma relacao de maltrato e me lembro que o que mais me doeu, foi, quando, ja estando solteira novamente, as minhas amigas comentavam que "mulher que "se deixava maltratar" nao se dava ao respeito, a culpa eram delas (?!!!???!) e eu acabava de sair de uma situacao onde a minha autoestima estava no chinelo, ouvir isso me deixava ainda mais perdida.
Quando passamos por uma situacao de maltrato passamos a nos odiar a nos mesmas, pensamos que nos fomos as culpadas, que nos permitimos isso e ouvir esse tipo de comentario apenas comprova o odio por nos mesmas.

Esse meu namorado era doutor em psicologia, formado em historia... eu ate entao tambem tinha preconceitos e achava que maltratos so acontecia entre pessoas sem estudos. Uma pessoa com doutorado? Alem do mais tambem fazia um segundo doutorado em pedagogia especial (para criancas com deficiencias) sim, bizarro.

O maltrato comeca de forma muito sutil: primeiro vai te anulando, vc vai se sentindo que nao vale nada, logo essa pessoa vai te controlando, espiando os seus emails, telefones... pior que muitas vezes sao socialmente simpaticos e conquista as pessoas do seu circulo. Eles sao os simpaticos, vc a louca que nao os compreende.
Do maltrato e anulacao psicologica vem o fisico...

Detalhe: eh uma ferida dificil de curar. Isso o que me aconteceu foi ha 10 anos atras. Eu tive outros namorados mas sempre com o pe atras, sempre desconfiada. Fiz terapia e tudo, melhorei, e confesso que gostaria de me casar, mas putz qq pisada de bola do cara eu ja surto. Sei que ainda to traumatizada. Mas eh dificil

Sobre isso o que me aconteceu eu nunca conto pra ninguem em publico (bom, aqui to contando, mas to com um certo anonimato de internet) porque as pessoas nao entendem e elas culpam a vc, que nao "se deu o valor" deixou que fizessem isso... culpa sua....

Anônimo disse...

mebarak:

Antes de eu sofrer maltrato, pensava igual a vc e igual a maioria das pessoas: "nossa mas se o cara a esta humilhando, como que ela deixa? E ainda perdoa? E nao larga o cara"

Ate que aconteceu comigo. Eh violencia psicologica, sabe? Vc nao percebe que ta entrando no olho do furacao, primeiro comecam com pequenissimas alfinetadas justamente onde vc tem a auto estima mais fraca e todo mundo tem um ponto fraco. Se na sua familia todo mundo falava que vc era uma chorona, ele lembra isso que vc eh uma chorona, faz drama por nada. bom eh muito longo de explicar e estou meio sem tempo agora, mas eh um alfinetinho aqui, outro ali, quando vc vai ver ele esta lendo os seus emails, msnsagens de celulares e mesmo que nao tenha nada que esconder vivem brigando " porque vc fala com essa amiga sua, ela nao presta" (assim acabando com o seu circulo de amizades) " porque vc disse isso? Nao devia" um policiamento horrivel.

e vc que nao quer briga vc tenta por os panos quentes.... chegou uma epoca que era tanto controle e eu queria evitar brigas que eu lhe telefonava para dizer onde eu ia (supermercado, biblioteca...) e ai de mim se demorasse Nao me batia mas era uma bronca daquelas humilhantes.

Logo comecam as humilhacoes e gritos em publico e vc morre de vergonha. Quando na verdade quem tinha que passar vergonha era o cara que esta gritando nao vc.

Fazem ceninha e vc nao quer isso entao tenta conversar.... horrivel. maior drama.

Logo comecam os empurroes e beliscoes. Bom comigo chegou ate aqui. Porque me deu um click e fiquei com medo, percebi nao sei, um anjo da guarda poderoso me apareceu deve ser porque eu tava muuuuito anulada para perceber. Mas o beliscao foi tipo " acorde"

mesmo assim ele ficou indo atras de mim, e isso que ja tava saindo com outra.
Complicado.

Lívia Pinheiro disse...

Aff, mas esses mascus não têm senso de ridículo mesmo, né? Eu tava achando que esse blog postado pela yulia era sacanagem!!!

Reparem que o código para contestação da virilidade (ou algo assim, rsrsrs) é o lavanda. Tive que digitar no google para saber o que seria isso, hahahaha!

Anônimo disse...

Aff, mas esses mascus não têm senso de ridículo mesmo, né? Eu tava achando que esse blog postado pela yulia era sacanagem!!!
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esse blog que postei é o verdadeiro blog de piadas!!!
cara, como a gente incomoda, incomodamos tanto ao ponto do infeliz criar um blog para ''rebater'' nossos argumentos...

pena que eles partem de premissas irreais, pra vc ver a que nível chega o universo paralelo em que eles vivem, enfim garotas , divirtam-se com esse blog do humor, esse superou o testosterona do feiosão Edu.

Thaís B disse...

Esse site feminismo diabólico só pode ser uma piada! Já achava aquele lixo radioativo chamado Testosterona um nojo (lembro de já acha-lo ridículo antes mesmo de conhecer o feminismo), mas isso aí é pior, porque ele tenta pagar de culto, como se o que ele escrevesse fosse um artigo científico! AFFFF
E claro, sempre dão um jeito de enfiar o marxismo e/ou comunismo para falar mal.

Venho percebendo que esse povo não é preconceituoso com uma coisa só, tem que ser o pacote completo: machista, homofóbico, racista, gordofóbico, elitista, capitalista fervoroso, idolatrador de ditadura (que não seja comunista), etc.

Sara disse...

Patricia esse mito de q violência doméstica contra a mulher só ocorre nas classes menos privilegiadas não passa de mais um embuste.
Concordo com tudo o q vc diz sobre fazer uma denuncia contra um agressor, quem esta por fora, geralmente é muito enfatico pra dizer que toda violência deve ser denunciada, que acham absurdo uma mulher sofrer violência e não denunciar e etc etc.., essas pessoas deveriam tentar entender que cada caso tem suas particularidades, que muitas vezes ha outras pessoas envolvidas, como filhos ou pais por exemplo.
É facil demais opinar , quando não se esta envolvido, e principalmente quando não é sua VIDA q esta em jogo.
É obvio q eu adoraria q todos q praticam violência fossem severamente punidos, mas nossas leis são muito falhas e pouco nos protegem, a grande verdade é q muitas mulheres q denunciam as agressões sofridas em vez de serem protegidas acabam é morrendo segurando inumeros boletins de ocorrências ou medidas protetivas nas mãos.
Sou favoravel a leis mais severas para punir esses tipos de violência contra a mulher, mas reconheço q ha casos em q nenhuma lei poderia nos proteger, e qdo somos confrontadas com uma situação dessas de violência, temos que procurar sair dela por nossos próprios meios (e não é nada facil).
Assim como vc e milhares de outras mulheres tb ja sofri muito com violência e ameaças, de um homem q é considerado um verdadeiro modêlo pela sociedade, nunca o denunciei, mas aprendi a conviver com ele, sobrevivi, e mudei radicalmente minha situação, me fortaleci e hje posso enfrenta-lo até com certa vantagem.
Hje sei usar as leis ao meu favor, e como ameaça tb.
Fico pensando se eu o tivesse enfrentado, estaria viva hje??

Anônimo disse...

Por que um post sobre violência doméstica (que na minha opinião são poucos) tem poucos comentários? Esse assunto é ainda tão evitado né. What a shame.

Anônimo disse...

Ms.Tere, me identifiquei com teu relato.
A violência domestica se perpetua pq ela é algo sutil no começo... Vai se embrenhando na pessoa... Vc sente q algo está errado, mas já está enredada nas amarras da coisa.
Qnd vc vê um homem batendo em uma mulher, isso só é a ponta do iceberg. (Em geral)
Pode parecer coisa do outro mundo, mas a coisa mais comum nesses casos é da mulher se sentir, de certa forma, a culpada pelas agressões q sofre. Em certo sentido, ela é. Mas digerir essa informação e conseguir forças para mudar (principalmente em uma sociedade que não a ajuda) não é fácil.
Fora a ilusão que se tem da possibilidade de conseguir mudar a pessoa, principalmente qnd ele é socialmente bem quisto. ('Afinal, como pode ser somente eu a achar isso dele?!')
Não sei se vivo essa ilusão, mas acho q conhece meus limites e quais não vou permitir serem ultrapassados novamente.

Anônimo disse...

n tem mais nada para falar?só sabem falar de estupro e mulher apanhando,por isso q tem poucos comentários,enche o saco.
parei de ver e ler jornal por isso,só falam de desgraças.

Anônimo disse...

Ainda escreverei um guest post pra Lola contando como foi meu relacionamento abusivo... mais pessoas tem que saber, pra se libertar.

O problema é que o violento continua. Namorando outras mulheres, e não sei se fazendo mais vítimas.

Eu sinto muita tristeza por elas.

MonaLisa disse...

Assunto delicado. Não vou culpar e nem inocentar a mulher que passa por isso.

Já contei aqui que na minha rua, a maioria das mulheres passam por isso. Uma vizinha minha de cima apanhou uma vez e sumiu, largou do cara e não voltou nunca mais. Outra da frente evangélica, mais pra baixo, o cara chegava bêbado e descia o cacete nela, particularmente, lembro que um dia meu pai chegou bêbado em casa altas horas da madrugada e a filha deles que tinha uns 10 anos e eu 8, pediu pro meu pai ajudar, ele carregou ela e trouxe ela pra dormir conosco, dormiamos eu e meus irmãos em um quarto só e ela.

Tem uma outra que mora mais pra cima, que o cara bateu uma vez e pediu desculpas, ela perdoou. Bateu de novo e ela exigiu a separação. Só que o ex voltava na casa quando sabia que ela tava sozinha pra bater nela. Lembro de uma vez, era umas 3 da tarde, e ele invadiu a casa e veio arrastando ela pelos cabelos até a rua, batendo e chutando e o filho dela que tinha uns 10 anos e eu 12, gritava desesperado pra ele parar. Os vizinhos ficaram espiando de fora e não fizeram nada. Que ódio. Mas essa mulher conseguiu se livrar desse lixo, ainda bem, hoje ela ta mto bem.

Minha mãe também sofria violência doméstica, mas não tinha motivo pra não separar, como eu conheço a peça, digo que é pq não tem vergonha na cara mesmo. Pq qdo ela chegou com a cara estourada no serviço, os 'puliça' quiseram logo saber e queriam vir arrebentar meu pai e eu queria que tivessem feito isso.

A que me dá mta pena é minha vizinha da frente, sem estudo, sem emprego, os filhos e filhas fugiram todos de casa quando mais novos pq o pai acho que tentou abusar deles. Ela conta pra minha mãe que o cara bate nela de reio (uma espécie de chicote), bate com a garrafa de pinga de vidro na cabeça dela. Ela é uma coitada, cata reciclagem pq o marido gasta o salário com GP e pinga. Acho que ela é a única mulher com quem eu tenho empatia pela violência que sofre e torço pra que ele morra logo.

Patricia disse...

Pessoal, eu sou a Patricia aí do post... E hoje posso dizer com firmeza: Sou feminista!

Graças ao blog da Lola que hoje faço parte dessa luta e me sinto muito mais forte!

adina disse...

Danielle Nonato, muito obrigada pelo link! O mundo precisa de mais homens como o Patrick Stewart.

Anônimo disse...

Anonimo 19h45: Eh logico que houveram poucos comentarios. A ideia de que a mulher "se deixou maltratar" "mulher de malandro" "masoquista" " no fundo gosta" eh muito grande.
Eu mesma, como disse, me desabafei aqui porque estou protegida de um certo " anonimato" e postei com o meu nick e nao como "anonima" porque no dia da postagem a Lola tinha tirado a opcao de comentar como anonimo.
Porque veja bem, ainda hoje na minha vida real jamais dos jamases admito ter sofrido maltrato, porque sei que vao me julgar.

anonimo 22h28: eh bem isso mesmo, vc explicou com melhores palavras o que eu tentava dizer: a violencia comeca de forma tao sutil que vc nem percebe. uma vez li uma vitima de maltrato dizendo: " soh os que passaram por isso entendem" e eh verdade, quem nunca passou por isso sempre vai dizer que jamais permitiriam que isso acontecesse isso com eles. eh como algumas pessoas que dizem que TPM eh psicologico......... soh quem nunca passou por isso pra falar uma bobagem dessas.
E o de que vc eh que se sente culpada porque todo mundo acha o teu parceiro-marido-namorado O simpaticao, boa gente e bonzinho e soh vc acha que alguma coisa errada eh o que mais te confunde. Vc acaba mesmo acreditando que a louca eh vc.
Super comum a frase de vizinhos e familiares (depois de que o cara mata a esposa ou namorada): "nossa nunca imaginei, ele era um cara tao respeitavel, bom, otimo cidadao.... "

Agora queria deixar uma ultima observacao: Eu nao sou feminista porque tem muitas coisas dentro do feminismo que eu nao concordo. Por isso nao gosto desse rotulo. Muitas coisas concordo e acho importante. Mas por ex. no caso da violencia domestica eu sei e ja presenciei violencia de mulher contra o homem, porque existem! Talvez nao tao violentas fisicamente por uma questa evidente fisica, mas sim que existem mulheres que controlam o cara, o humilham e pra mim eh a mesma coisa, igual de condenavel.

Anônimo disse...

Lola,
Infelizmente, como nós mulheres fomos criadas numa sociedade machisma acabamos por defendermos comportamentos machistas (e as vezes sem nem percebermos aquilo como um ato machista). Eu me dei conta disso há 2 semana atrás (e olha que já estou com 25 anos!), lendo esse post que bombou no facebook: http://papodehomem.com.br/como-se-sente-uma-mulher/.

Esse texto do link mudou a minha vida. Já o re-li várias vezes e penso nele até hoje.
Em muitos contextos somos educadas e influenciadas a aceitar a violência contra nós mesmas (e nem digo a violência que chegou a ser porrada na cara não, digo a violência psicológica). Muitas amigas minhas namoram caras ignorantes, que gritam com elas, que as fazem sentir inferior, que as subjugam de alguma forma e isso também é violência. Já me deparei com muitos caras estúpidos, e ao contar para algumas amigas que dei um fora neles por causa disso, muitas vezes ouvi "que isso! vc está sendo inflexível, dê mais uma chance a ele. Ele é difícil, temperamental, tenha mais paciência e blablabla".
NÃO, mil vezes NÃO!
A violência começa verbal para depois se tornar física. Deveríamos ser conscientizadas desde cedo a dar um basta logo no primeiro vislumbre de agressividade. Mas somos influenciadas a achar que foi só um deslize, um rompante de raiva, algo que não vai se repetir mais...
E o machismo não está só nisso, é no assédio contra a mulher q está c roupa curta, na passada de mão no bumbum dentro do ônibus cheio...eu já fui bolinada várias vezes em diferentes lugares e até me atrevo a afirmar que 90% das mulheres já passaram por isso.
Acho ótimo existirem mulheres já um pouco mais conscientes disso, mas o machismo ainda está enraizado na nossa cultura de uma forma muito descomunal...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
marcio disse...

na boa,para mim mulher apanha pq quer,to vendo isso com a minha irmã,que se casou com um fdp q bate nela.
nunca fui com a cara dele,ele sempre foi bem grosso com ela,que a gente saiba ,pq é bem capaz de ela estar escondendo os fatos,ele já bateu nela duas vezes.

toda vez q a gente diz q vai denunciar, minha irmã fica revoltada e começa a discutir e nos xingar.já cheguei a sair na porrada com ele e ela ficou contra mim e com peninha do marmanjo!?
fica com a conversa fiada de amor,que ele vai mudar.
a familia toda aconselha ela,diz que vamos apoiar no que precisar e nada.

eu já lavei minhas mãos,meu pai diz q vai denunciar mesmo q ela n queira ,pq agora n é preciso que a própria mulher denuncie, mas tenho certeza q ela ficar com raiva da gente por isso.

Anônimo disse...

Ms Tere,
Homens sofrem violência psicológica sim e acho que ignorância não deve ser tolerada, independente de qual gênero ela venha. Mas dentro do meu contexto, a violência vem muito mais do homem do que da mulher, disparado. Então, eu acredito (posso estar errada) que é algo mais recorrente vindo do homem do que o contrário.
Ontem eu estava vindo trabalhar e um cara mexeu comigo na rua. Não me senti estuprada, violentada ou mesmo fui embora chorando. Fingi que não ouvi e continuei andando. Se vc não se sente um bife ambulante, se vc pode afirmar que no último mês não recebeu nenhuma buzinadinha na rua, assobio ou coisa parecida, parabéns! Mas desconfio que você faça parte de uma minoria. Uma vez eu estava andando na rua e um cara passou e falou perto de mim "nossa, que buceta gostosa". Era de dia, eu estava c um vestido até os joelhos e o cara não tinha nenhuma pinta de maníaco. Eu morri de medo. Fiquei com medo sim de ser atacada...quando passei naquela mesma rua fiquei olhando p todos os lados para ver se ele ainda estava por perto, POR MEDO.
Comecei a usar maquiagem no trabalho em vista de outras mulheres usarem. Depois que percebi que só eu deixava as minhas olheiras a mostra, sendo alvo até de algumas piadas, comecei a me maquiar tb.
Olha, talvez a afirmação de que 2/3 das mulheres tenham sido de fato estupradas pode parecer exagero, mas eu e mais uma amiga já fomos bolinadas por parentes próximos quando éramos crianças, o que não deixa de ser uma forma de termos sido violentadas.
E pela quantidade de conhecidas minhas que compartilharam esse link, se identificando com o texto....Será que é realmente exagero ou retrata um machismo que está escondido?

Ana Líbia disse...

Eu nunca sofri violência doméstica, mas a empatia que eu sinto por cada mulher que me diz isso; a empatia que eu sinto por mulheres que conheço e que já sofreram esse tipo de violência me provoca um pesar imenso.

E moça, se você não é feminista, precisam inventar um nome novo pro que você já é, sem se declarar:

feminista.

Bem vinda!

Anônimo disse...

Márcio, vc não sabe se ela ta c medo, do q ele a ameaçou e a sua família inteira tb.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Anônimo 20:46 acho que vc tem razão. Ate tirei aquele meu comentário.
Eu nem tenho sofrido assedio porque nem tenho saído de casa praticamente (da casa pro trabalho sem contato com o mundo) mas agora que vc falou qd estou de vestido ou saia, talvez por serem roupas "aparentemente mais femininas ou mais vulneráveis" recebo assedio. E isso que meus vestidos sao larguinhos e compridos. E da vergonha na gente quando eles sao os que tinham que se envergonhar das nojeiras que falam na rua,
Tem razão e por isso me retifico no que tinha dito,
Quanto o da maquiagem tb me retifico: muitos empregos exigem isso da mulher. As vezes trabalho com eventos e vejo que obrigam as recepcionistas a estarem maquiadas e usarem um manequim 38, senão nem dão o emprego acho tao absurdo. Eu nao sinto essa pressão porque trabalho por trás dos bastidores..... Puxa me desculpe. Vc tem razão,

Márcio: vc já ouviu falar em síndrome de Estocolmo? Com a mulher maltratada acontece algo parecido. Talvez a sua irmã esteja se "identificando" com o agressor, triste mas acontece.

Anônimo disse...

E anônima 20:46
Outro pedido de desculpas que te devo, pois eu nao quero admitir. Mas eu tb sofri bolinacao de criança, aos 7 ou 8 anos de idade por parte de um medico. So lembro de ter sentido raiva dos meus pais por terem me deixado sozinha e medo e nao saber o que fazer.
Talve seja mesmo verdade o de 2/3 já fomos violentadas mesmo.....

Anônimo disse...

Lola, acompanho muito seu blog e percebi não só aqui, mas nas discussões sobre as relações desiguais, aqueça coisa do próprio oprimido culpabilizar um outro oprimido pela sua condição. Por exemplo, o negro ser contra ações afirmativas, a mulher ter pensamentos machistas. Eu entendo muito bem os motivos disso, mas percebo que a maioria das pessoas não, o que me leva a ouvir comentários como: "o próprio negro é contra as ações afirmativas e você é a favor?" Gostaria de lhe pedir, que, se possível, fizesse uma postagem sobre isso pra ajudar a quem acompanha seu blog a entender porque o próprio oprimido reproduz a opressão.

Unknown disse...

Lendo esse post eu me lembrei de uma briga com um ex namorado - do qual eu e ele nos julgávamos um amor da vida do outro -, o nosso relacionamento foi ficando uma bosta, eu descobri coisas - cavando isso, e apesar de isso ser errado, eram as provas que eu precisava para ir embora - e no mesmo momento que eu quis ir embora, ele me agarrou pelos pulsos e não me deixou ir, me machucou, e eu grudei nas mãos dele com os dentes, o que deixou marcas. No final, eu fui culpada pela mãe dele por te-lo mordido, e mesmo sabendo que as mordidas não foram algo certo da minha parte. Esse post me lembrou que ele grudou nos meus pulsos com força, não me deixava sair da casa dele e fazia ameaças de jogar minhas coisas na rua. Eu sofri uma violência, outra vez.

Anônimo disse...

Ms. Tere, não precisava ter apagado o post. A sensação inicial daquele texto é de que aquilo tudo é exagero mesmo, pois mostra o machismo de uma forma muito brutal, escancarada e enraizado em nossos costumes de uma forma até mesmo surreal.
Mas daí eu li uma segunda vez e uma terceira também e fui me identificando com cada frase que lia.
A única coisa que me comprometo a fazer, já que possuo outros inúmeros comportamentos machistas (que eu ainda nem descobri que são) é não dar chance para a violência contra mim mesma, em relação a namorados (pois quanto aos estranhos eu não tenho controle). Respeitá-los para receber respeito de volta e se eu não receber, "tchau". Acredito que podando a violência "moral" dessa forma talvez ela nunca chegará a ser uma violência física (assim espero). Parar de ouvir determinadas amigas que acham que eu tenho que ser mais flexível, deixar pra lá. Não que elas queiram meu mal, mas coitadas, são vítimas tb do machismo mascarado. Atrevo-me a afirmar que elas nunca acreditariam que pensamentos assim só fazem mal a elas mesmas.
Então é isso, fazer a minha parte da forma como acho mais correta e seguir em frente na minha vida. Não vou mudar muita coisa me descabelando, correndo pelada na rua, chorando todos os dias, etc.
E claro, seria até mesmo ridículo querer um homem feminista, mas pelo menos quero continuar em busca de alguém que não me faça sentir inferior a ele, que não me subjugue e que eu me sinta 100% segura a seu lado, sem nenhum medo de apanhar ou de ser humilhada. Os meus dois ex-namorados eram assim, então, isso me leva a crer que homens assim existem =).

Anônimo disse...

Anonimo 09:49 : Vc esta certissima, sabe lendo e relendo de novo aquele post e os seus comentarios. Vc esta certa. A gente acaba tendo uns comportamentos machistas meio sem querer, verdade. Falei que nao me identificava com o feminismo, mas acho que sim. Ainda tenho muito machismo dentro de mim, mas pouco a pouco a gente vai mudando isso.
E vc esta certissima, nao tem que ser mais flexivel nao. Ta certa vc, e sim, existem garotos maravilhosos, os meus dois ultimos foram completamente diferentes daquele primeiro que me maltratou. Eles existem sim, pra eles sim tem que dar uma chance, pros que nos fazem nos sentir inferiores, nao mesmo.

Anônimo disse...

Mulher não precisa estar de vestido ou saia para ser assediada nas ruas. Digo isso porque eu praticamente só uso calça, e mesmo nos dias em que saio de calça, camiseta e camisa jeans por cima - visual nada feminino - eu SEMPRE escuto comentários de homens na rua. Alguns são nitidamente agressivos (como o que ouviu a Anônima das 20:46), outros se revestem de uma falsa cortesia. Os primeiros felizmente são mais raros, mas os do segundo tipo (cumprimentos como "oi" e "bom dia", depois de "conferir o produto" dos pés à cabeça) muitas vezes nem são encarados como violência. E esses eu escuto quase sempre que saio à rua, o que acontece com bastante frequência, já que dependo do transporte público e dos meus próprios pés para me locomover. Eu os ignoro, mas não posso dizer que não me incomodo. A gente sofre assédio até no trabalho, de gente que se diz amiga. Tenho um colega de trabalho que, a despeito de todos os sinais de desconforto que manifesto, faz piadinhas sexuais comigo e às vezes agarra meu braço com força enquanto conversamos. Eu tento levar numa boa para não levar fama de chata diante da equipe, rio e digo para ele parar, que está me machucando, que vou denunciá-lo por agressão a mulher. Ele ri. E continua. Se dirige a todas as colegas como "flor", "amor da minha vida", e é considerado cortês por todas elas. Menos por mim. Outro dia ele fez chacota - "ah, porque tudo seu é feminismo, né?". Esse é o tipo de pessoa absurdamente machista que costuma passar despercebida. E sei que muitas colegas discordariam de mim, mas acho que ele tem perfil de agressor. Tenho medo dele. Tenho medo de que ele não pare de me assediar.
Felizmente tenho um relacionamento há 2 anos com um homem maravilhoso e que incrivelmente trata mulheres como pessoas. Tenho escondido a situação dele por medo de como ele reagiria...

Anônimo disse...

Esse seu colega de trabalho deve ter mais de 40-50 anos acredito. Essa geracao se sente meio na obrigação de ficar dando cantada incomoda.

Eu devo ser privilegiada ou devo ter traços masculinos ou de muito poucos amigos, porque nunca ninguém mexe comigo na rua, exceto se ponho uma saia - o que é muito raro. E quando eu era adolescente tb sofria assedio.

Uma coisa que tenho me divertido é o cara faz o escanner numa garota e eu faço escanner nele... Se o cara fez barulhinho de chupar dente eu Tb faço Quando eles notam ficam sem graça e fazem cara de paisagem

Anônimo disse...

Nao entendi o proposito desse post. Basicamente vc diz que violentar uma mulher e errado, mas isso e obvio, e como dizer que a neve e branca. Quem vc espera convencer com esse post? Os bandidos? Mas se adiantasse pedir para um javali amansar e ficar bonzinho, porque nao pedimos para os assassinos pararem de matar?, por que nao pedimos para os ladroes pararem de roubar?

Cora disse...


o propósito do post, anon 07:06, é mostrar como a violência contra a mulher é banalizada, sem nenhuma distinção de classe social ou nível educacional.

o propósito é mostrar como, em qq estrato social, culpabilizamos a mulher vítima da violência e não o agressor.

a mulher, para qq brasileiro, independente do nível de renda ou de escolaridade, é responsável pela violência q sofre.

ou pq está com baixa auto-estima (e, embora a dependência emocional possa estar relacionada com uma baixa auto-estima, a violência não está, já q é o comportamento violento do agressor a causa da agressão e não a baixa auto-estima da agredida),

ou pq escolheu mal (como ela não previu o comportamento violento do parceiro tão amável, no início do relacionamento? afinal, é impossível NÃO prever o futuro, né?),

ou pq confiou na pessoa errada (como q ela não viu q ele era o cara errado assim q olhou pra ele? afinal, é impossível NÃO prever o futuro, né?),

ou pq acreditou no arrependimento e no pedido de desculpas (como q ela confiou no parceiro?),

ou pq temeu pela própria vida ou pela vida dos filhos.

a culpa, para muitos brasileiros, nunca é do agressor, mas da mulher q, ou provoca ou permite a violência.

enfim, o propósito é mostrar q é preciso repensar a forma como encaramos a violência doméstica contra a mulher, já q a forma atual apenas estigmatiza vítimas, desculpa agressores, minimiza a agressão e não diminui a incidência desta forma de violência q, acredite, está se tornando frequente entre casais em q a mulher é muito jovem (adolescente).

esperamos convencer xs leitorxs de q uma outra forma de abordar a violência doméstica é possível, necessária e urgente.

e esperamos, claro, q os homens não sejam javalis, mas seres humanos.

e q parceiros, namorados e maridos estejam numa categoria diferente de assassinos e ladrões.

e espero q seja perfeitamente possível q parceiros, namorados e maridos tenham mais afeto, respeito e empatia por suas parceiras, namoradas e esposas do q assassinos e ladrões por suas vítimas.

assim... só espero, né?

mas responda cá uma coisa, é preciso amansar homens?