sexta-feira, 3 de maio de 2013

"O CASAMENTO É ONDE MENOS SE FAZ SEXO"


Esta é a segunda parte que a psicanalista, escritora e feminista Regina Navarro Lins concedeu a este blog. (Re)leia a primeira!

No que se refere a costumes e relacionamentos, quais são algumas coisas que você acha que ainda veremos antes de morrer, dentro de 30, 50 anos?

O amor é uma construção social; em cada período da História se apresenta de uma forma. O amor romântico, pelo qual quase todos anseiam, dá sinais, felizmente, de estar saindo de cena. A busca da individualidade caracteriza a época em que vivemos; nunca homens e mulheres se aventuraram com tanta coragem em busca de novas descobertas, só que, desta vez, para dentro de si mesmos. Cada um quer saber quais são suas possibilidades, desenvolver seu potencial.
O amor romântico propõe o oposto disso, na medida em que prega a fusão de duas pessoas, os dois se transformarem num só.  Ele então começa a deixar de ser sedutor. Um amor baseado na amizade e no companheirismo está surgindo. Haverá menos idealização e você vai poder perceber melhor o outro. O amor romântico, no qual um só tem olhos para o outro, está saindo de cena e levando com ele a sua principal característica: a exigência de exclusividade. Sem a ideia de encontrar alguém que te complete, abre-se um espaço para outros tipos de relacionamento, com a possibilidade de se amar mais de uma pessoa de cada vez. 

E como fica o casamento?

Acredito que, mesmo hoje, um casamento pode ser ótimo. Mas para isso as pessoas precisam reformular as expectativas que alimentam a respeito da vida a dois, como a ideia de que os dois vão se completar, nada mais lhes faltando; a crença de que o outro não pode ter nenhum interesse em que o amado não faça parte; o controle do outro, o pacto de exclusividade que impede a pessoa de transar com alguém fora da relação.
O futuro do amor exige mais que nos livremos do passado do que nos acostumemos com o novo presente. Afinal, seremos mais livres para as nossas fantasias e viveremos sem culpas. 
É provável que o modelo de casamento que conhecemos seja radicalmente modificado. A cobrança de exclusividade sexual deve deixar de existir. Acredito que, daqui a algumas décadas, menos pessoas estarão dispostas a se fechar numa relação a dois e se tornará comum ter relações estáveis com várias pessoas ao mesmo tempo, escolhendo-as pelas afinidades.  Não será surpresa se as pessoas vierem a ter um parceiro predileto para o sexo, outro para viajar, outro para a vida cultural. A ideia de que um parceiro único deva satisfazer todos os aspectos da vida pode vir a se tornar coisa do passado.  

E o backlash, também não é muito forte? Os conservadores e reacionários têm como ganhar e brecar as mudanças, ou é só uma questão de tempo?

A reação esperada ao movimento feminista aconteceu na década de 80. A mídia divulgou alarmantes sinais de que as mulheres haviam perdido muito com sua revolta contra a histórica opressão masculina. Havia até psicólogos dizendo que as mulheres executivas eram infelizes. Mas o que o movimento feminista proporcionou de positivo para as mulheres e homens não tem volta. A partir da pílula, na década de 60, o sistema patriarcal -– calcado no controle da fecundidade da mulher, afinal, as mulheres tinham 15, 20 filhos, tantos quanto os homens desejassem -– começou a desmoronar. As fronteiras entre o masculino e feminino estão se dissolvendo, e acredito que isso seja pré-requisito para uma sociedade de parceria entre homens e mulheres. 

Não temos dúvida que machistas são os piores amantes: eles são egoístas, centrados no seu próprio prazer, e associam sexo somente à penetração e ejaculação. Tem como um cara melhorar na cama sem deixar de ser machista? E o que uma mulher pode fazer pra abrir sua cabeça?

Os homens que já se livraram do mito da masculinidade -– força, sucesso, poder –- estão podendo se relacionar bem melhor com as mulheres. Ir para o sexo com o objetivo de obter e proporcionar prazer deveria ser o objetivo de todos. O machismo também é prejudicial ao homem. 
No momento atual, estamos em pleno processo de transformação no que diz respeito à valorização do machão. Já é possível sentir sinais do desprestígio dele. No entanto, a mudança das mentalidades demora algumas vezes mais de cem anos para se concretizar, mas isso não importa, desde que se abra um espaço definitivo para a autonomia de homens e mulheres.

Geralmente é a mulher que pede o divórcio, e sabemos que muitas vezes isso acontece por incompatibilidade sexual. Parece que as mulheres enjoam mais rápido do parceiro. Por que você acha que isso acontece? Tem como ser evitado?

O casamento é onde menos se faz sexo. Não é necessário dizer que existem exceções, e que em alguns casais o desejo sexual continua existindo após décadas de convívio. Mas não podemos tomar a minoria como padrão. 
Mesmo que os dois se gostem, a rotina, a excessiva intimidade e a falta de mistério acabam com qualquer emoção. Busca-se muito mais segurança que prazer. Para se sentirem seguras, as pessoas exigem fidelidade, o que sem dúvida é limitador e também responsável pela falta de desejo. A certeza de posse e exclusividade leva ao desinteresse, por eliminar a sedução e a conquista. 
Para cada homem que perde o tesão pela mulher há quatro mulheres que perdem pelo marido. Podemos pensar em três fatores para explicar essa diferença: na cultura patriarcal os homens são incentivados a fazer sexo desde 12, 13 anos, e com qualquer mulher; a excitação do homem é bem mais rápida, a mulher precisa de muito mais preliminares; ele expulsa o sêmen, e a mulher tem que desejar ser penetrada. 
Isso pode ser evitado sim. Mas para isso é preciso que se mude o conceito que se tem do casamento monogâmico. 

Esses devem ser os pontos mais polêmicos que você defende: o fim da monogamia, da exclusividade sexual, do ciúme, do conceito da traição e da infidelidade. Por que as pessoas ainda não estão prontas pra sequer pensar nesses assuntos sem se sentirem ofendidas?

Muitos me dizem que nossa sociedade não está pronta para as tendências que aponto. Aí peço para que façam uma viagem aos anos 50 ou 60. Se naquela época alguém dissesse “Dentro de algumas décadas, será comum as moças não se casarem virgens”, diriam que a pessoa estava louca, porque a virgindade tinha grande valor. A maioria dos homens não se casaria com uma moça que tivesse tido alguma experiência sexual. O mesmo ocorria em relação à separação. Ninguém poderia aceitar a ideia de que a separação se tornaria tão comum, afinal, era considerada uma tragédia familiar.
As pessoas não estão prontas para admitir novas formas de pensar e viver, porque a mudança das mentalidades é lenta e gradual. Estamos no meio do processo.
A grande preocupação das pessoas é quanto à exclusividade do parceirx. Entretanto, quando a “fidelidade” não é natural nem a renúncia gratuita, o preço se torna muito alto e pode inviabilizar a própria relação. Ninguém deveria se preocupar se o parceiro transa ou não com outra pessoa. Homens e mulheres só deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: 1. Sinto-me amadx?; 2. Sinto-me desejadx? Se a resposta for Sim para as duas, o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito. Não tenho dúvida de que é uma forma bem mais inteligente de se viver. 

Terceira e última parte da entrevista aqui.

71 comentários:

Unknown disse...

Tem diversos bons pontos de reflexão na entrevista até aqui.
Fico com um pé atrás a respeito das "previsões" ou "tendências". Acabei de ler um texto no qual o Pierre Bourdieu argumenta que um dos principais desafios que se deve opor aos apelos midiáticos é o uso de futurismos. O fato de a exclusividade sexual diminuir ou acabar não leva necessariamente ao fim do ciúme. Por que não geraria formas diversas de ciúmes e controle? O controle do sexo migraria para outro ponto?
Além disso, dizer que no futuro pode ser que haja um parceiro ou parceira para sexo, outro para viagem, outro para cultura, me faz pensar num mundo classe média. A Europa está falida, os EUA está em crise há mais de seis anos, a China paga 30 dólares para trabalhadores, a Índia pena com um misto de luta de classes e castas, como é que vamos pensar em sexo, viagens e cultura, se boa parte das pessoas no mundo sequer têm emprego, educação e direitos mínimos garantidos?

antonio disse...

essas previsões e prognósticos são apenas suas opiniões. E eu espero que estejam erradas. Aliás, vejo muito pouca coisa de factível no que foi dito. Fica muito claro que feministas e comunistas almejam de forma muito intensa a destruição da família.

Mirella disse...

Antonio,


tudo isso é preocupação por não conseguir controlar a mulher? Por que defensores da família tradicional tem tanta dificuldade em aceitar que não é isto que muitas pessoas querem? Por que tem tanta dificuldade em aceitar que a maioria das famílias já NÃO É a família tradicional?

Unknown disse...

Antônio, você dizer não às mudanças não impedem delas acontecerem.Que bom né?

Anônimo disse...

Eu colocaria uma quarta pergunta além do "sinto-me amada, desejada, feliz?" É o meu parceiro se protegeu quando estava com outra pessoa? Tenho risco de pegar uma DST? O meu parceiro usou camisinha tb na hora do sexo oral? Ou cada vez que for beija-lo estarei beijando todas as outras pessoas e pegando as suas herpes?

Eu acho essa questão de "ninguém é de ninguém" "todo mundo é de todo mundo" meio delicado. Mesmo as feministas como a lola estao numa relacao monogamia. E duvido que desapareça tão cedo.

E ainda acredito no amor romântico, no companheirismo e amizade em uma relacao, a autora separa esses três mas relações monogamicas que funcionam sao as que se tem amizade e companheirismo. Lógico que ninguém vai nos completar 100% devemos nos sentir completos sozinhos, uma outra pessoa é para nos acompanhar nessa jornada da vida.

Anônimo disse...

E o ciúme nunca vai deixar de existir, isso so no mundo do "yupi" das nuvenzinhas cor de rosa, este é um sentimento intrínseco do ser humano em maior ou menor grau dependendo da pessoa e da sua educação.
Oras nao tem gente que tem ciúmes de um amigo ou amiga? E amizade em principio nao é casamento.
Dizer que todo mundo vai viver no mundo aquarius livres leves e soltos e felizes nessa condição, pura utopia.

Beatriz Gosmin disse...

Sinto-me estranha ao comentar. Eu não sei se aceitaria um relacionamento aberto. Sou ciumenta e bem, acho que comigo não funcionaria. Porém é claro que eu apoiaria quem o quisesse e o fizesse. Talvez até os meus pensamentos mudem daqui a alguns anos. Estou sempre mudando.

Adorei o post, realmente as ideias e posições da autora são interessantes e dá para se pensar.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Omar Talih disse...

No começo a terra era quadrada e tinha bordas, também era o centro do universo. Muitos morreram por discordar. Depois vieram as viagens em frágeis naus e os descobrimentos. E assim a humanidade dá passos lentos em direção à evolução. Há poucos anos chegou-se a lua e hoje se falam em viagens a Marte. É natural que haja sempre resistência a qualquer coisa que nos tire do conforto e nos encaminhe para o desconhecido. Mas, queiramos ou não as mudanças virão e a evolução eliminará aqueles que não se adaptarem. Somos seres 100% culturais e os relacionamentos evoluem assim como os costumes. Isto é inevitável, com muitas mortes que sempre permearam nossa estada por aqui.

Anônimo disse...

Falou bonito mas nao disse nada, omar

Barbara Dalalana disse...

Lola, você já pensou em fazer um post sobre o estaturo do nascituro?? É um assunto importante, segue o link com o abaixo assinado do Avaaz:

http://www.avaaz.org/po/petition/Diga_NAO_ao_Estatuto_do_Nascituro_PL_4782007/

Raíssa disse...

Lola, e pessoal que lê o blog, sei que não tem nada a ver com o tópico, mas ontem vi um filme lindissimo na unisinos, um documentário de umas ongs que acreditam que educar meninas é a solução para o mundo, para acabar com a pobreza (lindo demais isso). O filme é emocionante, tive que conter as lágrimas do inicio ao fim.

podem ver aqui:
http://girlrising.com/

e aqui:
http://10x10act.org/girl-rising/

acho que dá para escrever para eles e pedir um DVD, Lola, eles passam em escolas e universidades, é só pedir, eu acho.

Mirella disse...

A igreja tem sua concepção de "família tradicional" bem definida, que é a defendida por conservadores de uma forma geral: homem trabalha fora de casa, mulher sem estudo trabalha dentro de casa, filhos que são responsabilidades da mãe - isto na classe média/alta. Nas classes mais baixas, a mulher sempre trabalhou e acumulou com o trabalho doméstico. Não custa nada lembrar do "Tradição, Família e Propriedade". Tudo baseado nos conceitos católicos de família, e este modelo é determinado como o "padrão". Ninguém pode sair dele, senão não é "tradicional" e, por consequência, tem como objetivo "acabar com a família", apenas por fugir do modelo heteronormativo e patriarcal estabelecido.
É fácil notar resistência a outros modelos de núcleos familiares com a discussão do casamento igualitário. Querem estabelecer que família só pode ser constituída por cis homem + cis mulher + filhos, todos heterossexuais e monogâmicos - apesar de que uma infidelidade por parte do homem "faz parte, é assim mesmo".
ISTO é uma família tradicional, querer ressignificar desconsiderando a história é desonesto.

Acompanhei outro dia uma conversa muito interessante sobre "instintos", como eles não são absolutos.
As pessoas, geralmente, tendem a assumir os "instintos" como incontroláveis e partes inerentes da personalidade humana. Porém, não são de modo algum absolutos. Todos os instintos sofrem influência do meio.
Exemplos básicos:
- apesar do instinto de sobrevivência, pessoas se suicidam.
- apesar do instinto de saciar a fome, existem pessoas anoréxicas.
- apesar do instinto de reprodução, pessoas não tem filhos.
Assim, assumir QUALQUER característica como instintiva é algo absurdo. O homem é produto do meio em que vive. A mulher é produto do meio em que vive.
Sobre o ciúme ser instintivo, é ilógico.
Se machos tem o "instinto" se ~espalhar suas sementinhas por aí~, por qual razão ele teria ciúme de uma única fêmea depois de conquistá-la e concluir seu objetivo? Faria sentido haver a disputa PRÉVIA com outro macho para ver quem iria fertilizá-la. Mas DEPOIS ele teria outros interesses, como ir fertilizar outras fêmeas ou, sei lá, tirar uma soneca.
Tomara mesmo que o ciúme e o sentimento de posse que vem com ele SUMAM da face da Terra, e as pessoas possam se amar sem amarras.

Bruno S disse...

Alguns pontos.

Jeferson,

a humanidade já teve crises e mais crises e não se parou de transar, relaionar, nem produzir cultura. Muitas vezes uma crise no sistema de produção impulsiona mudanças culturais.

Teresa,

preocupações já são boas de termos hoje. O modelo de relacionamento monogâmico nunca impediu a disseminação de DSTs.

As relações monogâmicas não desaparecerão de uma hora para outra, provavelmente nunca desaparecerão, mas cada vez mais deixam de ser a única forma aceitável em nossa sociedade.

Assim como a crítica à família tradicional. Não é ela que é ruim. Ruim é o fato de que temos esse padrão como um ideal e que todos que estão de fora tem algo errado.

Também ainda acho essas ideias sobre relacionamentos meio estranhas, mas fico com a frase do Omar

"É natural que haja sempre resistência a qualquer coisa que nos tire do conforto e nos encaminhe para o desconhecido.".

Ver os relacionamentos como algo mais livre nos tira da zona de conforto. Incomoda sim.

Bruno S disse...

Muito boa essa parte da entrevista.

Gosto quando lemos algo que nos coloca minhocas na cabeça e gera mais perguntas.

Iara De Dupont disse...

Vixi,tô lascada!Não sei como vai ser o futuro para mim,mas sofro da síndrome da preguiça com o outro,uma doença muito séria...isso quer dizer que eu já acho cansativo ter um namorado,imagina vários!Um pra viajar,um pra ir ao cinema...não dou conta de tantos!Me concentro muito na minha vida e não tenho condições emocionais de viver tantas vertentes do amor...no fundo acho um saco...e tenho outra preocupação técnica,já falei várias vezes isso pra Regina no twitter..o ser humano é naturalmente irresponsável,então se dentro de um contexto social que exige ser fiel,se ainda assim,a pessoa sae aprontando horrores,imagina fora desse contexto..e minha pergunta é todos vão se proteger?Porque isso me atormenta,eu me conheço e justamente por sofrer dessa síndrome da preguiça com o outro eu não saio por aí,mas se todo mundo começar a sair,imagina o festival de DST....e tem outra coisa,acho chato falar,mas enfim...o ser humano é meio lesado,não adianta achar que sabe discernir o tempo inteiro,porque não sabe...será mesmo que as pessoas vão ser maduras o suficiente para lidar com essa liberdade?Eu aposto que não e ainda digo mais,isso não vai acontecer tão rápido porque os conservadores são os homens,não as mulheres e eles não tem preparo ainda para lidar com a liberdade das mulheres,então a coisa vai demorar ainda pra acontecer.....

Anônimo disse...

Eu acho que assim como a monogamia e a família tradicional não devem ser impostas a ninguém, a poligamia e outros modelos familiares também não.

Eu não vou me sentir perdida se as pessoas a minha volta passarem a ter vários namorados(as), acho que cada um tem o direito de ser feliz do jeito que quiser, desde que não fira ninguém. Eu quero continuar sonhando com minha casinha amarela, portas brancas, um casal de filhos, marido e cachoorro. Acho que a felicidade cabe em vários modelos familiares, inlcusive no tradicional.

Fernanda disse...

"E o ciúme nunca vai deixar de existir, isso so no mundo do "yupi" das nuvenzinhas cor de rosa, este é um sentimento intrínseco do ser humano em maior ou menor grau dependendo da pessoa e da sua educação."
Uma coisa é sentir ciúme, outra é se achar no direito de regular a vida do parceiro por causa disso. O que deve deixar de existir é essa naturalização de uma pessoa "pertencer" a outra, de dependência. Eu sinto ciúme das pessoas que eu gosto, mas eu tenho plena consciência de que isso é bobagem e não deixaria isso interferir na minha relação com alguém.
~claro que, se a pessoa é muito ciumenta, não tem nada de natural, tem é que fazer terapia pra poder ter um relacionamento saudável com ela e com outros~

aiaiai disse...

Entrevista linda!!! Tem sempre que ter alguém que coloca a cara a tapa, mostrando que a sociedade pode evoluir. Vai, como a Regina Navarro é, ser atacada. mas sem essas pessoas ainda estaríamos na idade da pedra, né mesmo mascus?

aiaiai disse...

Teresa,

muito prazer, meu nome é aiaiai e eu não tenho ciúme de ninguém. acho um sentimento horrível, pior do que ódio.

Caroles disse...

Concordo com a Mariana. Acho que nenhum modelo deve ser imposto. Tenho amigas que já vivem essa realidade mais aberta, que acreditam que só porque amam seus namorados isso não deve impedir que elas façam sexo com outras pessoas se sentirem tesão. Mas isso ainda não desce pra mim. E eu nem sou ciumenta! Gosto muito de ficar sozinha, não gosto de grude, de apelidinho, de nhénhénhé, isso inclusive sempre foi a reclamação de todos os meus namorados, que sempre me acharam "fria". Mas a ideia de um parceiro único ainda me seduz, e eu não acho legal como ela separa o ''amor romântico'' da amizade e do companheirismo. Todos os homens que eu amei na vida foram meus amigos e companheiros, além de ~amantes~ (haha, acho essa palavra engraçada). Só que o seguinte: a exclusividade não deve ser um sacrifício, não deve doer, deve ser algo que xs dxis desejam. No momento em que estar só com aquela pessoa começa a incomodar talvez seja a hora de repensar tudo. Tenho amigas muuuuito ciumentas (apesar de feministas) e sempre digo pra elas que não entendo esse medo que elas sentem porque parto sempre de como EU sou: eu só continuo com alguém se quero estar com aquele alguém. Eu nunca arrastei um relacionamento na vida (acho que por isso eles não foram muito longos :P). Quando eu sinto que não quero mais eu termino e pronto. Eu sempre penso que a pessoa com quem eu estou vai ser assim também e, por isso, não há razão para ciúmes. Enfim, falei demais pra dizer que cada um faz o que quer, e que tanto a poligamia quanto a monogamia podem trazer felicidade contanto que seja o que as pessoas envolvidas desejam :)

Unknown disse...

O que eu acho legal é as mulheres achando que vão ter um cara pra ir no cinema, viajar etc e não transar...

Não querem mais nada não? Um cara pra consertar o carro, outro pra pintar a casa, mordomo?

O narcisismo feminino não cansa de me espantar.

"Women have no sympathy . . . And my experience of women is almost as large as Europe. And it is so intimate too. Women crave for being loved, not for loving. They scream at you for sympathy all day long, they are incapable of giving any in return for they cannot remember your affairs long enough to do so.
- Florence Nightingale"

("As mulheres não têm simpatia e minha esperiência de mulheres é quase tão grande quanto a Europa. E íntima também. As mulheres buscam serem amadas, e não amar. Elas gritam por simpatia o dia todo, mas são incapazes de lhe retribuir alguma, por esquecem-se rapidamente dos assuntos dos outros."

Unknown disse...

Não sei porque atacam tanto a monogamia,para existir outros tipos de relacionamentos não é preciso que esse seja eliminado.
Tá parecendo um pouco com argumento de quem é contra união gay,que se isso acontecer os heteros vão ser banidos da face da terra,como se fosse impossível existir os dois kkkkkkkk

Li uma vez em outro post,uns comentários que eu achei insano,diziam que a culpa de mulheres serem assassinadas pelos maridos era da monogamia,a culpa é do sentimento de posse e do machismo que diz que somos propriedades dos homens.

A prova é você lola,é feminista,totalmente contra violência contra mulheres e vive um relacionamento monogâmico a não sei quantos anos e pelo que eu já li seu marido parece ser um cara bem legal,com certeza se um dia vocês terminarem,ninguém vai sair correndo atrá do outro com um machado.
E outros inúmeros casos,os casais se separam e cada um vai pro seu lado e pronto.

Não concordo com essa generalização de que no fundo todo mundo é polígamo.
Eu não sou assim,se estou apaixonada só sinto vontade de transar com essa pessoa e com certeza tem outros como eu.

Não tenho nada contra relacionamento aberto,mas para mim não rola.

Elaine Cris disse...

Eu não entendo a preocupação por parte de alguns em relação ao que a Regina diz.
Quem quer ser monogâmico seja, quem quer ter uma família tradicional tenha. O que ela faz é abrir espaço pra que quem não pensa assim, não quer viver assim, também tenha sua chance de se expressar e ser feliz.
Eu não entendo pessoas se sentindo ameaçadas simplesmente porque não é todo mundo que vai ter o mesmo tipo de vida.

Bruno S disse...

Concordo contigo, Laurinha.

Acho que o pessoal tá se preocupando à toa. Na entrevista ela não fala em fim da "família tradicional" ou da monogamia.

Apenas defende que esses caminhos não deverão ser o único. E que outras opções se tornarao mais comuns. Assim como diz que muitas vezes o esforço que se faz para garantir a fidelidade (sua e do parceiro) não é benéfico.


Outro ponto que acho que estamos confusos é a questão do "amor romântico".

Ela usa esse termo para descerver essa situação "O amor romântico propõe o oposto disso, na medida em que prega a fusão de duas pessoas, os dois se transformarem num só."

Me lembra daquelas pessoas que abandonam outras amizades e programas em prol da pessoa quemm está, dos perfis de duas cabeças em redes sociais.

Pela descrição dada pelas companheiras de caixa de comentários, elas podem já estar se enquadrando no que a Regina chama

"Um amor baseado na amizade e no companheirismo está surgindo. Haverá menos idealização e você vai poder perceber melhor o outro."


Ângela disse...

Onde menos se faz sexo é no casamento???? Tô sabendo disso não, hein...

Feminazi Satânica disse...

Confesso que fico com os dois pés muito atrás com a Regina Navarro, primeiro pq sou historiadora e ela se mete a falar sobre história. Nada contra, a história é para todos, mas já vi ela falando muita besteira em nome da história e dando isso como verdade. E gente, não é assim. É necessário o mínimo de ética e de critério para isso.

Como alguém lá em cima citou Pierre Bourdieu, muito cuidado com os FUTURISMOS! Mesmo os historiadores fazem isso direto, e sabe, não orna. O próprio estudo da história mostra que não existe cálculo matemático, tipo: hoje é assim e o resultado disso no futuro é assado. Koselleck trabalha com isso em Futuro Passado. Se alguém quiser saber mais sobre o tempo histórico, sugiro a leitura desse livro.

Já li por alto um livro da Regina, confesso que não aguentei ler inteiro. Me cheirou à auto-ajuda. Talvez uma auto-ajuda mais sofisticada que as demais, mas mesmo assim, auto-ajuda. Talvez, pela própria área de atuação da autora, ela goste de fazer sugestões aos seus leitores, e eu não consigo engolir isso. Uma coisa é questionar o modelo de família nuclear patriarcal, coisa que o feminismo vem fazendo há décadas (e desculpa, mas já li outras pessoas que fazem isso melhor), outra coisa é vender outros modelos de relacionamentos como O IDEAL, sendo que não existe esse modelo ideal. Cada casal se dá bem de uma forma.

E de certa forma, eu concordo com o que disse a Sabrina acima: "Tá parecendo um pouco com argumento de quem é contra união gay,que se isso acontecer os heteros vão ser banidos da face da terra,como se fosse impossível existir os dois". Nem falo em relação às afirmações da Regina nessa entrevista, mas já vi comentaristas em outras discussões nesse blog colocando a monogamia como o grande mal da humanidade. Gente, menos.

Anônimo disse...

Vitória sambando.

Adorei seu comentário :)

Li S. Nascimento disse...

O povo tá com "medinho" das profecias de Santa Regina :) porque sabem que em muitos muitos casos... Monogamia é pura 'faxada'! rs

Ou seja: a poligamia já está rolando solta faz é tempo. Só que ainda é moralmente condenada.

Particularmente, não sou essa pessoa "evoluída" aí não. Não me despedi das maquiagens, do filtro solar, do gloss, da depilação e do amor pra chamar de "meu".

Entretanto, misturo a essas "tradições" valores novos e assim vou encaixando a minha vida e a minha felicidade no dia a dia. Sempre me adequando... Sempre me transformando... E viva a metamorfose! ;)

(Adorando a entrevista)

Fernanda disse...

É, eu gosto muito do que a Regina fala, principalmente porque ela alcança um nicho de pessoas um pouco diferente das do feminismo, mas tem alguns pontos (o que é super normal) que eu discordo. Um é essa tendência de dizer que a monogamia vai acabar e todos seremos bissexuais, eu sou adepta de relacionamentos abertos e acho que conforme formos discutindo os relacionamentos, outras formas vão se naturalizar e a monogamia não vai mais ser dominante, mas ainda vai existir. A bissexualidade também, vamos perdendo essa cisma com a heteronormatividade e nos permitiremos exercer nossa sexualidade da forma que for, aliás, sem forma nenhuma. Outra questão é que ela fala muito que sexo é vida e outros tipos de afirmações que excluem a existência da assexualidade. Claro que temos que incentivar essa liberação sexual, de fazermos o que nos dá prazer sem moralismos. Mas existem pessoas que estão muito bem obrigada sem sexo e não acho que elas devam ser ignoradas.

E quando ela diz "amor romântico" ela se refere a ideia do amor ideal que predomina no senso comum, esse amor dependente, onde um "pertence" ao outro e ambos se completam e não ao romantismo em si.

Rafaella disse...

Adorei o comentário da Laurinha. Assino embaixo. Quanta gente com medinho aqui, hein!
Eu adoro essa mulher, quase tanto quanto adoro tu, Lola =P. Ela mudou a forma de eu enxergar muita coisa, e o que eu mudei (pra melhor) depois disso só eu mesma sei.
Concordo com as críticas sobre o "futurismo" dela. Acho isso bem temerário. Sempre.
Mas quanto à concepção que ela tem de relacionamento, as pessoas tem que admitir que ela tem razão em muita coisa. Pela entrevista aqui do blog, dá pra se confundir com várias coisas que ela diz, mas quem procurar mais sobre ela vai entender melhor.
Pessoal que tá querendo apedrejar ela: sejam mais tolerantes. Eu sei que as ideias dela são radicais e tudo que tira a gente da nossa zona de conforto dá medo. Não estou querendo que vocês "se convertam" ao que ela diz, nem eu me converti em algumas coisas, mas tentem ver isso como uma oportunidade pra repensar a forma como a gente se relaciona na nossa sociedade, as tais "verdades absolutas" sobre os relacionamentos que a gente sempre ouviu.
Quem diz isso é uma pessoa que ficou com muita raiva dessa mulher na primeira vez que leu uma entrevista dela, justamente por ela ter mexido naquilo que eu sempre acreditei como verdade absoluta nos meus 24 anos de vida.
No final das contas, é como diz aquela velha frase: the truth will set you free, but first it will piss you off...

Anônimo disse...

algum mascu apelou ou vai apelar para o determinismo biológico?

Anônimo disse...

a maior falácia mentirosa dos ultimos tempos se chama a tal destruição da familia, isso não passa de MITO.
puro terrorismo rastaquera!
o que está havendo é uma TRANSFORMAÇÃO da familia!

Sara disse...

Eu me identifico demais com as ideias da Regina Navarro, como ja disse acho essa mulher brilhante e iluminada.
Tb creio firmemente q a monogâmia é uma instituição falida.
Eu sou casada mas depois de verdadeiras guerras conjugais, tive uma conversa com meu marido, disse q aceitava viver com ele, que poderíamos envelhecer juntos, mas que NUNCA aceitaria que ele olhasse pra traz, e percebesse que havia deixado de fazer qualquer coisa pelo fato de ser casado, disse a ele q queria que ele fizesse tudo , mas absolutamente tudo q o deixasse feliz, mas que eu tb queria ter esse mesmo direito.
Não faço perguntas quando ele sai de casa, e tb odeio q ele me pergunte qualquer coisa se eu quero sair.
Apesar de ele ja ter sido um cara extremamente machista, ele aceitou minha proposta, e é apenas por isso q estamos juntos até hje.
Eu não acredito q a familia vá deixar de existir, mas creio q será muito diferente do q é hje.
Pra mim familia é um porto seguro, que vc tem pra voltar.
É um grupo de pessoas q se apoiam mutuamente, em horas boas e ruins tb.
Não um lugar para cobranças sem fim, ou que te limite de qualquer maneira.

Spring Warrior disse...

Concordo com a @yulia2: o que está acontecendo é uma Transformação do modelo de família. E essa Transformação também não decretará a morte do modelo de família tradicional do patriarcado.

Os diferentes modelos de família irão Coexistir.

Não vejo tanta dificuldade em se compreender isso, sinceramente.

Leo disse...

Só acho extremamente reducionista pensar que a felicidade está na quantidade de parceiros sexuais que você possa vir a ter estando casado.
Me parece uma supervalorização do sexo sabe? Será que o sexo é assim tão fundamental para todas as pessoas? O que destrói o casamento é o contrato de exclusividade?
Me parece uma liberdade às avessas, tanto em achar que uma suposta felicidade existe de fato quanto em dizer que essa deriva de uma liberdade sexual no interior dos relacionamentos.
Muito, muito reducionista...
Acho válido que as pessoas, se assim quiserem, tenham quantos formatos amorosos desejarem, o que não é saudável é profetizar dizendo que essa é a receita milagrosa para todas as pessoas, que são tão múltiplas em vontades e valores...

Sara disse...

Teresa,

muito prazer, meu nome é aiaiai e eu não tenho ciúme de ninguém. acho um sentimento horrível, pior do que ódio.[2]

me too

Cris Jolie disse...

" Ninguém deveria se preocupar se o parceiro transa ou não com outra pessoa. Homens e mulheres só deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: 1. Sinto-me amadx?; 2. Sinto-me desejadx? Se a resposta for Sim para as duas, o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito. Não tenho dúvida de que é uma forma bem mais inteligente de se viver."

Este comportamente existe atualmente, mas para a ala masculina.Acho que quando isto se tornar igualitário,para ambos os sexos, o casamento aberto.

André disse...

"Ninguém deveria se preocupar se o parceiro transa ou não com outra pessoa."
Recentemente o governo fez uma campanha para alertar mulheres casadas que elas poderiam contrair HIV de maridos promíscuos. Não me consta que o governo tenha sido criticado por isso.

Unknown disse...

Quanta desculpa esfarrapada para promiscuidade hein?!

Quer dizer que se uma pessoa tem um relacionamento com alguém ,tem algum problema ,ao invés de tentar resolver esse problema,se dar bem com o outro,rever atitudes, é só sair por ai transando com todos que passem pela frente,que já vai estar tudo 100%.Essa é a solução?

Isso não faz o menor sentido!

É muito fácil sair pegando qualquer um ,difícil é conquistar a mesma pessoa todos os dias e é isso que muitos tem preguiça de fazer,acham que porque já casaram,não precisam fazer mais nada,os sentimentos do outro já foram conquistados e vai durar eternamente sem esforço nenhum.Muitas vezes casamentos dão errado por isso.

Parece que para vocês casamento e relacionamentos em geral, giram ao redor de sexo,não existe amor,companherismo,amizade,nada..

Anônimo disse...

sim, só porque a pessoa discorda do prognóstico da regina quer dizer que a ~~tá com medinho.

a, faz favor, gente. vcs me cansam.

Ela é quem tá dizendo que isso será mais comum no futuro como se as pessoas hoje estivessem morrendo de vontade de ter vários parceiros mas só não o fazem por conta das amarras sociais.

Deixa eu contar que eu não faço isso por causa da sociedade, não faço porque não quero. E muita gente também age assim, muita gente que estar só com uma pessoa.

Acho válido que outros modelos possam ser aceitos - eu aceito todos desde sempre.

Anônimo disse...

Recentemente o governo fez uma campanha para alertar mulheres casadas que elas poderiam contrair HIV de maridos promíscuos. Não me consta que o governo tenha sido criticado por isso.
_____________________

o problema não é sexo com outras pessoas, o problema é fazer sexo SEM proteção.

Feminazi Satânica disse...

Por favor, vamos ser mais inteligentes né? Confundir leitores progressistas da Lola (eu me incluo aqui) com baluartes defensores da família nuclear patriarcal é o fim! Fico revoltada quando falam que estou com "medinho" só por questionar as palavras da Regina, sendo que semanalmente tenho que lidar com fundamentalistas enfurecidos na câmara jogando na minha cara que quero destruir a família e a moral cristã. Coerência cadê? Antes de jogarem essa pecha e quererem cassar a carteirinha de feminista de alguém, vamos saber, ao menos, fazer uma análise do discurso coerente. Existe um abismo imenso entre dizer "não concordo que todo relacionamento monogâmico seja falido" e "TODO RELAÇÃO ABERTA É IMORAL E NÃO TEM LEGITIMIDADE!". Porra! Eu disse isso? Os outros leitores e leitoras progressistas da Lola disseram?

O que eu vejo muito nessa caixa de comentários é o contrário. Por enquanto está até de boa comparado à última vez, que teve gente dizendo que feminista de verdade não deveria ser monogâmica. Por favor né?! Lutamos tanto para sermos donas de nossas vidas, de nossos corpos, para não darmos satisfações a ninguém e vem alguém querendo cagar regra?! Devemos sim questionar os padrões, elucidar que não existe só um modelo a ser seguido, dar condições para que outras formas de organizações familiares sejam respeitadas e respeitar a individualidade de cada um (e aqui cabe, também, respeitar a escolha de quem quer ser monogâmico). Sinceramente, para mim a vida privada de uma pessoa é algo sagrado, e da mesma forma que respeito e defendo a dos outros, quero o mesmo para mim. Então quando saem demonizando os relacionamentos monogâmicos e eu estando dentro de um, me incomoda mesmo, pq fere a minha individualidade e deve ferir a de outras pessoas também. E sabe, isso me parece ser muito contrário a tudo o que o feminismo sempre pregou.

Quanto à Regina, já disse aqui e repito: Não gosto dos futurismos que ela faz. História não é ciência matemática que dois mais dois são quatro. Por mais que o processo histórico esteja acontecendo e que sejamos todos otimistas (pelo menos eu sou), não podemos afirmar que o mundo será mais tolerante futuramente. Querem um exemplo? Olha a reação conservadora que nos ronda, e que parece ter explodido desde esse episódio da CDHM. O país pode estar avançando para outras formas de organizações familiares, mas pode estar tomando o caminho inverso também. Olhem tb os números de violência doméstica que só crescem. Olhem as pesquisas que apontam para o crescimento das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais no país. Ainda mais grave: olhem o crescimento de parlamentares religiosos fundamentalistas e suas atuações na política. E aí? Será que o futuro vai ser como esperamos mesmo ou será bem pior?

Luiz disse...

Ai essa Regina me da certa preguiça. Tudo que eu leio dela me faz acreditar que tudo não passa de um certo conjunto de clichês e uma estratégia para vender livros. Como por exemplo quando se aperta ela com uma pergunta mais elaborada ela aparece com o vilão de sempre, machismo e patriarcado. Isso sem falar no fato que muitas das afirmações e números que ela apresenta não é embasado em dados mesuráveis.

Casamento é o lugar onde menos se faz sexo? Será? Não é o que parece. Já fui solteiro e conheço alguns solteiros e acho que tem muito mais gente falando que está transando do que propriamente transando. Ou então tem pessoas que tem algum elixir para conhecer pessoas legais que realmente valha a pena transar. Ou então são completamente sem critério nas escolhas que fazem (O que é mais provável). Não acho que exista tanta gente legal e que nos queira dando sopa por ai.

Vamos fazer um exercício futurístico. Suponha que as pessoas tenham um companheiro para sexo, outro para viajar e um terceiro para atividades culturais. Mas você é uma pessoa que viaja para Paris e gosta de ler Kant. Já o seu parceiro de sexo prefere ler sobre OVNIS e preferem viagens mais emocionantes, tipo Afeganistão. Bom a única coisa que presta dessa relação é o sexo algo que dura uma hora ou menos. Qual a consistência disso? O que essa pessoa sabe sobre ti? Dá para ir a um restaurante jantarem juntos? Cinema é possível? Tirando o sexo dessa relação o que sobra? A uma pessoa dessa eu sugiro contratar um garoto de programa para sexo, busca o auxílio de um filósofo para conversar e para viajar para Paris contrate um guia turístico, preferencialmente aqueles que ficam empunhando uma bandeirinha frente ao Louvre. Sexo é bom mas está longe de resolver os problemas do mundo. Caso isso fosse verdade garotos e garotas de programa seria as pessoas mais felizes do mundo.

O sexo casula tem um componente de adrenalina, por causa do diferente. Mas isso vale tanto para sexo casual quanto para saltar de bungee jumping. Confesso que minhas experiências com sexo casual não me foram muito agradáveis no ato em si. Eu sempre mais facilidade e prazer com que eu tinha uma certa intimidade. Agora era emocionante o sexo casual. Dava medo. Senti a mesma coisa quando saltei e fiz um jumping.

Agora o que tem de gente que confunde casamento não está no gibi. Não vejo muito romantismo no casamento. Um bom casamento começa com uma avaliação seria das virtudes o dos defeitos do parceiro. provavelmente a pessoa que você se casa não é a mais bonita, não é a melhor de cama e nem a mais inteligente que você conheceu mas que tem um conjunto dessas coisas e que te agrada e no qual é possível ter uma parceria e uma convivência salutar.

Agora eu discordo frontalmente dela quando ela diz que não precisamos nos preocupar se o outro transa fora da relação. Claro que precisa! Não sou contra relações abertas. Quem quiser ter que as tenha. Mas deixe claro que isso é uma possibilidade bem real. Isso é útil para o parceiro organizar sua vida, inclusive no quesito DSTs. Parece história de politico que diz que desvio de recurso e corrupção não precisa ser discutido. Claro que precisa cara pálida!

Heloisa disse...

Eu simplesmente amo a Regina Navarro Lins, e fico muito satisfeita de ver alguém com ideias tão "prafrentex" com espaço em veículos de massa como o Uol e a Globo. Espero que ela fique nesses lugares por muito tempo, pois ela tem muito a acrescentar.

E eu fico ligeiramente decepcionada com a postura de algumas pessoas em relação às previsões da Regina. Não sei até onde é ignorância em relação ao termo "amor romântico" e até onde é pura má vontade mesmo. Mas num blog desses, eu esperava que as pessoas ficassem menos na defensiva com os comentários da Regina, pois acredito que suas previsões são bastante válidas e representam o reflexo de processos que já estão em andamento hoje.

Quando a Regina falar em fim do "amor romântico", ela não fala em fim do carinho, da dedicação e de outras coisas que convencionou-se chamar erroneamente de romantismo. Ela se refere ao conceito literal de amor romântico que surgiu na burguesia do século XIX, no período correspondente ao romantismo na literatura, e que ainda é a ideia de amor vigente no Ocidente. Trata-se de um tipo de amor que prega a eternidade e infalibilidade do amor, da completa anulação do 'eu' e ausência de individualidade, da idealização do outro, da noção de que uma única pessoa será o suficiente para você em toda a sua vida, entre outros conceitos não muito saudáveis a meu ver (adorei a definição do Bruno S. : casais que se afastam dos amigos e perfis compartilhados no Facebook são a versão Geração Y do romantismo do século XIX).

Acredito que o amor romântico já está sendo destruído. Hoje pessoas se divorciam, saem com os amigos para cantos diferentes do parceiro (não tô falando de 'sair pra caçar' nem de relacionamentos abertos, ok?), viajam sozinhas, fazem pós-graduação mesmo sabendo que isso roubará um pouco do tempo do outro. Estamos recuperando nossa individualidade pelo nosso próprio bem. E, olhando por esse lado e tentando imaginar daqui a 100 anos, a Regina não está totalmente errada ao dizer que teremos vários parceiros para determinadas atividades. Na prática, quando um homem sai com outros para jogar futebol ou quando uma mulher vai ao cinema com as amigas, eles já estão fazendo isso.

Acho que também é importante pontuar que, mesmo com mudanças, certos tipos de relacionamento não serão completamente extintos. Se hoje, mesmo com o conceito vigente do "amor romântico", existe relacionamento aberto ou poligamia entre adeptos de certas religiões, nada impede que num futuro ainda existam pessoas que optem pela monogamia.

Falando em monogamia, acho incrível como esse assunto ainda é tratado com tamanho tabu e hipocrisia. O mundo hoje já é em sua maior parte poligâmico, pessoas traem sem dó e a torto e à direita, mas mesmo assim, na hora de colocar as coisas às claras, impera o moralismo e a hipocrisia. Espero mesmo que daqui a 100 anos as pessoas tenham mais maturidade para tratar de coisas que já são feitas hoje, mas ainda são moralmente condenáveis.

No mais, o tal conceito do "amor romântico" não tem nem duzentos anos. Ainda está em fase beta. Achar que ele é a solução definitiva para relacionamentos e única forma de amor possível pra mim soa como total leviandade. Nossa espécie tem milhares de anos, já passamos pela poligamia, pela pederastia socialmente aceitável na Grécia Antiga, pelos bacanais de Roma, pelos casamentos arranjados, e por tantos outros tipos de relacionamento. Creio mesmo que, no futuro, o amor romântico tal qual sua definição será coisa do passado. O presente indica que estamos caminhando para isso.

Ghost Writer disse...

Vitoria, concordo com vc. Apreciei demais seus comentários neste post.

Neide Barros disse...

Assim, eu gosto da ideia de uma relação livre, mas ainda não consigo lidar com uma relação aberta. Mas no todo gostei muito da fala da moça, vi ela em uma entrevista no programa de frente com Gabi, e acho ela bem interessante, com ligeiras ressalvas.
Abraços

Cereja disse...

Odeio quando as pessoas levam as coisas aos extremos. To vendo alguns comentários aí como se relacionamento aberto ou poliamor fosse "ninguém é de ninguém". E não é bem assim. Os termos de cada compromisso, de cada casal, é variável. E mesmo sendo poliamor, nada te impede de ficar apenas com uma pessoa, se naquele momento isso te apetece.
Eu sempre defendi que monogamia é escolha, visto a quantidade de pessoas que eu já conheci que acham traição algo normal e sempre usam o argumento "todo mundo trai e todo mundo já foi traído, nao existe isso de fidelidade". Eu pessoalmente nunca traí e já fui chamada de mentirosa por isso.

Não existe nada de errado em relacionamentos monogâmicos e "famílias tradicionais", se por famílias tradicionais você se refere a um casal hetero, monogâmico e com filhos, desde que isso não seja uma imposição. Assim como poliamor e poligamia não devem ser impostos a ninguém.

Por fim,

O que eu acho legal é as mulheres achando que vão ter um cara pra ir no cinema, viajar etc e não transar...

Não querem mais nada não? Um cara pra consertar o carro, outro pra pintar a casa, mordomo?


Poliamor não é sinônimo de serviço de acompanhante ou ou qualquer outro tipo de serviço.
O que ela disse no texto é que nem sempre a pessoa que te satisfaz em um aspecto da relação, te satisfaz em outro. Interpretação de texto é bom e todo mundo gosta.

Jane Doe disse...

Eu pessoalmente acho esse um tema muito interessante, principalmente pelas reacoes que ele causa. Na minha opiniao, o poliamor, poligamia, pulada de cerca... chamem do que quiser... SEMPRE existiu! Desde que o mundo é mundo! A única diferenca é que pela primeira vez estamos falando (quase) abertamente sobre o assunto.

Eu vivo um relacionamento monogâmico e hetero. Sim eu sinto atracao por outros homens, tenho absoluta certeza que meu marido sente por outras mulheres. Nao me encomoda isso. Parei de acreditar em contos de fada quando eu tinha por volta de uns 5 anos de idade. Acho natural. Mas no momento decidimos que essas atracoes vao ficar só no plano "imaginário". Acho que nem eu, nem ele estamos prontos para lidar com um relacionameno aberto. Mas isso nao nos tornou infelizes ou recalcados!

Acredito que é aqui que está o "pulo do gato": é se perguntar o que eu quero como pessoa e o que eu e o companheirx queremos como casal.

Outra coisa que achei interessante em alguns comentários (nao li todos). Ninguém quer impor nada a ninguém! Na entrevista, em momento nenhum a Regina disse que isso deve ser uma regra e que todos devem servilmente segui-la. Acho que o que o feminismo, a Regina, a Lola, eu e muitas outras pessoas querem é liberdade de fazer escolhas conscientes e sem medo da punicao e do escracho social!

E pela "trocentésima" vez - o feminismo nao quer acabar com a família! Só queremos que o conceito de família nao seja engessado e que - seja qual for o formato - seja sinônimo de alegria para todos os seus integrantes!!!

Adriana disse...

Eu, mulher, feminista, mente aberta, defensora do casamento entre pessoas do mesmo sexo e tudo o mais, li esse post e fiquei sem palavras...
Claro, cada um vive como quer, isso não é problema de ninguém, mas às vezes me parece que quanto mais as mulheres conquistam a liberdade, mais infelizes se sentem.
sei lá, estou confusa.
Vejo o feminismo como uma forma de ajudar mulheres que sofrem violências, abusos, opressões. vejo o feminismo de uma forma em que ele deveria ajudar e orientar mulheres a ter um vida digna, mas não dizendo como é o modelo ideal de relacionamento.
parece que estão condenando o relacionamento monogâmico, como se família "tradicional" fosse algo opressor e infeliz.
Pode ser que eu esteja presa aos "velhos costumes", mas dizer que poligamia é o começo da felicidade conjugal, pra mim é um pouco demais.
vivo uma relação monogâmica e não aceitaria de forma alguma meu marido se relacionar com outra mulher.

Dani disse...

Acho que a feminilização do homem já começou.
Tenho visto muitos homens efeminados, embora não sejam gays. Não acho que isso seja bom. Eu, enquanto mulher, gosto do homem másculo e prefiro que seja assim. Não tenho a mínima vocação pra "colar velcro", como dizem rs.

A questão da poligamia, NA MINHA OPINIÃO, revela a queda dos valores na sociedade atual. Eu não aceitaria dividir meu homem com nenhuma outra mulher. Ainda acho que quem quiser dividir, mesmo hoje, é livre pra isso.

Sempre haverá mulheres românticas que querem se casar de véu e grinalda numa igreja, de branco e virgem. Não vejo demérito nisso. Acho até bonito.

Agora, prezo e luto pela família. Socialmente, acho que não há como a humanidade existir sem ela. Aliás, se chegamos até onde estamos com o modelo de família é porque alguma importância ela teve em todo o processo de desenvolvimento do ser humano.

Também acho que a mulher está se desvalorizando. Falou-se da falta de tesão do homem pela mulher. A mulher não tem se cuidado. Numa realidade onde homens se preocupam mais com a beleza do que a mulher, a gente percebe que alguma coisa ta errada.

E não, também não tenho vocação pra chifruda. Não divido meu homem com ninguém. Egoísta? sim, mas feliz!

Feminazi Satânica disse...

Pessoal, mas a questão é que em um relacionamento aberto ninguém é chifrudo. Até onde eu sei, o chifre acontece quando se está em uma relação monogâmica e um dos parceiros quebra esse acordo.

Um relacionamento aberto ou um poliamor tem tanta legitimmidade quanto o meu casamento monogâmico.

E outra, não existe uma única forma de família. Existem várias. Tem pai, mãe e crianças, tem mãe ou pai solteiros, tem dois pais ou duas mães, tem casais sem filhos, tem o Mr. Catra (kkk desculpem, não resisti). E todas elas são válidas.

E quando eu falei de respeitar a individualidade alheia, tem gente que realmente não nasceu para a monogamia. E aí, essa pessoa vale menos moralmente falando? Ela só vai valer se escrotizar com outras pessoas, mas se estiver em um relacionamento em que o parceiro saiba disso e concorde em estar com com ela, tudo bem. Ninguém é obrigado a ser monogâmico também. Para mim seria uma violência estar em um relacionamento aberto, uma vez que gosto da exclusividade sexual, então para uma pessoa assim tb deve ser uma violência estar em um relacionamento tradicional. Não vejo isso como sintoma da queda de valores da sociedade. Tem coisas muito mais sérias que fazem da sociedade podre. Projetos de cura gay e contra a heterofobia sendo votados na quarta-feira que vem por exemplo.

Unknown disse...

Vitória, eu estou curtindo ler o livro do Koselleck. Obrigado pela indicação.

Não estranhe o radicalismo de alguns comentários aqui.

Já fui chamado até estuprador em um post em que o tema era trabalho simplesmente por discordar de pontos colocados pela Lola em um post. Argumentei, coloquei referências e os dados. Nem assim me perdoaram.

Muitos aqui acreditam em um feminismo totalmente homogêneo e te execram se você contestar algo aqui.

Não deixe de ler o blog e nem deixe de participar dos comentários.

lola aronovich disse...

Pessoas queridas, eu também discordo disso que a Regina diz de que se faz menos sexo no casamento. Sei lá, acho que, de forma geral, pessoas casadas fazem mais sexo que solteiras. Os dados costumam mostrar uma frequência de duas ou três relações por semana entre casais, e duvido muito que solteiros, em média, façam sexo duas ou três vezes por semana. Mas que a frequência sexual cai à medida que o casamento vai avançando, isso não resta muita dúvida.
Sobre a monogamia, vcs não precisam fazer tanto esforço pra defender o sistema vigente. Ele não está sendo atacado, a menos que vcs considerem que mais de 50% dos casamentos terminam em divórcio. Mas não é a poligamia ou um sistema de relação aberto que leva ao divórcio, né? A Regina (e outras pessoas) só estão apontando algumas alternativas e, talvez, tendências. Segue quem quer. Eu estou acostumada com meu casamento monogâmico hiper rotineiro. Pra mim tem funcionado.

E vem cá, Dani, vc é mais um mascutroll tentando se passar por mulher, nénão?

menina solitária disse...

Lola
Peço uma ajuda sua, eu to muito em duvida do que faço.
Concordo com o texto da Regina, de que a monogamia nem sempre (a maioria) daz vezes não é natural, a fidelidade não é. Enfim, desconfio que meu namorado tem interesse em outras mulheres, pois entro no face dele e vejo algumas conversas que ele apaga, tenho a impressão que ele paquera, acontece que ele parece realmente me amor e desejar como a Regina disse que devemos se importar, eu no geral não tenho interesse em outras pessoas, e essa atitude dele me faz sofrer, estou pensando em terminar, mas não sei se termino por que eu o amo... como aceitar, ficar sem se preocupar se ele tem interesse ou não em outras? devo aceitar ou terminar (tenho medo de arrepender) emfim por favor me ajude Lola, e meninas, me descobri feminista lendo seu blog e o Cem Homens da Nadia, admiro muito vocês duas, quero saber como ter um relacionamento feliz com o meu amor me ajude meninas e Lola... Obrigada

Anônimo disse...

O q t faz sofrer melhor boicotar

Caos disse...

Adorei os comentários da Vitória, da Sabrina, da Mariana e se não me engano, do Luiz também!

=D

Anônimo disse...

Dani= troll mascu

SeekingWisdom disse...

menina solitária, apesar de eu não estar na categoria solicitada (xD), diria que é importante que vc converse com seu namorado sobre o que te incomoda. Acredito que não há boa receita pra relacionamento que não contenha sinceridade.
boa sorte, bjs
Phillipe

Cris Jolie disse...

O tal "da mulher se desvalorizando", ainda persiste.
Quem tem valor é objeto, e eu , sou um ser humano, estou muito acima disto.

Agora homem se passando por mulher , é muito escroto. É vontade demais de ser mulher, não?

Cara Valentina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
menina solitária disse...

Obrigada Phillipe
Isso que me magoa a falta de sinceridade, algumas vezes eu o questionei e ele simplesmente mente!
Acho q meu relacinamento não tem mais solução, só o termino.
Afinal eu mereço ser feliz!

Junior disse...

esse ativismo semantico é chato pra caramba

Anônimo disse...

"Concordo com o texto da Regina, de que a monogamia nem sempre (a maioria) daz vezes não é natural, a fidelidade não é. Enfim, desconfio que meu namorado tem interesse em outras mulheres, pois entro no face dele e vejo algumas conversas que ele apaga, tenho a impressão que ele paquera, acontece que ele parece realmente me amor e desejar como a Regina disse que devemos se importar, eu no geral não tenho interesse em outras pessoas, e essa atitude dele me faz sofrer, estou pensando em terminar, mas não sei se termino por que eu o amo... como aceitar, ficar sem se preocupar se ele tem interesse ou não em outras? devo aceitar ou terminar (tenho medo de arrepender) emfim por favor me ajude Lola, e meninas, me descobri feminista lendo seu blog e o Cem Homens da Nadia, admiro muito vocês duas, quero saber como ter um relacionamento feliz com o meu amor me ajude meninas e Lola... Obrigada"


1. "pois entro no face dele e vejo algumas conversas que ele apaga"

Isso é invasão de privacidade. Provavelmente ele não sabe que você está fuçando nas coisas dele. Gostaria que ele fizesse isso contigo?

2. Será que ele não procura outras mulheres porque, embora goste de você, se sinta sufocado pelo seu controladorismo (manifestado por não respeitar a privacidade dele, coisa confessada por você)?

3. Existe algum homem no mundo capaz de suprir a sua infinita carência? Carência essa de coisas que você não está dando para si mesma, como respeito por exemplo?

Para mim, você deveria sim largar do namorado e começar a namorar consigo, um tempão, até o dia em que se tratar direitinho e estar pronta para um relacionamento bom para os dois. Bjos.

Marina P disse...

Lola, eu gostei da entrevista, mas discordo de um aspecto do seu último comentário, quando você escreve que " A Regina (e outras pessoas) só estão apontando algumas alternativas e, talvez, tendências.". Eu, que já vivi um relacionamento aberto e defendo que as pessoas possam se relacionar como bem entenderem sem sofrer preconceito, tive a impressão de que a Regina é claramente da opinião que os relacionamentos abertos são melhores/mais interessantes do que os monogâmicos e não só uma outra forma de se relacionar.

Ela não diz que o casamento monogâmico é ruim, nem que ele vai deixar de existir, mas ela afirma claramente que "Ninguém deveria se preocupar se o parceiro transa ou não com outra pessoa" e que se nos sentimos amadxs e desejadxs isso é o que importa pois "o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito". Ela termina o texto dizendo, inclusive, que "Não tenho dúvida de que é uma forma bem mais inteligente de se viver.". Para mim essa frase deixa clara a posição da Regina, que não é só a de apontar novas possibilidades e tendências.

Se essa é a forma dela ver a questão, ok, tudo bem; cada um tem direito a seu ponto de vista e o dela é até bastante interessante (e está me fazendo pensar e refletir muito aqui). Ela tem todo o direito de achar que faz mais sentido ou que é melhor viver valorizando os sentimento de ser amadx e o fato de se sentir ou não desejadx e não a fidelidade em si! Mas, talvez por um preciosismo chato, acho importante que a gente não diga que ela está só apontando tendências ou novas possibilidades, simplesmente porque não é isso! Ela está, ainda que de forma bem delicada e suave, dizendo que acha que uma coisa é melhor do que a outra. Pelo menos nessa entrevista, ela está.

Talvez seja mais "tragável" para a maior parte das pessoas entender que ela só quer que existam mais possibilidades, mas acho que a gente negar que ela acha melhores as relações abertas é diminuir o ponto de vista dela. Ué, é o que ela pensa! Aliás, é o que muitas pessoas pensam! Então, não se trata só de apontar novas possibilidades, tendências, formas, etc. Se trata de achar que algo é melhor, mais bem resolvido e libertador mesmo. Se a gente concorda com ela ou não, isso é outra coisa.

Enfim... eu poderia continuar escrevendo um monte aqui, mas queria mostrar que dá pra ler a entrevista de duas formas. Uma que foi a que você propôs e também a minha e de outrxs leitorxs. Tudo isso sem falar o que eu penso sobre o assunto, só pra não botar mais lenha ainda na fogueira!

Clementine disse...

Eu acho que estão demonizando TODAS as relações monogamicas e não é assim que o mundo gira. Tá ok vc querer ter um relacionamento aberto, ser poliamor, ou qq outra coisa, pq não ter um relacionamento 'exclusivo'? Se vc gosta daquela pessoa e ela te deixa feliz em vários sentidos, pq não? Eu acho essa coisa de que uma forma de viver tá certa e as outras tão erradas bem idiotas.

Ariane disse...

Eu sou da seguinte opinião, cada um faz o que quer da vida, se quer casar, se quer ter um relacionamento aberto, se gosta de homem, de mulher ou dos dois. Isso não importa, o importante é ser feliz e não cabe a ninguém julgar

Dogmerrático disse...

Me fez lembrar Raul Seixas!rsrsrs
http://www.youtube.com/watch?v=3dIcBoVw148
Após algum tipo de epidemia, dessas que se propaga pelos fluidos corporais, se percebe algum sentido biológico na monogamia. Outros sentidos a gente pode até inventar, tais como: amor romântico, preservação patrimonial, agregação de indivíduos em núcleos familiares, preceitos religiosos, etc. Viva o novo, o látex e o KY! :D

Anônimo disse...

Pode ser culta, inteligente, viajada, contudo pessoas como a desta opinião devem viver em um mundo paralelo, onde acreditam q o ninguém é de ninguém, todo mundo é de todo mundo será a solução da realidade de homens e mulheres. Transar é bom e se gostamos com certa pessoa sempre teremos ciúmes se ela fizer com outra pessoa, assim como a mera companhia para viajar, passear, jantar, sempre vai ter aquela q vamos querer mais perto, todo dia. É muita ilusão, alienação. Devemos usar nossa racionalidade para nos comportarmos como irracionais no quesito sexo e relação afetiva? Pq simplesmente sair dando e comendo quem quiser é muito gostoso e é um erro contra nosso instinto? Me pergunto então para que temos inteligência e razão. Ñ será exatamente para tentar controlar os instintos animais? E nem são todos, algumas especies são "fiéis" ao parceiro depois que o par se junta e fazem o que a natureza de todo ANIMAL faz: gerar outro ser. Isso que me leva a outro ponto a respeito dessas cabeças modernas e futuristas. Jamais de animais do mesmo sexo sairá outro de forma natural, ou seja, estão tentando convencer, essa pessoas "avançadas", aos demais, dessas irresponsabilidades e loucuras, única e exclusivamente em nome do prazer, do oba oba e come come. Vamos ver no que vai dar essas influencias descabidas e esculhambadas.

Anônimo disse...

Eu sou contra a monogamia (pra mim), acho que não funciona e não se adéqua às minhas necessidades e do meu marido. Não chegamos ao ponto de ter um relacionamento aberto no sentido de trocar experiências extraconjugais, mas ambos preferimos não saber, não cobro onde ele está e com quem está quando não está comigo, e vice-versa.
Por outro lado respeito quem tem um relacionamento monogâmico e vive feliz assim. O que me irrita são os hipócritas de plantão que da boca pra fora dizem abominar o sexo fora do casamento mas escondido fazem também. Ou quem tem uma relação de merda, não é feliz, faz sexo com o marido/esposa pensando em outro, e ainda se acha no direito de recriminar a opção daqueles como eu.
Sou muito criticada pelos amigos, família e por todos a quem exponho meu ponto de vista, e olha que isso quando falo só na teoria, já que quase ninguém sabe das minhas (muitas) “escapadas” extraconjugais.
O que eu e meu marido sempre dizemos é: podem criticar a vontade, daqui a 50 anos vamos estar velhinhos juntos, nos amando mais a cada dia, com uma vida sexual ativa entre nós e a ausência de monogamia não terá afetado em nada nosso casamento. Muito pelo contrário, só nos fez menos hipócritas e mais sinceros um com o outro.

Parabéns pelo blog, Lola, estou aqui devorando um post atrás do outro. :-)

Mariane disse...

Ainda bem que nada dura eternamente =)