domingo, 13 de janeiro de 2013

GUEST POST: LADO A LADO, UMA NOVELA FEMINISTA

Muita gente tem me recomendado a novela Lado a Lado, exibida na Globo lá pelas seis da tarde. Minha mãe é uma dessas pessoas. Virou fã de carteirinha da novela, não perde um capítulo. Mas é complicado acompanhar uma novela, pelo menos pra mim. 
E esse horário é impossível, se bem que hoje é perfeitamente viável ver a novela toda na internet, no horário em que a gente escolher (talvez seja por isso que a audiência de Lado a Lado não esteja nada boa?). As últimas duas novelas que assisti, Amor e Revolução, no SBT, e Gabriela, na Globo, foram ótimas. E eram feministas.
Bom, a Juliana Brito, que mora no Rio, trabalha em hotelaria e tem um blog, foi uma que me enviou um email pedindo pra falar de Lado a Lado. Eu pedi pra que ela escrevesse um guest post, e ela topou. A novela realmente parece muito boa em retratar as brasileiras de um século atrás (e concordo com a Ju: impressionante como tem muito preconceito que continua igual!). 

Eu comecei a assistir a novela das seis, Lado a Lado, pelo mesmo motivo que costumo assistir as novelas de época: adoro os cenários, os figurinos, o vocabulário. Como estava desempregada quando a novela teve início, não perdia um capítulo sequer. Hoje, chego em casa do trabalho a hora que for e entro no site de emissora para ver as melhores cenas do capítulo do dia e ler o resumo dos próximos capítulos. 
Não é apenas a delicadeza e cuidado da ambientação que me encantam na novela, mas a história. Uma história de mulheres, escrita por Claudia Lage e João Ximenes Braga. Uma história feminista, que se passa no Rio no início do século passado (com muitas cenas filmadas no centro histórico de São Luís). Se não fossem os cenários, roupas e expressões utilizadas, a história poderia se passar mesmo no dias de hoje, em muitos aspectos.
Comecemos pela personagem que, na minha opinião, é a recordista em ser alvo de preconceitos. Isabel (Camila Pitanga) não é apenas mulher, é negra -- filha de ex-escravo, nascida na senzala. Desde os 14 anos, Isabel trabalha em casa de família para ajudar o pai, que a cria sozinho. Não satisfeita em ser discriminada por ser mulher e negra, Isabel engravida de um "janotinha" irresponsável e se torna mãe solteira. O pai a expulsa de casa. O ex-noivo a rejeita. O mocinho de família não assume a criança, e a mãe dele, senhora da sociedade, humilha a pobre Isabel em cada oportunidade que encontra e ainda arma para tirar o filho dela.
Depois de muito procurar e ser rejeitada, Isabel consegue emprego no teatro, conhece uma dançarina francesa e vai para Paris apresentar o samba aos europeus. Fica famosa, faz fortuna e retorna ao Brasil. Enquanto os europeus a aclamavam, os brasileiros a consideram uma cortesã de luxo. A sociedade a acusa de ter se deitado com meia Europa (de que outra forma teria conseguido tanto dinheiro?), e os jornais dizem que seu espetáculo de dança não é arte, apenas música negra sem valor. O pai alega que o dinheiro que ela enviou durante anos para o Brasil era dinheiro sujo, e promete devolvê-lo.
Laura (Marjorie Estiano), por sua vez, é tudo o que se espera de uma dama, ou de uma princesa. Nascida em berço de ouro, é branca, bonita, delicada, pequena, magrinha. O sapatinho de cristal certamente lhe caberia. Laura tem apenas um defeito ante a sociedade carioca: sua personalidade. A moça é professora, lê, pensa (sempre me lembra uma passagem do filme A Bela e a Fera, em que o bonitão da aldeia diz: "Não é direito uma mulher ler! Logo começa a ter ideias, a pensar...").
A mãe garante que só permite que Laura dê aulas como hobby, mas que marido nenhum aceitaria uma mulher que trabalhe fora. Sim, Laura estava noiva. O noivo logo volta de seus estudos em Portugal e ela se casa, assim, meio forçada, para salvar as economias da família. Aí a gente pensa que o problema terminou: o noivo, agora marido, é um fofo, super cabeça aberta, dá o maior apoio para que ela trabalhe fora, compra as brigas da moça com a mãe, é carinhoso, traz café da manhã na cama. É o próprio "esse cara", do Roberto Carlos. Até que descobre que ele engravidou uma cantora portuguesa antes de se casar.
Ele resolve trazer a criança para o Brasil, mas, por uma série de motivos, Laura acaba pedindo o divórcio. E aí começa o calvário dela. Como mulher divorciada, ela não consegue emprego, é renegada pela mãe, excluída da sociedade, impedida de entrar na igreja, mal recebida na confeitaria. Para completar, o homem que a contrata para ser sua secretária tenta estuprá-la, porque afinal, uma mulher como ela... é para isso que está aí mesmo, não é?
A cena da tentativa de estupro foi ao ar esta semana, e pode ser vista aqui e aqui. Como a novela se passa às 6 da tarde, horário que é para ser mais tranquilo, as duas amigas chegam no escritório do tal figurão a tempo de salvar Laura do estupro. Mas a mensagem está dada: mulher, e ainda mais divorciada, não merece nem tem direito a respeito. Nem à resposta.
Laura bem que pensa em denunciar o político no jornal, mas é demovida da ideia porque "um escândalo como esse" seria muito pior para ela do que para o senador. Pensa em denunciá-lo à polícia, já que há testemunhas, mas aí seria a palavra de um homem -- e importante, senador da república --, agredido em seu escritório (Isabel o acerta com um peso de papel, fazendo-o desmaiar, para que Laura possa fugir), contra a palavra de uma divorciada, uma bailarina e uma solteirona.
O próprio delegado de polícia diz que prefere não mexer no assunto, já que ela é uma mulher divorciada, e a coisa pode não ter sido bem do jeito que ela conta... Não se pode dar muito crédito à palavra de uma divorciada (mesmo que ela seja amiga de infância da sua filha). Nos capítulos seguintes, Laura ainda tem que enfrentar a esposa do sujeito, que a acusa de insinuar-se para o marido e ser sua amante.
A única coisa que lava um pouquinho a alma da gente são as bofetadas que o (ex)marido de Laura, indignado, dá no senador. Mas só um pouquinho, né? Porque o que a gente queria mesmo era ver o abominável ser do pântano ser punido pela lei. Mas aí nem cem anos depois...
Felizmente, nossas heroínas conseguem encontrar bons (embora imperfeitos) homens para compartilhar a vida. São homens de boa índole, de bom coração. Infelizmente, isso não é suficiente para lhes garantir "a sorte de um amor tranquilo".
O Zé Maria (Lázaro Ramos) de Isabel, é bom, trabalhador, honesto. Mas machista até o último fio de cabelo. O amor que ele sente por Isabel é tão grande que ele bem que tenta vencer seus próprios preconceitos, mas é difícil. Primeiro eles terminam porque ela está grávida de outro (ele até consegue perdoá-la por dormir com outro, já que ele foi preso no dia do casamento, e ela achou que tinha sido abandonada no altar, mas não é capaz de ficar com ela e ajudar a criar o filho de um terceiro), depois porque ela virou bailarina, e isso é coisa de mulher da vida.
Como ela explica que não é bem por aí e jura que não vai mais dançar, ele volta, mas não para nunca de se lamentar porque ela agora é rica, e ele não tem dinheiro para bancar a vida que ela leva. E imagina o que iam dizer dele -- e dela -- se ele casa com uma mulher pra ser sustentado por ela! Mas ele volta, vez por outra, pra namorar. E quando, depois de muita insistência, assiste ao espetáculo de dança da moça, percebe o quanto aquilo é lindo, e como ela é o máximo, e como ele não é nada perto dela... e termina de vez o relacionamento. Aí a gente até acha bonitinho porque, pelo menos, ele reconhece o valor da moça, mas esse papo de não sou bom o bastante pra você é bem chato.
Por último, mas não menos importante, temos Edgar (Thiago Fragoso), o (ex)marido da Laura. O cara é um lorde, como eu já disse, mas ele não entende nada! Ele não entende porque Laura não conseguiu conviver com a mãe sacripanta da filha dele infernizando, não entende porque ela pediu o divórcio, depois não entende porque ela quer trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro em vez de simplesmente voltar pra ele, e não entende porque ela inventa de querer ser respeitada por suas próprias conquistas, em vez de aceitar a proteção que ele e o status de casada podem lhe dar. É tão óbvio para todo mundo que está à volta dos dois, mas pra ele a ficha não cai, de jeito nenhum!
Quando o amigo lhe conta que Laura foi destratada na mesma confeitaria em que os dois estão tomando um café, e onde ele é muito bem recebido pelo maître, ele responde: tá vendo, ela não precisava passar por nada disso, se estivesse comigo... O amigo perde a paciência e responde: "Não, Edgar, tá errado, o maître é que devia tê-la tratado tão bem quanto tratou você!" E ontem passou uma cena que soa familiar: Edgar responsabiliza Laura pelos abusos que ela sofreu.
Da mesma forma, na novela também tem o pai orgulhoso, que sofre por não ter a filha por perto, mas não dá a o braço a torcer por mero orgulho, por achar que ela se "desencaminhou" na vida. Tem o pai que não renega, mas também não aceita manter relações em público com a filha divorciada, para não manchar sua reputação de senador. Tem o playboyzinho que engravida a mulata bonita e foge da responsabilidade, e tem sua turma de rapazes, que saem pelas ruas cantando as mulheres e fazendo apostas com elas. Tem o jornalista mente aberta que, no entanto, não admite a ideia de uma mulher trabalhando em seu jornal e, claro, tem o senador abominável que contrata a secretária pensando apenas em levá-la para a cama.
Tem de tudo. São tramas realistas e, muitas vezes, ainda atuais. Eu tenho gostado muito de acompanhar a novela, ainda que de um jeito meio torto -- uma cena aqui, um resumo acolá --, e de refletir sobre muitos temas. E, de quebra, me delicio com o capricho dos figurinistas e cenógrafos.
Lado a Lado é a prova de que a televisão pode, sim, produzir boas atrações, e não apenas os lixos que a gente assiste por inércia todos os dias.

114 comentários:

ViniciusMendes disse...

Essa novela tá foda! Pena que o horário é bem ruinzinho mesmo!

Cássia disse...

No site, não estão apenas as melhores cenas, mas todas as cenas de cada capítulo. Eu acompanho a novela inteira pelo site, mesmo não sendo assinante da Globo.com. O horário ruim não impede de assistir, eu não vejo um único capítulo pela TV. Eu estava esperando mesmo pelo momento de ver a novela sendo comentada aqui. Ela é excelente em mil sentidos. Estava na hora de uma novela assim...

Mihaelo disse...

Laura jamais poderia pedir divórcio,pois na época não existia.No Brasil só foi criado em 1977.Laura na verdade é uma desquitada, o que era algo muito ruim para a mulher e tornava a sua vida um inferno completo!!!!!

Unknown disse...

Gente, eu ia pedir um post desses assim que acabasse a semana do inferno da faculdade :~) é muito linda, a novela. E as minhas partes preferidas são os discursos que elas dão quando dão de cara com um acontecimento bem machista - como o da Laura, ontem, respondendo à mulher do senador. Eu tenho até no celular um da Isabel falando pro Zé Maria que o corpo é dela!

Minha única tristeza é pensar que, se fosse atual, a novela talvez não pudesse ser passada. A Globo não é lá muito conhecida por ser revolucionária, né? Por isso que eu aplaudo "de pé" xs autorxs, por estarem conseguindo inserir questões tão atuais e, ao mesmo tempo, tão históricas e antigas, numa novela que quem tem condições de assistir, não perde. <3 puro amor.

Anônimo disse...

Essa novela é maravilhosa. Ontem mesmo teve um diálogo sobre o ataque que Laura sofreu, algo do tipo:

"Alguém (esqueci quem): - Mas vc fica se expondo trabalhando como mulher divorciada..
Laura: - Mas ELE (o senador) é que deveria saber que não deve sair atacando mulheres na rua, sejam elas solteiras, casadas, divorciadas.."

Bem o que acontece hoje em dia, a cultura de colocar mesmo que indiretamente a culpa na mulher que é estuprada nas roupas que ela usa, na forma que ela anda... ou simplesmente por estar na rua em um lugar e horário considerados não apropriados. Culpar o estuprador que NÃO PODE atacar mulher nenhuma, mesmo que ela esteja pelada na rua à noite, muitos esquecem.

Mari Andrade disse...

Adoro essa novela! Só comecei a assistir por que no horário que ela começa estou no fretado voltando pra casa, e acho que por preguiça (pelo menos no início) ninguém trocava o canal. Agora ninguém troca por que gosta, o ônibus inteiro fica quieto pra assistir!

Anônimo disse...

Estou adorando a novela, o cenário, a trilha sonora (gente, tem Cartola!) e, como sou ociosa, assisto feliz da vida quando dá na telha. Vi, acredito, que todas as cenas comentadas e posso interferir um pouquinho? Edgar culpou a ex-esposa pelo que estava acontecendo com ela, mas logo em seguida se contrariou dizendo que não era culpa dela. Ele é um homem com mente aberta, mas sofre a influência da sociedade em que vive. A sogra dele (mãe de Laura) também. É orgulhosa, toda cheia de pompa e status, mas ama a filha e em um diálogo que teve com ela, no episódio de ontem, mostrou isso. Ela sabe o que a sociedade pensa e tem de se manter à altura, sabe que a filha não pode ser desrespeitada só por ser divorciada, mas tem de se pôr contra ela às vistas de todos. É uma mulher esclarecida (e chata, irritante, malvadona também)subordinada à sociedade.

nando disse...

A novela é muito interessante,mostra uma realidade vivida no seculo passado,mas tão real nos dias de hoje,o preconceito racial,a discriminação contra a mulher,uma sociedade machista,educação e saúde digna, só pros mais poderosos,os políticos continuam com as suas imunidades,realmente avançamos muito pouco infelizmente,mas graças essas lutadores as coisa estão um pouco melhor.Parabéns aos autores,um pouco de lucidez na tv,até a trilha sonora valoriza a nossa música de raiz.

Anônimo disse...

Vendo a novela ontem pensei: "aposto que amanhã a lola vai fazer um post sobre ela" e bem... aqui está haha.

Anônimo disse...

Amor e Revolução? Para com isso. Aquela novela era uma chanchada. Diálogos ruins, produção péssima. Fora a abordagem glamourizada da esquerda - o número de personagens que viraram comunistas foi tão grande que o mais desavisado duvidaria da existência de uma repressão. Horrível.

Cíntia Nogueira (cintiana2) disse...

Gostei bastante do texto, e concordo em vários pontos. Mas acho que a análise de Zé Maria e Edgar foi um pouco dura, meio que generalizando as motivações dos dois como puro machismo, e para mim não é só isso. No caso de Zé, ele é sim muito machista,mas há também a questão da dignidade, e honra, ele não se sentia bem consigo mesmo pois não tinha dinheiro nem para comprar comida e pagar o bonde, e não sendo gigolô, se sentia um caco por não poder levar a vida por si mesmo, ainda mais considerando a boa situação da Isabel. Ele precisava resolver a sua situação e ter orgulho de si mesmo antes de montar a vida com Isabel (uma situação similar de Laura). Respeitos essas motivações. Já no caso de Edgar ele tem ranços machistas, mas acho que ate entende alguns pontos como o de Laura trabalhar, e precisar se auto-afirmar e ter vida propria. O problema é que ele já ficou anos separado do amor da sua vida, vivendo numa casa triste sem a esposa, e tem seus anseios, suas vontades, quer ter uma vida normal e formar uma família o mais rápido possível com ela. Ele não sente que a mulher o acha importante. E nesse ponto esta desiludido. Não é puro machismo, tem sentimentos mais profundos em voga. Outra tb não acho que ele culpa Laura pelo ataque, ate se repudia quando chega a insinuar isso, e ficou furioso e com asco do senador tarado dando umas belas porradas nele. È mais aquela coisa, ele é protetor e queria Laura ao seu Lado para protegê-la desse mundo que a humilha, talvez não veja que é uma forma de opressão, suas intenções são boas pois o mundo está contra ela e ele não a quer ver humilhada e agredida. No fundo as separações dos casais são muito mais por falta de boas conversas entre eles, equivocos, ma compreensão das coisas, armadilhas do destino, problemas na vida, insegurança dos personagens ou coisas do tipo. Do que apenas uma luta simples entre machismo versus feminismo (claro que há facetas dessa luta, mas não é só isso).

Anônimo disse...

Essa novela deveria passar no horário das 21 hs. Ela é boa de+ para um horário tão ingrato quanto o das 18 hs.

Andrea disse...

São tantas novelas ruins, que quando aparece uma boa, fica até meio perdida no bolo. Eu não tenho tv há algum tempo e só acompanho o que as pessoas estão assistindo quando passo perto de uma ligada, e nunca mais que 15 minutos.

Me lembrou um pouco aquela novela da Record, Essas Mulheres (?), alguém lembra? Eu gostei bastante na época.

Cética disse...

Não acompanho a novela, mas já ouvi vários elogios,triste é saber,como a própria autora do guest diz,o quanto ela é atual.

Fico cabrera pq,dessas emissoras se pode esperar tudo,e se numa pesquisa de opinião,a direção constatar que a trama não tá agradando ou que tal personagem angariou a antipatia do público,eles mudam o rumo das coisas rapidinho,ai a hist deixa de ser feminista e vira mais do mesmo.

Anônimo disse...

'O amor que ele sente por Isabel é tão grande que ele bem que tenta vencer seus próprios preconceitos, mas é difícil. Primeiro eles terminam porque ela está grávida de outro"
-
puxa vida mas que bobagem ne ?

Anônimo disse...

Quando um homem me diz, " que não e bom o bastante para mim" eu concordo !

Paula disse...

muito oportuno esse post!

moro na Alemanha e, depois de ler tantos elogios a respeito dessa novela, comecei ontem a assitir desde o primeiro capítulo

uma palavra: fantástica!

boa narrativa, informativa, crítica, com boa estória, não apelativa, com personagens complexas e faz a gente ver bem a semente que foi plantada lá trás, e que nós estamos hoje colhendo od frutos...

viciei no trem... to assistindo a um capitulo atrás do outro..
às vezes a Globo até exibe alguma coisa que valha a pena :)

Anônimo disse...

Que falta fazem aqueles tempos...

Maressa disse...

Também acompanho a novela de maneira meio torta, apesar de gostar muito dela.

A crítica que faço à novela é a mesma do meu comentário no post do Blogueiras Feministas: a personagem ânsia da Catarina em prejudicar a Laura é, pra mim, o velho lugar comum da TV e do cinema que tenta vender a imagem das mulheres como amantes de picuinhas. O divórcio da Laura só vem à tona por causa de uma picuinha da Catarina, ou seja, o velho lugar comum da "inveja feminina".

Não sei se eu estou meio ranzinza, Lola. Mas pra mim a novela desliza com algumas personagens femininas.

Anônimo disse...

Parece que a novela adota várias "licenças poéticas"... não existia divórcio no início do século passado...

Elaine Cris disse...

Tenho um tio que é machista ao cubo que está assistindo essa novela e gostando bastante.
Fico na esperança de, quem sabe, algumas coisinhas naquela cabecinha fechada se abrirem um pouco...

Kauana Costa disse...

é verdade.... essa novela me parece ser muito boa, pois eu só acompanho os resumos dos capitulos no ônibus... e mesmo assim, nem sempre... gostaria de poder acompanhar, já que dificilmente eu assisto novela, a última que assisti foi "Amor e Revolução". Enfim... se ela passasse em outro horário... eu poderia acompanhar...

jacmila disse...

Sorry, não tenho mais paciência pra novela, até mesmo se for feminista. E doeu meus ouvidos a musiqueta do RC "esse cara" e deixei um comentário mal humorado no youtube, sorry...

Layana disse...

Adoro este tipo de novela também. é uma pena que o povo seja mais como o Edgar: assistem, mas não refletem, quando ouço alguém comentando, falam como se as situações não continuassem acontecendo hoje. Parece que no Brasil só existe preconceito quando este é dito em alto e bom som como na novela.

Anelise disse...

Pra quem tem dúvidas a respeito do divórcio que aparece entre os personagens Laura e Edgar, tem um exto no próprio site da novela, escrito por duas historiadoras, que diz assim: "(...)Por força do Decreto 181, os casais tinham direito ao divórcio, mas a indissolubilidade do matrimônio foi mantida, ou seja, o divórcio no período de Lado a Lado permitia apenas a separação de corpos e bens do casal. O termo divórcio foi substituído por desquite, em 1916, quando foi aprovado o Código Civil Brasileiro.

O drama de Laura e Edgar irá mostrar a situação vivida por milhares de casais brasileiros, que ao se separar não podiam reconstruir legalmente a sua vida afetiva e familiar em outros relacionamentos. Com destaque para a situação da mulher separada que era ainda mais difícil que a dos homens. O modelo a ser seguido pelas mulheres, que não precisavam trabalhar fora, era o da dona de casa perfeita, cujo dever era cuidar do marido e dos filhos.(...)"

Link: http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/Fique-por-dentro/naquele-tempo/noticia/2012/11/naquele-tempo-entenda-como-laura-e-edgar-podem-se-divorciar-em-1904.html

Patty Kirsche disse...

Eu não vejo novela, mas li nesse link (http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/o-que-esta-por-tras-da-crise-nas-novelas-da-globo) que essa novela não tem feito muito sucesso por tratar de "temas pesados" como escravidão e preconceito contra a mulher. Falei com minha mãe sobre isso, pois ela adora essa novela. Ela me falou que o pessoal não está assistindo tanto porque é alienado mesmo e prefere viver na escuridão.

Anônimo disse...

Eu também adoro essa novela! A Laura e a Isabel são tão feministas que tenho vontade de chorar de emoção com algumas coisas que elas falam... :)

A cena da Laura na confeitaria, falando que ela não precisa ter um homem ao lado para ter dignidade, foi ótima.

Ao mesmo tempo, eu fico triste em saber que os mesmos problemas que as mulheres enfrentavam no século passado, a gente ainda tem que enfrentar hoje. É claro que a situação melhorou, mas as vezes dá uma desesperança...

Vou sentir muita falta dessa novela quando ela acabar, a maioria das produções da Globo são extremamente machistas (vide "Guerra dos Sexos" e "Salve Jorge", que são um horror)!

Viviane disse...

Adoro a novela, tem uma excelente história, é leve, bons atores e principalmente, amo o casal Laura e Edgar, pois, estes tem tanta química juntos que até parece um casal de verdade.

Unknown disse...

Já tentei acompanhar essa novela,mas achei muito clichê.O amor estilo "gato e rato" de Laura e Edgar é um porre.Mas,sinceramente duas coisas me inomodaram,a escolhe de Camila Pitanga,ela não é negra,segndo as manifestações preconceituosas contra Lázaro Ramos.O personagem é forte,determinado,e caráter mas rejeitado por ãoseguir o padrão de beleza quea mídia impoe.Triste saber que as pessoas são avaliadas pela beleza física.

Antonio disse...

Comecei a saber mais ou menos da história dessa novela pois minha namorada assiste. Realmente eu não acompanho, mas já conversei com ela sobre a história e tal, e queria comentar minha opinião. Sei que a maioria não vai concordar, mas realmente é o que penso, é assim que sou.

A questão da Isabel, de ter ficado com outro cara e engravidado de outro... eu acho que o ex namorado dela (esqueci o nome) não tem que aceitá-la mesmo. Vcs acham isso insignificante???? Eu jamais aceitaria essa situação. Não importa se vc gostava da pessoa,,, mas é uma questão de ser humilhado como homem, saber que sua mulher ficou com outro, engravidou de outro, e ainda assim voltar pra ela e aceitar com filho e tudo? Me desculpem, mas eu não acho isso exigível do cara. Eu nunca aceitaria isso.

Anônimo disse...

Estou assistindo a novela pelo site da Globo (o horario eh horrivel mesmo). Assisti todos os capitulos e gosto bastante. O Edgar eh o mocinho da historia, bonito, apaixonado, ate mesmo compreensivo. Mas teve uma situacao que nao gostei. Ele chega na casa da Catarina (sua ex-amante e mae da sua filha) e encontra um prendedor de gravatas. Ele fica furioso, recrimina, xinga a Catarina porque nao quer que ela leve homens para a casa onde sua filha mora e que ele sustenta. Isso depois da Laura ter passado a noite com ele (eles ja estavam separados) e a filha chegar de manha e ver o casal junto. E o Edgar ja tinha pedido a Catarina em diversas outras vezes para ser discreta em seus relacionamentos amorosos. Entendo o contexto da epoca, mas entao o homem pode dormir com uma mulher em sua casa, mas a mulher nao pode? Acho que os autores se perderam um pouco ai. Tem algumas cenas que nao combinam bem com o contexto feminista, mas sao para fazer a audiencia odiar a Catarina (que eh a vila da historia). Ai eu fico pensando que querendo ou nao, ate mesmo a sociedade atual nao permite que uma mulher solteira leve homens para sua casa se ela for mae Outra coisa engracada eh que o publico nao engole muito bem alguns personagens negros. Eu acompanho o blog da Patricia Kogut porque realmente gosto da novela e fico lendo o que vai acontecer. E varias pessoas escreveram reclamando que o Ze Maria nunca poderia trabalhar no jornal como administrador porque ele nao tem estudo. Os autores deram uma otima explicacao, mas eh incrivel como a sociedade recrimina.

buca disse...

Sempre gostei muito de novelas, e prefiro aquelas que abordem assuntos que nos façam pensar, mas não acho que necessariamente esse seja o papel delas, afinal tem horas que tudo o que queremos é chegar em casa, ligar a TV e descansar um pouco o cérebro.

Lado a lado, entretanto, levanta pontos polêmicos de uma forma leve. Estou gostando muito.

Na história (sou historiadora), nós sempre discutimos que qualquer produção que se diga de época, tem, na verdade, muito mais a ver com o tempo em que foi produzida do que com o período que busca retratar. Acho que esse tema preconceito (seja em relação aos afrodescendentes, seja em relação às mulheres) é muito atual. Talvez também por isso a anacronismo em chamar a Laura de divorciada (como alguém já apontou aqui nos comentários, a Lei do Divórcio só foi aprovada no Brasil em 1977 - e isso depois de muita briga com Igreja Católica "fim da família brasileira").

Valéria Fernandes disse...

Para quem disse que não havia divórcio em 1906, duas historiadoras, consultoras da novela, explicam: http://glo.bo/V7ckZo (*site da Globo*). Eu também pensava que o termo era desquite, mas elas explicaram muito bem.

Quanto às liberdades, a novela toma muitas, há incoerências grandes, também, começando pelo belíssimo figurino de Isabel na segunda fase. é lindo, mas não é de época.

Eu escrevi três textos sobre Lado a Lado no meu site. Como analisei a novela com prós e contras, me chamaram até de machista, porque acredito, sim, que Laura seja uma personagem infantil e mimada, ainda mais na época retratada. Já Isabel, deu uma equilibrada. Queriam que eu ficasse do lado delas - sem crítica, sem reflexão, só palmas - e contra Edgar e Zé Maria. Não consigo. O aborrecimento foi tanto, que nem voltei a escrever. Virei machista e fanática religiosa.

O que continua me incomodando muito é que muita gente torce pelo Albertinho, como se os autores da novela estivessem fazendo tudo para que ele não se redimisse. Na verdade, acusam a autora de conspirar... É comum em vários fóruns as pessoas se rasgarem de amores por ele, dizendo que não há química entre Camila Pitanga e Lázaro Ramos. O que eu vejo nessa postura é racismo descarado, já que duvido que a tolerância com Albertinho fosse tão grande se ele não fosse, jovem, lindo, rico e BRANCO. Ah, sim, escrever isso me tornou uma pessoa sem coração que não acredita em redenção.

Mas a cena da tentativa de estupro e os diálogos a seguir foram primorosos. Dez à zero na cena polêmica do estupro de Jéssica (Carolina Dieckmann) em Salve Jorge.

lola aronovich disse...

Valéria querida, vc, como historiadora, noveleira e feminista, deve ter excelentes análises sobre a novela. Por favor, deixe os links dos seus três posts aqui.


Gente, muito bons os comentários! Estou aprendendo muito. Interessante saber mais sobre a história do divórcio. Eu me lembro vagamente de quando a lei do divórcio foi finalmente aprovada no Brasil, em 1977. Até então o termo "desquite" era mais usado. E "mulher desquitada" era quase um insulto! Em 77... 70 anos depois de quando se passa Lado a Lado!

Ane disse...

Lola, sua linda, comentei no twitter esses dias com vc da novela.
Assisto ela desde o primeiro capitulo, sou historiadora e estou adorando todo o conjunto da novela. Desde as discussões até a trilha sonora.

É claro, tem muitas ressalvas, muita coisa que dá pra relevar por ser uma novela da globo, vai fazer o que, e a relaçao entra Laura e a cantora que, logico, ainda mostra competição entra mulheres. MAS, temos que ver o lado bom, tem MUITA discussão útil...quando eu penso que as polemicas vao parar elas só continuam e os autores não estão enrolando a história!

Tá tudo lindo pra mim e me dá preguiça gente que vem "ai novela , vc assisti", temos que filtrar na hora de assistir!

bjos!

Lanna Pat disse...

Essa novela também me agradou bastante pelo cunho feminista da trama. Gosto particularmente das cenas que vão contra a falsa ideia de que não existe amizade verdadeira entre mulheres, mostrando que Laura e Isabel, apesar das adversidades da vida, sempre podem contar com o apoio incondicional uma da outra. Há lealdade, confiança e respeito na relação delas, e não disputas. Acho isso muito enriquecedor para a trama. Outras relações de amizade também entre Laura e Sandra, Isabel e Diva.

Ane disse...

outra coisa bacana é ver as reações aqui em casa: muitas vezes minha mãe e minhas irmãs criticam a Laura, dizendo que ela foi boba, largar o marido, querer trabalhar, que o que aconteceu é culpa dela...e eu só ria e dizia q elas nao estavam entendendo a mensagem e tudo mais! faz pensar sim, mas os pre-conceitos e o machismo tão aí ainda, infelizmente.

Valéria Fernandes disse...

Como você pediu, Lola, aqui os três links: http://bit.ly/RalOlw (1), http://bit.ly/TJYguf (2) e http://bit.ly/SzJrIx (3).

Anônimo disse...

Vale lembrar que a novela não levanta a bandeira apenas do feminismo, mas também do racismo, como é óbvio, da desigualdade social e de outros temas como a hipocrisia da sociedade. Os mais desligados vão achar que tudo se resume e se refere ao mundo de 1910, mas não. Os autores estão criticando deslavadamente a sociedade de HOJE. LINDO.

L disse...

Eu tô encantada pela novela. Nessa última semana ela transbordou mais feminismo ainda.

Anônimo disse...

Ontem passou uma cena q achei o máximo: a Laura não pôde entrar na confeitaria e não abaixou a cabeça,pelo contrário, falou poucas e boas pra mãe e pra esposa do governador, e ainda disse q era ela q não queria mais estar naquele lugar! Enquanto assistia só conseguia imaginar um post de Lola.

Não gosto de novelas e as personagens femininas me irritam porque elas não tem personalidade,e algumas nem caráter.As personagens boas são pessoas boas,não bobas e as más são necessárias pq a vida é assim rs. Não sabia,mas tinha quase certeza q uma história dessas só podia ter uma autora,é impressionante como os autores não conseguem representar as mulheres de uma forma legal. Álias,nada nas novelas é bem representado.
Lado a Lado é uma exceção porque a ambientação é ótima e a,digamos assim, atmosfera da época é exatamente como eu imaginava pelos livros. Adoro o "clima" do teatro e o do jornal.

A favela é retratada em sua origem,mostrando o porquê de lá ter tantos negros. Pra mim, há uma forte crítica contra o racismo(prncipalmt aquele discurso de q o preconceito é social).

É a novela mais inovadora e completa q já assisti e qualquer pessoa "minimamente feminista" iria adorar. Aí só escuto e leio comentários criticando o quanto ela é enfadonha e sem sal... É uma pena!

Anônimo disse...

Anon das 16:12:

"A questão da Isabel, de ter ficado com outro cara e engravidado de outro... eu acho que o ex namorado dela (esqueci o nome) não tem que aceitá-la mesmo. Vcs acham isso insignificante???? Eu jamais aceitaria essa situação. Não importa se vc gostava da pessoa,,, mas é uma questão de ser humilhado como homem, saber que sua mulher ficou com outro, engravidou de outro, e ainda assim voltar pra ela e aceitar com filho e tudo? Me desculpem, mas eu não acho isso exigível do cara. Eu nunca aceitaria isso."

Por que você acha que um homem é humilhado ao saber que "sua" mulher ficou com outro e engravidou dele?

Você é tão inseguro assim?

Conheço vários homens que são padrastos e pais adotivos maravilhosos.

Magalli Sampaio disse...

Estamos em sintonia! Estava, essa semana, vendo essa novela. Nunca tinha parado pra observar, mas também fiquei encantada com o capítulo que eu vi, o que a personagem da Márjorie Estiano fala umas verdades na confeitaria. Me encanta a personagem da Camila Pitanga que mesmo sofrendo com os esteriótipos consegue dar a volta por cima e ser uma mulher forte e independente. Dá gosto de ver uma novela dessa, pena que o horário não ajude, né?
O que eu lamento é ver que muitos preconceitos daquela época ainda existam hoje. Mas, quem sabe, com novelas assim as pessoas evoluam.
Um abraço.

Anônimo disse...

"Conheço vários homens que são padrastos e pais adotivos maravilhosos."
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Esses caras são os palhaços da evolução. Só espero que a incapacidade deles em passar seus próprios genes adiante os façam sumir com o tempo.

isabella k. disse...

eu amei a novela desde o primeiro capítulo e só conseguia pensar em como ela conseguia contextualizar todos os problemas do passado pra criticar o presente de maneira fabulosa.

mas aí, a gente vê o público menos crítico com comentários do tipo ''mas olha só, essa novela mostra como o mundo melhorou muito desde essa época, isso jamais aconteceria hoje em dia.'' e fica apenas chatiada pq né, ao invés de combater todas as heranças dessa época que ainda existem na nossa sociedade, acabam só as validando como uma ''melhoria muito grande, não podemos reclamar hoje''.

e sem dúvidas é uma produção que merecia muito mais destaque que qualquer uma das novelas do horário nobre nos últimos tempos.

isabella k. disse...

"Esses caras são os palhaços da evolução. Só espero que a incapacidade deles em passar seus próprios genes adiante os façam sumir com o tempo."


HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHAHAHAHAHAHAHUAUAUAUHUAHUAHUAHUAAHUAAHHAUHAHAUAHUAUHAUAHUHAUAHUHAUAAUUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHUHUAHUAHUAHUHAUHUAHUAHAUHAUHAUAHUAHUAHUAHUAHUHUAHAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUAHUHAUAAHUAHAHUAHUAUAHUAHUAHUAHUAHAUHAUH
DESCULPA, NÃO CONSIGO RESISTIR

lola aronovich disse...

Esse último anônimo aí é um mascu detected. Mascus são tão cheios de empatia, principalmente com crianças, que chamam filhos criados por outro homem que não seja o progenitor de EAA -- Esporrada Alheia Ambulante. Eles não odeiam apenas mães solteiras (nessa categoria entra qualquer mulher que não crie o filho com um homem, seja ela viúva, separada, solteira), mas os filhos dessas mães e qualquer homem capaz de namorar uma dessas mães. Eles chamam esses homens de CSP (Capitão Salva Putas). Interessante que isso vem de um movimento que se diz A FAVOR dos homens...
E é lindo, né? Porque eles também são contra a adoção. E contra o aborto. É muita hipocrisia.
A ironia é ver cara que prega o marriage strike e que não pega ninguém falando em sumir com o tempo por não conseguir passar os genes adiante...
YOU RULE, MASCUS!

Sara disse...

Eu tive um padrasto maravilhoso, q cuidou não só de mim como de minha irmã com todo carinho de pai, e teve varios filhos, q eu espero q seua genes se revelem em seus decendentes.
Quanto a vc ANON 19.46 E O OUTRO PALHAÇO DAS 16.02HS espero que vão desse mundo sem deixar nenhum, vcs envergonham a raça humana.

Júlio disse...

Não sustento pirralho que não é meu, de jeito nenhum! Que se fodam esses desperdícios de ar.

Ronaldo disse...

Anônimo das 19:46, eu duvido que o objetivo de vida da maioria dos homens seja "passar seus genes adiante". Mais importante do que espalhar a sementinha é arranjar uma boa família, para não envelhecer sozinho, o que provavelmente vai acontecer com você se manter essa mentalidade deturpada.

suelen disse...

posso estar errada mas vcs aqui passam a impressão que a mulher n deve tentar se proteger de estupradores e de outras coisas tb.

o que eu quero dizer é que,como todos acham que quem deveria saber que n deve se estuprar uma mulher são os homens(o que é verdade),nós n devemos fazer nada pra nos proteger.

então,nós devemos encher a cara numa festa onde tem estranhos ,sem nenhuma preocupação pq os homens que tem que tomar vergonha na cara e saber o que é certo e o que é errado.

tirar fotos nua e largar na internet confiando no bom coração dos outros,como fez a carolina dieckman e a outra menina aqui,que eu não lembro o nome agora.

infelizmente não é assim,o mundo não é uma mar de rosas,então a gente não pode ficar dando mole.
tem problemas que a gente pode tentar evitar sim.

Dan disse...

Personagens femininas que representam a perfeição e personagens masculinos que, como o texto faz questão de destacar, são seres imperfeitos. A cena em que Edgar defenda Laura dos comentários depreciativos Constância, que foi ao ar essa semana? Hummmm... Talvez tenha passado batido. E o texto termina "mostrando" toda a negatividade dos personagens masculinos, perdidos no meio da novela das mulheres-deusas.

Preconceito de gênero? Não, imagina!

Não entendo a motivação que faz com que a Lola tome (somente e tão) esses deliquentes que ela adora chamar de "mascu" como exemplo do que é o masculinismo. Essas definições e siglas, essas teorias, esses Lobos dos Cavaleiros do Cruzado da Real de Não Sei Mais Quem... Nada disso tem a ver com masculinismo. E Lola sabe disso!

Seria como etrair conteúdo de um site misândrico e dizer que isso é feminismo. É desonesto, é antiético, é amoral!

Acho realmente uma pena, na condição de formador de opinião, proceda dessa forma.

Anônimo disse...

"Mas,sinceramente duas coisas me inomodaram,a escolhe de Camila Pitanga,ela não é negra"
Como assim? Ela é filha do ator Antônio Pitanga, que é negro! Inclusive ela já declarou em entrevista que as pessoas, em geral, acham absurdo ela se dizer negra, pois ela "é tão bonita"... Desculpem-me, mas chamar Camila Pitanga de morena é pelo mesmo motivo de muita gente Brasil afora: racismo puro!

Anônimo disse...

Victoria Berger, como assim Camila Pitanga não é negra? ela é o que então, branca? MULATA?
ela mesma se assume negra. por favor, né, sem noção isso.

Julia disse...

Gente, a Catarina tem picuinha com a Laura, mas o Fernando também tem com o Edgard. Não é como se a novela só mostrasse as mulheres como invejosas e maquiavélicas.

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O Zé Maria confessou para a Isabel que não ficou com ela mesmo grávida de outro porque não suportaria os comentários, ou seja, o machismo alheio. Ela engravidou quando eles estavam SEPARADOS. Ela não traiu ele. Eu não acho que ele tinha que ficar com ela, o problema é que ele confessou que QUERIA ficar com ela mesmo grávida de outro, mas não tinha coragem.

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Edgard não é como o cara da música do Roberto Carlos, que é a descrição de um machista controlador. Eu acho que o Edgard é o mais próximo de um homem feminista em 1910. Não sei se estou mal informada..

Julia disse...

O que esse Júlio está falando aí? Que todas as crianças que não são filhos dele são desperdício de ar?

Uma pessoa dessa tinha que estar num manicômio, né?

E o outro que julga os genes dele muito especiais deveria estar lá também fazendo companhia pra ele.

Julia disse...

OFF TOPIC
Vendo agora na tv 4 mulheres do Femem fazendo manifestação em frente ao Vaticano mandando o Papa calar a boca sobre adoção de crianças por casais gays.. Tem como não amar?

Antonio disse...

Uma coisa é vc adotar uma criança. É uma atitude bela e humana, que merece aplausos.

O que eu disse no meu comentário inicial foi quanto à situação de vc ter um relacionamento com uma mulher, por algum motivo se separar, e nesse meio tempo ela deu pra outro(s) e engravidou de outro, e depois vc volta pra mulher, como se nada tivesse acontecido, aceitando tudo como um corninho manso. Foi isso que eu disse que não aceitaria, e não aceito mesmo, não acho certo nem normal para um homem. Se isso faz de mim machista, ou mascu, como vcs dizem.. paciência.

Anônimo disse...

Júlio disse...
Não sustento pirralho que não é meu, de jeito nenhum! Que se fodam esses desperdícios de ar.


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Engraçado, gente que pensa como vc é quem normalmente não SE sustenta e nem aos filhos que põe no mundo. Desperdício de ar é tu.

Anônimo disse...

Esse negocio de homens passar genes... isso é historia furada da propriedade privada patriarcal.O medo que fez conter mais as mulheres sexualmente,mas quem diz q conseguiu conte-las totalmente?
Homem passar gene tem sim a probabilidade de passar alguma vez na vida.Uma parcela de homens,a outra nao,tudo vai depender da mulher,interessante notar,tudo passa pela mulher.A mulher é a unica que sabe da verdade se esse filho é teu(ou nao).Nao interessa esse negocio de ter mulher virgem,isso nao diz nada sobre certeza dos genes repassados.

Meu pai pode nao ser meu pai.So minha mae ta com a palavra,seja verdade,mentira ou incerteza so ela sabe.A cara dela passa confiança mas quem vai saber...

e é muita idiotice essas pseudo pesquisa,a ultima q vi era da China sobre casal de pessoas parecidas pra homem q forma casal ter certeza q tem filho.Biologicamente falando mais chance de homem promiscuo ter filho,so chance pq ter um filho na vida nao é certeza,a concorrência com outros machos, sabe.Alem também de como vai saber q é dele mesmo,aonde está esse filho(principalmente de mães incertas)?A natureza é assim.Quando ouço essa ladainha homens sao promiscuos pra fecundar varias femeas mas mulheres nao.É de rir de tamanha acefalia amebatica.

Anônimo disse...

o poder unicamente das mulheres de serem as que tem certeza quem é quem de sua prole se tornando algo secundário dentro do patriarcado que faz delas apenas perpetuadoras de homens com propriedades privadas.Essa coisa sem pé sem cabeça que é ter certeza na incerteza.Muito ridículo isso no patriarcado,nunca entendi bem essa esquizofrenia,mas chega a ser engraçada.Propriedade privada patriarcal nao passa de um enrustido do comunitario.

Amanda disse...

Eu acompanho essa novela as vezes e gosto muito, acho linda a amizade das duas. Ontem, fiquei muito impressionada e feliz ao assistir o capítulo no qual a personagem Laura diz aberta e claramente que deveriam punir o agressor, independente se a mulher é casada, solteira, divorciada. A culpabilização da vítima é hoje, extremamente comum, por isso fiquei muito contente ao ver a lógica invertida! Ao ver o capítulo lembrei muito do blog, e fiquei feliz pelo post!!

Luciana disse...

Olá, acabei achando seu blog meio sem querer.. mas posso comentar um pouquinho do assunto?

Sabe o que eu acho demais de Lado a Lado? Eles fazem o público pensar demais.

A começar pela Laura. Como pode ela sofrer tanto preconceito por ser divorciada se o culpado pelo divórcio é o marido? Ele se sente culpado por não conseguir protegê-la e não entende porque ela não vai morar com ele. Mas por que não cai a ficha que a culpa seja dele? Ai vem o contexto histórico: homens terem amante (Bonifácio, Albertinho...) era bonito, um filho bastardo (caso do Bonifácio com o Fernando) assustaria um pouco, mas logo ficava relevante.
Ai vem o caso da Isabel e do Afonso. Ele aceitou o "deslize" dela com o Albertinho, mas custou a perdoar o fato dela ter virado dançarina, o que permitia ele ser rude e renegar a própria filha.
Já Constância renegou a própria filha, como se ela fosse a culpada, só que mantinha um amante para cuidar dos negócios da família. E ao mesmo tempo que renega um filho mestiço, ela o ama muito a ponto de acompanhar o crescimento do garoto.
Diria que era uma sociedade "pra inglês ver", onde os sentimentos são sim verdadeiros (tirando Catarina com o Edgar, que o interesse é totalmente financeiro "para bancar seus recitais"), mas tem que manter a fachada pra prestar contas a sociedade.
Além da questão feminista, esse pra mim é o principal tema que engloba tudo - o status na sociedade. Constância diz em muitas cenas (acho que inclusive essa semana) que o status é tudo pra sociedade.

Acho essa novela demais! Os textos bem escritos, fotografia maravilhosa e, mesmo não sendo historiadora, eu consigo me transportar para aquela época. A cada cena eu consigo me questionar "o que eu faria nessa situação nesse contexto?", como foi no caso da Laura com o senador... a gente chora junto a Laura por não saber o que fazer e estar indignado com aquilo!

Não assisto às outras novelas. Faço faculdade de noite e trabalho (impossível chegar em casa antes das 19 horas nas férias escolares), mas faço questão de assistir às cenas pela internet quando chego em casa.. que pra mim está sendo como ler um bom livro.

Ela merece ir ao menos para o Viva logo.

Abraços.

Alessandra disse...

Eu sou leitora assídua da Lola mas nunca comentei, mas a novela me inspirou. É maravilhosa, no começo me impressionei e até me assustei com a globo passando uma novela assim. Além da produção ser um primor, o roteiro da novela é maravilhoso e toca o dedo na ferida. É feminista e progressista, critica muito bem a sociedade atual se passando em 1910. Infelizmente não é sempre que eu assisto.

As pessoas, contudo, não conseguem retratar a história para os dias atuais, acham que só aconteciam naquela época. E os temas tratados são 'incomodos'. Assisti a outro dia com meus avós e eles não gostam muito da novela, preferem guerra dos sexos (a novela mais sem graça e machista que está no ar), mas eles ainda tem o comportamento racista velado, aquele racismo que acha que não é racista.

O personagem do Zé Maria é machista, mas ele tem uma virtude muito grande. Através dele é denunciado todo o racismo e preconceito de classe no país. E vem dele críticas contundentes ao sistema e ao Estado repressor. Semana passada/retrasada ele, que estava trabalhando como mascate, descobriu que as mercadorias eram roubadas. Entregou-as na polícia anonimamente e quando questionado pelo Guerra (jornalista) sobre o por que de não ter chamado a polícia, disse o seguinte: "A polícia, quando sobe o morro, não sobe para proteger a população que vive lá". Em tempos de pinheirinho e alemão, quer maior verdade que isso?

Outro personagem em que aparece uma crítica é o jornalista Guerra, dono de um jornal de oposição que enfrenta dificuldades financeiras e políticas, que já falou sobre a necessidade da regulamentação dos meios de comunicação.

Além do feminismo na história, que os autores conseguem inserir de maneira didática. É libertador ouvir uma personagem dizer que a 'mulher é dona do próprio corpo'.

Tenho medo que a Globo 'acorde' e queira censurar essa maravilha que tem aparecido e que critica fortemente o establishment atual.

Thais disse...

Na contramão desta novela, tem a novela "guerra dos sexos", que chega a desconsiderar completamente a novela anterior. Nas cenas que eu vi tem um cara la que agride a irmã fisicamente, moralmente (ate no trabalho), quer manter ela em carcere privado e ainda é considerado o bom moço heroi da historia.

Anônimo disse...

AMOOOOOOOOOOO essa novela

nesse site aqui tem essa e outra novelas completas http://tvindependentebrasil.blogspot.com.br

no site da globo as cenas são muito picotadinhas

Unknown disse...

Jaquee Ribeiro: O Edgar é um cara bem legal, sim, com mente aberta (talvez fruto dos anos que passou estudando na Europa). Como eu disse no post, ele tenta, de verdade, entender a Laura, os pontos de vista e as vontades dela, mas o fato de as coisas serem diferentes para ele faz com que nem sempre ele consiga. Eu entendo que tudo o que ele faz é para protegê-la e que é com a melhor das intenções. Acontece que como ele não sente na pele o que ela sente, ele às vezes dá uma bola fora. Como isso de sugerir que ela fique em casa, trabalhando para ele, para evitar agressões. Você acha que ele oferece o emprego a ela para controlá-la? Não acho. Acho que ele só quer que ela possa trabalhar num lugar onde ele, como alguém que a ama e quer protegê-la, pode garantir que ela será respeitada. O problema é que a solução que ele tem para oferecer não é a que vai resolver o problema dela. E ele não entende isso. E nem poderia, não é culpa dele. Como a novela mostra, ele praticamente não sofreu nenhuma consequência desse divórcio, logo, não tem como se colocar no lugar da Laura e entendê-la.
Já a mãe dela, não sei se tem defesa, apesar de, a seu jeito, sempre defender a filha: afinal, ela só se importa com as aparências, com o que os outros vão dizer. Sugerir encontrar a filha as escondidas e rejeitá-la em público foi demais!

Cíntia Nogueira: Eu não acho que o Edgard e o Zé são machistas. A sociedade em que eles vivem é que é. E assim sendo, seria impossível que os valores deles não trouxessem traços de machismo. O fato de o Zé não aceitar que a mulher seja "mais" que ele é uma prova disso. É uma questão de orgulho, de dignidade e honra, como você disse, mas uma questão de dignidade e honra calcadas no machismo da sociedade em que ele foi criado. Quer dizer, ele é um homem de bem - honesto, trabalhador, íntegro -, que está passando por uma fase ruim e não consegue emprego. No meu undo ideal, isso seria suficiente para alguém ser considerado honrado, independentemente do quanto de dinheiro a mulher dele pudesse ter a mais. Entende? Ele não precisava pedi-la em casamento para ser sustentado, mas também não precisava terminar o relacionamento por isso. Afinal, ela, a Isabel, conhece o caráter dele. O problema é que ele se sente diminuído no momento em que acha que a mulher que ele ama é melhor que ele. É aí que a porca torce o rabo.
Já o Edgar, bom ele entende o fato de a Laura quere trabalhar, mas discordo de você quanto a ele entender o fato de ela querer ter uma vida própria. Mais uma vez, não acho que a culpa seja dele. Naquela época, uma mulher que só "namora", dorme na casa do homem e volta rpa sua casa no dia seguinte, era algo impensável. E sim, ele passou muitos anos longe dela e quer logo retomar a vida de casal. Vou te falar, eu super entendo o pobre! Entendo a ansiedade dele, mas, nesse momento, ele tem que entender - e não entende - o lado dela. Isso de ele sentir que ela não o acha importante só prova o quanto ele não entende. Para todos os que estão à volta do casal, é óbvio que ela o ama e que ele é importante. Tanto, que ela quer que as coisas aconteçam sem uma "forçação de barra" que possa levar os dois a romper oura vez.

Patty Kirsche: veja como são as coisas. A reportagem diz "que essa novela não tem feito muito sucesso por tratar de "temas pesados" como escravidão e preconceito contra a mulher". Caramba, a novela das nove fala de tráfico de pessoas e escravidão sexual NOS DIAS DE HOJE e ninguém acha ruim, é isso? Será que o povo pensa que a estória da Morena é só ficção? Acho que a novela não tem tanta audiência porque não tem um monte de cenas apelativas e porque nesse horário muita gente não está na frente de uma TV.

Unknown disse...


Antônio, e quem mais falou sobre a gravidez da Isabel : não, o fato de ela ter engravidado de outro não é irrelevante e eu não esperava que o Zé Maria simplesmente aceitasse tudo numa boa e criasse o bebê como se fosse dele sem, pelo menos, uma crisezinha emocional. Não por ele se sentir traído -afinal existiu todo um contexto nessa gravidez -, ou porque um macho de verdade jamais aceitaria, mas porque é barra, mesmo. Eu imagino: o cara ia casar, foi preso, ficou lá um tempão, achando que a noiva o tinha abandonado (lembram que a Berenice foi lá dizer que a Isabel não queria mais nada com ele?), daí sai da cadeia e descobre que ela engravidou de outro. No mínimo ia precisar de um bom tempo pro cara digerir isso. E embora eu goste de acreditar que muito amor seria o suficiente para resolver a situação, no fim das contas, admito que talvez ele tivesse que ser combinado com umas boas sessões de terapia pra dar conta do recado. Eu acho engraçado é que, superado isso, outras coisas menores ainda separam o casal, como ela virar dançarina ou ganhar mais dinheiro que ele.

Suelen: Sim, as mulheres devem se defender! O problema é que elas não deveriam ter que se defender. Não de tudo e de todos. Nem se esconder, nem viver dando satisfações da sua vida aos outros. Confiar no bom coração de todo mundo não é feminismo, é ingenuidade, e perigosa.

Dan: não falo pelos outros, mas eu, em momento nenhum disse que as mulheres da novela são perfeitas e os homens imperfeitos. Apenas que a novela mostra mulheres imperfeitas enfrentando situações pelas quais não deveriam ter que passar, e pelas quais não passariam, se a sociedade em que viviam não fosse 100% machista. O que nós estamos dizendo é que elas são acusadas até de defeitos que não têm por serem mulheres (divorciada, negra ou mãe solteira, por exemplo), e que os homens, mesmo quando são bons (existem homens bons e maus na novela), não conseguem perceber a gravidade da situação, pois não sentem na pele. O exemplo maior é a diferença de tratamento dada ao Edgar e à Laura depois que o divórcio dos dois vem à público.

Ju: disse exatamente o que eu ia dizer sobre a Catarina. Tem gente ruim, mesquinha e xexelenta dos dois sexos na novela, como no mundo real. E ok, eu também não gosto do "cara" do RC, foi uma comparação ruim.

Unknown disse...

E Valéria Fernandes: eu gostei muito do que você escreveu. De certa forma, acho que você está sendo muito dura com a novela, mas digo isso porque gosto dela e acho que, entre tudo o que temos na TV, é o que tem de melhor no momento. Mas acho que o seu propósito é esmiuçar, mesmo, e acho suas críticas todas super válidas.

Anônimo disse...

É no minimo ironico que lado a lado, sendo de época e das 6, tradicionalmente pras "senhoras", debata a questão da mulher de forma tão boa (enquanto guerra dos sexos... péssima e vazia) e seja tão concisa historicamente.

O que mais gosto de ver é como a hipócrisia abordada de forma tão persistente. O filho da Constancia, mesmo amando uma "mulatinha" não gosta de negros, inclusive, expulsou duas crianças negras- uma delas, seu filho. A Laura é criticada por ser divorciada- não seu marido- e alias, é incrivel que todo mundo que assiste a novela está do lado dele, dizendo que ela "protesta a toa"...
É uma pena que a novela seja flop, merecia fazer sucesso. É a única que presta atualmente, todo o elenco está espetacular, com destaque pra Constancia, sendo a tipica nobre decadente...

Unknown disse...

Camila Pitanga não é negra pra essa novela.Seu pai interpretado pelo brilhante Milton Gonçalve e sua tia tem traços negros marcantes,negros puros.Camila tem traços de uma pessoa que sim sofreu miscigenação.Julian Alves e Erik Januza seriam escolhas muito melhores.Lamento se incomodei,ms só expressei minha opinião.

Anônimo disse...

Adorei o guest post!
É tipo isso... ainda que não dê ibope, porque nao é bem isso que nosso querido publico brasileiro busca, dá pra colocar na midia programas e novelas de qualidade!

Unknown disse...

Aa novela é muito bem feita. Desde a direção de arte, passando pelas atuações impecáveis de divas como Camila Pitanga, Alessandra Negrini, Patrícia Pilar.A trilha sonor é de um bom gosto sem igual. Os diálogos, ahh...os diálogos são de uma riqueza ímpar. Mais novelas deste tipo, por favor!

Gabriel Nantes de Abreu disse...

"Camila Pitanga não é negra pra essa novela."

Olha, tento acompanhar a novela quando dá, pois além de ter gostado da história me identifico com a mimada, honesta e irritante Laura, hehehe. E não me lembro de ter sido mostrada a mãe da Isabel, nada impede que ela seja uma mulher miscigenada mais pra branca do que pra negra resultando na tonalidade de pele da Isabel.

Quem eu achei mal escolhido foi o menino que faz o filho da Isabel, Isabel já aparenta ser miscigenada e o pai dele é louro de pele bem clara, esse sim é impossivel, o garoto deveria nascer no minimo com a minha tonalidade de pele.

Aline disse...

Amei! Amei o post! É a única novela que me faz querer assistir TV nos últimos tempos... A gente consegue entender a luta das protagonistas, apesar de muitas vezes ter ouvido na minha casa "pq a Laura não volta com o Edgar logo e então acabam os problemas, já que ela gosta dele mesmo"... Mas não entendem que é o gostar de alguém a questão da novela, mas os direitos ou como a própria e belíssima música de abertura diz "liberdade, liberdade"... Quando as pessoas pensam que seria mais fácil a Laura aceitar voltar com seu amor, ignoram o fato de que, na vida real, mulheres como ela fizeram e fazem a revolução, e por isso podemos votar, estudar, escolher com quem ter uma relação, apesar de tanta coisa que ainda pode mudar... A novela tem seus erros? Claro, assim como o Gabriel Abreu citou acima... Mas é de uma riqueza para a discussão feminista... Citaria ainda outros personagens como da Diva do núcleo do teatro já que as artes eram vistas com escândalo muitas vezes no passado, ainda mais uma atriz... Citaria também a família do delegado com sua mãe falsa moralista, a esposa feminista e a filha Sandra igualmente feminista e que enfrenta o drama de ser mãe solteira e ter de esconder o próprio filho da sociedade fingindo que é seu irmãos... Citaria até mesmo personagem daquele ator (não lembro o nome) de olhos azuis do grupo dos janotinhas que, virgem (um escândalo um homem virgem, imaginem machistas) e que, apaixonado pela Sandra, resiste ao saber que ela não era mais "moça", mas que deixou o sentimento falar mais alto (vamos ver como serão os próximos capítulos)... Enfim, acho que a novela tem muito a oferecer para o feminismo... Mas ainda tenho medo de no final a Laura se tornar a mocinha que a sociedade quer e a Isabel deixar de lado sua luta por causa do Zé Maria... Acredito que não acontecerá, tomara que não!

Julia disse...

Talvez a Victoria queira dizer que a Camila só foi escolhida para o papel de filha de escravos que conseguiu subir na vida por ter traços de branca. É uma crítica válida. Mas a Camila continua sendo negra e uma excelente atriz. E já foi dito na novela que avó da personagem foi abusada pelo senhor de escravos ou pelo capitão do mato, algo assim.. alguém lembra?

Marina Tomás disse...

tava indo tudo muito bem, mas olha o que aparece no site:
http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/por-tras-das-cameras/noticia/2013/01/nao-sou-feminista-gosto-do-homem-galanteador-gentil-diz-juliane-araujo.html

Gabriele disse...

Lado a Lado é uma ótima novela! Não tenho paciência pra acompanhar todos os dias (o formato de novela pra mim é meio cansativo), mas assisto de vez em quando. Conteúdo feminista muito forte, e muito inspirador! Além disso, toda a produção é bem legal, e com ótimos atores.

Unknown disse...

Eu adoro essa novela! As duas protagonistas são demais.

E olha q eu n via novela à uns 10 anos. rs

Unknown disse...

Adoro essa novela!

Não via novelas à anos, mas essa me cativou muito.

marcie disse...

Sobre a cor da personagem Isabel, acho válida levar em consideração a explicação que é dada na narrativa da própria novela. Não para discutir se a atriz Camila é negra ou não. Mas acho que a explicação do Afonso (pai de Isabel) é importantíssima, por apontar a junção de dois preconceitos: o racismo e o machismo.
Em uma das cenas, Afonso diz que não gostaria que Isabel dançasse para homens brancos, por medo. Por medo que lhe acontecesse o mesmo que houve com a avó materna de Isabel. Diz ele, que Isabel é assim mais clarinha (palavra do Afonso) porque sua avó escrava fora estuprada pelo 'seu' senhor branco, resultado em descendentes.

Cris Jolie disse...

Muita coisa não mudou ainda.Os homens e a sociedade em geral, ainda trata as mulheres como seres de segunda.
Tive sábado passado um problema com o cunhado de minha irmã que postou no face um absurdo de fechadura e chave mestra que eu fiquei indignada e tive que comentar.O rapaz com muito machismo na veia, respondeu no face do irmão dele, meu cunhado, direcionado a mim, que eu deveria procurar uma p...., que eu era uma mal comida.
O cara vem postar que uma fechadura que que se abre com qualquer chave não presta pra nada, e que uma chave que abre todas as fechaduras é chave mestra!!!
E o exclui, mas ainda nos encontraremos, pois como ele é irmão do meu cunhado, é tio também do meu sobrinho, aliás, padrinho do meu sobrinho. Minha irmão brigou até com meu cunhado, mas briga mesmo virá depois....

Muito coisa tem que mudar.

Anônimo disse...

Não há hipocrisia alguma. A questão é simples: Ninguém é obrigado a amar/criar um filho que não é seu; o homem que gerou deve ser capaz de arcar com os ônus materiais e morais advindos de sua prole. Quanto ao aborto, a lógica é igualmente de fácil compreensão: Excetuando as hipóteses de estupro - hipótese cuja interrupção da gravidez já é permitida por lei, juntamente com os casos de risco de vida para a mãe - a gravidez indesejada pode ser facilmente prevenida. Existem anticoncepcionais orais que custam menos de R$ 5; pílulas e preservativos são distribuídos nos postos de saúde. Em ambos os casos, as palavras-chaves chamam-se juízo e responsabilidade. Sexo seguro é fácil, barato e evita a proliferação de bastardos.

Julia disse...

Isso mesmo Marcie, é dessa história que eu estava falando..

Luciana disse...

Os diálogos de lado a lado são lindos. Lola, depois desse texto você parou para assistir um capítulo, né?

Anônimo disse...

aeeee finalmente um post sobre a melhor novela da globo em ANOS. nunca vi uma tao boa, sem apelaçao, sem mulheres sofrendo horrores e sendo salvas por homens

pode ser um pouco inverossimil, as protagonistas sao espertas demais, conscientes demais, bem resolvidas demais, mas eu acho válida essa releitura, estilo bastardos inglorios. quem disse q nao existiam mulheres assim naquela epoca? se as coisas mudaram foi graças a elas. as outras eram sim pobres coitadas, ovelhas, espancadas, q engoliam sapos (como a prima da laura, alice), mas obvio q havia mulheres a frente do seu tempo.

achei a critica da valeria muito dura, chamando a laura de mal educada (ok, na epoca ela seria considerada mal educada, mas ela ainda diz q a laura seria considerada mal educada hoje, oq é um absurdo. talvez no meio militar onde a valeria da aula, mas no mundo real, nao) e outras coisas mais.


concordo com todos os comentarios da autora do post e da ju (q usa a foto da gemea olsen em full house). ha rivalidade feminina da mesma forma q ha picuinha entre homens. ha vilãs da mesma forma q há vilões. ha homens bons (e imperfeitos) e ha homens escrotos. o albertinho é a grande pedra no sapato pra mim, pq querem pinta-lo como um garotinho inconsequente, sendo q ele é muitíssimo mau caráter. ele e o bando dele tentaram agarrar a isabel logo no primeiro capitulo, enquanto ela andava pela rua sozinha. o unico do grupo dele q se salva é o teodoro, o moço virgem e timido. o fernando e o humberto nao valem nada tb

falar sobre liberdade sexual nessa novela seria sim exagero pq numa epoca q nao existia pílula, nem teste de dna, a sexualidade da mulher era sim mil vezes mais controlada. faz todo o sentido a isabel ser rechaçada por engravidar do albertinho, faz todo o sentido as personagens do teatro esconderem sua vida sexual. nao acho q a novela as condene por isso, basta lembrar da maravilhosa jeanette dorleac, que causou furor ao vir para o brasil e foi mostrada como uma pessoa boa, digna, poderosa

Unknown disse...

Gostei dever.Acho bacana quando as pessoas sabem dialogar.Acho que é preconceito sim a miscigenação da Isabel.Se ela fosse uma nega pura, as questões seriam mais profundas.Uma negra pura vencendo na vida,seria o máximo.E outra,acho muito clichê essa torcida pra que ela fique cm o Albertinho.Só por que ele é pai do filho dela?Até parece que Isabel foi a primeira e única vítima do "colecionador de virgindades".Ele deve ter papado e dispensado grávida muitas por aí,deve ter uma penca de filhos bastardos .Ele vai se apaixonar logo pela única que cresceu na vida,que é miscigenada?Torcem por ele por ele ser branco,por ter beleza de galã.O fato dele ser mal caráter nao importa.Vi em vários site manifestações dizendo que Isabel e Ze Maria não tinham uímica,mas o único argumnento é que Zé é feio....e o caráter,a honestidade,a força dele....não contam?Uma novela que debate preconceitos,mas que derrapa muito em vários detalhes

Anônimo disse...

Os diálogos são muitíssimo bem construídos, álias, é tudo de uma qualodade impar, super incomum na tv.

Ana Clara disse...

Gente, só não vi ninguém aqui comentando sobre o insistente uso de personagens brancos para retratar um contexto de luta dos negros. Por que as obras de ficção, no Brasil e em praticamente todo o Ocidente, precisam de personagens brancos para validar a briga e a conquista de direitos de populações que não são brancas? Por que a Isabel precisa de uma Laura, o Zé Maria precisa de um Edgar, e por aí vai?

É óbvio que existiam e existem brancos que concorda(va)m e endossa(va)m a luta contra o racismo, mas por que essa insistência em torná-los os protagonistas de uma história que não é deles?

Eu adoro essa novela, mas não vi isso sendo levantado e questionado de maneira significativa nesse post (embora já tenha visto em outros lugares). É a mesma questão que permeia filmes como Histórias Cruzadas e, mais recentemente, Django Livre. Não vale a pena levantar essa bola também?

L disse...

Sobre a cor da Isabel, pra mim tá muito claro a preferência pra colocar alguém com traços e tom de pele mais próximos do padrão de beleza. Tanto que logo que a Isabel fica rica, a juba crespa deewa dela desaparece e a mensagem fica clara: Negro pode até ser aceito na sociedade, caso se aproxime o máximo possível do padrão de beleza europeu.
Ps: A Camila pitanga afro-descendente, se considera negra, e acho que isso não deveria ser questionado. Mas pra uma novela que explora temas como racismo, feminismo, e que coloca uma protagonista negra, uma atriz mais escura seria importante.

Rachel L. Lambrecht disse...

Sabe o que eu gosto na novela (além do que já foi dito no post, claro)?
É que ela usa elementos modernos o tempo todo. A música é atual, a maneira como eles conversam é atual, usando até gírias. Alguns poderiam dizer que é falta de atenção de quem a escreve, mas eu acho que é feito de propósito.
Grande parte dos diálogos e situações ali existentes poderiam perfeitamente ser ouvidos e vividos nas casas e ruas do Brasil de hoje. O preconceito de cor, de classe, pelo trabalho, a necessidade de a mulher ter de provar que pode pensar por si mesma e quer ser independente, a violência de gênero escancarada...

Acho que os autores usam esses elementos modernos como artifício para traduzir uma história que se passa no começo do século passado para os dias de hoje e aproximar o público a essas questões. Pra mim, estão fazendo um trabalho primordial de conscientização, mostrando que pouca coisa mudou desde então.

JuDolores disse...

I have a confession to make... Assinei a Globo.com só por causa dessa novela.

E achava que ia ser aquela mesma merda que as novelas em geral são e que logo eu me desinteressaria.

Eis minha surpresa!

Vocês disseram bem e de minha parte ainda vejo as pessoas tendo diálogos bons sobre os temas!

Eu gosto muito ^^

Prof Angélica Ripari disse...

Eu como uma noveleira nata quase afirmo que esta é a melhor novela que já assisti. Não é só mais uma novela de época, retrata o racismo para além da abolição, a política de “higienização” e criação das favelas, explicação do processo que consolida nossa desigualdade, o protagonismo na história de personagens sempre tratados como marginais. E ainda, como afirmado no post, é certamente uma novela feminista. Não apenas por tratar temas tão polêmicos até hoje como o divorcio, as mães solteiras, a liberdade feminina. Não apenas por poder escutar às seis da tarde frases como “não sou aceita porque enriqueci e agora posso ser dona do meu próprio corpo”. É mais que nesses fatos reconhecidamente de conquistas feministas que se encontra o feminismo da novela. É na grandeza das mulheres mais simples, mais franzinas. As que são capazes de amar o filho bastardo; as que se escondem atrás de um marido, mas na verdade manipularam tudo para que ele seja grande; as que dão um jeito de criar seus filhos escondidas, mesmo a sociedade não as aceitando como mães. Pra sobreviver na submissão é preciso muito peito. As heroínas, as antagonistas, as coadjuvantes, todas são personagens fortes, riquíssimas, que faz as figuras masculinas virarem figurantes.

e. disse...

eu só não gosto do slut shaming dessa novela... a Isabel vive diminuindo a Berenice por ela querer sair com vários homens...
e sobre a Isabel dançar e não querer ser vista como prostituta... ok, tá super certa! mas num capítulo ela disse que conseguiu o que ela tem de forma honesta e não precisou fazer nada além disso... peraí, prostitutas não são honestas?

Prof Angélica Ripari disse...

Quanto preconceito que se pode ver mesmo entre os que se dizem "esclarecidos"! Preconceito contra negros que não aparentam com o ideal negro, preconceito com a possibilidade da amizade entre negros e brancos (parece que alguns defendem que para os negros entrarem na história é preciso relegar aos brancos o papel de inimigos).

Patrícia disse...

http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/por-tras-das-cameras/noticia/2013/01/nao-sou-feminista-gosto-do-homem-galanteador-gentil-diz-juliane-araujo.html

Aí a gente senta e chora no cantinho. De novo.

L disse...

Agelica, o que vi aqui foi questionarem a resistência em se colocar uma protagonista com mais 'concentração de melanina' em uma novela que tem como um dos temas o racismo. Porque sabemos que quanto mais negro alguém é, mais racismo sofre. A Camila, que se aproxima bastante do padrão de beleza( sendo considerada branca pela maioria), não sofre o mesmo racismo que alguém mais escuro sofre. Isso não é ser contra 'negros que não aparentam com o ideal negro. É exigir uma certa coerência na história e menos racismo.

Unknown disse...

A Angélica,que pena você não ter o raciocínio apurado quanto o da L ,por exemplo.A questão é de que se Isabel fosse negra pura,não miscigenada,ela conseguiria fama e respeito na Europa?Os autores foram covardes em não abordar o tema dessa forma.Uma mulher com traços mais marcantes,com a pele mais escura,cabelos crespos seria aceita tão facilmente quanto Isabel foi?Como já citaram ,a própria Isabel é que teve que se aproximar do ideal estético europeu.Disse e repito,nada contra Camila Pitanga,mas existem atrizes mais adequadas para o papel-Cris Vianna,Erika Januza,Juliana Alves,alguns exemplos...todas negras lindas e talentosas.Seria bacana.Querem usar o tema preconceito,racismo,mas foram hipócritas.Preconceito ao falar de preconceito não dá.

Julia disse...

O cabelo da Isabel continua crespo depois que ela ficou rica. Só está com um penteado diferente.

Quanto a Edgard e Laura serem os protagonistas da luta contra o racismo na novela, eu discordo. O protagonismo está nas mãos da Isabel e do Zé, da Tia Jurema.

E não entendo com tem gente que está do lado do Albertinho.. é uma canalha, poxa.

Marina disse...

Victória, em primeiro lugar, não é pq a pessoa não concorda com vc q ela não tenha raciocínio apurado. Segundo lugar, no contexto da novela a Isabel “é mais clara” pq a avó ou mãe dela (não me lembro ao certo) é fruto de abuso cometido por um capitão do mato, isso não relevante para ser discutido, né? É algo que não acontecia e muito,né? Acredito que para época “um pouquinho de negro “ que fosse a chance se tornar bem sucedido já era bem pequena. Com certeza, ela ser filha de ex escravos, não conta em nda socialmente né?, pq ela não é negra o suficiente, né?. Essse discurso de “puro” é bem complicado hein, temos que tomar cuidado pq ele pode ser até interpretado como preconceituoso. E como podemos definir o que é puro ou não?E outra o país é profundamente miscigenado, vamos então pegar árvore genealógica de tudo mundo para saber quem é 100% puro . Pq msm que alguém tenha, por exemplo, mãe negra e pai branco, pode ser mais claro ou escuro, com o cabelo mais liso ou enrolado, nariz de um modo ou de outro, não acredito que nós que somos contra o preconceito podemos nos colocar em posição de definir o que o outro é, ou mesmo quando nos propomos a fazer isso não podemos tentar definir a identidade do outro de maneira tão rasa. Outros que pouco se importam com o racismo, ou que são racista fazem isso sem nenhuma preocupação. Mas nós não podemos. Entendo que uma identidade social não é formada, construída por um único aspecto. Um pessoa pode se identificar como negro não somente pelo tom da pele, identidade fala sobre inúmeros aspectos do mundo social, da suas relações sociais, de sua relação com a cultura e de vivências,com o que você se identifica e com o que você se diferencia. Não podemos nós simplesmente dizer “ Não, você ta muito claro para ser negro”, como já disse será que realmente somente tem a ver com a cor da pele? Dizer q ela não é negra, poutzz isso é complicado demais. Bem, termino por aqui, tinha mais coisas para dizer, guardo para depois, não quero estender mais a minha fala.

Marina disse...

Um erro que cometi sobre a cor da Isabel.A avó (ou mãe) de Isabel não sofreu abuso cometido por um capitão do mato, já que geralmente era negro ex escravo.E sim por por seu senhor branco.

Unknown disse...

Ai,ai a incapacidade de algumas pessoas em raciocinar é incível.Meu bem,vou resumir o que estou tentando dizer já faz alguns dias.Os autores foram covardes em não usar uma negra não miscigenada naquela época pra mostrarem a luta pelo respeito.Seria muito mais interessante se Isabel fosse uma negra com traços não modificados pela mistura.Negra de pele escura,nariz mais chatinho,lábios carnudos,cabelo crespo(mesmo).Essa história de estupro foi usada(óbvio) pra justificar a escolha da Camila pro papel.Tão simples,mas o mesmo tempo tão complicado.Tiveram medo de ousar.A história dela seria muita mais forte dessa forma.Entendeu?Bjs.

Unknown disse...

Gente, e me esqueci de uma personagem formidável! A Madá, a menina do morro, impedida de aprender capoeira por ser menina e "poder se machucar". Enquanto o irmão brinca com os outros meninos, a Madá tem que ficar dentro de casa, ajudando a mãe a lavar roupa e limpar a casa. Ela uma misturinha de Isabel com Laura hahaha E é linda! E está trabalhando super bem!

E meninas, como vocês comentaram: a declaração da atriz sobre não ser feminista é pra sentar e chorar.

Prof Angélica Ripari disse...

Não me acho iluminada o bastante pra acreditar que o que defendo é toda a verdade e nem avalio que quem não concorda comigo tenha menos capacidade de raciocínio que eu. Não sei se espero de mais das pessoas, mas o mínimo de respeito em debates é possível, ou não? Mas se há uma coisa de bom em discussões como essa é aprender a dialogar, então estamos todos no mesmo barco, não Victoria? A discussão proposta vai além de uma suposição das intenções que tiveram em apostar nessa ou naquela atriz como protagonista, mas também na percepção que as pessoas têm sobre o que é ser negro. Pode até traçar uma comparação com o que acontece com o indígena, que se cria aquela caricatura mítica do que é ser índio e, quando se depara com a realidade, algumas pessoas acabam negando ao sujeito a sua identidade étnica, como se tivesse o direito de julgar o que é ou não ser índio. Da mesma maneira, qual o sentido de ficar criando medidas pra definir quão negras são as pessoas? Quem tem o direito a esse julgamento? Tratando o tema dessa forma não se cria um novo preconceito com quem não é “realmente” negro?

Unknown disse...

rsrsrs Ai Angélica,essa sua revolta é muito engraçada.Infelizmente você enão quer enterder minha colocação,fazer o que?O problema não é meu.
Falar de raça é um tema muito pesado mesmo,isso deve te incomodar por algum motivo.Mas continuo lamentando a falta de coragem dos autores.Mas,é uma obra de ficção,não tem que ser fiel a realiade,só tem como objetivo agradar .Consegui expor meu ponto de vista, não fui censurada,já me dou por satisfeita. bjs

L disse...

A questão não é ser realmente negro ou não. A questão é que é inegável que o preconceito que uma negra de pele clara, como a Camila, considerada branca, de cabelo ''bom'', não é o mesmo que alguém mais escuro, com traços mais característicos, como cabelo crespo, visto pelo sociedade como ''ruim'', sofre. Por que até uma nove que se propõe a falar de racismo se nega a colocar uma atriz com as características físicas dos negros que mais incomoda a sociedade racista de ontem e hoje, que é basicamente a cor da pele e o cabelo crespo?
A uma moça comentou que o cabelo dela tá crespo sim, mas não está. Está cacheado com os doces cachos definidos e sem frizz que a sociedade até aceita. Cabelo crespo se difere muito do calo que a Camila tem nessa fase da novela.

Cris disse...

A novela é ótima!
Acompanho diariamente pelo site!
Essa semana Laura teve uma discussão com o Edgar qe cheguei a assistir de novo, pq a novela se passa no início do século passado, mas caberia perfeitamente em um diálogo da vida de todas as mulheres.
Depois do Edgar dizer que a Laura tem que se proteger de algumas situações ela revida dizendo...tu diz que eu devo me preservar, quando na verdade é ele (o senador, e todos os homens) que tem que aprender a não atacar as mulheres!

É... vejo na novela o que vivo todos os dias!

Prof Angélica Ripari disse...

Tava aqui pensando que não merecia resposta, mas essa discussão me fez refletir tanto que acabei mudando de ideia. Acabo concordando com você Victoria. Realmente deve ser engraçado assistir a minha revolta. Fiquei aqui rebatendo porque achei o cúmulo ser julgada como “sem raciocínio apurado” só por discordar do ponto de vista de alguém, e assim se acaba levando pro lado pessoal debates tão sérios e relevantes.

Voltando pro caso do racismo, mantenho a minha posição (relembrando que discordar e não compreender por incompetência ou por falta de vontade são coisas distintas). Estou com uma música do Criolo o dia inteiro na cabeça e acho que ela não vai sair de mim enquanto eu não citá-la. Seu nome é “Pra Quê Cerol”. O Criolo narra nela que quando pobre sofreu todos os preconceitos como um negro, mas que quando começou a fazer sucesso, algumas pessoas julgaram ele como menos negro e aproveitador do mártir negro-pobre-rapper. Na letra ele diz: “essa é pra quem descreditou do meu rolê. Tirou sarro de mim, pelas costas, do meu nome, se eu sou branco demais pra ser crioulo e veja aonde. Mano, isso continua até quando? Se eu já fui preto demais até pra trabalhar no banco”.

Vejo que a crítica do criolo também serve para essa discussão. Esse tipo de argumento que está sendo sustentado de que se deve avaliar quão negro é uma pessoa pra se tornar legítimo um debate contrário ao preconceito acaba só reforçando um racismo com novos critérios. Como se sustentasse ainda uma divisão de raças, onde existem os negros menos negros e os negros mais negros, como se fosse necessário uma medida pra analisar qual a porcentagem de melanina que existe na pele de cada pessoa. Não sei, ainda acho desnecessária essa crítica ao papel da Camila Pitanga como protagonista.

Anônimo disse...

A novela Lado a Lado é de uma importância impar tanto pelo apuro histórico, como pelo olhar essencialmente feminista.
A fala da personagem Laura em um dos capítulos foi exemplar: ““ Que mundo é esse que julga uma mulher, interfere na vida dela, mas não permite que ela opine sobre ele?”
Isso demonstra a força e a delicadeza com que foi mostrada a difícil tarefa de ser mulher no dia a dia: é a mulher negra, é a mulher religiosa afro, é a mulher intelectual, é a mãe solteira, é a mulher solteira, é a mulher que sofre abuso sexual... Lado a Lado trouxe a temática da mulher que é forte, que não aceita o papel que uma sociedade lhe destina e que por isso mesmo paga altos preços por isso.
Me regojizo a cada capítulo que assisto, me arrepio mesmo. É muito bonito ver mulheres unidas, rompendo barreiras, quebrando paradigmas.
Enquanto isso, lamentavelmente o oposto se dá em Salve Jorge. Há tempos não vejo um núcleo formado por mulheres tão medíocres:
*Comecemos pela protagonista Morena e de quebra a sua mãe: desde quando força bruta é sinônimo de mulher com garra, com luta? Morena “quebra a cara” de todas as adversárias, mas é incapaz de abrir a boca e dizer que é vítima do tráfico e bater de frente com isso. Ser casca grossa e bater em todas, não é sinônimo de força, mas sim de desequilíbrio e baixaria. Ridículo!
Aliás, ninguém merece essas cenas de mulheres apanhando nessa novela. É um desserviço a causa passar para o público a idéia de que se for vilã, merece apanhar. Lamentável!
*A personagem Érica: a necessidade dela de estar sempre com um homem ao ponto de se submeter ao mala do Théo (que foi um pulha com ela), a aceitação da “ amiga” que pegou seu ex, a passividade em ficar sempre em segundo plano, em ser pisada...Ela tem o que nas veias? Ninguém merece!
*As mulheres que ficam na lage, mostrando a bunda e se resumem a isso.
*O resto é uma turma de mulheres futeis, que brigam por herança ou um macho.
Diante da forma tão medíocre como a mulher está sendo tratada, é um verdadeiro bálsamo assistirmos Lado a Lado e vermos a forma digna com que nosso gênero está sendo mostrado. Viva Laura, viva Isabel, viva Tia Jurema, viva a toda mulher que sabe o quanto é preciso:
... Ter força, ter raça
ter gana sempre
É preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida.
Obrigada Lado a Lado, por mostrar dignamente a dor e a delícia de ser mulher. Nós que carregamos essa marca, aplaudimos a novela de pé!
Professora Rubina.

Anônimo disse...

Apesar de ter vibrado muitas vezes com a luta de Laura e Isabel para terem voz e direito a uma carreira (algo que em boa parte já conseguimos conquistar hoje), achei lamentável a maneira como a autora tratou os dramas conjugais de Laura- que descobriu a infidelidade de seu então noivo, que seu marido acabou involuntariamente constituindo uma segunda família e que foi tratada com dureza e insensibilidade ao se sentir insegura quando soube que seu marido nem tão perfeito tinha uma filha fora do casamento. Em uma crise de amnésia, na segunda fase, Claudia Lage, acabou justificando as razões de Laura tomar uma medida tão extrema, como se divorciar em plenos 1904, a mero ciúme infundado e às armações da vilã Catarina, quando não foi isso que vimos no final da primeira fase da novela.

Professora Lia.

continua...

Anônimo disse...

Continua...

Decepcionante na história de Laura que, depois da ex do marido ser desmascarada de uma forma tosca, todos agiram como se só as armações dela tivessem contribuído para destruir o casamento de Laura e Edgar, e como se Edgar não tivesse nenhuma responsabilidade por ter trazido uma mulher trambiqueira e ordinária para a vida deles e se omitido frente a suas armações. Como se fosse outra novela, nunca mais se lembrou o fato de que Edgar passou a excluir Laura (quando soube da existência de Melissa) e que não colocou limites a Catarina quando ela começou a armar contra eles. Ah, sim... É que os autores preferiram desenvolver o desfecho dessa história, indo atrás de enquetes manipuladas pela realidade ainda machista de nosso país, que indicavam que Laura deveria ter tido mais paciência com Edgar (apesar de tudo). Ou, quem sabe, se guiaram pela antipatia das fãs a Catarina, algumas incapazes de questionar que se ela armou, foi porque Edgar deu brecha. Como os próprios elaboradores de textos de VPA da Globo, têm coragem de afirmar que as fãs acham que Laura poderia ter evitado a separação, ao ser mais paciente com Edgar, como isso fosse a coisa mais correta do mundo? Por causa de uma enquete manipulável e com resultado previsível em um país machista como o nosso? Alguém achava que uma mulher que decidisse se divorciar de um marido loiro, rico e lindo seria apoiada majoritariamente, mesmo hoje? E os 41% que votaram que ela estava certa, e que provavelmente são pessoas que não têm tempo e/ou disposição para votar muitas vezes na mesma enquete? E aquelas que votaram que Laura poderia ter sido mais paciente, mas que não necessariamente acreditavam que a revolta dela não tinha razão de ser, apenas que ela poderia ter dado mais tempo para ele tentar conciliar as coisas?

Professora Lia.

Continua...

Anônimo disse...

Que espécies de pessoas escrevem esses VPAs da Globo sem um mínimo de crítica e bom senso? Querem passar para o público que uma mulher visionária como Laura deveria achar normal seu noivo manter uma amante em Portugal e uma noiva no Brasil sem nenhuma cerimônia, só porque o compromisso (que ele não rompeu) perdeu o interesse? Ela deveria aceitar (de maneira sobre-humana) sem sentimentos de fracasso, humilhação e insegurança, quando outra mulher lhe deu uma filha e ela aparentemente não consegue engravidar? Apesar disso tudo, ela deveria confiar plenamente nesse homem, quando ele disse que iria para Portugal só por causa da filha, mas se recusou terminantemente a levar a esposa junto? Ela deveria acreditar nele sem piscar, quando ele prometeu que mandaria notícias e não iria demorar, mas ela não recebeu uma notícia sequer (depois de avisar que está grávida) e enfrentou sozinha uma gravidez difícil, que acabou não vingando devido (também) ao desespero de crer que foi abandonada? Ela deveria achar a coisa mais natural do mundo chegar na sua casa, depois de ter sofrido um aborto, e encontrar o marido, a antiga amante e filha ilegítima dele no meio de sua sala, sem que ela sequer tivesse sido consultada (por respeito, mesmo que não fosse atendida) sobre o que acharia dele trazer sua "segunda família" para o Brasil? Deveria ser super compreensiva quando "a outra" entrou mais uma vez dentro da sua casa para esfregar na sua cara que ela sim deu uma família a seu marido, e ele não fez nada para colocar essa mulher em seu devido lugar, ao contrário, fingiu que não via as armações dela para atrapalhar seu casamento, só porque ela lhe deu a filha que sua esposa não foi capaz de lhe dar? Deveria achar super natural que seu marido prometesse apoiá-la a partir de então, a convidasse para jantar, sumisse (sem avisar que precisou de cuidar da filha), e ela o encontrasse na casa da "outra" e soubesse que ele passou a noite lá? E depois dele ter colocado essa mulher na vida deles, ainda Laura, preTerida e humilhada- que havia acabado de perder um filho sozinha, enquanto ele atravessou o oceano por uma filha que poderia nem ser dele- era quem deveria apoiá-lo e agir para tirar essa mulher da vida deles, como se ela fosse culpada de Catarina estar entre eles? Como uma autora do século XXI decidiu seguir o mesmo caminho de José de Alencar (um autor masculino do século XIX) que concluiu sua obra, "Senhora", fazendo sua heroína, Aurélia Camargo, pedir perdão ao homem que a abandonou por uma pretendente mais rica? Porque ao desmascararem as armações de Catarina, foi Laura (praticamente) quem se desculpou por não ter acreditado no marido, e não ele, por trazer uma mulher como Catarina para a vida deles. Realmente, como mulher que passou por certas experiências e que percebe que, apesar de tantas conquistas no campo profissional, nós ainda não conquistamos nem metade da paridade desejada na vida familiar, chega a ser doloroso perceber que um veículo formador de opinião, como a Rede Globo, seja tão insensível às demandas femininas por igualdade e respeito dentro do lar, e isso em uma novela que (em tese) deveria buscar transmitir um olhar feminino/feminista sobre as coisas, e ainda escrita por uma mulher. Revoltante!!

Professora Lia

Morgause disse...

Enquanto a FIFA veta o casal Camila Pitanga e Lázaro Ramos, e os troca por um casal mais "adequado", a novela protagonizada por eles vence o Emmy!
"Gravamos essa novela sobre o povo brasileiro, mas, acima de tudo, foi para o povo brasileiro não se esquecer da sua história", palavras do diretor Vinícius Coimbra.

Unknown disse...

Essa novela foi demaiiiisssss!!!