sábado, 13 de outubro de 2012

GUEST POST: BUSCO O BELO QUE É INVISÍVEL PRAS PESSOAS

Faz umas duas semanas, a Dani Libardi, artista plástica em SP, me enviou um email com desenhos magníficos perguntando se seu trabalho era feminista. Eu pedi que ela escrevesse um guest post sobre suas inquietações. Sábado passado ela foi a uma palestra minha
Veio falar comigo depois e me presenteou com um lindo desenho que ela fez pra mim (aí em cima), e que eu quero emoldurar e colocar na parede.
Dani tem no Facebook todas as fases artísticas que passou este ano. E promete: "em breve postarei desenhos novos que continuam se alinhando a essa busca do belo no real". Todas as imagens usadas para ilustrar este post são da Dani.
 
Eu sou a Dani, tenho 26 anos e descobri o blog da Lola pelo Cem Homens, na época em que a Letícia ainda estava na contagem. Neste um ano e meio, absorvi o feminismo e temas como a aceitação do próprio corpo graças a vivências pessoais que me fizeram amadurecer e a esse blog. Ele foi muito importante pra mim, porque esclareceu vários conceitos e gerou questionamentos.
Sou cineasta e artista plástica. Acredito que os artistas têm um poder e uma responsabilidade muito importante de mexer com os sentimentos e pensamentos das pessoas. Qual a importância de uma obra se quem a vê (ou a assiste) passa por ela sem ter sentido nada novo, sem ter revisto algum conceito, sem ter se colocado no lugar de outra pessoa, sem ter se transformado ao menos um pouquinho? Acho que a arte pode (e deve) ser divertida, ser entretenimento. Mas não é por isso que ela deva reproduzir o já visto, o já falado, o senso comum.
Estou dizendo isso porque gosto de desenhar pessoas. E é muito fácil desenhar rostos e corpos dentro do padrão de beleza normativo. Se me pedem pra desenhar uma mulher e deixo minha mão “no automático”, ela desenha uma mulher tipo uma miss. Isso é um pouco estranho porque eu me inspiro muito mais na vida real (onde vivem pessoas reais, com suas histórias e pensamentos, seus desejos e medos) do que em insossas páginas de revista onde todas são artificialmente perfeitas e cheias de uma felicidade vazia. Ou seja, o padrão de beleza cultural influencia até mesmo a forma como eu faço arte e há até pouco tempo eu não havia percebido.
Nesses últimos tempos, inclusive por causa do seu blog, refleti sobre essa “beleza automática”. Busco o belo quando desenho, mas fiquei pensando se meu dever como artista não é justamente encontrar o belo onde as pessoas não conseguem encontrá-lo sozinhas e mostrá-lo. Passei a colocar algumas dobrinhas tímidas nos corpos femininos nus que desenhava. Ainda eram mulheres unanimemente deslumbrantes. Mas podiam ter cachos, curvas, pelos, podiam não ser de plástico.
Visto calça 44, 46. Um dia desenhei uma mulher mais gorda do que eu e sinceramente a achei bonita. Oscilando entre autora e público, pensei: “se ela é bonita, porque eu não seria?”. Essa espécie de epifania mudou não só meu lado artista, mas também a relação que tenho com meu corpo. Já fiz vários tipos de dietas, já escolhi atividade física considerando não qual seria mais divertida pra mim, mas sim sua suposta eficácia em queimar calorias. Já pesei menos (e mais) do que peso atualmente e sem sombra de dúvidas sou mais feliz com meu corpo hoje.
Eu acredito na frase feita de que o nosso corpo é um templo, e por isso devemos mantê-lo saudável. Ser saudável é praticar exercícios e alimentar-se de forma equilibrada, mas também é admirar o próprio corpo e amá-lo. Não me venham dizer que fazer dietas malucas (muitas vezes à base de alimentos artificiais), medicar-se com redutores de apetite e submeter-se a cirurgias plásticas é tratar o corpo bem. Isso não é cuidar dele, é puni-lo por ser autêntico.
Ter fisionomia e formato corporal só dele tornam o desenho mais especial. Porque o mesmo não se daria com as pessoas? Porém, às vezes um nariz grande, uma barriga protuberante soam como ruído, como se aquilo não fosse a representação de uma pessoa, mas a representação de uma pessoa com nariz grande. Quem sabe um dia elogiem um desenho meu com um “que moça bonita”, em vez de “que gordinha bonita”. 
Desenhar gordos não significa dizer que só esse tipo de corpo é bonito. Aliás, o que é um “tipo de corpo”? Existem tantos tipos de corpos quanto existem pessoas na Terra. Mesmo que as mulheres que eu desenho não tenham todas meu manequim, agora que estou mais feliz e mais autoconfiante, posso dizer que hoje também me inspiro no meu corpo.
Tento fazer alguns exercícios de procurar o que eu acharia belo se culturalmente já não me tivessem dito o que devo achar. Não é fácil e sequer tenho certeza de que consigo ser completamente sincera comigo mesma. Mas uma coisa eu tenho certeza: nosso corpo é uma coisa magnífica. E nem estou falando sobre funcionamento dos órgãos ou sobre nossa capacidade cognitiva. Estou dizendo esteticamente, mesmo. As proporções, as cores, as curvas e formatos. Quando você desenha uma pessoa, você passa sentimentos, pensamentos, ideias através daquele corpo, com seus gestos e expressões. A parte interna de uma pessoa é muito importante, mas na vida é somente através do exterior que podemos ter contato com o todo.
Na História da Arte, o corpo humano é tema sempre presente. É possível ficar horas olhando um retrato feito pelo seu artista preferido, mas muita gente mal consegue se encarar por alguns segundos num espelho de corpo inteiro. Não é estranho? Eu não sou uma artista famosa nem nada, mas trabalho para que quem veja meus desenhos não só os ache bonitos, como passe a ver beleza em seu próprio corpo, passe a amar cada uma das suas “imperfeições”. Porque nosso corpo é muito melhor do que uma foto publicitária photoshopada. Nosso corpo é uma obra de arte.
Continuo buscando o belo em vários tamanhos e formatos. Ainda é uma busca – tenho preconceitos na vida e na arte, mas estou tentando superá-los. Muitas vezes não consigo enxergar além do padrão e automaticamente considero que alguém é feio ou feia; volta e meia rabisco uma pessoa com aquela beleza irreal e sem graça; de vez em quando tento encaixar meu corpo num padrão. Mas uso meu trabalho para tentar mostrar o belo que estava invisível pras pessoas e pra mim mesma.

77 comentários:

Binha disse...

Lindos desenhos e lindo texto sincero e sensível! Parabéns!

Anônimo disse...

Gostei muito desse post. Os desenhos da artista são lindos e eu já curti a página do facebook, mas também me identifiquei com a mudança dela.
Depois que comecei a ler mais sobre feminismo e aprender com o blog da lola, comecei a ver a beleza em todos, comecei a achar pessoas comuns na rua lindíssimas, mas quando comento com alguém que eu achei tal pessoa bonita ainda me chamam de louca.
Isso me lembrou também que quando criança eu só desenhava pessoas gordinhas mas de tanto falarem que o meu desenho era legal, mas eu devia aprender a desenhar as pessoas direito, desaprendi a desenhar assim.

Anônimo disse...

Lola, eis uma paródia ao líder dos mascus
http://metendoumreau.blog.com/2012/10/13/porque-eu-fiz-esse-blog-e-como-ele-comecou/

se quiser republicar o texto sinta-se a vontade.

lola aronovich disse...

Legal, anônimo Freddie Mercury e autor do metendo um reau. Só não se esqueça, por favor, de, quando reproduzir parte de um texto meu, colocar meu nome logo abaixo do título do post. Se não fica parecendo que o texto é seu.

Anônimo disse...

vou editar eles, eu coloco

"escrito por: Lola aronovitch" no inicio do texto

Anônimo disse...

Muito bom! :)

Anônimo disse...

Talento de sobra, sensibilidade de sobra!
A Daniela Libardi é assim: ela transborda!! Obrigado, Dani! Seu texto deixou meu sábado mais bonito!

Dani Libardi disse...

Oi, Lola, obrigada pelo espaço!
Uma pessoa muito importante pra mim acabou de ler o post e me disse que finalmente entendeu o que eu tento dizer há um ano pra ela, sobre não precisarmos mudar nossos corpos para sermos lindos. Isso já valeu meu dia, meu ano.

Anônimo disse...

Eu também desenho, e isso que ela fala é uma total verdade: se você deixa sua mão no automático, o desenho imediatamente sai como no padrão imposto de beleza.

Tem muitos desenhistas que passam por uma fase de 'síndrome do mesmo rosto'. Não importa o quanto ele mude cabelo, roupa, personalidade: os personagens serão iguais porque o traço não muda. Esse tipo de desenhista, na maioria das vezes, só sabe desenhar pessoas de traços europeus ou cresceu desenhando mangá.

Um caso famoso de síndrome do mesmo rosto é a do Masami Kurumada, o autor de Cavaleiros do Zodíaco. Os personagens só podem ser distinguidos pela cor dos olhos, pelo corte e cor dos cabelos. De resto, parecem todos saídos diretamente de Another Brick in the Wall.

Ana~

Anônimo disse...

Trabalho muito bom e texto incrível! O chato foi perceber que eu também desenho pessoas com a estética ditada pela sociedade...

Carlos disse...

Na arte tudo que é bem feito e proporcional é válido.

Eu posso falar pois já fui "gordinho" (magro barrigudo) na minha pré-adolescência e só eu sei pelo que passei, as pessoas conversam contigo como se tu fosse "assexuado" e era invisível para as gostosinhas, magrinhas e INCLUSIVE pelas gordinhas.

A pessoa ter o corpo em forma, se torna interessante fisicamente e tem uma boa aceitação na seleção natural. E também não podemos ser "desleixados" pois nossos filhos sofrerão por isso pegando nossa genética... a não ser que não queira ter filhos e poucas opções do sexo oposto...

lola aronovich disse...

Carlos, desculpe te decepcionar, mas provavelmente vc não era bem aceito pelas mulheres não por ser gordinho (ou nem gordinho, porque jovem magro barrigudo está longe de ser gordo), mas por ser um babaca. Perceba que TODOS seus amigos mascus têm a mesma história de rejeição. E certamente eles têm tipos físicos diferentes. O que tinham em comum pra serem rejeitados pelas mulheres? E, mesmo depois de passarem o dia malhando em academias, só conseguem transar com mulheres se pagarem. Por que será? É o tipo físico ou a babaquice que afasta as mulheres? Porque eu conheço um montão de gordinho gente fina pra quem nunca faltou mulher...


Gente, muito interessante isso de que desenhando no automático, as pessoas desenhadas saem todas iguais, dentro do padrão. Fiquei pensando se quando a gente escreve também não é assim. Acho que realmente precisamos fazer um grande esforço mental para sermos mais inclusivxs.

Valéria Fernandes disse...

"desleixo" passa a integrar nosso DNA? Tem algo muito errado nesse raciocínio. O que passamos adiante são bons hábitos alimentares e de cuidado com o corpo, fora, claro, o respeito à diversidade. Porque a humanidade é plural, ainda que muitos usem antolhos e só vejam um tipo de beleza.

Anônimo disse...

os desenhos desta mocinha são lindos também http://eterea-essencia.blogspot.com.br/search/label/Desenho

Natassja disse...

Ana ai de cima, é dificil ver artistas que fazem um rosto super diferente do outro viu??? Pode ser um desenho mara, mas isso nao tem sentido ai o q vc falo.. Uma cor diferente de olhos e de cabelo já faz a pessoa ter uma face diferente, voce pode pegar gemeos e ver isso, como essa foto do canadense Ulric Collette: http://genetic.ulriccollette.com/images/ulriccollette_genetic_twin_hr.jpg

São gemeas, tem a mesma face quase, mas se nao fosse pelo cabelo e acessorios, até poderia concordar c vc ;)

Carlos disse...

Eu era rejeitado na minha pré-adolescência, hoje com 26 anos tenho uma boa aceitação (não que eu precise de aceitação, mas vale a pena mencionar), só consigo relacionamentos casuais / ocasionais pois com o tempo as mulheres ficam dando indiretas para eu gastar com elas, se é para gastar com mulher, transo com garotas de programa.

Uma coisa que eu já tinha percebido, é que, o homem não é suficiente para mulher (confirmado por uma mulher chamada esther villar)... eu gosto da cia da mulher (sem dependência) em si, independente de qualquer coisa...

Em relação a ser rejeitado... sei me dar bem com isso nas poucas vezes que isso acontece no dia-a-dia (trabalho, pessoas, etc...).

Eis meu lema: "prefiro ser rejeitado pelo o que sou do que ser aceito pelo que eu tenho" Autor desconhecido.

Anônimo disse...

Sim Lola, esse do 'desenho automático' é muito curioso. Já peguei cadernos de amigos que desenham no meio da aula (aula chata); normalmente são aqueles desenhos sem muito acabamento, coisa de 3 minutos. E é surpreendente como é tudo dentro do padrão. Só muda se resolvem desenhar um dinossauro ou qualquer coisa diferente.

Eu fiz uma proposta a mim mesma esse ano: só desenhei pessoas que se afastem do padrão europeu. Desenhei baixinhas, pernudas, cabelos crespos, narizes de batata, rostos quadrados, gordinhxs, magrelxs, olhos puxados, enfim. Curioso é que só depois que eu desenhei algumas características é que uma tia veio falar comigo "Nossa, até que enfim você desenhou uma negra!". Ela é negra e eu sou branca. De forma alguma eu gostaria de magoá-la, mas nem percebi esse meu pequeno racismo até o comentário dela.

Carlos, não, por favor. O garoto gordinho da minha sala namora a garota que é o segundo lugar no top10 alunos mais inteligentes (maiores notas). A garota em primeiro lugar tem um relacionamento à distância e a garota em terceiro é uma baladeira. Eu noto que todos os meus amigos solteiros tem a 'síndrome-high-school-musical'. Qualquer garoto que namore, na visão deles, é um canalha e a garota é a 'aff mulheres só gostam de cafas mimimimi'. Por isso passei a desconsiderar a opinião deles.

Aliás, esses meus amigos tinham uma antipatia em especial por alguns garotos de outro grupo. Antipatia... Por nada. Depois de uma excursão, o garoto A do grupo começou a namorar uma menina de outra sala. Eis que meu amigo faz esse comentário pra mim:

- É, mulher só gosta de canalha, um cara como o A consegue uma garota mó bonitinha como a fulana.

eis que eu respondo:

- Como você sabe que ele é canalha? Ué, até onde eu vi ele trata ela super bem. Estão sempre sorrindo. Que inveja hein?

Reflita.

Dayane disse...

Dani, também sou artista plástica e estou muito encantada com seus desenhos, que são muito lindos!
Açgo que vem me incomodando, e não é de hoje, é que só pinto mulheres brancas. Eu coloco sempre traços negros nelas, como o cabelo, os lábios, o nariz, mas a cor sempre é branca. Tbm estou num processo de mudar isso.
Parabéns por sua arte!
Dayane

Anônimo disse...

Natassja (nick [?] legal!) acho que eu me expressei um pouco mal.

A 'síndrome-do-mesmo-rosto' é quando o desenhista tem praticamente dificuldade em desenhar qualquer coisa diferente do que ele está acostumado. Não consegue sair da zona de conforto. Eu concordo que cabelo, olhos, acessórios diferenciam e são de uma grande ajuda, mas neste caso é quando um desenhista tenta desenhar pessoas diferentes e não consegue. Elas acabam saindo iguais mesmo que a intenção dele seja outra. Eu notei que sofria deste problema quando minha mãe disse 'desenhe uma garota vinda do Japão' e eu não consegui. Ela saia com cara de uma garota européia.

Outro exemplo, pra ilustrar melhor, é o Estúdio Ghibli;

http://4.bp.blogspot.com/-DAdesOEvO24/TnXjiDpu5VI/AAAAAAAAAkU/g33_KQzDvR4/s1600/kiki+4.png

http://lh5.googleusercontent.com/-l1PxjNnGXEE/TYZlIP9-fyI/AAAAAAAADR0/tg6MrmDqMBo/a-viagem-de-chihiro-1680-1050.jpg

http://www.nausicaa.net/miyazaki/books/nausicaa/ars/Nausicaa_ARS_setup_2.jpg

Os traços para composição das 3 personagens são iguais, basicamente.

A primeira, Kiki, é uma garota que mora em algum lugar da Europa. A segunda, a Chihiro, é japonesa. E a terceira, Nausicaa, mora num futuro que foi destruído pelo homem (então não sei dizer mais ou menos da onde ela é). Mas as três não se diferenciam (exceto cor dos olhos, cabelos, etc).

Acho que a minha explicação ainda ficou muito confusa @_@

~Ana

Ana disse...

Que interessante esse texto! Me identifiquei muito com a parte em que a autora diz que 'se deixar no automático, desenho uma miss'. Isso me fez pensar na minha própria experiência, que vou dividir com vocês agora.

Eu não sei se já disse isso aqui, mas eu desenho um pouquinho. Ou melhor, na verdade, desenho muito - o tempo todo, em qualquer pedaço esfarrapado de papel, porque sou extremamente ansiosa e os desenhos me ajudam a não 'entrar em parafuso'. Então não é bem um hobby, é mais um tique nervoso mesmo.

Essa função me acompanha já faz uns anos, e me rendeu uma descoberta.

Tempos atrás, num ataque de curiosidade, eu comecei a procurar informações sobre desenho na internet (principalmente no bom e velho DeviantArt). E o que eu mais via eram artistas dando o seguinte conselho: o que quer que você faça, não se acomode. Continue sempre buscando coisas novas para aprender. Não fique na mesmice, faça arte com diversidade.

Dentro desse zelo pela variedade, o tópico mais polêmico se referia justamente a desenhar pessoas. Volta e meia eu achava algum desenhista comentando como era importante reproduzir no papel a diversidade das ruas - "Olhe ao redor: as pessoas em vêm em todos os formatos e tamanhos, em todas as cores e estilos". Havia muita pressão pra que os aspirantes a desenhistas não acabassem repetindo sempre os mesmos rostos, só mudando a cor dos olhos e dos cabelos (o que é bem comum quando você está começando a desenhar).

Bom, eu nunca quis fazer do desenho mais que um passatempo, mas segui esses conselhos e comecei a prestar atenção no que eu traçava. E aí veio a descoberta. Folheando minhas páginas e páginas de rabiscos, pensei: Meldels, como eu sou preconceituosa.

Não, é sério. É muito sério. Eu comecei a me dar conta de que eu nunca desenhava gordos, negros, pobres, "feios"... Foi meio que um choque - eu me achava tão cabeça aberta, e de repente percebi que eu me recusava a retratar tudo o que não era 'perfeito'. Meu problema não era só artístico, de não conseguir desenhar com variedade; meu problema era que meu 'senso estético' engessava tudo o que eu fazia, me prendia num único tipo de gente.

O pior de tudo era ver como minhas mãos não acompanham minha mente. Eu queria me libertar da gordofobia que me assombrava, por exemplo, mas tinha 'nojinho' de desenhar obesos. Queria falar mal do racismo alheio, mas nunca tinha notado as peculiaridades das feições negras. Dizia que beleza era relativa, e não ousava desenhar um nariz avantajado ou um cabelo desgrenhado.

Resolvi tomar vergonha na cara.

Comecei a prestar atenção nas pessoas que via por aí, e a tentar memorizar o que me chamava atenção pra desenhar depois. Uma cicatriz, um dente torto, uma barriga de chopp, uma calça com remendo, um penteado diferente, um traço próprio de alguma etnia...

Hoje posso dizer que me libertei um pouco disso, já estou bem mais treinada pra -como disse a autora- encontrar a beleza que antes era invisível pra mim. Mas no início foi muito angustiante perceber os meus preconceitos impressos de maneira tão clara no papel.

A mudança aconteceu aos poucos, mesclando o aprimoramento da minha habilidade com a revisão de conceitos (e aqui entra o feminismo). Fui casando as idéias que tinha na cabeça com o que eu desenhava, e isso sem dúvida revolucionou o jeito como eu via e reproduzia o mundo.

Só que hoje reparar nos outros virou um passatempo e às vezes tenho que me policiar pra não ficar encarando os outros passageiros no ônibus, Kkkk. E às vezes esbarro em tipos tão interessantes que tenho vontade de dizer 'oi, posso tirar uma foto sua pra desenhar você depois?' XD

Sara disse...

Dani um dos temas q mais gosto é de arte principalmente o desenho, seu traço é muito original e criativo, alem de belo.
Tb adoro desenhar a figura humana, e entendo perfeitamente o que vc falou sobre desenharmos no automatico.
Vc parece ter muito talento, espero que consiga se realizar como artista, não sei se ja trabalha nesse campo, que é bem dificil e competitivo.
Eu trabalhei nessa area por um curto período, achei q não era muito facil viver de arte, enveredei por outros caminhos q nada tem a ver com a arte.
Espero que vc tenha muito exito no seu trabalho, e continue explorando sua criatividade, que pelo jeito vc tem de sobra, parabens!!!

Jéssica disse...

@Carlos
"E também não podemos ser "desleixados" pois nossos filhos sofrerão por isso pegando nossa genética..."

Hey, já faz alguns anos que a teoria da evolução de Darwin foi escolhida ao invés da de Lamark, viu?

Dani Libardi disse...

Muito interessante saber que isso da "mão automática" acomete a outras pessoas. Se deixarmos, a gente desenha no automático, escreve no automático, vive no automático… e viramos as pessoas da sala de jantar ocupadas em nascer e morrer...

Dayane, eu não passo por esse dilema da cor, porque minhas pessoas são sempre coloridas (um negro é verde, um branco é amarelo). A cor não interfere muito, o que diferencia etnias são os traços mesmo no meu caso. Umas semanas atrás uns amigos ficaram discutindo se um retrato que eu tinha feito era de uma mulher branca ou negra, porque ela tinha traços de ambas etinias, mas era azul.

Não conheço o seu trabalho, vc tem alguma coisa online? Mas talvez seja um exercício legal tirar o sentido das cores. Fazer uma flor verde, um cachorro azul, uma pessoa lilás. Claro, não estou dizendo pra vc levar isso pro seu trabalho, só pensar como exercício mesmo, analisar comos as cores se comportam pra depois poder levar pras mulheres negras que vc desenha. Espero que ajude! E muito obrigada pelo elogio ao meu trabalho.

Anônimo disse...

Todos os desenhos de gordas apresentados no post não têm dobras, celulite, deformidades ou banhas caindo dos braços. Aí é fácil chamá-las de belas...e são mesmo, porque a arte usa a linha curva em 99% dos casos.
A coruja é muito bonita, na minha opinião. Se for de autoria da guest poster, parabéns.


Anônimo disse...

tudo muito lindo! pena que rolaram esses comentários podres por aqui, mas tudo bem.

desde os 9 anos, sempre gostei de fotografia. e o interesse descambou pra fotografia de gente e principalmente de gente pelada ainda muito cedo. a fotografia como arte tbem tem essas questões (não discuto aqui foto pra vender revista)e eu fui buscando as belezas todas ao longo dos anos. já adulta, fui pra terapia e comentei com a psi que eu gostava de fotos de mulheres peladas de todos os tamanhos e formatos. e realmente isso me fez muito bem. não que "óóó, como super me aceito", mas na época foi fundamental pra eu me resolver com 12,13 até uns 17 anos.

sabe, a realidade tá tão longe de capas de revistas photoshopadas... mas tão longe. e tem tanta gente sendo feliz sem já achar que vai ser rejeitado só pelo corpo... enfim. dá até preguiça de querer responder certas coisas dos comentários. mas, sobre a arte e o texto: lindos!

Dayane disse...

Lindo texto. Eu também sou artista plástica e o foco do meu trabalho é na angústia, solidão e tristeza femininas. Logo, o estudo do feminismo é essencial pra mim.

Já trabalhei muito com desenhos (sempre desenhei mulheres a vida toda e uma professora indicou que eu me envolvesse mais e estudasse questões femininas por isso), mas a pessoa nos meus desenhos eram sempre eu mesma! Sempre me desenhei nua, com flores e plantas saindo pelo corpo e etc. Era quase uma desfiguração da figura humana, nunca era um humano "perfeito".

Hoje não trabalho mais tanto com arte figurativa e uso mais objetos 3D e outras formas de expressar o que penso, sinto e o que vejo que muitas mulheres também sentem. Quando produzir algo, se você me permitir, gostaria de mandar pra você.

Meu último projeto de trabalho envolvia a questão da beleza feminina. Como a procura pela aparência perfeita e pelo comportamento que resulta dessa aparência muda as pessoas e as torna malucas. Fazia tirinhas em um papel elaborado com uma mulher (eu) falando como se sente com relação a aparência. Os materiais usados eram lápis de olho e de boca, batons, esmaltes, sombras e cosméticos em geral. Comecei comigo porque sou negra, tenho o cabelo raspado e, mesmo sendo magra e tendo "um corpinho de modelo", ainda não estou no padrão esperado. Queria aprofundar mais essa série, mas faltou tempo...

E elogiando a Dani Libardi, de uma artista para outra: parabéns pelo seu trabalho e por sua sensibilidade. O seu tema é extremamente pertinente e você só tem a crescer.

:)

Ps: Eu sempre falo demais quando comento aqui, hahaha.

Anônimo disse...

anon das 19:06 -

aqui duas imagens que eu amo de mulheres gordas.

1)http://25.media.tumblr.com/tumblr_kph4wr2AO71qa272qo1_500.jpg

essa aqui parece uma pintura. não sei até que ponto pode ter sido retocada pra parecer uma. mas a luz tá perfeita e a menina tem dobrinhas, barriga caindo, celulite e braços bem gordinhos. e a foto é LINDA. mas parece uma pintura de tão linda.

2)http://24.media.tumblr.com/tumblr_m0ovc7UzbM1qbcporo1_500.jpg

barriguinha caindo, dobrinhas na cintura e nas costas... e eu acho o desenho muito bonito.

cito esses dois pq são imagens que me chamaram muita atenção e salvei pra mim. poderia dar outros exemplos, mas não tenho como postar imagens aqui. então ficam só dois de muitos exemplos que eu poderia dar de mulheres gordas na arte.

Anônimo disse...

Querem porque querem a gente ache gorda bonita. Mas fiquem sabendo: eu não acho gorda bonita e continuarei não achando e ninguém me fará mudar de opinião. E ponto.

Gabriel disse...

O que acharam da declaração do Sakamoto falando que Tufão deveria ser julgado pela lei Maria da Penha? Concordam com ele ou não? Afinal, é correto uma cena daquela, do marido espancando sua mulher.

Anônimo disse...

Eu tentei por muitos anos aceitar meu nariz. Um dia sucumbi à cirurgia plástica e nunca mais perdi tempo em tentar gostar do que me incomodava. Afinal, meu senso estético falou mais alto e não me arrependo. Relativizar é bom, mas nem sempre dá certo.

Luiz Prata disse...

Dani, seus desenhos, além de belos, são expressivos, vivos, uma vitalidade que se revela tanto nas formas quanto nas cores.
Parabéns.

Anônimo disse...

Anon 20:30, a primeira imagem é uma foto. A menina ainda está lisinha por ser muito nova, mas lamentavelmente bem obesa. É uma pena.
A segunda imagem é uma figura feminina bem estilizada, uma linha curva muito discreta indicando a barriga pendente e apenas uma insinuação de dobras nas costas.
Busto pequeno em mulheres obesas é raríssimo. O busto é repositório de célula adiposa por excelência. Vamos suavizando a obesidade artística e relativizando a obesidade real, pois no fundo é o que queremos.

Abçs

Anônimo disse...

ok, não acha gorda bonita, ok. eu nem sou gorda e consigo achar gordas bonitas. ok tbem. só não acho ok justificar certos preconceitos com gosto pessoal. não sei se é o caso aqui e, portanto, nem vou discutir.

sobre mudar o que incomoda: acho super válido. só que o que incomoda tem que incomodar pq a pessoa se sente incomodada e não pq disseram que ela devia se incomodar. se fosse nessas, eu já seria loira siliconada, bronzeada e de cabelo alisado. e não quero nada disso. qdo saio à noite, muitas vezes sou a única mulher de cabelo enrolado nas festas. paciência. cerimônias de posse, essas coisas, quase sempre sou a única. qdo mais solene, mais chapinha e escova. a isso, não sucumbo. se me incomodasse, eu mudaria.

eu só acho que as pessoas têm que se aceitar inteiras antes de quererem mudar. tem gente que tá bem resolvida, muda o nariz e bola pra frente. acho ótimo e saudável. mas tem gente que mexe no nariz, percebe que nada na vida mudou e vai querer mudar muita coisa. e o problema é que não se aceita. não se conhece. nem sabe o que quer. e se aceitar não significa não emagrecer, ser forçada a não emagrecer. se aceitar é se aceitar como pessoa, como ser humano merecedor de respeito e com direito a felicidade mesmo antes de emagrecer.

Anônimo disse...

Acabo de aprender uma nova palavra no FB: 'diabesity' (diabesidade), a quem interessar possa.

Anônimo disse...

anon das 21:36 - sim, eu sei que é foto. só disse que a luz tá perfeita e parece uma pintura. foi a primeira coisa que eu disse. e o photoshop pode ser usado pra corrigir saturação e outras coisas que não a pele da pessoa fotografada. sim, é uma pena que esteja obesa (pq eu acredito que obesidade traz problemas mais cedo ou mais tarde). mas isso não impede que seja uma imagem bonita. ou impede? cigarro é péssimo e existem fotos lindas do james dean fumando. e aí? o gordo é tão deixado de lado que nem bonito pode ser?

sobre gordas com peitos pequenos, devo viver então no meio de mulheres raras, pois conheço MUITAS. são bem aquelas que reclamam que, qdo emagrecem, só perdem peito e continuam com coxas e bumbum grandes. não é tão raro assim, não. depende da programação de onde a pessoa vai acumular gordura.

e não exitem tantas imagens igualmente bonitas de mulheres magras estilizadas? ou vc cobraria, sei lá, o umbigo num desenho de uma mulher magra? estilizada tbem, ué. a gorda tem que ser real e, de preferência, com um lipidograma completo abaixo. a magra pode ser estilizada sem ninguém nunca falar:"ah, até parece que existe essa proporção de perna pra uma mulher de verdade".

o que é a arte senão uma interpretação do que se vê? decidir representar já é um corte na realidade. é um filtro.

postei essas imagens porque alguém (não sei se foi vc) disse que certos detalhes não aparecem nos desenhos da autora. nos dela. mas aparecem em outros tipos de representação. quer coisa mais sem detalhes que os desenhos do keith haring? pois é.

Anônimo disse...

21:44, geralmente não gostamos de UM aspecto de nossa aparência.
Passou muito disso, pode procurar um terapeuta. Não creio que a obesidade seja um desses aspectos. Obesidade é um estado, não é um traço genético, congênito ou hereditário. Deixar de ser obeso pode ser mais difícil que operar o nariz ou a orelha de abano, porque implica em mudança de estilo de vida. O cabelo já é outra história. Dá trabalho de todo jeito e maneira. Ninguém escapa. Nem os carecas.

Anônimo disse...

22:07 - gente, como assim não gostamos só de um aspecto? vejo todo santo dia principalmente mulheres se martirizando por mil coisas na própria aparência! se fosse uma coisa só, o mundo seria bom demais, sem tanta gente se odiando.

sim, concordo que operar nariz é normalmente mais fácil que emagrecer (conheço gente que se deu mal nos dois - desastres de plástica e gente que morreu com operação de estômago e tbem de problemas decorrentes de diabetes tipo 2 descontrolada).

mas é exatamente porque obesidade é um estado que eu acho que ninguém pode dizer pra outra pessoa que a felicidade só será merecida depois que emagrecer. por que a pessoa então vai ter que sofrer e ser julgada se obesidade é um estado? cara, pros obesos, a coisa é bem mais cruel.

Anônimo disse...

22:05, pra uma obesa perder o busto todo, só se fizer musculação sem parar na região do peito/costas. Fisiculturistas todas enxertam silicone no busto. Mas as brasileiras fazem mais cirurgia de redução de mama do que implante de silicone no busto, fique você sabendo!

Eu até gosto da obra do Fernando Botero, vez que são apenas pinturas de obesos e não pessoas reais. Algumas eu acho engraçadas, outras originais. De mais a mais, óleo sobre tela não fica doente, né?



lola aronovich disse...

Ai, anônimo das 20:32 que falou essa besteira: "Querem porque querem a gente ache gorda bonita. Mas fiquem sabendo: eu não acho gorda bonita e continuarei não achando e ninguém me fará mudar de opinião. E ponto."

Pelo discurso, só pode ser mascu. Sabe, vc é anônimo. Nem sabemos quem vc é. Eu pessoalmente não dou a mínima por quem vc acha bonita ou deixa de achar. Mas sabe, questionar padrões de beleza deveria ser algo que vcs mascus deveriam apoiar. Porque vcs dizem que são invisíveis pras mulheres, e juram que mulheres só gostam de homens "destacados" (fisicamente, inclusive). Claro que vcs pensam que mulheres gostam de homens bombados (a maior parte não gosta), e que o padrão de beleza masculino se limita a músculos. E claro que vcs acreditam que, sendo musculosos, vão pegar muita mulher, e aí vem aquela frustração em dobro ao perceber que as mulheres continuam não querendo nada com vcs porque vcs são babacas. Mas, por exemplo, vcs mascus são quase todos baixinhos. E é bem ruim ser baixinho numa sociedade machista (não feminista, não misândrica, não bucetista -- machista, e é o machismo que determina esses padrões) como a nossa, porque existe todo o condicionamento para que, num casal, o homem seja mais alto que a mulher (quem disse? Por quê?). Ou seja, que tenhamos padrões intolerantes de beleza é ruim pra vcs também. Até porque limita as opções de vcs, porque vcs só consideram linda quem a sociedade considera linda (uns 3% das mulheres no mundo?). Vcs seguem o pensamento de manada. Pra quem se orgulha tanto de ter saído da matrix, vcs continuam bem obcecadinhos pela mulher do vestido vermelho, não?

Bruna disse...

Olha, eu sou artista visual também e desde o início do meu trabalho também trabalho muito com a figura humana. As minhas pessoas nunca foram padrão de beleza, e elas tem o belo e o trágico e o cômico e o sublime, e todas as outras ultrapassadas categorias estéticas que possamos pensar.
Na minha concepção a arte tem que ser coerente com a expressão estética,possibilitando, assim, todas as manifestações de corpos (e corpus).
Vamos lá, vamos olhar o mundo, olhar a arte, olhar as coisas e não só olhar, vamos usar todos nossos sentidos. Se toco em um corpo fora dos padrões, como ele me parece? se degusto uma pele de uma pessoa que me ensinaram que não seria "aproximável", que gosto ela tem? e assim sucessivamente, passando por todos os sentidos...
acredito de verdade que se usássemos mais os sentidos cairíamos menos na armadilha da imposição cultural, seríamos superiormente livre.
Por isso, que além de artista, sou arte/educadora, e vivo para demostrar a cada um que temos sentidos e, portanto, devemos usá-los para ler o mundo.
Continue em frente ;)

Anônimo disse...

Hahahaha espero que o cara seja magro, porque as magras não vão querer nada com ele. E ponto.

Anônimo disse...

22:16, foi o que eu disse: estas têm que procurar um terapeuta. Muitas gordas são lindíssimas e não ligam pro corpo. Eu também usei aparelho nos dentes, consertei perna torta na infância. Nunca fui bonita, mesmo depois da plástica, nem por isso me descabelei pra alcançar a perfeição. Simplesmente fiquei contente com o que vi no espelho e me conformei com o que não podia mudar. Nunca fui obesa, quando sentia que estava exagerando na comida, dava uma meia trava.

Não são todos os gordos que não se aceitam como estão. Alguns nem sabem o quanto estão gordos. Uma britânica finalmente percebeu que estava pra lá de obesa quando teve de ser retirada da roda gigante porque esta parou de funcionar devido ao peso excedente. Perdeu 50 kg (Daily Mail) Caiu a ficha dela, né?

Acho que o julgamento é justamente por ser a obesidade um estado reversível. A crítica faz parte do pacote da existência humana. Todo mundo sofre críticas. Se não são as críticas, é a indiferença, a rejeição, o abandono.

Dani Libardi disse...

Tem gente que fiscaliza a celulite alheia e gente que fiscaliza a falta de celulite no desenho alheio. Se precisarmos disto parar sermos aceitos, nunca seremos belos o suficiente e, pelo visto, nem "feios" o suficiente…

Fiquei confusa, tem mais de uma Dayane artista plástica que comentou aqui?

Muito legal saber que só aqui nos comentários tem várias artistas engajadas no feminismo, na valorização do corpo humano, na autoestima. Dá vontade de organizar uma exposição, mostra, obra coletiva, sei lá. A arte é uma grande aliada se queremos melhorar a vida das pessoas.

Iara Teixeira disse...

Desenha o belo nos velh@s, por favor?!!! Às vezes axo q só eu acho os idosos bonitos, e não "bonitinhos-carinhosamente-pq têm cabelo branco".

Iara Teixeira disse...

Gostaria q vc desenhasse o belo no velho (idoso). Parabéns!

Dani Libardi disse...

Iara,
acredite ou não, estou justamente desenhando uma mulher mais velha. Uma mulher linda de tirar o fôlego, com cabelos prateados, que conheci, me inspirou.
Pretendo postar amanhã ou semana que vem. Mas está difícil, tive pouco contato com pessoas idosas nuas. E as fotos que encontro na internet também não ajudam muito. Tô me apoiando praticamente só na imaginação, correndo o risco de ficar meio irreal. Se tiver indicações de fotos bonitas de senhoras/senhores, me fala.

B. disse...

Off topic: sugestão de documentário para você assistir, Lola -> http://www.nfb.ca/film/sexy_inc
E para quem mais falar inglês (ou francês). Infelizmente não tem legendas para o português.
E um site que conheci pelo documentário -> http://genderads.com/page9/sexualviolence/sexualviolence.html
(cultura de estupro, sim ou claro?)

Caroline J. disse...

Adorei o post por me identificar bastante com os pensamentos da artista. Eu tbm comecei a desenhar fadas gordinhas numa busca por compreender outros tipos de beleza, e por auto-aceitação. Eu sempre desenhava fadinhas e garotas magrelas, e acabava por sentir um pouco de inveja delas, por não poder fazer parte daquele mundo de beleza e fadas pq meu corpo não era daquele jeito. Aí eu observei os trabalhos de um de meus artistas favoritos, o Brian Froud, que desenha fadas magníficas e reais, com diferentes tipos de corpos e aparências (algumas inclusive "feiamente" não-humanas, misturadas com animais e tal). E elas estão sempre felizes, autênticas, como animais, como parte da natureza que nunca se questiona, apenas é. E observei também os próprios animais e toda a natureza, que apenas é, e nunca tem crise de identidade. E pensei, pq não posso ser assim também? E comecei a desenhar minhas fadinhas com corpos diferentes tbm, com gordurinhas, celulite, peitos caídos, e simplesmente confortáveis desse jeito.

Anônimo disse...

ei, Dani, o que tu quisesse dizer com isto:

"descobri o blog da Lola pelo Cem Homens, na época em que a Letícia ainda estava na contagem."

como assim, na contagem?

estou desatualizada dos blogs.
valeu!

Anônimo disse...

Sou masculinista, e adoro uma mulher mais "cheinha'

Anônimo disse...

0:01, eu não fiscalizo ou mostro minha celulite nem admiro ou condeno a dos outros. E vamos combinar, celulite, bonita NÃO É, tanto que a arte a ignora solenemente quando quer retratar a beleza. Curvas sim, são bonitas, mas não somos apenas um desenho no papel. Cada besteira que pomos na boca danifica nosso corpo por dentro e por fora,
assim como cada cigarro que fumamos, cada mililitro de álcool que ingerimos e cada torrada ao sol. Quanto ao feio artístico, este é valorizado pela maestria do artista em retratá-la e pelas impressões que causa, assim não fora, O Grito jamais seria sequer pendurado numa parede qualquer.

Anônimo disse...

Dani, por que você não retrata o feio como ele é? Por que esse preconceito?
A idade avançada é feia sim, mas e daí? O estilo do artista está acima do feio e do belo, né? Contemple o Guernica e me fala se aquilo é belo, por favor.

Anônimo disse...

Interessante esse post.
Vou te dizer, Lola, sempre fui elogiada pelo meu corpo, passei parte da infância e toda a adolescência sendo chamada de feia, porque herdei os traços fortes do meu pai, que é negro, mas tenho pele clara, porque minha mãe era bem branca. Quando meu corpo se definiu, parecia um prẽmio de consolação, sabe? As pessoas não me chamavam mais de feia, se atinham a outra coisa: nossa, seu corpo é bonito!
Nunca fui de dieta, mas sempre achei importante conservar meu corpo daquele jeito, porque era isso que as pessoas achavam bonito em mim. Depois que comecei a namorar, engordei dez quilos. Eu não liguei a mínima, meu namorado era feminista e nunca me disse como eu deveria me vestir, quanto eu deveria pesar nem nada disso, porque ele sabia que isso não era da conta dele. Eu estava feliz pra caramba!
Embora eu estivesse feliz e saudável, só o que eu ouvia da minha família era "Nossa, como você engordou". Eu achava feio da parte delas apontar isso em mim como se fosse um defeito, mas não me importei.
Só que, por n motivos, eu terminei com meu namorado e meu mundo desmoronou. Entrei em depressão. Eu já tenho histórico de depressão há um tempo, então, nesse recaída, a coisa foi pesada e eu simplesmente parei de sentir vontade de comer. Passei uma semana comendo pouco e querendo vomitar esse pouco que eu comia. Nada de bulimia, nada de problemas de auto-aceitação, eu só estava tão triste que não tinha vontade de comer.
Quando meu irmão me viu, ele me disse "Nossa, como você emagreceu, tá bonita!" e isso me deixou tão triste. Ele não só não percebeu o quanto eu estava mal, não, ele se fixou no meu corpo "voltando ao normal", sem perceber o quão pálida eu tenho andado. Eu não emagreci porque quis, eu nunca quis parar de comer e nem acho bom sentir minhas articulações fracas por falta de nutrientes, mas o triste é ver que não é isso que as pessoas enxergam, né?

Dani Libardi disse...

Anon das 20:30 que postou o desenho da menina com pontos vermelhos nos joelhos, cotovelos e seios, quem é esse artista? Achei muito bonito.

Anon das 01:48
http://revistatpm.uol.com.br/revista/124/perfil/nadia-lapa.html

Lola, mais uma vez, muito obrigada pelo espaço. Adorei.
Muito bom poder ler vários depoimentos pessoais e artísticos compartilhados aqui.
Estou recebendo palavras bonitas de várias pessoas recém-conhecidas e amigos próximos. Agradeço os elogios que recebi aqui. Geraldo Rodrigues, meu amigo querido. Jaquee Ribeiro, Sara, Luiz Prata, tanta gente que eu que não sou assídua dos comentários do blog da Lola fico meio perdida.

Quem quiser manter contato comigo, tem a página que a Lola já linkou no post: http://www.facebook.com/daninopapel
Lá tem meu email, pra quem não tem facebook.

Anônimo disse...

sobre gordas com peitos pequenos... adivinhem qual é o maior público daqueles extensores de sutiã? se fossem tão raras, não tinha gente produzindo isso em série.

e sobre fisiculturista, bem, esse é meu meio. a coisa não é bem essa. sim, se a pessoa tem 5% de gordura, o peito fica pequeno. mas muitas não botam peito. talvez as que apareçam por aí exatamente por corresponderem a algum padrão desejado. eu não pretendo botar silicone. e, não, não malho peito desse tanto. desequilíbrio muscular não é interessante pro fisiculturismo.

Anônimo disse...

Lola, sou anônima, mulher, feminista.

Não concordei com sua opinião sobre o primeiro post do Carlos, quando ele disse que era gordo na adolescência e por isso não era visto pelas mulheres para fins românticos e você disse que ele devia ter sido rejeitado por outra coisa.

Os homens são rejeitados por serem gordos sim! Menos do que as mulheres, mas são.

Na adolescência eu tive um amigo gordinho, muito gente boa, cheio de amigas que gostavam muito da companhia dele, mas que que não queriam nada a mais com ele. Sei disso porque conversávamos sobre os rapazes e a opinião era unânime. Uma gracinha, educado, etc, mas era GORDO. Pois ele emagreceu ainda na adolescência e todas ficaram doidas com ele, ele pode escolher quem quis, ficou com várias, inclusive comigo, e fez muita palhaçada com algumas. Acho que quis se vingar. E conseguiu.

Foi somente ele emagrecer que conseguiu a atenção das mulheres. E a personalidade mudou foi para pior, antes ele era muito mais simpático.

@s gordinh@s costumam sem muito simpátic@s, na tentativa de agradar. sempre fui gorda, algumas vezes quase "normal", mas minha calça menor foi 44... Sempre me esforcei ao máximo para ser simpática, principalmente com os meninos, pois não via outro jeito de chegar perto deles. E perdi a conta do número de vezes que o rapaz que era meu amor platônico vinha falar comigo sobre quem ele gostava, ou me pedindo para apresentar alguma amiga, etc.

Mesmo os gordos simpáticos são rejeitados por serem gordos.

june_miller disse...

OUTRA vez isso Lola? Não é por nada não. os desenhos são bonitos, mas estou cansada de ver aqui você defendendo um estilo de vida não saudável (assim como os inúmeros posts dedicados aos mascus).

Lola, sou baixinha e também visto o manequim 44 (entre 42 e 44), SEI que sou gorda, e SEI que quero mudar isso. Nem é uma questão muita de perder peso (isso também é parte) é questão de ter uma vida mais saudável. Nós somos o que comemos, Lola. Nós somos nosso estilo de vida e meu corpo demonstra que meu estilo de vida NÃO é saudável.

Sei que você quer aqui defender a auto-estima de mulheres (e homens) gordos, que não podemos nos deixar levar pelos padrões estéticos que exigem de cada um de nós, que temos quer ser felizes como nós somos. Eu sei essa cartilha de cor. Só que não sou feliz como eu sou. Eu quero mudar, que quero comer melhor, que quero ter um corpo que diga "eu sou saudável". Veja bem, eu não estou falando em ser magra, mas em ser saudável. Eu já comecei uma dieta e faço exercícios todos os dias. O processo é lento, mas sei que posso mudar

O que um corpo gordo diz de mim? Ele diz que como comida gordurosa, diz que exagero na carne, nas massas, nos doces. Diz que eu não gosto de exercícios, nem o ar livre. Diz que eu posso ser um preguiçosa.

Não quero ser assim Lola. Temos que ter bom senso, temos quer ser realistas, isso NÃO é bonito. Isso NÃO é bom. Não estou falando sobre estética, nem sobre conseguir um homem (não é isso que quero). Falo sobre nossa vida. Gordo não é saudável, e temos que parar de defender um vida não saudável só para gente que é gorda que nem como eu continuar com hábitos que mais tarde vão trazer consequencias. E Lola, TODA pessoa gorda que conheço (inclusive eu) não tem um estilo de vida saudável. Não é nenhum problema hormonal ou da tiróide.

Cada um tem que ter suas escolhas, eu entendo isso. Mas não consigo deixar de lado que cada vez que você defende gordos como eu você está defendo um estilo de vida que traz sérios problemas de saúde, que é um problema sério em quase todos os países desenvolvidos, que faz pessoas terem ataque cardíacos aos trinta anos.

Anônimo disse...

16:57, você está confundindo circunferência de tórax com tamanho de busto.

Anônimo disse...

Sobre fisiculturismo feminino, é comum competidoras profissionais colocarem silicone sim. Fica mais harmonioso.

@ june miller

A Lola nos deu um ligeiro golpe baixo ao publicar este guest post. Aceitar a própria obesidade usando o expediente da retratação artística da figura feminina gorda é um auto-engano, todas nós sabemos. Mais dia, menos dia, o encanto se desfaz.

lola aronovich disse...

June, vc conhece este blog há bastante tempo, suficiente pra saber que eu publico posts diariamente. Com sorte, alguns desses posts vão te agradar, outros não. Vc pode pular os posts que não te agradam (sobre mascus e sobre aceitação do corpo, por exemplo), pode só ler o título ou ver as imagens, e em questão de segundos vc saberá que aquele post não é pra vc, então vc sai do blog e volta outro dia. Tenho certeza que no mesmo dia vc encontrará outros blogs e tumblrs feministas com algum assunto que te interesse. O que acho meio chato é vc querer que eu pare de escrever sobre o que eu quiser escrever no meu blog pessoal porque o assunto não te interessa. Vc não acha isso meio autoritário não?
Sua crítica a questões de aceitação do corpo (que tal pensar que isso não é bonito PRA VC, isso não é bom PRA VC, sem ter a presunção de falar por toda a humanidade?), além de ser rasinha – eu conheço gente gorda que tem estilo de vida saudável, e isso de ter ataque cardíaco aos 30 anos, pffff – não se aplica a este guest post, que fala da representação de vários tipos de corpo na arte. Vc gostaria de proibir que a Dani e outras artistas desenhassem corpos mais roliços, porque, pra vc, isso seria apologia à obesidade? Vc acha que diferentes tipos de corpo não merecem ser desenhados, não merecem aparecer na mídia, por mais que eles existam na vida real? Todo mês sai pesquisa nova mostrando que gordos podem ser saudáveis, que o que mais causa problema de saúde não é a gordura, mas o sedentarismo (e tanto faz ser gordo sedentário quanto magro sedentário). A última que eu li foi esta aqui. Acho que você está desatualizada.

Pelo menos vc assina seu comentário, ao contrário dos anônimos covardes como o da 21:03.

Anônimo disse...

Ministério da Saúde reduz idade mínima para cirurgia bariátrica no SUS

Assessoria/NG


Para marcar a Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, o Ministério da Saúde reduz a idade mínima para as pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica. Uma das principais mudanças é a redução de 18 para 16 anos a idade mínima para realizar o procedimento, em casos em que há risco de vida do paciente. Além dessa medida, também está prevista a inclusão de exames e de outras técnicas cirúrgicas. A iniciativa foi tomada com base em estudos que apontam o aumento crescente da obesidade entre os adolescentes, como a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF), que verificou que na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso – em 1970, este índice estava em 3,7%.

http://www.midiamax.com/noticias/820222-ministerio+saude+reduz+idade+minima+para+cirurgia+bariatrica+sus.html

Anônimo disse...

"Todo mês sai pesquisa nova mostrando que gordos podem ser saudáveis, que o que mais causa problema de saúde não é a gordura, mas o sedentarismo (e tanto faz ser gordo sedentário quanto magro sedentário)."

qual é o problema de saúde que o magro sedentário COM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL tem?

Devemos comer de acordo com a atividade física ou fazer atividade física de acordo com o que se come? Essa é a questão!

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2012/09/19/interna_mundo,397491/elefantes-obesos-entram-em-dieta-na-india.shtml

Anônimo disse...

21:03 - harmonioso PRA QUEM? já me falaram isso dentro da academia. e, quer saber, estou super feliz e com corpo harmonioso pra opinião de quase todo mundo com quem lido/fico. e vou ouvir o que a mídia prega como mais harmonioso? meu c*.

engraçado que, na europa, os padrões são outros. sou fã total da cindy landolt e essa nunca passou perto de silicone. parem de ver só o que sai na mídia, que já tem preconceito demais com fisiculturismo. que aliás vê harmonia do desenvolvimento muscular e nunca de rugas, peitos, idade e afins.

00:07 - existe uma vertente da medicina querendo considerar o sedentarismo como doença. ou seja, pra eles, o problema do magro que come de maneira saudável seria exatamente o sedentarismo. comer de maneira saudável é só um aspecto da coisa toda. até porque o ser magro aí não diz nada sobre a saúde da pessoa. se ela não é ativa, chances há de que seja uma falsa magra. de acordo ainda com o que dizem esses médicos, devemos fazer atividade física, ponto. e comer de acordo com o que vai ser necessário.

18:54 - ok, i rest my case. sou amiga das poucas e raríssimas gordas de peitos pequenos.

Vitória disse...

Lola, não tem nada a ver com o post, mas é que eu li esse texto da Jezebel e achei fantástico, como muitos outros.
http://jezebel.com/5950658/if-its-not-a-secret-its-not-safe-girls-boys-and-the-pleasure-paradox?utm_campaign=socialflow_jezebel_facebook&utm_source=jezebel_facebook&utm_medium=socialflow
Se você quiser utilizá-lo, eu me disponho a traduzi-lo para você.

Dani, adorei seus desenhos, você tem muito talento. Alguns dos corpos que você desenha me lembram daqueles esculpidos na arte greco-romana. Formas femininas que eram consideradas belas e já não são hoje em dia. Gostaria de parabenizá-la pelo esforço empregado em mudar as concepções estéticas ideais que temos, não é fácil, mas você está fazendo um ótimo trabalho. Continue com seu lindo trabalho!

june_miller disse...

Lola, acho que fui um pouco agressiva no meu comentário. Sobre isso, peço desculpas. E realmente, não quero ditar sobre o que você escreve aqui. O blog é seu e você tem direito a escrever sobre o que quiser. E longe de mim querer guiar o trabalho da artista. Aliás, nem estava me referindo a ela. Mas ainda acho que a maioria dos gordos (pelo menos dos que conheço) não leva uma vida saudável. Talvez eu tenha exagerado em "ataques cardiácos" aos trinta, mas vamos ser sinceros que uma alimentação pouco saudável e sedentarismo provoca sérios problemas de saúde, muito deles ligados à obesidade.

Leio muito de seu blog, e concordo com muito do que você escreve. Concordo com o que você diz sobre a gordofobia e como a mídia retrata as gordas, mas não consigo me sentir bem sendo gorda.

Anônimo disse...

Tenho peitos grandes, tórax largo e baixo percentual de gordura.
Sou vegetariana, como pouquíssima gordura, pouco açúcar, o máximo de integral possível, faço 40 a 45 minutos de aeróbico 4 x por semana e yoga 1 x a 2x e no entanto, apesar de não ter barriga, ser superfirme, ter quase nada de celulite, tenho peito e um pouquinho de bunda. Meço 1,67 e peso 87 quilos!! Minha irmã come só gordura animal, pão só branco, doces a vontade, não faz exercício algum, nem andar ela gosta. Vive reclamando que não tem capacidade cardiorrespiratória e no entanto, tem 1,71 e pesa 48 quilos. Quando mais jovem, já foi solicitada para ser modelo várias vezes.
Advinha quem fica doente toda hora? eu sou forte como uma vaca, deve ter 10 anos que nem gripe eu pego, meus males são psicossomáticos porque passei anos, dias, meses, me torturando porque sou fora do padrão e achava que nunca seria amada.
Ela vive com gripe, infecção urinária, baixa imunidade, todas as doenças que um ser um humano tem perto dela ela adquire. Os exames dela estão sempre uma droga. Os meus sáo bons de dar gosto.
Os anònimos podem me achar feia e minha irmã bonita, mas eu tenho provas concretas de que ser magra não é sinônimo de saúde e ser gorda não é escolha pessoal simplesmente.
Carolina H

Ana disse...

Adorei as obras dela, queria eu desenhar assim. Ainda estou tentando.

Contudo, porém, todavia, eu gostaria de fazer um questionamento. Pq quando as pessoas falam em um conceito de beleza real feminina, isso quase sempre vai de encontro às mulheres acima do peso? Me dá a sensação de que somente mulheres gordas são reais, e eu não me sinto representada nesse tipo de arte (e tenho certeza de que várias outras pessoas tb não).

Anônimo disse...

01:17, harmonioso na hora de competir, de ir para o palco. A figura feminina inclui um par de seios. Tá certo que o biquini que elas usam disfarça a falta de gordura mamária. Não estou dizendo para você colocar implante de silicone, please. De minha parte, não acho a hipertrofia muscular em nível de competição bonita não. Mas há gosto pra tudo, né?

Você assistiu essa entrevista com o Dr Alexandre Meheb?

http://tvbrasil.ebc.com.br/semcensura/episodio/terezinha-guilhermina#media-youtube-1

@June

Você não exagerou em nada. Ataque
cardíaco em HOMENS obesos de qualquer idade têm 75% mais chances de ocorrer do que em magros. O Bussunda teve seu ataque fatal aos 44 anos. Será que só ele era sedentário do grupo Casseta & Planeta?

As mulheres estão mais protegidas do ataque cardíaco precoce, mas NÃO do câncer precoce, da endometriose, da infertilidade, do diabetes tipo 2 precoce, do joelho ferrado, devido à obesidade.

A mídia ignora as gordas por mais que elas queiram se projetar e aos gordos e gordas resta a comicidade.
Aliás, corrigindo, os obesos aparecem diariamente em programas
de redução de peso. Ronaldinho está fazendo um papelão no Fantástico, tá não? Acho que eles ganham uns trocados pra 'perder' uns quilinhos nesses programas. Tudo muito chastíssimamente engraçado.








AngieB disse...

Linda arte, e declaraçao. Encontro otimo este efeitos das palavras de alguem sobre o pensamento de tantos. Das pessoas refletirem mesmo sobre coisas que fazemos automatico, mesmo quando sao coisas que nem nos parece relevantes. Achei maravilhosa a definiçao de arte que foi dada, e espero o dia que digam que é "uma mulher linda" e nao "uma gordinha linda"... Ou "para uma gordinha ate é bonitinha". Produz um sentimento bom ao ver a arte reproduzir a variedade real do mundo e nao algo pausterizado e utopico que compramos como o atingivel para a felicidade. Parabens, querida, por sua arte! Amei as cores e as formas que se mesclam.

Anônimo disse...

ana, concordo...

"
Contudo, porém, todavia, eu gostaria de fazer um questionamento. Pq quando as pessoas falam em um conceito de beleza real feminina, isso quase sempre vai de encontro às mulheres acima do peso? "

a gente não pode desmerecer um tipo de corpo pra valorizar outros. mulheres reais incluem as magras tbem! aliás, incluem TODAS as mulheres. muita gente cai no erro de ir pro outro lado da coisa qdo fala em mulher real.

Anônimo disse...

11:58 - graçazadeus há gosto pra tudo. e eu não defendo que qualquer tipo de corpo é válido e tem que ser respeitado?

e ontem mesmo já armei com um cara que competiu agora em agosto pra gente treinar junto e ano que vem vou competir despeitada. boto mais fé na minha simetria muscular e na harmonia dos músculos.

não sei se era indicação pra mim, mas tô gostando do que o vídeo diz. isso de hipoglicemia reativa e vontade louca de comer doces/carboidratos é uma coisa que sempre falo qdo alguém diz que não tem força de vontade pra parar de comer porcaria. às vezes, vai além da força de vontade. eu acredito mais na força de vontade pra pesquisar e estudar, não de se privar de comida.

e o controle de índice glicêmico é a coisa que mais funciona pra mim. isso, modulação de carboidrato e nos momentos de comer cada tipo de carbo. e nunca me peso. nem meu endócrino me pesa.

acho que as pessoas que querem ou precisam emagrecer (e não perder peso, que pode ser de água e músculos) sofreriam menos se fossem atrás desse tipo de informação.

valeu, vou até salvar aqui pra mostrar pras pessoas. essa coisa de não comer nada e tal.

Lu Azevedo disse...

Eu também tenho essa mania de desenhar corpos magros quando desenho da minha cabeça, sem me basear em ninguém. Nao tinha percebido isso, valeu o toque!

Mas por outro lado, como faço desenhos personalizados, nas tres vezes que desenhei as pessoas tais quais elas eram (gordinhas), me pediram pra mudar. Me disseram que já bastava a realidade. Duas eram mulheres e um era homem.

Mas enfim, adorei o post e os desenhos dela!

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Lola, só vc mesma pra me fazer ler um livro inteiro em uma semana estando eu sozinha com meus dois filhos há 2 semanas. Sem precedentes, totalmente. Estou falando do seu livro de cronicas, viu? Excelente! Com o humor, a leveza e o maravilhoso olhar critico de sempre. Te admiro muito!

Lu (Canadá)

Desenho DG disse...

Bem legais seus desenhos. Que bom que tenta fugir de padrão imposto pela mídia e desenha pessoas "comuns".

Abraços.

Anônimo disse...

Muito parecida com a baixinha e célebre Kim Kardashian, Mariana Rios foi rejeitada no mundo da moda por ter uma beleza MUITO comum.

Beleza muito comum?


Como corrigir uma beleza muito comum, ó céus?

Será que a guest-poster desenharia uma pessoa de beleza muito comum?

http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/famosos/2012/10/28/312052-mariana-rios-sobre-comeco-da-carreira-so-levei-nao-diziam-que-minha-beleza-era-muito-comum#10



Anônimo disse...

tsc tsc tsc se a Mariana Rios tem uma beleza muito comum, idem pra minha feiúra. Estou frita.

Acho que vou fazer uma plástica pra ficar uma feia incomum, quem sabe dá certo?

Anônimo disse...

adorei o guest post e os desenhos da dani. nem vou falar mais nada pq o post é antigo e só agora q eu vi. curti sua pagina no facebook.

ps. lola, se é pra aceitar esse tipo de chorume que comentam aqui, pq nao tira logo a moderação? pelo menos antigamente a gente (pessoas normais) podia conversar aqui nos comentarios. e os mascus retardados que apareciam como sr dig din eram mais engraçados q esses comentaristas q destilam odio aqui hoje de forma supostamente polida. desconfio q uma delas é uma velha conhecida do blog, q ja foi banida e insiste em voltar por se considerar feminista.

falando serio: esses comentarios gordofobicos sao muito doentios e podem deixar alguem fragilizado se sentindo mto mal, eu sugiro que vc nao aceite mais. a caixa de comentarios do seu blog sempre foi um espaço seguro para conhecer pessoas afins mas atualmente é tao ruim quanto qualquer site de noticias. muita gente legal deixou de comentar aqui pra nao ter q ler esse tipo de coisa. adoro seu blog, mas se eu quisesse ler senso comum q essa gente vomita, eu nao estaria aqui.

Anônimo disse...

oi eu asim que transei peguei a camisinha fiz dois furos com a agulha coloquei na vagina e fui apertando dentro de mim so que eu estava de pe e o furo era pequeno .. ... posso esta gravida ??