quinta-feira, 6 de setembro de 2012

“OLHA QUEM MANDA AQUI” NÃO MAIS TOLERADO...EM BRUXELAS

Era para ser um trabalho de conclusão de curso para a jovem estudante de cinema Sofie Peeters. Mas seu documentário de 17 minutos, Femme de la Rue (Mulher da Rua; veja o trailer e um trecho), tem gerado um enorme e importante debate na Bélgica. Com uma câmera escondida, Sofie filmou as grosserias que escuta ao sair na rua. 
Praticamente toda mulher já passou por isso. Já falei deste tipo de abuso algumas vezes, e insisto: é uma maneira de limitar o espaço da mulher, de cercear seu direito constitucional de ir e vir, de lembrá-la que seu lugar não é ali, em público, e que sua esfera deve ser apenas doméstica. Em outras palavras: é um jeito muito eficaz dos homens dizerem, diariamente, “Olha quem manda aqui”.
O documentário foi exibilido na TV belga, o que me leva a pensar: se alguém fizer um curta desses, ele iria ao ar na TV brasileira? Haveria uma discussão inteligente sobre este problema, ou apenas o velho lugar comum de que falar pruma mulher desconhecida “quero comer teu rabo” é um super elogio pra ela?
Sim, porque a ironia maior é tantos homens (e algumas mulheres que compram a ideia) acreditarem que esse tipo de abuso é bom pra autoestima das mulheres. Ô, é ótimo mesmo. Tanto que há um site (em inglês), o Hollaback, em que um monte de mulheres registram, todo dia, o abuso que sofrem ao cometer aquele crime terrível -– sair na rua, em qualquer horário, em qualquer lugar (já fizeram uma versão brasileira do Hollaback? Façam!). Independente da roupa, da idade (geralmente as grosserias começam quando uma menina tem dez anos, e não tem idade pra terminar), da aparência, as mulheres acabam ouvindo essas grosserias apenas por serem mulheres. Isso não é paquera, não é sedução. É intimidação. É terrorismo sexual. É uma lembrança que mulheres podem ser estupradas a qualquer hora e lugar.
O documentário de Sofie foi criticado porque a maior parte dos homens filmados é de origem árabe. Isso porque o vídeo se passa no bairro de Anneesens, onde Sofie mora, um bairro de maioria imigrante. Mas as mulheres que têm de lidar com esse abuso sabem que isso não está preso à raça ou classe social. Acontece em todo o mundo.
A boa notícia é que o debate gerado pelo documentário fez com que uma lei passasse em Bruxelas. Desde o dia 1 de setembro, insultos na rua, sejam eles sexistas, racistas, homofóbicos ou de outro tipo, estarão sujeitos a multas entre 70 e 250 euros. Obviamente, apenas esse dispositivo opressor não é suficiente. Como diz Claudine Lienard, coordenadora de projetos da Université des Femmes, “é necessário mostrar às pessoas o contexto dentro do qual seus comportamentos se exprimem, contexto este que é patriarcal e de dominação masculina”.
José Tarcisio me fez o enorme favor de traduzir e me enviar este texto esclarecedor.
Abuso: a rua não pode mais ser um espaço onde os homens fazem suas leis
Por Magali de Haas, Anne-Cécile Mailfert e Hélène Assekour, membros do "Osez le féminisme"
Na Bélgica, o vídeo de Sofie Peeters, que pôs em evidência a realidade do abuso de rua em Bruxelas, teve o efeito de uma bomba no debate público e suscitou numerosos depoimentos na internet. O mais surpreendente para nós é a surpresa que ainda gera esse tipo de constatação.
Sim, a rua é um lugar onde as mulheres são expostas ao sexismo e à violência de certos homens. A maioria das mulheres, se não todas, já conheceram em suas vidas, de maneira mais ou menos frequente, o abuso na rua. Este pode ter diferentes formas, indo de comentários sobre o físico ou a roupa até insultos machistas, passando pelos assobios e convites insistentes. Algumas vezes ele vem acompanhado de agressões físicas (empurrões, mão na bunda, etc.)
Não deixemos acreditar que é uma questão de erradicar o flerte dos lugares públicos. É muito fácil ver a diferença entre sedução e o abuso de rua. A primeira sugere a reciprocidade e não é insistente se não for correspondida; o segundo cria uma situação intimidante, hostil e ofensiva. Além disso, o caráter repetitivo desse comportamento cria uma situação de tensão permanente para as mulheres submetidas a ele.
Essas situações de sexismo ordinário e de abusos na rua, e o fato de serem tolerados, são graves. Sem surpresa, elas se assemelham a todas as outras formas de violência contra as mulheres. Os mesmos fenômenos de interiorizarão acontecem com as mulheres vítimas de outras violências sexistas: a culpabilização, a vergonha, o medo. Seja por violências verbais ou físicas, a palavra das mulheres ainda é sistematicamente desacreditada, banalizada e finalmente reduzida ao silêncio. É o caso de mulheres vítimas de estupro, das quais somente 10% denunciam, mas também daquelas submetidas a agressões físicas e/ou sexuais, abuso sexual e abuso moral.
O fenômeno do abuso, que se insere no contexto da violência machista, mantém um sentimento de que a rua é um espaço masculino no qual as mulheres não podem circular de maneira livre e segura a qualquer hora do dia e da noite. A rua seria então um domínio reservado aos homens, onde ele impõem suas condições, suas regras e seu controle. Coitadas daquelas que as transgredirem! Se as mulheres saem, elas têm que se dobrar às regras ditadas pelos homens: sempre estar disposta a receber "elogios", insultos ou investidas… em suma, a estar disponível.
O abuso de rua, como todo tipo de violência contra a mulher, se baseia em uma ideia ainda subjacente na nossa sociedade patriarcal: o corpo das mulheres está à disposição dos homens e submetido ao desejo deles. Ora, as mulheres deveriam poder caminhar livremente no espaço público sem medo e sem serem a todo momento lembradas de seu gênero, sua orientação sexual, sem serem pressionadas a um papel de sedução dominado pelos homens, sem ter que justificar se estão disponíveis ou não.
Não tentemos também reduzir a polêmica, achando que o machismo só existe na rua em determinadas classes sociais ou em determinada cultura. Não podemos cair na armadilha de uma oposição entre luta anti-sexista e luta anti-racista. Estas duas lutas estão intrinsecamente ligadas e denunciam os mesmos mecanismos de discriminação e dominação. O sexismo não é um fenômeno cultural ou de uma geração, ele é universal, isto é, ele está presente em todas as culturas e a todas as classes sociais.
A presença de mulheres no espaço público em geral continua a incomodar. O exemplo dos deputados assoviando para Cécile Dufflot na assembleia nacional porque ela estava usando um vestido está aí para nos lembrar que não existe nem cartografia nem "sociografia" da misógina. Reflexo arcaico de uma época em que mulheres estavam "presas" em suas casas e à esfera privada, as observações sexistas quotidianas, na rua, no trabalho ou na Assembleia Nacional, pela sua natureza e quantidade, longe de serem piadas engraçadinhas sem consequência, contribuem para manter e legitimar a exclusão de mulheres do espaço público.
O grande número de depoimentos postados na internet depois da divulgação do filme de Sofie Peeters nos permite perceber que existe, por detrás de todos estes exemplos individuais, um fator social. Fator que precisa de respostas políticas.
A punição pela lei é uma boa resposta política? A lei tem, por definição, um caráter normativo importante. Uma lei sobre o conjunto de violências contra as mulheres permitiria ao governo demonstrar a sua vontade de lutar contra essa violência. Mais é ilusório acreditar que a lei por si só é suficiente. O sistema judiciário ainda tem que evoluir muito no tratamento dado à violência contra as mulheres; evolução que não acontecerá se um plano de formação de policiais e de justiça não for colocado em prática.
Para se atacar a raiz da violência e do abuso de rua é necessário que estereótipos sejam combatidos, que exista uma educação para a igualdade e para a liberdade desde criança. A conscientização e a indignação que emergem hoje são os primeiros passos para que cada um se dê conta que esses comportamentos são inaceitáveis e precisam parar. Passemos rapidamente da indignação à ação.

157 comentários:

Anônimo disse...

se eu vejo uma mulher gostosa, eu mexo mesmo, e quero ver quem vai me impedir, pois tenho atração natural por mulheres,minha heterosexualidade e convicta, e não uma construção social, como a delas !!

Anônimo disse...

Não se preocupem feministas, ninguem vai mexer com vocês na rua kkk

Zé Costa disse...

Pois é Lola, e esse caso dos assovios na Assembleia gerou uma discussão grande aqui na França também e leis estão sendo estudadas e discutidas pra tentar combater esse tipo comportamento. Entretanto, como o próprio texto deixa claro, só leis não bastam. Aliás as leis só explicitam a falha educacional que existe. Esperemos que esses debates levem à mudanças reais.

PS: Foi um prazer traduzir o texto, mas sempre vale lembrar que não sou tradutor profissional então pode ser que surjam algumas imprecisões com relação ao original. Mas fiz o meu melhor. :)

Lord Anderson disse...

Otima noticia.

Claro que vai gerar os comentarios idiotas e egoistas de quem se considera o centro do mundo e não consegue ter empatia pela outra pessoa.

Mas mostra mais uma vez que protestas, não deixar queito, fazer ativismo tem resultados sim.

Ao menos rompe o muro de silencio e acaba com a desculpa da ignorancia sobre o assunto.

Paranes a jovem que tomou a iniciativa, as mulheres que denunciaram e ao projeto da lei.

Anônimo disse...

Quantas cantadas você homem acha que uma bela mulher recebe por dia?

E você ? quantas cantadas de mulheres ja recebeu hoje?

Pare de inflar o ego delas imbecil, elas não dão a minima para sua existencia, a manos que você represente algum destaque social nos meios em que elas vivem, tomem vergonha nessas caras.

Anônimo disse...

engraçado algo que eu notei, u tenho um fusion, e quando passo a é a as paquero elas fazem cara feia, mas quando eu passo de carro e falo besteira elas abrem o sorriso, porque ?

J.M. disse...

Os trolls ficam o dia inteiro no blog da Lola dando F5, só pode!

Anônimo disse...

Me lembro da sensação de vergonha e medo que eu tinha quando, aos 12 anos, eu tinha que passar em frente a um barzinho lotado de homens para chegar à catequese. Eles assoviavam, falavam coisas grosseiras... Era ruim mesmo. Principalmente para uma garota de 12 anos.
Ao crescer fui pra faculdade de Ciência da Computação. Eram 37 homens e 3 mulheres na sala. Quando uma de nós se levantava para sair durante a aula, era uma chuva de assovios. Já perdi as contas de quantas vezes deixei de ir ao banheiro por vergonha das reações dos meninos, vergonha de ser avaliada de cima a baixo. Mas a maioria das vezes eu simplesmente sentava ao lado da porta, para nem dar tempo eles reagirem.

Sonado Alaikor disse...

Algo que eu e minha noiva temos acordado entre nós, olhamos sim para outras pessoas, comentamos entre nós (de forma a ninguém mais ouvir) mas respeitamos os outros. É um saco ter de ir e voltar com minha noiva quando eu não tenho tempo, quando tenho muitas coisas a fazer, mas infelizmente em determinados horários a quantidade de grosserias e abusos que ocorrem torna isso uma pratica recorrente.

Neste ponto eu concordo, mulheres devem saber se defender sim, porque ainda vai demorar para conseguirmos mudar esse problema cultural.

@13:24 e @13:29

#Facepalm

MCarolina disse...

Acho importante existir a lei para esclarecer para a massa confusa que isso é agressão, e é inaceitável.
Não tenho nem muito o que acrescentar pois é texto é muito completo e explicativo, já vou até compartilhar.
Achei engraçados esses comentários de trolls (não sei se permanecerão aqui)de "não se preocupem, ninguém vai mexer com vocês na rua". Minha resposta é: Nada me faria mais feliz. Antes fosse.

Georgeane disse...

Vocês trocam o nome agressão por elogio e acham que fica tudo bem. Mas olha só, sabemos o seu segredinho: Caras que "elogiam" uma mulher dessa forma, são aqueles que nunca, nunquinha, vão ter a menor chance com ela. E vocês SABEM disso.
Recalque é uma m***

Gabriela disse...

Porq os primeiros comentários sempre são dos masCUZINHOS?Vcs aí por q não toman vergonha na cara e deixem de comentar como anônimos.Vcs tão apaixonados por alguém aqui?Só pode.

Esse doc está disponível em português?

laís disse...

esse anônimo imbecil acha que heterossexualidade convicta é mexer com mulheres por atraçao natural. tem q gritar na rua q vai comer alguem pra se achar macho? coitado. nao deve comer ninguem. pq eu duvido que alguma mulher q receba uma cantada de baixo nivel na rua olha pra quem deu a cantada e vai junto imediatamente pro motel.
e outra coisa. uma cantada alegre, como eu já recebi, do tipo, q sorriso, q forma, nao foi intimidadora. mas ja ouvi um homem falar que ia chupar minha buceta. com essas palavras. numa rua, a noite. é claro que ele queria me intimidar. se quisesse me conhecer, tinha uma abordagem menos agressiva.

Liana hc disse...

"Passemos rapidamente da indignação à ação."

É disso mesmo que estamos precisando. Agir. Não dá só para fazer reclamações inócuas. Quem abusa não vai parar por pura polidez, se não aprendeu isso quando criança dificilmente vai haver uma mudança profunda ou rápida ou espontânea quando adulto. Muitas vezes o que ocorre é que a pressão social sobre determinado assunto aumenta e a maioria adere, mais por vontade de ser aceito e por constrangimento do que por consciência. O que percebemos como respeito e empatia, às vezes não passa de hábito, comportamento condicionado, medo de ser rejeitado. E isso é em qualquer lugar, em qualquer cultura. E tudo isso faz parte.

Além da parte educativa que é importantíssima, principalmente para as crianças, há também a parte repressora e punitiva que infelizmente se faz necessária. Seria muito bom ver, não só multa$$, mas também grupos de discussão, em várias esferas, sobre os papéis sociais que a sociedade propaga como modelos e repensar tudo isso, promover espaços de convivência e diversidade. Propor soluções, buscar um entendimento entre a nossa "opinião pessoal" e o direito dxs outrxs em seguirem com a própria vida sem serem alvo da intolerância alheia. Fazer uma ponte com outros preconceitos, porque muitas vezes eles andam juntos. E para aqueles que não se sensibilizarem com isso, multa, cadeia, processos, constrangimento social também são ferramentas para tolher esses comportamentos.

Gostei da ideia de fazer uma versão brasileira (se é que já não tem) para podermos registrar esses abusos verbais que acontecem nas ruas.

Anônimo disse...

Achei a postagem de todo pertinente. Reafirmo o que penso: o mundo, se as mulheres fossem realmente vistas, ouvidas e admiradas como os homens, seria um lugar muito melhor. Li os comentários acima e os vejo como a assinatura de que nossa sociedade, de forma geral, ainda acredita no poder patriarcal que se arroga o direito de cercear as mulheres, como se fossem propriedade dos homens. Digo, para os anônimos acima: tudo bem que outro homem "mexa" com vocês na rua? Minha homossexualidade também é convicta...

Marta SP disse...

Muito interessante Lola. Vai chover de mulheres e meninas (eu diria que até com pré-adolescentes o abuso é cometido) apoiando. Gostaria muito que as ruas fossem meu território também, e que os homens me respeitassem como respeitam os outros homens.

Stefani disse...

É extremamente esse tipo de comentário que mulheres costumam ouvir. Eu chego a ter ódio de alguns que não veem o quanto esse ato é ridículo e repugnante.

Imagine você ter que mudar o caminho para o seu trabalho porque não suporta olhares e piadinhas de trabalhadores de uma obra. Ou evitar se vestir como gostaria porque vai ouvir baixezas de todo o tipo.

Não sei se faço certo, mas evito certas coisas que irão chamar muita atenção de outros homens. É triste, mas é melhor que ouvir "essa eu chupava todinha" de um cara qualquer.

Sara Marinho disse...

Acho engraçado esse troll falar que ninguem vai mexer com as feministas na rua...Sou feminista e não me recordo de conseguir ir a padaria a duas quadras da minha casa sem ser no mínimo secada por alguem na rua, no mínimo, normalmente tem pelo menos algum idiota de moto, carro ou mesmo caminhão para businar para mim também.
O constrangimento da mulher na rua é geral, comigo é o tempo todo porque sou nova, tenho só 20 anos, e não estou tão longe do padrão de beleza, mas é super comum mexerem com a minha mãe na rua também, que tem 47 anos,e tem a cara e corpo de uma mulher de 47 anos, que não é o comunmente tido como belo. Nem eu nem minha mãe gostamos de ser "abordadas" na rua por estranhos na rua, não nos achamos mais bonitas por isso, minha mãe não acha bom que algum idiota busine para ela, não fica feliz na linha de pensanto mascu "Oh, passei dos 30, minha beleza e minha vida acabaram, mas alguem que nunca vi na vida me acha bonita o suficiente para businar para mim, que felicidade", não, ela acha ofensivo e constragedor.

Liana hc disse...

Curioso também é que essas "cantadas" agressivas acontecem comumente e quase toda mulher já foi alvo disso, inclusive desde criança. Muitos acham que reclamar é besteira e exagero, que mulher é que é muito sensível e não sabe aceitar um simples "elogio", mas ficam constrangidos quando assistem a um video como esse Femme de la Rue porque fica óbvio, para a maioria, que tem alguma coisa errada.

Ou talvez algum doido saia com a teoria de que no caso de agressão sexual verbal "legítima" (numa vibe Todd Akin) os ouvidos da mulher vão "naturalmente" fazer um zumbido tão alto que ela nem vai escutar e raras seriam as exceções, e o que sobrasse seria puro elogio pelo qual ela deveria ficar grata.
Só que não.

june_miller disse...

Lola, concordo com tudo o que você disse, mas não podemos ser ingênuos em achar que a maioria dos que mexeran com elas são árabes só porque por acaso ela vive em bairro de imigrantes. A cultura da maioria desses imigrantes é incrivilmente misógina, as pessoas têm parar de se enganar em dizer dizer que não é, que as estátiscas sâo precoceituosas, etc. Sei que muita gente tem medo de criticar a cultura do Islã e a misoginia presente nela por medo de parecer preconceituoso ou sofrer represálias, mas não se pode fingir que não existe ou não é verdade. Afinal, o cristianismo vive sendo criticado a torto e a direito (e concordo que tem que ser criticado), porque o Islã tem que ter passe livre as barbaridades que acontece em nome dessa religião? Concordo que esse tipo de comportamento é presente em todas as culturas e classes sociais, mas não acredito que seja concidência o fato da maioria dos grosseiros nesse documentario serem árabes, não.

Mena disse...

Os primeiros comentários sempre são de mascus. Eles sempre fazem plantão no blog da Lolinha, é muito amor!

Clarisse Simões disse...

" Anônimo disse...
se eu vejo uma mulher gostosa, eu mexo mesmo, e quero ver quem vai me impedir, pois tenho atração natural por mulheres,minha heterosexualidade e convicta, e não uma construção social, como a delas !!"

Acredito que heterossexualidade ou homossexualidade são questões naturais, e não são construções sociais. Mas independente do que acredito, o fato de uma mulher ou um homem ser heterossexual não dá o direito de desrespeitar/intimidar/ameaçar uma pessoa "gostosa" do sexo oposto. Assim como qualquer homossexual também não deve fazer o mesmo. A questão aqui não é a heterossexualidade, é o direito de ir e vir de cada um sem sofrer qualquer tipo de intimidação e tensão na rua. Infelizmente temos que conviver com pensamentos retrógrados como o seu todos os dias ao sair de casa. Lola está de parabéns por mais uma postagem extremamente construtiva.

Anônimo disse...

O mais ridículo é pensar que esses "machões" são os que mais ficam putinhos quando tomam uma cantada de um gay na rua.

Anônimo disse...

É ruim, você se sente intimidada, sem graça nessas situações. Às vezes basta um olhar insistente para despertar esses sentimento - a uma grande diferença entre o olhar de flerte e aquele em que a pessoa, o homem no caso, te analisae analisa seu corpo

Má disse...

Nossa, Lola, desde o comecinho da adolescência me lembro de me incomodar MUITO com cantadas na rua. É a sensação descrita no texto mesmo, de estar exposta, acuada, desrespeitada. Eu até hoje morro de vontade de parar, olhar na cara do filho da puta e perguntar "Você me conhece? Pq está falando comigo? Quem te deu direito pra me desrespeitar dessa forma nojenta assim, no meio da rua?"
Indignante...
amei a iniciativa da estudante com o vídeo, e de, aparentemente, o país ter levado a discussão adiante. As pessoas tem de perceber que isso é SIM uma forma de violência.

Anônimo disse...

Anônimo,
Você se engana redondamente, eu por exemplo sou feminista e desde os 10 anos de idade escuto gracinhas na rua...é assim com todas, como a Lola bem explicou, não é uma questão de gostosura, é uma questão de troglodice da parte de gente como você e de demarcar território.
Leila

Lucas disse...

Aham, como se trolls e mascus tivessem coragem de de se aproximar, muito menos de falar, com uma mulher fora da internetz...

Danielle Carneiro disse...

Amooo seu blog. Ameeei o post! Adorei que isso aconteceu na Bélgica, quem sabe um dia isso não chega aqui?
Bjs, Lolita!

Anônimo disse...

Anônimo das 13:29,

Estranho, sou feminista quase todo dia ouço alguma idiotice na rua. Será que vão parar agora então?

Bruna B. disse...

Anônimo babaca


Se um babaca igual a você tiver a patáfia de mexer comigo vai aprender o que é respeito em poucos minutos.


Texto maravilhoso e necessário, vou mandar pra todas as pessoas que conheço.
Sempre odiei passar por esse tipo de situação e jamais fiquei quieta, desde adolescente aprendi a reagir e a não baixar a cabeça. O cara pode até mexer comigo, mas em troca passa por uma bela humilhação.

Comigo nenhum palhaço canta de galo.

Gabriele disse...

Morrendo de vontade de assistir esse documentário!
Esse tipo de abuso nas ruas realmente começa cedo, lembro de ter passado por uma situação assim aos 10 ou 11 anos, e já vi outras crianças passarem por isso. Sempre foi algo que me fez sentir muito mal.
Uma das razões pela qual eu gosto de andar com fones de ouvido é pra evitar escutar esse tipo de coisa. às vezes nem estou com vontade de ouvir música, mas ligo igual só pra evitar aborrecimentos.

Aniram disse...

Me sinto tão perdida em relação a isso! Por muito tempo fui de abaixar a cabeça e fingir que não era comigo, hoje não consigo me controlar e acabo respondendo, ficando depois arrependida e aterrorizada, pois sabe lá o que poderiam ter feito comigo em troca... Muito bom saber que não existem só as 2 opções acima, e que outras mulheres estão encontrando alternativas de reagir a isso e ainda promover todo esse debate! Muito inspirador!!!

Espero que o vídeo fique acessível na íntegra o quanto antes! (E bem que eu gostaria de ter uma daquelas canetas espiãs...) Já pensou se todas as leitoras desse blog passassem a gravar um pouco do que passam?

E de pensar que o problema não é só o assédio enfrentado nas ruas, é também tudo o que fazemos pra evitar esse assédio, nos privando de sair de casa sozinhas, ou em certos horários; de pensarmos duas vezes no que vamos vestir pra pegar um simples ônibus, por exemplo. Como se tomar todos esses "cuidados" nos livrasse desse tipo de constrangimento e medo...

Anônimo disse...

Além de machista é analfabeto funcional...só pode.

Bom, acho que pelo q li, você coloca a responsabilidade de ir além da lei, como formação de policiais.... Parece q joga a responsabilidade só no Estado. É isso mesmo?
Ah, acho q tem que incitar todo mundo a começar um trabalho formiguinha, com seus filhos, seus pais, suas mães (e demais parentes), seus alunos, seus amigos, porque por mais vontade e atitude que o Estado tenha não conseguirá a mudança esperada, penso.
Eu acho que o poder do ativismo da internet já é um começo. Tipo, cara, A GENTE CONSEGUIU TIRAR PROPAGANDAS DE CIRCULAÇÃO, FAZER AS AUTORIDADES TOMAREM PROVIDÊNCIAS COM RELAÇÃO AO BABACA DO TESTOSTERONA...Olha que lindo. Acho que isso é um começo.

Bruno S disse...

Não só na Rua, como em locais de trabalho, vejo mulheres tendo seu espaço invadido com as "inocentes gracinhas" que escutam.

Acho que as multas são uma boa medida, mas não chegam nem perto de resolver a questão. Até porque me parece completamente inviável vigiar esse tipo de agressão. Concordo que há uma questão cultural (respeito ao espaço das mulheres) a ser resolvida.

Bruna B. disse...

Off topic

O que dizer de uma agência de RP que, no dia do sexo, lança uma promoção sorteando uma garota de programa no facebook?
Pois é gente, a agência Zero3, de Passo Fundo-RS conseguiu essa façanha.
Bora denunciar? Cafetinagem é crime e mulheres não são objetos de presente.

http://www.facebook.com/zero3comunicacaoedesign

Li disse...

ótima decisao! só posso comemorar! gostaria de saber quais sao os fatores que influenciam os valores da multa...

Anônimo disse...

Quero ver a Lola vai continuar pensando assim depois dos 40. Vai ficar como frustrada da Monique Evans: só vivendo a base de antidepressivos e reclamando dos homens.

Andressa Resende disse...

Caro anonimo do 13:24 Você já pensou que por ser hetero e ter uma atração'natural' por garotas se você precissa humilha-lás por causa disso ? serio você deve estar tão frustando sozinho em casa que vem aqui pra xingar ás mulheres que não lhes dão atenção. Mais você sabe por que elas não lhe dão atenção? por que você ás trata mal e acha que elas foram feitas apenas pra você 'usa-lás' sexualmente como diria coronel jesuino de gabriela . Serio tenta se colar no lugar de uma mulher aposto que você odiaria ser tratado assim . Olha vou fazer mais por você : mulher não morde não , mulher não tá vive de fazer maldade com vocês como vocês acham não . Serio tipo tenta conversar com mulheres , ouvir o que elas tem pra dizer e tratar elas como GENTE que você vai ver que elas vão retruir também caro mascu pode começar pela sua mãe mesmo já que deve ser á unica mulher q vc tem contato aí depois tenta ter amigar (eu disse amigas não presas pra você comer depois como num jogo)assim depois de muita evolução quem sabe você num arranja uma namorada se você ainda queiser isso tipo olha lá o raziel saiu desse mundinho escuro você tambem pode !

Anônimo disse...

Meninas, contem situações de como reagiram a essa escrotice de cantadas...e como os caras reagiram. fiquei curiosa! sempre quis responder mas nao sei como, e dá medo de vir alguma retaliação..

Lar@ disse...

Genial o documentário! Realmente é muito longe da nossa realidade pensar que a mídia abriria um debate sobre isso. Mas uma coisa que me chamou atenção foi o fato dele ser considerado xenofóbico. Será que não era intenção da própria mídia desvirtuar o debate para isso? Fico pensando se o fato deles darem visibilidade ao vídeo não seria justamente para fazer uma separação, ocidental civilizado x oriental bárbaro. Mas creio que não era intenção das pessoas que produziram o vídeo utilizar de um tema tão sério como esse para propagar preconceito. Até porque, infelizmente, nenhuma mulher, seja qual for sua origem, está livre de situações constrangedoras como essa. Tratar isso como uma questão xenofóbica também não deixa de ser uma atitude machista. O recado acaba sendo "Olha só esses árabes, aviltando NOSSAS mulheres. Quem eles pensam que são?" Aí eu lembro de quantas índias, incas, astecas, maias, ameríndias, escravas, não foram aviltadas de maneira muito mais cruel por homens europeus. Culpar a cultura do outro de machista é fácil, quero ver reconhecer que nenhuma cultura está livre dessa mazela.

Giulia disse...

Ei galera :) Eu criei um evento no facebook chamado: Responda uma cantada hoje. Se quiserem participar, a gente junta relatos de meninas que responderam/gritaram/chingaram esses abusos verbais e algumas discussões legais sobre machismo. Se quiserem participar, taí o link! https://www.facebook.com/events/428515743856977/

Carol disse...

"mas quando eu passo de carro e falo besteira elas abrem o sorriso, porque ?"


pq te acham idiota e tão rindo disso

Jaque Balas disse...

Oi Lolinha,
é simplesmente horrível constatar que nós, mulheres, não podemos sair de casa sem receber uma piadinha ridícula, um assovio...
Muitas vezes, acabo trocando de roupa (mesmo que minhas roupas não sejem provocativas), para poder sair sozinha ir ao mercado, panificadora. Até o salto alto eu evito. É ser refém de pessoas sem nenhum respeito as pessoas. Chega a ser nojento. Sinceramente, adoraria que esta lei chegasse ao Brasil! pode ter certeza que eu denunciaria cada abuso, para que eu e todas as mulheres tivessem o direito de sair tranquila para qualquer lugar e, vestida de qualquer forma.
bjs

lola aronovich disse...

Do Mascu Anônimo das 3:36: “Quero ver a Lola vai continuar pensando assim depois dos 40. Vai ficar como frustrada da Monique Evans: só vivendo a base de antidepressivos e reclamando dos homens.”

Querido neandertal, eu tenho 45 anos. Obrigada por me dar muitos anos menos.

Anônimo disse...

Tenho 14 anos e escuto essas coisas desde os 10. Quem dera isso acabasse soh por eu ser feminista. E olha que eu nao sou do tipo bonita, nao tenho costume de usar roupas curtas, vamos dizer assim. As pessoas falam que isso eh elogio, que toda mulher gosta ( vide AcidGirl que fala isso toda hora e se nao fala tah mentindo). Serah q nao dah para cada um cuidar da sua vida? O que as pessos tem a ver com a roupa que eu uso ou deixo de usar?
Carol M

Carla disse...

Eu tive o prazer de assistir ao documentário em uma versão legendada em inglês e só digo uma coisa: parabéns para a garota! E que bom que lá as coisas são diferentes do Brasil. Pra um documentário, mesmo que gere polêmica, chegar a virar Lei demora, no mínimo, alguns anos (tomemos por base o PL122).
Eu enfatizo a todos os homens que convivo: "mexer" com outras mulheres é desrespeitoso! Sem mais! Não tem esse negócio de depende da situação, de depende da mulher, de depende... na verdade não depende de nada! É feio!! E, se eu estiver interessada num cara, e ele fizer isso: desinteresso na hora, sério, é muito feio!!
Já tive a oportunidade de ver homens reclamando do assédio de homossexuais e dizer: "ahh mas homem mexer com mulher pode, né?". Engraçado como sempre são dois pesos e duas medidas, não é mesmo?

Lucas disse...

Eu entendo também que a grande maioria das mulheres tem medo de reagir a uma violência verbal e psicológica por medo da reação do cara.

Acredito que a grande maioria desses babacas só o faz porque se sentem seguros em seu papel de opressor, e às vezes são tão tapados que nem entendem o alcance da violência que cometem. Levando um esporro na hora, provavelmente vão se sentir humilhados e sem sem saber como reagir.

Mas pode ser que o sujeito seja doido e passe pra agressão física, e esse é um risco verdadeiro. Então fica foda reagir.

Mas acho que qualquer reação, mesmo que um "vai tomar no cu, otário!" enquanto sai andando (em lugares públicos, por favor), pode ser válido como contra-ataque, mesmo que pontual.

Sara disse...

Achei essa lei na Bélgica exelente, e espero que ela seja aplicada com muito rigor, pelos relatos que pude ouvir esta havendo um abuso na Europa de machistas que estão tentando se impor por ali.
E seria muito bem vindo que uma lei como essa fosse aplicada por aqui tb, onde o machismo é galopante.

Anônimo disse...

"mas quando eu passo de carro e falo besteira elas abrem o sorriso, porque?"

oras, o termo besteira é meio vago e besteira pode ser "sua linda" achando a mulher feia - besteira nao precisa necessariamente ser algo grosseiro.

qdo eu andava pelas ruas de sao paulo e ouvia um "essa é a nora que mamae pede a deus" eu sorria. de outra feita, ia passando pela calçada uma mulher de corpo bonito e formas generosas e eu ouvi o porteiro dizendo lá da guarita: "ai deus do céu, tanta carne assim e eu passando a verdura", achei graça.

Andressa Resende disse...

Anonima do 15:49 bom eu sempre revidei (tá nem sempre assim só mais recentemete)geralmente eu mstro o dedo pra eles ou oq der na cabeça na hora é engraçado pq eles tão tão acostumados com mulher calada q muitos perdem a graça vão embora ficam com vergonha algums tentão continuar mais desistem é assim q vc vê o tanto q a pessoa é covarde

Anônimo disse...

Conversava sobre isso com minha mãe dia desses, sobre como é revoltante que a gente sinta vergonha quando o outro é quem teve uma atitude horrorosa.
E não, não venham dizer que é assim mesmo, mascus, que homem mexe porque é homem, porque conheço muitos homens que não precisam disso. Este tipo de afirmação só endossa a ideia de que o homem é um bicho descontrolado, que quando vê uma mulher não sabe ficar quieto, que quando vê uma mulher TEM que estuprar, porque ela "estava pedindo". Me espanta tamanha racionalidade...e ainda têm coragem de dizer que mulher com tpm é mulher descontrolada.

Quando ouço um cara falar essas bobagens na rua, além da indignação, tenho muita pena pelas mulheres que têm de conviver com ele. Porque eu, muitas vezes, ainda "posso" (ou melhor, sou levada a) usar outro caminho, outras roupas, ainda tenho essa falsa ilusão de um campo de possibilidades (um campo que se torna forçado, na verdade), e sei que chegando em casa vou ter paz e respeito. Mas as irmãs, a mãe, a filha, a esposa/namorada, as vizinhas dele, que trabalham com ele, as mulheres que estão no círculo do infeliz muitas vezes não têm escapatória.

Por essas eu penso que discutir estes tipos de abordagens - que NÃO SÃO ELOGIOS, SÃO COERCITIVAS, impõem medo - é tarefa pra todo mundo, porque atinge todas as mulheres. Fiquei puta quando minha mãe comentou que fizeram gracinha pra minha irmã...minha mãe, então, é muito bonita, os caras passam muita cantada na rua, e ela sempre ouve que deveria talvez mudar o jeito de se vestir, mudar a cor do cabelo, que é chamativa. Pro inferno, né? As abordagens em certa medida independem da pessoa, da roupa, é mau-caratismo mesmo. Não moro mais com a minha família, ou seja, não posso estar por perto pra ajudar minhas irmãs e minha mãe, para conversar quando acontece este tipo de coisa, mas sei que posso e devo trabalhar e lutar para que elas vivam, aos poucos, num mundo melhor, com mais respeito.

Hamanndah disse...

Querido Neandertal 2

A Lola não é frustrada. Ela é felicíssima,embora vocês acreditem que o marido dela é um fake

Vocês é que são fakes!

Carla disse...

Anônimo disse...

"Meninas, contem situações de como reagiram a essa escrotice de cantadas...e como os caras reagiram. fiquei curiosa! sempre quis responder mas nao sei como, e dá medo de vir alguma retaliação.."

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Olha, normalmente eu mando ir tomar no cu, com todas as letras e dedos que eu tiver! A reação, normalmente, é de surpresa. Como se não esperassem essa atitude porque palavrão "não é coisa de mulherzinha". Além do que, quase nenhuma mulher tem coragem de responder, usualmente ficam caladas.
Mas olha, eu não respondo a qualquer coisa não. Quer dizer, assovio, essas coisas que ficam meio "genéricas", tipo não dá pra saber que foi com vc eu ignoro e finjo que não é comigo mesmo. Agora se é comigo eu respondo com brutalidade mesmo! Consigo repassar a minha mensagem: não sou mulherzinha e não estou a seu dispor, ok? Uma vez foi até engraçado porque o idiota estava em uma bicicleta e quase caiu quando eu respondi! Bem feito!!

Raíssa disse...

Adorei o post (e os relacionados a esse assunto tb). Eu nunca consegui entender mulher que gosta de cantada. Não é um elogio à sua pessoa, eles nem te conhecem!!! se um amigo ou amiga vem e me diz: que bonita você está hoje. eu não em ofendo por que são pessoas que me conhecem e fazem isso para te agradar e só. Mas eu não tenho que ficar ouvindo baboseira de macho na rua. Uma vez me aconteceu uma coisa muito chata. Eu estava indo pro trabalho e um cara em um carro me deu oi. Eu respondi oi automaticamente e sem olhar pra ele. Foi sem querer. Mas o cara parou o carro, parou na minha frente, e quis de me dar um beijo no rosto, se aproximando e cheirando meu cabelo. Fiquei morrendo de nojo. Ele disse: te achei interessante, poderiamos sair? QUEM DISSE QUE EU TE ACHEI INTERESSANTE CRIATURA?????? eu tive nauseas de verdade, queria vomitar. Eu respondi: Nem pensar!!! Voce tá louco????? passei pelo lado dele e fui embora. O cara ficou me olhando com cara de que ia me matar se não fosse 10h da manhã e a rua movimentada. Eu nem sou linda e nem estava bem vestida. nada que chamasse atenção. Mas mesmo se fosse, eu tenho direito de andar na rua sem dar explicação a ninguem!!!

Anônimo disse...

Tinha eu 15 anos qdo isso aconteceu... passava pela calçada e um senhor disse "por esse par de pernas eu daria uma volta ao mundo" e eu nao gostei pq era um senhor já e ele estava entre outros. Depois fiquei sabendo que era o pai do meu namorado (nem eu e nem ele sabíamos um do outro), mas alguém que ouviu levou isso pro meu namorado e pai e filho brigaram.

Mirella disse...

o mascuzinho é tão convicto que precisa repetir TODO DIA que é hetero convicto. o mascuzinho é tão desapegado que precisa vir TODO DIA falar com as mulheres de quem é desapegado.


precisa ver isso aí, hein.

Luiza disse...

Eu sou do time que dá uma resposta bem alta e clara.
Onde eu trabalhava, tinha que passar por uma oficina mecânica e no primeiro dia de trabalho ouvi gracinha. Não deu outra, gritei um "tá, otário de pinto pequeno, agora volta pra sua pokebola e fica quietinho ae, xiu!" e mostrei o dedo do meio. Nunca mais olharam pra mim.

Eu ando com uma faca no tornozelo, então eu falo merrrrrmo, (mas)cuzinho gostando ou não. E olha que eu peguei super leve nessa história. Como disse o Huan, eu também sei usar golpes baixos quando preciso.

Anônimo disse...

Lola,

Eu morei em Bruxelas durante mais ou menos 7 anos e minha irmã vive lá há uns 15. Eu tinha visto o documentário há alguns dias e tinha notado mesmo o sotaque dos homens, eu tenho que concordar com alguém que disse aí acima, infelizmente tenho que reconhecer que os marroquinos respeitam menos as mulheres. Quando cheguei lá odiava ter que reconhecer isso, tinha medo de ser racista como tanta gente e de generalizar. Sei que muitos europeus fazem turismo sexual no Brasil e Ásia, o que também é revoltante, mas na Europa, nas ruas, é bem mais comum ser incomodada por alguém de origem árabe. Uma moça escreveu sobre isso (os turcos na Alemanha) aqui, é muito chato mesmo ter que reconhecer isso até porque a direita vive se aproveitando de qualquer coisa ligada a eles, mas é a realidade, não é um acaso.
Leila

Anônimo disse...

antigamente eu ficava MUITO MUITO intimidada com esse tipo de comentário. veja bem, eu não sou ma mulher curvilínea, mas por algumm acaso eu sempre ouço um 'princesa" "linda" "que isso", mas BEM BAIXINHO de forma que eu NÃO POSSA REAGIR.

Acontece que meu limite chegou. Saio pra trabalhar muito cedo e pego o metrô numa das estações mais movimentadas no RJ, a Central. Lá sempre ouço uma coisa ou outra. Há duas semanas, lá estava eu chegando na estação quando um homem passa por mim e fala baixo, óbvio, um "gostosa". Eu já tava muito irritada com toda essa situação e outras coisas particulares, dei meia volta e gritei: 'vai tomar no c*", seu babaca. Ele, obviamente fez cara de quem não tinha culpa de nada e de que eu era a louca, mas como eu já tava na chuva, tinha que me molhar mesmo e disse que se ele continuasse com aquela cara,eu ia chamar a segurança. Foi meio constrangedor porque a estação sempre tá cheia e as pessoas pararam pra olhar, mas foda-se.

Agora, uma coisa que penso sempre com certa ambiguidade, já que falei do metro, é o carro das mulheres. Acho ótimo que tenha um carro só pra gente no horario de pico, onde mais parecemos atum em lata. Mas ao mesmo tempo, vejo isso como um paliativo que não soluciona o problema real, que é o assédio a mulheres em vagões - principalmente lotados- de metrô. Ou em ônibus, por exemplo. Dia desses eu estava sentada perto da janela do ônibus e sentou um rapaz do meu lado. Era pra um lugar um pouco distante e muita gente dorme. Acontece que o engraçadinho dormiu quase que em cima de mim. No passado eu ficaria fazendo aquela cara de constrangida, olhando pras pessoas como se dissesse "a culpa não é minha". Mas como a culpa não é minha mesmo e eu havia pago pela minha passagem, dei um cutucão nele e pedi para que ele ocupasse apenas o assento dele.

(desculpa a mistura de assuntos, mas em veio tudo na cabeça agora!)

Anônimo disse...

ah sim, tbm teve um caso em que eu estava com uma blusa um pouco mais decotada, num mercado. fui pedir informação a um funcionario e ele ficou olhando pros meus peitos até que eu coloquei o pacote de biscoitos na frente. ele percebeu que eu percebi e, pasmem, ficou sem graça. e eu agi como se soubesse exatamente o que tinha acontecido. cara de pau.

Anônimo disse...

Minha filha tem 5 anos, e qdo vou levá-la ao ballet, fico muito supresa com a quantidade de homens que fazem "elogios" a ela na rua, até pegar no braço dela um desconhecido já se atreveu. É o fim, né? Mesmo que a maioria não tenha intenção sexual, já vai pautando desde cedo que mulher é propriedade pública. Fico pensando como seria a melhor maneira de ensiná-la a não se acostumar com isso, que não é normal, que ela tem o direito de andar na rua sem ser incomodada (porque ela fica com verginha dos comentários, mesmo sendo "inocentes").

Mariana disse...

Lola, mudando de assunto, só essa semana fiquei sabendo de um caso em que um trote foi passado para o McDonalds. A pessoa na linha alegava ser um policial e disse que uma das funcionárias tinha sido acusada de roubo. O falso policial mandou a gerente levar a jovem até uma sala isolada e aí começou uma série de torturas. Eu sei que a jovem acabou nua e a gerente tinha que atender alguma exigência da loja. O falso policial disse que não poderiam deixar a jovem sozinha e a gerente chamou o (acho que era) marido dela para ficar no lugar dela. Bom, resumo: a jovem foi abusada pelo cara. Parece que saiu uma indenização de 2mi, não sei ao certo. O nome da garota, que tinha, se não me engano, 21 anos na época, é Louise Ogborn. Não sei se vc sabia disso, eu não...
Beijos!! Adoro esse blog, entro todo dia mais de uma vez ao dia, rs!

nando disse...

Realmente são muitos os provérbios humilhantes e os insultos irônicos endereçados as mulheres,estes acompanhados de risos sarcásticos e depreciativos,o sexismo atitude de discriminação fundamentada no sexo,leva mulheres ingênuas,inseguras e dependentes a aceitar estes insultos como coisas normais,porquanto o modelo de educação em que organizaram o seu mundo íntimo,baseou-se nesses valores e crenças distorcidas.Infelizmente este é o resultado das intituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza,entre os homens poucos avançados,do ponto de vista moral,a força faz o direito.Além da mídia com seus preconceitos que alimentam cada vez mais estes abusos contra a mulheres como fossem coisas normais.Ex:Anúncio de cerveja e etc.. É isso aí, está é minha contribuíção para este debate.

Anônimo disse...

cruzes, nem se pode mais dizer palavras como: maravilhosa e princesa qdo vemos um mulher bonita? assim fica difícil, mulheres.

ViniciusMendes disse...

Bruna B.

Bom... isso não pode ser considerado cafetinagem, afinal, eles vão pagar uma prostituta a escolha do vencedor... Não é como se eles tivessem prostitutas a disposição e recebessem comissão por cada atendimento delas. Não é muito diferente aos meus olhos de sortear 1 sessão de qualquer prestação de serviços aleatória...

Agora... Eu achei de extremo mal gosto... Achei limitado e machista (podiam pagar GPs homens para mulheres também, e se o vencedor for um homem gay? Rola?). E o que eu acho mais grave, não por achar moralmente duvidoso, ou por achar criminoso ou machista, mas por achar ERRADO enquanto comunicação. Em uma sociedade onde a prostituição é marginalizada, esse tipo de prêmio joga contra a agência... Vão falar muito deles, o que é bom, mas também creio que vão perder clientes e possíveis clientes, o que é ruim.

Pra mim não ter pecado pior do que fazer algo tão estúpido dentro da área na qual você deveria ser especialista... E infelizmente a área da comunicação anda fodz...

ViniciusMendes disse...

Bruna B.

Fui dar uma checada... Parece que podem sim criminalizar esse tipo de premiação, por ser considerado exploração... Eu ainda acho que não é tão diferente assim de oferecer qualquer outro serviço como prêmio... E eu ainda acho que é uma estratégia burra e de mal gosto.

Maria disse...

Lolinha, tem um tempo que eu não comento aqui, mas sua postagem me lembrou demais esse texto que eu vi circulando no Facebook:
"Há quem diga que feministas odeiam homens. Isso é uma mentira sem cabimento. O feminismo não tem NADA a ver com ódio aos homens.
O feminismo ACREDITA nos homens. Acredita que vocês, homens, são seres humanos racionais e capazes de não cometerem um crime. O feminismo acredita que o homem é capaz de se controlar e de responder por sua ações. O feminismo trata os homens com seriedade e respeito. E espera o mesmo em troca.

É o machismo que trata os homens como selvagens irracionais. É o machismo que, ao mesmo tempo em que diz que mulher não sabe dirigir, por exemplo, diz que um homem é naturalmente incapaz de cozinhar ou cuidar de seu bebê.

É o machismo que presume que todos os homens são estupradores em potencial.

O feminismo acredita e defende que tanto homens quanto mulheres são seres humanos racionais e merecedores de igual respeito."

Ana disse...

@Mariana
Huh? A história do trote pra rede fast food é real? Essa história é contada no 17º episódio da 9ª temporada de Law and Order SVU! Reconheci na hora em que li teu comment... mas não sabia que tinha acontecido mesmo O_o

Unknown disse...

Confesso que tenho vontade de "passar por isso", não por autoestima ou outra besteira do tipo, mas queria entender como isso acontece.
Tinha um amigo(que era casado) e gostava de mexer com guria na rua, um dia perguntei a razão disso, uma vez que ele nem ao menos iria "pega-las" daquele jeito, e ele disse: É da minha personalidade.

Esc disse...

Existe uma faceta desse problema - o da mulher como acessório ornamental no mobiliário urbano - ainda mais perversa, que pouco vejo ser comentada: a dos insultos explícitos, isto é, quando a abordagem sequer pode ser cinicamente disfarçada de elogio. Andar em paz na rua não é opção para ninguém: as únicas mulheres que não são convencionalmente bonitas o suficiente para serem chamadas de "gostosa" são chamadas de "baranga" e todos os numerosos sinônimos que o português brasileiro oferece. Eu, por exemplo, não consigo andar 5 minutos sem ser lembrada sobre o quanto eu sou feia, não raro por homens tão feios quanto, que provavelmente não se incomodariam com um de revide porque a aparência masculina é considerada irrelevante.

Fico imaginando como os mascus defenderiam essa variante de assédio verbal. Já sei que a culpa é minha, embora eu não tenha certeza se é porque eu estou demorando demais para fazer essas plásticas, ou porque eu devia estar na cozinha e não fazendo minhas coisas inúteis fora de casa, ou porque as feministas não permitem a importação da burca para o Brasil, ou porque eu me importo e faço questão desse tal de respeito, ou...

ViniciusMendes disse...

Esc
Pode revidar... Uma vez falei pra um colega de sala que ele era feio (numa discussão boba de brincadeira, estávamos usando xingamentos infantis um com o outro) e ele ficou super ofendido, mesmo eu não sendo do gênero que interessa a ele. :P

Anônimo disse...

Lola,linda ainda bem que tu existes,só vc mesmo pra tocar num assunto desses pois essa violência q sofremos como mulher é qualificado como coisas da vida pela maioria,puxa mas só sendo mulher pra entender como isso pode modificar nossa vida pois vivemos com medo de algo nos acontecer ,além disso tais palavras nos rebaixa a simples corpos,nem ser humano podemos ser.O pior de tudo é que somos em maior quantidade, e mesmo assim temos que enfrentar tais palavras obcenas e desrespeitosas na rua,por isso não estranhe se uma mulher andar pelas ruas com o rosto de poucos amigos.

Priscila Boltão disse...

VOPRABELGICATCHAUBJS

Olha só, tá todo mundo dividindo, então vou dividir tb. Eu aprendi q cantada era intimidação e não elogio de primeira.

A primeira vez que me "cantaram" na rua, eu tinha 9 ou 10 anos, estava com minha mãe e minha irmã. Um grupo de homens passou rindo e fazendo bagunça, e um deles passou entre eu e minha mãe, me jogou um beijo e me chamou de gostosa. AOS DEZ ANOS. Minha mãe me puxou e continuamos andando, e eu fiquei em choque. Dois segundos depois eu gritei algo no sentido de "Vai se ferrar, idiota". Não sei nem explicar oq me passou na cabeça na hora pq não acho q sou feminista desde criancinha que nem a Lola, mas fiquei ofendida, me senti insultada, com meu espaço invadido. Minha mãe e minha irmã imediatamente disseram "ficou louca?!" e me puxaram, começaram a andar mais rápido, lançando olhares pros caras atrás de nós, q tinham parado e olhavam pra nós, conversando sabe deus oq. Minha mãe me arrastou até uma loja aberta, apavorada, até que eles sumissem de vista, enquanto me dava um sermão que eu nunca, nunca esqueci. "Ficou louca, Priscila? Você NUNCA pode reagir quando mexem com você! Você não sabe que tipo de pessoa é! E se o cara estiver armado, e se resolver te bater, ou fazer coisa pior, te arrastar pra algum lugar? Ainda mais de turma!"
E até este presente dia eu nunca mais reagi.
Até este presente dia eu ando de cabeça baixa na rua, sem ouvir nem ver ninguém, e depois de sofrer um abuso aos 19 - numa noite que saí pra balada, coisa q nunca faço, de minissaia e salto alto - eu me acostumei a usar roupas largas e propositalmente feias, o cabelo sempre preso, pra evitar ao máximo esse tipo de situação. Eu vivo numa prisão ao ar livre.
Então, como na internet eu tenho um pouquinho mais de liberdade doq no mundo exterior, eu digo com todas as letras (e me perdoe lola pelo palavrão), a todos aqueles que acham que esse tipo de coisa é elogio: VÃO TOMAR NO CÚ.
Licença, brigada.

Ana disse...

@17:53
"cruzes, nem se pode mais dizer palavras como: maravilhosa e princesa qdo vemos um mulher bonita? assim fica difícil, mulheres."

Cara, uma vez eu debati aqui com outro rapaz que tinha um argumento parecido com o seu - ele tentou me convencer por A mais B que 'gostosa' é um elogio e que por isso, não tem como uma mulher não gostar, porque ser chamada de 'gostosa' é sempre algo obviamente bom.

Eu tentei explicar pra ele (e não consegui, vamos ver se consigo com você, rs) que quem decide se algo é bom ou não é quem ouve, não quem diz.

Por mais incrível que soe pra vocês, a verdade é que muitas mulheres não se sentem nem um pouco lisonjeadas com um 'gostosa', 'princesa', whatever. E isso é algo que deve ser respeitado.

Eu sou uma que não vejo nada que um estranho me diga na rua como elogio. Me sinto muito mais ofendida do que qualquer outra coisa. O cara que mexe comigo passa uma única mensagem: "não me interessa o que você acha do que eu vou dizer, eu vou dizer mesmo assim". E a única coisa que ele consegue é me fazer pensar "idiota". Só.

Tem mulher que gosta de cantada? Tem. Mas tem mulher que não. Vocês não tem como saber qual é o caso. E quando arriscam de qualquer maneira, estão dizendo que pouco se importam com as que não querem ouvir nada. Estão passando por cima da vontade da mulher, e isso não é algo bom, é desrespeitoso.

Puxa, às vezes tudo o que se quer é ir até a padaria - não saímos 24h loucas pra ouvir o quanto vocês querem ir pra cama com a gente. Ser elogiada e se sentir bonita ou desejada é ótimo, mas quem recebe cantada na rua nem sempre se sente assim - grande maioria das vezes a reação que vocês provocam é ou raiva, ou medo, ou nojo (às vezes as três, tudo junto).

Quando eu ouço 'gostosa' não me sinto elogiada, me sinto usada. É horrível pra mim ter um cara que eu nunca vi na vida deixando claro que pensa em sexo quando me vê. Até entendo que ensinam pra vocês uma coisa totalmente diferente, mas a verdade é que é assim que me sinto.

Cantada na rua não é único jeito de conseguir mulher ;) E não é nem de longe um bom jeito de tentar, porque entendam: muitas vezes só o que vocês conseguem é assustar ou ofender a moça.

Ana disse...

@Priscila Boltão

Isso aí, vamos dividir.

Uma vez quando eu tinha uns 15, tava caminhando com uma amiga na beira da praia. Era um dia chuvoso, então eu tava de biquini por baixo, mas com um casaco que ia até os quadris e um short por baixo.
Pois bem, o short começou a me incomodar e eu resolvi parar pra tirar (eu tava de biquini mesmo, ué). Só que a gente tava mais ou menos na frente de um quiosque, e quando eu puxei o short um grupo de homens começou a gritar: "É isso aí! Tira tudo mesmo!!"

Eu olhei pra eles - caras adultos, tipo, sei lá, 30-40 anos, de cerveja na mão, batendo palmas pra mim.

Do alto dos meus 15 anos tudo o que eu sentia era medo, e vergonha, e vontade de chorar. Metade de mim queria gritar "Eu tenho 15! Só 15! Não quero ter que ouvir coisas assim de caras como vocês!!!"

Eu já tinha sido cantada antes, começou quando eu tinha 12-13 anos. Mas nunca tinha acontecido com caras tão velhos, de maneira tão barulhenta e tão do nada. Aquilo me assustou como nenhuma outra ocasião.

Bom, quase nenhuma outra. Eu tenho outra história sobre um certo motoqueiro, mas essa não foi simplesmente uma cantada dita na rua, então acho que não vem ao caso.

No início, quando ainda se é muito criança, cantadas são coisas ATERRORIZANTES. Hoje eu sinto mais é raiva. Mas não respondo - Minha mãe também não quer que eu responda.

Verdade seja dita às vezes minha língua coça. Às vezes eu tenho vontade de parar, olhar o cara bem nos olhos e dizer "escuta aqui, você acha MESMO que tá me agradando? É essa a droga de educação que te deram? EU TE ACHO UM IMBECIL!" D:

E sobre andar mal arrumada, bem, salvo uma ocasião ou outra, eu andei 'desleixada' a minha vida toda e isso nunca fez a mínima diferença. Não sou bonita nem vaidosa, nunca fui. Meu cabelo é armado e eu uso pouca coisa além de jaqueta, jean e tênis. Mas ainda assim sempre tem um cara pra estragar o dia ¬¬

nando disse...

Pricilla,tem todo o meu apoio a esse comentário corajoso,quando a mulher romper com esssa visão que deve ser submissa,reclusa,frágil e dependente do homem,e regir qualquer sarcásco,insulto, é falta de respeito,ela recuperará toda a estrutura de poder e o senso de iniciativa.A mulher precisa descobrir que não depende de ninguém pra viver á própia existência,pois tem dentro de si uma extraordinária capacidade de fazer mudanças positivas. Abraços Nando.

Mariana disse...

@Ana é verdade sim, se vc digitar o nome da garota (Louise Ogborn) tem algumas imagens no google.
O episódio do Law & Order foi inspirado neste caso, pq pelo que eu sei é meio comum este tipo de trote lá nos EUA, porém desta vez chegou a esse extremo!

Anônimo disse...

Os roteiristas de Law and Order baseiam o roteiro em fatos reais sim.

Anônimo disse...

Ana, o rapaz não citou a palavra gostosa (seu exemplo) e sim princesa e maravilhosa. Onde há ofensa nisso?

Carol disse...

"cruzes, nem se pode mais dizer palavras como: maravilhosa e princesa qdo vemos um mulher bonita? assim fica difícil, mulheres."

Não isso só causa constrangimento, aposto que a maioria de vocês homens héteros não gostam quando um gay da uma cantada em vocês em público

gata disse...

acho muito legal qdo ouço aqui e ali princesa e qdo me dá na telha, retruco: príncipe, sou rainha.

Priscila Boltão disse...

Já que perguntar aos homens se eles não sabem como a gente se sente ao serem cantados por homossexuais (pq mascu acha q homossexualidade é perversão) vamos fazer um cenário imaginário, ok?
Vocês dizem que vivemos numa sociedade "bucetista". Pois bem. Imaginem que, desde pequenos, vocês sejam abordados por mulheres. Gostaram? Ok. Agora imaginem que, desde que entraram na puberdade - ou até antes - ouvem, não só, "lindo", "Príncipe", mas coisas como "gostoso", "quero te dar". É, no mínimo, constrangedor. Agora imaginem que, além disso, isso acontece qualquer dia, qualquer hora, estejam vocês felizes ou tristes, ocupados ou relaxando. É no mínimo incômodo.
Mas como vocês ainda podem alegar que homem é um animal que só pensa em sexo (oq eu acho uma injustiça com muito homem bom por aí)pensem que, além disso, nesse cenário vocês não tem muita força física ou qualquer ensinamento sobre auto defesa. E pensem que, nesse cenário, existe uma grande possibilidade de que se você reagir de qualquer modo, essas mulheres que te abordam o tempo todo agridam você, te machuquem, te batam ou façam qualquer tipo de barbaridade. Da pra entender?
E se nada disso ajuda, um cenário menos imaginário. Sabem aquelas histórias de mulheres que fingem agressões e abusos de homens que as rejeitam, ou até cortam o pênis deles fora? E vocês sabem quando vocês dizem que as feministas ficam rindo disso enquanto é uma coisa na verdade horrível?
Pensem agora como seria se esses casos fossem muito mais constantes e as mulheres, em vez de mostrarem apoio, rissem (algumas fazem isso, eu sei) e dissessem a vocês "mas é uma coisa boa! Se ela está forçando a barra e ameaçando cortar seu pinto fora, é porque ela tem ciúme, e REALMENTE gosta de você!"

Luiza disse...

"Ana, o rapaz não citou a palavra gostosa (seu exemplo) e sim princesa e maravilhosa. Onde há ofensa nisso?"

Ninguém perguntou. Por isso. Não estamos interessadas se você nos acha princesas, bruxas ou cavaleiros medievais. E quando tomam uma resposta na cara, como eu faço, é muito bem feito, porque quem fala o que quer, ouve o que não quer.

Ana disse...

@19:29
"Ana, o rapaz não citou a palavra gostosa (seu exemplo) e sim princesa e maravilhosa. Onde há ofensa nisso?"

Oi :)

Ele não citou 'gostosa', mas se você pensar, o uso de qualquer um dos termos parte do mesmo princípio - é 'obviamente um elogio', logo, o cara pode falar. Por isso coloquei tudo no mesmo barco.

Particularmente, qualquer um dos casos me ofende. Porque apesar de 'princesa' não ter um caráter tão explícito, ainda assim esbarra na questão de que o cara passa por cima da minha opinião quando me canta na rua. Pra mim o ponto é a falta de consideração pelo o que eu acho, e não só o que ele diz.

Depois, elogio por elogio, o outro rapaz que discutiu comigo também não via ofensa nenhuma em 'gostosa'. Porque oras, é uma coisa boa, certo? Ele achava o termo a coisa mais normal e inocente do mundo. Não entrou na cabeça dele nunca que uma mulher pudesse se sentir amedontrada ou enojada pela palavra.

Quer dizer, o que é elogio pra um é ofensivo pra outro - é uma coisa subjetiva. Depende de cada pessoa. Talvez pra você 'gostosa' e 'princesa' estejam longe, mas para algumas pessoas não está.

Então assim, mesmo que a gente diga que 'ah, se for elogio pode dizer', quem é que vai definir o que é e o que não é elogio? :)

Eu acho complicado fazer distinção entre as palavras. Tem mulher que acha ser chamada de 'gostosa' o máximo. Mas esse não é ponto. O ponto é que toda vez que um cara canta uma mulher na rua, não importa o que ele diga, ele está falando sem saber o que ela acha. Está passando por cima do que ela quer. Acho que a ofensa maior está aí.

Pra mim o mais grave é como a cantada minimiza o que as mulheres querem. A nossa opinião nem conta, nem aparece. Só existe um cara tentando impressionar, e a mulher é meramente o objeto de desejo. É um negócio machista disfarçado de elogio.

Espero que tenha explicado direito, mas qualquer coisa é só perguntar de novo XD

Ana disse...

@Mariana e 19:26

Eu não sabia disso ._. Puxa!

@nando
"quando a mulher romper com esssa visão que deve ser submissa,reclusa,frágil e dependente do homem,e regir qualquer sarcásco,insulto, é falta de respeito,ela recuperará toda a estrutura de poder e o senso de iniciativa"

Também sou super a favor de começar a reagir, mas e o medo? Muitas, MUITAS mulheres odeiam cantadas e afins com todas as forças, mas não revidam por medo =/

Náy Rocha disse...

Sei muito bem como é isso. Os meus seios nasceram quando eu só tinha 7 anos de idade e embora, fosse somente uma criança, era só colocar os pés para fora de casa que eu ouvia coisa do tipo: "Nossa, que vontade de chupar esses peitinhos", "Que delícia de peito, vontade enfiar na boca."Era terrível. Eu chegava em casa e chorava horrores, mas não tinha coragem de contar para ninguém o motivo do choro, me sentia envergonhada.Depois de ter ouvido grosserias piores, peguei trauma. Fiquei 4 anos sem conseguir sair de casa sozinha. Sem uma companhia eu não ia nem a esquina. Anos mais tarde, uma amiga e eu estávamos indo a padaria quando um homem parou de moto e nos pediu uma informação. Em questão de segundos ele passou a mão na minha genitália, ligou a moto e fugiu, isso a luz do dia e no meio da rua. Imaginem só topar com um maluco desse em um beco escuro!Isso tem que parar.Não podemos mais ser prisioneiras dessa cultura de estupro.

Raquel disse...

Não li todos os comentários, mas a mudança tem que começar pela educação mesmo. Pior é que muit@s professor@s compartilham dessa visão sexista aí fica muito difícil. Sou professora e o que eu tenho que ouvir de comentários do tipo: "Falaram isso dela? Ah, mas você viu o jeito que ela se veste, se comporta?" é demais. Tento fazer um trabalho de formiguinha, apontando dia a dia esse pensamento preconceituoso que muitas vezes nem el@s própri@s se dão conta que estão tendo. Mas é cansativo viu.

Noni disse...

Ana 18:53, sua experiência na troca de comentários aqui ocorreu há vários meses vc usando outro nick ?

Luiza disse...

A partir do momento que mulheres DO MUNDO TODO começam a reclamar, cara, se você ainda insiste em dizer que tá tudo bem, sinto muito lhe informar que você com certeza não é candidato a sobrevivente da espécie.

A natureza te deu um encéfalo. Faça bom uso dele e PENSE. Pensar não doi e faz bem. Se no mundo todo as mulheres reclamam da abordagem masculina, opa, tem alguma coisa errada.

Mas sabe, é até bom que esses caras sejam tão amargurados e burros e sem vida sexual. Assim só as cabeças pensantes sobreviverão no futuro.

Felipe Dresden disse...

Eu até entendo que o Rafael se arrependeu de continuar tomando os medicamentos que nos mantém livres do desejo, porém alerto que esse mesmo desejo é o que produz esse comportamento de abuso e desrespeito que é mostrado nesse vídeo.

A produção hormonal descontrolada é o que leva a um comportamento irracional. Entendam que o testosterona não é o responsável pela libido e nem pelo comportamento, esse hormônio é a base do corpo e também está presente na mulher em menor dose, assim como o homem tem um pouco de progesterona.

O problema é o hormônio da libido que é específico para fazer o homem se comportar de forma irracional e procurar o coito de forma obsessiva para a reprodução a qualquer custo.

O homem que se livra do desejo tomando os medicamentos deixa de ser um problema para a sociedade. Esse tratamento seria o fim da sociedade patriarcal.

Anônimo disse...

Ana, vc complica o mais simples dos assuntos, menina. Qdo um cara diz princesa, ele diz princesa mesmo que esteja pensando 'princesa gostosa' e vc procura pelo em ovo tentando ler o pensamento alheio e assumindo que vc adivinha corretamente. Be light if you cannot be a light.

Anônimo disse...

No caso da parlamentar francesa, não sei se foi sexismo, mas foi por que ela estava de vestido floral. na própria notícia que vc linkou, há outra com ela de jeans em uma ocasião formal.

Anônimo disse...

olha, isso é um inferno. eu, cheia de problemas na cabeça, de coisas pra resolver e tal... e ter que ouvir "deliciosa" ou, do pedestre que tava vindo da direção pra qual eu ia do outro lado da rua depois que um carro parou pra eu terminar de atravessar a rua:"ah, assim eu tbem parava só pra ver vc passar". aí eu faço o quê? volto e ainda deixo esse mané olhar minha bunda ou continuo sem dar muita atenção? como eu tinha que ir pra onde eu tava indo, fiz cara de cu e enfrentei. deixei pra lá.

sabe, tem dias que tenho vontade de parar e falar um monte de merda. mas é aquela coisa: se eu tava ali é pq eu tava indo fazer algo importante e o médico falou pra eu não me estressar muito pq tenho que controlar o cortisol. ok, penso:"babaca". mas um dia, ah, um dia eu prometo parar e falar com um mané desses só pra ver até onde vai.

o que irrita é que eles se sentem no direito de avaliar vc. me sinto totalmente exposta. confesso que, dessa vez que estacionei mais longe e tive que atravessar essa rua, cheguei a perguntar pra um amigo se tinha alguma coisa errada na minha roupa. era um camisetão longo com um ombro mais caído que o outro, mangas até o cotovelo e calça mais justinha, mas nada apelativo. e tênis. ou seja, eu tava vestida da cabeça aos pés. acho que meu ombro direito não é tão sexy pra chamar essa atenção toda. aí esse amigo virou e disse que os caras é que foram babacas, mas dá pra perceber que tenho as pernas musculosas mesmo vestida. mas, sabe? cansa. resolver meus problemas ninguém quer. encher o saco na rua faz parte de ser mulher. eu faço a cara de cu, mas um dia eu paro pra brigar. e aí vai ser feio pq eu vou encarar.

Sara disse...

As vezes penso q perco muito tempo me vestindo para sair nas ruas, porque fico escolhendo roupas que não chamem atenção, me olho no espelho de frente e de costas para ver se não tem nada marcando, acho q essa preocupação toda é um saco, fico imaginando se algum homem tem esse tipo de trabalho.
Outro dia tb escutei em um programa acho q na TV, uma senhora entendida em moda falando que nós mulheres devemos tomar muito cuidado com as roupas q vestimos para não parecermos vulgares, e que roupas que marquem o bico dos seios, os famosos "FAROIS ASCESOS" deveriam ser evitados de toda maneira, inclusive se colocando fita adesiva nos bicos dos seios rrsss, achei isso absurdo, afinal de contas , nunca vi ninguem reparando nos bicos dos peitos dos homens, e acho natural que as vezes a roupa revele esse detalhe, o que não acho natural é usar uma armadura para esconder isso, como se nosso corpo fosse algo SUJO ou vergonhoso.

Anônimo disse...

Vinícus e Toquinho nao estariam com nada entre a mulherada que toma elogio com ofensa.

Carol disse...

Esse texto me deixou triste.
Há umas semanas, durante um almoço de domingo, surgiu a conversa sobre a propaganda da Nova Schin. Eu comentei como tinha sido absurda. Meu tio, que é bem machista, disse que eram absurdo, censura, tirar do ar uma propaganda, que "não tinha nada de mais" no que era mostrado nela. Eu fiquei puta e disse "então tu não acha que alguém passar a mão em ti é um abuso? ou te falarem uma nojeira?". A resposta dele: não é abuso. É ruim, mas pô, a mulher pode simplesmente revidar. Até minha VÓ, de 65 anos, ficou do meu lado na história. Ela disse que quando sai ainda escuta gracinhas. Nunca para, né?

Enfim, fico surpresa por ele achar que é tão fácil assim revidar. A maioria das gurias nos comentários diz que não se veste de forma considerada "provocante" ou whatever, e mesmo assim escutam gracinhas. Eu, por outro lado, odeio usar calças, só uso vestidos e shorts (mesmo que com meia-calça). Adoro me arrumar, saio todo dia arrumada de casa. E escuto MUITA merda. Tenho que andar 20 minutos de manhã até a parada de ônibus, numa rua quase sempre deserta (exceto pelos caras que dizem as gracinhas), e morro de medo. Eu não falei nada pro meu tio, mas tive vontade de perguntar: tu acha mesmo que é uma boa ideia eu revidar?

Tive a sorte de crescer com um pai que nunca fez esse tipo de coisa. Sim, já vi ele comentar que uma mulher era gostosa. Mas ele nunca abordou uma mulher na rua e disse coisas do tipo. Ele tem muitos defeitos, mas uma coisa na qual ele é "feminista" é essa história de cantadas na rua, estupro "ser culpa da vítima", etc. Ele até acha a Marcha das Vadias legal ;) deve ser porque ele tem duas filhas. O bom é que meu irmão já cresceu sabendo que NÃO SE FAZ ISSO!

Anônimo disse...

existe uma arma muito eficiente para combater isso e se chama....

MP3....HAHHAHAHAHA

quem anda com isso na rua sabe...
só da os bobão querendo falar merda e vc nem ouve, só o trouxão mexendo a boca que nem um mané....

Anônimo disse...

Na verdade, é a criminaliação do Macho Beta. O jeito é virar a Alfa. Estes nunca serão presos por falsas acusaçõs de estupro. Com estes a mulherada ñ fica nervosinha de ouvir cantada. Estes é que são assediados pela mulherada....

g. disse...

Ana, concordo.
É uma situação muito constrangedora, parece que tem sujeito que pensa que a rua é uma passarela de concurso de miss onde as mulheres estão aguardando pela avaliação dele.
Particularmente, "gostosa" é um termo que, dito por um desconhecido, me causa repulsa. Eu sempre atribui um sentido muito sexual nesse termo. Se é meu namorado que diz, vejo como elogio, gosto, pq ele me conhece, pq nós temos uma relação, e intimidade para falar disso. Mas se é um completo estranho, parece uma invasão, uma exposição da minha sexualidade. Eu não dei intimidade para o sujeito fazer isso. Eu só estou andando na rua - posso estar indo para a aula, posso estar indo trabalhar, posso ter acabado de ser demitida, posso estar indo visitar um ente querido que está mal num hospital. Mas não, o sujeito que mexe com mulher a rua não está nem aí.
Até gosto de receber elogios positivos e educados, mas desde que eu esteja numa CONVERSA com a pessoa, e não de algum ser aleatório. Cantada tb, ao meu ver, significa um nível mínimo de INTERAÇÃO, e não uma palavra solta no meio da rua, até pq quem já passou por isso sabe que geralmente até mesmo um "sua linda" vem acompanhado de uma expressão satírica e maldosa

Anônimo disse...

Bom, não sei pq continuo mandando comentários anônimos pq já deu pra perceber quem eu sou, mas, insisto.
Eu sinto uma inveja tão violenta de mulheres que reclamam por serem bonitas, por serem loiras, por serem assediadas na rua, por serem gostosas, por dançarem de maneira sexy, por terem uma vida sexual super fantástica com dezenas de caras, porque tudo isso incita machismo contra elas. Porque se sentem objetificadas.
Sabe o que é duro de aguentar? É ser considerada MENOS que um objeto. Ser considerada um LIXO.
Um objeto não é um sujeito, muito bem. Mas ele tem serventia, tem preço, é alvo de desejo. E que tal não ser nem isso?
Passei uma vida me sentindo mal, anormal, coitada, etc por não receber cantadas, elogios, flertes, etc. Porque, na mente insana desses malucos machistas, eles estão sim nos "elogiando".
A partir do dia que eu fiz uma cirurgia plástica, mudei o guarda-roupas, comecei a usar maquiagem, alisei o cabelo e passei a usar salto, comecei a receber cantadas com alguma freqüência. Sabe como eu recebo? Com um sorriso.
Porque ser objetificada é ruim, não ser NEM um objeto, ser um monte de bosta, é mto pior. Se os caras te olham com desejo e vc acha isso uma lástima, experimenta ser olhada com nojo, com desprezo. Pq vc tem pêlos, pq seu cabelo é crespo, pq vc ñ faz o buço, pq vc é magra "demais" (quem estabeleceu o limite? Os mesmos caras q estabeleceram o q é "gorda", pode apostar em mim).
Você acha a sua vida difícil pq vc é loira e tem que ouvir "loira burra"? Experimenta ser negra e ouvir coisa mto pior, pra além de ganhar menos e ser um alvo de violências de várias formas muito mais visado.
Você acha a sua vida difícil pq vc é gostosa, transa com dezenas de caras, e te condenam por isso? Experimenta ser a excluída com quem ninguém quer se relacionar por ser motivo de vergonha ser visto com uma monstra igual a ti!
Você acha a sua vida difícil pq vc é bonita, e esperam q vc seja burra? Experimenta ser feia e passar uma vida ouvindo profecias de q vc nunca vai ser amada, nunca vai ser feliz, nunca vai ter família, etc.
Pra mim o maior problema com as cantadas é q elas criam um sistema de punição e recompensa para mulheres fora ou dentro do padrão, é mais uma forma de pressionar pra mulher querer se encaixar nele. Quem não quer ouvir o que lhe foi ensinado a encarar com um elogio? Ser bem-vista? Nos últimos dois anos eu passei a ouvir coisas do tipo "parabéns heim?", "essa dai sabe que tá podendo", "queria uma dessas lá em casa", "bom dia princesa", e quem é que vai dizer que, pra quem tá fora desse sistema de receber congratulações pela aparência, não dá vontade de ser alvo dos "parabéns"?
Já chorei aos cântaros qdo li comentários em outras publicações fora deste blog de mulheres indignadas dizendo: mesmo qdo eu acabei de voltar da guerra, qdo eu estou vestida em frangalhos, qdo eu estou coberta de bosta, etc eu recebo cantadas, então ñ é o q eu visto, é uma forma d homens mostrarem quem é que manda.
Claro q é uma forma d homens mostrarem quem é que manda, e claro q eu me sintia infinitamente pior ao saber q mesmo guerrilheiras recém-voltadas do Iraque, ou ao menos é como essas mulheres se descrevem, recebem cantadas, e eu não recebia. Não adianta ignorar essa dimensão do problema (pressão p/ se encaixar no padrão), pq ele é real sim.

Joel Pinheiro disse...

(Não sou feminista, pelo menos não no sentido ortodoxo e acadêmico do termo, mas acredito que é possível uma discussão entre pessoas que pensam diferente. Favor ler meu comentário dessa forma)

Tenho uma impressão inicial: talvez certos tipos de opinião formada predisponham a mulher a reagir de forma muito mais negativa a iniciativas ostensivamente sexuais masculinas do que reagem as mulheres que não se pautam por tais opiniões formadas. Dentre essas opiniões está o feminismo, mas não só ele; a moral cristã tradicional seguida à risca também se encaixaria aqui.

Uma feminista de carteirinha ou uma cristã devota, se recebe uma "cantada de pedreiro", sente-se ofendida, agredida, e acha aquilo o cúmulo. Enquanto outra, que não tem uma ideologia clara na vida, que se guia mais pelas noções do senso comum, pode até gostar.

(por "cantada de pedreiro" quero dizer expressões verbais de atração sexual masculina por alguma mulher desconhecida que atrai o falante)

A "cantada de pedreiro" é sim uma forma de invasão do espaço feminino. O problema é que talvez um certo tipo de invasão esteja necessariamente presente na interação romântica entre homem e mulher. É claro que há invasões em grau tal que nunca são aceitáveis (um estupro é o caso mais óbvio); por outro lado, a maioria das mulheres gosta de um homem que tome riscos por ela, e que esteja disposto a violar algumas barreiras que ela própria impõe. E se ele não tiver essa coragem, não terá chances com ela. Isso se reflete de alguma maneira na forma feminista "ortodoxa" de ver o mundo e as relações?

Claro que a "cantada de pedreiro" não visa a conquistar a mulher (embora talvez, no subconsciente, o cara até pense "deixa eu falar isso e vamos ver como ela reage! Vai que..."); mas na maioria dos casos não é tentativa de "tirar a mulher da rua" nem nada do tipo. É a expressão de um desejo carnal real e de alguém que pode até querer que mais e mais mulheres andem na rua!

E aposto que a imensa maioria dos homens volta e meia sente o desejo de expressar seu desejo por uma mulher desconhecida e atraente que passa por ele. Expressar o desejo já é uma maneira de se aproximar de satisfazê-lo. Claro, se ele for civilizado, refreará esse impulso. Interpretá-lo como um modo pelo qual a malévola confraria dos homens mantém as mulheres oprimidas, francamente, parece-me uma forçação de barra feminista.

Enfim, andei discutindo temas próximos a esses neste post (com a participação de mulheres): feministas ("de carteirinha" inclusas) são bem-vindas a darem sua opinião, se quiserem:
http://www.adhominem.com.br/2012/08/o-que-querem-as-mulheres.html

Unknown disse...

Eu tenho 12 anos e gosto qdo os leke fla q eu so gostosa, tipo assim, na escola os leke fik dando nota pras menina mais bonita e qdo eles me daun nota maior q das otras menina, ai eu fico orgulhosa e esnobo os leke dizeno q eles saun tudo criança e q tem q crescer pra flar comigo. kkkk minha mãe q ensinou a esnobar os leke pra me dar valor.

Andrezza Sara disse...

Oi Lola
há pouco tempo conheci seu blog e estou me alimentando dele como se tivesse há 3 dias sem comer!!!rss. Os mascus (agora eu sei como denominar esses homens de mente neandertal devidamente, antes usava palavrões mesmo rs)são bem inseguros com autoestima zero.Eu estava lidando com um mascu pela internet (carinha da minha antiga escola, nunca pensei q fosse machista) e é logico q na visão dele o mesmo era 'A' inteligência suprema rss. No início eu até tinha um olhar maternal sobre as besteiras q ele falava, pensava eu: 'coitado, vive nuam bolha de ilusão'. Mas, hoje, não aguentei e deletei do meu facebook. Afff esses mascus são muito tediosos, repetem a mesma lenga lenga de sempre, bemm burrinhos (pô, insultei o bicho-animal) e, claro, são os mais lindoosss do planeta Terra. Como nós mulheres podemos sequer deletá-los dos nossos faces??!!kkkkk. Ah, nem te contei, esse mascu em questão me disse: "vai lá e continua a ler as coisas q essa Lolinha escreve'. Porraaaaaaaaaa, foi a ÚNICA coisa inteligente q ele me falou em todos esses meses de conversa!! :) Será q eles têm salvação Lola?? responde aí!! bjoss

Anônimo disse...

essa mulherada deveria virar freira e daí ficaria freira com freira, freira com padre.

Sarah disse...

Olá Lola, Salvador deve ser campeão nesse tipo de assédio! A minha adolescência foi complicada em parte por causa disso. Quando ia a shows era comum vários homens me puxarem pelo braço. Tinha que ficar me esquivando deles. Sempre em alerta, ficava tensa. Isso quando não vinha um já para tascar um beijo. Me orgulho de dizer que nunca conseguiram! Mas esse assédio, por muitas vezes me fez desistir de sair, o que fazia me sentir sem liberdade de ir e vir. Por sorte ao andar na rua, não costumava ouvir coisas grosseiras, pois não tenho nada ÃO no meu corpo e ficava feliz por não ter nada avantajado no meu corpo. Mas ao sair para festas os assédios para "ficar" eram cansativos, eles não aceitavam o fato de não estar interessada. Fui chamada muitas vezes de boçal e anti-social, porque ficava séria para logo de cara deixar claro que não tinha interesse. Até porque, papo de paquera é um porre. E quando me tiravam para dançar, negava e agradecia o convite, mas eles nunca se conformavam, insistiam, e eu tinha que dizer: "já disse que não quero!!!" E acabavam por puxar meu braço. E eu tinha que puxar meu braço de volta e gritar "me larga". Notava que no começo da festa (qdo ainda não estavam sob o efeito da bebida) ainda aceitavam meu não, mas mais tarde, era esse puxa-puxa de braço. Um dia, por sugestão de uma amiga, disse logo que tinha namorado. Na mesma hora o cara virou e foi embora. Daí me dei conta que outro homem eles respeitam, mas o meu direito de decisão não. Prometi a mim que jamais diria que tinha namorado, mesmo que tivesse! Pois eles tinham que aprender a respeitar minhas escolhas. O corpo é meu e eu decido quem toca, com quem danço ou fico. Claro que nunca fiquei, nunca gostei, pois nunca consegui confiar neles com tamanho assédio. Se eles não aceitavam que eu me negasse a dançar, imagine se eu o beijasse e ele queresse mais, ele controlaria seus impulsos?! Nunca confiei. E é claro que isso me atrapalhou até para começar a namorar. Mas a situação fica muito pior no carnaval! Por morar perto de um dos circuitos eu ia para o carnaval. Via muitos homens puxar a mulher, via outros darem dedadas... Ficava horrorizada! Muitas vezes nem me divertia mais. O que me chocava mais ainda era o fato DELAS darem risada diante deste tratamento. Comigo acontecia só os puxões de braço. Numa das vezes, minha prima me apresentou a um amigo, e só ao saber meu nome, ele olhou para mim com uma cara de tarado e veio na minha direção. Eu imediatamente andei para trás, sem saber onde enfiar a minha cara, eu só queria que um buraco abrisse no chão para desaparecer. Ele ai, passa por mim, puxa uma menina, a beija, e a larga, e ela ainda saiu dando risada! Achei tudo um horror!!! Eles tb costumam se juntar em grupos, fazer uma roda e prender uma mulher dentro da roda, ela tenta sair, mas não consegue, só sai depois que beijar algum deles. (continua)

Sarah disse...

(continuação) Mas anos depois ainda passei pela pior das experiências (quando passei a simplesmente odiar carnaval): um rapaz me puxou quando eu estava andando (à minha frente estava uma amiga e atrás estava um primo) e o rapaz me agarrou. Eu pensei: "o que ele quer, ele não vai ter!" Abaixei a minha cabeça (para que não conseguisse me beijar) e o empurrava, claro que no desespero o batia, gritava para me soltar, até que ele desistiu e eu me voltei para ir embora, e ele disse: bater não! E ainda me empurrou pelas costas. Pense no ódio que senti. E eu nem vi o rosto da pessoa, acredita? Por um instante, eu pensei em voltar e dar um tapa na cara dele, mas deu tempo de eu pensar que se ele me empurrou pq eu simplesmente me defendi de uma agressão imagine se o batesse. E desisti. E meu primo?! Nem me ajudou! Lógico que reclamei com ele!!! E a cara dele foi de surpresa. Aliás, todas as amigas que eu comentava e criticava esses comportamentos, olhavam para mim com ar de surpresa. A impressão que eu tenho que esse comportamento já está tão enraizado que não se dão conta da tamanha agressão que é. Eu sempre me revoltei contra isso. Mas sempre tentavam me induzir a achar que eu estava exagerando. Que era uma revoltada! Nunca me calei, nem me submeti. Mas achava que estava só. Encontrar seu blog e a marcha da mídia machista, foi uma alegria, pois vejo que não estou só. Outras pessoas não só percebem o mesmo que eu, como lutam contra tudo isso!

Josiane Caetano disse...

Eu nunca tinha pensado como estas " cantadas" na verdade tentavam limitar o nosso lugar ( o de termos que ficar dentro de casa) Quantas vezes eu e/ou amigas minhas mudamos nosso trajeto para não passarmos por isto? E desde quando uma cantada "grupal"- como funciona na maioria dos casos- não é assustadora?
E como alguém pode achar que isto é uma manisfestação heterossexual?
Mundo doido: ainda bem que em Bruxelas as coisas começarão a melhorar!

Anônimo disse...

Anônimo das 19:29, a sensação de estar sendo avaliada por um estranho nunca é agradável pra mim e acho que pra maioria aqui também não é.

Mariana disse...

Esse documentário ter inspirado a criação de uma lei na Bélgica que multa "gracinhas" é um sonho! Queria MUITO que isso acontecesse aqui no Brasil, mas ainda estamos anos-luz atrás em termos de combate ao machismo por toda a sociedade, infelizmente.

Esse tipo de coisa me deixa muito mal porque MORRO DE VONTADE DE RESPONDER e mandar o energúmeno tomar no cu mas, desde que levantei o dedo pra um Neandertal que gritou umas coisas nojentas pra mim na rua e ele QUASE ME BATEU (juro, uma amiga minha que me salvou, ficou tentando acalmar o cara), eu fiquei psicologicamente de mãos atadas e não consigo fazer mais nada e me impor contra esses estupradores verbais :(

nina disse...

Eu desafio qualquer homem a perguntar a uma mulher que ele conhece - qualquer uma - por que elas atravessam a rua quando tem um grupo de homens na calçada.
Todas, TODAS nós atravessamos a rua, não olhamos pra trás, fingimos que não estamos vendo. Pra ver se o dia não fica pior.


Agora vocês, queridos trolls, imaginem o contrário. Não, não estou dizendo pra imaginarem mulheres mexendo com vocês, estou dizendo 'imaginem que toda vez que você sai na rua, um cara maior que você fica te chamando de gostoso, delícia e dizendo que quer te chupar'. Ué, não é só um elogio?

Então vcs se sentiriam desejados, notados, certo?

Mais uma: se não tem nada de mais mexer com uma mulher na rua, por que vocês ficam tão ofendidos se alguém mexer com as suas mulheres? É só um elogio, não é? Vocês sabem que não é, então parem de fingir. Sejam homens, como vocês gostam de dizer que são.

(As pessoas inteligentes que estão aqui entendem a dramaticidade das perguntas e todas as implicações que deixei de fora. É preciso simplificar pra certas pessoas, vocês sabem. )

Luiza disse...

"mas, sabe? cansa. resolver meus problemas ninguém quer. encher o saco na rua faz parte de ser mulher."

Bem isso, vir resolver meus problemas, ninguém quer, ninguém tá nem aí. Colaborar para deixar meu dia pior, tem macho de pau pequeno fazendo fila na rua.

"Mais uma: se não tem nada de mais mexer com uma mulher na rua, por que vocês ficam tão ofendidos se alguém mexer com as suas mulheres? É só um elogio, não é? Vocês sabem que não é, então parem de fingir. Sejam homens, como vocês gostam de dizer que são."

Matou a pau. Eu DESAFIO os (mas)cuzinhos a virem aqui peitar como HOMENS que DIZEM ser (só dizem, mesmo) e ADMITIR que tudo bem outro homem passar a mão na namorada (se é que eles tem), porque É SÓ UM ELOGIO.

Vê se eles vem. Vem nada, sabem que tudo o que a gente fala é verdade e não usam a frase "SOU MACHO" para realmente ser homem e admitir que estão errados.

BARATAS.

Anônimo disse...

mas como tem gente que faz questão de ser tosca, credo. óbvio que mulheres adoram elogios. mas "delícia" é elogio? pelamor. isso é apelação!

e homem que pega no braço (eu já fiquei com os dedos de um cara marcados em roxo no meu braço)?

acho que só uma mulher vai entender o que é vc estar no trabalho ou na universidade falando de algo sério e achar que o cara tá prestando atenção no que vc tá dizendo e aí, de repente, vem a cantada. cara, isso me destrói. vc acha que tá sendo valorizada por algo que é importante pra vc enqto o cara elogia, sei lá, sua bunda. só uma mulher pra entender isso.

e eu nem sou contra relacionamentos com professores e alunos ou colegas de trabalho até pq meu irmão mais velho é casado há 20 anos com uma ex-aluna. mas existe ética e sempre existe um jeito não machista de se fazer a coisa toda.

Anônimo disse...

Joel citou "noções do senso comum" que acho mais adequado "noções do bom senso" e parece-me que tais noções fazem muita falta no relacionamento entre as pessoas em geral.

lola aronovich disse...

Pessoas queridas, perdão por publicar um ótimo guest post quase às 11 da noite. Como talvez vcs tenham notado, ele não estava pronto. Não estava ilustrado, não tinha links. Eu vou publicá-lo amanhã (já é hoje, sexta), ou sábado no máximo. Eu tinha deixado o post agendado e me esqueci dele. Saí pra ir a um jantar de aniversário, e quando voltei, vi que estava publicado e com vários comentários elogiosos. Os comentários estarão lá assim que o post for (re)publicado. Desculpem por este incoveniente!


Boa, Nina! É isso aí. Machão: se ñ tem nada de mais mexer c/mulher na rua, se é só um elogio, tb bem um cara “elogiar” sua namorada? Na sua frente? Ué, não é só um elogio?

Anônimo disse...

Mariana 17:43 e 19:26
Nos EUA nao é meio comum esse tipo de trote nao... fui pesquisar e o caso Louise O. está somente em inglês na Wikipedia no artigo
Strip search prank call scam
http://en.wikipedia.org/wiki/Louise_Ogborn

vc poderá ler em português um pouco sobre
Milgram experiment
http://en.wikipedia.org/wiki/Milgram_experiment
(busque a opçao Português no lado esquerdo da página)

infelizmente os artigos da Wikipédia em português sao meio meio mixurucas qdo comparados com em inglês, mas como o absurdo JÁ começou a acontecer no Brasil, talvez Lola se interesse e traduza para o blog.

Unknown disse...

Eu li esse artigo todo pq me falaram que esse blog era bom, mas fiquei com dor de cabeça de tanta coisa nada haver. Eu acho que se o cara tá afins da mulher ele tem que chegar junto e levar na lábia, da mesma forma que se a mulher tá afins do homem ela chega e já diz que está afins de dar uma e nem fica de conversa. Direitos iguais, eu não me importo de ser chamado de gostoso e levar tapa na bunda das mulheres que se apaixonam por mim. Feminismo é isso, é o direito de catar e ser catada.

Ana disse...

@20:39
"Ana 18:53, sua experiência na troca de comentários aqui ocorreu há vários meses vc usando outro nick ?"

Não, eu nunca usei outro nick aqui. Sempre comentei como 'Ana', mesmo quando não tinha perfil :)

@20:49
"Ana, vc complica o mais simples dos assuntos, menina. Qdo um cara diz princesa, ele diz princesa mesmo que esteja pensando 'princesa gostosa' e vc procura pelo em ovo tentando ler o pensamento alheio e assumindo que vc adivinha corretamente."

Ahahahahahaha

Eu complico? Que curioso, todas as outras mulheres reclamando aqui de cantada complicam também? Ou o problema é só meu, porque eu dei a Idéia Imensamente Revolucionária [/ironia] de que antes de abrir a boca o cara tem que lembrar que a mulher pode Não Querer ouvir o que ele tem pra dizer? "Mulheres têm opiniões próprias sobre cantadas" é assim tão complicado de entender? XD

Não entendi onde foi que eu tentei adivinhar o que os outros pensam. Até agora eu não tinha dito um 'ai' sobre o que se passa na cabeça dos caras que cantam mulheres - Pelo contrário, eu disse qual é a mensagem que Eu entendo ("não me interessa o que você acha, vou te cantar de qualquer maneira"). São coisas diferentes.

Fora isso, contei o que se passa na Minha cabeça quando eu sou cantada na rua - raiva, medo, nojo; depende da situação. Eu disse que pra mim nunca é algo bom, porque eu não gosto se levar cantada.

Sei lá, mas pra mim parece que quem tenta adivinhar o que os outros pensam são os caras que juram que toda mulher gosta de ser "elogiada" e não conseguem ficar de boca fechada. Esses sim, estão na pura adivinhação ao sair dizendo coisas pra pessoas que eles nem conhecem O_o

Algumas mulheres gostam de cantada, outras não. E como os homens por aí não tem como ler pensamentos, eu realmente apreciaria se eles parassem de "assumir que adivinharam corretamente" que eu gosto de ser cantada. Porque eles estão adivinhando errado há uns 6 anos já... ;)

E mais uma vez: não se trata da falar 'princesa' ou 'gostosa' ou whatever. Se trata de ignorar completamente a vontade da mulher e dizer o 'elogio' (que Ele decidiu que é elogio, não ela) queira ela ou não.

Desculpe a resposta longa (e complicada?), mas eu vi uma boa oportunidade na história da adivinhação. No hard feelings! ;D

@g.
"Mas se é um completo estranho, parece uma invasão, uma exposição da minha sexualidade. Eu não dei intimidade para o sujeito fazer isso. Eu só estou andando na rua - posso estar indo para a aula, posso estar indo trabalhar, posso ter acabado de ser demitida, posso estar indo visitar um ente querido que está mal num hospital. Mas não, o sujeito que mexe com mulher a rua não está nem aí."[2]

É um saco ter que lidar com isso toda a hora quando a gente não tem oportunidade nenhuma de dizer se quer ou não ouvir aquilo.

lola aronovich disse...

Ô LisAninhaHD, traduz pra mim, vai!


Leal Davi, toma uma aspirina que talvez passe. Boa sorte, catador.

Ana disse...

@Joel Pinheiro

Oi \o

"Uma feminista de carteirinha ou uma cristã devota, se recebe uma "cantada de pedreiro", sente-se ofendida, agredida, e acha aquilo o cúmulo. Enquanto outra, que não tem uma ideologia clara na vida, que se guia mais pelas noções do senso comum, pode até gostar."

Olha, vejo mérito no teu argumento, faz sentido sim! Mas falando por mim, eu nunca fui religiosa, e mesmo antes de ser feminista as cantadas já me incomodavam =/ Um cara mexendo com você quando você não quer é ruim, não tem muita ideologia por trás não XD

"(...) a maioria das mulheres gosta de um homem que tome riscos por ela, e que esteja disposto a violar algumas barreiras que ela própria impõe. E se ele não tiver essa coragem, não terá chances com ela."

Ai Joel, tenho um problema com a palavra 'maioria', sabe? Porque primeiro, ninguém tem como saber De Verdade o que a maioria das mulheres pensam. E segundo, e a minoria? Quero dizer, ok, a maioria das mulheres impões barreiras pro cara violar, vamos supor que seja assim. Mas eu não me encaixo nesse grupo. E aí, como é que fica? Eu tenho que passar o resto da vida aturando os caras que estão tentando 'violar minhas barreiras' que nem existem a começo de conversa? XD Dá pra pensar, né?

"mas na maioria dos casos não é tentativa de "tirar a mulher da rua" nem nada do tipo."

Ahaha, ninguém pensa "vou atropelar o direito dessa mulher sobre seu corpo!" ou "não quero essa mulher aqui!" antes passar uma cantada. A gente sabe disso XD

Mas eu posso te dizer, como mulher, que esse tipo de coisa interfere sim na nossa liberdade de ir e vir no fim das contas. Nos mantém fora da rua, à medida que controla horários e locais que visitamos. Como disse a Josiane Caetano, muitas vezes alteramos um caminho pra evitar constrangimentos. Pode não ser a intenção "consciente" de muitos, mas é o que acontece. Olhando o todo, o assédio é uma maneira eficiente de manter o machismo rolando.

"É a expressão de um desejo carnal real e de alguém que pode até querer que mais e mais mulheres andem na rua!"

Poisé Joel, mas esse cara quer mais mulheres na rua para que elas agradem seus olhos. E não é assim que a coisa funciona. Não é bom que nos vejam só com essa finalidade. Não existimos para agradar ninguém.

Não é que uma mulher não goste de ser elogiada, ou que elogiar seja um crime. A propósito, nós olhamos homens bonitos também! Só não interferimos na vida deles, não saímos despejando nosso desejo a todo o momento, não ignoramos suas vontades. O cara bonito passa, a gente olha, e deixa que ele siga seu caminho. Já quando se é mulher, não se vai de um lugar ao outro sem ter que ouvir alguma coisa; dane-se a nossa opinião. É frustrante =/

"Interpretá-lo como um modo pelo qual a malévola confraria dos homens mantém as mulheres oprimidas, francamente, parece-me uma forçação de barra feminista."

Isso me lembra um comentarista que apareceu aqui uns dias atrás, dizendo que um concurso de beleza não podia ser racista porque não havia um grupo racista na organização do evento O_o

O que eu quero dizer com essa relação? Basicamente o que já disse ali em cima - não é que os caras saiam pensando "aha, vou dar minha contribuição para o patriarcado e usar de coerção verbal para manter esta mulher em casa!" XD Mas isso não quer dizer que o assédio não seja uma ferramenta à favor do machismo; assim como a inexistência de um grupo racista na organização de um evento não garante que o evento não terá tendências racistas (ai, ficou confuso. Mas paciência XD).

--

Espero ter contribuído com alguma coisa. Enfim. Teu comentário foi bem educado e bem escrito, sempre tem espaço aqui pra textos assim, mesmo que eles expressem opiniões diferentes :)

Ana disse...

@nina
"Agora vocês, queridos trolls, imaginem o contrário. Não, não estou dizendo pra imaginarem mulheres mexendo com vocês, estou dizendo 'imaginem que toda vez que você sai na rua, um cara maior que você fica te chamando de gostoso, delícia e dizendo que quer te chupar'. Ué, não é só um elogio?

Então vcs se sentiriam desejados, notados, certo?

Mais uma: se não tem nada de mais mexer com uma mulher na rua, por que vocês ficam tão ofendidos se alguém mexer com as suas mulheres? É só um elogio, não é?"

DÁ UM HIGH FIVE AQUI, AMIGA \o

Lola, teu blog precisa urgentemente daqueles botõezinhos pra 'curtir'. Como é que a gente faz com comentários ótimos que nem esse aqui? Botão pra 'curtir' já! Kkkkkkkk

Anônimo disse...

outra coisa que eu nunca vi nenhum defensor do "é só um elogio" explicar é a seguinte: por que, de todos os "elogios" que a gente escuta todo dia, nenhum deles vem de um grupo com UMA SÓ mulher que seja?

quer dizer, ok, talvez o cara não queira sair por aí "elogiando" tão altruisticamente outra mulher na frente de uma namorada ou coisa que o valha. mas e quando esse passador de "cantada" sai na rua com a irmã, ou com a mãe? ou quando sai com um grupo de maioria absoluta masculina, que seja cinco caras e uma única mulher, amiga, colega, sei lá? eu juro que NUNCA vi um cara passar um desses "elogios" se tivesse UMA SÓ mulher conhecida no raio de visão. e qual é o problema em elogiar uma mulher na frente de outra? se é assim um elogio tão lindo e singelo?

acho que é muito claro que esses caras sabem que é intimidação pura e simples, sem nada a ver com elogio nenhum. eles sabem que seria absurdamente ofensivo assediar uma mulher na frente de outra por quem eles tenham qualquer tipo de respeito... mas olha só, não devia bastar ser gente pra merecer respeito? e outra, por que é ofensivo se a mulher que leva a grosseria não tem nada a ver com a mulher conhecida do engraçadinho? hm, acho que eles também sabem que o tal "elogio" não tem nenhuma relação com a pessoa agredida em si, mas sim com o fato dessa pessoa ser mulher. se ela é mulher, torna-se objeto da afirmação da macheza do cara e mais nada, pronto - porque esse efeito sim acontece, quanto mais homem, e só homem, tiver num bando, mais impertinentes são as cantadas, parece que eles se empolgam, vira uma camaradagem, uma confraternização, um negócio absurdo, em cima do medo da pessoa agredida.

e né, acho MUITO desnecessário dizer que não são todos os homens que fazem isso. quero ver os que não fazem tornarem esse comportamento inaceitável entre seus pares: eu acredito, eles vão, nós vamos. (aliás, eu queria saber como é essa questão do assédio pra uma mulher trans*. deve ser diferente - e muito horrível. elas também estão incluídas nessa luta contra o assédio)

Julia disse...

A maioria já deve conhecer esse vídeo, mas eu vou postar de novo.

Carlinhos, o machista gay
http://www.youtube.com/watch?v=1II-IzM_Yro

Hilário é pouco, viu?

Unknown disse...

Eu já fui encoxada várias vezes dentro do ônibus. Isso é algo muito comum entre nós pobres sem carro.

Anônimo disse...

leal davi, imagino q vc tb nao se importa que homens gays bem fortoes batam na sua bunda e te passem cantadas, né? direitos iguais, né, querido. depois de ele dizer gemendo que quer te chupar todinho, vc pode até explicar se sentiu atraído ou nao por ele, pq ele nao tem como adivinhar, né verdade? ele tem q arriscar, mesmo correndo o risco de ofender vc, mas quem se importa? espero que vc cruze por gays que te assediam todos os dias, pelo menos uma cantada por dia, aí vc volta aqui pra dialogar como um ser racional.

Anônimo disse...

digitando como anonimo eh facil falar neh deu bosta.. "eu mexo mesmo".. uuuuuuii.. ele mexe!!!

Anônimo disse...

os caras radicais masculinistas não tem vida só pode porque ficam aqui acompanhando fielmente a página da Lola.

Vão viver gente, e larguem a lola em paz

bruna disse...

Lola, estou morando em Paris há dois meses, e mesmo sendo lamentável esse episódio na assembléia nacional daqui, tenho que concordar com algumas pessoas que já comentaram aqui... na rua a imensa maioria, quase todos os homens que mexem comigo na rua são árabes!! os franceses dificilmente fazem isso!
mas acho que realmente pesa muito o machismo e misoginia da cultura desse povo (como os brasileiros).

A partir de uma certa idade, farta de ouvir gracinhas, comecei a responder mesmo. O engraçado é que minha mãe e amigas sempre me diziam pra não fazer isso, pr deixar pra lá, que isso é mto perigoso. Taí a intimidação!! Mas eu nunca deixei.
Aqui no começo eu ficava meio com medo, mas depois não quis nem saber, respondo mesmo!!

bjs

bruna disse...

complementando meu comentário anterior.. os franceses deixam pra exercer seu machismo na política mesmo... além do episódio na assembléia, aqui não existe mais a lei que pune o abuso sexual no trabalho, por ser mto difícil de se provar!!

Anônimo disse...

Me lembrei de três situações diferentes:

Eu andando na rua e um grupo de homens bem mais velhos, me chamaram de gostosa.
Respondi: quem gosta de velho é reumatismo.
Não preciso nem dizer as palavras lindas que ouvi depois, mais morri de rir , pois ficaram indignados porque eu chamei eles de velhos.


Eu andando na rua e um cara de Mercedes me seguindo e me cantando, achando que estava agradando, eu simplesmente o ignorei e atravessei a rua. O cara teve o trabalho de fazer a volta de carro na quadra, para me xingar, quem eu pensava que eu era para ignorar ele! Afinal ele tinha uma Mercedes né?

Eu andando na rua e um cara passou a mão na minha bunda, fiquei uma arara, segui ele e assim que passei por um brigadiano o abordei, falei do acontecido, o brigadiano abordou o cara e o levou para delegacia, fez um termo circunstanciado, o cara disse pra mim: desculpe moça , não sabia que tinha te ofendido tanto. Pode?

Kika

Unknown disse...

No Masculinismo ensina-se que mulheres gostam de cantadas, pois infla o ego delas.
Eles inclusive fizeram um "cálculo" para justificar a razão das mulheres ignorarem os homens:

Uma mulher, supondo estudante, é cantada na escola no mínimo 6 vezes por dia, sendo 60% das vezes por pessoas diferentes. Na rua, ela é cantada 5 vezes. Na balada, ela é cantada no mínimo 50 vezes.
Durante a semana, ela é cantada 55 vezes. Só nos dias úteis do mês, ela é cantada 220 vezes.
Cada vez que ela sai no fim de semana para ir no shopping, lojas, etc, ela é cantada 20 vezes.

Supondo que ela vai para a balada duas vezes por mês, e vá fazer compras duas vezes ao mês, temos 220+50*2+20*2 = 360

Em um mês a mulher mediana recebe no mínimo 360 cantadas. Em um ano ela recebe 4320 cantadas.


Logo mulheres rejeitam homens pois se quiserem um, basta elas estalarem os dedos e terão uma fila de pretendentes. Mas elas sempre querem o Alfa.
O Homem Mediano de Bem falar com as mulheres é considerado "idiotice", ainda mais quando ele conhece a Real. Pois ele sera só mais um de 4320.



Ao menos é isso que os "Líderes Viris da Real" ensinam aos iniciantes. uahwahwuahwuah

Ana disse...

@Kika
"desculpe moça , não sabia que tinha te ofendido tanto. Pode?"

Com "elogios" verbais eu até acredito que o cara tenha sido ensinado que é uma coisa boa pra mulher, agora, passar a mão? Ah vai se catar! Certa você, Kika, que foi atrás!

--

Fiquei pensando sobre o comentário que fiz antes, pro Joel... Eu comparei a reação dos homens e das mulheres ao verem pessoa bonitas, só que tem um porém - cantada não é uma coisa que acontece só com pessoas atraentes.

Eu não sei, meninas, nas vezes em que vocês foram cantadas vocês estavam 'tudo isso'? Porque sei lá, esses dias eu tava voltando do curso, com um moletom 2 vezes tamanho até o joelho, calça comprida e tênis, e um cara me cantou de dentro de um caminhão (sim, ele conseguiu essa proeza! Cantada enquanto tava parado no sinal). Meu cabelo tava solto no vento, um ninho de rato, e acho até que meu nariz tava escorrendo (tava frio, ué). Quer dizer, cadê a beleza aí?
E foi assim a vida toda... Eu lembro que eu saía pra caminhar e a homarada não conseguia calar a boca, mesmo comigo um pimentão, pingando suor e fedendo. E olha que eu tinha cuidado redobrado com a roupa, saía coberta da cabeça aos pés.

Enfim, tenho ressalvas quanto ao caráter apreciativo das cantadas. Na minha experiência, elas nunca foram algo exclusivo pra mulher bonita ou bem arrumada. E não falo só de mim, eu já vi mulher de todo o tipo ser cantada.

Não acho justo tratar o assunto como se fosse uma abordagem dos caras em relação a alguma mulher bonita que lhes interessa, porque o que eu vejo por aí é que basta ser mulher - não precisa ser 'bonita' - pra ser cantada. Não me parece que é sempre uma forma de interação romântica, uma expressão de interesse, entendem?

Esses dias passei por um grupo de garis. Estava de jeans, camiseta gola alta e jaqueta de couro - parecia mais o Motoqueiro Fantasma do que qualquer outra coisa - e levei cantada. Eu sinceramente acho difícil que a minha aparência fosse atraente pra qualquer um daqueles caras ali, e que qualquer um deles se interessasse por mim, mas todos os eles tiveram que falar alguma coisa. A cantada foi menos um convite pra mim e mais uma afirmação no grupo, a meu ver.

Só eu vejo cantada como algo que não é exclusivamente romântico? Quero dizer, o Joel já adiantou que 'cantada não visa conqusitar a mulher, é só a expressão do desejo'. Mas eu me pergunto, esse desejo existe mesmo? Sempre? Ou será que às vezes a cantada é só o cara lembrando ao mundo que ele é homem? Porque pra mim às vezes parece que a última coisa importante na história é a mulher - qualquer que seja sua aparência, ela vai ser "elogiada" contra a sua vontade. Esteja o cara afim dela ou não.

Cris disse...

Eu tenho profundo nojo de quem mexe comigo e com qualquer mulher na rua, e desde a adolescência eu sempre reajo. me veio com "oi, linda"? respondo "tchau, feio".
"psiu"? "gostosa"? "ai se eu te pego"? "VÁ SE FUDER, DESGRAÇADO NOJENTO, MORRE, VOU CORTAR ESSE MICROPINTO E ENFIAR NO TEU RABO ATÉ SAIR PELA BOCA". e dedos, muitos dedos.
já contei aqui de quando quase dei uma guardachuvada (por reflexo) bem na cara de um estúpido q veio com "ei delícia" pro meu lado. pq convenhamos, fazer isso com uma mulher q tá carregando um guarda-chuva imenso é de uma burrice incrível até pra um machista. fiquei a 2 centímetros de acertar a cara dele, q ficou apavorado. nunca deve ter visto uma reação dessas, e foi mto bem feito.
já chutei o saco de um cara q passou a mão na minha bunda numa balada. já acertei pontapé no fiofó de um abusado q passou a mão na minha cintura e depois ainda empinou o traseiro pra mim, de deboche.

eu já não sinto mais medo, eu sinto o mais profundo e absoluto ódio dessa gentalha. :)

Anônimo disse...

Ana

Eu acho que os caras estão tão acostumados a cantar uma mulher, que virou um hábito, as vezes nem olham direito para o nosso rosto. " É mulher tenho que cantar, preciso afirmar que sou macho, afinal ouvi desde de pequeno que meus hormônios de macho me fazem agir assim" .

Eu odeio homem bagaceiro , esse tipo de homem com essas cantadas , me dão nojo.

Kika

Aniram disse...

Anônima das 22:02, o que você contou realmente dá uma outra dimensão ao problema, e é muito triste... Sendo elogio ou xingamento, por sermos mulheres, não temos a liberdade de sair na rua sem estar à mercê de constantes avaliações e comentários sobre a nossa aparência. De todos os jeitos, sofremos. É preciso se sentir bem consigo mesma, não por receber a aprovação dos outros, mas por gostar de si e se valorizar, como vc é. Claro que é bom receber elogios, mas das pessoas que gostam de nós de verdade, e não de estranhos que fazem isso mais por grosseria do que por gentileza...
Se sentir um lixo é uma coisa horrível. Só acho que querer ser objetificada para ter um pouco mais de auto-estima não é o melhor caminho. É como se vc estivesse querendo agradar os mesmos que um dia te humilharam... Tudo bem, os comentários recebidos na rua podem até te deixar um pouco mais confiante no começo, mas depois só vai ficar um vazio.. =(

Anônimo disse...

Lola, assim que li seu pedido para a traduçao do caso Louise Ogborn, comecei a traduzir a página da Wikipédia. Eu ainda nao havia lido, apenas havia encontrado a página pra mandar o link pralguém aqui. Miniiina, conforme eu traduzia nao podia acreditar como um cara, carcereiro, conseguiu manipular por telefone tanta gente boa! Só com McDonald's foram mais de 60 casos!!!

Bem, Lola, a traduçao está indo, nao está pronta, o assunto vai longe, está tosca pq eu nao sei como traduzir algumas palavras basiconas até mesmo como "the caller" = a pessoa que estava ao telefone? Qdo terminar, dar uma revisada pra deixar o menos mau possível, vou te mandar a traduçao e vc dá uma garibada no português pq estou sem os recursos necessários para um traduçao a ser publicada.

Raquel disse...

evams, isso que você disse me lembrou de uma história que aconteceu com uma amiga minha:
Ela estava passando na rua e foi cantada por um cara que estava com um amigo. Ignorou e nem viu quem era o tal sujeito. Acontece que o amigo do cara reconheceu que ela era a namorada de outro amigo. O que deu a cantada ficou super mal, arrependido e foi pedir desculpas pro namorado dela por ter mexido com ela na rua. É mole? Ou seja, se for só a mulher, tudo bem. Agora, se ela tem um namorado, um homem, merece respeito.

Isso porque todos os homens nessa história eram pós-graduados, ou seja, nem de longe isso é exclusivamente prática de pedreiros e garis sem instrução.

Ana disse...

@Raquel

Tua história me lembrou... quando eu ainda estava na escola, uma vez um colega 'se apaixonou' por mim. Eu passei o maior tempão dizendo de todos os jeitos possíveis que não queria nada com ele - tentei ser educada, tentei ser grossa, tentei ameaça, tentei ignorar, tentei por escrito, tentei por terceiros, NADA FUNCIONAVA.

Aí meu primo mais velho ficou sabendo. Quando ele me perguntou "Quer uma ajuda?", eu estava tão exausta que disse "sim, POR FAVOR".

Os dois eram internos na escola onde eu estudava, então eles se viam bastante. Foi só meu primo começar a olhar torto pro rapaz que quase instataneamente ele veio falar comigo: "desculpa ter insistido tanto, agora entendi que você não está afim" (isso depois de me perguntar se 'aquele teu primo do 3º ano não vai fazer nada, né?' ¬¬)

Quer dizer, oi? Eu passo SEMANAS tentando convencer o sujeito, o cara ignora tudo o que eu digo, e aí meu primo resolve as coisas com uns olhares??

Mas é bem assim que funciona, infelizmente...

Unknown disse...

O problema é que as pessoas confundem elogios com assédio.
Ser abordada na rua por um desconhecido é tenso para qualquer mulher, pois nós vivemos com o medo eterno de estupros. A gente não tem uma bola de cristal para saber se aquele cara que nos abordou na rua é um estuprador ou não. Aí é que tá.
Além disso, devemos confiar nos nossos sentimentos: se nos sentimos desconfortáveis, invadidas, desrespeitadas, não é elogio. Elogios não provocam esses sentimentos nas pessoas, o nome disso é assédio mesmo.

Anônimo disse...

Ana,concordo com vc,a cantada é antes de tudo a afirmação da masculinidade desses caras,isso só reforça a minha opinião do quão frágil é a heterosexualidade desses homens,mais do que sentida,ela precisa ser(re)afirmada,em alto e bom som,que é pra não deixar dúvidas.





Cética

Anônimo disse...

É muito interessante e pertinente essa discussão. Quando eu morava no Brasil me sentia incomodadíssima com essas coisas. Aliás, esse foi um dos motivos mais fortes pra eu sempre ter sonhado em morar fora: No Brasil, por ser mulher, eu me sentia sempre um alvo.

Daí mudei pra Londres e experimentei (e tenho experimentado) o oposto: Aqui em Londres, vc pode sair com uma melancia na cabeça que ninguém tá nem aí. Não tenho carro, saio andando por todos os lugares, inclusive bairros de muçulmanos, e ninguém nunca me falou nada.

É engraçado pq já vi brasileiras reclamando da "frieza" londrina, de ninguém prestar atenção, ninguém te olhar... Eu acho ótimo! O que muita gente chama de "frieza", eu chamo de "respeito ao espaço do outro".

Ana disse...

@Carolina Paiva
"Ser abordada na rua por um desconhecido é tenso para qualquer mulher, pois nós vivemos com o medo eterno de estupros. A gente não tem uma bola de cristal para saber se aquele cara que nos abordou na rua é um estuprador ou não. Aí é que tá."[2]

Poisé, no mesmo dia que discuti sobre o 'gostosa', debati também com outro cara a questão de que mulher é ensinada a ter medo de investidas assim. Até porque, depois que as coisas acontecem, a culpa é sempre nossa. A sociedade cobra que a mulher saiba se cuidar - esteja sempre no lugar certo, na hora certa, vestida do jeito certo, fazendo a coisa certa - e se você não faz isso, bom, qualquer desgraça é culpa sua.

Oras, se um cara de passa uma cantada, você pára pra dar atenção, e algo acontece, eu DUVIDO que as pessoas não vão dizer "ah, mas quem mandou falar com desconhecido? Tava pedindo mesmo, o que que essa mulher tem na cabeça" e blablabla.

Eu dizia pro comentarista: mas é beeem capaz que eu vou parar pra ver se o cara é confiável ou não! Eu vou embora, porque se ele não for confiável e algo acontecer, a culpa vai ser minha (pra variar).
E ele só rebatia que eu tava sendo neurótica, que eu tava tratando todos os homens como estupradores, etcetcetc. Foi tenso, rs.

Uma cantada pode ser uma coisa muito assustadora. É um cara que você nunca viu na vida dando uma investida do nada. Mas nem a pau que eu fico pra ver no que dá!

Então no fim é mais ou menos assim:
Se você é cautelosa, é neurótica e está acusando os homens de serem estupradores;
Se você é relax, está pedindo e facilitando pra algum psicopata te pegar.

No win situation.

"Além disso, devemos confiar nos nossos sentimentos: se nos sentimos desconfortáveis, invadidas, desrespeitadas, não é elogio. Elogios não provocam esses sentimentos nas pessoas, o nome disso é assédio mesmo."

Exato, Carolina! Aí é que está! Não importa o que o cara me diz, toda vez que um estranho me canta eu só me sinto mal. Então não é um elogio. É uma agressão. A diferença não está na palavra, está no que eu sinto, no que eu acho!

Mas e quando exatamente eu tenho a oportunidade de dizer o que eu acho/sinto? Os caras atropelam totalmente o que a mulher quer, dane-se se ela gosta ou não, eles vão falar mesmo assim. E aí a gente continua aguentando quieta ¬¬

@19:32
"É engraçado pq já vi brasileiras reclamando da "frieza" londrina, de ninguém prestar atenção, ninguém te olhar... Eu acho ótimo! O que muita gente chama de "frieza", eu chamo de "respeito ao espaço do outro"."[2]

Eu juro que não consigo, Não Consigo ver cantada como uma atenção boa. Eu não me sinto elogiada, eu não me sinto mais bonita, eu não me sinto bem, eu só me sinto invadida e desrespeitada.

Vou encomendar minha passagem pra Londres... Seria ótimo me livrar dessas coisas.

Anônimo disse...

pq eu nasci nessa BOSTA de país? nossa, deve ser MARAVILHOSO viver num lugar em que estranhos respeitam o espaço alheio. as vezes eu penso em largar tudo aqui e ir ser "janitor" na inglaterra ou na irlanda. pena que eu tenho que cuidar da minha mae :/ se ela fosse saudavel, eu ja estaria lá

Anônimo disse...

raziel, que calculo maluco huhauhauha esses mascus são mto esquizofrenicos...

mas ainda que fosse verdade, isso só prova quantas vezes por dia as mulheres são importunadas por babacas, oq é totalmente diferente de tentativas legitimas de aproximaçao masculina ;/

Anônimo disse...

"Esc disse...

"Existe uma faceta desse problema - o da mulher como acessório ornamental no mobiliário urbano - ainda mais perversa, que pouco vejo ser comentada: a dos insultos explícitos, isto é, quando a abordagem sequer pode ser cinicamente disfarçada de elogio. Andar em paz na rua não é opção para ninguém: as únicas mulheres que não são convencionalmente bonitas o suficiente para serem chamadas de "gostosa" são chamadas de "baranga" e todos os numerosos sinônimos que o português brasileiro oferece. Eu, por exemplo, não consigo andar 5 minutos sem ser lembrada sobre o quanto eu sou feia, não raro por homens tão feios quanto, que provavelmente não se incomodariam com um de revide porque a aparência masculina é considerada irrelevante.

"Fico imaginando como os mascus defenderiam essa variante de assédio verbal. Já sei que a culpa é minha, embora eu não tenha certeza se é porque eu estou demorando demais para fazer essas plásticas, ou porque eu devia estar na cozinha e não fazendo minhas coisas inúteis fora de casa, ou porque as feministas não permitem a importação da burca para o Brasil, ou porque eu me importo e faço questão desse tal de respeito, ou..."

Concordo com o que você falou, exceto em dizer que a aparência física masculina é considerada irrelevante -foi uma bela pisada na bola. Então o fato de eu não ter pegado ninguém na minha adolescência, sofrido bullyng diariamente e ter sido eleito o garoto mais feio da sala por três anos consecutivos -em turmas bem diferentes, devo ressaltar- foram mera coincidência? E já que o assunto em pauta é assédio, eu devo dizer que eu já fui muito "assediado"(as garotas se "engraçavam" pra cima de mim em tom de deboche e na saída eu sempre recebia "cantadas", onde as moças me comparavam a galãs de cinema cujo os quais eu não tenho a mínima semelhança). Também tenho muitos amigos que foram agraciados com a "irrelevância da aparência masculina", tanto que um até abandonou a escola e chegou a tentar suicídio. Como você vê, a aparência masculina é muito irrelevante mesmo.

Shel Almeida disse...

Como toda mulher já passei por isso inúmeras vezes. Na maior parte eu ignoro, faço de conta que não ouço. Mas nada me incomodou tanto do que saber que minhas sobrinhas já estão passando por isso também. Uma delas, de 16 anos, vinha sozinha da escola na hora do almoço, não vem mais por causa dos homens que passam de carro mexendo com ela. Um chegou a parar e oferecer um danone (!!!). Já minha outra sobrinha, prima da primeira, de 13 anos estava feliz da vida porque minha irmã tinha começado a deixar ela ir sozinha na casa de uma colega. Um motoqueiro parou só pra mexer com ela. Conclusão: ela não quer mais sair sozinha, ficou com medo.

Gostaria muito que as duas pudessem voltar à vida normal, sem traumas, mas sei que isso já ficou marcado pra elas.

Mandy P disse...

Isso me lembra que uma vez, aqui pertinho de casa, um cara ficou insistindo para uma moça (muito bonita, de verdade) entrar no carro dela e ela claramente dizendo não e se mostrando contra a ideia. Foi ridículo e eu já estava pronta para ir em defesa dela, porém quando o farol abriu ele desistiu.
Então fica o recadinho para os homens ridículos que estar de carro não te dá o direito de ser um escroto.

Joel Pinheiro disse...

@Ana, valeu pela resposta! Pois é, você toca num ponto: será que a aparência da mulher importa?

Posso falar apenas da minha experiência: NÃO faço comentários ou cantadas pra nenhuma desconhecida, mas confesso que, quando alguém chama minha atenção e me faz ter o desejo de fazer tal comentário (e por que fazê-lo? Só para chamar atenção; talvez num mecanismo subconsciente que aposta "vai que ela tá a fim..."), é sempre pela beleza.

Embora qualquer uma possa recebê-lo, eu apostaria que uma mulher bonitona receba mais comentários desses do que uma normal.

Anna Sch disse...

Mas que engraçado, quando um branco faz alguma coisa é um problema da raça branca e da classe média mas quando é um muçulmano,vem esse papinho que isso é um problema universal? Não, não é!
Eu NUNCA fui desrespeitada por alemães e não conheço ninguém tantos alemãs quantos brasileiras que já tenham sido, já com muçulmanos todas tem o que reclamar.

Existe um documentário sueco que mostrar muitas adolescentes que se sentem obrigadas a pintar os cabelos de preto, porque os imigrantes muçulmanos tem preferência por estuprar loiras. E o que o governo sueco faz? Nada, porque não ofender o islamismo é mais importante.

Do trio judaismo, cristianismo e islamismo, o último é pior e mesmo assim as pessoas (principalmente algumas feministas) ainda ficam com receio de magoa-los. Talvez eles não tenham matado, estuprado, mutilado o suficiente para o resto acordarem.

Anônimo disse...

"Anna Sch disse...

"Mas que engraçado, quando um branco faz alguma coisa é um problema da raça branca e da classe média mas quando é um muçulmano,vem esse papinho que isso é um problema universal? Não, não é!
"Eu NUNCA fui desrespeitada por alemães e não conheço ninguém tantos alemãs quantos brasileiras que já tenham sido, já com muçulmanos todas tem o que reclamar.

"Existe um documentário sueco que mostrar muitas adolescentes que se sentem obrigadas a pintar os cabelos de preto, porque os imigrantes muçulmanos tem preferência por estuprar loiras. E o que o governo sueco faz? Nada, porque não ofender o islamismo é mais importante.

"Do trio judaismo, cristianismo e islamismo, o último é pior e mesmo assim as pessoas (principalmente algumas feministas) ainda ficam com receio de magoa-los. Talvez eles não tenham matado, estuprado, mutilado o suficiente para o resto acordarem."

Isso de culpar a classe média e os brancos por tudo é tão tosco quanto clichê. Se pra mim todas as religiões são horríveis, o islamismo é a pior.

Sarah disse...

Eu queria MUITO assistir o femme de la rue, alguém sabe onde tem ou onde posso baixar? Parece que tiraram do youtube e só encontrei em um site de torrent onde tem que se cadastras.

Luiza disse...

Gosto de funk, e tem uma brincadeira -se é que podemos chamar assim- onde a dançarina fica dando um monte de pulos em cima do pinto/saco dos caras, no final, se o cara não conseguir uma ereção, ele é chamado de broxa na frente de todo mundo. Seria a punição modelo pra esses assediadores. kkkkk

Olhem o video:

www.youtube.com/watch?v=6-l0PqNIz9g

Bruna B. disse...

ViniciusMendes

"Fui dar uma checada... Parece que podem sim criminalizar esse tipo de premiação, por ser considerado exploração..."


Sim, a propaganda pode ser criminalizada... favorecimento, agenciamento e exploração da prostituição são crimes.

O melhor foi a tática patética da agência para se safar, alegaram que GP significava grana preta e sortearam 150,00. Outra estupidez, sortear dinheiro sem aut. da Receita também é crime e o termo 'grana preta' não cabe no contexto da propaganda, que afirmava sortear uma hora de prazer com uma GP de Passo Fundo à escolha do cliente.

Centenas de pessoas fizeram barulho na página do facebook e qual foi a brilhante saída adotada pela empresa? Apagar tudo e fazer de conta que nada aconteceu. Já tenho print de todo o circo e vou enviá-lo para uma amiga que advoga na cidade de Passo Fundo, vamos ensinar uma bela lição aos publiciOTÁRIOS.

Bruna B. disse...

Leal Davi disse...
"Direitos iguais, eu não me importo de ser chamado de gostoso e levar tapa na bunda das mulheres que se apaixonam por mim."


Eu me importo, e aí babaca?

Eu não gosto que me chamem de gostosa, não gosto que me importunem, e aí?

O mundo não gira ao redor do teu umbigo, ô bicho estúpido.
Se tu tá tão desesperado por atenção a ponto de desejar levar tapas de desconhecidas, caro machista bocó, o problema é teu, isso não significa que todas as pessoas do mundo desejem a mesma coisa.

Se algum palhaço der um tapa na minha bunda (ou em qualquer outro lugar) vai parar na delegacia, com a cara inchada e três costelas quebradas. Entendeu?


Rebecca Med disse...

Lola, o pior é ver gente da mesma idade que eu (23anos) com o machismo de três/quatro gerações atrás. Um pensamento atrasado e frouxo que coloca a mulher como um artigo de decoração social.
E ainda acham que respeito (uma palavra que nem combina com a mulher, segundo esses mascus) é um artigo de luxo.

Anônimo disse...

Lola, eu tenho raiva quando é velho.Tudo bem, eles podem ficar falando grancinha ou me comendo com os olhos,mas a única situção em que eles vão conseguir transar com uma menina de 21 anos como eu é se ela estiver passando fome,pq só por necessidade mesmo uma novinha fica com um velho,ou se for prostituta e eles pagarem bem.

Anônimo disse...

Bom, eu nao so do tipo que faz cantada.. mas parece que muitas mulheres reagem bem para esse tipo de "intimidaçao", o que eu vejo de imbecil que pára o carro na frente da faculdade ouvindo sertanejo univ ersitário, "pegando" mulher é absurdo... voces acham que eles parariam assim?

Jorge disse...

parabéns pelo blog! apenas isso...
mto bom ter esses espaços de resistências, críticas ao "comun", "cotidiano" totalmente animalizado, brutal.