segunda-feira, 30 de abril de 2012

CRÍTICA: PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN / É a mãe

Nunca fomos tão felizes.
 
Nossa, vi Precisamos Falar Sobre o Kevin, e ele me derrubou. Achei perturbador. Fiquei grudada na cama, muito assustada e confusa, como se estivesse vendo um filme de terror. Enquanto procuro entender como a Tilda Swinton não foi indicada ao Oscar de melhor atriz, fico pensando em como estou com vontade de ler o romance de 2003 de Lionel Shriver, que inspirou o filme de Lynne Ramsay (uma diretora mulher, aleluia!).
O drama segue a perspectiva de uma mãe (Tilda) que tem um filho problemático. A trama é contada em uma série de flashbacks. Quando que a gente percebe que alguma coisa vai dar muito, muito errado? Tipo: antes da menina nascer, aliás, antes do Kevin nascer, vemos que a loirinha já tá usando um tapa-olho. Portanto, no momento em que Kevin e irmã começam a habitar o mesmo tempo e espaço, a gente sabe que ela vai perder um olho. Pensei que seria com o aspirador de pó. Daí pensei que seria com uma flechada. Mas acho que ficamos sabendo mesmo que o babado é forte quando vizinhas passam, do nada, a agredir Eva.
E logo que a gente nota que o menino não é boa pessoa, a gente (ou pelo menos eu) torce pra que, pelamor, ninguém invente de ter um bichinho de estimação em casa. Porque todo mundo sabe que existe uma grande atração de serial killers por animais. Aí, quando aparece um porquinho da índia, ou um hamster, ou sei lá que bichinho peludo e fofudo é aquele, a gente até fica surpresa que ele sobrevive cinco minutos naquele campo minado.
Só pra variar, praticamente todas as opiniões que ouvi sobre a história colocam a culpa por ter um filho psicopata na mãe. A julgar por essas pessoas, sempre tão ligeiras em responsabilizar as mães, parece que os filhos moram numa ilha deserta só com suas progenitoras. Kevin tem pai também, pelo que eu pude notar. E é um pai que sempre lhe dá razão e que justifica seu comportamento. Pior: é o pai que lhe dá um arco e flecha e o ensina a usá-lo. Fica o aviso: se você desconfiar de qualquer impulso agressivo do seu filho, não o presenteie com armas letais. Obrigada.
Mas também não entendo porque todo mundo culpa tanto os pais, sempre. E, claro, principalmente as mães. Num filme que eu adoro, A Outra História Americana (American History X), o fillho mais velho, interpretado por Edward Norton, torna-se um neonazista, e seu irmão mais novo também, mais pela influência do Edward. Mas quem influencia Edward? Ninguém na casa dele é neonazi. Os pais são carinhosos com os filhos. Há uma cena em que o pai, no meio da mesa de jantar, diz alguma coisa racista. Mas pô, se cada filho que ouvisse seu pai dizer algo racista tatuasse uma suástica no peito, estaríamos bem pior do que estamos agora. No entanto, a gente responsabiliza os pais pelas atrocidades que seus filhos cometem.
Eu acredito que psicopatas existam e que sejam incuráveis. Acho que pode faltar um pedaço do cérebro que possibilite a empatia. E que, por mais que a criança tenha pais legais, essa falta de empatia pode causar algum estrago cedo ou tarde. Mas também acredito que psicopatas possam ser criados pelo meio ambiente. Uma criança que é sistematicamente abusada e torturada pelos pais têm grandes chances de querer repetir o comportamento já na adolescência. Mas assim, eu sou contra a pena de morte. Por mais que algumas pessoas nunca vão aprender a conviver em sociedade, elas não devem ser mortas. Mas também não devem ser soltas.
Kevin odeia sua mãe, ou é o que transparece, desde o comecinho. E ela não gosta dele. Só que eu acho que ela faz o possível. Ela tenta se conectar com ele, e não consegue. Sua gravidez não é desejada, isso é claro, mas até aí, a maioria também não é, e nem por isso temos uma legião de serial killers. Não sei se Eva tem depressão pós-parto, que é um dos grandes tabus da humanidade. O mito do instinto materno é tão grande que poucos ousam falar que muitas mães sofrem e têm pensamentos pouco carinhosos pro bebê depois do parto. Mas essa é uma doença, é depressão, precisa de tratamento. E não fica claro se Eva sofre disso.
Também não sei se é possível que uma criança pequena decida que vai destratar um de seus pais. É o que acontece no filme. Pro resto do mundo, Kevin é um docinho de coco. Pra sua mãe, porém, ele é um pesadelo. Eu me peguei pensando o que eu faria num caso desses, se tivesse um Kevin. Depois de tentar de tudo, creio que eu jogaria a toalha. Desculpe a insensibilidade e a covardia, mas eu me separaria dele, o deixaria com o pai, com quem ele se dá bem, e tentaria seguir minha própria vida.
É uma atitude egoísta, eu sei, e eu digo isso sem ser mãe, nem nunca querer ser mãe. E tenho certeza que a maior parte de vocês mães não desistiria. Mas eu só fiquei pensando se visitaria o Kevin muito de vez em quando ou se eu fugiria logo pro México. Não caio nessas de amor incondicional. Se um filho fizer algo terrivelmente errado, é dever dos pais perdoá-lo? Vamos supor que, em vez do guri arruinar a parede que você pintou com tanto esmero, ele tivesse torturado até a morte alguns cãezinhos. Você não deserdaria o menino? Quantas ninhadas de cachorrinhos você permitiria que ele eliminasse até interná-lo?
Imagino que o livro deve oferecer muito mais detalhes de tudo. Soa altamente improvável que Kevin consiga enganar a todos (exceto a mãe) por tanto tempo. Um garoto desses deve aprontar maldades na escola. Sua irmãzinha aparece pouco, o que é conveniente, porque suponho que ela sofra pacas nas mãos de Kevin. Um dos meus problemas com o filme é que sabemos tão pouco sobre Eva, a mãe.
O único momento em que ela diz algo duro é no campo de golfe, quando ela fala o que umas cinquenta pessoas escrevem em todo santo post que publico sobre gordofobia -– que metabolismo lento ou genes o quê, gordos são gordos porque comem mal e muito. Por mais que eu gostaria de avisar que os babacas que repetem essas coisas vão gerar filhos psicopatas, hum, acho que não funciona assim. E o pai de Kevin (John C. Reilly) é bonzinho demais. Tá, mais pro lado panaca mesmo. Dá vontade de chacoalhá-lo e dizer: escuta, cara, você não tá vendo que seu adorável filhinho parece saído de A Profecia? Procura o 666 no couro cabeludo dele, que deve estar lá!
O lado bom é que, na vida real, se a população mundial aumentar muito e os governos quiserem fazer com que os casais tenham menos filhos, é só passar Precisamos Falar sobre Kevin na TV uma vez por ano. Problema resolvido.

Escrevi mais sobre Kevin aqui, um ano depois.

220 comentários:

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Débora disse...

Achei brilhante o seu comentário. Exatamente isso, a figura materna e o núcleo familiar. Kevin é obcecado pela mãe, pelo amor que não tem. Ela desde o princípio não conseguiu desenvolver conexão com o filho. Se vc conhece a teoria de Winnicott. Vera que ela foi bem estruturada. Não existe falta de amor à mãe... Existe sim uma obsessão para chamar a atenção dela. Ele a admira, ele quer o mesmo amor que a irmã tem. A mãe, no começo do filme, dá a impressão que tem autismo leve. A falta de conexão e empatia com o filho e com o que está ao seu redor, dá a ela um toque meio psicopata também.... No filme, ela tem que falar desde o começo da situação e não quando ela percebe que existe algo errado, pois com o pai ele é encantador. Outra coisa: nos EUA mães que são relapsas com o filho sofrem sanções. Ele não entrega a mãe qdo ela quebra o braço dele. E também não usa isso para chantageá-la. Mostra que o menino está com uns 6,7 anos e não sabe usar o banheiro, usa fraldas!!! Veja que no começo ela desconfia que o garoto seja autista. São poucas as singularidades, que vão dando noção e sentido à dinâmica do filme. E o segredo está justamente no núcleo familiar: a culpa não é. Da mãe e sim da figura materna e paterna, que não dão ao garoto um ambiente de desenvolvimento saudável.

Nat Oliveira disse...

Acho que a sua percepção do filme não foi muito precisa. Primeiro de tudo, a mãe ão queria o filho, e provavelmente sofreu depressão pós parto, ela nao desenvolveu afeto pela criança, e não dá carinho a ele quando bebê. Veja a cena em que o bebê nao para de chorar, ela se irrita, mas não faz carinho e nem embala o bebê para que o choro cesse. Aos poucos ela tenta estreitar os laços com o filho, que sim tem um comportamento hostil com ela. E o fato de ele se apegar mais com o pai, aos poucos parece que isso é só para provocar a mãe, pois o filho sente que não é amado por ela. E quando ela decide ter outro bebê ele vê a mãe dar para a pequena irmã o carinho que ele nunca teve. O menino pode ter nascido um sociopata, mas isso por si só não faz de ninguem um assassino. O filme na verdade mostra que o que causou o crime de Kevin não era apenas o fato de ele ser sociopata, ou ter tendencias para crueldade, mas na verdade trata de varios culpados para isso, a propria criança, a mãe por ser negligente e nao demonstrar afeto ao filho, e também ao pai, que não conseguia enxergar as maldades do filho.
Mas não se pode dizer que o filho odeia a mãe, ele a provoca, e isso é para de alguma maneira chamar a atenção dela para ele.
E para mim esse foi justamento o motivo que ele cometeu o crime, ele queria afetar a mãe. Tanto que quando ela pergunta o motivo, isso depois de varias visitas na cadeia ao longo de 2 anos, ele diz "Eu achava que sabia, mas agora não tenho tanta certeza", pois talvez ali ele tenha percebido que a mãe o amava. E o filme termina com um abraço entre mãe e filho.

Nem todos os pais e mães amam seus filhos, e nem todos os sociopatas se tornam assassinos.

Anônimo disse...

Você disse tudo em seu texto, de modo lúcido disse que se fosse com você, se separaria do filho e o deixaria com o pai. E era o que essa coitada dessa mãe deveria ter feito, mãe não é mártir, mãe é mãe. E sim, deveria ter se mudado pro México, para a Patagônia, pro Xingu sem deixar endereço.Mas, o amor materno é grandioso e ela tentou o impossível: amar e educar um ser imune ao amor. Mães costumam fazer o máximo por sua cria. A mãe do Kevin foi vítima nessa história. Uma história terrível, mas tenha a certeza: é uma história verossímil e difícil de ser vivida. Um destino cruel, de algumas mães reais. Parabéns pelo texto.

Anônimo disse...

Olá Pessoal!

Eu vi o filme só agora, procurando por temas sobre psicopatas.

Gostaria muito de opiniões que pudessem me ajudar, pois vivi na pele e senti vendo o filme a personalidade dura do personagem Kevin, na minha vida eu passei por uma situação diferente , mas que a figura do Kevin me trouxe exatamente a figura de uma mulher que me aterrorizou por três anos,e ainda aterroriza meu pensamento, assediando a mim e principalmente meu marido, ela parecia ter prazer em nosso sofrimento, ela que foi ex dele, nunca se conformou em ter sido abandonada por ele e sempre perseguiu qualquer relacionamento que ele tivesse,e agora á mim. Entrou na justiça pedindo indenização de danos morais para mim,alegando coisas absurdas, ela me provocou durante tres anos até que eu perdi a paciencia e a ofendi por mensagens e e-mails , ela juntou as provas pra levar a justiça, mas antes ela quem começou a guerra me assediou publicamente onde estavamos eu e meu marido, ligou pra casa dos meus pais pra assedia-los também. e depois quando fomos na audiencia eu pude perceber a mesma "cara" dura e fria do personagem do filme era a dela conversando com a juíza. ela perdeu o processo, mas tenho medo q ela não pare por aí pois realmente ela é psicopata, tem raiva do meu marido e desconta em todas as pessoas que se relacionam com ele.
Por Favor , ajudem deem me opiniões o que poderia eu fazer com esta situação... ninguem acredita na psicopatia dela, só quem convive muito de perto, ela vai perserguir-nos até o final da sua vida, se ninguém puder para-la.
è muito triste pra mim e estou ainda depressiva com a situação, mesmo que todos falam que agora ela perdeu na justiça e não vai fazer mais nada, mas eu acho improvável, a Juiza mandou ela assinar um termo , em que ela não pode mais procurar meu marido e se afastar mas e quanto á mim, tenho medo que ela venha pra cima de mim.Eu tenho 41 anos e esta senhora psicopata tem 56 anos.
Obrigada a todos que puderem me aconselhar.
Andréa.

Raqwul disse...

Oi, Lola, não vi o filme ainda, e nem sei se teria coragem de vê-lo, pois a psicopatia é uma das coisas que mais me assusta nessa vida.
Deveria haver um teste durante a gestação que detectasse traços fortes de psicopatia, e se o resultado fosse positivo, eu abortaria. E se duvidar, até depois de nascido o abortaria. Pode ser chocante isso que disse, mas para mim não há nada pior do que um psicopata: alguém que não tem nada de empatia, nem culpa, e que se compraz de fazer as pessoas sofrerem. O psicopata destrói os dois mais importantes pilares da vida social: as relações de afeto e as regras de organização social.
É uma questão bem delicada, mas para mim, uma pessoa que sente prazer em destruir a vida de pessoas e seres vulneráveis, que não tem respeito e apreço pela vida em sociedade, não merece viver em uma.

Anônimo disse...

Me diverti bastante com os comentários.

não aguento mais tanto perfil disse...

Preciso não falar sobre Kevin, arrumar 350.000 reais, comprar uma casa numa cidade do Brasil onde haja emprego. Pagar aluguel não dá com os 1000 reais de salário. Se o Kevin quiser arruinar a minha vida vai ter que trabalhar até juntar dinheiro para uma passagem e uma reserva no banco, isso caso ele descubra que eu estou no Brasil. Mas isso é tudo sonho, eu não tenho remuneração prá isso, então vou continuar dividindo o barraco com o Kevin e aguentando polícia na porta, sexo na sala, namorada bêbada, medo de ele invadir meu quarto durante a noite, reclamação dos vizinhos, ficar sem banheiro porque ele se tranca por duas horas e meia.

Anônimo disse...

Hey lola! Já vi o filme várias vezes, e a trama me impressionou bastante... O assunto em si (psicopatia) é muito polêmico; Mas eu gostaria de esclarecer algumas questões que ficaram na cabeça de todo mundo: Por que a culpa é da mãe do Kevin?
Veja bem, a teoria que foi usada como base para este filme, foi a que a psicopatia se desenvolve na infância. Por exemplo, sabemos que entre os quatro a sete anos a criança desenvolve a personalidade, e dá seus primeiros passos em direção a formação do caráter. Quando a criança não é aceita em seu ambiente familiar, sofreu um trauma grave, ou não possui demonstrações de afeto, ela pode sim desenvolver a psicopatia (O que é o caso do Kevin). Então, a culpa teria caído sobre o pai e a mãe, mas não tem como culpar os mortos :) hahahah
E a última cena, aquela que eles e abraçam: Ficou muito abstrata. A questão é que o psicopata nunca deixará de ser psicopata, aquela aparente "demonstração de afeto" não foi nada mais que uma faceta emocional uma manipulação por parte do Kevin. Os psicopatas possuem uma alta capacidade cognitiva, estão cientes de tudo o que fazem. No momento e que ele manipula a mãe naquela situação, ele entende que aquilo pode ser proveitoso. Você pode ver isso também na cena em que ela está lendo o livro do Robin Hood (ele se deita no colo dela e "Puxa o saco", assim ela não ia parar de ler).
Valeu Lola!

Anônimo disse...

Lola, também entendo que você poderia ter focado sua crítica mais no que o filme procura expor, (no objeto da crítica) ao invés de usar o filme como forma de apresentar sua cosmovisão de mundo. Enfim, o blog e o artigo são seus, você faz no seu território o que lhe apetece. A questão é que as feministas, tomam o filme como uma crítica ao que se entende como uma imposição do instinto materno pela sociedade e deslocam o cerne da história para suas questões de cunho político. Mas o filme (que aborda um tema recorrente atualmente - ataques a grupos de pessoas sem possibilidade de defesa) procura demonstrar de que forma esses sujeitos (delinquentes, assassinos, psicopatas) se constituem psiquicamente, através do viés psicanalítico. Não li o livro, mas no filme, os conceitos dos pós freudianos Lacan, Winnicott, Bion, e M. Klein estão brilhantemente expostos nas cenas. O conceito mais abordado (Muito mais em imagens do que em linguagem falada) é o de "mãe suficientemente boa" de Winnicott. A mãe suficientemente boa da qual fala Winnicott, não é a mãe perfeita (até porque essa mãe não cabe nesse conceito), mas é a mãe que não comete falhas em excesso com seu filho. Eva é uma mulher que não estava interessada em ser mãe (e não vem ao caso seus motivos) mas deu a luz a um filho. Ela entende que essa criança, necessita de seus cuidados, e faz "tudo" para criá-lo da melhor forma que entende. Mas ela proporciona ao filho, os cuidados materiais. Ela não sente amor, e mais grave, não sente empatia por esse filho. Pode-se falar aqui, em privação de afeto por parte da mãe. Crianças abandonadas e criadas em instituições públicas, mesmo que recebam todos os cuidados físicos que necessitam, normalmente se constituem com muitos problemas psicológicos por causa da privação de afeto. Eva não sente afeto pelo bebê enquanto está grávida, resiste ao parto, não o embala quando ele chora desesperadamente, não tenta nomear suas dores, enfim, não consegue instituir uma relação mãe-filho com ele. As falhas da mãe, são maiores do que as falhas que o filho pode superar. O pai faz diferença nessa relação? Sim, claro, mas o pai não substitui a mãe. E por mais carinho que o pai tenha, esse carinho também não compensa a a ausência de afeto e empatia da mãe. Um sujeito (completo, com subjetividade), não advém ao mundo sozinho, apenas pelos cuidados físicos e materiais. É preciso mais, muito mais. E Eva não estava preparada para proporcionar mais. Isso é jogar a culpa na mãe? Sinceramente não sei, mas essa é a realidade. Máquinas (não estou chamando Eva de máquina, por favor) não podem cuidar de crianças, crianças institucionalizadas mesmo que recebam todos os tipos de cuidados físicos e materiais, ainda terão sérios problemas psíquicos. O filme não culpa a mãe, mas demonstra (através do vermelho que aparece repetidamente) que ela sente-se culpada, e aparentemente pelo menos, ela consegue ver suas falhas. Falhas (em excesso) que ela não cometeu com a filha.
Eu penso Lola, que menos ideologia se reflete em mais realidade. Um abraço.
Luiza H.

lola aronovich disse...

Luiza H, muito obrigada pelo comentário. Eu escrevi o post 3,5 anos atrás. Acho que o filme ainda não estava sendo tão discutido academicamente como é hoje. E eu não tinha lido nada sobre o filme (pelo menos nada acadêmico), e não tinha lido o livro. Agora sei um pouco mais e ele realmente proporciona uma discussão fascinante, tanto que eu já tinha decidido incluir o filme na próxima edição do meu curso sobre gênero, literatura e cinema. Mas vem cá, vc não gostaria de ampliar um pouco mais seu comentário e transformá-lo num guest post, com links e tal? Eu gostaria muito! Se vc puder ou quiser fazer isso, assinando seu post, envie um email pra mim: lolaescreva@gmail.com

Anônimo disse...

Olá! Assisti o filme já faz um bom tempo. Mas não paro de refletir na história de Kevin, principalmente com professores da faculdade já que estudo psicologia. Como nos comentários anteriores, infelizmente não há uma resposta concreta. Mas não podemos ignorar o fato de que a mãe rejeita o bebe mesmo ele ainda estando no ventre. E que ele como qualquer outro ser humano percebe esta rejeição, seus sistemas, sentidos e percepções já estavam desenvolvidos. Ao contrário do que muitos pensam, é desde o ventre da mãe que nasce o elo afetivo, seja ele de forma positiva ou negativa. E sim é verdade, a mãe se esforça muito, mas a sua maneira. A pergunta que não quer calar e os psicólogos refletem e não me respondem: Sobre Kevin deixar apenas a mãe viva. Ele assassinou o pai e a irmã que sempre o amaram de forma pura e próxima, e deixou viva a sua mãe porque ele realmente era mau, odiava sua mãe e queria ve-la sofrer vendo as pessoas que também ela amava de forma muito próxima? Ou, mesmo sem aproximação e com muita rejeição de ambas as partes, os dois tinham consciência de que lá no fundo este amor de mãe e filho era reciproco. E por isso ele a deixa viva ? É difícil chegar a uma conclusão. Mas deixo esta questão para reflexão de todos! Lembrando que os pais influenciam muito na formação do carater da criança, mas que ela por sua vez tem escolhas a fazer. Abraço!

Unknown disse...

Pensei em Complexo de Édipo. Na verdade ele queria a mãe só pra ele.

Anônimo disse...

O ciclo inicia-se quando a mãe permite a mentira do filho para esconder que ela o havia agredido. A partir daí, ele chantageia a mãe de todas as formas. Erramos quando somos omissos. Apesar de todo o amor que os pais tentaram proporcionar, faltou a disciplina, quem ama educa, corrige, muitas pessoas agem desta forma.

Matheuspa disse...

Me sinto totalmente atrasado por ter visto esse filme só agora, em 2016. Agora tô querendo ler o livro, pois o filme mexeu muito comigo. Acho que tô um pouco psicótico.

Anônimo disse...

Por que ... você... escreve... assim?
Que nervoso q dá.

Unknown disse...

É bem interessante assistir o filme tendo o pensamento no estudo da Psicologia! A minha professora de Relações Objetais nos indicou tal filme para que pudéssemos descrever sobre ele... E por mais que realmente seja um filme perturbador, com o aporte da psicologia e matérias sobre a relação mãe-bebê consegui compreender bastante os "porques" do filme. aparentemente o filme vai rodear minha cabeça por um loongo tempo haha

Rafaela disse...

Houve um grande erro na educação dos pais do Kevin: não o levaram ao psiquiatra e psicólogo depois de tantos indícios. Foi muito descuido. Ele teria sido diagnosticado e aí eles poderiam tomar as providências cabíveis e até evitado essas mortes.

Vanessa disse...

Os irmãos creram nele após a ressurreição, um deles inclusive tem nome Tiago que tem uma epístola na bíblia. E a bíblia não diz que Jesus se afastou de sua família, apenas diz que Ele não levava em conta a família terrena, ja que o verdadeiro Pai dEle é Deus. E o objetivo de Cristo era a reconciliação do povo com Deus. Era o plano da salvação, por isso não podia se permitir ser bloqueado pelas normas familiares ou até descrença de seus irmãos e irmãs. O objetivo(plano de salvação) era bem maior que isso.
Maria em algum momento deve ter compreendido, apesar de sofrer como mãe, que Jesus é Deus, e ja era antes de o mundo ser mundo.

Robson Silva disse...

Assista a outra história americana denovo pq vc entendeu errado kkkk o pai dos personagens era sim racista e quando ele morreu oq ele falava ganhou ainda mais força na mente dos filhos, tanto q só depois q ele morreu q o mais velho se torna skinhead

Henrique disse...

Só vi sua análise até perceber que é feminista.... não aceita a "culpa" da mãe e ataca o pai... para uma feminista o pai sempre é o culpado. Isso não pode ser uma questão genética e os pais serem "culpados" de forma totalmente passiva. Imagino que dar uma arma não torna ninguém assassino..

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