terça-feira, 10 de abril de 2012

GUEST POST: ABORTO, ALÉM DO PRÓ-VIDA X PRÓ-ESCOLHA

Durante a semana, o aborto estará na pauta do dia. O Supremo Tribunal Federal irá decidir amanhã, depois de oito anos de espera, se mulheres grávidas de fetos anencéfalos podem abortar sem ter que entrar na justiça. Que até numa questão dessas (em que o bebê morre logo depois de nascer) existam grupos religiosos querendo forçar as mulheres a manter a gravidez até o fim mostra como ainda temos muito que caminhar na discussão. Pedi pra Amana Mattos, professora (que tive o prazer de conhecer pessoalmente em março e pude comprovar como ela é brilhante) de Psicologia da UERJ, desenvolver um comentário que ela havia deixado num outro post, e olha o que ela me entrega: não só uma reflexão fascinante sobre as limitações do discurso da individualidade, como também um convite para que pensemos, junt@s, os desafios do feminismo hoje. Espero que vocês sintam-se provocad@s por este guest post tanto quanto eu estou me sentindo. Obrigada, Amana!

Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal vai decidir sobre a legalidade do aborto para mulheres que estejam grávidas de um feto com anencefalia, sem que a mulher precise recorrer à justiça para ter acesso ao aborto. A discussão sobre esses casos, como em todos os debates sobre o aborto, recai, invariavelmente, em argumentos “pró-vida” -- que entendem que o feto é um ser que merece viver (na maioria das vezes por justificativas religiosas) –- e argumentos “pró-escolha”, que afirmam que é a mulher que tem de ter o direito de decidir se vai ou não levar a gravidez adiante. No caso da decisão do Supremo de amanhã, a discussão se dá em torno da vida de um feto que não tem chances de sobreviver após, ou mesmo antes, do parto. Sugiro a leitura deste texto para quem quiser entender melhor a questão.
A situação do feto anencéfalo aparentemente facilita a decisão, por envolver uma situação em que a mãe está carregando um nascituro que não tem condições de tornar-se um ser vivo independente após o parto (e, em muitos casos, o feto morre ainda durante a gravidez). Entretanto, mesmo nessas condições, os partidários “pró-vida” argumentam que ninguém tem o direito de interromper uma vida em curso, e que a mulher deve levar essa gravidez até o fim. Para além de convicções pessoais, os partidários dessa perspectiva querem estender sua opinião, através do Estado, a todas as mulheres do país.
A reflexão que eu gostaria de propor aqui pretende se colocar para além da oposição “pró-vida” x “pró-escolha”. Como vou argumentar, essa dicotomia está fundada em noções que podem se tornar prejudiciais para a própria luta feminista por valores que não oprimam as mulheres nem outras minorias. Para isso, é preciso pensar criticamente um conceito que é tão caro ao direito e à teoria liberal/individualista, assim como aos defensores da vida: a noção de autonomia.
Como já discuti em um outro guest post aqui no blog da Lola, as ideias de individualidade e de autonomia surgem num mundo profundamente patriarcal, machista e opressor para com as mulheres. Nos acostumamos a pensar que uma “pessoa racional”, capaz de pensar por si mesma, isto é, autônoma, é alguém que não depende de ninguém (afetiva, física e economicamente falando), sabe controlar suas emoções, argumentar razoavelmente, é madura o suficiente para fazer suas escolhas e se responsabilizar (moral e juridicamente) por elas. Isso é uma pessoa autônoma, certo? Entretanto... não é curioso que, em nossa sociedade ocidental (que, certamente, é múltipla e heterogênea, mas hegemonicamente patriarcal), aqueles que estão mais aptos a ocupar esse lugar de “pessoa autônoma” sejam os homens? E não apenas os homens, mas homens adultos, brancos, de classes econômicas superiores, letrados (leiam aqui uma discussão mais detalhada dessa questão).
Parece que, se falamos de independência e autonomia, sempre falta algo às mulheres. De fato, essa falta é disfarçada como algo positivo: em nossa sociedade, é a mulher que é sexuada, é a mulher que tem um corpo –- que se faz notar no dia a dia pelo perigo do estupro, pela menstruação, pela gravidez, pela amamentação.... Não estou dizendo que homens não têm corpos, absolutamente. Mas a socialização de meninos e meninas, desde muito pequenos, demarca diariamente que meninas precisam cuidar de seus corpos para que eles sejam atraentes, belos, agradáveis e suaves. E meninos precisam ser confiantes, agressivos e vencedores. E estas características consideradas “masculinas” se dão justamente na superação do corpo, e não na relação e na intimidade com ele. Assim, vivemos num mundo em que as mulheres têm corpos -– ou mesmo, são reduzidas a corpos que precisam se enquadrar num padrão inalcançável de perfeição. E os homens precisam ter sucesso, dinheiro, independência... precisam se desvencilhar de limitações corporais para ser alguém.
Mas voltemos à questão do aborto. Sempre me intrigou que a discussão sobre o aborto recaísse numa defesa a qualquer preço da individualidade do ser, seja da mãe, que dá o corpo para que o feto se desenvolva, que provê o alimento, o cuidado, e por isso, tem o direito de decidir; seja do feto, que mesmo ainda não existindo, tem o direito à vida, às condições materiais que lhe permitam se tornar uma pessoa no futuro. Essa aposta no argumento da individualidade do sujeito –- seja da mulher que escolhe, seja do sujeito-futuro do feto -– tem me incomodado há tempos. Foi preciso que eu lesse algumas feministas falando diretamente sobre esse problema para perceber que esse incômodo não é só meu.
O individualismo é a base do apelo aos “direitos do indivíduo”. E -– aí está a origem de meu desconforto –- a luta pelos direitos dos indivíduos sustenta tanto os argumentos “pró-vida” quanto os “pró-escolha”, dependendo de onde localizemos esses direitos: na defesa da humanidade porvir do feto, ou na defesa do livre arbítrio da mulher. O que fica de fora dessa discussão, e esse é o ponto que eu quero ressaltar aqui, é que os sujeitos (atuais ou em potência) em questão nesse debate estão sempre imbricados num sistema de relações sociais, de diferenças e de desigualdades de posições. Pensar essas relações é politizar o debate, para além da afirmação de individualidades estanques.
Sem pensarmos positivamente as relações de dependência em nossas vidas, vamos reduzir o problema do aborto -– assim como de tantas outras questões sociais –- a um problema de direitos individuais. Assim, vejam que estranha agonística, o feto surge como um intruso, um alien no corpo. E não é em qualquer corpo: é no corpo da mulher. Não é no corpo masculino, não é no corpo do religioso, nem no corpo social. É o corpo da mulher que será invadido por esse ser usurpador do futuro, da escolha, da liberdade da mulher. Assim como, na outra via, o corpo da mãe passa a ser visto, no debate sobre o aborto, como um empecilho, um obstáculo à vida e à sobrevivência do feto. Para se tornar um indivíduo, o feto precisa se desvencilhar desse corpo, sobreviver a ele, e se afirmar enquanto um ser separado. Estranha retórica para uma situação em que os limites entre os sujeitos em questão não são nada rígidos, não acham?
A pergunta que eu gostaria de fazer é: por que nossa sociedade insiste em pensar a reprodução como um problema das mulheres? Seja no que diz respeito à sedução, à evitação de uma relação sexual forçada (estupro), à contracepção, à decisão de levar ou não uma gravidez adiante, de amamentar ou não uma criança, de educar -- todos esses temas são de responsabilidade quase que exclusivamente feminina. Quando os homens são convocados a opinar, o fazem de um lugar supostamente metassituado, não implicado, responsabilizando as mulheres –- sempre as mulheres! -- pela gravidez, por provocarem a relação sexual, por serem imaturas e irracionais, por não saberem o que querem...
Da maneira como venho pensando e entendendo o problema da autonomia, o encerramento dos sujeitos numa suposta individualidade não tem nos ajudado a decidir questões importantíssimas, simplesmente porque nos recusamos a ver a complexidade e o contexto dos problemas para além da dimensão individual.
Quando discutimos sobre a possibilidade de uma mulher abortar, nós pensamos realmente nas condições que nossa sociedade oferece para que ela tenha essa criança? Como se dá o acompanhamento da gravidez, a divisão do trabalho doméstico, as relações no trabalho, ou mesmo a perspectiva de conseguir um trabalho nessas condições? Será que apenas dizer que, justamente porque a mulher passa por tudo isso, é ela que tem que ter o direito de decidir, não é pouco para o feminismo? Eu entendo perfeitamente que vivemos num mundo profundamente conservador e retrógrado, em que muitas vezes é preciso lutar por muito pouco, quase nada, diante de tantas e tantas opressões. Mas acho que é preciso olhar para além da questão individualizante. Ao contrário do que a retórica liberal quer nos fazer crer, nós não somos seres independentes. Não somos individualidades destacadas do mundo e das relações. Nós dependemos uns dos outros sempre -– ainda que minimizemos essas relações de dependência no dia a dia, ainda que elas nos incomodem tanto.
Na história do pensamento ocidental, as ideias de autonomia e de independência se construíram sobre a aniquilação e o silenciamento de muitas culturas, muitas vozes. Há uma continuidade sinistra entre o surgimento do sujeito racional, senhor de si, e a hegemonia (sempre violenta) de alguns poucos sobre muitos (povos, grupos, gêneros, espécies). Por essa razão, não acredito que a defesa de que a mulher “deve ser responsável por sua escolha” seja o melhor dos caminhos para discutirmos o aborto em nossa sociedade. Como e se serão concebidas, cuidadas, educadas as crianças de nosso mundo é um problema que concerne a tod@s, tenham ou não tenham filhos. E por mais que eu defenda que as mulheres, hoje, devem ser as primeiras a serem consultadas sobre a questão do aborto, sonho com um mundo em que essa questão não seja jogada a nós como um fardo e uma culpa que tenhamos que carregar sozinhas.

305 comentários:

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Fernanda disse...

Concordo 100%. Aqui na Suécia há anos o aborto êh legal. Pensar que o Brasil ainda discute essas questões com tantos religiosos defendendo "a vida" me enoja. Depois que nasce o governo não se mete mais nas decisões né.

Nina disse...

Excelente texto, muito esclarecedor! Realmente, o problema está além do indivíduo.

Vou divulgar!

Zuzu disse...

Adorei o texto, bem esclarecedor mesmo! Vale definitivamente a divulgação... Nunca tinha visto a discussão por esse ângulo!

Anônimo disse...

Não consigo ver o lado que não seja da pró-escolha.

Se eu não acredito num Deus (quiçá ainda um Deus punitivo), pq devo pautar minha vida na crença de outros? Pq isso me é imposto?

Ainda assim, excelente texto. Sempre digo: mulher não engravida sozinha, sabe?

Bárbara Bastos disse...

Me incomoda muito essa história de dizer que os "pró-vida" assim o são por motivos religiosos, quase sempre querendo dizer que motivos religiosos = alienação ou = acreditar em duendes.

Se a pessoa acredita que toda vida gerada tem um propósito, ela não vai aceitar sua interrupção. Se a pessoa acredita que não tem, que devemos evitar sofrimentos que pra ela são desncessários, ela não vai aceitar os argumentos do outro lado.

A solução é bem complicada, se a ciência conseguisse pesquisar questões metafísicas talvez resolvesse ou ajudasse, mas até lá vai ser difícil haver algum entendimento entre as partes.

Será que deveríamos nos voltar pros pressupostos dessa discussão e discutir quando começa a vida? Se existe "design inteligente"? Talvez...

Marcos Godoi disse...

Texto magnífico. Eu lido com estas questões do individualismo metodológico na minha área, mas nunca havia pensado nas implicações que tem na questão do aborto. Concordo plenamente com tudo o que foi dito.

Anônimo disse...

General da Real,
Não está na hora da sua punhetinha diária?
Sério, vai praticar o prazer solitário que é a única coisa que seres como você conseguem...

Anônimo disse...

Mais alguns anos e nós vamos estar mortas.
Todas nós dentro de um caixão, apodrecendo.
Vida, morte, matar e viver. Tudo unido.
Nós vivemos porque algo morre para nos dar vida.

Homem Honrado - HH disse...

Sou a favor do aborto seletivo, tal como é feito na China e Índia. Se o feto for mulher, aborta.

Fabiana Zardo disse...

Bárbara,

Conheço muitas pessoas religiosas (euzinha sou uma delas) que são a favor da OPÇÃO do aborto. Eu não concordo com o aborto e não acho que eu faria um. Isso não quer dizer que eu tenho que forçar os outros a não fazerem algo que eu acho ruim. Esse é o pulo do gato.

Infelizmente, quem é pró-vida costuma ser um chato de galocha, achando que só ele tá certo, só o Deus dele manda pro inferno e por aí vai.

Eu acho fundamental apoiar o direito de escolher. Acho que a família (mãe, pais, avós, irmãos)deve ser envolvida no processo de tomada de decisão. Se optaram por interromper a gravidez, que tenham todo o apoio médico, psicológico e financeiro. Se preferirem continuar com a gravidez, devem ter acesso às mesmas coisas.

Fabiana Zardo disse...

Uia, gente! Virei religiosa solitária. Ou seja, se sou feminista, sou gorda. Se sou religiosa, sou solitária. Se gosto de sexo, sou puta.
Lascou! :P

Anônimo disse...

Helena, muito piegas seu comentario. Uma mulher que quer ter filhos vai perder muito tempo e desgaste corporal até a gestação vir a termo p/logo depois perder o bebê. Você sabe que depois de um parto, boneca, a gente tem que esperar um tempo para se refazer, porque uma gravidez não é uma gripezinha. Implica em sobrecarga em todos os sentidos. Saia do seu mundo cor de rosa que a realidade é muito diferente.

Anônimo disse...

Pq que a mãe da lola não era uma feminista militante igual a filha? Se fosse ela seria abortada e não estaria escrevendo posts com sempre as mesmas coisas: Mundo patriarcal, machista, opressor; mascus frustrados pega ninguém.
Troca a fita, poh!

Helena disse...

Não sou praticante de nenhuma religião, mas sou contra três coisas: pena de morte, eutanásia e aborto. No caso do aborto de um bebê anencéfalo, acho cruel demais falar em "viabilidade de uma vida" porque estamos falando de um ser humano e não de uma máquina ou de uma lâmpada que terá "mil horas úteis". É um pouco de falta de compaixão achar que só porque "vai durar apenas algumas horas", deve ser abortado. Pergunte para um pai ou uma mãe cujo filho morra poucas horas após o nascimento (sem que houvesse uma doença previamente conhecida) se eles prefeririam nem ter vivenciado a gestação, já que a criança ia morrer mesmo. Acredito que não. A questão do tempo é muito subjetiva e acredito que tanto a pessoa que vive noventa anos como o bebê anencéfalo que vive algumas horas (ou poucos minutos) desempenha um papel como ser vivo, ainda que de existência curta. Se formos pensar que não adianta dar continuidade à gestação porque ele vai morrer logo após nascer, pensemos nas crianças que nascem com síndromes e doenças que determinam que sua expectativa de vida é breve... Tudo é relativo, já disse Einstein, e medirmos a existência humana pelo critério de tempo de vida na terra pode soterrar experiências como as da mulher que gesta uma criança, dos irmãos que esperam por um irmãozinho, dentre tantas outras. Claro que há os que argumentam que o aborto ser permitido não significa que seja obrigatório e que cada mulher pode escolher abortar, mas me pergunto se o valor que estamos dando à vida é realmente aquele que ela tem e se é certo mesmo separar as vidas em viáveis e inviáveis... Além de ser contrária ao aborto de fetos anencéfalos, sou contra qualquer forma de aborto, ainda que em caso de estupro. Se não sou favorável à pena de morte nem para o estuprador, por que razão eu seria favorável à morte de um ser humano fruto de um estupro. Desculpa, Lola, me alonguei na prosa... Já comentei em outra oportunidade que gosto muito do teu blog porque aqui temos a oportunidade de ler opiniões de todos os tipos. Teu blog deveria ser alçado à categoria de "serviço público essencial"!

Anônimo disse...

O texto toca num ponto que andava me incomodando também: a sociedade proíbe o aborto, mas não dá as mínimas condições para a criação destas crianças depois que nascem. Não há creches públicas e boas para todos, não há quase nenhum apoio para as mães (e pais?), nada nada nada. Também colocam a culpa da gravidez sempre na mulher, como se o homem não tivesse nenhuma parciticipação na coisa toda, e como se fosse fácil para mulheres pobres o acesso a métodos anticoncepcionais. É fácil santificar as mães no dia das mães, difícil é valorizar realmente este papel na vida real. Enfim, hipocrisia pura.

Não que uma coisa elimine a outra: acho que o aborto deve ser sim permitido, e ao mesmo tempo devemos dar, como sociedade, condições para a vida destas mães e crianças.

Ótimo texto.
Aline

Jac disse...

Achei o texto um tanto quanto rebuscado demais (típico de gente de humanas xD) e perdi parte do significado dele.

Você quis dizer no final de tudo que é contra o argumento da individualidade por ele poder se aplicar tanto ao feto quanto a mulher, é isso?

Anônimo disse...

mas me pergunto se o valor que estamos dando à vida é realmente aquele que ela tem e se é certo mesmo separar as vidas em viáveis e inviáveis..

quem faz essa seleção de quem sobrevive e não sobrevive é a própria biologia, não sou eu nem você. Chore por quem é saudável e morre esmagado dentro de um carro.

Helena disse...

O/a anônimo/a que chamou meu comentário de piegas poderia observar que não adjetivei de forma negativa quem é a favor do aborto. Apenas, APENAS, A-P-E-N-A-S expus minha opinião. E a realidade, caro/a anônimo/a não é uma só. Cada um tem a sua. Portanto, não me chame para a sua "realidade" porque ela é a SUA realidade, não a verdade suprema e não sou obrigada a concordar. Continuo sendo contrária ao aborto e essa é a minha realidade. E veja que não sou ignorante porque su capaz de vir ao blog da Lola, ler os textos e ainda me manifestar sem agredir ninguém. Aprenda a ser educado/a!

Anônimo disse...

Macbeth converteu-se em um assassino induzido pela esposa ambiciosa. Da mesma forma as ambiciosas feministas estão convertendo os governos em assassinos. Tudo em nome da promiscuidade.

Helena disse...

No caso se uma pessoa que é saudável e morre esmagada num carro não vejo a biologia fazendo seleção alguma. A premissa dessa afirmação não se sustenta... E aposto que a família de alguém que "tinha toda a vida pela frente" e morre num acidente de carro vai lamentar... Isso não é biologia, é sentir-se humano e ser capaz de ter compaixão com a dor e o sofrimento alheios.

Dion disse...

A vida não tem valor algum. Para garantir o futuro da nação matamos milhares sem misericórdia. Para alimentar as pessoas matamos animais e plantas. Qual o problema em matar alguns seres humanos. Aborto, pena de morte, eutanásia, execução extra-judicial é tudo uma questão de ponto de vista.

Se um dia vamos todas morrer, qual o problema em abreviar a existência, eliminando o sofrimento de ser uma humana?

Jac disse...

Helena

"É um pouco de falta de compaixão achar que só porque "vai durar apenas algumas horas", deve ser abortado."

>>> Ninguém aqui está lutando pelo DEVER de abortar e, sim, pelo DIREITO.


"Pergunte para um pai ou uma mãe cujo filho morra poucas horas após o nascimento (sem que houvesse uma doença previamente conhecida) se eles prefeririam nem ter vivenciado a gestação, já que a criança ia morrer mesmo. Acredito que não.

>>> Já foi perguntado: http://vimeo.com/5918778

De qualquer forma, como eu falei acima. Se a mulher quiser continuar com um feto anacéfalo, será o DIREITO dela (não um dever) continuar - somos pró-ESCOLHA.

lola aronovich disse...

Gente, por favor, peço um pouco de paciência com os trolls. Por favor, ignorem esses idiotas com tempo de sobra. Assim que eu passar aqui, eu deleto os comentários deles. Posts sobre aborto SEMPRE rendem os piores trolls, isso em qualquer blog (não é privilégio daqui). Não quero fechar a opção de comentários anônimos porque, apesar de gerarem a possibilidade de montes de trolls covardes e anônimos, também permitem que pessoas inteligentes mas que não queiram se identificar também comentem. Por exemplo, se alguma mulher que já fez aborto quiser comentar, ela talvez não queira se identificar, já que aborto ainda é crime no Brasil.
Ignorem os trolls, que NÃO TEM NADA A DIZER. Aliás, eles nem tentam dizer alguma coisa! Só o de sempre: por que sua mãe não te abortou, viva o aborto de fetos mulheres etc.
Vamos nos concentrar no excelente guest post da Amana.

Helena disse...

Sou contra, mas não ando caçando que não pensa como eu. A realidade é que as pessoas têm pensamentos diversos sobre os assuntos e ninguém precisa ser ofendido porque não pensa como você. E o estranho é usar um "Deus te proteja" para me "rogar a praga" de que "a desilusão vai ser desatrosa". Dá para falar sem usar religião, por favor? Obrigada!

Anônimo disse...

E aposto que a família de alguém que "tinha toda a vida pela frente" e morre num acidente de carro vai lamentar..

E você não está se lamentando tbem por que? lamenta os fetos anencéfalos abortados em outras famílias mas não lamenta as vidas saudáveis que se vão bestamente?

aiaiai disse...

Amana,

concordo totalmente com você. A questão deveria ser colocada em toda a sua complexidade. Eu gostaria muito de ver nossa luta se direcionando para o pensamento de que a reprodução é uma questão da humanidade, da sociedade e de, pelo menos, dois: a mulher e o homem que vão ter um filho.
Mas, acho que a gente tem que vencer batalhas mais urgentes antes. O número imenso de mulheres que morrem ou ficam traumatizadas física e psicologicamente por conta de abortos clandestinos e, ainda, aquelas q fazem abortos em clínicas bem equipadas mas carregam pro resto da vida a culpa, é uma questão urgente. A gente tem que dar às mulheres o direito de escolha (já que serão elas as responsáveis pela gestação e criação desse ser vivo). Ao mesmo tempo, devemos incentivar a discussão sobre a reprodução como você coloca, ou seja, sendo responsabilidade da mãe e do pai, do poder público e da comunidade.

Anônimo disse...

Dion, sozinha na mamãe natureza a vida humana não se sustenta por mais de 30 anos e olhe lá. Já fez seu protesto diretamente a ela? Já chamou ela de carrasca, sem misericórdia, ceifadora de vidas?

Anônimo disse...

De qualquer forma, como eu falei acima. Se a mulher quiser continuar com um feto anacéfalo, será o DIREITO dela (não um dever) continuar - somos pró-ESCOLHA.


É isso aí, Jac. Perfeito.

Anônimo disse...

Se a pessoa acredita que toda vida gerada tem um propósito, ela não vai aceitar sua interrupção

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Me diz aqui: qual o propósito de um aborto espontâneo?

Mary K. disse...

Oi Lola, leio bastante sobre o aborto, os guest posts que você postou bem como as outras matérias. Realmente no caso do anencéfalo não há o que se falar em vida, seja dentro do útero ou fora dele. O direito brasileiro reconhece a morte da pessoa como a morte cerebral, ou seja, quando já não há sinais de ondas cerebrais na pessoa. Sendo assim como poderia um feto que não tem o cérebro ser considerado vivo? Não faz sentido. Porém contudo eu gostaria da sua opinião e das demais que frequentam o seu blog sobre outros aspectos do aborto. Vejo muita gente postando da Suécia, França, lugares onde, querendo ou não, a educação e a mentalidade é totalmente diferente da brasileira, será que se legalizarmos aqui no Brasil o número de abortos não vai subir? Digo, não pelo fato de que vai ser seguro, mas porque vai ser utilizado como método contraceptivo como está acontecendo na Rússia, onde o governo está estudando leis para restringir a prática (e olha que foi o primeiro país do mundo a legalizar). Mesmo na Rússia o próprio governo admitiu que o aborto legal não é seguro. Em se tratando de Brasil, podemos realmente acreditar que o SUS vai dar conta de realizar o procedimento em tanta gente? Ou as mulheres pobres terão de continuar procurando carniceiros após a legalização? Com certeza terão clínicas particulares, será que vão realmente respeitar a regra de 12 semanas como é proposto? Ou veremos cenas como na Inglaterra onde os fetos são induzidos a nascer(após 7 meses de gestação) e depois são jogados de lado para morrer posteriormente. Será mesmo que com a evolução educacional do nosso país o aborto livre será bem utilizado aqui?

São essas dúvidas que eu tenho, acho que seria interessante um debate acerca dessas questões, fugindo totalmente da discussão religiosa ou moralista.

Helena disse...

"mas não lamenta as vidas saudáveis que se vão bestamente?"

Anônimo/a, quem disse que eu não lamento?? Que conclusão mais bobinha... tsc tsc tsc...

Branca disse...

BELÍSSIMO guest post Lola. MARAVILHOSO. Essa pessoa realmente conseguiu tocar num ponto em que pouca gente toca, que é o de responsabilizar um todo pela gravidez e aborto, e não apenas as mulheres.

Maravilhosos quando ela fala do discurso individualizante, do argumento de que pensando em "eu, eu, eu" pode não ser exatamente válido para argumentar pela legalização do aborto. Excelente. Olha, emocionei, porque é uma coisa que pouca gente consegue de verdade ver e entender: quais são as condições que um homem e/ou uma mulher têm de cuidar de um filho, e quais as condições que a mulher tem de levar a gravidez em paz e sem repressão, mesmo que não fique com o filho no final.

O problema... é que acho que VOCÊ deve ter entendido mal, colocando todas essas imagens "pró-escolha", sendo que a mulher justamente está pensando num debate mais além dos rótulos.

(e acho que muita gente aqui também não entendeu a mensagem =/ )

aiaiai disse...

Helena,

vc tem todo o direito de ser contra o aborto. Se você não quer praticar o aborto, não pratique. O que estamos discutindo é o direito de quem quer praticar o aborto. E, neste post especificamente, além de defender o direito de quem não quer ter um filho por qualquer circunstância estamos tentando pensar nas questões mais abrangentes que envolvem a maternidade e a paternidade.

Branca disse...

Oooh, e acho que a discussão sobre o bebê anancéfalo é realente inútil. É um feto, sim, mas realmente incompatível com a vida. A maioria desses fetos sofrem aborto espontâneo nos primeiros 3 meses. Que sigam aí depois desse período é até raro, então não, não acho que conte como "interromper uma vida". Não é que não haja consciência (fetos muito pequeninos não têm consciência ainda) é que não HAVERÁ consciência NUNCA. Porque a criança não aguentará.

Já é terrível saber que você está levando uma criança praticamente morta dentro de você. Me parece cruel manter a gravidez até o final só pra o bebê morrer na sua mão. =/

Anônimo disse...

Mary K,

1. O número de abortos CLANDESTINOS vai descer, tão somente. E vai parar o autoaborto, e as sequelas irreversíveis além do óbito.

2. A Rússia está numa pindaíba dos diabos. Não podemos comparar o Brasil com ela. Há mulheres que têm um aborto espontâneo atrás do outro porque querer porque querem ter filhos, e daí? Sabe que muitos abortos levam à esterilidade. Esse não é o caminho. Mulheres que abortam uma vez se cuidam muito mais. Se as que quiserem ser esterilizadas FOREM ATENDIDAS, acaba esse negócio de abortos sucessivos.

Anônimo disse...

Helena
A questão é que gerar uma criança anencéfala pode destruir os pais. Imagina a seguinte situação, a mulher está gravida de 7 meses, cheega alguém e pergunta se é menino ou menina, se já tem nome, e ela vai responder...que a criança não tem cerebro? o quanto isso vai afetar uma mulher. Recomendo que as pessoas que se interessam pelo assunto assistam o documentário:

http://filmow.com/uma-historia-severina-t23955/


Julia

Branca disse...

Amana,

concordo totalmente com você. A questão deveria ser colocada em toda a sua complexidade. Eu gostaria muito de ver nossa luta se direcionando para o pensamento de que a reprodução é uma questão da humanidade, da sociedade e de, pelo menos, dois: a mulher e o homem que vão ter um filho.
Mas, acho que a gente tem que vencer batalhas mais urgentes antes. O número imenso de mulheres que morrem ou ficam traumatizadas física e psicologicamente por conta de abortos clandestinos e, ainda, aquelas q fazem abortos em clínicas bem equipadas mas carregam pro resto da vida a culpa, é uma questão urgente. A gente tem que dar às mulheres o direito de escolha (já que serão elas as responsáveis pela gestação e criação desse ser vivo). Ao mesmo tempo, devemos incentivar a discussão sobre a reprodução como você coloca, ou seja, sendo responsabilidade da mãe e do pai, do poder público e da comunidade.

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Aiaiai, o problema é que pode acontecer que a legalização pode se tornar ""paliativo"" (entre aspas duplas, para evitar a fúria de alguns) para a questão. Porque uma mudança de mentalidade e estrutura da sociedade é algo de longo prazo, que pode perder seu vapor inicial depois da legalização do aborto.

O que tenho medo é que os homens inclusive deixem de se responsabilizar por ele. "Ah, tá grávida? Pode ir lá tirar, é gratuito, o Governo deixa, eu não tenho nada a ver com isso, isso é coisa de mulher."

Senhor dos Anais disse...

Acho que toda feminsita gosta de literalmente sentar no Peru...

é bom não engravida! e dai elas não tem que oh ceus ...que desgraça levar uma gravidez.

Anônimo disse...

Acho que ela falou, falou mas não disse nada. Do ponto de vista filosófico, político etc é claro que uma visão integral, holística da sociedade e de seus movimentos sociais é relevante e necessária. Mas para uma legislação é absolutamente necessário que se seja objetivo, ou pode ou não pode tal coisa, dentro de tais ou tais condições. Ponto.
Daí que quem é a favor do aborto e está preocupado com a legislação que está pra ser votada não tem que ter floreios, é pró-escolha sim e isso não invalida nem diminui as demais lutas feministas que ela citou no texto.

josé maria

Helena disse...

Eu já li depoimentos de mulheres que levaram a gestação de uma "vida inviável" até o final, com parto, e se diziam satisfeitas com o que tinham feito. Como já disse ali em cima, respeito que é favorável até porquer não poderia ser diferente, afinal de contas não tenho ingerência sobre o que os outros pensam. Minha manifestação foi apenas pela questão do lado humano e subjetivo do que é uma vida...
E como disse a Branca ali em cima, se hoje os homens já não tomam conhecimento, com a permissão do aborto a situação não vai mudar, vai continuar tudo nas costas das mulheres. Eu acredito que o aborto é não valorização da vida.

Anônimo disse...

3. O procedimento é muito mais simples quando a gestação está no início. Nem curetagem precisa. As que têm meios vão procurar clínicas particulares como sempre fazem. As mulheres pobres vão ser esterilizadas quando for o caso e orientadas a fazer contracepção eficaz.

4. Tenho certeza que VOCÊ não vai desrespeitar a lei nem vai fazer um aborto desnecessario ou intempestivo. Confie que nós outras também vamos ter discernimento.

5. O aborto não será livre. Como está é que não pode ficar. Não somos tão atrasados assim. O que vai acontecer é que as mulheres não indexadas, vítimas de abandono do companheiro, e outras situações poderão decidir não serem mães dentro da lei e com segurança, o que as indexadas já fazem e ninguém tem a mínima preocupação.

Mévia disse...

Helena,

Obrigar uma mulher a seguir com a gestação de um feto anecéfalo é de uma crueldade gritante.

(porque é isso o que você quer: você não está somente defendendo o S-E-U ponto de vista; você quer OBRIGAR que todos te obedeçam).

E esse papo pseudo-bondoso de "oh, mas é um ser humano também!" não disfarça a crueldade do seu argumento.

Augusto disse...

Um ótimo post. Eu geralmente participo das discussões aqui, mas é tão óbvio essa questão sobre aborto para mim e acho incrível algumas pessoas não entenderem uma coisa que é tão simples para mim. As pessoas carregam preconceitos, elas têm que estar dispostas a desfazer deles antes de iniciar uma discussão sobre o aborto e sua criminalização.

Augusto disse...

"Se o feto, zigoto, porra, que seja que tiver dentro de vc's e´t tão ruim pq vc's abrem as pernas então?"

Acho que é para sentir o prazer, o orgasmo e tudo que os mascus têm certeza que mulher não sente. Mulher sente tudo que os mascus acham que é algo que só homem pode sentir.

Anônimo disse...

Minha manifestação foi apenas pela questão do lado humano e subjetivo do que é uma vida...
================
a vida a que você se refere é poeira organizada. A verdadeira vida independe de nascimento e morte.

Anônimo disse...

Cadê o seu pai, Bruxo N?

Augusto disse...

Aos homens que nunca tiveram uma boa aula de biologia.

A mulher tem um clitóris que é o órgão responsável pelo prazer. Mulher não transa para reprodução. Ok?

Helena disse...

Não, mévia, não estou querendo que ninguém me obedeça. Eu SÓ disse o que eu pensava... Em momento algum eu quis OBRIGAR qualquer um a pensar de acordo com o meu ponto de vista. Cada um vem aqui e fala o que pensa e eu não ofendi ninguém. Logo, leia com atenção o que eu escrevi e não vai precisar chamar meus argumentos de "pseudo-bondosos".

Branca disse...

Helena

Leia o artigo da Eliane Brum: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/04/chega-de-torturar-mulheres.html . Ele explica mais ou menos a posição da coisa.

Muitas mulheres levam essas gestações a termo mesmo que as crianças não tenham sequer possibilidade de chegar a ser alguém; sem cérebro, sem a possibilidade de crescer um cérebro, você não vive. Essas mulheres podem estar satisfeitas, e não se pode censurá-las por isso. Mas também não se pode censurar uma mulher que descobriu que seu filhote - porque pode ser uma mulher que desejou muito esse bebê - vai morrer antes de chegar a "viver".

É uma coisa terrível, cruel, maldosa forçar uma mulher a ser o caixão do seu filho quando é isso mesmo o que ela é. Entendo que você veja como "cada vida tem seu valor, mesmo que viva pouco", mas se não há possibilidade nem realidade de um cérebro, não há como haver vida. Uma coisa é vocÊ abortar um bebê que viverá, apesar de não ser mais que um amontoado de células agora mesmo, outra coisa é você abortar um que nunca, nunca terminará de ter um cérebro.

Anônimo disse...

faltam muheres na política brasileira... faltam senadoras, faltam mulheres no Supremo Tribunal... enqto essa situação permanecer, pouco ou quase nada será concretizado para a mulher, pela mulher.

off topic
LoLa, acabei de descobrir e quem sabe vc até já conheça tb
http://www.dw.de/

Anônimo disse...

Axo engraçado que os homens SEMPRE têm a escolha de abandonar a mulher que engravidou e o filho. E como exercem esse direito pró-escolha!!!!

Anônimo disse...

Não tem a ver com o tópico, mas como a Lola deu pouca importância ao caso: O judicário é vergonhoso. estão defendendo o indefensável. Como assim consentido, ??? criança de 12 anos vao consentir com o que??? O judiciário validou a condição de prostituição das crianças como algo dado, natural, que impediria o crime posterior de estupro. Essas meninas nao eram prostitutas, elas eram vítimas de reiterados esturpos, Prostitua é maior de idade, ciente de seus atos. Criança de 12 anos é vítima de violência sexual reiterada. Esse tribunal é louco, devia-se atirar pedras nesses magistrados que com seus altos salários fazem da barbárie justiça. O judiciário consegue ser pior que o legislativo. É revoltante!

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5703047-EI306,00-STJ+negar+estupro+de+vulneravel+nao+libera+prostituicao+infantil.html

Mévia disse...

Helena,

Se você é contra a legalização do aborto em casos de anencefalia, então você é a favor que obriguem todas as mulheres do Brasil e prosseguir com a gestação.

Uma coisa é você ser contra o aborto (ok); outra coisa é você ser contra a legalização do aborto. Nesse segundo caso, você quer impor o seu ponto de vista a todos. Entendeu?

Carol NLG disse...

Helena:
Pergunte para um pai ou uma mãe cujo filho morra poucas horas após o nascimento (sem que houvesse uma doença previamente conhecida) se eles prefeririam nem ter vivenciado a gestação, já que a criança ia morrer mesmo. Acredito que não.

----

Pois é. É isso que eu quero. Quero que perguntem aos pais - mas, sobretudo, às mães - que estão grávidas de anencéfalos se elas não preferem levar a gestação até o final.

Se elas preferirem, porque, como você, acham que os trinta segundos de vida da criança vão significar alguma coisa, ótimo. Tenha sua gravidez. Viva a gravidez, sem o neném depois. Não culpo. Sinceramente, até admiro essa ação.

Mas acho que quando as mães responderem que não, que saber que vão passar nove meses grávidas, vão ter um parto, e o bebê não vem; que vão ter que explicar pros irmãos que o bebê morreu. Quando as mães disserem que não querem isso, deveriam, sim, poder abortar sem serem julgadas como criminosas por isso.

Então, respondendo ao que você disse: SIM vamos PERGUNTAR às interessadas imediatas, aquelas que estão, no momento, grávidas de anencéfalos. E vamos respeitar a resposta delas.

Anônimo disse...

"cada vida tem seu valor, mesmo que viva pouco",

cada vida tem seu dissabor.

olha a quantidade de vidas amarguradas 'desceram' aqui no post.

Beatriz disse...

Esses "religiosos" na minha opinião são arrogantes que querem ser maiores q Deus. Deus garante o livre arbítrio, e eles querem negar. Como feminista religiosa, acho isso ridículo.

Não tem relação direta com o assunto do post, mas escrevi um post no meu blog sobre a minha visão de piedade e amor cristão. Ela não envolve interferir na escolha do outro.

http://femiliada.wordpress.com/2012/04/08/meu-coracao-de-carne-sobre-me-tornar-feminista-sendo-crista-e-religiosa/

Anônimo disse...

15:10, perfeito. Prostituição é considerado profissão e meninas de 12 anos não podem trabalhar pela lei brasileira.

Jiquilin disse...

Já viram esse vídeo?

http://www.youtube.com/watch?v=65Ab38kWFhE&feature=related


Uma História Severina

Anônimo disse...

Só é a favor do aborto quem já nasceu, óbvio. Esse blog http://amadavitoriadecristo.blogspot.com.br/ mostra e prova que nem sempre fetos anencefálicos estão fadados à morte. Fico chocada que quem defende animais não defenda a vida de um ser humano indefeso só porque ainda está na barriga ou pode nascer defeituoso. Quanta coerência! Tirar a vida de alguém só porque está lhe atrapalhando a própria vida, quanta justiça, hein?
Se a mãe ainda estivesse com uma doença grave, que não pudesse gestar, até é compreensível o aborto. Mas de livre vontade escolher abortar, se morrer junto, morrer porque tbm matou.

Carol NLG disse...

Concordo, Mévia

é isso que eu não entendo como não entendem. Eu sou a favor da LEGALIZAÇÃO do aborto. E, a partir daí, que cada uma faça como sua consciência ordenar. Eu mesma acho que não faria um, mas também nunca estive numa situação desesperada.

Quando a pessoa é contra a LEGALIZAÇÃO, por definição, passa a exigir que os outros obedeçam à sua consciência. Afinal, se é proibido abortar, é obrigatório gerar. Se não é proibido, não é obrigatório abortar.

Helena disse...

Branca, li o texto que indicatse. Quando eu digo que sou contrária ao aborto, me refiro ao que eu faria, ao que eu considero correto fazer. Mas isso não significa que eu não ache que as mulheres não possam escolher. Sinceramente, acredito até que deveria ser permitido o aborto, porque mesmo proibido, ele é feito de qualquer modo, seja numa clínima imunda, seja numa clínica luxuosa. O que eu quis dizer com meus comentários é que eu considero que um feto anencéfalo é uma vida, ele respira, o coração dele bate... O que dizer de uma criança vegetativa que aos olhos de muitos "não faz nada, só vegeta"? Meu questionamento é mais pelo sentido que damos à vida (porque eu considero o anencéfalo uma vida), classificando-a de viável ou inviável. Mas que fique claro que eu não julgo como certo ou errado quem aborta ou quem mantém a gravidez até o final. Bom debater com quem sabe conversar civilizadamente, Branca!

Anônimo disse...

A mulher tem direito ao livre arbítrio, mas o feto não? Por quê? Porque, para os abortistas, um ser humano indefeso na barriga, vale menos que um bicho. E olhe que nem os bichos são tão perversos a ponto de abortar! Com certeza um animal vale mais que um abortista!

Anônimo disse...

Só é a favor do aborto quem já nasceu, óbvio

negativo. só é a favor do aborto quem ta vivo. quem já morreu, e todos vamos morrer, não é a favor de nada.

Beatriz disse...

Essa menina do blog tem anencefalia ou acrania? Pq pelo q sei, é diferente né? (algum médico a postos pra explicar?)

Anônimo disse...

Lola,

Só pra atualizar um errinho, neste post tão bom sobre o tema. Quem vai julgar o caso são os juízes do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). No post, está escrito Supremo Tribunal de Justiça, o que pode confundir com o outro tribunal, que é o STJ - Superior Tribunal de Justiça, que julgou o caso de estupro de menores.

Abraços e parabéns pelo post

Branca disse...

Helena

Entendo seu pensamento, e o respeito, porque realmente, nessa situação a decisão é como a mãe vê. Ela pode ver como uma prova, ou uma luta, ou uma coisa que deve levar até o final, e suoirtar e tudo bem. Ou ela pode ver como um sofrimento para ela, para sua família e para a criança que nunca terá a chance de ""existir"" (aspas duplas XD)

É curioso que você dê esse sentido à vida.. porque sim, tecnicamente o anancéfalo É uma vida, mas uma vida que, sem um órgão fundamental para seu desenvolvimento, vai acabar rapidamente. Se chama "inviável" porque, à exceção dos zumbis (lol) ninguém vive sem cérebro, como ninguém vive sem coração.

Na maioria das vezes em que acontece isso, aliás, o próprio feto não resiste, ou o corpo da mãe o rejeita. Muitos abortos espontâneos são, simplesmente, fetos chamados "incompatíveis com a vida", porque fora daquele ambiente (e mesmo nele) não viveriam nem como vegetais. Mas entendo que há quem veja na situação um sentido e esteja disposto a levar isso às últimas consequências. Isso não pode ser censurado, nunca.

Também me alegro de encontrar gente assim =D É uma pena, porque tá cada vez mais raro.

Luiza disse...

"negativo. só é a favor do aborto quem ta vivo. quem já morreu, e todos vamos morrer, não é a favor de nada."

Nossa, toooooooma! Calou a boca rs

Eu estou pensando em transcrever aqui minha aula de fisiologia na gestação, para que todos entendam que gravidez não é só crescer a barriga, não. Envolve mudança corporal TOTAL que traz desconforto e risco pra mulher.

Anônimo disse...

A mulher tem direito ao livre arbítrio, mas o feto não? Por quê? Porque, para os abortistas, um ser humano indefeso na barriga, vale menos que um bicho. E olhe que nem os bichos são tão perversos a ponto de abortar! Com certeza um animal vale mais que um abortista!

O feto não é sujeito de direitos. Não tem personalidade jurídica. Não pode expressar sua vontade, portanto é absolutamente incapaz.O feto é um corpo estranho inconsciente que cresce dentro de um corpo hospedeiro.

quando você tiver um ser humano indefeso na sua barriga, dê a ele o direito ao livre arbítrio, mas não estranhe se ele não puder expressar a vontade de escolher isto ou aquilo.

Anônimo disse...

Luiza, gostaria que postasse sim, da vulnerabilidade da mulher desde que fica gravida até o pos-parto.

Anônimo disse...

Branca, posso fazer uma correçãozinha, como fã de zumbis?

ATÉ os zumbis precisam de cérebro pra andar por aí. Destrua o cérebro, e eles morrem de vez :)

Branca disse...

Tem razão anônima! Eles têm de comer cérebros alheios para manter os deles... desculpe pela falta. Sou muito mais lobisomens! XD

(não os pedófilos cara de alpaca, os que têm maldições, comem carne humana, dão porrada, etc XD)

Mary K. disse...

Anônimo:
1- Não consigo crer com toda certeza que o aborto clandestino vai parar pelo seguinte motivo: As mulheres realmente pobres (já trabalhei e tive a oportunidade de conversar com várias) mal possuem informação de contracepção, quanto mais para terem certeza de que estão grávidas (fiz ações de alimentos para várias então como curiosa questionei sobre isso). O sus não dando conta elas obrigatoriamente terão de procurar clínicas particulares. Obviamente que as caras elas não poderão pagar, e o que vai sobrar? Legalização não é sinônimo de segurança, só observar as clínicas de cirurgias plásticas por aí!!!

2- Eu acredito que não se pode comparar o Brasil com a Suécia ou outros países europeus aonde o aborto é legalizado, pois como as pesquisas comprovam, as mulheres possuem um alto nível de educação com relação a contracepção. Pesquisei mais sobre a Rússia e as informações que você colocou são inverídicas, o fato que está comprovado lá é que o aborto é usado como meio contraceptivo, se é devido a falta de educação..provavelmente, e sinceramente é o que EU acredito que ocorrerá no Brasil, pois a maioria das mulheres que realizam aborto não são tão esclarecidas como você ou outras leitoras do blog.

3- A esterilização por meio do SUS já existe no Brasil. Isso não impede o aborto. Com relação ao começo da gravidez, realmente peço para que um dia você tenha oportunidade de conversar com as mulheres pobres que recorrem ao procedimento, e vc vai ver que a maior parte descobriu a gravidez depois de um bom tempo.

4- Eu realmente não vou desrespeitar a lei, acontece contudo, que vivemos no país onde a lei de Gerson impera- o negócio é tirar vantagem em tudo, isso vemos nas igrejas pentecostais, clínicas "clandestinas" de cirurgia plástica. Obviamente isso vai acontecer com o aborto, pois é muito lucrativo. Quando puder pesquise sobre a lucratividade das clínicas nos Estados Unidos e como algumas delas possuem propagandas fortes incentivando a prática do aborto.

5- Concordo, como está não pode ficar, mas pessoalmente acredito que esse ainda não é o caminho, falta educação de base, qualquer meio utilizado para resolver a situação a curto prazo pode ter consequências desagradáveis...Bom, essa é a minha opinião!

Beatriz disse...

Anônimo, o feto tem livre arbítrio sim, é só perguntar pra ele. Espera responder. Afinal, esse texto falando sobre como a noção de live arbítrio tem a ver com nosso conceito de autonomia não te disse nada né?

Na boa, eu pessoalmente sou religiosa e creio que não faria um aborto. Mas vcs não ajudam em nada com essa argumentação primária, de quem claramente não viveu a situação ou nunca pensou seriamente a respeito. Aprendam a se defender de forma mais inteligente, apresentem dados de saúde pública, falem dos danos psicológicos do aborto, mas sei lá, vamos sair do chavão? Pq eu sou religiosa mas não sinto nenhuma simpatia pelos pró vidas mais militantes, por achar os tais fanáticos, pouco inteligentes e desconhecedores da teologia da própria religião que professam, quela que fala do amor, do perdão, da solidariedade, da não soberba.
E o q vc está fazendo, negando o livre arbítrio? Ele é uma das bases da fé espontânea, não sei se vc sabe. Senão estaríamos todos com espadas na mão matando infiéis, ainda.

A questão que me irrita com esses pseudo cristãos é que eles se acham Deus na Terra. Não cabe a um cristão julgar ou impedir as pessoas de viverem de acordo com suas crenças. Cabe a misericórdia, a acolhida, o diálogo. Não tenho visto isso, só agressão, só julgamento. Um pró vida que fala que uma pessoa que pensa diferente vale menos q um bicho (criaturas dignas tb, viu)... que pelo exemplo de respeito ao ser humano o seu.

Anônimo disse...

Branca

Sim, sim! Lobisomens "de verdade" são tdb!


Mary K.
A esterilização É EXTRAMEMENTE DIFÍCIL de ser feita por quem desejar, no Brasil. Não importa que vc, esclarecida, chegue no médico e diga que está 100% segura da sua decisão. Ele NÃO VAI fazer o procedimento.

Mary K. disse...

Branca, minha irmã é médica concursada do SUS em Curitiba, aqui ela disse que a história não é bem assim, há sim um questionamento mas na maioria dos casos a ligadura de trompas é realizada normalmente.

Carol NLG disse...

Quem passou o blog da Vitória: ela tem CÉREBRO, embora reduzido. E não tem partes do crânio. São coisas diferentes.

Enfim, mesmo que fosse anencéfala, o pró-escolha é justamente pra garantir que os pais possam ESCOLHER levar a gestão a cabo ou não.

Anônimo disse...

Mary K., eu sou anônima, a Branca é outra pessoas :)

Que bom que em Curitiba as coisas parecem ser diferentes.
Mas, ainda assim, a obrigatoriedade de 2 filhos é arbitrária, e quem não tem, pena demais pra conseguir a esterilização.

Branca disse...

Mary


Eu não falei da esterilização não, Mary, foi outra pessoa... XD

Mary K. disse...

Ai gente desculpa, to me confundindo hehehe...

Anônimo disse...

Mary, aos poucos a cultura vai se modificando. As pobres, sobretudo dos centros urbanos são bem mais esclarecidas. Uma empregada doméstica não pode pedir ajuda a sua patroa hoje em dia para terminar uma gestação indesejada, por ex. porque é crime. Daí fingimos que o problema não existe. Quando for legal, poderemos encaminhar, acompanhar essas mulheres, e até parentes.
Cito o caso de uma que ficou gravida do terceiro filho para poder fazer laqueadura mas o SUS já disse que não vai fazer. Pode ser que os homens estejam conseguindo a vasectomia, mas laqueadura exclusiva pelo SUS, ainda não vi.

Ana Clara disse...

Beatriz,

Segundo o blog, aquela menina Vitória tem acrania. No entanto, uma corrente sacana feita para o Facebook fez uma montagem com a foto dela como se fosse anencéfala, dizendo que ela até pode 'sorrir' (qualquer pessoa que prestou minimamente atenção nas aulas da sétima série sabe que sem cérebro ninguém conseguiria sorrir), e que por isso temos de ser contra o "aborto de anencéfalos" e pressionar o STF.

Uma questão que me intrigou naquele blog, no entanto, foi o depoimento da mãe (não sei se é verídico) dizendo que os médicos a aconselharam a abortar, pela certeza de que a filha não sobreviveria fora do útero. Acontece que ela sobreviveu e, aparentemente, é motivo de alegria para os pais. Se isso for verdade, é realmente um argumento contrário ao veredicto científico de que a vida seria 'inviável' uma vez que o feto nasça. Por isso, temos que investigar bem fundo toda essa questão.

Continuo achando, ainda assim, que tudo é uma questão de escolha - aqueles pais escolheram seguir com a gravidez; outros não escolheriam. O problema é que temos uma tendência humana a querer sempre escolher pelos outros...

Helena disse...

Falando na diferença entre anencefalia e acrania, os favoráveis ao aborto o são também em relação a outras doenças? Pergunto isso porque gostaria de propor uma discussão paralela a respeito do fato de uma mulher ter ampla e irrestrita possibilidade para escolher se vai abortar ou não também um bebê portador de síndrome de down, ou vegetativo, como falei acima. É isso? Dá para traçar esse paralelo, o que acham? Ps.: os mais grosseirinhos, por favor, tentem responder com educação porque estamos APENAS debatendo, ninguém aqui vai impor seu pensamento... O mundo real funciona assim: nem todo mundo pensa de forma igual, ok?!

Mary K. disse...

Acho que esse procedimento deve variar de acordo com a região então, tenho parentes no interior do estado os quais são donos de hospital, próximo a cidade de Cascavel, lá as laqueaduras são feitas pelo SUS praticamente sempre (eu como sou xereta no assunto sempre vou perguntar pois eu realmente acho que isso faria a diferença). Não sei como se dá em outros estados, principalmente no norte e nordeste aonde o SUS aparentemente (não tenho certeza) se mostra mais precário...

Mary K. disse...

Helena, eu acredito que isso poderia acontecer, caso a mulher não tivesse condições de criar uma criança sindrômica, pois como todos sabemos, elas exigem muito mais cuidado e gastos do que uma criança saudável.

Anônimo disse...

E o q vc está fazendo, negando o livre arbítrio? Ele é uma das bases da fé espontânea, não sei se vc sabe. Senão estaríamos todos com espadas na mão matando infiéis, ainda.

Livre arbítrio é uma ficção que as religiões inventaram para explicar a prática do mal. Tem nada a ver com fé espontânea.

Não acho que seja um mal a escolha pela terminação. Mas como diz o outro: há males que vêm pra bem.

quem nos desestimula a matar é a lei penal, não o livre arbítrio, por sinal.

dizer que o feto tem livre arbítrio é uma bobagem, portanto. ele tem é que ficar quietinho até nascer. Se não nascer, paciência.

Anônimo disse...

Acontece que ela sobreviveu e, aparentemente, é motivo de alegria para os pais

============

pais de crianças deficientes desenvolvem uma alegria enorme. Mas não vou dizer aqui o que ela esconde.

Anônimo disse...

Mary, se o hospital, ainda que atenda pelo SUS tiver administração de religiosos, danou. Nem laqueadura fazem, quanto mais aborto.

Fernanda Mychelle disse...

Sou mulher, sou feminista, defendo as liberdades individuais, sou fã e leitora assídua desse blog e não tenho filhos. Mas devo confessar o estranho incômodo que me causa a abordagem que alguns textos fazem (inclusive esse) sobre bebês q ainda estão no útero. É como se eles não fossem humanos e não passassem de uma massa parasita, como se eles tivessem surgido do nada apenas destruir o futuro da mulher. Tenho a impressão que a palavra "feto" às vezes é utilizada exatamente para desvincular-nos de qualquer sentimento de afetividade pelo ser que está se desenvolvendo no útero de uma mulher.
Que ela (a mulher) tenha sempre a autonomia e o poder de decisão, mas acho desnecessário para não dizer arrogante que se faça uso de uma linguagem insensível para se referir ao início da vida. O feto/bebê tem sim um significado maior que uma "gosma perturbadora".
Uma prova disso é o documentário "Uma história Severina", o drama de uma mãe que queria abortar o bebê/feto anencéfalo e mesmo diante (segundo o texto) "do intruso, do alien" que estava em seu corpo, ela chora profunda e dolorosamente e diz "meu filho, meu filho" e compra uma roupinha e caixão p seu enterro.
Devem haver mulheres que não sentem esse tipo de ligação, mas não é mesmo a regra. Mesmo em mulheres que abortaram é possível verificar certa conexão emocional para além de hormônios. Então, não acredito que seria logo nós, feministas, quem vai negar isso. "Pró-escolha" sim, pero sin perder la ternura jamás.

P.S. Essa simples observação não pretende de maneira alguma desmerecer a bela discussão que o texto faz. Trata-se apenas que um quesito extra p refelxão.

lola aronovich disse...

Gente, logo cedo hoje, antes de receber o guest post da Amana, recebi um tweet falando sobre esse caso (que desconhecia) da Vitória. No Facebook há mais explicações, mas ela não é anencefálica. 100% dos fetos anencéfalos morrem. Não é posssível sobreviver sem cérebro. Por isso que os médicos tratam "morte cerebral" como morte certa e definitiva, sem volta. O diagrama que coloquei no começo do post é bem claro. Querer forçar uma mulher a carregar um feto que ou já está morto ou morrerá logo em seguida é CRUELDADE EXTREMA, é TORTURA, como disse Eliane Brum em seu texto ontem (o link está no post). Isso não quer dizer que a mulher que QUEIRA levar a gravidez até o fim não possa fazê-lo. Ela pode, e a decisão do Supremo, amanhã, não mudará isso. Mas que as mulheres que não queiram não precisem, ora! É muita falta de empatia insistir que uma mulher carregue um fardo durante 9 meses pelas convicções religiosas/morais dos outros!

Anônimo disse...

Se for por isso vc tb pode legalizar o aborto dos que tem sindrome de down e mil e uma outras doenças que tornam incapaz de ter uma vida plena

Mary K. disse...

Anônimo, será mesmo que os médicos que fazem os tais juramentos se negam a fazer o procedimento por causa dos donos dos hospitais? Já pensou se fossem testemunhas de jeová...quem precisasse de transfusão de sangue estaria automaticamente morto, que horror..

Carol M disse...

A abordagem do post é muito interessante. De fato, a tendência de concentrarmos o assunto no indivíduo acaba sendo conseqüência do isolamento em que a mulher é colocada. Se o diálogo sobre aborto fosse realizado de fato, a sociedade se envolveria, se a gestação e nascimento, bem como contracepção, fossem tratados como algo que atinge igualmente homem e mulher a discussão não iria girar tanto sobre o indivíduo. Quando se observa casos de mulheres que tiveram o parceiro presente durante uma gravidez não planejada, a questão não se resume a ela, é algo do casal, e que acontece naturalmente, sem a mulher ser forçada a incluir o homem na discussão. As condições para as mulheres que querem e que não querem levar a gravidez a termo devem ser discutidas por todos, mas sem hipocrisia e julgamentos, sem se desviar para questões metafísicas e condenações, pois isso é que empaca a discussão real e trava o debate.

Sobre a legalização trazer o aumento de abortos.
Num primeiro momento o número vai subir, mas apenas pq os casos poderão ser registrados de fato. Não adianta legalizar e não aumentar a informação e acesso sobre contraceptivos. Acho que deveriam haver clínicas da mulher, onde a saúde como um todo pudesse ser acompanhada, e não apenas a gravidez. Gin/obs sim, mas também mamografias, acompanhamento de dst variadas, ampla informação sobre contraceptivos, acompanhamento psicológico, etc.
Um aborto até 12 semanas pode ser realizado por medicamentos tranquilamente. O custo para o SUS acabaria caindo, pois alguns comprimidos e consulta médica para ver se td está bem é mais barato que curetagem, que é feita hj para consertar os abortos clandestinos mal feitos. É menos risco para a mulher. Esse conhecimento sendo difundido, o assunto deixando de ser tabu reduz as chances de que mulheres “passem da época” de realizar um aborto legal.

Anônimo disse...

Um bebezinho tbm ainda ñ tem consciência de si, pode matar?
Ô gente covarde, egoísta e sem noção!
Arranjam mil desculpas para poder praticar o indesculpável.
O que é o estupro? O aborto é o mesmo e bem pior!
Me admira ainda quererem fazer os outros se sentirem culpados por comerem um bife.
Uma feminista defender aborto é a coisa mais absurda, matar o próprio filho, negar o que lhe dá a maior beleza em ser mulher que é poder gerar uma vida. O homem não sabe o que é isso, por isso é capaz de abandonar. Mas a mulher que é capaz de mandar matar o fruto do seu ventre é pior que um mascus estuprador.

Anônimo disse...

Mary, se for hospital de testemunhas de jeová, com certeza. Mas a maioria são hospitais católicos, que proíbem qualquer contraceptivo, até pílula.
Fiz minha laqueadura no parto e escolhi o hospital de acordo.

André disse...

Minha mulher (fisioterapeuta) já tratou de uma menina de 3 anos diagnosticada com anencefalia. Parece que ela possuía tronco cerebral (por isso respirava sozinha) mas não tinha os hemisférios (por isso vegetava). Creio que a anencefalia não é uma sentença de morte absoluta. Mas é uma situação idêntica à morte cerebral, já que organicamente é um ser vivo mas não tem ninguém lá.
É bom frisar que o aborto em caso de anencefalia (assim como o casamento gay) não seria obrigatório, a decisão caberia aos pais, que poderiam optar por levar a gravidez adiante. Pretende-se apenas facilitar a via crúcis jurídica de quem optar por não sofrer.

Anônimo disse...

homem não sabe o que é isso, por isso é capaz de abandonar. Mas a mulher que é capaz de mandar matar o fruto do seu ventre é pior que um mascus estuprador.

não existe morte aí. para de sentimentalizar. Suas parentes que abortaram estão na cadeia? você as execrou publicamente?

André disse...

Helena,
Ser a favor do direito a fazer aborto, é aceitar que se aborte até mesmo por conveniência, sem a necessidade de haver nenhuma doença envolvida. O que muda são as razões para ser a favor e o tempo limite para que se permita o aborto.
No meu caso, acho que o aborto deveria ser permitido por uma questão de redução de danos. Um aborto mal feito pode matar ou incapacitar a mulher (o que gera sofrimento para ela e seus parentes, e gastos para a sociedade) ou incapacitar a criança (gerando sofrimento para ela e seus parentes, e gastos para a sociedade). Mas o limite deveria ser 10 a 12 semanas, já que após a formação do cérebro o feto já é alguém.
O que eu tenho dificuldade para aceitar é o argumento do direito ao corpo, já que esse direito não pode cessar com 12 semanas de gestação. Também penso que a legalização do aborto deveria gerar questionamentos jurídicos quanto ao pagamento de pensão por parte do pai.

Anônimo disse...

Defender a vida do feto é sentimentalismo?
Ainda bem que tenho sentimentos!
OBRIGADA!

Rose disse...

Alguns argumentam: "Só é a favor do aborto quem ja nasceu". Devo imaginar então que quem é contra não nasceu ainda e, por isso, tem medo de ser abortado?
Acorda gente! a legalização é mais para diminuir o número de mortes (ou porque é mulher, está grávida e, por alguma razão não pode levar a gravidez adiante, merece morrer?)

Anônimo disse...

hehe São uns pra execrar a aborto e outros pra reclamar da pensão.

se o feto sobreviver fora do útero graças a medicina neonatal ele é alguém, com personalidade jurídica.
fora isso não é ninguém.

Anônimo disse...

seu sentimentalismo não defende feto algum, sinto muito. Quem você defende da pedofilia, da fome, da dor que está VIVO AQUI FORA?

Anônimo disse...

Diminuir número de mortes?
Percebo mesmo que para os abortistas o feto não é nada mesmo, porque sua morte não se conta.
Claro que só é a favor do aborto quem já nasceu, se alguém não entende uma frase tão simples e é capaz de fazer piadinha de algo tão sério, claro que não é capaz de se imaginar no lugar de um feto, tendo membros decepados e sugados cruelmente...

Anônimo disse...

Como se liberar o aborto fosse impedir a ação de pedófilos. Santa ignorância.

Anônimo disse...

Quem está na barriga não é um ser vivo? Para mim é, por isso merece respeito tanto quanto fora da barriga. Mas se os abortistas pensam que só é vivo forra da barriga, fazer o que.

Carol disse...

Acho que eu sou a leitora mais nova do blog,leio desde de 2010, agora tenho 13 anos XD. Mas, então, sobre aborto. Como a Luiza disse, gravidez não é só crescer barriga. E como a Lola disse, me parece tortura uma mulher ter que aguentar meses de mudanças físicas e psicológicas, enjoos, tonturas, o parto em si, o pós-parto e todo o risco de problemas para ter um filho que morrerá em poucas horas. Se ela quiser passar por isso, ótimo, mas é tortura saber que tudo o que você passou vai ser em "vão", vamos dizer assim.

Anonimo das 15:31
"A mulher tem direito ao livre arbítrio, mas o feto não? Por quê?"

Na verdade que tem livre arbítrio atualmente são os fetos e eu também te pergunto porque.
Sempre vejo gente que é contra o aborto falando que o bebê tem direito de nascer, porque ele não pediu para estar ali. Mas a mãe também não pediu para ele estar ali, mas quem liga para a opinião dela?
Carol

Luciana disse...

Lola, não tenho opinião ainda fechada sobre esta questão do aborto. Ainda levo muito em conta o fato de que podemos investir nos preservativos, contraceptivos antes de gerar um feto.A existência de tantas formas de prevenção influenciam muito meu pensamento. Mas, o direito de decidir deve ser dado (mesmo que decidam pelo "errado") porq no fim das contas o corpo é das mulheres mesmo. Vcs estão corretas.É uma questão até de livre arbítrio. Eu, sendo juíza, não prenderia uma mulher por abortar. Acho que apenas deveriam investir mais em conscientização no sentido de prevenir, pq ainda que o aborto seja legal, é ruim p a mulher passar por este processo. O aborto em si poderia ser evitado, pois é um procedimento um tanto violento também para a mulher.

abraço.Lu

Isabel SFF disse...

Helena, o termo "viabilidade" é comum em ciências biológicas, especialmente em embriologia. Quando o embrião tem alguma anormalidade genética, por exemplo, diz-se que ele é inviável ou incompatível com a vida.

Sobre o que você falou, a questão é que não se pretende OBRIGAR ninguém a abortar um feto anencéfalo. A questão é dar o direito de escolha. Se a mulher decidir não abortar mesmo sabendo que o feto não vai sobreviver após o parto (ou mesmo durante a gestação), mesmo sabendo que a gestação pode arriscar sua própria saúde, ela tem esse direito. Mas ela tem também o direito de interrompê-la. Qualquer gravidez deve ser uma escolha, não uma obrigação postulada pelo Estado.

Pessoas que nascem com algumas síndromes genéticas (sorry, não vou saber dizer nenhuma de cabeça) ou mal-formações congênitas podem ter pouco tempo de vida. Mas estamos falando de um feto cuja vida durará uns instantes, no máximo. Vale mesmo a pena torturar uma mulher em nome de uma vida que, na verdade, nem poderá existir? Assista ao seguinte documentário sobre isso, é muito bom: http://www.youtube.com/watch?v=65Ab38kWFhE

Particularmente, eu sou a favor do aborto irrestrito, mas isso é algo ainda longe da realidade brasileira. Mas acho coerente que o aborto seja legalizado em outras situações em que a saúde do futuro bebê será muito prejudicada. Todo mundo arranja mil argumentos a favor daquela vidinha inocente e sei lá o quê, mas ninguém pára pra pensar como vai ser a vida dos cuidadores de uma criança com condições graves de saúde e que levam a expectativas de vida muito curtas (como anomalias genéticas, mal-formações congênitas, principalmente no cérebro, enfim), como vai ser a vida dessa criança também. Todo mundo acha lindo quando as fotos daquela criancinha deformada viram SPAM junto com uma mensagem motivacional, mas na verdade ninguém sabe o quanto ela e sua família sofrem. Novamente, que fique claro que o aborto nessas condições deve ser UMA ESCOLHA.

Isabel SFF disse...

E não sejamos hipócritas: as mulheres de classe média-alta que carregam um feto anencefálico no ventre fazem o aborto com ou sem consentimento da justiça. Basta ter dinheiro no bolso. Estamos discutindo o direito de escolha de mulheres pobres, que dependem do SUS muitas vezes precário e de uma Justiça que é cega para elas.

Anônimo disse...

http://depositomaia.blogspot.com.br/2008/06/o-mapa-do-aborto-no-mundo.html
Praticamente toda a Europa, América do Norte e até a China permitem o aborto em qualquer situação. Não é simplesmente uma questão de "direitos individuais", é uma questão do direito da mulher decidir sobre seu corpo. O brasileiro é hipócrita pra cacete, o corpo da mulher aqui é altamente sexualizado, tanto que os biquínis são minúsculos, mas experimente uma mulher usar esse corpo a seu bel prazer... Topless é proibido aqui, mulher que usa roupa curta e vai pra balada porque quer transar é vagabunda. Morram pró-vida hipócritas. Francamente. Ragusa

Isabel SFF disse...

E essa galera que se diz pró-vida é uma piada. Normalmente fazem parte dos setores mais conservadores da sociedade e são pró-vida só enquanto existe um feto dentro do útero. Depois que o bebê nasce, ele e a mãe que se virem. Como disse sabiamente o George Carlin sobre os pro-life dos EUA: http://www.youtube.com/watch?v=AvF1Q3UidWM

Sawl disse...

Destaque pra um idiota que postou.
"Anônimo disse...
" Um bebezinho tbm ainda ñ tem consciência de si, pode matar?
Ô gente covarde, egoísta e sem noção!
... Mas a mulher que é capaz de mandar matar o fruto do seu ventre é pior que um mascus estuprador."


RESPOSTA:

Na boa véi, vc escreveu tanta besteira vinda da cabeça de um filhinho de papai babaca que não sabe NADA da vida que não anexei toda "shit" que escreveu.
Você acha que um pai que abandona seus filhos; um tio, padrasto, pai que estupra suas filhas(alguns também violentam seus filhos); uma mãe e um pai que coloca uma criança no mundo para conseguir bolsa família ou até mesmo para mandar a criança pedir esmola ou cometer um crime, enfim, todas estas pessoas são "corajosas, altruístas, e com noção"?
Véi na boa, vc é um idiota que não sabe nada da vida!
Aposto que é um inútil que vive nas costas de papai e acha que o Mundo é feito de pessoas legais e que uma pobre mulher que foi violentada ou que espera uma criança que não vai sobreviver é um "monstro".
Na boa, vc é um monstro por pensar assim, por não considerar mulher ser humano e sim uma mera máquina de reprodução.
Sou contra o aborto, mas, a favor do direito de escolha.
É fácil para quem é homem e filhinho de papai que tem tudo na sua vidinha medíocre ditar o que é certo e o que é errado.

Sawl disse...

Queria ver se os mesmos homens que postaram aqui condenando o aborto de anéncefalos, se estes mesmos assumem os filhos quando engravidam uma mulher.
É fácil cobrar da mulher quando nunca estará na mesma situação.
Sim, um feto é um ser humano, mas, uma mulher também é um ser humano.
Mulher NÃO é uma coisa.
Mulher NÃO é uma máquina de reprodução.
O corpo de uma mulher pertence a ela mesma.

Curioso que o corpo de um homem NUNCA sofre julgamento.

Claro, homens não podem engravidar, mas, vemos alguém condenar um cara covarde que abandonou sua mulher e seu filho quando mais precisavam?

Alguém condena um homem que vive traindo sua esposa e divindo seu corpo com outras mulheres?

Claro, os machistinhas de plantão já vão alegar que homem "não divide" seu corpo, e sim, pega, come mulheres em geral.

Enfim, chega de tratar mulher como coisa.
Queria ver se a mãe de um destes machistas, filhinhos de papai fosse estuprada, corresse risco de vida com a gravidez ou estivesse esperando filho sem cérebro pra ver se eles não iriam pensar NELA, invés do feto.
Misoginia é algo podre, que não acrescenta nada.
Graças a misoginia que temos: agressões, estupros, pedofilia e homicídio com tanta incidência.
Hipócritas!
Nunca vi estes fanáticos religiosos, os machistas, os hipócritas ajudarem uma mulher sem recursos a cuidar de uma criança.
Depois o "monstro" é a pobre e indefesa mulher grávida de uma criança sem cérebro, que não recebe o apoio de ninguém para resolver seu sofrimento e sim só críticas de quem nunca sofreu na vida!

Anônimo disse...

Ê, lelê, o nível já começou a baixa! Uns chamando outros de assassinos, outros chamando uns de idiotas e desejando que morram. A coroa até o momento vai pro Sawl, que tirou conclusões adiantadas chamando a pessoa de "filhinho de papai" que é, pela minha experiência, a melhor forma de "sair do armário" como filho de papai ("eu sei mais da vida que você!!") - opinião pessoal. Também não gosto que ninguém mande ninguém morrer apenas por ter opiniões diferentes.

Por favor, pessoal. Todo mundo tem o direito de opinar. E POR FAVOR, o post fala, bem claramente, que é pra pensar ALÉM de "pró-vida" e "pró-escolha". Parem de meter o dedo nos olhos dos outros e conversem como seres humanos que nasceram com cérebro, ou vão pensar que vcs são os primeiros anancéfalos a viver tanto...

Anônimo disse...

O aborto é um assunto muito tabu, muito tabu.
E não falo apenas do aborto ilegal ou dos previstos pela lei não.
O aborto espontâneo, aquele que acontece naturalmente – e com frequência – no início de uma gestação, também é tabu. Só me dou conta verdadeiramente disso agora (e olha que sou pesquisadora na área de gênero), pois infelizmente me encontro nesta triste situação.

Eu e meu marido estávamos planejando um filho, e ficamos muito felizes quando descobri que estava grávida, há algumas semanas. Infelizmente a felicidade durou pouco, e poucos dias depois comecei a ter um leve sangramento. Fiz alguns exames, e descobri que a gestação não estava evoluindo.
Ficamos muito tristes. Ainda estou me recuperando...

Mas o mais surpreendente é que quando contei sobre o que estava passando para algumas pessoas próximas, VÁRIAS me contaram que passaram pela mesma situação (algumas inclusive há poucos meses). Elas provavelmente nunca teriam me contado isso, se eu não tivesse falado do meu caso. É claro que cada um reage do seu jeito. Eu, por exemplo, não gosto de ficar fingindo que nada acontece e que está tudo bem, prefiro mesmo compartilhar com as pessoas queridas, mas entendo que tem gente que prefere não falar no assunto. Mas não é surpreendente que algo tão comum (20-30% de cada gestação resulta em aborto espontâneo no primeiro trimestre) seja tão invisível? E não é triste se toda mulher que passar por isso achar que precisa ficar calada, que não pode desabafar e compartilhar sua dor?
Não sei se é por conta de vergonha, culpa, ou para não ser confundida com alguém que fez um aborto ilegal. Mas a verdade é que muito pouco se fala sobre o assunto.

Agora mesmo, estou sofrendo com a falta de informações. Como estou esperando que o tecido seja expelido de forma natural – só quero fazer curetagem se for absolutamente necessário – estou completamente perdida, sem saber quanto tempo esperar, e como vai ser. Na internet mesmo, as maiores informações que encontro são em inglês (alguns relatos anônimos esparsos em fóruns de ajuda mútua). Para uma coisa que é tão comum assim, não deveria ter muito mais informação disponível? (OBS: Possuo acompanhamento médico - embora minha médica tenha sido bem mais vaga do que eu gostaria e precisava neste momento. Mas acho que gostaria mesmo de informações mais pessoais, é disso que sinto falta no momento)

Enfim, desculpe desviar o assunto, mas precisava compartilhar minha reflexão.

Sobre a decisão do Supremo, torço para que parem de torturar mulheres proibindo o aborto de feto anencéfalo – pois é disso que se trata, tortura. O post de hoje foi brilhante, assim como o maravilhoso texto da Eliane Brum. O filme “Uma história Severina”, dirigido por ela e a Debora Diniz precisa ser visto por tod@s!
Outro filme lindo da Debora é o “Quem são elas?”. Nele, fica claro o sofrimento daquelas mulheres que desejavam ser mães, desejavam seus filhos, esperavam e sonhavam com eles, mas tiveram a infelicidade de gerar um feto incompatível com a vida.

Para finalizar, a maternidade deve ser uma escolha, nunca uma obrigação. E aquelas mulheres que escolheram ser mães, mas tiveram a infelicidade de gerar um feto incompatível com a vida, devem podem escolher o que fazer, por mais difícil que a decisão possa ser.
Nossos corpos precisam ser nossos! Não do Estado ou da Igreja.

Boa sorte para tod@s nós amanhã! A luta é de tod@s nós!

Anônimo disse...

Anônimo(a) que reclamou do meu desabafo: qual a sua opinião e quais são seus argumentos? vc poderia escrever isso ao invés de comentar sobre o "nível" da minha colocação? Pró-vidas, se mudem pra marte, assim é melhor pra vc? mais educado? Eu tb acho, mas sabe o que é? sou humana tb e tem momentos que perco a paciência. Paciência 0 pra hipocrisia principalmente, sacou? Ragusa

Rê_Ayla disse...

Peço licença para linkar este guest post no meu blog, no texto que escrevi agora sobre o assunto após ler as insanidades do "tio Rei"...

Caso ache ruim que eu link esse guest post, me avise que retiro.

Aqui está o pequeno texto: http://lifeisdrag.blogspot.com.br/2012/04/aborto-de-anencefalos.html

lola aronovich disse...

Estou sem tempo nenhum agora, mas deletei um comentário estúpido de um comentarista idem chamado Raphael. Ele dizia que, se aborto fosse legalizado, as mulheres considerariam que abortar seria tão comum quanto cagar (só um homem totalmente sem noção pra dizer algo assim). Tá, até aí, tudo bem... Um monte de troll fala essas besteiras e é deletado. O engraçado foi que Raphael voltou pra reclamar que eu apaguei seu ARGUMENTO CIENTÍFICO!
Só pra vcs rirem um pouquinho...

Sara disse...

Até doi ter que entender como o corpo da mulher é considerado ainda na maioria das sociedades, que nem mesmo tenhamos autonomia sobre nossos próprios corpos, que o machismo que a religião e o estado é quem definem o que eu posso fazer com meu corpo, que absurdo!!
Mas ja que a religião é um dos fatores que mais contribui para esse estado de coisas para nós mulheres convoco a todas aqui de São Paulo para uma manifestação por um estado laico, dia 14.04.12, no MASP as 12.00hs até 20.00hrs.

http://www.facebook.com/events/325719334131899/

Mary K. disse...

Mas uma coisa que realmente me deixou chocada foi saber que na China e na Índia os médico não podem revelar o sexo do bebê pois se for menina será abortada...

Anônimo disse...

Texto excelentíssimo! Estou impressionada!

Ju disse...

Mais trote no curso de direito da USP. Apenas brincadeira?
http://g1.globo.com/jornal-hoje/videos/t/edicoes/v/alunos-discutem-os-trotes-durante-assembleia-em-universidade-do-interior-de-sp/1897011/

Anônimo disse...

"Vitória de Cristo é um bebê que nasceu com acrania e sobreviveu. Ela foi diagnosticada durante a gestação com esta malformação incompatível com a vida. Disseram-nos que ela desenvolveria anencefalia e morreria logo após nascer. Decidimos pedir a Deus que fizesse o milagre de curá-la e deixá-la viver. Ela sobreviveu e é um milagre de Deus!"
Como podem ver, a Vitória foi diagnosticada como bebê que não sobreviveria, mas sobreviveu! Claro, tiveram que deixar nascer para saber.

Gabi Pacheco disse...

Eu acredito que seja muito hipocrisia pensar que 'mulher não engravida sozinha'. Claro que não, e acredito que ambos tenham que assumir a responsabilidade de uma noite de bebedeira, de um 'esquecimento' da camisinha. Nós, mulheres temos o direito e fácil acesso (por incrivel que pareça no SUS) a anticoncepcionais (muito mais fácil previnir do que remediar), a dizer NÃO pra uma situação que te coloca no risco de engravidar.
Eu sou totalmente contra o aborto, a fabor de casos extremos como um estupro, ou qndo feto é anencéfalo. Não sou cristã, não sou feminista. Mas todos nós temos as nossas responsabilidades. Se o mundo não tem boas condições hoje para se ter um filho, pq vc vai criar uma situação onde você corre o risco de engravidar? O SUS não tem condições nenhuma de atender o básico, e querem discriminar e legalizar o aborto, quem é que vai dar esse suporte? O governo? Se você tem poder de escolha como INDIVIDUO, não engravide! Aborto é um estupro ao corpo pelas próprias mulheres. Não conheço uma que não se arrependa hoje por ter abortado no passado. CAMISINHA! ANTICONCEPCIONAL! Muito mais fácil e barato pro MUNDO do que cirurgias abortivas.

Lucianee disse...

Concordo com a Gabi Pacheco, mais fácil que abortar é se precaver. E peraí, dá vontade de parar de ler quando se chega na parte do post que diz "É o corpo da mulher que será invadido por esse ser usurpador do futuro, da escolha, da liberdade da mulher".
O texto até é bom, mas tem uma boa dose de reducionismo também . Não acho que encarar a gravidez como um " alien" vá fazer qualquer bem à luta feminista.

Yuri disse...

Minha opiniao sobre o aborto mudou um pouco depois que eu vi um estudo recente sobre eficácia de anticoncepcionais. Eles nao sao taaaaaao eficazes quanto se propaga.
Dito isso, sou super a favor da descriminalizaçao (sempre fui, mas sou mais agora). Agora eu me oponho à postura que propõe que o aborto é a questao fundamental. Nao é. Pode ser a mais urgente. Mas a mais fundamental é EDUCACAO SEXUAL DE QUALIDADE. O buraco é mais embaixo. Sim, muitas mulheres engravidam por falha no anticoncepcional, mas eu creio (e isso e um chute) que o numero é muito maior por falta de informaçao. Nao que elas devam ser culpabilizadas por isso, obviamente, e ser obrigadas a ter o filho.
Até agora eu vi poucas (nao me lembro de nenhuma agora) propostas ou reivindicaçoes feministas nesse sentido aqui no Brasil. Me pergunto por que. E informaçao nao é só campanhas do tipo "use camisinha". É uma campanha massiva para que se retire o estigma do sexo. Para que pessoas facam escolhas conscientes. Isso seria muito mais efetivo em diminuir o numero de gravidezes indesejadas, e conseqauentemente abortos e mortes por abortos clandestinos.
Mas, sinceramente, eu acho que esse é um vespeiro que muita gente (que milita a favor da descriminalizacao, inclusive) nao quer mexer. Isso é daqueles achismos que eu rezo para que estejam errados. Mas o que tenho visto vai nessa direçao.

lola aronovich disse...

Leia de novo, Lucianee. A autora CRITICA essa visão de que o feto é um alien no corpo da mulher.


Gabi, as estatísticas apontam que entre 50% e até 80% (!!!, depende da pesquisa) de todos os casos de gravidez são não planejados. Ou seja, parece que é mais comum na espécie humana que homem e mulher engravidem SEM QUERER do que querendo (taí uma grande vantagem que casais gays têm sobre os héteros: casal gay não engravida sem muito planejamento prévio!). A gente pode supor que várias dessas mulheres que engravidam (e nunca engravidam sozinhas) sem planejar não queiram ter um filho naquela ocasião. Deveria ser direito delas abortarem. Hoje em dia, inclusive, o aborto é mais feito através de medicamentos, como o Cytotec, que com cirurgias. Continua sendo um acontecimento traumático na vida de muitas mulheres, mas não tanto quanto vc pensa.
Ademais, o que o seu argumento tem a ver com o caso dos fetos anencéfalos? A enorme maioria desses fetos vem de gravidez desejada, de mulheres que queriam ter um filho que nascesse vivo. Só que, ao descobrirem, já com poucos meses de gestação, que o feto não tem parte do cérebro, e por isso não sobreviverá, várias mulheres gostariam de abortar, sem ter que carregar um fardo no ventre durante tantos meses. E elas não podem abortar sem pedir autorização pra Justiça, o que leva meses e muitas vezes não chega (isso quando grupos religiosos não entram com recursos...).

Gabi Pacheco disse...

O meu argumento tem relação às entrelinhas dessa votação, onde tudo tem brechas. Eu sou a favor como falei no comentario anterior, se os pais quiserem fazer isso (e sinceramente não acredito que queiram). E quis expor minha opinião em aborto no geral que está sendo debatido nos comentários. Eu venho de escola pública, onde de 20 amigas, 15 engravidaram. Por falta de educação? Não. Informação? Não. Por que queriam? Não. Porque aconteceu. Garotas, com no máximo 25 anos. Onde minha irmã com 19 se encaixa. Eu tenho 23 anos, tenho vida sexual ativa desde os 15, tomo pilula desde então. Nunca sofri um só susto de possivel gravidez, e acompanhei muitas, e pensamentos de aborto.
Tudo muda com uma criança, eu acredito que uma mulher tenha que ter muita coragem pra assumir uma criança sozinha (como minha irma fez), ou com seu parceiro nos dias atuais.
Eu assisti o parto da minha irmã, pq o cara que engravidou, desapareceu. Posso dizer em alto e bom som, que se eu tivesse engravidado pq minha pilula 'de 99,9% de eficácia' falhou, eu ia ter sim a criança que não tem culpa de ter surgido na minha vida ( não pensaria em abortar como diz tua foto no post). É muito fácil pensar em matar um ser vivo que está dentro de ti por um acaso, só pq tu não planejou. O que falta nessa sociedade hipócrita é aceitar e assumir os erros. Não se 'livrar' deles. Meu sobrinho hoje com 2 anos, é um guri forte, saudável, tá na creche, por muita luta e esforço da minha irmã que optou por tê-lo. E eu não sou da classe média. Minha família mora numa considerada 'vila' de Porto Alegre. Não sou exeplo, mas pra mim isso é inversão de valores. Abraço Lola!

Brenda Cirilo disse...

Lola, adoro o seu blog, acho que existem questões extremamente relevantes escritas com maestria nele, mas quando se trata de falar do aborto, acho que se erra feio. Pra mim, é inconcebível sermos contra o assassinato de homossexuais, negros, mulheres, índios, mendigos, por serem o que são, e permitir-se que se matem vidas inocentes dentro do útero materno. Como vamos pedir que não se matem pessoas inocentes, que sofrem por serem marginalizadas, se marginalizamos uma vida dentro do útero de uma mulher, se consideramos isso um fardo. E não estou nem falando de anencéfalos e de fetos gerados em estupros (embora ache que não deva ser cometido aborto em nenhum desses casos, a mãe pode ter o filho e entregá-lo a um abrigo para adoção), mas de pessoas que engravidam por falta de maiores cuidados com seu corpo, e para se livrar da consequencia, cometem um assassinato. Quando o espermatozóide fecunda o óvulo a vida está pronta para se desenvolver, bastando apenas o ambiente adequado. A luta do feminismo será em vão enquanto esse infanticídio for permitido! Não teremos moral para pedir que o assassinato de minorias aconteça se não permitimos que a vida se desenvolva. E não estou falando apenas do lado espiritual, mas do lado humano, que deve ser considerado sempre!

Brenda Cirilo disse...

E nem todos os anencéfalos morrem. São poucos os casos dos que sobrevivem, mas peço que se tiverem tempo pesquisem no google blogs de famílias que têm filhos anencéfalos vivos. Outra coisa que acho importante comentar: Se vamos permitir a matança de todos aqueles que consideramos um fardo, vamos começar pelos deficientes físicos, pelos idosos, pelos pobres, que seriam "dependentes", estariam "atrapalhando" a nossa liberdade e o nosso desenvolvimento.

Anônimo disse...

Fisiologia humana deveria ser obrigatória no ensino médio, não só pra quem é da saúde. Evitaria as tremendas bobagens que a gente lê.

Thiago disse...

Gabi Pacheco foi extremamente lúcida nos comentarios dela, essa de "O que falta nessa sociedade hipócrita é aceitar e assumir os erros. Não se 'livrar' deles." resume bem o que eu penso sobre o assunto também. Ah, espero que só porque sou homem minha opinião não seja menosprezada.
Há 2 anos minha namorada engravidou, não planejamos nada, no inicio fiquei assustado com a noticia, eu admito, mas depois passei a desejar aquela criança, e muito, só pra ser surpreendiudo com a noticia de que minha namorada fizera um aborto (sem perguntar minha opinião), porque " ela achava que não era hora".
Desculpem o longo coemntario e as digressões, mas é que acho que há mais lados nessa questão do que se costumam levar em conta.

Lu disse...

Gabi e Brenda, lúcidas colocações. Por favor, mantenham suas opiniões e não queiram obrigar a todos a seguir a mesma coisa.

Anônimo disse...

A Lu pede pra Gabi e Brenda não tentarem obrigar todos a seguir suas opiniões. Então só vale seguir a opinião dao post/ maioria das comentaristas do blog? Não entendi.

Lu Gimenez disse...

Lola

Segundo a sua teoria, liberando o aborto haveria uma redução em até 80% dos nascimentos. Se todas as mulheres que não estavam planejando um filho abortar. Seria isso?

Yuri disse...

Gabi,
na minha visão, essa perspectiva de que "aconteceu" é resultado de uma educaçao sexual falha. Tudo que eu já vi em programas de educaçao sexual é "use camisinha senao voce pode pegar uma dessas doenças horriveis ou engravidar". Sabe o quanto isso ajuda quando os hormonios estao à toda e é impossível tomar uma decisao racional? Muito pouco, estatisticamente falando.
Te dou os parabéns pela sua escolha consciente de usar anticoncepcional. Nesse sentido sim, voce é um bom exemplo a ser seguido.
Tem uma frase muito boa que sobre a campanha "É só dizer nao" para evitar a gravidez entre adolescentes nos EUA.
"'É só dizer nao' é tao eficiente em prevenir a gravidez em adolescentes quanto um 'bom dia' é eficiente em curar depressao cronica".
Se tivermos espaços de discussao para desconstruir a visao torta que a sociedade tem do sexo, se emponderarmos adolescentes e adultos a tomar decisoes conscientes sobre o proprio corpo, acho que pode ser uma opcao efetiva.
Dizer que algo "aconteceu" é sinal de inconsciencia. É negar responsabilidade sobre o ato. Segundo essa visao, sexo nao é uma escolha. Ele "acontece". E a nossa sociedade perpetua essa visao sobre o sexo. A educacao sexual que temos nao faz nada para mudar isso. Uma educacao sexual e afetiva decente tem que lidar com o lado emocional do sexo. Com a pressao social sobre ele. Com a auto-erotizaçao do corpo da crianca e do adolescente (a visao de que a crianca é um ser assexuado é extremamente nociva). Só dizer "use camisinha" nao é efetivo o suficiente, no ambito social.
Se voce ler ingles, aconselho dar uma olhada nisso aqui:
http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001832/183281e.pdf
Um Guia Técnico de educaçao sexual da UNESCO. Embora esteja longe de ser perfeito, ele cobre MUITAS das falhas que temos na educacao sexual hoje em dia, como educacao sexual para crianças.
Abraço.

Anônimo disse...

A ONU tá de marcação. Eu sei disso porque trabalho na área da saúde. Descriminalização do aborto será uma questão de tempo. Amém.

Bruno Passos disse...

Amana,

Parabéns pelo texto!
Tudo o que os liberais querem é polarizar a questão para que as pessoas escolham entre as duas opções, ambas funcionando para a manutenção das relações atuais de nossa sociedade. Propor uma coletivização dos temas em torno da gravidez, do aborto, da sexualidade, maternidade/paternidade é, aí sim, uma forma de ruptura...

Gabi Pacheco disse...

Yuri, exatamente, foi isso que a Lola colocou lá em cima, que as estatísticas 50% a 80% dos casos não são planejados. Não planejados? Será? Tudo isso de estatística? Somos tão ingênuos a ponto de acreditar nisso?
Veja bem, todas as minhas amigas tiveram a mesma educação sexual que eu tive (na escola, em casa é outra coisa), minha irmã tbm. TODOS temos consiência de que se fizermos sexo sem camisinha ou anticoncepcional, vamos correr o risco de engravidar, e dai vai do casal seguir a diante ou não. E é essa hipocrisia que eu me refiro!
E aos outros, eu mantenho minha opinião, e respeito a dos outros. Em nenhum momento tentei impor ou fazer os outros mudarem de idéia. A discussão é válida, vai saber se um dia eu não mudo minha opinião?! Isso que nos faz humanos ;) o dom do pensamento!

Bruno Passos disse...

Amana,
Parabéns pelo texto!
Tudo o que querem os liberais é a (pseudo) polarização para que as pessoas escolham entre dois polos que agem pela manutenção da centralidade no indivíduo e, em última instância, pela manutenção das relações sociais, econômicas e políticas.
Também acredito que coletivizar a discussão em torno da gravidez, aborto, sexualidade, maternidade/paternidade pode ser bem mais disruptivo...

Anônimo disse...

o texto é interessante eu seu ponto central, o da superação da ideologia individualista, mas peca por não concluir nada, apenas que se deve debater o tema do aborto além da perspectiva liberal-burguesa de indivíduo. e o que é proposto? apenas o debate? ok...

lola aronovich disse...

Não, Lu. Primeiro que eu não tenho teoria nenhuma. Isso de entre 50% e 80% dos casos de gravidez serem não planejados não é teoria, é estatística. É uma estatística curiosa, MUNDIAL, que a gente geralmente esquece. Isso não quer dizer que a gestação é necessariamente indesejada, apenas que não foi planejada. Pense nos casais que vc conhece. Quantos estavam planejando, tentando, querendo uma gravidez naquele momento, e quantos foram "deixando acontecer", sem planejar? Eu conheço muito mais gente no segundo caso. Quantos casais que vc conhece que têm 3 filhos planejaram aqueles 3 filhos naquela época? Então, nem de longe essa estatística quer dizer que 80% desses casos de gravidez terminariam em aborto. Não sei quanto por cento desses 50 a 80% terminam em aborto. Mas vamos supor que pessoas que PLANEJAM a gestação não vão abortar, certo? E olha, não necessariamente isso tem a ver com falta de educação sexual. Acho que é mais uma coisa de "empurrar com a barriga", sabe? De um casal achar que a gravidez não vai acontecer com aquele casal naquele momento. E aí acontece...

Anônimo disse...

transamos, nem sempre pensamos. é humano. agora, se uma mulher deve pagar pelo pecado de copular com o corpo, a vida e a liberdade é algo que apenas uma mentalidade muito retrógrada e vil pode conceber. e não acho que esse argumento baseado no direito individual seja inválido: é um deles. mas pensando melhor sobre o post, não seriam mesmo melhores os argumentos de caráter social? esse comentário da lola, por exemplo, é muito forte.

Má disse...

Nossa, muito interessante o texto da Amana, ainda estou pensando a respeito para ver se entendi o incômodo. De início assim gostei e entendi a parte

“Ao contrário do que a retórica liberal quer nos fazer crer, nós não somos seres independentes”. Vejo isto em outros ambitos da sociedade, por isso concordo com o que diz, especialmente o recorte de classe/raça que acaba fazendo toda a diferença para esta “autonomia” da mulher.

Ao vc dizer “não acredito que a defesa de que a mulher “deve ser responsável por sua escolha” seja o melhor dos caminhos para discutirmos o aborto em nossa sociedade.”
Não sei se entendi bem, mas vc coloca que o problema não é que em última instância a mulher possa decidir, mas que a questão se compromete quando colocamos como “argumento” do debate e “justificativa” na autonomia? Uma vez que esta autonomia é relativa? Uma vez que esta autonomia só poderia se efetivar “se” houvesse uma liberdade de escolha efetiva de fato? Desta maneira, autonomia e escolha em um estrutura onde não há liberdade e autonomia real (e só formal, aliás p aborto nem formal) não se pode falar em autonomia da mulher? Fiquei na dúvida de era isso que está no texto...
Abraços

Carol M disse...

Acho que as pessoas confundem alguns conceitos, acrania e anencefalia são malformações diferentes gente.
E gestação não planejada pode vir a ser uma gestaçao desejada. A pessoa nao planeja mas qd ve o resultado fica feliz e quer ter o filho. Muitos de nós se enquadram nesse quesito. O problema é quando a gestação não é desejada, aí o feto vira um fardo ao invés de ser uma alegria.

Gabi, divulgar cada vez mais o uso de contraceptivos é essencial, mas ainda sim há um risco. Mesmo as várias pilulas q existem no mercado, nem todo mundo se adapta com a mais barata (q distribui no SUS). Pode haver uma serie de complicaçoes fisicas que impeçam uma mulher de tomar, DIU (santo e amado DIU) é caro, tem gente que tem alergia a latex. Existe um mundo de situaçoes.
Eu tomo pilula desde os 17, sempre certinho, e mesmo assim tive medo de engravidar, pq minha mae engravidou tomando pilula. Pode acontecer, cada corpo é um. Se a única pilula que vai funcionar direito com a moça da favela é a q custa 50 reais a cartela e ela usa a baratinha do SUS e mesmo assim engravida, ela q deu mole?
Qdo eu tive meu susto a primeira coisa q pensei foi abortar, não ia largar faculdade, meus planos e td mais por um filho que eu nao queria (e continuo nao querendo) ter. Acontece, não acho q devemos julgar os outros por suas escolhas.

Anônimo disse...

e também o tema da laicidade do estado é tão importante nessa discussão... quem é contra o aborto quase sempre o é com justificativas religiosas ou com influência delas.

Anônimo disse...

Ele dizia que, se aborto fosse legalizado, as mulheres considerariam que abortar seria tão comum quanto cagar (só um homem totalmente sem noção pra dizer algo assim).
__________

os mascus projetam muito deles e nós... eles vivem dizendo que fazer sexo e cagar é a mesma coisa... então eles acham que a gente pensa feito eles.

Anônimo disse...

se eu não me engano... existe um caso de uma mulher que sabia que sua filha seria anencéfala , mas mesmo assim ela deixou que nascesse.... a criança (sobrevive) com um enorme capacete na cabeça.... coisa mais surreal que eu já vi. Pra mim isso é CRUELDADE PURA, quase um crime. Primeiro porque é uma vida vegetativa, segundo ela vai morrer não sei se já morreu mas a morte é certa....
Pra que isso???

Anônimo disse...

Mas usando pílula anticoncepcional+camisinha ainda assim tem chance de engravidar?

Anônimo disse...

Uma feminista defender aborto é a coisa mais absurda, matar o próprio filho, negar o que lhe dá a maior beleza em ser mulher que é poder gerar uma vida.
________________

quer dizer que mulher só é mulher quando vira mãe??? antes disso ela é o que? um ET? coisa mais estúpida que já li....
essa é mais uma pegadinha do patriarcado pra cima da mulherada...ohhh vcs geram a vida...santa imaculada....
pura , virgem maria... tsc afff!

Anônimo disse...

Mas usando pílula anticoncepcional+camisinha ainda assim tem chance de engravidar?
__________

só se a pilula for de farinha e a camisinha rasgar.

Anônimo disse...

Sou a favor do aborto seletivo, tal como é feito na China e Índia. Se o feto for mulher, aborta.
____________
Isso mesmo trouxa! depois fica um bando de homem sobrando procurando mulher na rua como acontece agora na China.

Anônimo disse...

Aprendam a se defender de forma mais inteligente, apresentem dados de saúde pública, falem dos danos psicológicos do aborto, mas sei lá, vamos sair do chavão?
___________

Beatrizo, os danos psicológicos do procedimento decorrem da educação e da cultura machista , da lavagem cerebral das igrejas que pregam a culpabilização da mulher nesse caso, mas livra a cara do homem nessas horas. Ela acredita em tudo isso e POR ISSO se sente culpada.
Não decorre do procedimento EM SI! se uma mulher sem ter sofrido tal lavagem cerebral e sem esse conceito, sentiria pouca ou nenhuma culpa.

Anônimo disse...

Axo engraçado que os homens SEMPRE têm a escolha de abandonar a mulher que engravidou e o filho. E como exercem esse direito pró-escolha!!!!
______________

boa!!! acho engraçado... ninguém cai de pau em cima deles! eles fazem filho, caem fora e TUDO BEM! os pró vida hipocritas se calam nessas horas.

Anônimo disse...

quando um pedófilo estuprou uma menina de 9 anos e ela engravidou ela e a sua mãe resolveram abortar, e o que fez a santa e madre igreja???
excomungou a menina e a sua mãe...
e o pedófilo??? não foi excomungado. alias com ele não aconteceu NADA!

Tita disse...

Sensacional o post. Digno de muito respeito. Realmente instigante a reflexão que a autora propõe. Obrigada Amana por nos mostrar esse lado. Obrigada Lola, por dar esse espaço a uma reflexão tão brilhante.

Danielle disse...

Sou absolutamente contra o aborto quando há viabilidade, mas fazer pais e mães enterrarem seus filhos quando o aborto poderia ter sido feito no começo da gestação, é cruel; doentio até.

Anônimo disse...

Interessante que todos os portadores de acrania têm a mesma conformação facial e física. Parece ser uma síndrome.

A menina Laura Vitoria portadora da mesma patologia morreu com um ano de idade.

No Paquistão há os 'rat children' crianças rato, portadoras de microencefalia devido a recorrentes casamentos entre primos. Geralmente são vendidos a máfias da mendicância.

Amana disse...

Car@s,

Sempre que escrevemos produzimos equívocos, ruídos, mal entendidos. Isso é próprio da linguagem, e nos leva a continuar debatendo, discutindo. Vou comentar apenas algumas coisas aqui que li nos coments acima...

Sem dúvidas, estou abordando a questão do aborto em nossa sociedade neste texto a partir de sua dimensão jurídica, das leis do nosso país e das decisões judiciais que são tomadas no dia a dia. No que diz respeito às opiniões de cada um@ sobre o assunto, acredito que é um direito podermos tê-las, expressá-las e exercê-las. Entretanto, a legislação atual não permite que mulheres que queiram realizar um aborto possam fazê-lo legalmente. Sabemos que eles são feitos todos os dias de várias maneiras, muitas mulheres passam por isso e continuam suas vidas, mas muitas morrem, sofrem, ficam estéreis, porque nossa sociedade se recusa a ver a ilegalidade do aborto como problema de saúde pública.

Assim, acredito que precisamos discutir a legislação atual, mais do que posições pessoais. As leis são feitas em uma sociedade específica, com valores específicos, e é isso que precisa ser discutido quando falamos de aborto. Alguém aqui gostaria de passar por esta experiência? Duvido muito. Mas eu não acho que ninguém deva morrer ou sofrer mais porque decidiu fazer um aborto. Por isso, entendo que ele precisa ser descriminalizado.

Em meu texto, propus uma reflexão sobre aspectos que normalmente são negligenciados na discussão sobre o aborto. Falamos muito em "individualidade", e pouco sobre responsabilidade coletiva, social, nas práticas e nas leis do mundo em que vivemos. Quis explorar esse ponto, mas concordo plenamente com aiaiaia e Bárbara: temos batalhas urgentes, a serem ganhas no dia a dia. Entretanto, não acho que pensarmos sobre as questões que levantei nos impeça de lutar "no varejo". Ao contrário, pode nos deixar mais atentas para certos vícios da ação e da militância...

Por fim, a quem perguntou: "e o que vc propõe?", bom... proponho uma reflexão. Uma discussão. Num mundo em que somos soterrad@s a todo momento por dogmas, convicções, ideias prontas, acho que sempre é válida uma pausa para pensar outros lados de problemas que parecem tão óbvios, à primeira vista.

Um abraço e obrigada pelos comentários! É sempre um desafio se expor num assunto tão delicado e difícil como este...

Anônimo disse...

quem quer que ache graça numa criança anencéfala ou com severa malformação só pode ser sádico, Deus que me perdoe. Ainda por cima dizem que foi um presente de Deus. Será que Deus é sádico mesmo (seja lá o que Deus signifique)?

Clarissa disse...

Parabéns pelo guest post! Achei muito bom! Eu penso, como feminista e católica, que o tema deve ser muito discutido e debatido.

Essa visão individualista também sempre me incomodou, então fiquei muito feliz de ler um texto tão esclarecedor. Antes de chamarmos uma mulher de criminosa, assassina ou coisas piores, temos que pensar em como a sociedade (eu e você incluídos) aborta todos os dias as crianças, os adolescentes, os mais pobres, os presos, os moradores de ruas, os portadores de doenças mentais, os viciados em substâncias ilícitas (e em substâncias lícitas também).

Não estou querendo dizer que a vida dessas pessoas vale mais nem menos que a vida do feto. Minha opinião é que não podemos responsabilizar a mulher pelo aborto na medida em que vejo que esse aborto é de responsabilidade de toda a organização social. O mundo e essa discussão seriam totalmente diferentes se nós mulheres fossemos realmente livres pra viver a nossa sexualidade plenamente, se sempre tivéssemos acesso aos métodos anticoncepcionais, se nossa palavra sempre fosse ouvida quando dizemos não a uma relação sem camisinha, se os homens sempre assumissem a responsabilidade pela criança, se as famílias brasileiras realmente permitissem a adoção...

Mas o que vejo é diferente. Primeiro, a minha Igreja, que eu respeito muito, na minha opinião, tem uma posição meio equivocada na questão do aborto. Por exemplo, se acontece um estupro e a mulher decide abortar, a mulher é excomungada (e o médico e os familiares e qualquer um que apoie). Mas o estuprador, que é a causa do aborto, não... Se não exitisse o estruprador, esse aborto não teria acontecido.

Da mesma forma, se um cara aleatório transa com uma mulher na balada, nenhum dos dois sabe quem era o outro. Nesse caso, se a mulher engravida e decide abortar, então o aborto não foi realizado também pelo homem que não se responsabilizou? Pensa bem, ele deveria ter a obrigação de se preocupar se as parceiras dele engravidam. Caso ele não faça isso, é no mínimo hipócrita dizer depois que a mulher é a assassina sozinha...

No caso dos bebês anencéfalos, não entendo nem o porquê da discussão. Como já disseram antes, é consenso que uma pessoa com morte cerebral está morta, a família pode optar por desligar os aparelhos e doar os órgão que, pasmem, ainda funcionam! o coração bate, o pulmão respira, mas ligado a máquinas... As mulheres não podem ser resumidas a máquinas gestadoras... Novamente, é sempre importante dizer que o aborto não vai ser obrigatório. Quem achar importante e relevante pode e deve manter a gestação.

Enfim, nessa questão, temos que parar de apontar os "criminosos" e começar a tomar para nós a responsabilidade. Enquanto isso não acontecer, eu defendo o direito das mulheres de escolher abortar também, como toda a sociedade já escolheu.

Amana disse...

Muito bom, Clarissa!
Acho que é por aí mesmo... :)

Anônimo disse...

A igreja católica (que vive na Idade Média) não é parte interessada na vida da mulher nem do casal, e desde que ela condena qualquer método contraceptivo, inclusive a laqueadura legal e a simples pílula, não há sentido em levar em conta o que ela diz.

Anônimo disse...

Anônimo disse...
O texto toca num ponto que andava me incomodando também: a sociedade proíbe o aborto, mas não dá as mínimas condições para a criação destas crianças depois que nascem. Não há creches públicas e boas para todos, não há quase nenhum apoio para as mães (e pais?), nada nada nada. Enfim, hipocrisia pura.
10 de abril de 2012 14:00

>>>isso tb me ocorreu... esses grupos religiosos e seus afins não passam opressores, patriiarcais, controladores... sorry, mas vão mano-a-mano com o regime militar e com o regime comunista.

Anônimo disse...

Meu comentário tem muito pouco a ver com o post, mas na minha opinião, legalizar o aborto é igual à implantação da Pena de Morte. Pra mim, não há diferença moral entre aborto e pena de morte. Ao mesmo tempo em que penso "o aborto tb não seria uma sentença de morte a um ser que atrapalha, constrange, a vida de outros?"

Unknown disse...

Gostei muito do texto e penso que devemos ser diretas no assunto. Penso que o debate sobre o aborto, para além do indivíduo, deve responder a uma questao ética sobre qual sociedade queremos! Numa situaçao de possibilidade de aborto, por quem queremos ("nós" aqui como sociedade) nos posicionar? A questao é que as perspectivas sexistas-patriarcais-machistas (entre elas as perspectivas religiosas fundamentlistas) mais uma vez nao se posicionam em relaçao as mulheres. Acho importante convocar um "nós" para o debate. E ampliar o "nós" é fundamental! Para além do indivíduo...

saturnreturn disse...

Texto brilhante!

Anônimo disse...

Refazendo meu comentário:

Meu comentário tem muito pouco a ver com o post, mas na minha opinião, legalizar o aborto é igual à implantação da Pena de Morte. Pra mim, não há diferença moral entre aborto e pena de morte, pois o aborto tb não seria uma sentença de morte a um ser que atrapalha, constrange, a vida de outros?

Acho que se num país o aborto é legalizado, nele tb pode haver pena de morte.

saturnreturn disse...

Depois do texto brilhante da Amana, fica ainda mais difícil ler muitos dos comentários. Eles variam de analfabetismo funcional ("não concordo com a visão de que o feto é um intruso")à plena e pura estupidez, a um apego irracional a idéias que não tem nenhuma sustentação na realidade, a coisas sem sentido e fantasiosas. A falta de vergonha que as pessoas tem em exibir sua estupidez, ignorância, falta de informação em toda a sua extensão me parece quase incompreensível. Pensar dói? Dá falta de ar? Diarréia? Fico pensando como seria se o Brasil passasse por uma verdadeira reforma na educação, na qual as pessoas tivessem que aprender a interpretar textos e a argumentar para prosseguirem para além do ensino básico. E se aqueles que, ainda assim, não conseguissem aprender a pensar, que ao menos criassem um pouco de vergonha na cara e não expusessem pornograficamente toda sua burrice em público.

Mila disse...

O que acho muito curioso é que esse pessoal que acha crime abortar numa situação dessas não está lá para apoiar a mulher. Imagina: carregar uma criança no ventre sabendo que ela não vai sobreviver.
Recomendo o vídeo História Severina, tem no youtube.
Depois de assistir, eu vejo que é muito fácil falar que a mãe que opta pelo aborto num caso desses é uma assassina quando se tem recursos, está na universidade e tem papai e mamãe ali do lado.

Anônimo disse...

Só acho um problema associar a questão do aborto à não existência de estruturas de apoio à gestante e/ou mãe, à falta de creches, etc. Claro que esses problemas existem, mas usar isso pra justificar o aborto significa que se esses problemas não existissem o abordo poderia ser proibido? ou que uma mulher que não tem esses problemas não tem direito ao aborto?
Pra mim, que sou favorável ao aborto, não faz sentido. O direito ao aborto não pode depender disso. Acho esse argumento muito fraco e perigoso.

Isak

Majô disse...

Embora eu seja a favor da descriminalização do aborto (por minhas convicções políticas, sociais e humanitárias), o tema de certa forma sempre foi meio obscuro para mim. O texto da Amana jogou luz onde precisava. Obrigada.

Hamanndah disse...

Aborto é uma coisa horrível, MANCHA a LUTA DE DIREITOS IGUAIS

é pena, Lola, que você o apóie, na maioria das vezes eu concordo como você

Como é ruim para um embrião/feto ser assassinado, sem poder se defender, do mesmo modo que é ruim a violência de genêro, o estupro, o espancamento, a fome, a miséria, etc

bjs

Anônimo disse...

App para achar mulheres serve de alerta sobre privacidade no Facebook

http://www1.folha.uol.com.br/tec/1073427-app-para-achar-mulheres-serve-de-alerta-sobre-privacidade-no-facebook.shtml

Anônimo disse...

Gestação de feto anencefálico (e outras anomalias genéticas incompatíveis com a vida) representa risco de vida para a gestante SEMPRE, sem exceções. Se o aborto não é punível nessa situação (o que é MUITO DIFERENTE de dizer que "não é crime", como a imprensa insiste erroneamente em afirmar), não tem porque deixar de fazer e todo esse trololó sobre estar ou não vivo vai por água abaixo. Isso, na teoria, porque na prática não é o que acontece e o que se vê são mulheres POBRES tentando conseguir algo na justiça que já seria a elas possível desde 1940, época da promulgação do código penal atualmente vigente no Brasil.

Quem tem $$ nem tenta entrar na justiça, combina com o médico, faz o aborto com base no risco de vida - que é real - assim que a anomalia é detectada e pronto, bola pra frente.

Os aclamados "pró-vida" não são, certamente, a favor da vida da mulher que carrega em si uma gravidez nessa situação. E por isso não merecem meu respeito.

Anônimo disse...

"Quem tem $$ nem tenta entrar na justiça, combina com o médico, faz o aborto com base no risco de vida - que é real - assim que a anomalia é detectada e pronto, bola pra frente."

E o convênio cobre tudo, foi assim com a minha cunhada.

Ana disse...

Ai preguiça...

Só vou dizer que há quase 10 anos escrevi meu trabalho de conclusão de curso de direito sobre o aborto de fetos inviáveis. Não tratei só da anencefalia, mas de várias outras causas que inviabilizam a vida de fetos.

Ainda assim fui criticada por uma professora de, veja bem, bioética.

Mas, tudo bem.

A gente sobrevive.

Anônimo disse...

Maira
Fato: pessoas com condições financeiras fizeram, fazem e continuarão a fazer aborto, em clínicas confortáveis e sem ninguém saber, quando quiserem e sem se sujeitar a ser apedrejadas publicamente. Pobres continuarão a morrer tentando aborto clandestino, ou sobreviver e passar o resto da vida com fama de monstro, ou tendo filhos sem condições de os criar. Os defensores do "ser inocente que não tem culpa de nada" só se interessarão por isso enquanto estiver dentro do útero. Se vai sofrer, passar fome, aumentar estatísticas de violência, assim que nascer, não é mais problema deles.
Estou com vergonha das pessoas fingindo que anencefalia é igual a acrania e portanto, a criança sobrevive e a mãe é obrigada a levar adiante. Mentir para ganhar mentes menos informadas é triste.

Anônimo disse...

Pois é, né, saturn, e você que usou de toda a sua sapiência pra dizer absolutamente nada que se aproveite.

Anônimo disse...

Só vou dizer que há quase 10 anos escrevi meu trabalho de conclusão de curso de direito sobre o aborto de fetos inviáveis. Não tratei só da anencefalia, mas de várias outras causas que inviabilizam a vida de fetos.

-------------

Meu TCC também versou sobre a matéria e porque o fiz em uma instituição religiosa, quase que não consigo apresentar o trabalho, fuzarca infinita no dia. Mas ao fim deu tudo certo.

Anônimo disse...

"Estou com vergonha das pessoas fingindo que anencefalia é igual a acrania e portanto, a criança sobrevive e a mãe é obrigada a levar adiante. Mentir para ganhar mentes menos informadas é triste."

É esse o povinho que "defende a vida" e quem cai nessa conversa não é pessoa muito melhor que eles MASSSSSS.... cada povo tem o governo e as leis que merece.

Anônimo disse...

haha, "se a classe média não pudesse fazer o aborto, como faz, este já teria sido descriminalizado."

relator do STF

so true

Anônimo disse...

pró-fetos são contra o aborto de anencéfalos porque são a prova que é possível viver sem cérebro.

Anônimo disse...

Lola, adorei o texto, me fez refletir sobre algo que vem me incomodando muito, a exagerada valorização da individualidade. Como se não fôssemos todos dependentes uns dos outros. Mas a questão que me faz escrever é outra,hoje fiquei chocada quando vi a celebração de uma missa por conta da questão do aborto. Penso que cada um tem direito a sua fé e crenças, mas não tem direito de decidir a vida de todos os outros que não professam a mesma fé.Passei por uma situação de violência e lembro muito bem do sofrimento que era pensar na possibilidade de uma gravidez. Não aconteceu, mas se tivesse acontecido a decisão seria minha e de mais ninguém.Não reconheço a proibição de um Estado que compactua com a violência que todas as mulheres sofrem desde sempre. A muito tempo não falo sobre esse assunto, está superado na medida do possível, mas faz parte da minha história, mais uma história entre tantas. Obrigada pela provocação Lola!

Anônimo disse...

"se a classe média não pudesse fazer o aborto, como faz, este já teria sido descriminalizado."

#fatão

Marcelo disse...

"O texto toca num ponto que andava me incomodando também: a sociedade proíbe o aborto, mas não dá as mínimas condições para a criação destas crianças depois que nascem."

Claro que dá condiçoes! A base da sociedade é a família! Dentro da familía a criaça tem perfeitas condiçoes de se desenvolver.

Anônimo disse...

"Claro que dá condiçoes! A base da sociedade é a família! Dentro da familía a criaça tem perfeitas condiçoes de se desenvolver."

colega, aproveita que tá sonhando e pede um pônei.

Anônimo disse...

Marcelo, um portador de anencefalia não chega a ir pra casa. mal e mal inspira algumas vezes e para. é praticamente um natimorto anunciado.
vê se cresce e vira gente.

Marcelo disse...

Já essa questão de fé tem sido muito deturpada.

O vaticano nao fez nenhum golpe de estado no brasil.

Os religioso estao dentro do seus direitos, fazem parte da sociedade e da democracia. Eles tem direito a liberdade de convicçao assim como ateus por exemplo.

Nao existe nada de religioso sendo imposto a ninguem pelo governo.

Tudo passa pelo mesmo processo democratico. Os senadores religiosos, por exemplo, foram eleitos democraticamente. As leis que parecem ter cunho religioso, como dizem, tambem passaram pelo mesmo processo demod]cratico.

Vamos deixar de falacias, fente.

Marcelo disse...

Anonimo, nao sei se foi voce o mesmo anonino que escreveu o primeiro comentario.

Mas eu nao estava me referindo aos fetos anencefalos.

Realmente se fossem anencefalos, a coisa seria bem diferente.

Convido voce a fazer loggin e escrever um nome de verdade pra gente poder esclarecer melhor. Obrigado.

Anônimo disse...

Que interessante! A ingestão de brócolis (mas não só) rico em ácido fólico é capaz de prevenir a anencefalia. Será a péssima alimentação da população brasileira que está 49% acima do peso, responsável pelo quarto lugar em casos desta anomalia? que coisa, hein?

Anônimo disse...

Nao existe nada de religioso sendo imposto a ninguem pelo governo.

===========

há sim um lobby muito forte. não sei o que freiras e padres estão fazendo no plenário. já viu uma freira grávida? o que será que elas fazem quando padrecos e outros covardes a forçam?

Marcelo disse...

Anonimo, com certeza o governo quer o caminho mais facil e barato pra enfrentar o problema.

O judiciario ja esta muito ocupado (e corrupto)pra ter que decidir sobre anencefalia. Alem de nao ganhar nada com isso.

Ja os medicos, sim, eles ganham com isso. Portanto o governo passa essa responsabilidade e lucro pros medicos.

Anônimo disse...

se a mulher - e a FAMÍLIA tb, já que ninguém engravida por geração espontânea - aceita passar pelo risco de vida, pelo fato de que eles não vão se preocupar com carrinho de bebê e berço e sim com caixão e velório e prefere levar esses 9 meses adiante para ter o filho no colo de touquinha por 20 minutos, eu não sou e jamais serei contra essa atitude simplesmente porque cada um sabe onde seu calo aperta, o que aguenta e o que não suporta


agora, obrigar uma mulher - e a FAMÍLIA TODA, mais uma vez - a passar por tudo isso, compulsoriamente e isso ter força de lei, não, lamento mas não concordarei com isso nunca.

até porque existe um risco de vida para a mulher em seguir com essa gestação e se isso não é suficiente para que abortar nessa circunstância deixe de ser crime, então eu não sei o que mais seria necessário... homem engravidar, talvez?

Anônimo disse...

Marcelo, as lei que parecem ter cunho religioso realmente o têm, devido aos inúmeros religiosos que adentraram a política com o propósito de impor sua crença sobre os demais. Quem os colocou lá? Seu seguidores. E a sociedade é obrigada a viver sob leis feitas a partir de um viés cuja crença não compactua.
Falácias who?
Maira

Anônimo disse...

esses casos de sobrevida são outra anomalia, não menos horrorosa, com a qual ficamos todos mesmerizados e fascinados em ver e jogar nossas culpas e sadismo ao mesmo tempo dando graças a deus que não fomos premiados nem como pais ou como portadores.

Mikael Araújo - Distribuidor Independente Herbalife disse...

Lola

Eu estive lendo os seus artigos sobre o problema de obesidade e vi os relatos de suas amigas.

Que tal mudar a sua vida, perder peso sem perder saúde e ganhar dinheiro com isso?

Atuamos distribuindo os produtos Herbalife para a Zona Norte do Estado do Ceará e patrocinando distribuidores em todo o Brasil. Venha fazer uma degustação dos produtos e assistir uma apresentação sobre a empresa.

Nós temos relatos de pessoas que perderam mais de 50 quilos em pouco tempo e relatos de distribuidores que estão ganhando mais de R$ 100 mil por mês.

Seus problemas acabaram. Perca peso, ganhe saúde, resolva os problemas financeiros.

https://plus.google.com/113002467194584710008/posts

Anônimo disse...

HAUHAUAHUHAUAHAUAHUAHA pior spam da história esse do Herbalixo!

Anônimo disse...

Eu conversava sobre isso com um amigo e ele me chamou a atenção de que normalmente o mesmo grupo que é contra o aborto é a favor da pena de morte. Já notaram? Principalmente a direita ensandecida.
Na França, o aborto foi legalizado ANTES da abolição da pena de morte! Então, as pessoas conseguem viver com contradições desse tipo.
Parece que está faltando empatia e sobrando hipocrisia.
Cris

Anônimo disse...

"o mesmo grupo que é contra o aborto é a favor da pena de morte. Já notaram? Principalmente a direita ensandecida."

é como dizia o filósofo chinês George Carlin: a preocupação deles é só enquanto está na barriga. Nasceu, que se dane.

Marcelo disse...

Anonimo, realmente existe lobby. mas nao é so esse. é generalizado. Inclusive pro-escolha financiado por fundaçoes internacionais, por exemplo.

O que voce gostaria era de viver numa ditadura ateista, pelo jeito que voce fala.

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