terça-feira, 6 de dezembro de 2011

10% DO PIB PRA EDUCAÇÃO JÁ!

O PNE (Plano Nacional de Educação), que irá definir as metas da educação brasileira pra próxima década, está tramitando no Congresso. Por isso, é importantíssimo que façamos nossas reivindicações agora. O Brasil hoje investe apenas 5% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em educação, e todo mundo concorda que isso é uma miséria que não proporciona uma educação de qualidade. Os movimentos sociais e sindicais estão unidos na exigência de que 10% do nosso PIB vá para a educação. JÁ.
Luis Felipe é aluno de Design da USP e me mandou essas duas imagens que ele fez. Eles estão recolhendo assinaturas desde o dia 6 de novembro, e hoje, um mês depois, encerram sua campanha. Por favor, participe. Vote, cobre do @ parlamentar que você elegeu, e reflita sobre que país você quer pra você e seus filhos.

23 comentários:

Relicário disse...

10% JÁ...ASSINO EMBAIXO!!

Camila Fernandes disse...

Assinado! E divulgado, afinal, esse é um tópico de utilidade pública que todo mundo deveria compartilhar.

Isabel disse...

Não sei se vc, Lola, ou qualquer um das(os) leitoras(es) do blog viu este absurdo, mas fica aí o link para quem quiser conferir: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,projeto-de-lei-cria-bolsa-estupro-para-evitar-que-mulheres-abortem,95241,0.htm

Alex disse...

Acho que este e-mail que mandei a um amigo há um tempo atrás serve pra mostrar a importância de se investir mais em educação:


Acho que escrever é a minha maior vocação. Coloca-me sob uma espécie de transe mediúnico, só que da minha própria alma (quem sabe sob a inspiração de outras?, o que é provável).

Tenho vontade de estudar Letras. Acho que gostaria muito. Me ajudaria a lapidar minha sensibilidade e a minha aptidão pra escrever.

Sobre educação, Henrique me conta cada coisa triste. Um dia desses uma aluna dele estava toda jururu. Ele foi conversar com ela pra descobrir por quê, e a menina disse que era porque a mãe dela tinha sido presa.

As prisões na família, de pais, mães, irmãos e irmãs são extremamente quotidianas. E por crimes graves, como homicídios, latrocínios, tráfico de drogas...

Os meninos ou meninas da classe média ficam tristes porque não ganharam um i-Pad 2 de 64 giga, ou o celular de última geração. As crianças mais pobres ficam tristes por outras razões, bem mais dramáticas.

E são meninos e meninas que se sexualizam muito cedo. Meninas de 10, 11 anos dando mais do que chuchu na serra, e pra meninos pouco mais velhos que elas.

Pré-adolescentes ou adolescentes grávidas são a coisa mais comum.

Quando há reunião de pais, esses se mostram tão brutos e ignorantes quanto os filhos. Portam-se como bichos, na fala e nos modos. São uma triste visão daquilo que as crianças se tornarão num futuro não muito distante.

Mudar essa realidade só com escolas em tempo integral com atendimento multidisciplinar. Professores, médicos, dentistas, assistentes sociais, psicólogos, educadores físicos, todos trabalhando num mesmo lugar em benefício das crianças.

As famílias desestruturadas em que essas crianças vivem pouco podem contribuir pra formação delas, já que a formação de todos (pais, mães, outros parentes, amigos, vizinhos, da rua, do bairro inteiro) foi ausente ou muito precária.

A escola tem que ensinar tudo, do escovar os dentes até o se comportar a uma mesa. Um mínimo de disciplina em filas e no convívio das crianças entre si e com o mundo extraescolar.

A etiqueta, um mínimo de urbanidade - tudo. Tudo mesmo.

Nesse ambiente de tanta ignorância não pode haver dever de casa: as dúvidas têm que ser tiradas na própria escola, porque os pais não têm como ensinar nada aos filhos, daí a importância da educação em tempo integral.

Em vez da CPMF, deveriam criar um tributo só pra educação.

Eu sei que a gente já paga tributo demais, mas sem um esforço extra essa situação não vai melhorar nunca.

Agora mesmo Henrique me relatou uma conversa que teve com a diretora da escola, sobre um menino de 13 anos cuja mãe foi chamada pra conversar com ela por causa do comportamento difícil do filho.

A mulher disse à diretora - com as palavras educadas e suaves que você pode imaginar - que nunca quis ter o menino.

Que ele nasceu apesar de todas as tentativas dela pra abortá-lo (foi porque Deus quis mêêêssmo, segundo a mãe).

Que ela nunca deu um abraço no menino. Que, quando ele nasceu, o leite apodreceu nos peitos dela porque ela nunca amamentou o filho.

A diretora disse a Henrique que o menino vive dizendo que vai se matar ou matar o pai e a mãe.

Ele sofre de transtorno bipolar.

Rejeição dura.

É mole ou quer mais?

Thays M. disse...

gente, nem li o post de hoje ainda, porque tava lendo essa matéria sobre um projeto de lei absurdo. Peço desculpas por trazer algo tão fora do assunto de hoje, mas não dá pra não compartilhar a minha indignação aqui: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,projeto-de-lei-cria-bolsa-estupro-para-evitar-que-mulheres-abortem,95241,0.htm

Camila Fernandes disse...

Como se o grande problema do estupro fosse arrumar dinheiro para criar o filho. Realmente.

Bruno S disse...

Lola,

o investimento em educação deve aumentar sim, da mesma forma como o dinheiro utilizado deve ser bem empregado.

Não basta termos dinheiro se não houver um projeto para educação atrelado.

Sobre a campanha específica, acho a proposta bastante confusa. É para o governo federeal gastar 10% do PIB em educação ou a soma de todas as esferas governamentais? O material de divulgação mistura porcentagem do orçamento com percentagem do PIB. São coisas bem diferentes.

De qualquer forma, visitei esse link da UNESCO (http://www.uis.unesco.org/Education/Pages/education-finance.aspx), que é de onde os valores teriam sido tirados e não está exatamente coerente com o que foi informado.

Inclusive o valor de Botswana é bem alto frente aos demais países africanos.

Pouquíssimos países atingem o 10% do PIB em educação pública. Inclusive os europeus.

Eu tenho um certo a pé com campanha que mistura boa fé das pessoas que contribuem com desonestidade de quem organiza.

Bruno S disse...

Era para ter saído "Eu tenho um certo pé atrás" com campanha que mistura boa fé das pessoas que contribuem com desonestidade de quem organiza.

Mafalda disse...

Lola, só pra lembrar que esses 10% do PIB devem ser investidos em EDUCAÇÃO PÚBLICA! Todos são a favor dos 10% do PIB para a educação, o problema é querer que parte desse dinheiro seja investido em PROUNI e demais programas,que além de não melhorarem a qualidade da educação no Brasil, pagam para empresas como UNIP mercatilizarem a educação! 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA E DE QUALIDADE JÁ! Aí sim as pessoas de baixa renda poderão entrar em uma universidade, mas universidade de qualidade e que não seja voltada aos interesses do mercado!

Mafalda disse...

Lembrando que o governo da Dilma está planejando que os 10% do PIB para educação sejam adiados para 2020!!

Beatriz disse...

Votado e divulgado

Relicário disse...

O Bruno levantou uma questão bem apropriada, há de se saber como de fato é a proposta...

Agora também fiquei com a pulga atrás da orelha :P

Lord Anderson disse...

Concordo com a Mafalda

EDUCAÇÃO PUBLICA E DE QUALIDADE!

Anônimo disse...

Minha vontade era ser professor universitário... Hoje em dia ainda penso em fazer carreira acadêmica, mas em ir pra algum revista, algum jornal, sei lá, qualquer coisa.

Sara disse...

Assinado Lola.

Daní Montper disse...

Já tinha votado, ainda que eles não tenham sabido formular a questão.
Eu acredito no PNE, do jeito que ele está escrito, e para ele ser tirado do papel é necessário um investimento maior nessa área.

Bad Memories, Good topics to write although disse...

Alguém viu isso? http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MWOn32sBK3s#! é tanta merda,e o cara fala fala que não é preconceituoso para a mensagem final ser ''que as crianças vão gostar do bagulho'' tipo QUE? e o numéro de aprovação do vídeo me preocupa e pertuba.A gente tá tão atrasado ainda

Loja Moeggall disse...

"Os melhores alunos do mundo. Não são superdotados. Deram a sorte de estar na melhor escola do país que TEM O MELHOR ENSINO BÁSICO DO PLANETA.

Por fora, a escola não tem nada de mais: 1,3 mil alunos, 35 por classe. Veja o que faz diferença:

A senhora Park tem mestrado em Educação, como a maioria dos professores lá. O karaokê é só um dos recursos educativos. Na sala de aula, tudo o que é preciso para educar com motivação.

São oito horas por dia na escola. Estressante? Não, é divertido, dizem eles.

Todos têm notas acima de oito. O segredo é nunca permitir que o aluno passe um dia sem entender a lição, diz a professora, que ganha o equivalente a R$ 10,5 mil por mês.

É a média na CORÉIA [DO SUL], onde os professores precisam ter curso superior e são atualizados e avaliados a cada dois anos. Se o aluno não aprende, o professor é reprovado.

Tudo isso num país que nos anos 50 estava destruído por uma guerra civil que dividiu a Coréia ao meio, deixou um milhão de mortos e a maior parte da população na miséria. Um em cada três coreanos era analfabeto. Hoje, oito em cada dez chegam à universidade.

==>A virada começou com uma lei que tornou o ensino básico prioridade. Os recursos foram concentrados nos primeiros oito anos de estudo, tornados obrigatórios e gratuitos, como são até hoje. O ensino médio tem 50% de escolas privadas e as faculdades são todas pagas, mesmo as públicas. Bons alunos têm bolsa de estudos e o governo incentiva pesquisas estratégicas.

O fato é que logo depois da reforma da Educação, a economia da Coréia começou a crescer rápido, em média 9% ao ano durante mais de três décadas. E hoje, graças à multidão de cientistas que o país forma todos os anos, a Coréia está pronta para entrar no primeiro mundo, tendo como cartão de visitas uma incrível capacidade de inovação tecnológica. Desde a área de computação até na genética."

o caps lock é meu.


http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coreia-do-sul/educacao-na-coreia-do-sul.php

Liana hc disse...

Tem um documentário do Canal Futura sobre os rumos da educação na Coréia do Sul, seus prós e seus contras.

"No início da década de 60, a Coréia era tão desenvolvida quanto o Afeganistão de hoje, segundo Andreas Schleicher. Se o assunto é superação, pulemos para 2010. Em apenas meio século, este mesmo país se torna um exemplo de desenvolvimento econômico e social. No último PISA, aparece com uma das melhores notas. O programa terá como um dos protagonistas os alunos. Por meio do olhar deles, quem está em casa irá conhecer a rotina de 8 horas na escola, as tarefas de casa, a competição em sala de aula, a rigorosa disciplina e o uso da tecnologia como aliada no aprendizado. Nesse enredo, os professores muito respeitados, bem preparados e avaliados periodicamente também entram em cena, ao lado dos pais. E em especial das mães. Sim, elas têm papel importante na formação dos filhos e costumam visitar a escola de 4 a 5 vezes por ano. Para pagar o reforço escolar, fazem inclusive empréstimos. Tanta dedicação tem um preço alto. Chegam a admitir castigos físicos em sala de aula. Mas até onde se deve ir para melhorar o aprendizado? Será que a Coréia está formando adultos ricos e conscientes em conhecimento? Ou apenas profissionais qualificados e exportando mão de obra?"

Tigra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alberto disse...

O chato é que nenhum dos grandes partidos políticos do país, em geral, não tem interesse em melhorar a educação.

Anônimo disse...

Acho que antes de pensar em aumentar o percentual é necessário fazer um bom uso com o que já possui. Se o valor destinado para educação fosse melhor aproveitado estaríamos numa situação muito melhor.

Luis Felipe disse...

Olá, galera. Eu produzi esses cartazes. O grande problema dessa campanha é que tivemos pouco tempo na internet (as votações físicas aconteceram desde novembro, mas na internet apenas nessa última semana) e eu entrei na reta final tentando aumentar a participação.

De fato os 10%, como o site diz, quem entrou, são para a educação pública.

A maior utilidade da campanha, galera, é trazer o debate, divulgar, comentar, conversar e mostrar para o governo que achamos o que está aí MUITO POUCO.

E sim, temos que lutar contra essa transferência de responsabilidades e de verba pública para universidades privadas que é o PROUNI.

Abraços e muito obrigado para quem contribuiu.

Em especial para Lola, espero que a luta contra o machismo e a homofobia e por mais educação se tornem cada vez mais fortes.
à luta! =)