quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GUEST POST: O PARTO QUE NÃO PERTENCE À MULHER

Em qual parto a mãe mantém contato com o próprio corpo?

No dia da criança, estive em SP para um evento organizado pelo Instituto Alana sobre Criança e Consumo, onde não só pude aprender muito, como também tive o privilégio de conhecer várias mães blogueiras. Entre elas estavam Kalu e Renata, que são algumas das vozes por trás do incrível Mamíferas. Como o excelente nome do blog já indica, elas são árduas defensoras do parto natural, da amamentação prolongada, da maternidade por apego, e de tudo que, num mundo utilitarista e apressado como o nosso, é visto como radical. Pois é, vivemos num país em que dizer que o parto natural é melhor para a mãe e o bebê é visto como radical. Em que o senso comum insiste que o único parto possível é a cesárea. Isso, além de absurdo, vai contra o que recomenda a Organização Mundial de Saúde, que só considera cesárea aceitável em 15% dos casos, e não em 85%, como ocorre no Brasil.
Em agosto eu, q
ue optei por não ser mãe, virei titia pela primeira vez. Meu irmão e minha cunhada insistiram que queriam um parto natural, humanizado. Foi dificílimo -- não pelo parto em si (feito na água), mas pelo desafio em encontrar um médico que tivesse essa mentalidade. Eles passaram por oito médicos e tiveram de peitar o plano de saúde, que não queria pagar o parto natural. Um desses médicos disse a minha cunhada: "Você só precisa se preocupar com o enxoval; o resto, deixa comigo". Tem jeito maior de excluir uma mulher do seu próprio corpo?
É disso que Nanda, qu
e atualmente vive em Maceió e tem seu próprio blog, mas é parte atuante do Mamíferas, fala neste guest post, que publico com grande orgulho. Discutir gravidez e parto e tantas outras coisas mamíferas são definitivamente assuntos feministas, que só não têm mais espaço por aqui porque me falta a experiência. Mas, pessoalmente, apoio todas as causas dessas mães tão "radicais". Aprenda com o post da Nanda (eu aprendi muitão).

Embora não haja consenso na comunidade científica, há fortes evidências de que as sociedades primitivas eram matriarcais. Isso me parece bem óbvio, afinal, as mulheres sempre foram as geradoras de nova vida, e não pareceria tão óbvio o papel dos homens-neandertais nessa reprodução vital. A mentalidade matriarcal sobreviveu muito bem enquanto a raça humana permaneceu nômade, mas foi só ancorar-se em um lugar para que tudo mudasse.

O surgimento da propriedade privada foi uma dessas mudanças, que veio lado-a-lado com o patriarcado. Isso transferiu o papel da mulher -- de líder -- a uma simples perpetuadora dos genes masculinos, para que a propriedade adquirida com tanto esforço não se perdesse nas gerações futuras.

Mas veio uma era, e foi-se uma era, e o homem ainda não controlava a vagina. Ele poderia tomar a mulher para si, enxertá-la de sementes, mas quem gerava e paria continuava sendo a mulher. E o parto continuou cercado da aura feminina: as parteiras eram sempre mulheres (e esse comportamento repete-se nas sociedades tribais não inseridas na cultura majoritária), e homens eram proibidos no momento do parto até muito recentemente.

Até que veio a rainha Vitória da Inglaterra. Provavelmente não a primeira mulher, mas o primeiro registro de um parto em posição de litotomia -- deitada, com as pernas abertas para o médico e o rei serem testemunhas daquilo que os homens por muito tempo foram proibidos de presenciar. Não é preciso ser médico ou blogueira de maternidade para entender que dar à luz deitada dói muito mais, basta um conhecimento prévio sobre como a gravidade funciona. Não à toa, a rainha Vitória também nobilizou o parto com anestesia.

Antes da anestesia, já existia a cesárea. Abrir uma mulher ao meio quando na verdade ela já estava aberta, só que em outro lugar, era visto como medida de última instância -- só praticado em parturientes já mortas, ou prestes a morrer -- já que a cesárea as mataria de qualquer forma. Existe uma história sobre o nascimento de Júlio César ter sido pela via bárbara cirúrgica, e presume-se ser daí a origem do termo cesariana, mas o termo caedare -- cortar -- parece ser uma justificativa mais plausível.

Junta-se seis à meia dúzia: a medicalização do parto e os avanços da ciência, e tem-se uma sociedade cesarista. O homem finalmente conquistara aquele quinhão reservado à fêmea e agora podia ele mesmo tomar conta do serviço. Bastava, para isso, que a mulher se deitasse, se anestesiasse, e se deixasse cortar.

Existe uma falsa ilusão de que a cesariana é uma libertação da mulher das obrigatórias dores do parto. Dores essas, reza a lenda, que Deus presenteou Eva após o Pecado Original: "Multiplicarei as dores de tua gravidez, será na dor que vais parir os teus filhos", disse o bom velhinho. Que o parto é a dor mais excruciante que uma mulher jamais sentirá na vida, é consenso universal. Os filmes mostram, as novelas mostram, sua avó falou e você leu a respeito. Não parecem haver dúvidas de que parir é ajoelhar no milho, e a cesariana são joelheiras.

Isso se reflete na escolha de grande parte das mulheres pela via cirúrgica, já no início de sua primeira gravidez. Como poderia uma mulher que nunca sentiu sequer as dores do trabalho de parto saber que não aguentaria as dores do próprio? Senso-comum. Louvemos a cesária, e não só aqui no Brasil, mas como um fenômeno mundial que cresce a olhos vistos e torna-se um problema de saúde pública.

Mas vamos elucidar um pouco essa cirurgia tão banalizada. WikiPédia diz: “São sucessivamente abertos o tecido subcutâneo e a aponeurose dos músculos reto abdominais, separados os músculos na linha média e abertos o peritônio parietal, o peritônio visceral e a parede uterina. O próximo tempo é a extração do feto, seguida da retirada da placenta e revisão da cavidade uterina. São então suturados os planos anteriormente incisados.” Contando: seis camadas. E esqueceram de mencionar o tecido cutâneo, a própria pele. Ainda soa agradável, se levarmos em consideração que a mulher estará anestesiada do pescoço para baixo.

Tendo em mente que a cesárea é uma cirurgia de grande porte, percebemos que ela não é a solução para a tão temida dor, mas sim um adiamento da mesma. Gostaria muito de ser apresentada a uma mulher que conseguiu passar pelo pós-operatório de uma cesariana sem doses cavalares de analgésico: eu apertaria sua mão com uma chave-inglesa para verificar o funcionamento de seu sistema nervoso.

Eu não sou contra a cesárea, não sou mesmo. Acho um procedimento médico muito importante -- quando necessário. E ele dificilmente é necessário. Mas ele agrada o sistema ao serializar os nascimentos, agrada aos homens, que participam mais do que a mulher em uma cesárea, e agrada à algumas mulheres, que podem procriar sem sentir dor.

E é esse último ponto que incomoda mais: a cesárea como uma opção de via de nascimento, e não como um procedimento médico de emergência. Estamos em um blog feminista, e se eu estou escrevendo aqui, é porque obviamente defendo o direito da mulher ao próprio corpo. Defendo isso com unhas e dentes, tanto que defendo o aborto.

Enxergo como uma questão bem simples: se não quer parir, aborte. E quando eu falo parir, veja bem, eu estou falando do parto normal, vaginal, natural, o nome que você quiser dar (apesar de serem todos diferentes entre si). Quem pare é a mulher, e quem faz a cirurgia, ou a cesariana, é o médico. Parir, como uma questão linguística e sociocultural, é retomar algo que nos foi roubado pelo homem, ao avançarmos tanto em conquista pela emancipação.

Voltando à questão, existem vários motivos pelos quais uma mulher engravida: acidente, desejo e futilidade sendo um resumo básico da questão. Se foi por acidente, apesar de ser proibido por lei e um enorme tabu, o aborto ainda é uma opção -- arriscada, por não ser legalizada -- mas repetida à exaustão. Não abortou? Então deal with it: tem um bebê crescendo dentro de você e agora é ele quem escolhe a hora em que vai sair.

Se você optou por compartilhar seu corpo com o de outro ser -- e vejam bem: eu começo a falar sobre o direito desse outro ser a partir do momento em que ele passou a ser uma escolha da mulher que o carrega -- você não tem o direito de escolher a hora em que ele vai nascer. Existe uma série de fatores biológicos que determinam isso, que convergem para o trabalho de parto e o parto em si.

Considero uma cesariana eletiva mais criminosa do que um aborto -- até porque nem vejo o aborto como crime. E a cesariana eletiva me intriga de sobremaneira: se você não arrancou esse feto quando ele ainda não estava pronto, por que é que o arrancaria antes do tempo anyway, só porque ele teoricamente já estaria apto a sobreviver?

Além de uma série de outras maneiras de aliviar as dores do parto, existe a anestesia, que evoluiu bastante desde o clorofórmio da Rainha Vitória. Claro que a anestesia traz consigo alguns percalços -- como a obrigatória posição de litotomia e consequente episiotomia (corte no períneo), mas dói menos. Se é a busca pelo direito de não sentir dor, a solução é a anestesia, não a cesariana.

E podemos entrar no mérito das histórias escabrosas que foram ouvidas da vizinha da tia-avó, sobre os absurdos oriundos de um parto normal mal-conduzido e/ou na saúde pública. Mas podemos também lembrar que a cesariana seriada é um fenômeno novo na medicina, e não parecem existir muitas pessoas dispostas a estudar os efeitos dela na população (talvez porque quem estude essas coisas sejam médicos, e a maioria dos médicos se beneficia da cultura cesarista).

Se lutamos por direitos da mulher, lutamos também pelo direito de parir. De parir, como um ato de protagonismo da mulher, de recuperação de seu matriarcado e de sua vagina. E essa é uma luta feminista também.

322 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 322 de 322
Anderson Santos disse...

Confesso que por conta de algumas divergências sobre o que é publicado no "Escreva Lola Escreva", após muita discussão com quem discorda ainda mais que eu - e aqui não significa que eu tenha divergência porque sou homem e ponto - acabei por olhar com menos frequência o blog.

Mas, como acompanho os textos da Fernanda no Mamíferas e, confesso, estava sentindo falta de textos mais "militantes" sobre uma causa que ela tanto conhece (por mais que os últimos textos dela por lá sejam também muito bons), não tinha como deixar de ler a contribuição dela ao blog da Lola.

Deixo a dica do livro "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado", do Engels. Apesar de ser um livro escrito por um homem, ele traz o relato histórico sobre as sociedades matriarcais, como se deu a mudança para o patriarcado - ou a permanência do matriarcado em algumas etnias e grupos sociais no final do século XIX, de acordo com estudos antropológicos da época. Tudo numa perspectiva histórica, com as considerações necessárias sobre os movimentos dos tipos de modo de produção que "permitiram" que isso ocorresse.

Parabéns (por mais um) excelente texto!

Anônimo disse...

Lola,é verdade o que a Anna disse.
Acho um basurdo eu não poder fazer uma laqueadura.EU SEI,que não quero ter filhos tanto quanto vc,Lola ou quanto a Anna.Então pq é tão dificil arranjar uma esterilização assim?

Verô! disse...

@Liana e @Denise

Obrigada pelas respostas ;) vou pesquisar mais sobre isso.

Denise disse...

Mas Carolina,

Vamos até supor que ela não esteja em condições psicológicas de um parto normal e queira a cesárea eletiva. Para ela ótimo que decidiu o que quis. Mas e a criança? Ela vai correr mais riscos porque a mamãe não se preparou?
E quanto a classe social eu estou justamente usando a minha para isso. Todas as minhas amigas, e digo com certeza, TODAS, mulheres de curso superior, com bons empregos, com acesso a informação, fizeram cesarianas. Pode uma coisa dessas? Todas tiveram perigo de vida? Estatisticamente impossível. Então quando mulher não tem informação não é só porque não tem acesso. É também por que não quis, teve preguiça, preconceito, etc. E essas eu julgo sim, desculpe se vc não gosta. Eu acho errado a mulher colocar sua própria conveniência antes do bem estar da criança.
Vamos supor que a criança já esteja nascida. Você acharia certo uma mulher que não alimentasse bem o filho porque ela não quer ter o trabalho de cuidar de sua alimentação? Ou deixar o filho pequeno em casa sozinho para ir para a balada? Ou deixar de dar uma boa educação para poder ter dinheiro para viajar? Para mim é tudo a mesma coisa. Primeiro o bem estar da criança, depois a conveniência da mãe. Isso não qu dizer que eu ache que devemos mimar e dar tudo para os filhos. Mas devemos dar o melhor do básico, inclusive uma gravidez e parto saudável.
Desculpes se a interpretei mal, mas foi isso que inferi sobre o que escreveu.
E eu defendo a escolha da mulher em tudo, menos quando ela assume a responsabilidade sobre uma outra vida. Aí a coisa muda.

Denise disse...

Concordo com a Ana também em tudo. Tenho amigas que tiveram que esperar até sei lá quando para conseguir uma laqueadura. Como assim? Quem não quer filho não deve ser obrigado a correr risco de tê-los. Quanto menos gente tendo filhos por "acidente" melhor.
Um absurdo esta falta de escolha.

Nina Levy disse...

Ótimo texto, o tema é muito importante e tem muita informação interessante.

Não tive tempo de ler os comentários, mas, apesar de eu ser totalmente a favor do parto normal e de ter gostado de grande parte do texto, não concordei com algumas colocações.

Eu realmente acho que a mulher tem o direito de escolher, inclusive o direito de escolher a cesariana. Não acho que seja um crime essa escolha. Acho que deve ser evitada. Acho que os números são absurdos pq falta conscientização, uma boa campanha para as gestantes explicando os muitos benefícios do parto normal e uma ação firme dos CRMs para que os médicos parem de empurrar a cesária como o único ou o melhor tipo de parto. Achei muito forçado isso de dizer que quem não quer o parto normal deve abortar.

Também não concordei com a ideia que o texto deixa de que a participação masculina deve ser evitada. Acho que a participação do pai é importante. Acho legal e defendo a presença do pai no parto. O envolvimento do pai é ótimo, é um avanço.

Só queria salientar que sou defensora do parto normal. Mas do parto normal feito num hospital, num ambiente em que, caso ocorra qualquer intercorrência, haja estrutura para uma intervenção. Porque acho mesmo irresponsável e perigoso as radicais que defendem o parto em casa como o melhor, dizendo que a natureza é bela e perfeita e que tudo dará certo, será lindo e maravilhoso, e que antigamente as mulheres só pariam em casa com a ajuda de uma parteira e isso é natural etc. Pois bem, vale lembrar que no tempo das nossas avós não era tão incomum assim morrerem mãe e/ou bebê. E a medicina trouxe diversos avanços, inclusive para tornar um parto seguro. Porque emergências existem, partos podem complicar. Faço questão de deixar bem registrado isso, porque ano passado uma amiga minha e seu marido decidiram ter um parto natural em casa. Pois deu tudo errado, e até o médico que a acompanhava perceber que era grave, chamar a ambulância, a ambulância chegar (no final da tarde de um dia de semana em SP), ela entrar no hospital e realizarem a cesária de emergência, o bebê ficou sem oxigenação no cérebro e teve sequelas gravíssimas e irreversíveis.

Sou defensora do parto normal, feito num ambiente hospitalar. Pretendo um dia ter um filho assim. Mas, se no hospital durante o trabalho de parto ocorrer qualquer problema e o médico disser que será necessária uma cesariana, eu ouvirei o médico, confiarei nele e farei a cirurgia. E, lógico, tentarei não me sentir culpada. Porque acho duro isso de enfiar na cabeça das mulheres que o certo é o parto normal. Porque aquela que tem alguma dificuldade e faz a cesariana se sente errada, culpada, frustrada e "menos mulher". Assim como é péssimo dizer que as mulheres sempre têm leite, sempre podem amamentar. Porque algumas mulheres não conseguem e se cobram, se envergonham, se sentem erradas e, novamente, se sentem menos mulheres que as outras.

Chega de cobrança e pressão em cima das mulheres. Vamos apenas divulgar o qual é o melhor método para a maioria das mulheres e deixar que cada uma escolha seu caminho, sem jogar mais peso e mais culpa para as mulheres.

ana gabardo disse...

@Sem mais nem menos..

Que bacana o sistema aí na Holanda. Parto humanizado mesmo. Quando chegar a minha hora de ser mãe, quero fazer uma parto dentro d'água, como esse:

http://bleubirdvintage.typepad.com/blog/2011/02/gemma-bird-a-birth-story.html

Anônimo disse...

Ok gente, com certeza parto natural é melhor, agora dizer "se não quer parir, aborte", forçou né? Sou a favor da legalização do aborto, mas comparar aborto e cesarea?Por favor! quando um a mulher quer um filho,o objetivo dela é o filho, não a dor supostamente insuportável do parto, quem pode julgar uma mulher por não querer a dor no pacote? Acho um tanto quanto radical a posição da Nanda sim, não por defender o parto normal, mas por julgar dessa maneira quem não o faz, julgue Nanda, eu acredito que você é que está certa defendendo partos naturais sempre que são possíveis,ou seja, na maioria dos casos, mas não diga "se não quer parir, aborte", os objetivos desses atos são bem diferentes, simplesmente não é...comparável, fazer uma cesarea e abortar, não é que um é errado,mais errado, certo, direito de quem faz, e o outro não, é só que...Não são coisas para se comparar...Enfim, essa parte do texto me assustou um pouco, mas a bandeira que a Nanda defende é muito importante, me deu no que pensar,eu ainda não sei se vou querer ser mãe um dia, mas caso decida que sim, a parte da dor do parto não me é nada bem vinda, mas como qualquer outra, sei que cesarea deixa dores por um bom tempo, fora que existem teorias N sobre os males que causa ao bebê, mas esse texto reforçou a ideia de que o desagradabilíssimo (pode ser que a midia e a boca do povo exagere,mas que deve doer de mais, deve) parto normal é a melhor opção.

Lili disse...

A questão do parto não é só da mulher não. A indústria da cesárea está tão enraizada na cultura atual que a mulher não tem o mínimo de informação para fazer escolhas. Ela é induzida pelo médico de que a cesárea é indicada, muitas vezes o próprio profissional inventa qualquer "terror" para assustar a gestante e fazer uma cesárea desnecessária por praticidade, comodismo, dinheiro e convencer a mulher de que foi extremamente necessário. Os convênios alimentam isso, pois pagam muito pouco para o profissional acompanhar um parto normal, ninguém quer ficar 12 horas em um parto para ganhar R$300,00. Quem quer ter um parto natural, se informa, toma conta de suas decisões, de sua vida e de seu corpo. É pedir muito para os profissionais que atendem parto façam o mesmo, e dê a informação para a mulher? Buscar um profissional humanizado é a chave para se conseguir um parto natural, e isso não cai de pára-quedas na sua porta, é uma luta!
A cesárea eletiva vai muito mais além do que a própria dor do parto, pensar somente na dor é egoísmo, pois tem uma vida nascendo. Ele está passando pela primeira etapa de sua pequena vida, da vida de um ser humano, foi ELE quem soltou o hormônio certo avisando que estava maduro. Ele decide. Isso é muito mais além da dor. Os procedimentos e protocolos hospitalares que vêm depois do parto é absurdo! A recepção ao néo-nato é desrespeitosa, desumana. Lutamos para mudar esse cenário. Lutamos para que qualquer mulher possa fazer suas escolhas sabiamente. Para que ela tenha informação, entenda tudo que irá passar e possa escolher quem estará com ela nesse momento.
Um conselho para quem diz ter medo da dor: se previna e não tenha filhos!

Nina Levy disse...

Nossa, eu estou chocada com alguns comentários. Como assim "se vc tem medo da dor não tenha filhos"?

Vocês são pessoas esclarecidas, certo? Sabem, com certeza, que existem pessoas que possuem fobias. Agliofobia é o nome dado ao medo de sentir dor. E vc então está condenando uma pessoa que tenha medo da dor a não ter filhos? Sério isso? Por que vc se sente no direito de condenar alguém? Você é dona de verdades absolutas?

Enfim, eu sou totalmente a favor do parto normal. Mas NUNCA condenaria uma mulher que, por qualquer motivo, fez uma cesariana. Sou a favor de campanhas incentivando e esclarecendo, mas JAMAIS condenando ou culpando. Fico chocada de ver mulheres julgando e condenando mulheres.

E, me perdoem a honestidade, não existe NENHUM estudo que comprove que é um sofrimento para o bebê a cesariana. Isso é uma loucura que vcs estão divulgando. O parto normal é o que ajuda o bebê em alguns pontos, mas a cesariana não prejudica em nada a saúde do bebê. Não entendo como as pessoas querem combater a cultura da cesariana falando mentiras. É aquela coisa de ficar tão cega numa luta que não se incomoda em semear culpa nos outros. Pensem no mal que vcs podem causar em culpar mulheres por não conseguirem ter um parto normal. Vcs acham mesmo legal jogar peso no ombro dos outros? Eu queria ver como seria se alguma de vcs, que estão vindo aqui quase xingando as mulheres que fazem cesarianas, na hora do parto tivessem por qualquer motivo que fazer uma cesariana. Como seria? Vcs entrariam em crise, se matariam? Fala sério, vcs não podem condenar ninguém. Vcs nem têm base científica para isso. É um assunto polêmico em que o único consenso médico é de que o parto normal é melhor para a mãe. Até mesmo sobre ser melhor para o bebê, há controvérsias. Mas vcs estão vindo aqui dizer coisas como "abortem ou não engravidem se não for para ter o parto normal". Isso é MUITA sacanagem com quem não consegue um parto normal. Nossa, estou chocada com vcs. Estão iguaizinhas aquelas fanáticas religiosas. Olha, fanatismo, por qualquer coisa, é doença.

Matheus disse...

Concordo com o que adc e a usuária cujo nome é cheio de números falaram.

Ainda que o parto normal seja considerado o melhor para a mulher, é direito dela escolher a forma como pretende dar à luz. Se ela prefere postergar a dor ou simplesmente acha bonito ter uma cicatriz de cesariana na barriga, assunto dela.

Como a cesariana bem feita não prejudica a saúde do bebê (não existe consenso médico sobre isso, e argumentos de que "médicos lucram com a cesariana, portanto são suspeitos" não valem, porque são os únicos que estudam a fundo o corpo humano, à luz da ciência), ao meu ver a mulher deve ter toda a autonomia para decidir, por qualquer razão que seja.

"A mulher tem que estar bem informada". Sim, concordo, mas quem vai estabelecer o que é "estar bem informado" ou não? Como Mariana falou, a mulher tem o direito decidir com o nível de informação que tiver às mãos.

Quanto a "não quer sofrer a dor do parte, aborte", nem comento, né? Argumento fraco e fundamentalista, no mesmo nível dos que são contrários ao aborto ("não quer engravidar, não faça sexo") e dos que acham que o tratamento contra a AIDS deve ser pago ("se não quisesse contrair a doença, que não fizesse sexo").

Sou contrário ao assédio médico em favor da cesariana, mas considero completamente fora de propósito tentar descaracterizar quem opta - por qualquer razão - pela cesariana.

Quanto ao argumento de "retorno ao matriarcado"... Bom, só prova um desconhecimento do paradigma feminista, que propõe igualdade de gênero, e não uma superioridade social de um gênero/sexo sobre o outro.

E, sim, como alguém que quer ser pai um dia, percebo como fundamental a presença do pai na hora do parto, afinal de contas o bebê certamente não terá sido gerado apenas com o óvulo.

P.S. = Também existem médicAs.

Matheus disse...

Onde se lê "não quer sofrer a dor do partE", favor ler "não quer sofrer a dor do partO".

Giovanni Gouveia disse...

Só um "pequeno" esclarecimento, parto vaginal não é necessariamente um parto natural...

Um parto natural é assim

http://www.partodoprincipio.com.br/marinamaria2.html

Sara disse...

Muitas mulheres como eu simplesmente não conseguem passar por um parto normal, eu até quis muito ter um parto assim, essa foi minha escolha, mas tudo deu errado, e pela insistência do médico em que eu tivesse um parto normal, eu quase morri, e senti muita vontade de processá-lo.
Fiquei com depressão pós parto, traumatizada por um bom tempo.
Alguém falou que as mulheres antigamente morriam nos partos por infecções e falta de higiene adequada, talvez uma parcela delas sim, mas muitas eu creio que não, era simplesmente porque não estavam aptas a dar luz, só as mais fortes conseguiam e passavam pelo parto, mas muitas ficavam com seqüelas.
Talvez seja uma seleção natural, e eu muito provavelmente devo ser um lixo evolucionário, porque tenho certeza que se tivesse nascido no passado, não teria passado por essa seleção.
Mas como estamos no presente, e eu pude optar por viver, e ter filhos, na segunda vez, logo que soube que estava grávida fui a outro médico, falei dos meus problemas e marquei a data para o nascimento da minha segunda filha.
Acho como muitos falaram aqui, uma petulância e desrespeito muito grande de quem pode fazer a escolha de ter um parto normal e levá-la a cabo, se achar superior por isso, talvez no passado realmente essas pessoas pudessem se achar superiores, porque só esse tipo de mulher sobrevivia, mas hoje não é mais assim.
A natureza quer que vc nasça, cresça e se reproduza, depois disso ela só quer descartar vc.
Eu sou totalmente contra a natureza, luto todos os dias contra ela, desde que eu nasci, tomando as minhas primeiras vacinas, depois quando optei pelo parto cesárea, e agora que envelheci e quero fazer reposição hormonal.
Se eu deixasse que a natureza tomasse conta da minha vida, muito provavelmente nem estaria aqui, já teria morrido ainda criança.
Mas minha mãe me deu as vacinas me protegeu o que pode, agora é comigo e vou seguir lutando contra a natureza.

Amanda Lima disse...

@Nina O problema, novamente, não é a cesárea em si, mas algumas particularidades, por exemplo:
*o bebê não está pronto para nascer até que a mulher entre em Trabalho de Parto. Isso é fato médico comprovado. Medicos marcam cesareas a partir de 37 semanas pois 'supõe-se' que os pulmões estejam formados. Aí entra a dúvida , e se não estão? A criança nasce e tem que receber oxigenio e injeção de corticoide, pois não está madura. Para mim, marcar a cesárea antes do trabalho de parto é um crime COM A CRIANÇA.
E ainda não se tem estudos desta pratica, mas os numeros galopantes de crianças com asma, internadas em utineo e outros problemas pulmonares já diz alguma coisa.

Outra coisa, você nunca ouviu um caso de médico que diz assim pra gravida "olha, você terá que fazer uma cesarea por que se não seu bebe vai sofrer, é uma emergencia.". Logicamente a mãe aceita, e o medico marca a cesarea para três dais depois. Peraí, emergencia é na hora, não depois de 3 dias! Isso é o retrato da medicina obstetrica no Brasil, onde os medicos dizem que fazem parto normal e inventam esse tipo de emergencia para 'salvar a criança'.
Com relação a Agliofobia, quem tem simplesmente tera medo de ter filhos, e não do parto, pois tanto o PN quanto o PC doem. Ou ter sete camadas do seu corpo aberto não dói nada?
Sobre os pais. Sim, eles devem participar, mas devem respeitar a escolha da mulher. Eu já vi pais dizendo pra mulher que ela TINHA que fazer cesárea por que ele não iria mais ficar com ela depois de um PN que 'alargasse' o parque de diversões. Nem preciso dizer que ela se separou, teve o PN e vive bem feliz com o filho né? Só que muitas mulheres simplesmente diriam 'claro amor', marcariam a cesárea e acabariam por perder o controle do proprio corpo.
Ou seja, sim, mulher pode decidir, mas deve pensar na criança SIM! Quer cesarea? Ok, entre em TP (não, no começo o que tu sente não é uma dor excruciante e sim uma colica mestrual) e vá para o hospital ter uma cesarea. não será o melhor para o RN, mas já será alguma coisa.

Anônimo disse...

Mulheres diante da difícil luta contra o sistema resolvem colocar na mulher a culpa?

Isso é feminismo?

Isso é o que na verdade, tentativa de colocar o assunto em pauta causando? Num tom sensacionalista a lá "notícias populares"

Que feminismo é esse que aponta o dedo? A culpa não é do sistema?

Sabe a traída que culpa a amante do marido, aquela desclassificada, ao invés do maridão viril?

Triste de ler isso aqui.

Amanda Lima disse...

@denise
a natureza NÃO quer te matar. Simples assim.
Dizer que luta contra ela por que fez vacinas, cesárea e quer reposição hormonal é, no minimo, uma besteira.
Se a natureza fosse tão 'malvada' assim, era bem facil, só lançar uma epidemia tipo a gripe espanhola e pronto, a nossa tão querida globalização faria o serviço de espalha-la antes que os 'deuses' médicos tivessem tempo de encontrar uma cura.

Anônimo disse...

Denise

Eu frisei que caso de emergência TAMBÉM abrange o estado emocional da mãe no momento. Tu acha que uma mulher nervosa, insegura, conseguirá o foco e a tranquilidade necessária para fazer um parto normal? Isso também é risco. A mãe necessita de apoio e tranquilidade, coisas que muitas mulheres não encontram, nem na família, nem na equipe médica. Você sabia que várias mulheres são agredidas verbalmente na sala de parto?

Outro detalhe que passou batido na sua interpretação: uma coisa é motivo fútil, outra é motivo relevante. Um parto forçado NÃO É saudável e humanizado, seja normal, seja cesárea. Deu pra entender agora? Não defendo a cesárea em detrimento do parto normal, como você, erroneamente, interpretou. O que defendo é o parto HUMANIZADO, a mulher recebendo APOIO e SEGURANÇA.

Se, mesmo bem informada, a mulher se sentir mais segura com a cesárea (por algum motivo emocional, cultural, NÃO FÚTIL, como vaidade) e não quiser o parto normal, ela deve ser respeitada, A MENOS QUE a criança corra riscos. O MESMO se aplica ao parto normal. Se a mulher NÃO QUISER DE JEITO NENHUM a cesárea, ela não deve ser forçada (como sabemos que acontece, seja pela família ou pela equipe médica) a passar por uma cirurgia, a não ser que seja NECESSÁRIO.

O que eu defendo é o bem-estar da mulher sim, pois se a mãe está bem, a criança também estará bem. Uma mãe nervosa, receosa, vai conseguir parir saudavelmente? Pode até conseguir, mas isso não é defender o bem-estar da criança.

Dica: leia os textos mais objetivamente, interpretou mal e ainda distorceu tudo o que eu falei. Novamente friso, para que você possa ENTENDER sem distorcer novamente: defendo a HUMANIZAÇÃO da medicina, que os médicos saibam COMO LIDAR com seus pacientes. Deu pra entender?

Andressa disse...

Lola, te "conheço" faz pouco tempo e gosto muito de muitos dos teus posts.
Este guest post vou ter que fazer de conta que não vi, porque achei patético.

Acho que tudo na vida se resume a um direito de escolha. Sei que muita gente não tem acesso a informação e blá blá blá e que muita gente escolha a cesárea mesmo com todas as informações do mundo. Cada um com seus problemas.

Tentar enfiar o que eu acho bom goela abaixo de todos é que não dá... Não quer parir? Faz cesárea. E arque com os riscos e as consequências, ué. Como tudo na vida.

Em tempo, sou a favor do aborto e tive três partos normais.

Anônimo disse...

Chega de cobrança e pressão em cima das mulheres. Vamos apenas divulgar o qual é o melhor método para a maioria das mulheres e deixar que cada uma escolha seu caminho, sem jogar mais peso e mais culpa para as mulheres.[2]

Chega de machismo, chega de culpar a mulher por tudo. O feminismo é incompatível com cobranças e julgamentos. É o ranço machista presente na nossa cultura que faz com que uns se achem no direito de julgar e desmerecer outras como "inferiores", "mães piores", etc.
Eu não vejo diferença em dizer "mãe que fez cesárea é egoísta e menos mãe", de típicas frases como: "foi estuprada pq tava vestida como puta".
É julgar a mulher por seu comportamento e querer que ela sinta culpa eterna pelos seus atos. Atos, repito, só cobrados de mulheres. É incrível como o povo se esquece que o PAI também deve se informar e APOIAR a esposa.

Sara disse...

Mas a natureza ja fez isso Amanda e diversas vezes, nos julgamos tão importantes, mas somos um joguete nas mãos da natureza.
Todos os dias lutamos contra ela, quando não tinhamos meios pra isso, morriamos muito cedo, por volta de 30 anos, eu pelo menos não desprezo os deuses médicos como vc diz, nem a ciência, muitos de nós não estariamos aqui se não fosse por ela.
Eu com certeza não estaria.
Carolina Paiva o que vc falou faz todo o sentido, meu parto foi tão traumatico, que mesmo depois de fazer a cesarea de emergencia, e estando ainda anestesiada, eu juntei todas as forças que eu tive , quando escutei aquele carrinho que carregam os bebes nas maternidades para entrega-los as mães para amamentar chegando na porta do quarto onde eu estava internada, eu consegui me levantar para tentar fechar a porta porque não queria de modo algum ver a criança, minha filha que havia nascido, por causa do sofrimento que eu havia passado estava transtornada, não sei que BENEFICIO do bebe houve no meu caso por terem me feito esperar tanto tempo por uma cesarea.
Se eu fiquei um bom tempo sem nem almenos querer ver minha filha.
Por sorte superei tudo isso, e tenho uma filha maravilhosa e perfeita, talvez se logo no inicio quando viram que eu não conseguia um parto normal, tivessem poupado a mim e a criança pelo que passamos.

Anônimo disse...

Denise (que tem avatar): exatamente, de nada adianta ter parto normal e o mesmo ser traumático, não trazendo benefício algum para o bebê. É a mesma coisa que tomar uma batida nutritiva e comer um hamburguer em seguida...
A mulher, assim que engravida, simplesmente perde o direito de ser humano, de errar, de ter medos e inseguranças. Essa ideia de que a mãe deve ser uma mártir em prol do seu filho, e que se não fizer conforme a cartilha, merece julgamentos, é a pior ideia machista que existe.

Liana hc disse...

Nina

Tem sim estudos provando os riscos para a saúde do bebê. É consenso por ex, os que se relacionam com a anestesia e os problemas respiratórios já que é comum que o bebê que nasça por cirurgia seja prematuro. Tem vários sites oficiais e especializados que possuem links para essas pesquisas. Sério gente, não é nada difícil de achar quando se tem um mínimo de boa vontade e interesse.

Também não gostei de alguns pontos da discussão, criticar algumas escolhas é complicado e normalmente não ajuda em nada, mas ficar negando os riscos da cesarea não ajuda ninguém e também é propagar mentiras, é ser fanática e tenho que dizer muito fácil pois só corrobora a epidemia de cesareas. Qualquer parto envolve riscos para mãe e para o bebê, isto é um fato. Cesarea oferece riscos maiores tanto por ser uma cirurgia quanto pela sua complexidade, isto é outro fato.

Sara disse...

Agora vou falar apenas da minha vivencia, não quero dar conselho nem nada do tipo, eu já vi varias mulheres que ficaram com sequelas de cesarianas mal feitas, mas também conheço um número ainda maior de mulheres com sequelas de parto normal, mas nunca conheci uma só criança que tenha sofrido alguma sequela do parto cesariana, já crianças com doenças seriíssimas que tiveram causa no parto normal sim, conheço varias, quebra dos ossos, problemas neurológicos e outros.

Anônimo disse...

Eu não vejo diferenças entre quem nasceu por parto normal e quem nasceu por cesárea, mas a cesárea é um procedimento cirúrgico, e só deve ser feito cado a gestante não tenha mesmo condições (psicológicas inclusive). A vontade da gestante também deve ser respeitada, a mesma não pode ser forçada a parir do jeito que não quer, a não ser que seja estritamente necessário. A tranquilidade e o apoio são essenciais.

Gabriela de Oliveira - Psicanalista e Educadora Parental disse...

Deixando aqui minha própria experiencia:
fui mãe com 15 anos, gravidez não planejada, claro! Mas por descuido, aconteceu. Desde o começo quis parto normal e a médica sempre disse ser possível. Na hora que a bolsa rompeu, fui pro hospital já sentindo as dores. Chegando lá, após me examinar, a médica percebeu que se fosse fazer parto normal, seria muito arriscado, pelo fato de eu ser nova e não ter o corpo totalmente preparado. Foi na cesárea. Senti as dores sim, mas logo depois veio a anestesia e meu filho nasceu (lindão e forte) 5 horas antes do que seria se tivesse sido normal. A coisa que eu mais queria depois disso, era amamentar na primeira hora, como é recomendado, mas... como fi cesárea, o leite demorou pra descer e a primeira refeição dele foi dada pelas enfermeiras do hospital que simplesmente levaram ele pra amamentar em outro lugar, numa mamadeira. Como era pelo SUS, reclamar não resolveu nada. Queria, no mínimo, que tivessem dado a mamadeira pra ele na minha frente.
Apesar disso tudo, no mesmo dia eu percebi como havia sido melhor mesmo a césarea, pois teve outra moça, nova como eu, que teve o filho em parto normal e o bebe nasceu com problemas por ter ficado preso no canal vaginal.
São casos e casos. Eu tinha pra mim bem claro que queria normal, mas ter ouvido a médica que recomendou a césarea não foi de todo mal. Se eu tiver outro, penso novamente em fazer normal. Espero que aí dê tudo certo.

Obrigada, bjs!

Manuh Doula disse...

ótimo post, só uma ressalva, o primeiro registro de parto recumbente foi de uma rainha francesa, se não muito me engano, esposa de luis XIV.

E pra informar muitas que estão falando mal de parto domiciliar, é em casa, e NÃO sem acompanhamento de qualidade. Com médico/enfermeira obstetra/parteira devidamente estudada [estão fora da lista "parteiras" curiosas, sem estudo]. Aquelas pessoas que sabem identificar problemas e resolvê-los, ou encaminhar ao tempo certo ao hospital mais próximo caso necessário. E obviamente, apenas gestantes de baixo risco podem passar por tal experiência! Não se arriscaria uma mulher que sabidamente tem algum problema e um risco maior de complicações.
Os benefícios de tal escolha estão no ambiente acolhedor e familiar, em não estar em um ambiente estranho, "frio" [de forma subjetiva E objetiva], além de não ter imposta a presença de desconhecidos olhando pra sua menina, não ser obrigada a deitar, não ser submetida desnecessariamente a nenhum tipo de interferência que pode vir a ser maléfica justamente pela falta de necessidade.
Já tive dois partos normais hospitalares, um com e um sem anestesia. Definitivamente, se eu tiver outro filho, será em casa! Apesar de eu ser fresca pra dor [até hoje faço drama por causa de injeção, e não queiram me ver com uma unha encravada] acho que são dores diferentes. Uma dor de dente, unha encravada, dor de cabeça, não vão trazer o maior amor que se pode ter aos meus braços. A Dor do Parto é uma dor que traz alegria! Não é constante, é intervalada, e me faz sentir capaz de exercer plenamente toda a feminilidade que a natureza me deu.

Nina Levy disse...

Liana e Amanda,
O que vcs estão dizendo e todo mundo sabe, é que o parto prematuro é pior para p bebê. Ótimo, ninguém aqui está questionando isso. Mas o parto à termo por cesariana não faz mal para o bebê. Ponto. Então, se estão por aí marcando partos à partir das 37 semanas, vamos lá culpar quem deve ser culpado: os médicos.

Eu sou a favor do parto normal mas COMPLETAMENTE contra esse terrorismo que estão fazendo aqui, culpando as mulheres, como é de praxe.

Vamos combater os médicos que pressionam as mulheres para terem os filhos prematuramente.

Só mais uma coisa, eu nunca vi médico marcando parto com 37 semanas. A menos que tenha algum problema, como eclâmpsia.
E mais uma coisa ainda, eu já vi bebês entrando na 42ª semana de gestação, a mulher não entrar em trabalho de parto, o médico acompanhar todo santo dia até o líquido escurecer e ter que fazer sim uma cesariana, sem que a mulher entrasse em trabalho de parto. E acho irresponsável alguém sugerir que a mulher não deve seguir a orientação do médico, que deve desconfiar dele ou algo parecido. Porque existem casos em que o mais indicado é mesmo que o parto seja realizado antes do término da gestação.

E Amanda, quem tem Algofobia vai escolher o parto que apresente menos dor, que tenha anestesia e analgésico na recuperação, vai escolher a cesariana. Vai ter filhos, sim. Se quiser ter filhos, terá. E quem somos nós para condenar essa mulher, né? Ou vc pode cassar o direito a maternidade dela só pq vc não gosta do método que ela escolheu? Menos.
Sobre homem que impõem um método por um motivo desses, pelamor, né? Não força. Eu falei da participação dos pais no parto. Não falei de casos isolados de babacas que falam merda. Sinceramente, não tem nada a ver esse caso que vc narrou, né?

Eu continuo chocada com esse discurso de fanatismo. De culpar, julgar e condenar.

A campanha tem que ser para esclarecer, incentivar. Não para culpar. Isso não. Chega de culpar as mulheres.

Eu concordo com a @carolinapaiva, esse julgamento que vcs estão fazendo lembra muito, muito mesmo, as pessoas que julgam as roupas, "os modos", dizem que sabem o que é melhor para as mulheres, que elas não têm o direito de escolher...
Isso, sem a menor sombra de dúvida, não é feminismo.

Liana hc disse...

Não, Nina. Tem os riscos da anestesia e dos medicamentos, além dos cortes do procedimento em si, risco de hemorragia, de coagulação, infecções etc. Tudo isso está relacionado DIRETAMENTE à cirurgia, assim como pode acontecer em qualquer outra. TODA cirurgia envolve riscos, é algo inerente. Isto é FATO, ponto. E também sugiro pesquisar sobre os efeitos do coquetel de medicamentos, além da anestesia, sobre o organismo materno e fetal. Aquilo ali não é placebo, não é inócuo, são medicamentos fortíssimos.

Ana Paula Vasconcelos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Paula Vasconcelos disse...

Essa é pra quem ainda não entendeu o que queremos dizer com "risco de prematuridade":

no parto normal, as contrações fazem uma massagem no corpo do bebê, preparando-o para respirar fora da barriga, durante a passagem pela vagina, há uma compressão natural nos pulmões do bebê, expelindo todo o líquido presente em suas vias respiratórias, a ocitocina endógena atravessa a placenta e chega ao cérebro do bebê, fazendo-o "adormecer" e assim precisar de menos oxigênio durante o período de adaptação à vida extra-uterina, e após o nascimento, por alguns minutos, o cordão umbilical continua a pulsar, levando oxigênio ao bebê enquanto ele aprende a respirar sozinho.

Veja bem que na cesárea não há nada disso, além de correr risco de prematuridade em casos de cesárea eletiva que geralmente ocorre por volta das 38 semanas, pois cada bebê se desenvolve em seu próprio ritmo, e o que dá início ao trabalho de parto é justamente a maturidade pulmonar do bebê, ou seja, quando se faz uma cesárea eletiva, o pulmão pode não ter terminado a sua maturação, visto que esta pode ser concluída por volta as 42 semanas de gestação.

ou seja, um bebê considerado "a termo", às 40 semanas, pode ainda assim ser retirado do útero antes do tempo, pq não era o tempo DELE.

=)

Natasha disse...

Oi, Anna!
Na verdade a lei diz que pra decidir por uma laqueadura a mulher deve ter 25 anos OU 2 filhos em qq idade.
Isso porque é um procedimento considerado definitivo, é muito complicado reverter. Acho que talvez se fosse aos 18 ia ter um número muito grande mulheres mudando de idéia depois...

Beijo

Ana Paula Vasconcelos disse...

Gente, em relação à dor do parto:

A dor varia de acordo com o modo que a encaramos. Eu sofro de um problema no sistema nervoso, uma deficiência nas bainhas de mielina, que me faz sentir qualquer dorzinha como se fosse uma dor monstra. sério mesmo. tomo medicamentos fortíssimos por conta disso.

Quando resolvi engravidar e decidi PARIR (pela vagina, pois cesárea nunca poderá ser considerado um tipo de parto), me empoderei, entendi o que são as contrações, e as encarei com tranquilidade. Claro que dói, mas é uma dor saudável, diferente de todas as outras. é uma dor que faz bem ao bebê. E olhem que meu parto foi induzido, ainda aplicaram soro com ocitocina nos momentos finais (essa sim, fez eu perder o controle), mas no momento de expulsão, quando a cabecinha começou a nascer, eu já nem sentia dor, só uma imensa felicidade, e no vídeo dá pra notar bem isso, pois desde o momento que a cabeça de minha filha aparece, eu comecei a sorrir, e assim foi até ela sair completamente.

Acho que muitas mulheres sentem a dor como "escruciante" pq não a entendem, por terem medo, e isso gera o conhecido "dor-medo-tensão-dor", aumentando demais a sensação.

é isso que deve ser combatido. não as cesáreas desmedidas em si, mas a forma como o parto natural é visto pela sociedade. Quando conseguirmos mudar isso, nem precisaremos mais criticar a cesárea, pois, como disse Ric Jones, "escolher a cesárea parecerá a mais tola das decisões" para todas as mulheres.

Denise disse...

Nina, a criança que nasce de cesareana antes de entrar em trabalho de parto também está nascendo antes da hora. As tais 40 semanas são umm número observado no século 18. Já foi demonstrado que este número é apenas uma referencia e não uma lei. A duração das gestações são diferentes. Tudo bem que quando mais perto do fim da gestação melhor, mas o problema é que ninguém sabe quando esse fim é. A única que sabe é a criança.
Quanto a culpar a mulher. Não é uma questão de culpa. É uma questão de responsabilidade. É ter a liberdade de escolher e fazer isso com consciência. Eu sempre fui fesmista e defendi a igualdade, mas com ela vem também a responsabilidade. Se dizer feminista e que os direitos devidos, mas na hora de se tomar decisões, a responsabilidade é dos outros não dá.
É claro que a cultura médica carrega a maior responsabilidade pelo estado cruel da obstetrícia no Brasil, mas a mulher também tem que aceitar participação nisso. Ela foi deixando isso acontecer sem resistência e de uma certa forma se justificando.
E outra. Acho muito interessante saber por que isso não aconteceu em outros países da mesma forma que no Brasil. Nos EUA, a taxa de cesárea é alta, o dobro da OMS, mas existe uma resistência fortíssima. Na Europa a taxa é menos também. Por que?
Enfim, cada uma sabe o que faz com sua vida e com a vida dos filhos. Minha batalha é que a mulher faça informada e pare de se enganar. De novo, é impossível que os 85% das cesarianas no Brasil sejam necessárias.
Quanto ao mal da cesareana desnecessária para a criança, se você estudar a fisiologia do parto vai entender os riscos e problemas tanto psicológicos que a cesareana traz para a criança.

Ana Paula disse...

Tenho a contribuir nesta discussão, que está rendendo muito! Eu sempre tive MUITO medo de dor e nadava com a maré da cultura brasileira de preferir cesárea quando ficasse grávida. Aí eu fiquei grávida. Na primeira consulta com a obstetra disse que preferia cesárea e ela abriu um sorriso: eba! Aí fui ler, me informar. E me dei conta do absurdo que esta cultura cesarista impõe a nós, mulheres brasileiras, nos dias de hoje. Me dei conta de que a gente ACHA que prefere cesárea porque fala-se muito da dor e até mesmo porque os médicos são formados pra terem medo da cesárea. A maior parte das médicas que eu conheço tem pavor de parto normal. Isso não pode ser considerado esclarecimento delas, mas um desvio na formação. Talvez as mulheres que tenham medo de cesárea não leiam meu comentário, porque tem muitos aqui. Mas aconselho a todas se informarem muito antes de partirem pra preferência nacional: cesárea. Quando a gente lê e se informa sobre o parto normal, o medo vai desaparecendo, dando lugar à consideração dos benefícios que ele proporciona. Não vou elencá-los aqui, porque senão via post e porque tem muita gente que pode explicá-los melhor que eu.
Apenas pra contar o fim da minha história: apesar de querer parto normal, não consegui nas duas vezes em que quis. Tive que trocar de médico, porque a maior parte finge que faz parto normal, mas na hora H inventa uma desculpa para cesárea. Mesmo sendo atendida por médicos com discurso completamente favorável a parto normal, eles acabaram me convencendo a fazer cesárea na hora H. Logicamente, é difícil pra nós irmos contra a opinião do médico, né? Vamos nos arriscar e arriscar a vida do bebê? Hoje desconfio que a minha primeira cesárea foi desnecessárea. Fui vítima da nossa cultura e posso afirmar que é muito difícil ter parto normal no Brasil. Este é o ponto da discussão aqui.

Anônimo disse...

Denise, 27 de outubro de 2011 23:21, obrigada pelo educativo e maravilhoso comentário! Eu até usaria para educar e preparar futuras mamães.

Mariposa de Guadalupe disse...

Ai, Lola, não concordo em tudo contigo. Realmente, acompanhei a gravidez da minha cunhada, que queira MUITO ter parto natural e vi a dificuldade de arranjar plano de saúde e médico que tope. E a minha cunhada se recuperou muito bem da cesárea, considerando a sua recusa inicial.
Ao mesmo tempo que sou a favor do parto natural também sou da cesárea, isso pelo mesmo motivo que também sou a favor do aborto: pelo direito de escolha. Não é por que você decidiu ter um filho que TEM a obrigação de ter o filho naturalmente. Eu acho que o receio da dor deve ser respeitado e, sim, você tem o direito de decidir quando seu filho vai nascer. O problema é essa forçação de barra para fazer a cesárea, isso eu acho errado.

Nina Levy disse...

Liana, eu não disse em momento algum que a cesariana não trazia riscos à mãe. Lógico que traz. Lógico que o parto normal é melhor para a mãe. O que eu disse é que não prejudica a saúde do bebê. Que a mulher que, por qualquer motivo, faz a cesariana com a gravidez à termo não é uma megera, egoísta, insensível, menos mãe, pior, incapaz ou algo do gênero. Acho absurdo ler coisas como "se não quer o parto normal, não tenha filhos", acho absurdo a culpa que estão jogando em cima das mães que fazem cesariana por qualquer motivo ao dizerem (erroneamente) que elas estão fazendo mal aos filhos, sendo egoístas e fúteis. Pelamordedeus, né? Não é assim. O corpo é dela, e, a partir do momento que isso não traga nenhum risco ao filho, ela tem o direito de decidir. Mesmo eu, você, e todo mundo sabendo que o melhor é o parto normal, só ela pode dizer o que é melhor para ela. O corpo é dela, os riscos são dela, problema é dela e a decisão é dela. E, mesmo que a gente não queira, existem casos que ,sim, a cesariana é a mais indicada. Jogando essa culpa nas mulheres, todas sofrem, inclusive as que não tem outra opção. Eu fiz estágio num grande hospital de BH e volta e meia atendi mães com uma imensa culpa poor não terem tido parto normal, por não estarem conseguindo amamentar... Tudo porque existem pessoas que, na ânsia de tentar esclarecer, orientar, jogam culpa e vergonha nas pessoas que não seguem o que é considerado o melhor.
Eu realmente não suporto mais ver a culpa que é jogada nas mulheres. Sempre. E a abordagem que eu li aqui, os comentários culpando as mulheres que fazem cesarianas, são acusatórios. Não é assim. Deve-se instruir, esclarecer, divulgar... Mas ninguém tem o direito de culpar, julgar e condenar.

Ana Paula Vasconcelos disse...

Nina, leia isso, por favor:

Essa é pra quem ainda não entendeu o que queremos dizer com "risco de prematuridade":

no parto normal, as contrações fazem uma massagem no corpo do bebê, preparando-o para respirar fora da barriga, durante a passagem pela vagina, há uma compressão natural nos pulmões do bebê, expelindo todo o líquido presente em suas vias respiratórias, a ocitocina endógena atravessa a placenta e chega ao cérebro do bebê, fazendo-o "adormecer" e assim precisar de menos oxigênio durante o período de adaptação à vida extra-uterina, e após o nascimento, por alguns minutos, o cordão umbilical continua a pulsar, levando oxigênio ao bebê enquanto ele aprende a respirar sozinho.

Veja bem que na cesárea não há nada disso, além de correr risco de prematuridade em casos de cesárea eletiva que geralmente ocorre por volta das 38 semanas, pois cada bebê se desenvolve em seu próprio ritmo, e o que dá início ao trabalho de parto é justamente a maturidade pulmonar do bebê, ou seja, quando se faz uma cesárea eletiva, o pulmão pode não ter terminado a sua maturação, visto que esta pode ser concluída por volta as 42 semanas de gestação.

ou seja, um bebê considerado "a termo", às 40 semanas, pode ainda assim ser retirado do útero antes do tempo, pq não era o tempo DELE.

=)

Ana Paula Vasconcelos disse...

Nina,m você não conhece nem a fisiologia do parto, não entende os riscos que a cesariana traz ao bebê, e fala como se fosse totalmente inócuo..

Pois bem, na cesareana, a anestesia, aplicada muitas vezes juntamente com morfina, pode trazer sérios riscos, não só à parturiente, como ao bebê, e o maior de todos é o risco de anafilaxia.

para todas as cirurgias fazemos uma série de exames que apontam o risco cirúrgico, mas pra quê não fazem isso com a cesárea? minha prima teve reação à anestesia e quase morre.. e se a bebê dela também fosse alérgica? sim, pq a medicação atravessa a barreira placentária e atinge o bebê..

Mas você não se informa, e sai falando que não tem risco algum para o bebê.. não fale sem saber, pq você assim informa de maneira errada quem tem tanta preguiça quanto você pra se informar, pesquisar..

Ana Paula Vasconcelos disse...

Nina,

mais um post pra você se informar:


[Doença Pulmonar de Membranas Hialinas, também chamada de SARI do recém-nascido, é uma doença decorrente da imaturidade pulmonar, da caixa torácica e da deficiência de surfactante. Apesar dos avanços tecnológicos e dos cuidados de pré-natal e pós-natal desses RN’s, ainda é alta sua morbimortalidade.

"[...] é uma das causas mais frequentes de insuficiência respiratória do RN (angústia respiratória do RN).

Os fatores predisponentes são prematuridade; sexo masculino; anóxia, (falta de oxigenação) perinatal; história materna de hemorragias, diabetes materno; segundo gemelar; RN anterior afetado; PARTO CESÁREO; hipotermia.

O quadro clínico inclui insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida; dispnéia; aumento progressivo da frequência respiratória; retração esternal importante; tiragem intercostal; cianose central; gemido expiratório; crises de apnéia; palidez; hipotermia; edema e oligúria; hipotensão, hipotonia e hipoatividade."]

Isso não fui eu que falei, tirei de um tratado médico cirúrgico.

Ana Paula Vasconcelos disse...

outro em homenagem à Nina:

* risco de desconforto respiratório
* maior risco de prematuridade fetal, uma vez que as datas de concepção não são precisas e que o amadurecimento varia de um indivíduo pra outro
* risco de morte aumentado em até 10x se comparado ao PN
* risco de cortes acidentais
* probabilidade maior de desmame precoce
* afastamento da mãe por várias horas
* dificuldade de aleitamento
* dificuldade de vínculo com a mãe
* maior risco de internamento na UTI

Denise disse...

Nina,

Concordo que não é produtivo jogar a culpa ou a responsabilidade total nas mulheres. Realmente muitas tentam ir contra o sistema e não conseguem. Mas ao mesmo tempo as mulheres não são completamente isentas da responsabilidade. Eu acho que a maioria não toma conhecimento da situação e em consequência não se prepara para lutar contra a cultura da cesareana. Muitas dessas se enganam e justificam a cesareana. Isso não ajuda em nada, muito pelo contrario, perpetua uma situação ruim. É claro que a cesareana é necessária em alguns casos, mas 85%? Você acha que esse número é justificável?
Eu sofri uma cesareana, depois de horas de trabalho de parto. Eu tive preeclampsia e numeras complicações, inclusive posição pélvica e bloqueio da passagem vaginal. Eu não sinto culpa com isso. Eu sinto pesar de ter tipo necessidade. Eu estou proibida de engravidar de novo, pois meu risco de morte é altíssimo. Mas nada disso muda a minha convicção de que o parto natural é a melhor maneira de se ter um filho. Eu chorei muito r não ter podido ter um, mas não me sinto culpada. Durante o parto eu questionei o medico (que por sinal também não gosta de cesareanas) e a parteira. Todos estavam de acordo. Então o que fazer contra a evidencia? Mas isso é diferente das mulheres que não se informam porque não querem, ou não procuram alternativas, ou não questionam tanto o status que quanto seus médicos. Isso é ser omissa e irresponsável. Uma vez vá lá, a mulher é inexperiente. Mas repetidas vezes? Errar é uma coisa, todo mundo erra, mas persistir no erro?
Eu tenho uma prima que totalmente assume isso. Ela foi levada pela situação na primeira gravidez e sofreu uma cesárea. Aprendeu que tinha que tomar as rédeas da sua saúde e da do filho. Na segunda gravidez ela tentou tudo fazer um parto vaginal. Não conseguiu um medico! Um absurdo. Ela não se sente culpada, mas ela assume que foi omissa e que isso teve consequências.
Eu acho que deve-se ter um equilíbrio. Não se deve tratar as milhões como criminosas, óbvio , mas também não se deve tratá-lãs como coitadinhas e vitimas.

Liana hc disse...

Nina, você leu, mas não entendeu. Esses procedimentos TAMBÉM afetam, direta ou indiretamente, a saúde do BEBÊ, principalmente a medicação, já que uma parte dela vai passar pela placenta e não é aspirina o que eles dão, é um "pouquinho" mais forte que isso. Assim como ele será afetado se a mãe pegar uma infecção ou sofrer hemorragia etc. Mais uma vez: isso também afeta a saúde do bebê. Ele NÃO está completamente isolado do corpo da mãe, o que a afeta pode, ou vai mesmo, afetar o feto em maior ou menor grau. Sem contar os erros médicos que são possíveis em qualquer intervenção cirúrgica, ou na hora de prescrever e ministrar alguma substância e por aí vai. Por tanto a cesariana TÊM efeitos sobre o bebê. Você está insistindo no assunto, acontece que isso é fato provado, vai nesses sites especializados e se informa pois você está bem equivocada. Entenda que são fatos médicos que independem de culpa materna ou do modo como a sociedade lida com o tema.

Insisto para que se pesquise mais sobre a descarga de hormônios que acontece no momento do parto natural, em como eles agem tanto no organismo da mãe quanto do bebê e no modo como os medicamentos agem em ambos.

Por isso que a cirugia deveria ser a última opção, só realmente justificada em casos graves, psicológicos inclusive. No mais, concordo que a mãe deve ser acolhida, informada corretamente e não criticada por todos os lados.

Ana Paula Vasconcelos disse...

Ah, gente, e pra quem ainda acredita erroneamente que parto natural deixa a vagina larga e a mulher com incontinência urinária.

Só pra esclarecer, o que pode provocar um afrouxamento dos tecidos e órgãos do assoalho pélvico e a consequente incontinência nao é o parto, e sim o peso da barriga durante a gestação, e isso ocorre também com cesareadas.

Em relação ao alargamento da vagina: esta se alarga durante o expulsivo do trabalho de parto devido a um hormônio chamado de relaxina, produzido durante a gravidez e principalmente durante o trabalho de parto, pra que ela possa se alargar o suficiente para dar passagem ao bebê. depois do parto, a relaxina deixa de ser produzida e a musculatura vai voltando ao seu tônus natural.

médicos falam besteiras o tempo todo na televisão pq SIM, lucram com a indústria da cesárea.

Denise disse...

Quanto a falta de estudos sobre os malefícios das cesáreas desnecessárias. Realmente existem poucos estudos. Como por exemplo existem poucos estudos sobre os efeitos da epidural na criança. Mas a falta de estudos não significa que a pratica é benéfica. Significa que. Ninguém estou ou está interessado em estudar. E, considerando os custos de estudos desse porte, é meio obvio que realmente não existam. Imagine o problemas se se descobre que a cesárea causa uma serie de problemas? Quantos setores da economia vão perder nessa? Hospitais, médicos, industria farmacêutica, seguradoras de saúde, etc. Gente demais. Então estudos desse tipo não são financiados. Mas, mesmo assim, alguns conseguem aparecer, como por exemplo, o aumento de problemas respiratórios em pessoas nascidas por cesareanas.

Anna disse...

@Natasha
é o que a lei diz, porém NÃO EXISTE médico que faça o procedimento sem que a pessoa tenha filhos. Nenhum deles quer fazer, ainda que isso esteja previsto em lei.
Por maior que seja a legalidade da laqueadura sem filhos após certa idade, você só consegue fazer saindo do país ou com um mandado de segurança.

Você falou MERDA disse...

Você deveria escrever algo com o título ''Como falar muita merda em poucos parágrafos'' ou ''Como demonstrar a minha ignorância com um único assunto''. Eu até gostava de algumas coisas que você escrevia, mas recuso-me a seguir qualquer conselho, dica, ou apenas ler, mais uma vez algo escrito por você, uma pessoa ignorante, preconceituosa, sem cultura e que com toda a certeza do mundo, não é mãe. Boa sorte na sua vida sem graça, sem filho, sem homem, sem nada... você merece!

Liana hc disse...

Alguém falou MERDA.

"Como falar muita merda em um único parágrafo"

Bem, agora que já temos um bom exemplo ninguém pode dizer que não sabe como fazer.

Denise disse...

A gente aqui discutindo um assunto sério e entra troll para atrapalhar. Essa gente não tem o que fazer!!
As vezes não sei como a Lola agüenta...

Nina Levy disse...

Liana, eu já vi em inúmeros sites, inúmeros estudos. Isso NÃO É PROVADO. Provado é que a cesariana antes das 39 semanas faz mal ao bebê. Provado é que o parto normal, por inúmeros motivos, é melhor para a mãe e ajuda o bebê. Mas, não, a cesariana de uma gestação levada à termo não faz mal para o bebê, não o afeta diretamente! A mulher que, por qualquer razão, escolhe a cesariana não é uma megera egoísta, ela não está fazendo mal ao seu bebê. Ela está fazendo o menos indicado de uma forma geral (quem sabe se é ou não o mais indicado para ela é só ela e o médico), ela terá que encarar os riscos de uma cirurgia, a recuperação cirúrgica, mas ela não está fazendo mal ao bebê. Não mesmo. A anestesia usada na cesariana não afeta o bebê. Tanto a peridural quanto a raquidiana não afetam o bebê. Apenas na anestesia geral existe essa possibilidade, mas os partos com anestesia geral só ocorrem em casos extremos. Eu posso te passar trezentos links de pesquisas que provam isso. Eu sinto muito, Liana, mas eu preciso insistir nisso, porque não é verdade. A única medicação que a mulher toma para o parto é a anestesia, depois ela toma medicamentos para a recuperação cirúrgica. Sempre com o cuidado de usarem medicamentos que a mãe possa tomar enquanto amamenta. Ninguém é louco de usar medicamentos que afetem o bebê. O bebê não é prejudicado pela mãe. A menos que nasça prematuramente.

Ana Paula Vasconcelos disse...

Gente, desistam..

A Nina quer permanecer na ignorância, talvez pra justificar de antemão a cesareana a qual ela porventura recorrerá..

Ela ainda não entendeu que os médicos não estão nem um pouco preocupados com o que é melhor pra mãe ou para o bebê, apenas com o que é melhor pra eles..

Ela NÃO QUER entender que a cesárea traz riscos diversos para o bebê, talvez pq ela não quer se sentir culpada quando se submeter a uma..

Uma pena, pois quem sofrerá as consequências será um bebê indefeso, mas que podemos nó fazer? Se ela quer que seja assim, que seja..

vejam que em momento algum ela contra argumentou os meus posts, acredito que ela simplesmente não tenha argumentos, pq ainda não pesquisou sobre o que escrevi..

Mas quero lembrar que tirei de um tratado médico cirúrgico sore a doença pulmonar de membranas hialinas, e se ela quiser, dou o nome do tratado, da editora.. E lá ela poderá constatar.. mas acho que ela não vai querer.

Infelizmente ainda há muitas mulheres assim, que preferem permanecer na ignorância, para tirar de suas mãos o poder de decisão e da responsabilidade.

Claro, em uma cesárea, se acontecer qualquer coisa, poderá culpar o médico...

Triste, mas verdadeiro..

Nina Levy disse...

Ana Paula Vasconcelos:

Não fala bobagem. Você é vidente, fofa? Acho que não, né? Eu pretendo fazer parto normal. Mas, vou te falar, com seu nível (baixo) de argumentação... Aff. Você age como uma fanática. Eu tenho pavor de fanatismo, porque quase sempre é acompanhado de estreitamento mental.

Querida, eu não pretendo fazer cesariana. Peço a Deus para que não seja necessário. Mas se for, tenha certeza que farei. A última pessoa que eu tive contato direito que, assim como você, era fanática por parto natural, teve uma complicação no trabalho de parto, demorou para conseguir chegar ao Hospital e, semana passada, eu estava com essa pessoa buscando o carrinho especial que ela teve que fazer para seu filho de uma ano e meio, um carrinho próprio para uma criança que tera´necessidades especiais por toda a vida, porque, infelizmente, fanatismo leva as pessoas a decisões erradas e o filho dela entrou em sofrimento fetal, faltou oxigenação no cérebro.
Lógico que o caso da minha amiga não me influencia a fazer cesariana. Ele apenas serve de alerta para que as pessoas não percam o bom senso e façam seus partos em ambiente horpitalares sempre que possível.

Mas, mesmo te achando uma irresponsável por defender o parto em casa, correndo riscos que são sérios, riscos (estes sim) que envolvem o bebê, não te condeno. Porque acredito no direito de escolha. Você é livre para fazer a merda que quiser, então não tente cercear o direito de escolha dos outros. Ao menos as mães que optam pela cesariana não colocam em risco a saúde do bebê, como as que optam pelo parto em casa fazem.

Nina Levy disse...

Em tempo: Eu sou formada em psicologia pela UFMG, tenho mestrado e estou terminando o doutorado. E, pense bem, a ignorante não sou eu. Ignorância é ter preconceitos, uma visão beeeeeeem estreita, culpar, julgar, condenar. E, na ausência de argumentos, acusar e pressupor. Esse seu fervor excessivo e persistente, querida, é fanatismo. É doença.

Sara disse...

Nina onde eu assino rrrsssss

Sara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Paula Vasconcelos disse...

Nina,

Você tá me acusando do mesmo pecado seu.. está sendo preconceituosa com quem tenta explicar a verdade por trás da indústria cesarista... leia bem meus comentários anteriores que você vai ver bem que eu não sou contra a cesárea necessária, mas contra o que se prega sobre o parto normal. não julgo quem optou por cesárea, apenas busco esclarecer os reais riscos que ela oferece à mãe e AO BEBÊ.

acho que você não os leu, e por isso não me entendeu, e foi justamente por isso que te provoquei assim..

não quero te ofender, fiz isso só pra te cutucar mesmo (desculpa por isso). não te conheço, mas gostaria do fundo do coração que entendesses o que quero dizer.

Pessoas com opiniões fortes geralmente são as melhores em caráter (te achei opiniosa demais, hehe) então peço que leias o que escrevi em meu blog no post http://partocomamor.blogspot.com/2011/10/orquestra-suave.html, sério, vale a pena (para alguns).

Quis te provocar, e consegui, pq no teu lugar me sentiria provocada também, mas juro que é com boa intenção, tá?

beijos

=)

Ana Paula Vasconcelos disse...

tem gente que gosta de ver o circo pegar fofo, né denise?

hehehe

=D

Ana Paula Vasconcelos disse...

Só uma perguntinha, Nina..

Quando foi que eu falei de "parto em casa"?

Acho que leste de outra Ana Paula e tás achando que fui eu... acontece..

Eu falei de parto visto como algo bom, como um processo fisiológico que faz bem ao bebê, mas não lembro de ter falado nada sobre parto domiciliar..

Só esclarecendo: eu não sou fanática e nem tenho preconceito com relação à cesareana. Ela é uma cirurgia linda e salvadora, quando há necessidades dela. Talvez ela tivesse realmente salvado o bebê de sua amiga. Só defendo que as mulheres devam ser verdadeiramente informadas sobre os riscos de ela ser aplicada sem motivo, entende?

Eu nunca disse que quem se submete à cesárea é uma irresponsável, é má, péssima mãe ou mulher sem caráter.. nunca disse isso. não posso dizer pq não é o que penso.

Sara disse...

Não é não querida Ana Paula, é que compartilho das opiniões da Nina integralmente.

bruna disse...

Lola, o seu blog me faz pensar sobre muitas coisas, e isso é tão bom! Depois de ler esse post, decidi buscar mais informações sobre o parto normal e a cesárea.

Até então eu SEMPRE acreditei que a cesárea fosse o mais seguro para o bebê, apesar de ser mais complicado para a mãe. Eu pensava que quando tivesse filhos seria por cesárea sem pestanejar...mas eu resolvi me informar e percebi que é completamente o oposto!

Li todos os comentários, pois achei a discussão muito interessante! Aprendi muito e fui pesquisar mais ainda! Não quero ser moralista, mas ser mãe é algo superior,e exige sim uma grande mudança. Vejo muitas mulheres comentando e, ofendidas, defendendo a sua "escolha", seja de cesárea ou PN, sob o argumento de que o "o corpo é meu e eu faço o que eu quero: não me julguem".

Sim, o corpo é da mulher e só cabe a ela decidir o que irá fazer, por isso temos a opção de engravidar ou não (por isso a necessidade de um eventual aborto).

Mas a partir do momento que a mulher decide ser mãe, e o homem decide ser pai, suas vidas mudam completamente, pois a maternidade/paternidade é algo extremamente altruísta, um amor incondicional, que dificilmente sentimos por outras pessoas, ou seja, não estamos acostumados a pensar mais em outra pessoa do que em nós mesmos.

Eu sei, é uma ideia super cristã, mas é boa. Se todos (homens e mulheres) pensassem mais nos outros do que a si próprios o mundo seria bem melhor, mais justo!

Não condeno ninguém que decidiu não ter filhos. Ao contrário, acho uma decisão muito sensata e responsável, e, acima de tudo, madura. Filhos exigem MUITO, sob vários aspectos, e existem pessoas que tem a coragem de reconhecer que não poderiam suportar todas essas exigências. Isso é maravilhoso, pois há outras formas de ajudar o mundo a ser melhor. Nem todos precisam ser pais/mães.

Mas o que eu vejo, e ficou claro em alguns comentários, é a pressão social para que a mulher tenha filhos (e acredito que exista essa pressão, bem mais leve, claro, em relação aos homens também). Muitas mulheres sequer questionam essa pressão e têm filhos, mas não estão preparadas para serem MÃES, no sentido completo da palavra. E isso dá origem a todas essas desculpas e justificativas para se fazer o que parece ser o mais fácil, mas não o mais saudável, como a cesárea, por exemplo. E o argumento que eu mais li foi: o corpo é meu e eu decido qual procedimento eu farei. Acontece que esse argumento objetifica o bebê, e não leva em consideração suas reais necessidades.

Quem não está pronto para ter filhos, que não tenha. O mundo está cheio de pessoas, há a opção de adotar, de ajudar os sobrinhos, e várias outras. Ninguém PRECISA engravidar, isso é uma opção. Mas se você não está pronta/o para pensar de uma forma altruísta, não seja mãe/pai.

E as que mesmo despreparadas já tiveram seus filhos, não se sintam culpadas ou condenadas, pois o amor também se aprende. E a cesária POR NECESSIDADE não é futilidade.

Para deixar bem claro: eu não sou contra a cesárea necessária. Mas entendi o post e concordo com tudo.

Abraços.

tereh disse...

Quase sempre concordo e aplaudo o que você escreve pela coerência e consistência...
Sou educadora e todos os 7 alunos com Paralisia Cerebral com os quais convivi até hoje, foram decorrência de partos normais ( que poderiam ser evitados caso as mães tivessem oportunidade de acesso ao parto cesáreo). Minha principal questão reside no fato de que há muita desinformação, seja para a mulher com maiores posses, que tem acesso a um bom Plano de saúde e então o médico "decide" pela cesárea, seja para a mulher pobre que quando chega ao SUS não tem também opção e é obrigada a fazer o parto natural. Ambas são vítimas. Tenho um amiga que não tinha convênio médico e aos 42 anos teve um filho de parto natural pois não teve opção. Não teve dilatação nenhuma, o bebê foi retirado com fórceps e quando questionou este fato com o obstetra foi obrigada a ouvir: "Nasceu, não nasceu?" Isto aconteceu no Hospital do Servidor Público de São Paulo.
Imagine em outros locais do Brasil profundo?
O que devemos combater é a desinformação, e a impossibilidade de opção das mulheres sobre qual parto optar.
Tereh

Natasha disse...

Ana Paula, não adianta catar coisa no google e vir encaixar na tua explicação do jeito que tu bem entende, né... Isso acaba botando tudo que tu disseste à prova.

Doença da membrana hialina é doença de prematuro! Prematuro é um nenê com menos de 37 semanas. Não é o caso da escolha da cesárea eletiva. A cesárea eletiva é pra ser quando o bebê já está a termo (37 a 42 semanas é considerado a termo).
O problema pulmonar comum às cesáreas eletivas é a Taquipnéia transitória do RN, que é geralmente uma leve dificuldade respiratória que acontece em geral nas primeiras 24h, enquanto o líquido pulmonar é reabsorvido, com curso auto-limitado e excelente prognóstico.

Ana Paula Vasconcelos disse...

Teteh,

mas você tocou em uma questão muito importante: a assistência. é uma boa assistência que permite que a mulher e o bebê possam estar seguros.

Nesses casos que você citou, o mais indicado era a cesárea, pelo visto, não é? então. o que se combate não é a cesárea a todo custo, mas sim quando ela não é necessária.

Digo e repito: a cesárea é uma cirurgia linda e salvadora, quando é necessária. Se as mães dessas crianças tivessem tido uma boa assistência durante o pré natal e parto, possivelmente essas crianças teriam sido livradas.

"Dentre os fatores potencialmente determinantes de lesão cerebral irreversível, os mais comumente observados são infecções do sistema nervoso, hipóxia (falta de oxigênio) e traumas de crânio."

Nina Levy disse...

Ana Paula,

Eu sou totalmente a favor do parto normal. Acho indiscutível que é o melhor para a mãe na maioria das vezes. O que eu estou desde o início questionando é a postura acusatória que estão tendo com as mulheres que, por qualquer motivo, fazem a opção pela cesariana.
Acho absurdo que digam "se vc não quer o parto normal, não tenha filhos". Oi? Se a medicina evoluiu e hoje as mulheres podem ter filhos através de uma cesariana segura para o bebê, se elas querem ter filhos mas têm problemas físicos ou psicológicos em ter um parto normal, quem tem o direito de condená-las a não ter filhos? Eu queria tanto saber de onde vem essa mania de achar que podem julgar os outros.
Acho absurdo as chamarem de egoístas. O corpo que sofrerá será o delas. Elas é que vão se submeter a um risco (necessário ou não). Elas é que terão que passar pelo pós-operatório.
Todos os estudos que li afirmam que a peridural e raquidiana não afetam o bebê. Esse papo de que elas estão fazendo mal aos filhos não procede. O parto normal ajuda o bebê, mas a cesariana não atrapalha. É um direito delas escolher o melhor método. E, lembre-se, o melhor é relativo. O que é melhor para uma pode não ser para outra.

Eu acho que existe uma indústria da cesariana que deve ser combatida, mas combatida com informação, com campanhas esclarecedoras. E não tirando o direito de opção da mãe. Acho que falta esclarecimento, falta cobrar dos médicos uma postura mais ética, pressionar os planos de saúde e lutar para que as mulheres saibam dos métodos, dos riscos, das vantagens e desvantagens, para que possam então escolher sem medo e sem pressões. E, por favor, sem culpa. Eu cansei de ver mulheres se sentindo piores, inferiores, menos mães, menos mulheres, por não conseguirem realizar o parto normal ou por não conseguirem amamentar. É tanta pressão em cima da mulher que não dá!

Sobre o parto domiciliar, eu realmente me confundi. Me desculpa. Vi algumas mulheres defendendo, e achei que vc era uma delas. Mas, preste atenção: mesmo eu não concordando que o parto domiciliar seja uma boa opção, mesmo achando muito arriscado para mãe e bebê, eu respeito a decisão de cada uma. Sempre. E não culpo as mulheres que, como a minha amiga, ao tomarem essa decisão tiveram um filho com problemas. Não as culpo. Acho que elas fizeram o que acreditavam ser seguro, nenhuma teve intenção de prejudicar o próprio filho.

Liana hc disse...

É, a conversa não vai a lugar algum. Falar sobre riscos e benefícios médicos de cada modalidade de parto é diferente da discussão sobre as cobranças em relação às escolhas da mãe. Ela decidiu misturar as coisas, a parte médica com a social. Típico de quem tem problemas com o assunto, aí a gente fala uma coisa e a pessoa entende outra.

Ana Paula Vasconcelos disse...

Poisé,

Nina. A questão é essa: a imposição dos médicos.

troquei de obstetra pq a primeira riu da minha cara quando disse que teria de parto normal, e ainda disse na minha cara que EU não aguentaria de dor. Quem era ela pra saber se eu aguentaria ou não?

Mas assim, realmente há muita gente que acaba sendo radical ao ponto de dizer "quem quer o melhor pro filho, tem de parto normal, senão não será boa mae", ou até mesmo o que foi citado "se não quer ter parto normal, não engravide". que é o melhor, não há dúvidas. mas e para as mulheres que têm muito medo, que sentem pavor? elas não são obrigadas a viver o nascimento do filho de maneira traumática. até mesmo pq os prejuízos psicológicos que isso pode acarretar podem ser muito maiores que os riscos de uma cesa eletiva.

mas só pra constar: tu sabias que muitos anestesistas aplicam morfina juntamente com a anestesia? Isso é um crime, mas alguns fazem.

Agora, pra moça que não lembro o nome e to com preguiça de voltar pra ver: eu não "googuei". Eu estudei isso na faculdade, inclusive tenho esse tratado médico cirúrgico em casa. e bebê a termo não significa que não corra risco de prematuridade, visto que a maturação pulmonar varia de um bebê para outro, e alguns só estão completamente maduros após as 40 semanas, e é isso que dá o 'start" para o início do trabalho de parto. conheço pá de bebês que nasceram de cesa eletiva com 37, 38 semanas e tiveram que ir pra uti.

Verity disse...

O problema com o raciocínio "qual é o problema de as mulheres não quererem sentir dor?" é que as mulheres estão com um medo irracional de algo que não vivenciaram. Não é a pior dor do mundo, não, se a mulher tiver apoio, puder ficar na posição que escolher, tiver privacidade e confiança em seu próprio corpo. Para muitas mulheres é bem tolerável. Mas a mídia e o senso comum não param de falar que é uma dor horrível. E a defloração? Será que também não é horrível para umas e deliciosa para outras, dependendo do clima, da preparação psicológica? Uma das comentaristas acima disse que o parto faz parte da atividade sexual, e é isso mesmo. É a culminância de um coito. Portanto, nada mais natural que o parto tenha condições parecidas com a relação sexual: tranquilidade, privacidade, sentir-se bem com o próprio corpo, confiar em quem está conosco. Condições bem difíceis de conseguir num hospital, né?, com aquele monte de desconhecidos, gente estranha apalpando a mulher, obrigando-a a ficar deitada, zombando de sua dor, de seu corpo. Aí tem que doer mesmo, é a dor que nasce do medo e da humilhação.

Denise disse...

Bruna,

Gostei demais do que você escreveu. E não acho que a sua sua idéia seja apenas cristã. Todos nós, independente de fé, deveríamos colocar nossos filhos antes dos nossos confortos e desejos pessoais. Ter um filho é tão especial...
Enfim, pena que muitas pessoas no mundo pensem primeiro em si próprias e não na vida que criaram.
E o mais interessante para mim são as mulheres que se revoltam com a objetificação das mulheres em geral,mas não tem problema nenhum em objetificar a criança. Acho contraditório no mínimo.

Natasha disse...

Podem até ter que ter ido pra UTI, mas provavelmente não foi por DMH.
Essa doença é causada por falta de uma substância que mantém os pulmões sem colabar, que se chama surfactante. E ele começa a ser produzido por volta da vigésima semana de vida. Em geral os bebês que tem DMH são bem prematuros.
Não é nada comum (mesmo!) ver em um bebê a termo.
Existem uma série de outros motivos pra um bebê ir pra UTI, mas num bebê com cesárea eletiva esse não está, certamente, entre os mais frenquentes.

Ana Paula Vasconcelos disse...

bem, eu sei o que é surfactante, sei quando ele começa a ser produzido..

e sei também que os pulmões são os últimos a estarem completamente maduros, e é isso que se questiona em uma cesa eletiva, principalmente com 37 e 38 semanas..

Mas se você acha que não existe nada disso, tudo bem..

Natasha disse...

Eu não disse que isso não existe.
Tu deste a entender, pelo teu comentário, que DMH é um problema comum de ocorrer após cesáreas eletivas. Eu só estou dizendo que não é.

Nina Levy disse...

Liana, vou repetir o que vc disse da parte médica:

"Nina, você leu, mas não entendeu. Esses procedimentos TAMBÉM afetam, direta ou indiretamente, a saúde do BEBÊ, principalmente a medicação, já que uma parte dela vai passar pela placenta e não é aspirina o que eles dão, é um "pouquinho" mais forte que isso. Assim como ele será afetado se a mãe pegar uma infecção ou sofrer hemorragia etc. Mais uma vez: isso também afeta a saúde do bebê. Ele NÃO está completamente isolado do corpo da mãe, o que a afeta pode, ou vai mesmo, afetar o feto em maior ou menor grau. Sem contar os erros médicos que são possíveis em qualquer intervenção cirúrgica, ou na hora de prescrever e ministrar alguma substância e por aí vai. Por tanto a cesariana TÊM efeitos sobre o bebê."

1) Medicação: A única medicação que a mulher toma para a cesariana é a anestesia peridural ou raquidiana. Não existe em nenhum site, nenhum link, nenhum estudo, nada que diga que estas anestesias afetem o bebê. Ao contrário, eu vi pelo menos 3 estudo diferentes afirmando que NÃO, ela não afeta. A anestesia que pode afetar, e talvez vc tenha se confundido, é a anestesia geral. Mas anestesia geral só é aplicada em raríssimos casos.

2) Ele será afetado se a mãe pegar uma infecção ou sofrer uma hemorragia? Oi? Teria que ser a infecção mais rápida da história da medicina, com uma evolução fulminante para conseguir atingir o bebê antes do nascimento. Já pensou? E no caso de hemorragia, bem, ela teria que ter começado antes mesmo do início do parto para afetar o bebê. Porque não daria tempo de uma hemorragia causada pela cesariana afetar o bebê.

3) As medicações do pós-parto existem, mas não atrapalham a amamentação, não afetam o bebê.

4) Erros médico ocorrem, infelizmente, em partos normais também. E com muito mais chance de consequencias devastadoras para o bebê. Porque na cesariana quase sempre consegue se salvar o bebê, já no parto normal é mais difícil.

Ou seja, apesar de eu, você, e todo mundo saber que o parto normal é melhor, traz mais vantagens, a mulher que faz a opção pela cesariana não está fazendo mal ao seu bebê. Vamos usar uma argumentação verdadeira. É melhor para a mãe, os riscos são menores, a recuperação é mais rápida... E ajuda no desenvolvimento do bebê. Mas não vamos inventar que a mãe está fazendo mal ao bebê na cesariana, porque não é verdade.

Liana hc disse...

De novo. Eu não disse que a mãe está fazendo mal ao bebê, que insistência absurda. Falei da parte MÉDICA. Não acusei nenhuma mãe de nada. Nem sei quantas vezes eu já repeti isso e essa é a última.

Feminazi Satânica disse...

É o segundo guest post da Lola que eu não gosto, além disso, nem um pouco.

Sou super a favor do parto humanizado. Acho bonito os conceitos, acho sim que a mulher tem que ter todo o PODER para parir em casa, mas como a ai ai ai disse, "não venham mistificar a cesárea para desmistificar o parto natural".


Fora que o discurso que diz "se não quer ter dores de parto que não seja mãe" segue a mesma linha de raciocínio do discurso que prega a "mãe perfeita, natural, que está cumprindo sua maior missão como mulher, que amamenta seus filhos, cuida da prole, faz o ninho. o ápice como mulher". Aí aquela gestante que passou 9 meses sonhando com o parto humanizado, com a maior expressão na vida do que é ser mulher, blablabla, não pode ter parto natural na hora H e tem que fazer uma cesárea. No final a mulher fica se achando um lixo como mãe, afinal é melhor fazer um aborto do que fazer uma cesárea, não é mesmo?

Já vi algumas defensoras do parto humanizado fazendo afirmações absurdas tb, como "se não quiser parar de trabalhar pra cuidar do filho, é melhor não ser mãe". Muitas defendem um ideal materno extremamente machista, que só afirma um dos papeis sociais pontuados pelo patriarcado para a mulher: "ser mãe, a mulher que não é mãe, não é uma mulher completa".

Vou passar a respeitar essa galerë quando pararem de mistificar as mulheres e as escolhas que elas fazem.

Denise disse...

Nina,

Acho que você não esta sabendo fazer pesquisa. Existem artigos sim que indicam que as drogas usadas tanto na perdural ou na raqui são ruins para os bebes. Não realidade nem se precisa de artigo (embora tenha) para se pensar nisso. A mulher não pode tomar medicação durante a gravidez, mas pode tomar um coquetel de medicamentos na hora do parto. Durante a gravidez afeta o bebe, mas na hora do parto não?
Leia os trabalhos de Yvonne Blackbill. Ela colocou para o FDA, na época, que existiam já em 1979, cerca de 40 artigos sobre as mudanças neurocomportamentais em neonatos que foram observadas depois da administração de anestesias nas mães durante o parto.
Além disso, não existem estudos de longo termo. Ninguém sabe o que acontece no cérebro dessas crianças 5, 10, 20 anos no futuro. Dizer que não acontece nada sem os estudos para provar e assim mesm,o usar as drogas em larga escala é irresponsável.
Qualquer anestésico tem efeitos. Um mais e outros menos. Afinal de contas ninguém esta injetando solução salina, né? E alias, solução salina na veia durante o parto também pode atrapalhar.....

Sara disse...

A foto maior que ilustra esse post é belissima, da vontade de pintar um quadro..

Feminazi Satânica disse...

Fer

Mas o seu tio não está errado. Qual o problema em ser mais prático? Para algumas pessoas, o mais prático é o melhor, e qual o problema?

Em relação a isso:

"Essa coisa de querer que o parto seja rápido, limpo e indolor, esse desejo de praticidade num momento que deveria ser de conexão entre mãe e filho é muito revoltante"

E todos os anos depois do parto com o filho que ela teria? Isso não seria o suficiente para fazer uma conexão profunda e íntima com a criança? Vc acha que para a mãe vai ocorrer uma conexão profunda desse tipo durante um momento de dor ou sofrimento?

Feminazi Satânica disse...

"Dizer que não acontece nada sem os estudos para provar e assim mesm,o usar as drogas em larga escala é irresponsável."

Bem, se não tem estudos provando que faz bem, tbm não estudos provando q faz mal (ou tem mas não são de longo prazo ou o q seja) quer dizer q não dá para falar nem pró nem contra o uso de anestésicos, diferente de como vc terminou a sua linha de argumentação.

Bruna disse...

Sabe o que é mais triste?
Saber que se a mulher fizer salpingotripsia (ligadura) sem autorização do marido, este pode processar os médicos que fizeram esse procedimento - e a causa fica praticamente ganha.

É ou não machismo explícito??

Bruna disse...

Acompanhei a maioria dos comentários.

Uma coisa que eu penso, como estudante a um ano e meio de se formar em medicina numa federal, é que a proporção de cesáreas realmente é surreal.

O parto tem sim que ser HUMANIZADO sempre e NATURAL na medida do possível. Cesárea, só se houver indicação formal! Seja pela saúde da mãe ou do bebê (mãe HIV+ não controlada, necessidade de tratar tumor materno quando a gravidez já encontra-se avançada, eclâmpsia, ausência de dilatação, sofrimento fetal, etc)

Mas acho que, por mais que devamos lutar contra a banalização do parto cirúrgico, é essencial não julgar quem acabou, por indicação ou escolha, fazendo cesárea. Ser mãe é muito mais que parir.
Minha mãe teve a mim e minha irmã por cesáreas, ambas com indicação. Primeiro, quando nasci, não teve dilatação e o cordão umbilical dava três voltas em meu pescoço - de outra maneira, eu não viria ao mundo. Minha irmã nasceu numa época em que poucos obstetras arriscavam tentar parto normal em quem tinha cesareana prévia, mas hoje em dia, sabe-se que não é contra-indicação absoluta.

E minha mãe, que não teve partos naturais, quem não conseguiu amamentar, apesar de não ter realizado esses dois desejos, é uma MÃEZONA. Dessas raras. Mão sozinha ainda por cima, porque dois ex-maridos, dois "pais" nunca ajudaram em nada, nem educação, nem financeiro. E daqui a pouco eu serei médica, graças a uma mãe que sempre deu conta de tudo sozinha (além do meu pai e ex-padastro, ela nunca teve ajuda da família, nem de seus pais- minha avó acha um horror mulher separada - nem dos 9 irmãos). Não que eu ache que minha profissão seja superior a outras, mas convenhamos que o feito da minha genitora é imenso! Tenho um puto orgulho.
E minha irmã é uma mocinha incrível também. Amiga, sensível, família, estudiosa.

Bruna disse...

Mais uma coisa...

Fiquei triste vendo a moça que falou que não gostaria de amamentar nunca...

Quando eu tinha uns 13 anos, pensava assim, sei lá, achava que teria vergonha que vissem meus seios...

Hoje, acho que amamentar é uma das coisas mais lindas! Sério, eu quando atendo bebês com suas mães e elas amamentam, vejo quão forte é o laço e o vínculo. É incrível!!!

Acho que uma das maiores satisfações da minha vida vai ser quado eu amamentar os filhos que terei. Olhar no olho daquela sua cria pequenininha, um pedaço de você, enquanto ele se alimenta de você. Ah, é muito amor!

Max Amaral. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Denise disse...

Então pontinhos,

é sério que vc tomaria remédios sem saber os efeitos colaterais?
Nossa! A indústria farmaceutica deve te adorar.

Anap disse...

Bruna, só uma coisinha:

circular de cordão não impede o parto normal, nem uma, nem duas, nem três..

conheço mulheres que tiveram até mesmo partos domiciliares com 2 e até 3 circulares..

o problema é que os médicos aterrorizam as mulheres, pq os cordões são assassinos, sabe?

Esse que é o grande problema. os médicos usam muita desculpa esfarrapada pra que a mulher aceite e acredite que a cesárea dela é necessária, mesmo não sendo.

Minha mãe não entrou em tp, e em vez de induzir, foi pra faca por não saber do misoprostol ou ocitocina..

Circulares de cordão, falta de dilatação antes de entrar em trabalho de parto (como é que se pode querer que dilate se são as contrações do trabalho de parto que fazem que o colo dilate?), bebê com mais de 3kg (minha filha nasceu com 3,685), e muitas outras coisas são mitos que precisam sim ser derrubados..

mas, sabe? acho que tem gente que força a barra, mesmo. o lance é esclarecer, e não julgar ou culpar.

EU sempre quis amamentar minha filha, sempre, lutei com unhas e dentes por isso, mas este último sábado fui obrigada a parar. e sei que vai ter muita gente que vai me ver dando mamadeira e vai torcer o nariz, pq minha filha é ainda muito novinha e não mama mais... vão me julgar sem nem saber os motivos que me levaram a desmamá-la..

isso que não acho bacana: desmistificar é uma coisa, mas forçar a barra e obrigar, é bem diferente.. ai como eu queria que Ric Jones estivesse nesse debate, ele é sempre ótimo com as palavras..

S. disse...

Vou ter que dizer que não entendo muito bem esse atrito todo aqui nos comentários entra os comentaristas. Acho que 99% do problema é uma questão de conduta da classe médica, que tem sim a responsabilidade de educar os seus pacientes e de promover a melhor escolha para a mãe e para o bebê (seja ela parto normal, com ou sem anestesia, cesárea, o quê for!) de forma independente dos seus interesses pessoais (horário, diferença na tabela de pagamento). Esse é o maior problema.

Parto normal traz riscos e benefícios, a cesárea também. Que cada um tenha o direito de fazer a sua escolha de forma esclarecida, e principalmente que o seu profissional médico tenha a responsabilidade de guiar a mãe nesse processo.

S. disse...

*entra = entre

thaïs disse...

Não vou entrar na questão aborto versus cesária versus parto.

Eu só acho que existem erros graves de argumentação lógica em dizer-se a favor do direito da mulher ao próprio corpo pra, na frase seguinte, afirmar que, se esta mulher não quer sentir a dor do parto, então que aborte. A escolha não é dela? Não é ela quem tem que saber como quer que o filho nasça? Feminismo é isso, é defender o direito de cada uma tem de escolher. Se eu não concordo com a escolha de cada mulher no planeta, acho que quem tem que deal with it sou eu.

Madrasta do Texto Ruim disse...

Olha, Lola, eu também tenho um monte de restrição a esse discurso do "viva o parto natural, abaixo a cesárea", viu?
Primeiro porque as "mamíferas" adoram um discurso do tipo: "eu tive um parto vaginal, portanto sou melhor do que você."
Segundo porque pelo que eu li dos relatos de parto delas a preocupação principal delas é com o raio do "empoderamento" e do "eu vou provar a todo mundo que eu posso e eu vou parir naturalmente, custe o que custar!". Meu medo é que nesse afã de empoderamento muitas vezes elas se esquecem que não é um momento de mostrar força ou poder, mas fazer o tudo para trazer ao mundo um ser vivo e saudável - e se para isso for necessária a intervenção de terceiros e de bisturis, que seja!
Não concordo com essa visão do "parto que não pertence à mulher": eu fiz uma cesárea eletiva, sim senhora. Sabia de todos os riscos que corria, mas optei pela dupla maravilhosa bisturi + anestesia. Essa decisão coube a mim. Se eu quisesse um parto normal, teria até trocado de obstetra se fosse o caso. Mas optei pela cesárea JUNTO COM MINHA MÉDICA. Não me arrependo. Mas também não recomendo, porque sei que esta foi a MINHA opção, pela qual eu decidi pensando no MEU CORPO.
No mais, respeito profundamente toda e qualquer defensora do parto natural/vaginal/normal que souber respeitar a minha decisão pessoal, baseada no que EU quero para o MEU CORPO.
Muitas não entendem isso, e tratam do parto natural como se fosse uma seita religiosa - por definição, machista e que trata o corpo da mulher como propriedade de terceiros (no caso, o bebê).
Bjocas da
Madrasta do Texto Ruim

Alana disse...

Lola, infelizmente, quando se trabalha na saúde, se vê muita merda que acontece em parto normal. Em instituições para pessoas com necessidades especiais, há muitas pessoas com problemas resultantes de um parto normal mal conduzido. Para nossa desgraça, não é coisa do passado, não. Então eu vou dizer que acho natural a preocupação e insistência de alguns médicos na cesária (não quero dizer com isso que a cesária é melhor), mas é claro que a decisão final tem de ser da grávida (ela que vai demorar mais para se recuperar depois da cesária, afinal....).
Sobre sociedades matriarcais, estudiosos dizem que até a japonesa, que pode ser considerada bastante machista hoje em dia, era matriarcal. :)

Munique disse...

Gostaria que me dessem a referência do paper que diz que 85%dos partos são feitos por cesárea. Na realidade onde vivi (periferia, e que é a realidade da maior parte do Brasil), não vejo confirmação dessa estatística. Inclusive perdemos uma amiga que morreu no parto (no SUS, claro) porque não estavam nem aí pra fazer a cesárea. E minhas primas todas tiveram parto normal porque não tinham condições de pagar cesárea e nem plano de saúde. E isso de 10 ou 5 anos pra cá.

Acho radical dizer "não quer parir, então aborte". Que frase idiota. Se você mesma defende que a mulher tem direito de escolha, de repente passa a dizer que o bebê tem um direito maior (só no parto, né? Antes não). NONSENSE.

Munique disse...

Inclusive acho um absurdo essa coisa de pregarem voltar a fazer parto em casa. Isso funciona pra quem é de classe média alta e tem um plano de saúde que fornece atendimento médico em caso de emergência ou uma UTI móvel que fica na porta de casa. Assim é mole. Botar a mulher pobre pra fazer em casa com parteira é retroceder no tempo e voltar com a mortalidade no parto tão típica do passado.

Munique disse...

Uma grande amiga minha teve bebê nesta quarta, por cesárea. O bebê quis nascer semanas antes, quando ainda não estava pronto. Ela tomou medicamento pra segurar o bebê e repousou semanas. Essa coisa do bebê nascer a hora que quer como se fosse a hora super certa é falado como se fosse uma verdade absoluta.

Acho absurdo médicos fazerem cesárea só pelo dinheiro e induzirem as pacientes(eu mesma não faria, a não ser numa emergência), mas acho extremamente radical a forma como foi colocado no texto. E mais: deu a entender que foi um absurdo a entrada a participação do homem no processo do parto. Nonsense também.

Lili disse...

Nossa minha frase repercutiu por aqui heim, e foi bem distorcida por algumas.... o que disse no post foi: "Um conselho para quem diz TER MEDO DA DOR: se PREVINA e não tenha filhos! "
Isso é algum absurdo?
Quando se escolhe ser mãe, muita coisa vem agregada nisso. Pensar só no enxoval é uma coisa bem fútil para quem quer gerar, criar uma criança e entrega-la á sociedade. Ser mãe vai além da via de parto, mas começa nesse momento.
São escolhas que fazemos na vida, riscos que corremos. Ninguém aqui está acusando e apontando para a mulher que fez a cesárea. A cesárea quando bem indicada, salva vidas! Ela é necessária em casos especiais e não a rodo como está sendo hoje em dia. Isso não sou só eu, a Denise, a Ana Paula e outras que estão dizendo... isso é a mais pura verdade.
http://www.redeandibrasil.org.br/em-pauta/pesquisa-alerta-para-a-banalizacao-da-cesariana-no-brasil/
A maior parte da culpa é do sistema médico sim, mas a mulher tem parte de culpa também, pode ser inconsciente, mas tem. NÃO é coerente optar pela cesárea por medo da dor do parto! Isso além de ser egoísmo dela, por tirar uma criança antes de sua hora, tem a questão ilusória de que a cesárea é indolor. Ela é uma CIRURGIA de grande porte. É uma extração fetal.
A dor vem no pós-parto. É normal uma mãe não conseguir cuidar de seu bebê no momento em que ela precisa estar dedicada, inteira, ela está acamada?Nesse caso ESPECIFICO se algo der errado é fácil culpar o médico, mas e a mãe que não pensou em tudo antes de engravidar? Informação é preciso! É preciso informar essa mulher para que ela possa "ESCOLHER CORRER O RISCO CONSCIENTE. Se algo der errado a culpa é dela também.
Nina, você realmente distorceu o que eu disse. Com essa ânsia de querer discutir o assunto, você não está focada totalmente, e está munida de pré-conceitos. Isso é o que te impede de assimilar as informações. É muito bom questionar para se entender, agora querer discutir fisiologia de parto sem conhecer do assunto é no mínimo estranho. Quero que você entenda que eu JAMAIS disse"quem não quer ter parto normal não tenha filhos" como vc distorceu em um comentário. E ainda continua indignada com isso... OI?
Informação é a base para o começo de qualquer discussão!
Indicação de leitura para quem quer saber mais:
www.amigasdoparto.com.br/
www.partodoprincipio.com.br
http://reflexoesdointernato.files.wordpress.com/2011/10/ocaism.pdf

Mariana Tezini disse...

A Mariana. disse que a maioria dos brasileiros nasce de cesária e maioria não tem problemas decorrentes disso, eu discordo. O abuso da cesariana traz sim, não só a mortalidade da mãe a da criança e inúmeras doenças físicas, como tbém marcas psíquicas: como pessoas que acham que esse é o modo normal de nascer, pessoas que optam por isso por medo da dor (ainda que isso seja uma auto-enganação), bebês que tem seu tempo de maturação desrespeitado, enfim, atitudes visando o lucro e a economia de tempo que tiram a importância de um dos ritos mais importantes da nossa vida: a chegada ao mundo.

Alguém citou nos comentários que se sente incomodada por não poder escolher a laqueadura, mesmo sem ter filhos. Concordo. Acho que a mulher em o direito de escolher se quer ter filhos, se deseja abortar...mas se a opção for por ter filhos, acho que algumas coisas não são passíveis de escolha. Como a Lili disse no comentário acima, ao escolher ter filhos temos que nos dar conta da dor, da entrega e das coisas que temos que repensar na nossa vida, não dá pra ignorar isso escolhendo uma cesária pra fugir da dor ou pra estar com o cabelo feito ou porque nascer pela vagina é mto animalesco e primitivo, em algum momento da maternidade as coisas começam a cair na nossa cabeça, e quanto mais fugimos dela, mais elas nos apavoram, não há maternidade sem dor, sem entrega. Mesmo que essas coisas venham depois em forma de culpa, aí vem os discursos de quem se sente agredida porque a outra disse que parto normal e amamentação exclusiva até seis meses são melhores pro bebê. Então é isso, sim, todas podem escolher, mas depois temo que arcar com as consequências das nossas escolhas. Se não quer amamentar porque quer manter a liberdade e o peito no lugar, tudo bem! Mas depois seja responsável por tudo o que essa escolha significar entre vc e seu filho, e nada de achar que um belo texto como esse está te agredindo ou chamando vc de "menos mãe".
Escolhas...

Anap disse...

Eu tô sem tempo, então só pude postar alguns sites.
pra quem diz que não há prejuízo algum em cesa eletiva:

http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1664502-estudo-anestesia-epidural-complica-amamenta%C3%A7%C3%A3o/

http://mamamiaamamentar.wordpress.com/2009/02/09/cesarea-agendada-os-riscos-que-o-bebe-corre-quando-o-parto-e-marcado-sem-necessidade/

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI21536-10584,00.html

http://www.api.adm.br/smf4/index.php?topic=1010.0

Lili disse...

Mariana, Obrigada pela ajuda na explicação! Adorei o que vc escreveu! =)

Eduardo Marques disse...

Estou chegando meio tarde mas vim só para dizer que sou a favor do parto natural.

Mesmo assim, sou contra o aborto. Aí não é sobre o próprio corpo que a mulher decide, é sobre outra vida.

Anônimo disse...

O autoritarismo de algumas "mamíferas" me lembra de importante lição de Simone de Beauvoir... Ao abordar o tema dos dados biológicos (tamanho, musculatura, funções de gestação e parto) que diferenciam a mulher do homem, frequentemente utilizados para defender a condenação fatal da fêmea humana a uma condição subordinada, afirma a filósofa:

"(...) sendo o corpo instrumento de nosso domínio do mundo, este se apresenta de modo inteiramente diferente segundo seja apreendido de uma maneira ou de outra. (...) Foi dito que a espécie humana era uma antiphisis. A expressão não é inteiramente exata, porquanto o homem não poderia contradizer o dado, mas é na maneira pela qual o assume que lhe constitui a verdade. A Natureza só tem realidade para ele na medida em que é retomada em sua ação: sua própria natureza não constitui exceção. Assim como não é possível medir sua posse do mundo, não é possível medir em abstrato a carga que constitui para a mulher a função geradora: a relação da maternidade com a vida individual é naturalmente regulada nos animais pelo ciclo do cio e das estações: ela é indefinida na mulher, só a sociedade pode decidir dela." (Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo)

Ao defender a conscientização e a possibilidade de escolha da mulher pelo parto normal, luta-se por uma autonomia hoje efetivamente negada à mulher. Por outro lado, a defesa da OBRIGATORIEDADE deste tipo de parto salvo em situações de risco desconsidera a vontade da mulher e sua autonomia sobre o próprio corpo. Como já disse, existe um sem número de motivos que podem levar a mulher a OPTAR pela cesárea, e ninguém tem o direito de substituir pela própria a vontade de uma mulher sobre seu próprio corpo e o momento tão íntimo do parto. O mesmo vale para a criminalização do aborto, a vedação de comportamentos à mulher durante a gravidez, a imposição a alguém da utilização do PRÓPRIO CORPO conforme a vontade de outrem. Presta-se um desserviço ao feminismo ao tentar empurrar goela abaixo das mulheres a velha concepção de maternidade-renúncia, de sacrifício e abdicação da mulher como ideais... A maternidade e a amamentação tornam-se fardos, obrigações, ao invés de escolhas livres. Perpetua-se socialmente a condição desprivilegiada da mulher em relação ao homem, com base em suas características biológicas. Se querem saber, eu lamentaria muito ter como mãe uma pessoa capaz de abdicar da própria autonomia, vivendo por intermédio da "cria", e que exige das outras fêmeas comportamentos semelhantes: como mulher, veria isso como uma desesperadora possibilidade de futuro próprio.

Giovanni Gouveia disse...

Bruna, eu nasci com 50cm, 4Kg, duas circulares de cordão (pescoço e braço) e de parto normal e com mais de 42 semanas. Hoje em dia pouquíssimos médicos deixariam isso acontecer...

Anônimo disse...

Lola, caso te interesse ler a matéria abaixo em www.cnn.com

7 billions reasons to empower women
Ted Turner: As the global population hits 7 billion, it is imperative that women have the ability to time and space their pregnancies through contraception.

Anap disse...

Toma-te, Bruno!!

e o útero da tua mãe não apodreceu pq passaste de 40 semanas,
o cordão não te enforcou e provavelmente
tua mãe não ficou toda frouxa, fazendo xixi nas calças..

pq hoje em dia, tudo isso inventam, mesmo. é como se o útero fosse um lugar praticamente inóspito, e o parto normal é como se fosse uma bomba que pode explodir e matar mãe, filho, e até o médico se ele não sair de perto correndo.. hahaha

Érika Pellegrino disse...

Acho essencial brigar pelo parto humanizado e natural, e acho absurdo o médico escolher a via de parto mais cômoda. Mas acho totalmente surreal não admitir que a cesárea pode ser sim, uma escolha da mulher e exercício de seu protagonismo (de quem tem como pagar, claro, pq no SUS a cesárea é indicação médica) e que se não quer sofrer as dores do parto, que aborte. Muito contraditório, poder optar por um procedimento e pelo outro não.

Natália Schimidt disse...

Recomendo assistir o trailer do documentário O Renascimento do Parto: http://www.youtube.com/watch?v=3B33_hNha_8&feature=share

Francisca disse...

Bacana o post. Acho que a cesária deveria ser uma escolha da mulher, mas se tornou uma imposição na maioria dos casos. Dizem que o príncipe Albert, consorte da Rainha Vitória, não queria que ela fizesse a cesária, mas como era ela quem tinha a coroa e o poder, a rainha nem ligou e fez o que quis.

Essa questão do matriacardo é mesmo bastante controversa. É difícil afirmar que, no passado primitivo, as mulheres detinham efetivamente o poder sobre o grupo. No Brasil, temos muitas famílias em que a mãe ocupa o papel mais proeminente, mesmo quando há a figura paterna, mas isso não faz da nossa uma sociedade menos machista.

A ideia da propriedade individual como anulação do direito comum também é bastante polêmica. Pessoalmente, considero que a divisão do espaço comum não anula o todo. O direito individual de possuir uma casa, por exemplo, um espaço para compartilhar apenas com quem quiser e para viver de acordo com as próprias regras, não é uma afronta ao direito coletivo, mas um marco civilizatório.

Podemos perfeitamente viver numa sociedade construída por todos e para todos, onde cada um tenha o direito de ter seu próprio espaço, suas coisas e viver suas escolhas sem que isso seja visto como uma ofensa aos outros. Ou não podemos?

Cesárea pior que aborto?! Bem, se o aborto for uma escolha, ela deve ser para os dois, a mulher e o homem. Não que os homens vão obrigar mulheres a abortar ou ter o filho, mas se ela vai ter um filho que ele não quer, o homem não pode ser juridicamente obrigado a registrar e assumir a criança. Da minha parte, acho que o aborto é um escolha que nenhuma mulher deveria fazer!

. disse...

Lola,

O matriarcado não faz sentido. Ele nunca existiu!

Veja os primatas! Veja os leões!

O MACHO SEMPRE REINA EM AUTORIDADE

Jéssica disse...

Que lindo Lolinha! A Kalu foi doula da minha irmã, que conseguiu o parto humanizado por um hospital público aqui em Minas Gerais.

Alice disse...

Sei que é um guest post, que não necessariamente reproduz a posição da Lola...
Mas não dá para conciliar direitos reprodutivos com a afirmação de que "o parto não pertence à mulher". Na base, é o mesmo argumento que respalda a criminalização do aborto.
O parto pertence à mulher sim. Exatamente por isso ela tem direito ao parto normal. Os médicos não podem condicioná-la, desinformá-la, forçar a barra para que faça uma cesárea. A mulher tem direito à escolha informada. Dizer que o parto não lhe pertence é também uma forma de totalitarismo e imposição.

Camila Corban disse...

Tava até achando muito legal o post, mas achei super estranho o final. Não entendi muito a relação do aborto com a cesária, e achei muito hipócrita essa visão de "se foda se quiser fazer cesária pois eu sou contra e minha opção que é certa pra mim tem que ser a certa para você". Não entendo um feminismo que tenta impor a opção de algumas mulheres sobre as outras. Se você acha isso melhor, ótimo, se você tomou essa escolha porque julgou ser o melhor para você, ótimo, mas provavelmente essa não vai ser a melhor escolha para todo mundo, deixe que as outras pessoas tomem suas próprias decisões e as respeite. Acho muito mais válido a defesa de uma escolha informada, a defesa da disseminação de conhecimento e informações verdadeiras para que todas as mães possam escolher o que elas acham que será melhor para elas e para o bebê que elas carregam, e que possam se sentir seguras com essa escolha. Que feminismo é esse que considera suas mulheres incapazes de decidir sobre o método de ter seus filhos?

Flavia Penido disse...

Com todo respeito que eu tenho, venho aqui confessar que estou estarrecida com alguns termos desse post.

"Não abortou? Então deal with it: tem um bebê crescendo dentro de você e agora é ele quem escolhe a hora em que vai sair.
Se você optou por compartilhar seu corpo com o de outro ser -- e vejam bem: eu só começo a falar sobre o direito desse outro ser a partir do momento em que ele passou a ser uma escolha da mulher que o carrega -- você não tem o direito de escolher a hora em que ele vai nascer. Existe uma série de fatores biológicos que determinam isso, que convergem para o trabalho de parto e o parto em si."

Como assim eu não posso decidir o que acontece no meu corpo? Quer dizer que eu posso escolher o maior (um aborto) mas não posso escolher o menor (a forma de nascimento)? Eu sou dona do meu nariz pra escolher sair com 150 caras se eu quiser, mas não posso decidir como vai ser o parto do meu filho? Eu posso decidir que o parto será de cócoras, na água, de ponta cabeça, mas não uma cesárera? Que mundo é esse? Que feminismo é esse? Qual é a legitimidade de uma pessoa dizer pra mim o que eu devo e o que eu não devo fazer? Quer dizer que não basta eu decidir colocar um ser humano no mundo, com todas as responsabilidades que isso representa, eu ainda tenho que me submeter às regras de x ou y?

Desculpem, mas o parágrafo que eu transcrevi acima tem exatamente o mesmo argumento que é utilizado para justificar as opiniões contrárias ao aborto: a partir do momento em que tem um ser dentro de você, você não é mais dono das suas escolhas. Alto lá!! É sim!!

O parto é só o início do mais duro, longo e trabalhoso projeto da vida de uma mulher. Eu não pude escolher, tive um filho prematuro aos 6 meses. Mas não acho que ninguém seja menos mãe porque OPTOU (sim, tudo na vida de uma mulher independente pode ser opção) pela cesárea.
E com todo respeito, tô querendo entender qual é a vantagem de sair do jugo do patriarcado para entrar em um jugo igualmente sufocante.

Estou realmente consternada com os termos desse post que é sufocante do início ao fim. Espero que ao menos me dêem o direito de discordância né?

Beijos,

Flavia

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lord Anderson disse...

Hermetica, releia com calma e repare no titulo, Guest post...

Lord Anderson disse...

e alguns dos comentarios tb se puder... ja teve varios sobre isso.

Anônimo disse...

Sou totalmente a favor da legalização do aborto, eu mesma já fiz aborto, mas não estou acreditando que uma feminista diga algo como "melhor abortar do que fazer uma cesárea eletiva". Repito: Como assim, Lola? Eu não sou dona do meu corpo? E se eu quiser fazer cesariana e quiser escolher o dia, se o bebê já estiver preparado? Tive minha única filha de cesariana, porque estava com pré-eclâmpsia, ela nasceu de 7 meses, os médicos resolveram por uma cesariana rápida por conta do risco de morte tanto minha quanto do bebê. Ok. Não foi uma cesariana eletiva, não escolhi fazer cesariana, tampouco escolhi o dia. Mas como assim, a mulher, que é dona de seu corpo, não pode escolher se quer cesariana? Médicos estão abusando disso pra não terem que acordar no meio da noite correndo pra fazer um parto, como meu avô que era médica fazia, tá certo. Mas "melhor abortar do que escolher fazer cesariana eletiva"? Mulher é dona do seu corpo ou não? Escolhe o que é melhor pra si, já que avanços da medicina assim permitem, ou não? Que Ditadura é essa agora, Lola? Ah, nessa discordo profundamente de você. Nem acredito que foi vc quem escreveu isso. Perdão aí, mas essa não dá.

Anônimo disse...

Se a opinião é somente de outra pessoa, se é só um Guest Post e a Lola não o estiver chancelando, peço desculpas pelas críticas. Ou melhor, pela discordância. Mulher deve ter direito a escolher o que quiser. Aborto, parto natural, cesariana no dia que ela quiser (e não no dia que o médico quiser, isso não). Pra mim é isso. Se entendi errado, me perdoem.

Anônimo disse...

Lola, vi vc falando sobre os comentários aqui e perguntando "qual parte do 'guest post' não entenderam"? Olha, eu pensei, de verdade, que um Guest Post fosse sempre algo com o que a dona do blog concordasse plenamente. E peço desculpas se entendi errado, mas não diga que isso é bater palmas pra doido dançar.. Sério, deveria haver um aviso antes sobre se você concorda com o Guest Post, se concorda em termos, se discorda, pq a gente entra rapidamente, tá trabalhando, fazendo outras coisas e dá de cara com um guest post tão longo, cheio de detalhes, que dá a impressão que a parte do "guest" terminou e já é você falando. Desculpe pela burrice, ok? Eu me enganei e fui eu que disse que não acredito que vc escreveu isso. Fiquei triste agora, adoro vc e o que escreve, só estranhei este post, por mais que seja a favor, claro, de parto normal, achei uma coisa muito ditatorial e que fere o direito de escolha das mulheres. Apenas isso.

Loja Moeggall disse...

Hummm, não apredi nada com esse guest post, só fiquei meio atônita com certas declarações e palavras de ordem.

Fiz duas cesárias, uma de emergência (bebê na UTI e talz) e outra com data marcada. Fiquei 15 dias sem andar ereta, fiz corpo mole, reclamei prá tomar aquele maldito banho no dia seguinte à cesária, tomei 30 gotas de novalgina de 6 em 6 horas (dose cavalar???), liguei as trompas na segunda cesária e ressurgi novinha em folha... só ficou uma certa insensibilidade na região da cicatriz, que nem dá prá ver. Amamentei por 2 anos e meio cada filho e não trocaria minhas cesárias por um parto normal demorado (o primeiro me fez passar 6 horas de dor DESNECESSÁRIAS), como as 10hs entre o rompimento da bolsa e o parto cesariano.

Quem não pare em, no máximo, 20 minutos, pode saber que corre um risco tremendo de uma complicação séria durante o parto 'normal' (quantas mulheres e bebês morriam e morrem de parto 'normal'ou por falta de parto mesmo?) da qual a anóxia cerebral no bebê me parece a pior, se este sobreviver...Não queiram ter um filho com paralisia cerebral a título de parir pela vagina a qq custo, pelo amor de Deus.

Prá quem não sabe, a peridural TAMBÉM tem riscos para a saúde, como qq anestesia. Uma cunhada da área médica teve o parto normal a frio e NUNCA MAIS quis ter filho algum.

Parto 'normal' é interessante no Eu Não Sabia que Estava Grávida, rsrs

simone andrea disse...

Texto odioso, pretende MANDAR na mulher e criar culpas, dizendo como DEVE parir: machista. "Se não quer parir, que aborte": faniquito que respeito algum merece. E dizer que, se a mulher resolveu "compartilhar o corpo com outro ser, perde o direito de escolher o momento em que ele vai nascer",é próprio de quem IGNORA que LIBERDADE É DIREITO FUNDAMENTAL DA MULHER, LEIA A CONSTITUIÇÃO! A mulher tem direito ABSOLUTO a um parto com anestesia, assepsia e o máximo de segurança! A nova ditadura do parto natural já está produzindo vítimas fatais, mães e bebês, que precisavam de cesárea! Não é feminista, mas machista, quem vem cheia de prepotência ditando "normas de boa (!?kkk) conduta" para mulheres. O Brasil está perdido com tanto sofisma liberticida, desinformado e infelicitante.

L disse...

"Se você optou por compartilhar seu corpo com o de outro ser (...) você não tem o direito de escolher a hora em que ele vai nascer."


A moça é pro-choice na hora de abortar, mas não é pro-choice na hora de parir!

É bacana mandar a real sobre parto natural e sobre cesárea, mas o corpo CONTINUA SENDO da mulher e ela pare do jeito que bem entender.




Coerência mandou bjs

Poliana Lopez disse...

Estou besta com tantas besteiras que li aqui, comparar a cesarea com um aborto e dizer que a mulher que quer ter um filho mas n ter um parto natural deveria abortar... "Se não quer parir(natural, aborte!" E dizem que estao defendendo o direito da mulher, o direito da mulher e escolher, como eu posso escolher n ter um filho, posso escolher tb como eu quero ter, o jeito que me deixa segura...
Achei muito radical, essa postagem.
Acho que o meu direito é escolher, sempre!!!

Yasmin disse...

Acho legal discutir sobre os tipos de parto e o direito que a mulher tem sobre aaquilo que ocorrerá seu próprio corpo.
Mas achei o tom do texto um pouco agressivo.
A principal luta,na minha opinião, é que todas as mulheres tenham direito a informação REAL dos riscos que ocorrem na cesariana ( e porque não, do parto normal) para poderem escolher de fato. O parto deve ser um assunto discutido a exaustão com a gestante, e a ela devem ser dadas opções de alívio farmacológico e não farmacológico durante o parto, devem ser discutidas as vantagens dos locais e das posiçoes do acontecimento do parto (cócoras, na água, banqueta de parto,quatro apoios etc).Deve ser explicado a gestante as fases do trabalho de parto, para que ela entenda fisiologicamente o que vai acontecer com seu corpo.
Se depois disso a gestante optar pela cesárea, ótimo.Ela foi acolhida,devidamente instruída e fez sua opção.
Mas isso no Brasil é utopia. Muitas mulheres não foram instruídas e acolhidas nos partos e compartilham suas experiências negativas querendo inclusive proteger e ajudar outras mulheres. Boa parte dos médicos, infelizmente, também não fazem a mínima questão de educar em relação ao parto, e prosseguem com o maniqueísmo parto normal do mal X Cesaria do bem porque é mais facil do que lutar contra o sistema.
O buraco é muito mais embaixo. Está implantado na cabeça das brasileiras que tem parto normal é porque e não tem opção ou porque está "inventando moda". Temos medo de ficar " largas",temos medos de nossos bebês ficarem com problemas porque ficaram sem oxigênio.Temos medo de todas as histórias que ouvimos desde pequenas. Perdemos a fé em nossos corpos e no feminino.
Mudar algo que se tornou cultural é um árduo trabalho, de formiguinha.
Então, digo a todas que tiveram um parto normal respeitoso: não julgue quem não teve.Mesmo quem não teve porque não quis. Informe,ajude e empodere o máximo de mulheres e MENINAS sobre assunto.
Só assim teremos chance de mudar o cenario e voltaremos a ter domínio de nossos corpos nesse momento tão sagrado.

Kalhysha (Juliana D. Carbonera Knupp) disse...

Que médico iria querer ficar horas de pé praticando uma cirurgia que pode levar a óbito duas vidas em troca de apenas esperar sair pelo mesmo preço? lol Porque médico ganha por horas de plantão não por procedimento.

«Mais antigas ‹Antigas   201 – 322 de 322   Recentes› Mais recentes»