quarta-feira, 15 de junho de 2011

UM ESCÂNDALO POUCO CONHECIDO

Pouca gente no Brasil acompanhou essa novela escandalosa que foi a candidatura de John Edwards. Eu vi tudo bem de perto, porque estava morando em Detroit em 2007 e 2008, quando os democratas se digladiavam para decidir se seu candidato a presidente seria Obama, Hillary, ou Edwards. Este jovem senador bonitão havia sido o candidato a vice na chapa de John Kerry em 2004, e tinha o mesmo perfil de democrata moderado, branco e do Sul dos outros três presidentes democratas mais recentes. Sua mulher, advogada famosa, que travava uma batalha pessoal contra o câncer, era amada pelo eleitorado. Tanto que, no início de 05, quando Obama era ainda um desconhecido e Hillary contava com altos índices de rejeição, Edwards despontava como o favorito entre os democratas.
Os assessores narram que esse sucesso lhe subiu à cabeça e fez com que sua personalidade mudasse. Tornou-se arrogante e mandão, adorando a fama. Mas ao menos num ponto os assessores estavam tranquilos: Edwards, embora muito assediado pelas mulheres, era esperto o bastante pra não ser seduzido. Ele sabia que não poderia cometer nenhum deslize num país conservador como os EUA, em que Clinton por pouco não perdeu seu mandato por causa de sexo oral. Ainda mais tendo ao lado Elizabeth, uma esposa querida do público, e com câncer.
Mas Edwards se envolveu com Rielle Hunter, uma mulher que prestava serviços para sua campanha, ocupando-se da produção de vídeos. Eles se tornaram inseparáveis, atraindo atenção demais de assessores, que tentaram alertá-lo do risco de um escândalo em sua carreira. Nada foi feito até que Elizabeth conheceu Rielle, percebeu de cara que havia algo entre ela e o marido, e ordenou que Rielle fosse despedida. Mas boatos já haviam vazado, e o estrago estava feito.
O jornal National Enquirer, desses tabloides sensacionalistas vendidos em supermercados, publicou em outubro de 2007 uma matéria que mencionava um email de uma certa assessora dizendo que estava apaixonada por Edwards, mas que era difícil, porque ele era casado e tinha filhos. O comitê conseguiu contornar o escândalo, falando pra mídia mais respeitável que aquela matéria não passava de uma mentira trash de um tablóide. Por incrível que pareça, a história não se espalhou para blogs e jornais sérios, e o pior que ainda se podia dizer de Edwards é que ele andava com um corte de cabelo que custava 400 dólares. A Newsweek até deu capa para o candidato em dezembro, analisando suas possibilidades na corrida. Mas o tablóide sensacionalista atacou novamente. Desta vez o nome de Rielle era mencionado. Havia até uma foto dela e sua gravidez de seis meses. O texto afirmava que ela havia dito a uma amiga que o pai da criança era Edwards.
Como a equipe de Edwards já sabia de antemão da publicação dessa segunda reportagem, apresentou um antigo assessor pessoal do candidato, Andrew Young, que declarou ser o pai da criança de Rielle. Pegou mal: alguns colaboradores lembravam que Andrew havia mencionado ter feito uma vasectomia. Outros perceberam que era só uma questão de tempo para o bafão aparecer com força total, e pensaram no que fazer: deveriam contar pros repórteres? Porque imagina só o que teria acontecido se Edwards tivesse conseguido a indicação e saído candidato a presidente pelo Partido Democrata. John McCain, o candidato republicano, venceria fácil, fácil, assim que o escândalo estourasse.
Enquanto a mídia continuava fechando os olhos pras matérias do National Enquirer e os assessores discutiam sua responsabilidade em dar de bandeja o terceiro mandato consecutivo pros republicanos, a força do candidato Edwards foi se esvaindo. Ele perdeu a preliminar em Iowa e fez uma oferta a Obama: se retiraria da campanha, dando-lhe seu apoio contra Hillary, mas em troca queria a vaga de vice. Obama não topou, porque queria ganhar de Hillary sozinho, sem ajuda.
O bebê de Rielle e Edwards nasceu em fevereiro de 2008. Em julho, o tablóide publicou uma reportagem sobre o senador secretamente visitando a filha. Algumas semanas depois, o Enquirer incluiu uma foto (fora de foco) de Edwards com o bebê no colo. A essa altura, óbvio, Obama não queria mais Edwards nem pra discursar a seu favor na convenção. Numa entrevista para a TV, Edwards desastradamente seguiu mentindo, inclusive para Elizabeth, ao mesmo tempo em que se recusava a fazer o teste de paternidade.
O que já estava ruim foi piorando. Quando finalmente ficou provado que a filha era mesmo de Edwards, Elizabeth entrou com pedido de separação formal. Assessores do senador decidiram contar a história num livro. Rielle ameaçou divulgar um vídeo em que ela e Edwards faziam sexo. E assim a promissora carreira do jovem político chegou ao fim. Em 2009 Edwards foi eleito a figura pública mais desprezível dos EUA, com o dobro de votos de Tiger Woods. Elizabeth morreu no final de 2010.
E agora o Departamento de Justiça americano permitiu que fosse instaurado um processo contra Edwards. A acusação (feita pelo Enquirer anos antes!) é de que ele usou dinheiro da campanha para ora comprar o silêncio da amante, segundo algumas fontes, ora pagar pensão à filha. O futuro parece sombrio pra ele.
O que sempre me chamou a atenção nessa trama toda foi a cumplicidade da mídia. Ok, lógico que Edwards não era conhecido por suas puladas de cerca, ao contrário de Dominique Strauss-Kahn, o ex-chefe do FMI e ex-principal candidato socialista a presidente da França (que foi acobertado pela imprensa francesa por anos a fio), mas muitos jornalistas sabiam do seu adultério. Parece até a nossa imprensa, que soube durante mais de uma década do filho bastardo de FHC, e nunca deu um pio. No caso de Edwards, foi um tablóide desacreditado quem deu o furo de reportagem. Uma coisa é certa: se Edwards tivesse saído candidato, hoje o presidente dos EUA seria McCain ― que, ironicamente, também traiu a esposa, mas foi perdoado.

28 comentários:

Fabiane Lima disse...

Me lembrou isso: http://t.co/YJ9WlhO

Lady Sybylla disse...

Eu acho um tanto bizarro esse interesse pelas aventuras sexuais que os norte-americanos têm pelos políticos. Não isenta seus comportamentos, mas também não acho necessária a exposição.

Quanto ao filho do FHC, quando li a notícia em algum lugar (não lembro onde), fiquei surpresa, pois essa não é a imagem que ele passa de pai-avô-marido-presidente que é vendida. Isso só prova que ninguém conhece ninguém.

Ótimo texto, Lola, como sempre!

Bruno S disse...

Acho interessante nessa história como a blindagem (ou sua tentativa) do senador acabou tornando o assunto maior e mais incômodo.

Provavelmente, se não houvesse toda a tentativa de abafar, o efeito não teria sido tão devastador.

Mari Lee disse...

Dois pontos importantíssimos! 1) por que a vida pessoal das figuras públicas nos interessa, e se (e que tipo de) questões pessoais devem interferir nas decisões políticas, e 2) o papel manipulador da mídia.

A mídia tem sempre interesses por trás do que mostra e deixa de mostrar, mas a maioria das pessoas jamais pensa a respeito disso!

Anônimo disse...

Não entendi esse seu post, Lola. Por que essa interrogação quanto ao silêncio da mídia em alguns casos? Eu acho que esse tipo de coisa nunca deveria virar notícia! Acho esse fetiche da honra entre políticos uma escrotice, só contribui para a nossa ideia torta de família. Um sujeito leva o país a uma crise e a uma guerra com justificativas falsas e tudo bem, mas o outro traiu a esposa e é ameaçada com impeachment. Oi? Prioridades, cadê?

Marissa Rangel-Biddle disse...

Aqui não tem esse negócio de prioridade não, Mateuz, aliás, tem sim, a prioridade é não ter escandalos sexuais na ficha. Como Lola colocou no post, os EUA é muito conservador.

Acabou de sair outro escandalo enterrando mais um candidato - prestigiado etc - Anthony Weiner ( que ironia neste sobrenome, né) foi convidado a se desligar do partido democrata depois que ele foi flagrada distribuindo fotos do penis aí pelos twitters da vida. Em um país conservador, os americanos não veem o Clinton como o garanhão. Eles o veem como alguém que traiu, mentiu e indigno de confiança.

Lola, tu viu que o FHC tem um filho com uma mulher que foi doméstica na casa dele? O menino trabalha acho que no Senado em um emprego bem simples e, a mãe serve café no mesmo local.

Somnia Carvalho disse...

Nossa Lola li este post numa tacada so! como se fosse capitulo de um livro!

eu me lembro sim do escandalo porque na suecia apareceu com maior enfase tambem em alguns jornais na epoca... mas e muito estranho como a figura de um politico, seu presente e seu futuro podem ser decididos a partir de suas vidas particulares. Eu nao sei se acho isso hipocrita ou nao da parte da populacao... se o politico veste a camisa x de convencoes e certas posicoes ele precisa honrar o que diz, por outro lado, ter um affair e algo que pode pegar qualquer um...

deixa eu ir que tem angelo me chamando

Letícia Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Letícia Rodrigues disse...

Não dá pra comparar um caso como esse com o de Strauss-Khan. Adultério e crimes sexuais são coisas bem diferentes.

A postura dos políticos e jornalistas franceses foi de cumplicidade com possíveis abusos de Strauss-Khan. Ele já havia sido acusado de assediar e até atacar outras mulheres antes.

Já em relação a Edwards e FHC, seus casos extra conjugais realmente não eram de interesse do público.

lola aronovich disse...

Fabiane, que link interessante esse que vc mandou! Fiquei com vontade de escrever sobre isso.


Exatamente, Mari: a mídia mostra a vida pessoal de um político quando lhe interessa, e esconde também quando lhe interessa. Nada é por acaso. Por isso, a discussão é mais profunda do que “interessa saber da vida pessoal do candidato?”. É todo um jogo de manipulações. Pra mim, o que mais me fascinou nesse caso do Edwards, além do silêncio da mídia, foi o que poderia ter acontecido se ele tivesse sido o escolhido pra ser o candidato democrata à presidência. O escândalo sexual iria vazar de qualquer jeito, e ele então perderia pro McCain! Pra mim o mais marcante foi isso dos assessores do Edwards discutirem entre si: “E agora, o que a gente faz? A gente conta toda a história pros jornais ou espera que o escândalo estoure, dando de bandeja a presidência pros republicanos?”.

lola aronovich disse...

Mateusz, concordo contigo que há critérios muito mais importantes que a vida pessoal para se votar ou deixar de se votar numa pessoa. Mas não dá pra negar que a vida pessoal tem peso na escolha de um candidato, e não só nos EUA, aqui também... Acho que a mídia precisa ter um código de conduta mais objetivo para decidir se divulga ou não esses casos de adultério. Não deveria ser “Ah, a gente apoia esse candidato, então vamos esconder; mas aquele lá a gente não gosta, então vamos divulgar”. Ou fala da vida pessoal de todos ou de nenhum!


Puxa, Mari, nem acompanhei o caso desse Anthony Weiner. Ah, sabe o que eu acho super interessante no caso do quase impeachment do Clinton? Como isso marcou a carreira da Hillary! Ela não traiu, ela foi traída, e ainda assim todo o caso colou nela pra sempre. Ela tem altos índices de rejeição por ter sido traída... Pra mulheres na política realmente há um outro padrão...

lola aronovich disse...

É, Somninha querida, concordo contigo. Quando um político faz campanha ferrenha contra os gays, por exemplo, e ele é flagrado num banheiro público transando com outro homem, aí acho que o caso interessa sim. Porque contradiz a maior (e única) bandeira eleitoral do cara. Isso já aconteceu N vezes nos EUA... Imagina se flagram o Bolsonaro se relacionando com um homem! Ele perderia boa parte dos seus votos, imagino.


Leticia, concordo: nem dá pra comparar. Strauss-Khan, a que tudo indica, é um estuprador, provavelmente até um serial rapist. Isso é bem diferente de adultério. Mas o caso é que os jornalistas acobertam os crimes e pecados de quem eles gostam, e divulgam de quem não gostam. No caso do Edwards é um pouquinho mais que um adultério, porque é trair uma mulher com câncer, o que pega pior ainda. E agora ele está sendo indiciado pelo crime de usar dinheiro da campanha para fins pessoais, referentes à amante. Agora, quem deve decidir se casos de adultério são ou não de interesse público é... o público, não a mídia. Porque senão fica nessa de falar tudo que podiam da vida pessoal do Lula (na eleição de 89), e tb da da Dilma nas últimas eleições (entrevistando até torturador pra dar depoimento pessoal sobre ela!), mas não tocar na vida pessoal de Collor (quando concorria com Lula) ou FHC. Se é pra falar da vida pessoal de um político, que falem da de todos!

Lálika S. disse...

Oi Lola! Tudo bem? Estou acompanhando seu blog há pouco tempo e adorando! Parabéns pela iniciativa. Então, lembro desse bafo do senador americano. Inclusive, Rielle Hunter deu uma entrevista para Oprah, procurei o link mas não achei. Outro caso de omissão da imprensa norte-americana foi no caso do atentado as torres gêmeas. Uma amiga morava lá na época e pela televisão eles não falavam nada, depois de um tempo que foram confirmar que era realmente um ato de terrorismo. Ela ficou sabendo pela mãe dela aqui do Brasil!

Um beijo!

Somnia Carvalho disse...

ops... voltei para terminar meu raciocinio...

então, acho que qualquer pessoa esta sujeita a se envolver com outra mesmo sendo casada. Nao quer dizer que eu aprove ou nao aprove, mas e normal. O que nao da para aceitar e o cara ter aproveitado de sua posicao para subornar ou para omitir fatos... Isso e muito pior e isso sim e motivo de perder-se a confianca e a fe no politico e na pessoa...

Adriana disse...

O puritanismo americano me irrita, e acho que de fato a vida privada dos politicos nao deveria ser noticia.

Mas dai me pergunto: e se esse mesmo politico é o primeiro a instrumentalizar sua vida privada, utilizando seu casamento e sua vida de familia para se forjar um certo tipo de imagem? Acho que nesses casos a imprensa tem o dever de mostrar se aquilo ali é de verdade mesmo ou é so marketing. Se ele foi o primeiro a usar sua vida de familia para conseguir votos/notoriedade, nada mais justo que o publico saiba se a tal da imagem corresponde mesmo à realidade.

Alessandro disse...

Se homem público e poderoso, que não pode cometer esse deslize, acaba traindo... Imaginem o homem normal, que pode ser valer do anonimato?

(Obs: comentário apenas estatístico, não é para generalizar a todos os homens)

Koppe disse...

No caso a coisa transbordou para além da vida pessoal, se for verdade que ele usou dinheiro da campanha pra comprar silêncio de alguém ou pagar pensão. Parece até maracutaia de político brasileiro...

Mas uma coisa que eu acho preconceituosa e moralista é essa denominação de "filho bastardo" ou "filho ilegítimo". Filho é filho, filha é filha e pronto! A legitimidade de um filho ou filha não deveria vir de meia dúzia de palavras ditas diante de um sacerdote. As pessoas que foram concebidas assim, muitas vezes acabam tendo que lidar com dois problemas: 1) o drama de ter sido/ser rejeitado pela família "oficial" do pai, e às vezes até pelo próprio pai e 2) a estigmatização social de ser uma "anomalia", uma pessoa que, no fundo, não deveria existir, por ter sido concebida fora do "sagrado matrimônio". Acho que essa denominação de "filho bastardo" ou "ilegítimo" deveria ser abolida, já que é uma palavra humilhante (nos EUA é até um insulto) e cria diferenciação até entre irmãos e irmãs.

Eu não passei por isso, mas conheci pessoas que passaram, e pelo que percebi dessas pessoas, não deve ser nada agradável ser tratado como um erro, menos filho do que os "oficiais". Também conheço homens que têm filho assim, e a forma como eles se referem a esse filho, diferente dos filhos "normais", me parece injusta. Na hora de fazer foram homens o bastante, não é? Mas e depois...?

P. P. P. disse...

Por falar em Fhc, vejam como o 'preparadíssimo intelctual' é destroçado numa entrevista na Inglaterra.


http://www.youtube.com/watch?v=cmAKMby2B0M&feature=related

Fernando Henrique disse...

Político na democracia é como nobre na monarquia. É figura pública, ator de um grande teatro, representando uma imagem que o eleitorado (ou a plebe no caso da monarquia) deseja ver representado.
Como líder, espera-se dele uma postura impecável segundo a moral e a cultura da nação que ele representa. Está ai o motivo de por exemplo os americanos serem tão ciosos da conduta de seus representantes (pois são moralistas), enquanto na Itália tem gente que aplaude pedófilos como Berlusconi ou na França, adúlteros como Sarkozy.

É o mesmo estigma que carregam por exemplo os padres da Igreja Católica. Espera-se deles a postura de um santo, mas antes de padres eles são humanos certo?

No que tange a imprensa. Infelizmente num mundo em que o tilintar das moedas no bolso fala mais alto do que a consciência é difícil esperar que os editores arrisquem perder o prestígio e os favores políticos para falar a "Verdade". Afinal, não nos esqueçamos, a imprensa é uma pedra incomoda no sapato do poder, mas como toda pedra pode ser removida a força se necessário (por um período é claro). Já passamos por isso lembrem-se.
Alias, o Estadão ainda está censurado não está?

Daní Montper disse...

O político trair ou não é assunto dele, mas esconder filho ou usar dinheiro do contribuinte para pagar pensão etc é condenável e temos que saber, de preferência logo. Já diziam que 'mentira tem perna curta'.
A mídia não disfarça quando gosta ou não gosta, né? Isso é preocupante demais.

MM disse...

Oi Lola.
Gostaria muito que você deixasse claro a quê você se refere quando fala genéricamente em mídia. Serão jornalistas? Imprensa, publicidade, meios ou veículos de comunicação, marketing, assessorias, blogs? Eu fiquei sabendo do filho do FHC fora do casamento pela imprensa, que publicou trabalho jornalístico. Esses escândalos sexuais pelo mundo, também. Deslizes de poderosos, maracutaias ou gestões pouco republicanas, ninguém me conta em privado. Assim como casos de estupro, abusos sexuais, pedofilias, preconceitos manifestos. Será que existe um complô universal para me privar da verdade? Se existe, eles se deram mal, porque eu sempre fico sabendo. Pelo menos desses casos que estamos comentando.
Obrigado
José Fernando

Isla Santos disse...
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Isla Santos disse...

Olá!Conheço seu blog há um tempo, mas primeira vez que venho te dá os parabéns por ele. Nem sempre concordo com você, mas gosto de suas colocações.
Lendo seu blog sobre a “macha das vadias” resolvi ver outros e achei um sobre as “reflexões masculinas”desse tema, até agora não sei se choro, dou risada ou comento...
Peço que continue assim “firme e forte”. Existem tão poucas feministas hoje em dia em mundo tão machista.
A net precisa de mais blogueiras como você... Nós mulheres precisamos de mais feministas, desejo um dia ser uma verdadeira feminista...
Beijos

Anônimo disse...

Um país de caipiras fundamentalistas é o mais poderoso do mundo. Tem um estoque de armas atômicas que dá para destruir todo o planeta algumas vezes. Socorro!

Fernando Henrique disse...

Esse caso levanta uma discussão interessante.

Fiquei com essa pulga atrás da orelha ao ver o comentário do Joel Bueno.

É tão horrível assim, um povo esperar que seus representantes deem o exemplo que se espera de qualquer pessoa com um pingo de bom senso nas veias?

Pergunto isso pois, muitos justificaram dizendo que a vida pessoal dos políticos não é assunto público e que há demasiado sensacionalismo por parte da imprensa em geral.

Contudo, devemos nos lembrar que esses cidadãos conquistaram seus cargos vendendo uma determinada imagem, que conta sim pontos na hora de se decidir pelo voto neste ou naquele. Afinal, vocês votariam em um homem (ou mulher) que abertamente declarasse que está traindo sua mulher (homem), que enfrenta um câncer, com uma de suas assessoras?

Votariam em um que acha normal fazer orgias com jovens menores de idade e que não faz a mínima questão de esconder isso?

Certamente que não.
A imagem dos políticos é idealizada: pessoas sensatas que compartilham nossos ideais éticos e que podemos confiar para defender nossos interesses. Só assim nós somos capazes de sem ressalvas entregar nosso poder de decidir nas mãos de outrém e esperar que eles façam o que esperamos.

Mas como você se sente quando descobre que tudo o que disse era mentira? Que ele não compartilha seus ideais éticos? Que ele não coaduna com suas aspirações? Se eles são capazes de mentir para a própria família, o que não fariam com o contribuinte/eleitorado?

Eu não critico a posição dos americanos com relação ao excessivo moralismo no que tange a vida de seus políticos. Eles estão lá para representar o povo e se o povo não se sente confortável com a formo como é representado tem todo o direito de achar absurdo. Oh, eles são humanos. Sim são, mas assumiram a responsabilidade de carregar as espectativas de milhões de outros humanos, ninguém os obrigou a isso, fizeram porque quiseram e agora tem de arcar com as consequências de sua decisão.

Como disse anteriormente, político é como nobre. Ele encena um papel que se espera dele. Se não o faz direito, a platéia tem direito de vaiar.

A propósito graças ao excessivo moralismo americano, Straus-Khans da vida não saem impunes de atos bárbaros. Fosse em um país menos moralista a camareira certamente seria coagida a calar a boca e colocar-se em seu lugar. O que alias, ao que tudo indica aconteceu VÁRIAS vezes na França dele.

nenhum disse...

Só um ponto: não foi que Edwards teria usado dinheiro da campanha para acobertar o caso, mas de que ele teria pedido a dois amigos milionários para ajudar a pagar para acobertar o caso, e se entendeu que isso seriam doações de campanha irregulares.

Isabella disse...

Gente...
Eu realmente gosto da maioria dos posts, Lola, mas esse me decepcionou um pouco.

Poxa vida, independente de ele ou o FHC) terem filhos bastardos ou não, isso não é da nossa conta (fora as acusações de uso de $$ publico, claro!), pois diz respeito apenas a eles e suas famílias.

Eu acho ÓTIMO a mídia nunca ter dado um pio sobre o filho bastardo do FHC, por que isso não é da minha conta e colocar esse assunto em público só traz mais sofrimento para a família dos envolvidos.

Fora esse post, os outros são maravilhosos! Concordo com sua maioria!

Anônimo disse...

Que absurdo!! Eu acho bizarro como os brasileiros não se importam ao ver a postura dos homens em tratar as mulheres como objeto. Isso também é machismo. Na verdade aqui o homem é bem visto quando trai sua esposa. E a esposa deve ter a "maturidade" de estar sempre disposta a perdoar já que ele é homem e tem suas necessidades. O meu professor de faculdade também trai sua esposa (que era professora na mesma faculdade) com as alunas o tempo todo e se vangloria. Detalhe a esposa dele está com com câncer (já com metastase). Eu fico enojada. E agora mais ainda de ver um texto como este justamente em um site feminista.