Algo estranho vem acontecendo nos EUA. Não tenho estatísticas, e o que vou dizer se sustenta (ou não) apenas na minha observação: muitos americanos consideram ter filhos uma missão quase religiosa. Na Europa, como a gente sabe, o número de bebês vem caindo há décadas, e isso é um problema, porque a população envelhece. Os governos até incentivam pra que casais tenham filhos. Nos países em desenvolvimento o número também tem caído, e isso é visto (muitas vezes exageradamente) como solução para todos os problemas. Mas nos EUA ter ou não filhos virou uma questão de combater a queda do império americano, que não começou com a crise de 2008. Ter filhos é um enfrentamento a todos os números que apontam que americano é um campeão do desperdício e do egoísmo por dirigir carrões e não se preocupar com o meio ambiente, e que se mais países tivessem o padrão de consumo dos EUA, bye bye mundo. Então muitos americanos se sentem atacados e resolvem ter mais filhos justamente para tentar manter esse padrão e seu lugar ao sol. É um jeito de dizer: “Ah é? Ah é? Vocês não perdem por esperar!”. É também um meio de afirmar que eles são o povo escolhido ― é bom que o planeta esteja sendo populado por gente tão iluminada quanto eles. Voltou a estar na moda, por exemplo, famílias ricas e religiosas terem mais de cinco filhos. Quanto mais, melhor. Espalhar a sementinha é importante. E nem se discute o narcisismo da situação (quem disse que o seu gene é tão especial que deveria ser passado para várias gerações?).
Como todas as questões, ter ou não ter filhos é uma questão política. E ideológica. Tanto que há termos técnicos pra tudo. Casais de classe média sem filhos ganharam o termo dinc ("double income, no children", ou renda dupla, sem filhos). Homossexuais, que na maior parte dos estados americanos não podem casar ou adotar crianças, chamam pessoas com filhos de breeders (procriadores). É um termo um tanto pejorativo, porque considera que a função da maior parte dos casais heterossexuais é ter filhos (e não é?). Eu sempre achei o termo bem-humorado, pra falar a verdade.
O filme Idiocracy popularizou um pouco o assunto. A comédia (trailer aqui, sem legendas) diz que as pessoas mais inteligentes e estudadas têm menos filhos, ou simplesmente não os têm, e que, num futuro próximo, isso pode causar sérios problemas: só os burrinhos procriariam. O filme exagera a situação e fala de meio milênio pra frente, mas há muitos que levaram a mensagem a sério. Há quem interprete esse recado como um chamado, sua maneira pessoal de contribuir com a humanidade. Ou, pelo menos, com aquela parte da humanidade que vale mais, os americanos.
Trent parece ser uma dessas pessoas. Ele tem um dos mais procurados blogs de finanças pessoais nos EUA, The Simple Dollar. Mas, às segundas, costuma responder perguntas de leitores sobre outros assuntos, e é aí que geralmente se mete em encrencas. Como seus leitores conhecem o orgulho do autor pelos três filhos que tem, volta e meia aparece uma pergunta sobre a contribuição à sociedade dos que não têm filhos. E o sujeito é radical: ele compara essas pessoas a velas ao vento, que vão se apagar quando morrerem. E é o tipo de discurso raro de escutar de um não-americano. Fique com a minha tradução, cheia de falhas:
“Acho irônico que um cara que escreve um blog que provavelmente alcança milhões de pessoas pensa que ter filhos é a melhor maneira de propagar suas causas”.
E Trent respondeu: “Se não tivermos filhos, todos seremos como velas ao vento. Em cem anos não haveria a raça humana. Não passaríamos nada para o futuro, nenhum de nós. Portanto, qualquer um que escolhe não ter o fardo de criar uma criança é uma vela ao vento. Está contando com outros para continuar a chama, os outros que fazem a vela. [...] Minha reação com qualquer um que chama um pai de 'procriador' é que essa pessoa está completamente confortável com a extinção completa da raça humana. Se ela não estivesse confortável, não denegriria aqueles que pegam para si a tarefa geralmente ingrata de criar a próxima geração de pessoas. Todo o bem que faço neste blog não se compara ao impacto que causo ao levar uma criança à idade adulta. [...] Se eu faço a coisa certa, posso entregar uma criança que tem o potencial de encontrar a cura do câncer ou desenvolver uma nova planta que pode alimentar crianças famintas ou criar arte que verdadeiramente pode elevar a raça humana ou, talvez o melhor de tudo, encontrar felicidade autêntica no mundo e maneiras de compartilhá-la com outros. Se eu faço a coisa errada, entrego um psicopata. Não estou dizendo que outros não têm influência. Mas independente do tamanho da influência, ela não se compara com as milhares de horas que pais gastam com seus filhos, ensinando-os língua, creenças, costumes, traços de personalidade, perspectivas do mundo, habilidades pessoais, e inúmeras outras pequenas coisas”.
Os leitores caíram de pau, compreensivelmente. Trent não fala uma palavra sobre pais adotivos. E as pessoas infertéis? E os gays? Gente que não encontra o grande amor? Padres e freiras? Mulheres que perdem os bebês durante a gravidez? Pessoas com algum tipo de problema genético que decidem não passar a seus filhos o mesmo problema? Madre Teresa de Calcutá? Essas pessoas não contribuem com a sociedade porque não espalham suas sementinhas? E mais: pessoas que não têm filhos não ligam pra extinção da raça humana?
E eu acho engraçado considerar que ter um filho é uma contribuição tão enorme pra humanidade. É meio arrogante, não acha? Alguns desses bebês farão algo importante, outros serão psicopatas. A enorme maioria será apenas uma pessoa como qualquer outra. Uma pessoa, aliás, que contribui para devastar o meio ambiente só por estar existindo.
E, sei lá, eu odiaria ter um pai que esperasse de mim nada mais nada menos que a cura do câncer. É responsabilidade demais pra uma criança. Por outro lado, nesse ponto me identifico com Trent. Eu ficaria muito decepcionada se eu tivesse um filho e ele não fosse algum tipo de gênio (nem que fosse gênio numa coisa não muito produtiva como xadrez). Mas essa expectativa já é um bom motivo para não ter filhos.
O filme Idiocracy popularizou um pouco o assunto. A comédia (trailer aqui, sem legendas) diz que as pessoas mais inteligentes e estudadas têm menos filhos, ou simplesmente não os têm, e que, num futuro próximo, isso pode causar sérios problemas: só os burrinhos procriariam. O filme exagera a situação e fala de meio milênio pra frente, mas há muitos que levaram a mensagem a sério. Há quem interprete esse recado como um chamado, sua maneira pessoal de contribuir com a humanidade. Ou, pelo menos, com aquela parte da humanidade que vale mais, os americanos.
Trent parece ser uma dessas pessoas. Ele tem um dos mais procurados blogs de finanças pessoais nos EUA, The Simple Dollar. Mas, às segundas, costuma responder perguntas de leitores sobre outros assuntos, e é aí que geralmente se mete em encrencas. Como seus leitores conhecem o orgulho do autor pelos três filhos que tem, volta e meia aparece uma pergunta sobre a contribuição à sociedade dos que não têm filhos. E o sujeito é radical: ele compara essas pessoas a velas ao vento, que vão se apagar quando morrerem. E é o tipo de discurso raro de escutar de um não-americano. Fique com a minha tradução, cheia de falhas:
“Acho irônico que um cara que escreve um blog que provavelmente alcança milhões de pessoas pensa que ter filhos é a melhor maneira de propagar suas causas”.
E Trent respondeu: “Se não tivermos filhos, todos seremos como velas ao vento. Em cem anos não haveria a raça humana. Não passaríamos nada para o futuro, nenhum de nós. Portanto, qualquer um que escolhe não ter o fardo de criar uma criança é uma vela ao vento. Está contando com outros para continuar a chama, os outros que fazem a vela. [...] Minha reação com qualquer um que chama um pai de 'procriador' é que essa pessoa está completamente confortável com a extinção completa da raça humana. Se ela não estivesse confortável, não denegriria aqueles que pegam para si a tarefa geralmente ingrata de criar a próxima geração de pessoas. Todo o bem que faço neste blog não se compara ao impacto que causo ao levar uma criança à idade adulta. [...] Se eu faço a coisa certa, posso entregar uma criança que tem o potencial de encontrar a cura do câncer ou desenvolver uma nova planta que pode alimentar crianças famintas ou criar arte que verdadeiramente pode elevar a raça humana ou, talvez o melhor de tudo, encontrar felicidade autêntica no mundo e maneiras de compartilhá-la com outros. Se eu faço a coisa errada, entrego um psicopata. Não estou dizendo que outros não têm influência. Mas independente do tamanho da influência, ela não se compara com as milhares de horas que pais gastam com seus filhos, ensinando-os língua, creenças, costumes, traços de personalidade, perspectivas do mundo, habilidades pessoais, e inúmeras outras pequenas coisas”.
Os leitores caíram de pau, compreensivelmente. Trent não fala uma palavra sobre pais adotivos. E as pessoas infertéis? E os gays? Gente que não encontra o grande amor? Padres e freiras? Mulheres que perdem os bebês durante a gravidez? Pessoas com algum tipo de problema genético que decidem não passar a seus filhos o mesmo problema? Madre Teresa de Calcutá? Essas pessoas não contribuem com a sociedade porque não espalham suas sementinhas? E mais: pessoas que não têm filhos não ligam pra extinção da raça humana?
E eu acho engraçado considerar que ter um filho é uma contribuição tão enorme pra humanidade. É meio arrogante, não acha? Alguns desses bebês farão algo importante, outros serão psicopatas. A enorme maioria será apenas uma pessoa como qualquer outra. Uma pessoa, aliás, que contribui para devastar o meio ambiente só por estar existindo.
E, sei lá, eu odiaria ter um pai que esperasse de mim nada mais nada menos que a cura do câncer. É responsabilidade demais pra uma criança. Por outro lado, nesse ponto me identifico com Trent. Eu ficaria muito decepcionada se eu tivesse um filho e ele não fosse algum tipo de gênio (nem que fosse gênio numa coisa não muito produtiva como xadrez). Mas essa expectativa já é um bom motivo para não ter filhos.
51 comentários:
Olá Lola,
Leio seus posts todos os dias e adoro seu blog.
Quanto ao tema de hoje: eu tenho duas filhas porque simplesmente sempre quis ter filhos, para partilhar o crescimento de um ser humano e ter a alegria de uma casa cheia. Isso me traz felicidade, é importante para mim.
Mas acho um absurdo você ter filhos para afirmar o poderio de um povo, uma raça, uma religião, uma opção sexual.
Os filhos, na verdade, não "servem" a um objetivo. Pelo contrário, é complicado e cansativo criá-los. Ter filhos é uma opção, entre tantas outras possíveis. Assim como alguns preferem o amarelo e outros o vermelho, alguns tem filhos e outros não.
Mas tenho pena, muita pena, de quem espera que seus filhos descubram a cura do câncer. Pena dos pais e dos filhos... se é esta é a motivação e expectativa, como vc bem disse, melhor não ter.
Lu
Loláxima.
Primeiro, acho que esse cara deve ter da mesma escola da MM, tá ligada? MM e seguidores - well, difícil dizer quem segue quem.
Dentre tudo o que vc descreveu, o primeiro pensamento que me ocorreu foi sobre um livro muito legal (ainda não li, mas li ótima resenha sobre ele): The World without us, do Alan Weisman "O munso sem nós".
Em grosso resumo, ele diz o que seria do planeta se de repente PUF! a tão sagrada raça humana desaparecesse da face da Terra. O que acontecerias com os queridos pets e demais animais domesticados? E as obras de engenharia, tudo mais que o ser humano construiu e impôs como alteração na natureza?
Levaria algum boooom tempo, mas a natureza retomaria o controle de tudo e, sinceramente, PASSARIA MUITO BEM OBRIGADA, sem nós, seres humanos.
Essa idéia de crer na espécie/raça humana como SUPRA-SUMO de todos os seres vivos acaba servindo de justificativa para que muita gente (mas muita gente mesmo) entenda que o mundo, a natureza estão A SERVIÇO DA RAÇA/ESPÉCIE HUMANA e que toda a forma de exploração e esgotamento dos recursos naturais são justificáveis em prol dos iluminados seres humanos.
Oi Lola!
Antes de mais nada, todo dia entro aqui no seu blog e adoro seus posts! Muito inteligentes e, sem exagero, alguns mudaram radicalmente meus pontos de vista sobre diversos assuntos. Por isso, meu muito obrigada, de coração! ;)
Esse é o meu primeiro comentário e acho que não por acaso caiu neste post. Sabe, nunca, em nenhum momento da minha vida, nem quando criança (eu tenho 25), eu quis ter filhos. Não gosto de crianças e particularmente nunca encontrei um homem que realmente dividisse a tarefa de educar e cuidar de um ser humano - sendo mulher, não planejo abrir mão de boa parte da minha vida para educar uma pessoinha, por mais lindo que isso posssa ser (e não me importo quando me dizem que sou egoísta ou sem coração - afinal, é incrível como as outras pessoas sabem mais das nossas vidas e sentimentos do que nós mesmas).
Eu imagino que seja gratificante ter um filho e acompanhar o seu crescimento, mas eu não entendo como as pessoas desejam colocar mais alguém neste mundo de cão (nada contra os peludinhos :P) que temos. E é muito representativo da nossa sociedade o pensamento de "e se a raça humana desaparecer?" ou "o que será do mundo sem 6 bilhões de pessoas essenciais para a rotação da terra?": esse narcisismo débil é mais um motivo para me deixar tranquila com a minha decisão.
PS: só pra constar que não tenho nada contra quem tem filhos, acho bacana e tals... (apesar de não compartilhar da mesma motivação).
Numa época em que a há 6 ou 7 bilhões humanos e, imagino eu, pelo menos uns 2,5 bi em idade fértil, a decisão individual de reproduzir não me parece ser lá uma missão muito especial para perpetuação da espécie.
Até porque, considerando que a expansão contínua do tamanho da população seja insustentável, a decisão de alguém não ter filhos permite que outro tenha um número maior de filhos.
Agora se o cara se sente especial porque ele passou os genes dele a frente, acredito que ele precise trabalhar sua auto-estima.
Bom dia Lola, tudo bem?
O indice de natalidade em alguns paises europeus tem abaixado sim e muito como você disse, principalmente na Espanha e Italia e isso trouxe junto sérios problemas de mão obra ja que a população esta envelhecendo e infelizmente não esta acontecendo a "reposição" dessa mão de obra no âmbito do trabalho e com isso acabam precisando de extrangeiros para realizar trabalhos que ninguém mais quer fazer. Outros paises, como a França por exemplo, que tem um indice de natalidade estavel e consideravelmente alto para os padrões europeus a necessidade de mão de obra extrangeira é bem menor. Acho que teu post ficou um pouco leviano, creio que exista sim nos Estados Unidos,grupos religiosos ou nacionalistas de loucos que acham que tem que procriar para aumentar o contingente humano da nação, assim como existe no Brasil, com essas novas igrejas que pululam em cada esquina e onde os fiéis seguem a risca o crescei e multiplicai-vos.
Ter filhos deveria sobretudo ser uma questão econômica, quem pode tem cinco e quem não pode fica feliz com um ou sem nenhum. Mas isso é minha opinião pessoal.
Oi Lola,
já leio o teu blog há bastante tempo mas é a primeira vez que comento.
Acho que ter filhos é, acima de tudo, uma opção pessoal, e que ninguém deveria ter de justificar a opção de não os ter. Agora, ter acima de um certo número de filhos (qual o número mágico? não faço ideia) já se torna mais complicado tendo em conta a escassez dos recursos do nosso planeta.
Aqui na Europa a população está, de facto a envelhecer, mas é bem complicado ter filhos nos dias que correm, principalmente por razões económicas. Aqui está muito difícil os jovens encontrarem emprego certo e que pague decentemente (ao contrário da geração dos meus pais, que tinham emprego para a vida inteira). Eu, por exemplo, nunca quis nem quero ter filhos. Mas penso na minha própria situação económica (ganho bem mas irregularmente, e a minha área é instável), e eu não vejo como poderia encaixar um filho se quissesse tê-lo, e olhe que eu não gasto por aí além... Não é nada fácil. Respeito quem o consegue fazer, mas só. Não venham falar de ter filhos como se de uma missão se tratasse.
É um assunto delicado, mas concordo consigo no que toca aos americanos e ao seu estilo de vida: se todos nós os imitássemos, isso seria incomportável. Se usassem um estendal de vez em quando, era óptimo, e já poderia equilibrar um pouco mais as coisas. Também seria boa ideia não irem comprar cada casarão nos subúrbios para depois reclamarem de que é muito duro não poderem passar sem carro(s) porque está tudo tão longe...
Quanto às justificações esfarrapadas do tipo do TSD, não há pachorra para o aturar. Não sei se ele sofre de narcisismo ou se pensa que tudo o que faz serve um grande propósito, mas já reparei que ele faz cada contorcionismo para justificar todas as suas escolhas, mesmo que contradigam algo que ele disse na véspera.
Há uma coisa boa no blog dele: foi ali que descobri o seu! Há muito tempo que não comenta lá e é pena; às vezes ele vem com cada coisa que acho que a Lola poderia refutar muito bem. ;)
Oi Lola
Meu nome é Ana Isabel
Acompanho seu blog a algum tempo, mas nunca quis comentar, e há comentaristas mais preparados do que eu.
Bom, sou mãe de um menino de 2 anos e o que eu gostaria de colocar é que aqui no Brasil existe estrutura para a mãe deixar o bebê com alguém (ou em algum lugar) e sair para trabalhar.
Existem creches (até mesmo públicas), as avós muitas vezes se sentem na obrigação de ajudar, para a filha conseguir se manter no emprego, as babás (ainda) são baratas, etc. Pode se discutir quanto a qualidade e quantidade (se é suficiente) deste atendimento, mas ele existe e é culturamente aceito.
Nos Estados Unidos não existem creches, as avós vivem em outra cidade, as babás são muito caras, resultado a mulher tem de parar de trabalhar para cuidar do filho e já que está assim, acaba tendo outros e cuidar dos filhos acaba sendo sua missão de vida. Como alguém disse certa vez, "nos Estados Unidos, ser mãe é uma profissão".
Talvez eu esteja generalizando e devem exister exceções, mas na maioria dos casos é o que acontece.
Cara Aronovich:
Deste assunto eu somente posso falar subjetivamente, pelo fato de ter três filhas e por não saber o que sente quem não filhos.
Filho deixa a família muito alegre, e é o amor mais intenso que experimentamos, mesmo quando comparamos com o amor por nossos pais ou cônjuges.
Como pai que sou, eu acho que o amor por um filho é a emoção mais poderosa da nossa existência.
Então, segundo a Samya, pobre não deveria ter filho, foi isso mesmo que eu li?
Por aqui na Noruega parece que também está na moda os casais terem vários filhos, dizem que é prova de status, entäo estamos no segundo ano consecutivo de baby-boom. Antes a populacäo estava velha e por isso o governo resolveu dar uns incentivos financeiros para a populacão procriar mais, aqui as criancas estão em primeiro lugar, pena que crescem rápido e logo dão de cara com lugar nenhum.
Acho que o governo em breve vai ter que desestimular, senão aja baby-boom, e enquanto isso muitas mulheres näo podem ir trabalhar porque simplesmente não encontram lugar em creches para deixarem os filhos, e nem estudarem, principalmente as estrangeiras, conheco algumas nessa situacäo, em casa cuidando do filho, sem falar a língua do país onde mora, sem poder sair de casa para estudar e trabalhar.
Ótimo post!
algumas observações:
1- não entendo por que, ao invés de estimular a população a procriar, países com envelhecimento de população não estimulam a adoção internacional, por exemplo... o governo da Coreia do Sul, investe em campanhas para os casais "namorarem" mais, enquanto na China bebês recém-nascidos são abandonados diariamente... não dá pra entender.
2- "desenvolver uma nova planta que pode alimentar crianças famintas" - eu conheço essa planta, chama distribuição de renda.
É incomprensível para muita gente as pessoas escolherem não ter filhos! Sou casada há 3 anos, e se me perguntam quando terei filhos, sou categórica: não pretendo tê-los. Só que as pessoas não se calam simplesmente com a minha resposta - pois a vida é minha - elas querem saber o porquê, afinal ter filhos é função vital de todo ser humano, oras! Minhas colegas de trabalho chegaram a conclusão que sou traumatizada por alguma coisa que ainda não descobriram... E nem vão descobrir porque não existe nenhum trauma!!! É uma escolha!!!! Ou vou ter filhos sem ter condições para criar, para educar, atrapalhando todos os planos da minha vida? Eu lá sou louca?
Oi Lola, cheguei aqui atravez do blog da Luciana Haland.
Eu ja escrevi muito sobre esse assunto no meu blog, pois me canso das pessoas me encherem perguntando porque meu marido e eu nao queremos ter filhos. Quando falo entao que estavamos casados ha 9 anos, algumas pessoas ficam horrorizadas.
Mas... nao so sao americanos, nao, ao contrario. Ouco isso de muitos brasileiros. Eu moro nos EUA ha mais de 17 anos e achei sua visao meio radical quanto aos americanos. Nao eh todo mundo que pensa assim, muito menos todos os homosexuais chamam os heteros de breeders. Muitos deles mesmos ate adotam criancas.
Eu conheco muita gente por aqui que tb nao quer ter esse tipo de vida com filhos, por isso nao acho uma boa ideia generalizar assim so porque alguns outros individuos pensam que as escolhas de pessoas como eu, sao um absurdo.
Isso tem muito haver com a religiao e crenca da pessoa - aqueles que acham que "Deus" mandou ou eh sua obrigacao procriar. Cada um com a sua, mas que nao se metam na minha vida, pois acho que a decisao de cada um tem que ser respeitada.
Eu nao sou fa de criancas, nao tenho instinto maternal, nao quero ter esse tipo de vida, quero ainda fazer muita coisa na minha que nunca poderia fazer se tivesse filhos. Essas pessoas tem que entender que filhos nao eh pra todo mundo.
Adorei seu post, mas cuidado pra nao generalizar muito assim as culturas. bjos
O cara é radical, assim como há os radicais do outro lado.
Faz tempo que venho amadurecendo a idéia/ideia dentro de mim e tomei uma decisão: quero ter um filho. E estou me planejando para isso; às vezes fico tensa diante da mídia, dos exageros (a cada hora é uma atriz e uma modelo que mostram a barriga) e noutras bem tranquila (Monica Bellucci teve sua primeira filha aos 40 e de parto natural, minha prima aos 35, minha outra prima 38, minha mãe me teve aos 37, parto natural), porque desenvolvi tarde e sinto-me plena, ainda que aos 35 anos.
Acho que minha decisão foi acertada e baseada em diversas razões. Antes eu não pensava nisso (mas nunca significou negação, como algumas mulheres já sabem dentro de si), vivi minha vida "de acordo com o vento", segundo o moço do blog, mas chegou uma hora em que tudo fez bastante sentido. E me relacionei com uma pessoa que despertou isso em mim. Não necessariamente ela serviria para ser o pai do meu filho, mas foi, digamos, um fator positivo para a decisão final.
Demorou anos, não foi assim de cara. Apaixonei-me pelo jeito de escrever de Hilda Hilst (morreu sem deixar herdeiros; ela tinha medo que nascessem esquizofrênicos como o pai dela - é mito pular geração ) e percebi que, para uma mulher como eu se sentir melhor num futuro ela precisa sim ter um filho, e cheguei à conclusão de que não conseguiria sublimar através do trabalho, da arte ou de outras realizações. Foi assim. Mas essa SOU EU.
Ter ou não ter filho na minha opinião não passa em absoluto por questões propostas por esse moço-do-blog. Qual o nome dele mesmo, hein? Tão desinteressante...
Muito bem lembrado por ti, Lola, a questão das mães que perdem seus filhos. Descobri um blog sobre o assunto; é da portuguesa Maria Manoela Pontes. Vi na revista Criativa.
Acho bem legal uma iniciativa que se proponha a juntar, unir pessoas que passaram por esse sofrimento. Eu particularmente acredito no poder da fala (está provado que cura; a Psicanálise se utiliza disso, tanto na escrita quanto oralmente), da troca, pois sou assim por natureza e já presenciei casos de amigos alcóolatras que conseguiram se curar dividindo e compartilhando seus sofrimentos com outros. A prova é o AA e todos os grupos de apoio a tudo.
Estou falando disso, porque de repente pode haver alguém por aqui que precise de uma luz. E eu conheci duas pessoas que perderam bebê.
O livro:
Maternidade Interrompida – O Drama da Perda Gestacional,
O site:
associacaoartemis.com
a matéria em cache (precisa ser assinante do Globo):
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:2hjwYww_JPIJ:revistacriativa.globo.com/Revista/Criativa/0,,EMI136251-17376,00-A%2BDOR%2BDE%2BNAO%2BVER%2BO%2BFILHO%2BNASCER.html+a+dor+de+n%C3%A3o+ver+o+filho+nascer&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Bjs a todos
Lola,
ter filhos é incrível, mas os americanos sacralizam, isso é o ridículo da situação.
Lola, achei ótimo seu blog, esse texto especialmente. Caberia muita reflexão a respeito de ter filhos, e você abordou e comentou praticamente todos os aspectos com brilhantismo.
Minha experiência como pai é bíblica, onde filho é chamado de bênção. Quando tive minha filha minha vida só melhorou, prosperei profissionalmente, amadureci como pessoa, como membro social, e meu casamento só se beneficiou dessa incrível experiência. Nunca achei que seria possível amar tanto alguém quanto se ama um filho. Portanto já sabe minha opinião sobre o assunto: ter filho é muito bom!
Não podemos estabelecer um valor ou um peso às decisões das diferentes pessoas sobre "ter ou não ter", pois cada opinião é formada pelo seu próprio desenvolvimento como pessoa, prioridades, objetivos e até religiosidade de cada um.
Explicar como é ter filhos é impossível, uma experiência que só se conhece a fundo após tê-la vivenciado. Madre Tereza de Calcutá, como qualquer outro ser vivo, jamais poderão opinar a respeito sem ter passado pela transformação individual de quem teve e criou um filho... é como explicar a sensação de andar na lua sem nunca ter ido até lá.
Matematicamente, dizem que cada casal que pretende envelhecer e aposentar-se, dependeria de pelo 2 filhos economicamente ativos que os sustentassem pagando seus impostos. Mas quem se aposenta já não pagou seus próprios impostos, deixando com o governo seu pagamento antecipado? Logo, num país organizado (que não é o nosso caso) a falta de filhos não deveria oferecer maiores impactos previdenciários, e sim intelectuais, pois faltaria mentes frescas para seguir no desenvolvimento tecnológico e pesquisas... bom, falei demais já, rsrs.
Visite meu blog sempre que puder, será uma satisfação recebê-la!
Forte abraço,
Adriano Berger
http://nanoberger.blogspot.com
Oi, Lolinha!
Sinceramente, tô pensando aqui com os meus botões: e se a humanidade acabasse mesmo? Não me parece uma desgraça tão grande, não...
Eu por enquanto não quero ter filhos. E se eu mudar de idéia lá pelos 40, adoto com a maior alegria.
Oi Lola!
Sinceramente, eu chego até a achar um desperdício todo mundo ter que ter seus próprios filhos, com tantas crianças abandonadas precisando de um lar, amor e carinho...
Engraçado que esse Trent encara como fardo ter filhos, não é? Apesar de ser algo tão divino e bla bla bla. Fico pensando que muita gente sonha em ter filhos, e que também acha que eles se criam sozinhos, acabam não tendo a mínima noção de como criá-los e foge do controle.
Não sei se você já assistiu ou o que acha dela, mas todo sábado assisto o Supernanny da educadora argentina Cris Poli, e ela é fantástica, e também super simples. Sempre mostram famílias em caos, e na maioria das vezes o problema é simplesmente que os pais tiveram os filhos e pronto, acham que já fizeram tudo, agora só tem que alimentar, vestir, e por na escola. Fica um buraco imenso pras crianças... não sei como a Cris Poli não cansa de estar sempre corrigindo os mesmos erros, é basicamente a mesma coisa, faltam limites, interação, maturidade...
Nas versões americanas e européias já vi muitas vezes os pais brigando com as supernannys por causa dos seus métodos disciplinadores, e não aceitando a intervenção. Isso só aconteceu uma vez com a Cris aqui no Brasil... Engraçado essa diferença né? Ao menos quem pede ajuda aqui, está disposto a mudar de verdade... já é alguma coisa.
Puxa, eu tenho tanta coisa pra dizer a respeito da motivação dos pais a terem filhos... estagiei na área jurídica, entrevistando casais candidatos a pais adotivos, e os motivos que levam as pessoas a terem filhos são, muitas vezes (pra não dizer a maioria), esdrúxulos. Pra descobrirem a cura do câncer, pra segurar o casamento, pra herdarem os bens ou sobrenome de peso, pra fazerem companhia (alguém precisa avisá-los que animais de estimação cumprem esse papel muito melhor), etc. Adoção, então, envolve fantasia de caridade, pagamento de promessa, chamado divino, etc. É uma pena que só os candidatos a pais adotivos passem por avaliação psicológica (o que também não garante 100% da sanidade da família)... seria legal se TODO MUNDO que pretendesse aumentar a família fizesse uma breve análise da validade da sua motivação. O cara do blog, por exemplo, faria um serviço à humanidade se NÃO tivesse filhos. Pelo menos não antes de muita terapia.
Sobre a extinção da humanidade, não seria um grande problema, exceto pros últimos que ficarem, né? Mas, de qualquer maneira, não é algo com que precisemos nos preocupar, não?
Putz, Lau, que interessante! Escreve um guest post pra mim, vai? Sobre as motivações dos casais em busca de uma criança pra adotar. Pagamento de promessa! É sério isso? E o que se faz num caso desses? O pedido é rejeitado?
Do alto da minha ingenuidade eu fico pensando que todo mundo que quer adotar tem propósitos nobres... Pelo jeito não é assim?
Obrigada pelos comentários de todas vcs. Muito, muito bons! Várias perspectivas. Vou escrever um outro post discutindo isso de "pobres não devem ter filho" (que é um pensamento comum entre um monte de gente de classe média). E talvez outro post sobre limite de número de filhos. Falta tempo, mas vcs sempre me motivam a escrever e me dão ótimas ideias.
Olá, Lola! Adoro seu blog e já tem um tempo que estou seguindo, embora, esse seja o meu primeiro comentario. Modesto.
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Essa visão de Trent me soa muito comum, tradicionalista: o homem como o centro de tudo. O ser mais precioso do Universo.
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Tantos anos se passaram, tantas coisas aconteceram e o homem ainda continua a acreditar que o mundo é um presente de Deus ofertado a ele, seu único filho e herdeiro feito a sua imagem e semelhança.
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Francamente. É arrogância demais para um serzinho composto basicamente de carbono.
Eu poderia dizer que esse cara realmente estima muito a humanidade. Porque sinceramente, do meu ponto de vista, eu sequer gostaria de ter nascido, e se no planeta Terra só sobrassem eu e mais uma mulher, eu me recusaria a fazer qualquer esforço para perpetuar a espécie. Simplesmente porque acredito que a humanidade é um fracasso retumbante e que o mundo estaria muito melhor sem ela. Mas isso é minha posição pessoal e bastante drástica.
Fora disso, a ideia de ter filhos para afirmação de um povo é antiga, e inclusive é prevista em crime de genocídio, pois uma das formas de se cometer o hediondo crime é assassinar ou deportar crianças e ter os soldados de uma nação estuprando sistematicamente as mulheres de um outro povo. A Rússia e a China contam com um expediente já manjado de "distribuir" população em territórios ocupados, basta ver a quantidade de Hans que existem hoje no Tibete ou de russos na Geórgia (que quando foi invadida pelos tanques russos, viu grande parte da população residente - também russa - aprovar a medida). Ou seja, é sim uma questão política.
Política também porque é como você e outros disseram, é uma questão ambiental: não sabemos se o filhote vai descobrir a cura do câncer ou se vai virar um criminoso cruel. As chances francamente são mínimas. Mas certamente será mais uma boca a alimentar às custas de campos desmatados, mais uma pessoa a emitir gases poluentes, consumir muita energia e a poluir o planeta. Isso é certeza. E será mais uma que nascerá numa tendência que promete alcançar 9 bilhões em 2050. Atualmente, com 6 bi, precisaríamos de mais meia Terra para abrigar a todos com conforto e em harmonia com o meio-ambiente. Assim, concordo com quem diz que quem NÃO tem filhos hoje colabora muito mais com a humanidade.
Algo que faltou dizer aí, Lola, é com relação aos pretensos problemas sociais do envelhecimento da população. Europa costuma dizer que isso abre rombos na previdência, dentre outras coisas. Mas essa é uma história mal contada. Porque EXISTE sim gente jovem disponível para contribuir e trabalhar. Só que são imigrantes. A xenofobia não deixa que eles resolvam isso para os "povos superiores", que dividem o mundo com todos, mas não dividem os produtos da devastação ambiental e social que provocam.
Por fim, quanto ao sentimento totalmente subjetivo de quem tem filhos: deve ser muito bom mesmo. Até porque, no caso de mães, principalmente, existe um componente hormonal; a mãe é biologicamente impulsionada a amar o filhote como forma de otimizar a proteção que lhe oferece. Darwin explica. Pode notar: geralmente, e eu digo geralmente, vejam bem, quem exalta o amor por um filho não pensa em adotar um, mas sim em fazê-lo. Pelo menos unzinho. Por que será? E mais: se as pessoas pensassem em ter um filho somente depois de adotar um, talvez veriam, com toda a burocracia e exames necessários, que isso é coisa séria, grave mesmo, e não uma consequência "natural" de um casamento conto-de-fadas.
Mas mesmo que para uns seja supraterrena a sensação de ter um filho, é bom lembrar que toda a experiência é única. Não é porque para fulano é ótimo que para mim também será. É uma aposta. E o que está em jogo nela é uma outra vida. Muito complicado, isso.
Lola, a entrevista é velha, mas veja o que diz o Jerry Steinberg, "founding non-father" de um grupo chamado "No Kidding".
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT357630-1666,00.html
Ah, desculpe me alongar, mas preciso comentar isto também: tenho 24 anos e faço 25 agora. Com 16, eu já tinha a faculdade de escolher meus representantes políticos. Com 18, eu já tinha consciência o bastante para, perante a lei, pagar pelos meus pecados no inferno da cadeia. Mas somente com 25 tenho o direito de fazer vasectomia! E é assim: eu tenho que passar por um exame psicológico e, se aprovado, aguardar ainda 6 meses ("período de eventual arrependimento") para somente aí ir pra mesa de cirurgia.
Não sei quanto a vocês, mas eu acho isso um absurdo...
Não Amanda, eu não acho que pobre não pode ter filhos, acho so que deve existir um controle de natalidade mais sério, acho também que se deva levar em consideração a situação financeira do casal na hora de planejar o numero de filhos. Por aqui na Bahia, onde viverei os proximos dois anos, as meninas começam a ter filhos aos 12 anos, sem emprego, sem escola, sem esperança. Seria extremamente hipocrita da minha parte dizer que uma menina dessas tem a mesma condição de ter filhos que uma familia de classe média, ou não? Mas por aqui dizem que não tem problema não, eles põe menino no mundo, literalmente no mundo porque ja aos quatro anos estão na rua e claro, deus cuida.
Gostaria de parabenizar a Samya e a Débora Lima. A primeira por ter coragem de elogiar a Cris Poli (que faz um trabalho maravilhoso - muita gente só critica mas não sabe fazer melhor) e a segunda por ter coragem de dizer o que disse!
Nossa!
Agora que eu me toquei que a foto da criança no título do blog é vc! :-D
- mmm... confesso ja que nao gostei do artigo pelo jeito como foi escrito. nao tomo nem uma posicao nem outra como sendo a correta. apenas acho que mais do que 2 criancas e exagero. parece que o autor teve uma ideia e resolveu inventar uma opiniao e nao fez muita pesquisa nem mostrou os numeros (estatisticas) relevantes a sua causa. nao vou defender os EUA mas do jeito que o autor escreve parece que todos aqui querem ter um monte de filhos pra se acharem os maiorais. Com certeza existem os loucos completos e acabados (ultra religiosos que acham que ter um filho depois do outro sem limite e mandado de Deus:"go forth and produce me some babies") mas a maioria que tem mais filhos realmente fazem por falta de educacao (ensinamento dos pais e nao da escola) e mal exemplo. a minha mulher queria por que queria 3 filhos por exemplo e eu nao aceitei. mas nao foi por que isso a faria mostrar aos outros paises que o dela e melhor e sim por que e uma mulher e tem instintos maternos fortissimos e meteu na cabeca que 3 era o numero perfeito. pode ate ser que algum segmento da populacao desse pais pense do jeito que o autor esta dizendo mas ate essas pessoas, pelo menos em parte, o faz inconscientemente. O cara do simple dollar, blog que o Pedro adora e que me manda de vez em quando algum artigo que ele acha interessante, nao quiz dizer que todas as pessoas que nao tem filhos nao se preocupam com o fim da humanidade. Primeiro que e dai? E se fosse o caso? Eu estou pouco me lixando. Quando ultimo humano morrer, o mundo vai respirar um ar de alivio. Isso quer dizer que eu sou anti seres humanos? Muito pelo contrario. Por isso nao estou defendendo o cara do simple dollar tambem. Mas eu entendi o que ele quis dizer na cabeca dele. Ele nao mensionou essas pessoas todas que nao podem ter filhos por que se nao a resposta ficaria massiva. e o que que importa a opiniao dele de qualquer jeito. o cara tem 3 filhos. ele nao pode responder que ter filhos e ruim pra sociedade por que os filhos vao ler o blog dele um dia e vao ficar emocionalmente machucados. nenhum ser humano que ja tem filhos pode dizer:"oh como seria melhor se eu nao tivesse". Bem, ja esta ficando muito grande esse comentario. so nao gostei mesmo do jeito que o cara escreveu sem mostrar sua base de informacao sobre o que esta falando. o fato que na europa as pessoas tem menos filhos e a mortalidade e maior que a natalidade (?) e noticia muito velha que eu lembro de quando estava na escola. os eua nunca pararam de crescer e vao continuar assim como a maioria dos paises do mundo incluindo o Brasil. mas nao pela razao dada no artigo. e mais por incompetencia mesmo.
Guga out.
Eu e minha esposa oscilávamos entre a opção de ter um filho ou nenhum (dois ou mais, nem pensar!). Acabou prevalecendo a opção de ter um, que acabou sendo uma princesinha, agora a completar dois anos. Creio que tenha sido uma boa escolha PARA NÓS, pois, apesar das dificuldades que vem junto, há muitas novas alegrias.
Agora, quanto à questão da "missão", isso é coisa de fanático, e não merece maiores comentários, a não ser para abrir os olhos de quem está engolindo esse papo de forma desavisada. A meu ver, todo radicalismo é pernicioso - seja o de quem acha que deve procriar ao máximo, seja o de quem acha que não se deve procriar; isso há de ser uma opção de cada casal, segundo seus valores. Claro que uma dose de planejamento vai bem, especialmente para os "iluminados" que querem esparramar ao máximo sua semente por aí.
Quanto à perpetuação da espécie, tirando o exagero de quem realmente avalia por esse lado - como alguém lembrou, tem tanta gente no mundo que não são alguns casais sem filhos que vão acabar com a raça humana - creio ser algo a ser valorizado; quem realmente acredita que as pessoas só empesteiam o planeta poderiam pensar em abreviar sua estada por aqui (que maldade, hehehe), mas preferem criticar a vinda de novos humanos... Também não é uma forma de arrogância? Fica a questão...
Bom, Samya, então teria sido melhor dizer que crianças de doze anos não deveriam ter filhos, teria muito mais logica. Ou criança de 12 anos rica, pode?
o mais absurdo da fala dele, para mim, é dizer que criar filho é um fardo. KRAIO! Ter filho e criar filho é maravilhoso, é um privilégio...para quem realmente quis ter o filho, né? Para quem tem o filho como "missão" deve ser um fardo mesmo....que maluco!
escrevo, sim, Lola! assim que der.
hei Lola! vc viu isso?
http://www.tijolaco.com/?p=15093
Comenta se puder! Eu agradeceria muito
bjos
Oi Lola.
Moro nos EUA ha vinte e tres anos. Acho um exagero dizer que ter filhos virou "trend" aqui - todos meus amigos e conhecidos nao tem mais que no maximo tres criancas. E olha, quando a familia tem tres criancas, muita gente acha um absurdo. O "normal" entre a classe media e' duas criancas.
Quem e' pai (ou mae) e' que entende que ter filhos e' uma responsabilidade incrivel. E' logico que tem os que nem sabem o que e' necessario para "criar'um filho e ainda os tem.
Gostei do post mas achei exagerado e meio generalizado - o termo "eles" e "americanos" foi usado muito "loose".
Gente, eu disse que ter cinco filhos ou mais virou moda entre americanos de classe alta, e entre religiosos. Quer dizer, entre gente mais religiosa sempre foi. Afinal, eles seguem a bíblia literalmente, que manda nos multiplicar. Mas entre casais ricos, é moda. Há vários artigos sobre isso que vira e volta leio, mas não consegui encontrar pra linkar aqui.
Oi, Lola
otimo post. Eu moro nos EUA a algum tempo e estou rodeada de pais e maes com muitos filhos. A gente tem de considerar claro a regiao em que moro e como vc disse 'sao pais e maes de classe media alta' e tal. Tenho vizinho dos suburbs que tem 7 filhos e outro casal tem 6 filhos. Sao familias enormes vivendo no conforto dos suburbs bem naquela visao cliche, sabe? Familia em casa enorme, com carroes enormes e com situacao financeira muito boa. Na revista Marie Claire estadunidense saiu uma materia o ano passado sobre essa obssessao do americano com criancas. E dai comecam a colocar Angelina Jolie e suas criancas em um patamar e a perseguir a historia daquela mulher que teve octoplus inssessantemente. Como alguem colocou nos comentarios, sacralizar a ideia de ter filhos e' radical e os americanos classe media alta estao fazendo isso sim. Como os EUA e' enorme e eu falo especificamente do Midwest americano, nao creio que vc fez generalizacoes. Entendi claramente o recorte que vc fez para encaixar o autor do blog.
Quando esse debate sobre ter ou nao filhos acontece como aqui no blog eu tenho faniquitos quando alguem cita instinto maternal. Essas duas palavrinhas deveriam ser usadas em animais que nao produzem cultura. E os humanos produzem cultura portanto instinto maternal nao existe. bjks
Cá entre nós, Zé Guga, essa sua justificativa de que a tua esposa tem instinto maternal fortíssimo por ser mulher é um porre, não? E homem que deseja fortemente ser pai tá agindo contra a natureza dele?
Shey, Sheid,
Por acaso apenas usei um exemplo que inclui minha esposa. Nao sao todas as mulheres que sentem isso nem todos os homens que nao sentem. Nao acho um "porre" e nao e justificativa. Homens podem ter instintos paternais. Conheco alguns que querem por que querem ter filhos e as suas mulheres e que resistem.
Nao estou generalizando nada. Ao contrario, cada caso deve ser visto individualmente. No caso da minha familia, se eu nao tivesse casado com alguem que queria muito ter criancas, eu nao teria tido. Agora que ja tenho, nao vou opinar contra nem a favor.
Pra mim, é uma fundamentação desnecessária, a desse cara. Acho que ninguém precisa ficar se justificando por decidir NÃO ter filhos; logo, também não devemos justificar o porque de querermos filhos. É uma opção pessoal e ponto: logo, tudo o que ele falou é inútil e, como a lola disse, completamente ridículo, preconceituoso e cruel.
Mas o ruim é que a maioria das pessoas não 'pensa' em ter filhos, não pesa os prós e contras, não planeja, nem nada: simplesmente engravida e tem. E mais um, mais um, mais um. Falo, claro, da parte mais pobre, mais necessitada, da humanidade. Pessoas que não tem o menor acesso a métodos contraceptivos e que simplesmente não vizualizam que, se continuar a ter tantos filhos sem planejamento e numa condição de vida tão dura, os problemas só irão se perpetuar (não estou defendendo a redução da taxa de natalidade como melhor meio pra combater a pobreza). Mas ambientalmente falando, por outro lado, o impacto ambiental dessas pessoas é bem menor do que um americano (ou não americano) que decide (e planeja) ter, sei lá, cinco filhos. Acho que mesmo que ele tenha condições de sustentar, não deixa de ser um tremendo egoísmo. Imagina a quantidade de fraldas descaráveis so no primeiro ano de vida!
Enfim, é uma burrice.
"Bom, sou mãe de um menino de 2 anos e o que eu gostaria de colocar é que aqui no Brasil existe estrutura para a mãe deixar o bebê com alguém (ou em algum lugar) e sair para trabalhar."
...gente, que lugar do Brasil é esse? Estrutura para creche?? O único lugar em que vi isso - e só funciona pra classe média alta ou classe alta - é em Brasília...
Enquanto isso, em outras regiões, as crianças mais velhas continuam cuidando das mais novas enquanto a mãe foi trabalhar e o pai sumiu no mundo.
"Pode notar: geralmente, e eu digo geralmente, vejam bem, quem exalta o amor por um filho não pensa em adotar um, mas sim em fazê-lo. Pelo menos unzinho. Por que será? E mais: se as pessoas pensassem em ter um filho somente depois de adotar um, talvez veriam, com toda a burocracia e exames necessários, que isso é coisa séria, grave mesmo, e não uma consequência "natural" de um casamento conto-de-fadas."
Trecho confuso.
Quer dizer que, quem quer mesmo ter um filho, quer é Fazer o filho? Adotar não?
...já pensou que esta ardente vontade de tantas pessoas de terem filhos é algo instigado culturalmente? Ao contrário da adoção que é algo desaconselhável? Enquanto os pais são instigados a ter altas expectativas das crianças biológicas, aconselha-se a desconfiar das crianças adotadas - que viriam de classes pobres, lares desestruturados, possivelmente com traumas e com a carga genética de sabe-se lá quem...
"mas nao foi por que isso a faria mostrar aos outros paises que o dela e melhor e sim por que e uma mulher e tem instintos maternos fortissimos e meteu na cabeca que 3 era o numero perfeito."
"Até porque, no caso de mães, principalmente, existe um componente hormonal; a mãe é biologicamente impulsionada a amar o filhote como forma de otimizar a proteção que lhe oferece. Darwin explica."
...que comentários mais infelizes...
Posso saber que componente hormonal é esse...?
Darwin, não, colega.
Machismo explica.
O que eu achei mais engraçado foi a justificativa "proteção". A fêmea ama mais o filhote para que ele seja protegido! (E ainda dizem que a natureza é perfeita! Colocar logo a fêmea - aquela meeesma que todo mundo diz que é fraca, inepta e emocional demais - pra proteger a cria??!)
"Instinto Maternal"... Yo não vejo isso nem em bicho.
(Com exceção do meu peixinho papagaio de estimação que sempre adota os filhotinhos dos outros peixes (ciclídeos) do aquário. Mas, ops, ele é um animal irracional = só instintos, é macho, de outra raça e híbrido!!)
Nossa, concordo totalmente com Mariana.
Nefelibata, essa lei não é absurda. Você é muito nova ainda, encara as coisas como "ferro e fogo", de maneira impulsiva. Daqui a alguns anos, verá como tudo muda. Por favor, não quero dizer que daqui a 10 anos você obrigatoriamente terá outra opinião. Não é isso. Estou apenas falando sobre como eles executam essas leis. É tudo baseado na média de idade, na vivência. Mesmo que uma pessoa queira muito, alguém de 25 anos não tem a mesma experiência de vida de uma pessoa de 40. É muito simples.
Nem sei se vou conseguir comentar esse post direito, pois dá vontade de vomitar. Afinal, como não quero e provavelmente nunca vou querer ter filhos, não contribuirei em nada pra perpetuação da espécie humana. ahhf... então, vou viver minha vida insignificante, sem dar contribuições valiosas para a humanidade, e desperdiçar o tempo que me resta trabalhando, comendo, dormindo, fzendo os cursos que gosto e vivendo muito bem minha vida pessoal, o que já é um consolo enoormmmeee. ( desculpa a ironia, Lola , mas não resisti!!rsrsrs)... adorei seu texto... beijão
Leiam no blog Terra Goyazes: De como a Blogosfera derrotou o Esgoto Midiático!
Pois é Gisela... concordo que uma pessoa de 40 anos é muito mais madura que uma 25 (ou pelo menos normalmente). Mas por que então se eu roubo alguém com 18 eu já posso viver o inferno de uma penitenciária? A lei não alivia para uma pessoa "imatura" nesse ponto, nem as pessoas costumam ser compassivas para o assaltante que mal atingiu a maioridade. Por isso eu acho absurdo. Se uma pessoa é imatura ou psicologicamente incapaz aos 25, que seja para todos os atos da vida, inclusive os penais, que para mim são muito mais sérios. Mas enfim, apenas uma digressão, só quis mostrar como o fetiche inercial de ter filhos dá nós na cabeça das pessoas.
Olá Lola, pensar nesse aspecto, de ter filhos como uma missão e mais ainda como afirmação de status me fez pensar no peso do instituto social familia como a matriz heterossexista, isto é, como o padrão do qual se matem uma sistema de discriminação. Mesmo tendo lido muito sobre a temática nos meus estudos sobre direito da criança e adolescentes e também sobre a gênero e discriminação eu só fui ganhar a real noção disso como esse seu post e por isso lhe parabenizo uma exposição tão simples me fez compreender um conceito tão importante. Particularmente, ignorando o lugar social da constituição da família, eu sempre compreendi a geração e criação de filhos como um desdobramento do amor de um casal, não importando sua forma de constituição, e mais ainda um fenomeno de vivência e evolução como ser humano, fugir do egoismo e doar-se para alguém. Contudo, todo o contexto em que vivemos me faz questionar a intenção de ter filhos, ainda não os tenho, e formação de família em torna da manutenção de um status me preocupa, pois acaba-se formando um ciclo de manutenção dos preconceitos e uma forma de sociedade não desejavel.
Olá Lola,
estou visitando seu blog :)! Tb sou de Fortaleza, mas há 1 ano em 4 meses que moro na terra do Tio Sam.
Eu[por enquanto] não quero ter filho e nem sei se eu vou querer ter no futuro.O que eu realmente considero fazer é adotar uma criança.Dar a chance à alguém que não pediu pra nascer, mas mesmo assim foi abandonado como se fosse uma garrafa descartável.
Eu já enfrentei esse preconceito e me perguntaram pq eu queria adotar, quando eu poderia ter um "da minha linhagem", e as pessoas falaram em todos os tipos de contra sobre isso, e achei ridículo.Não acho que seja o sangue que faz uma pessoa pai ou filho.Tem tanto pai assim como tem tanto filho que não tá nem aí pra família.
Se a pessoa quer adotar um filho, ou quer ter um filho ou não, tudo bem, mas é necessário respeitar aqueles que optaram por não ter e a sociedade cai em cima muito desse povo.Acredito que cada pessoa sabe se tem estrutura ou não pra ter um filho, e se for pra ser um pai ou mãe ausente,na minha opinião, é melhor nem inventar de construir um família e tb ter uma reca de filho e não ter condição de prover educação e um bom lar, é melhor não ter do que colocar um marginal no mundo, rs!
Muito interessante esse post.
Grande abraço.
Nisso estou de acordo, Nefelibata. Entendo sua visão e seu questionamento. Eles parecem ter dois pesos e duas medidas.
Nefelibata, entendo sua revolta contra a restrição à vasectomia para menores de 25 anos; tenho a impressão de que se trata de uma exigência absurda da lei, no caso o inciso I do artigo 10 da Lei 9.263/96 (texto integral, inclusive com a mensagem de veto, em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9263.htm). Esse artigo foi originariamente vetado, à época, ao argumento de que "a esterilização voluntária se equipara a mutilação, com perda de função", sendo o veto derrubado pelo Congresso Nacional. Da forma como redigida a Lei, há apenas duas hipóteses em que a esterilização voluntária é permitida, sempre para pessoas capazes: maior de 25 anos OU com pelo menos dois filhos vivos (ainda que menor de 25 anos). A questão que se coloca é se a sociedade pode restringir o direito de um cidadão à opção pelo planejamento familiar ao argumento de que os menores de 25 anos seriam muito jovens para tomar uma decisão tão drástica e, na maioria dos casos, irreversível (segundo meu urologista me explicou quando fiz a minha, há alguns meses, a vasectomia só é reversível nos primeiros três anos, aproximadamente, pois depois disso o testículo deixa de produzir espermatozóides; ainda assim, a cirurgia é complicada e pode não obter sucesso - desculpo-me antecipadamente se os dados não estiverem muito corretos, em especial se tiver alguém da área lendo...). Quero crer que não há justificativa moral legítima à restrição; muito mais lógico seria vedar a esterilização voluntária apenas para menores de idade, no meu entendimento. Mas fica um ponto interessante para discussão: os limites impostos pela Lei são legítimos?
Bom, acho que sou minoria aqui, mas sempre quis ter filhos. Porém, nunca vi nenhum objetivo "mágico" nisso. Não acho que meu filho vá ser um gênio que encontrará a cura do câncer, ao contrário, desde a gravidez me preparo psicologicamente para lidar com o fato de que as escolhas dele possam ser totalmente diferentes das que eu julgo corretas. Também não acho que meu filho seja uma continuação de mim, quando eu morrer, acabou p/ mim.
Acho que as pessoas têm o direito de decidir se querem ou não ter filhos, e deveriam pensar bem nas implicações disso: tempo, dinheiro, sono,etc.
Mas eu sou muito feliz sendo mãe. É um amor incondicional. Sou menos egoísta quando se trata do meu filho. Claro que podem dizer que esta é apenas uma ferramenta biológica para procriarmos e cuidarmos de nossas "crias", mas mesmo assim é muito bom. São pequenas coisas que me deixam feliz.
Talvez as pessoas que optem por não ter filhos se achem mais inteligentes por esta opção, afinal estão tomando uma decisão consciente, sem se deixar influenciar pela nossa "natureza animal e instintiva", mas no fim o que todos queremos é realização. Eu me sinto mais feliz sendo mãe, outros se sentem mais felizes optando por não ter filhos.
Eu não tenho a minima vontade de ter filhos,as vezes penso que talvez depois dos 30 eu mude de idéia,mas provavelmente não.Ter que cuidar de alguém e ter uma responsabilidade eterna pra mim seria um grande fardo.Pra falar a verdade a idéia de gravidez não só não me atrai,como me me causa pavor.
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