quarta-feira, 26 de maio de 2010

SOMOS DONOS DO NOSSO PRÓPRIO CORPO?

O Thiago, vulgo Nefelibata, deixou um ótimo comentário no meu post sobre ter filhos como missão. Reproduzo parte dele: “tenho 24 anos e faço 25 agora. Com 16, eu já tinha a faculdade de escolher meus representantes políticos. Com 18, eu já tinha consciência o bastante para, perante a lei, pagar pelos meus pecados no inferno da cadeia. Mas somente com 25 tenho o direito de fazer vasectomia! E é assim: eu tenho que passar por um exame psicológico e, se aprovado, aguardar ainda 6 meses ("período de eventual arrependimento") para somente aí ir pra mesa de cirurgia. Não sei quanto a vocês, mas eu acho isso um absurdo...

Adwilhans deu uma resposta mais concreta: “Nefelibata, entendo sua revolta contra a restrição à vasectomia para menores de 25 anos; tenho a impressão de que se trata de uma exigência absurda da lei, no caso o inciso I do artigo 10 da Lei 9.263/96. Esse artigo foi originariamente vetado, à época, ao argumento de que 'a esterilização voluntária se equipara a mutilação, com perda de função', sendo o veto derrubado pelo Congresso Nacional. Da forma como redigida a Lei, há apenas duas hipóteses em que a esterilização voluntária é permitida, sempre para pessoas capazes: maior de 25 anos OU com pelo menos dois filhos vivos (ainda que menor de 25 anos). A questão que se coloca é se a sociedade pode restringir o direito de um cidadão à opção pelo planejamento familiar ao argumento de que os menores de 25 anos seriam muito jovens para tomar uma decisão tão drástica e, na maioria dos casos, irreversível (segundo meu urologista me explicou quando fiz a minha, há alguns meses, a vasectomia só é reversível nos primeiros três anos, aproximadamente, pois depois disso o testículo deixa de produzir espermatozóides; ainda assim, a cirurgia é complicada e pode não obter sucesso). Quero crer que não há justificativa moral legítima à restrição; muito mais lógico seria vedar a esterilização voluntária apenas para menores de idade, no meu entendimento. Mas fica um ponto interessante para discussão: os limites impostos pela Lei são legítimos?"

(Euzinha aqui de volta). Pois é. Não sei como funciona, não sei se qualquer homem com mais de 25 anos pode pedir uma vasectomia pelo SUS e ser prontamente atendido. Lógico que sou a favor, ainda mais porque é um procedimento cirúrgico muito mais simples que a ligação de trompas (laqueadura) feita pelas mulheres. Mas muitos homens, por incrível que pareça, ainda associam a fertilidade à potência sexual. E creem que, se fizerem vasectomia, suas ereções estarão comprometidas. E esse mito ridículo existe em todas as classes sociais. Esses dias mesmo ouvi essa história de um casal de classe média alta, ambos PhDs e tal.
Mas o depoimento do Thiago me fez voltar ao tempo. Quase vinte anos atrás, eu e o maridão fomos conversar com nosso médico da família. Naquela época minha família ainda tinha algum dinheiro e frequentávamos um médico particular. Eu realmente gostava desse médico, que já me atendia há vários anos, e confiava muito nele. Fomos a sua clínica e expusemos nossa situação: eu e o maridão, então namoradão, estávamos apaixonados, pretendíamos ficar juntos, queríamos transar como coelhinhos, mas nenhum de nós desejava ter filhos. Será que o namoradão poderia fazer uma vasectomia? O médico foi categórico: não, de jeito maneira. Segundo ele, o namoradão, então com 32 anos e solteiro, ainda era jovem demais pra se submeter a um procedimento sem volta. Se ele ao menos tivesse filhos, talvez. Porém, sem filhos, nenhum médico aceitaria realizar a cirurgia. E lembro até hoje da metáfora que ele usou: “Não é porque você não toca piano que vai querer cortar os dedos”, que eu achei uma alusão válida e forte, mas pô, a gente definitivamente estava segura do que queria e não queria. Não iríamos tocar piano!
Insistimos que tínhamos certeza absoluta que não mudaríamos de ideia, que nunca nos imaginamos pais, até antes de nos conhecermos. Mas nada feito. O médico estava crente que, cedo ou tarde, nos renderíamos à normalidade e faríamos o que todos os casais saudáveis fazem: um filho.
Vinte anos depois, o maridão e eu continuamos apaixonados (dentro do possível numa rotina matrimonial monogâmica, ou seja, adeus à ideia de transar como coelhos), sem filhos, e sem a menor vontade de tê-los. Mas certos apenas de que isso de liberdade individual e de cada um ser dono do próprio nariz (ou do próprio corpo) só vale quando se acata o que a maioria manda.

69 comentários:

Kenny Guilherme disse...

Esse post me fez retornar à uma velha pergunta que sempre me faço: até onde o Estado deve intervir em nossas vidas?
Eu, que sou liberal por natureza, nunca gostei da ideia do Estado intervindo, seja nos nossos hábitos, no que podemos ou não ver na TV, na economia, etc. Atenção: estou dizendo que a ideia do Estado intervir a priori não me agrada, não estou dizendo que sou contra todas as intervenções em todas as áreas. Por exemplo, para mim está muito claro que esse mito de que o mercado se auto regula, "deixa fazer, deixa passar", é isso, um mito. O Estado precisa intervir na economia, não vejo como não pensar assim. O tamanho e o alcance dessa intervenção são outros 500.
Mas eu dizia que, por ter essa veia liberal, não gosto do Estado dando pitaco no que devemos ou não fazer. E isso se aplica ao assunto do post. Onde já se viu uma lei dizer o que posso fazer ou deixar de fazer com meu corpo?
Fico imaginando o que dirão aqueles que são a favor dessa lei: "quando vc opta por não ter filhos essa decisão afeta a sociedade toda, então essa escolha não cabe só a você". Ou então algo na linha que justifica a obrigatoriedade do cinto de segurança: "o Estado está te protegendo de você mesmo".
Não me convence!

Vitor Ferreira disse...

Eu tenho plena consciência do senso comum dizer que o normal é procriar, ter filhos e tal. Mas também vejo por outro lado, que certamente não o lado visto pela lei. Acho que a maioria das pessoas que faz de uma certa forma deve se arrepender depois. Somos todos influenciados pelo senso comum afinal, não somos? Igual aos abortos liberados no Japão pós-Guerra. Muitas mães tiveram problemas psicológicos, principalmente depois de ter outros filhos e imaginar como seria a vida dos que elas abortaram. Não que eu seja contra a vasectomia e ao aborto, muito pelo contrário, mas acho que deve se pensar em todas as possíveis consequências e nem todo mundo (talvez a maioria das pessoas) está pronto pra enfrentá-las depois.

CherryBlossomGirl disse...

lola, concordo com você que a decisão é de cada um... mas não deixa de ser uma decisão muito complicada! dizem que quando o instinto maternal BATE, é com força! (morro de medo dele haha) de qualquer maneira, admiro pessoas que aos 20, 25, 30 ou 40 que seja já sabem o que querem da vida e não mudam o que pensam. coerência interna, yey!

Anônimo disse...

Loláxima!

Que post tesão!!! E que raiva tb!!!

Assim: trabalho com um médico súper querido, fofo, feminista e ele sempre achou um ABSURDO essa resolução médica que impede homens de fazer vasectomia (OK, impedir, não impede, mas diante do SEM-NÚMERO de exigências e tals para fazer o procedimento, dá quase na mesma).

Ele e a mulher partilham a mesma idéia que você e o maridão - eles simplesmente NUNCA quiseram ter filhos. Quando eles se casaram (há quase 30 anos), também buscaram a vasectomia pra ele. NENHUM MÉDICO TOPOU - mesmo os colegas dele. Resultado: quando os dois viajaram pros Estados Unidos (lua di mel), ele fez a cirurgia lá. Pronto, sem stress. E 30 anos depois ele é sossegado com a decisão e, como disse, ele acha o fim da picada um homem não poder decidir pela vasectomia ou não, nem essa interferência sem-noção do Estado. E, feminista como é, acha o cú da cobra a mulher não ter autonomia para interromper uma gestação INDESEJADA.

Ponto comum entre esses dois temas: é o Estado, Igreja, Sociedade, TODO MUNDO dando pitaco numa decisão de FORO ÍNTIMO. Simples assim.

Nesses casos, pra variar, a falta de viabilidade para exercer decisões a respeito da autonomia e controle do próprio corpo reflete a faceta cruel da segregação ecônomica: quem tem GRANA, faz com segurança, seja em clínica no BR ou viaja pra onde possa fazer.

E quem não tem grana? Senta e chora?

Jukka

Gabriela disse...

Oi,

namoro faz 6 anos e tb nao queremos ter filhos, meu namorado pesquisou horrores para fazer vasectomia (ele tem 25) mas realmente existem riscos ligados a cirurgia, como dor cronica e tal... mas mesmo assim ele pretende fazer um dia desses...

Gabriela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isa disse...

Ótimo texto!

Só uma correção: são "trompas" ou "tubas", não trombas. ;)

Bruno S disse...

Por mais que a pessoa seja dona de seu corpo e de sua vida, devemos lembrar que nossa racionalidade é limitada. As pessoas tem grande facilidade para mudar de ideia e de se arrepender, ainda mais influenciado pelo meio.

Um novo relacionamento pode fazer a pessoa mudar seus planos para a vida.

Então não vejo nenhum absurdo que uma vasectomia sofra algumas restrições, de forma que a pessoa acabrá sendo forçada a pensar mais tempo sobre sua decisão.

Até porque ninguém será obrigado a ter filhos se tiver que esperar para fazer a cirurgia.

Julia disse...

Uns dois anos atrás, eu e meu namorado (estamos juntos há 5 anos) também concluímos que não teríamos filhos. E nós somos bem mais novinhos do que 32 anos. No presente momento, tenho 18. Desde os 16, no entanto, emendo a pílula durante quatro ou cinco meses, menstruo, e emendo de novo. Segundo alguns médicos que consultei, posso fazer isso por anos sem problemas. Ou seja, eu já "estou" esterilizada. Desde, repito, 16 anos de idade. Claro, não é irreversível (quero dizer, não sei: que tipo de problema pode dar, né?), mas mostra a minha idéia. Eu realmente não quero ter filhos. Não queria ter aos 16, não quero ter aos 18 e, se eu quiser aos 44, posso adotar um. Sempre tem a chance de adotar. Nem que seja adotar um gato bem gordo e felpudo. Enfim, divago...

Uma coisa que sempre me preocupou é: e se a pessoa não passa no exame psicológico? Porque o exame é coordenado por seres humanos, não raro inclinadíssimos a pensar que nossa função vital (especialmente sendo mulher) é procriar. Quão fácil é pro cara dizer que o seu paciente não está preparado quando ele de fato está, e barrar uma operação de provável custo alto para o Estado? Paranóia minha isso, gente?

Aliás, a comparação do teu médico, Lola, é absurda porque tu não usa os dedos apenas pra tocar piano! Que outra serventia tem espermatozóides?

hahahahaha :***

Anônimo disse...

"Somos donos do nosso próprio corpo?"

Sim e não. Do mesmo modo que temos o livre arbítrio, o qual tem total influência nas escolhas individuais, também estamos submetidos a valores e imposições sociais, os quais também influem nas escolhas e ações individuais.

Lembrou-me a questão do aborto, provavelmente já largamente discutido neste blog. Trata-se de uma questão de maior complexidade, uma vez que uma outra "vida" está em jogo (vida entre aspas porque ainda existem divergências científicas e morais/religiosas em relação onde e quando a vida começa e ainda sobre o conceito "vida").

Aí está: ter filhos é uma escolha individual ou uma imposição social? De quem são esses filhos: de quem os gera e cuida, ou seja, unicamente dos pais, ou do coletivo? A quem pertence nosso corpo: a nós mesmos, podendo assim fazer o que quisermos com ele, ou do todo, sendo nós agentes de transformações sociais?

São questões que devem ser pensadas e repensadas antes de se definir qual a melhor escolha do ponto de vista social: permitir a vasectomia a menores? Legalizar o aborto?

Há que se definir o que é individual e o que é social, principalmente porque nem sempre o coletivo arca com consequências individuais resultantes de suas próprias imposições.

Anônimo disse...

Mencionando o que GiGi comentou:
"[...] principalmente porque nem sempre o coletivo arca com consequências individuais resultantes de suas próprias imposições."

Um brevíssimo exemplo pra ilustrar isso.

Não sei vocês sabem mas creches públicas tem férias coletivas nos meses de julho e de dezembro a fevereiro. É minha gente, as férias da maioria das mulheres trabalhadoras que PRECISAM desse serviço, certamente coincide com esses períodos!

Ou seja, a mulher pobre que TEM QUE TRABALHAR FEITO LOUCA pra garantir o sustento da família, vai ter que rebolar e muito pra arrumar um lugar pra deixar os filhos pequenos durantes as FÉRIAS COLETIVAS DAS CRECHES PÚBLICAS.

E, como ela tem várias opções:
* se deixar as crianças trancadas em casa, os vizinhos denunciam ela pro Conselho Tutelar, por abando e cárcere privado;
* se deixa na casa de alguma amiga, parente, as crianças ainda correm um risco de ter contato com estranhos e, bom, nem preciso falar em abuso e pedofilia.

E como eu disse antes: quem tem grana, paga babá, colônia de férias. Quem não dindin, senta e chora, né?


Jukka

Gisela Lacerda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrick disse...

As políticas públicas são feitas para a média geral da população. No caso citado, os interessados não ficam desassistidos. O sistema de saúde distribui preservativos gratuitamente. Aliás, se vocês conversarem com o pessoal de saúde, principalmente quem está envolvivo com saúde pública, são pessoas francamente contrárias às esterilizações e muito favoráveis aos preservativos. Não sou da área, mas imagino que não se chegou a essa conclusão assim, "do nada". Devem existir pesquisas para amparar essa decisão. Várias lolinhas devem ter feito seu mestrado ou doutorado em cima de dados estatísticos para se chegar a essa conclusão.

L. Archilla disse...

eu acho que essa lei subestima muito o ser humano. é claro que pode ser que antes dessa idade ele não esteja maduro para decidir algo dessa importância e irreversível. mas quem garante que depois ele estará? quem garante que todo mundo aos 30 tem maturidade para decidir algo importante?

sem falar no seguinte: é claro que a pessoa, por mais madura e equilibrada que seja, pode se arrepender da cirurgia. mas quantas decisões irreversíveis na vida nós tomamos e depois nos arrependemos? e aí, a vida acaba depois disso? por isso que acho que subestimam nossa capacidade de lidar com frustrações.

quanto a ser algo que afeta a sociedade inteira, concordo. mas já discutimos isso no outro post, e é óbvio que o mundo NÃO PRECISA mais ser "povoado" por seres humanos. já tem gente o bastante e muitos já cuidarão da tarefa de evitar a extinção. ou seja, um vasectomizado afeta POSITIVAMENTE a sociedade, então não faz sentido a proibição. na minha opinião, todo mundo devia poder fazer a cirurgia depois dos 18.

L. Archilla disse...

ah! e "transar como coelhinhos" foi ótimo.

bem, é claro que existem meios de se evitar a gravidez além da cirurgia, mas o que faz com que o estado interfira na decisão do casal? sem falar nos poréns, de gente que tem reação à pílula e até alergia à camisinha. mas tá, não é a regra. o que está em discussão é a liberdade individual - e o quanto essa liberdade afeta a sociedade como um todo - não se o casal vai ou não ter filhos.

Nefelibata disse...

Muito obrigado por responder ao meu comentário com um post inteiro, Lola, que honra =D Muito obrigado também a todos que me ofereceram suas opiniões nos dois posts, sou muito grato =D

E é isso mesmo, Lola. Apenas algumas coisas que até já foram ditas, mas que acho importante reforçar bem:

1. O fato de eu ser vasectomizado não significa que não posso ter filhos. Significa que não posso fazê-los, e é muito diferente. Muita gente não percebe, mas o "medo" de se esterilizar confrontado com a "eventual e natural" vontade de ter filhos na verdade revela um egoísmo em muito semelhante, senão idêntico mesmo, ao blogueiro americano que acha uma missão fazer vingar a própria semente. E a vantagem da adoção é que existe um processo legal que verifica minha real capacidade de ser pai, o que não ocorre quando faço um filho. Porque eu sou necessariamente considerado imaturo para me esterilizar até os 25, mas pelo contrário, perante o Estado, nunca sou considerado imaturo para ter filhos em qualquer idade. Parece que o Estado entende que cuidar dos filhos seja algo tão natural quanto tê-los. E não é assim. Nesse sentido, gostaria muito de ver os estudos que "devem existir" sobre o tema. Mas por enquanto, nada vi que afastasse minha convicção de que essa área, tal qual muitas outras do direito e do Estado, é profundamente marcada por uma inércia ideológica, um sentimento e medo coletivo e acrítico mesmo.

2. Desculpem-me estar sendo repetitivo nisto, mas é que não me desce direito o argumento de que a justificativa legal dos 25 anos seja por causa da irreversibilidade da decisão de se vasectomizar. Não por causa do argumento em si, mas por causa da incoerência em relação a outras esferas da vida, principalmente a penal. Quem passa o tempo que for na penitenciária ganha um estigma que levará para a vida toda. Suas relações sociais serão profundamente prejudicadas, assim como suas relações de trabalho, assim como sua visão de mundo e de si próprio. Ninguém tem esse dó todo do ser humano que comete crime, nem julga que ele é um coitado que não sabia o que estava fazendo, e que vai se arrepender no futuro... E tem gente que quer diminuir a maioridade penal para 16 (e justificam isso dizendo que hoje, uma pessoa de 16 anos é perfeitamente ciente de si e do mundo)! Novamente, isso para mim revela uma postura histórica e social que não apenas valoriza acefalamente o "crescei e multiplicai-vos" como também é cruel com a figura do "criminoso".

NORA PEIXOTO disse...

Ai, que resposta difícil! Penso que não somos donos de nada, não somos livres coisa nenhuma. Somos o que a existência nos faz ( já dizia o Sartre no Ser e o Nada) porque estamos inseridos numa cultura, numa sociedade atulhada de valores e leis e,infelizmente, pensamos que pensamos mas agimos por reflexo condicionado como ratinhos de laboratório.
Ai, que cruel sou!
Eu diria para o rapaz usar camisinha SEMPRE ( só faz bem para diversas situações) até que a lei o libere para a vasectomia se, até la´ele não se enganchar numa mulherzinha família onde o baby é a razão de ser da vida dela e ele, babando de paixão com tesão e cegueira temporária então, fará um ou dois bebês rapidamente. Decisões irreversíveis ou verdades absolutas não existem. Amores, decisões de hoje poderão amanhã serem aceitos como rotina no cotidiano.
Eu tive duas filhas lindas e aos 35anos decidi pela ligadura definitiva. Não me arrependi porque já tinha experimentado as dores do parto e da maternidade. É diferente da situação dele. Bjs.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Sou contra métodos definitivos esterilização cirúrgica) em qualquer pessoa que não tenha filhos.Definitivo significa que na maioria dos casos vc não pode voltar atrás.
Tá na cara que essa proibição é pelo medo de um eventual processo, mesmo com termo de consentimento assinado, no caso de arrependimento.Já ouvi falar de muitos casos em que a pessoa se arrependeu e quis processar o médico que " não explicou que era irreversivel e que havia outros métodos menos agressivos à disposição". Não sou advogada, mas pelo que entendo de leis, é muito grave vc tirar o direito da pessoa realizar o sonho de ter filhos pelo menos uma vez na vida( mesmo que a pessoa tenha te implorado isso e assinado embaixo).
Bem como médica, já vi histórias do arco da velha, então na minha opinião melhor proibir mesmo de fazer esterilização quem não tenha nenhum filho. Existem vários métodos anticoncepcionais à disposição, reversíveis, no caso d de um eventual arrependimento.E Não há nenhum método 100% seguro , nem esterilização. Os únicos ´métodos 100% seguros que conheço são: abstinência sexual e castração- sendo a castração proibida no Brasil, por ser extremanete agressiva e mutiladora- sem necessidade!alias, acho que em lugar algum do mundo é liberado isso. A unica "castração permitida por lei", é aquela realizada por motivos de saude( por ex: retirar ovarios devido a um cancer, retirar os testiculos devido a um cancer ou gangrena, e por aí vai...) mas aí são indicações clinicas precisas e casos isolados. beijos

Gisela Lacerda disse...

Eu não sou nem advogada (mas adoro Direito e tive de aprender muita coisa depois da morte de meu pai, fora outras chatices), não sou médica (mas tenho duas primas que são e também gosto de me informar) e estou totalmente de acordo com a opinião da Maria Valéria. Falou tudo que penso do assunto. Só faltou dizer que todo ser humano é doido (ideologias e manipulações por trás de muitas dessas decisões radicais, me desculpem) - aí já é a esfera psicanalítica. ;-))

Gisela Lacerda disse...

Outra coisa que também acho um horror são os profissionais da área médica vindo a público condenar a menstruação e fazendo palestras sobre o assunto para comer dinheiro de otário. Uma coisa é a índia, a africana, a mulher lá do sertão que quase não menstruou na vida pois teve um filho atrás do outro. E outra bem diferente foi o que li na Veja: essas jovens com toda vida pela frente, fresquinhas achando a menstruação um "martírio". coitadinhas. Vão lavar uma roupa. Ai se fosse filha minha... Ficam lendo por aí que a jornalista, apresentadora tal decidiu parar de menstruar tomando a "pílula do admirável mundo novo" - que não é admirável, mas todo mundo parece que leu o livro do Huxley de maneira errônea. Ufff...

Caio Ricardo disse...

Discordo com a Maria Valéria, não acho que estejam tirando o direito de alguém ter um filho. Primeiro porque foi um desejo da pessoa, se ela procurou e concordou em fazer a cirurgia ela deve ter plena certeza de que é isso que realmente quer, claro que pode acontecer um arrependimento mais a frente, mas essa é a vida. Segundo, estão esquecendo da adoção? Parece que um filho adotado não é filho 100%. Muitos falam em instinto materno e tal, mas parece que ele só serve se a mulher carregar a criança por 9 meses.

Essa fixação de ter um filho próprio(leia-se uma cópia dos progenitores)é incentivada pela sociedade. Qual a primeira perguntar que fazem aos recém-casados? "E o filhinhO, vem quando?" Acho isso tudo o ápice do narcisismo.

Gostei do que o Nefelibata disse. Só porque estou apto(biologicamente) a ter um filho não significa que estou capacitado para ser pai.

Gisela Lacerda disse...

E senti nos comentários que muita gnete mistura o "assunto aborto" com essa de vasectomia. Uma coisa é a descriminalização do aborto porque é questão de saúde pública, outra bem diferente é se submeter a um processo cirúrgico altamente radical (sem a mínima necessidade) porque se optou por não ter filhos.

E exemplos de creches não fazem sentido, porque o sistema de saúde precário não caminha lado a lado, não tem nada a ver com esse assunto de vasectomia. Eu não vejo ligação entre um e outro.

Lembrei-me (pasmem!) do assunto "cotas nas universidades": muitos dos que são contra usam o argumento de que isso não conserta as falhas no sistema da educação. Quem disse que o "c./fiofó tem a ver com as calças"? Ahahaha! Acho engraçado...

Gisela Lacerda disse...

Outra que o fato da pessoa ir até uma clínica, visitar um médico demonstrando o desejo de não querer NUNCA ter filhos , e mais ainda, o desejo de se submeter a uma vasectomia não pode ser considerado como um desejo praticamente imortal. As pessoas mudam, a vida muda a todo instante. O ser humano é assim, meu Deus. Aiás, nem sei porque estou discutindo isso, é tão claro. E é claro para quem faz a lei.

João disse...

Off topic: Lola, você viu a entrevista da Dilma nesta noite de quarta-feira a um telejornal brasileiro em rede nacional? Talvez você mude de ideia sobre algumas coisas importantes...

Anônimo disse...

Também não entendo essa coisa de querer vir dizer o q EU tenho q fazer como o MEU corpo.
As pessoas parecem não se dar conta de q ter filho é mais dever do q direito
. E até onde sei, conforme dito no post da Lola msm, a Lei garante q eu possa ser esterilizada se assim eu o quiser... bastar eu ter no mínimo 25 anos OU dois filhos.

E sinceramente, é tão grave assim não poder FAZER filhos? E quem não quer ter de jeito NENHUM? Se arrisca a engravidar e ter um filho q não será amado, desejado?

eu hein, o corpo é meu, ligar as trompas, interromper uma gestação indesejada ou parar de menstruar deveriam ser direitos MEU, e não ter pitaco de Estado nenhum, não interessa a ninguém as minhas decisões de foro íntimo.

Gisela Lacerda disse...

Deixando claro que eu estou de acordo com Riffael que diz ser um tédio essas perguntas aos namorados e recém-casados. Sem namorado aí vem: nossa, jovenzinha, bonita, inteligente.. meu Deus, não pode. Depois dos 30: não é casada? Ah, meu Deus, o que é isso!?

Namora? Ah, quando vem o noivado?

Noiva? QUANDO VAI CASAR, QUERIDA?

Casada? Cadê o filhote?

pós-balzaca, solteira, nunca casou, não parou ainda (!!) no sanatório.. uauaauua É um et. Ahahahah oje estou num humor! Bjs a todos

Gisela Lacerda disse...

Não é questão de foro íntimo, por isso mesmo e erroneamente a lei sobre o aborto não passa por aqui, justamente porque confundem duas coisas que não podem ser confundidas, porque a mulher já ficou grávida e o que está ali é uma célula vivente. E ainda mais, por essa mesma razão é que só é permitido até os 3 meses de gestação nos países onde o aborto é legalizado e permitido.

Fui pesquisar sobre o assunto e vi que na França a vasectomia foi permitida em 1999. Eu conheço uma mulher que ligou as trompas, mas já tinha 3 filhos e fez dois abortos. Essa é coelha mesmo. ;-))

Aborto é questão de saúde pública e na minha opinião é a mulher quem decide sobre seu próprio corpo mas o homem tem todo direito de querer impedir sua parceira de fazer isso e se moram no Brasil, a coitada vai se ferrar, por causa da lei.

Já quanto às intervenções cirúgicas como vasectomia e ligação de trompas, penso que não tem a ver com saúde pública. Tem a ver com estado sim. Tem a ver com Direito/história do mesmo, o social/sociedade/construção de uma sociedade e muito, bastante a ver com Psicanálise, porque as pessoas raramente agem mais com a razão. Somos todos impulsionados por sentimentos os mais sombrios, fugazes e estamos sempre passíveis de agir de maneira drástica. Exemplo:

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/economia/?p=2914

Nesse link diz "menos emprego; mais vasectomia'. O cara tá lá na crise, com medo e acha que é o fim do mundo. Pronto: todo mundo vai fazer vasectomia então.

Por isso sou totalmente contra esses processos cirúrgicos radicais em quem não tem filhos e em menores de 25 anos. Acho que nem precisa enumerar mais justificativas.

Gisela Lacerda disse...

Vamos supor que aqui fique como é na França: muito homem vai fazer e por medos ridículos. Eu não acho legal, não.. Mas, enfim, cada um é cada um.

Dai disse...

Oi, Lolinha.

Olha, eu também acho um tema delicado e controverso. Fico em dúvida em muita coisa. Dia desses estava discutindo os limites das decisões sobre o corpo no que se refere a intervenções cirúrgicas. A priori, meu ser feminista gostaria de acreditar que deveríamos ter autonomia irrestrita - para alargar orelhas, colocar piercings, encher de tatuagens, se quisermos, decidir pelo aborto (sempre!), etc.
Mas este mesmo argumento deve servir às cirurgias plásticas drásticas? Que dizer da 'democratização' das lipos, silicos e rinoplastias? Cada vez mais baratas e ao alcance de meninas que mal saíram da puberdade e já querem arrancar um pedaço do rosto ou inflar os busto, movidas pela (falsa) promessa de adquirar a carinha ou os peitos da moda.
Como há uma indústria por trás disso - de gente nada ética e apenas estimulada a obter lucro aa custa da miséria humana - não se fomenta um debate ético consistente, que demande uma regulação. Parece óbvio que um código de ética deveria regular essas cirurgias e torná-las restritas, limitando a idade, inclusive.
O contexto das cirurgias que visam o planejamento reprodutivo é bem diferente. Não há uma indústria lucrando com isso. Ao contrário, o procedimento é visto como uma despesa pouco justificada - principalmente se falamos do Sistema Unico de Saúde. As mulheres que querem (e até precisam) tem de passar por uma verdadeira via crucis para conseguir a cirurgia e acho que há pouquíssimo esclarecimento acerca da vasectomia na rede pública (claro, deixam tudo nas costas das pobres das mulheres, como se nós tivessemos que deter um controle universal sobre a vinda de bebês ao mundo, o que também se vê na criminalização do aborto). Isto sem contar que as tais são moeda de troca de voto em período eleitoral - super em voga aqui no Nordeste, por exemplo.
Apesar disso, compreendendo essas diferenças, ainda acho coerente que alguma regulação seja pensada, sim, para para qualquer procedimento cirúrgico que possa intervir de forma direta e perene na vida de uma pessoa.
Lógico que isto deve ser pensando de uma forma menos restritiva e, imagino, que possa considerar a particularidade de algumas situações - o que ainda não acontece.
Acredito nisso por que há outras discussões que perpassam as cirurgias - para além de elas serem definitivas. A limpeza ética é uma bastante discutida. Também acho complicado um médico admitir que a vasectomia é o método contraceptivo mais indicado para um jovem de 20, 30 anos quando ele deveria recomendar com bastante veemÊncia que ele usasse camisinha. Afinal, vasectomia não previne ninguém do HIV, né?
Beijos,
Dai

lola aronovich disse...

Kenny, aí já não concordo – sou a favor da exigência do uso de cinto de segurança sim. Ao fazer uma vasectomia, o homem só afeta a si próprio e, talvez, a parceira. Mas se opto por não usar cinto de segurança, e eu sofrer um acidente, terei danos muito mais graves por não estar com o cinto, e isso acarretará em gastos extras para a saúde pública. Além do mais, sem cinto, eu posso ser ejetada para fora do carro e ferir outra pessoa além de mim.


A todos que falaram da pessoa que faz vasectomia ou ligação de trompas mudar de ideia, bom, aí fica sendo um problema da pessoa. E, sinceramente, duvido muito que seja a maioria. Mas mesmo que fosse, por que uma pessoa que tem certeza ou diz ter certeza de que não quer filhos (como no meu caso) é proibida de fazer o que quer com o seu corpo? E olha que não estou cometendo nenhuma atrocidade contra ele. Estou só cortando um tubinho.
No post, falamos de duas coisas diferentes: de um homem não poder fazer vasectomia antes dos 25 anos, e de médicos particulares não aceitarem fazer vasectomia ou ligação de trompas em alguém (qualquer um, de qualquer idade) que não tenha filhos. Infelizmente, uma pessoa não pode fazer vasectomia sozinha – depende de um médico.
E aí sim vale a comparação com o aborto. Nos EUA, na maior parte dos estados, o aborto é legalizado. No entanto, muitos médicos se recusam a realizar um aborto, seja por motivos religiosos, seja por medo de retaliações de grupos religiosos/terroristas anti-aborto. Então temos uma lei que permite o aborto, mas que não é cumprida. Parece que no caso da vasectomia no Brasil é semelhante: ela é permitida para os maiores de 25 anos, mas poucos médicos aceitarão realizá-la se a pessoa não tiver filhos. Ou seja, é o governo decidindo o que cada um deve fazer com seu corpo.

lola aronovich disse...

Ha ha, Julia, obrigada por me ajudar a entender o equívoco da comparação do meu médico! É verdade, dedos servem para um monte de coisas além de tocar piano, enquanto espermatozóides servem pra apenas uma coisinha...


Nefelibata, ótimo o que vc diz sobre não poder TER filhos vs. não poder FAZER filhos. Pô, são coisas totalmente diferentes. Aliás, cá entre nós e off topic, mas se tem uma coisa que não entendo é casal que entra e desespero e faz mil e uma fertilizações in vitro ao saber que não pode FAZER filhos. Não pode fazer mas pode ter, pode adotar. Me parece um narcisismo sem tamanho querer deixar um registro de si mesmo para a posteridade...

Anônimo disse...

Longe de mim querer ditar o que as pessoas devem ou não fazer da vida. Eu mesma não desejo filhos e provavelmente nunca irei querer. Mas quero fazer laqueadura por isso? Deus me livre!
E se um dia eu mudear de ideia? Alguem aí falou em adoção, mas não acredito que adoção seja um processo tão simples assim, como as pessoas entendem. É diferente adotar uma criança com uma historia anterior de vida, e ter o proprio filho. Não acho que em todos os casos de quem não teve folho se pode dizer" ah, nao tive entao vou adotar!", não é simples assim. não é por acaso que quem adota passa por avaliação psicologica, entrevista, etc. não é todo mundo que dá conta.
Ah, as pessoas falam que " mudar de ideia não é nada, e daí?". Não é nada.concordo, mas é a primeira alegação que o casal faz qdo processa o médico que laqueou
" ahhh... mas eu mudei de ideia... o dr nao me avisou antes..." tem varios casos assim.
Agora, posso ser sincera? quem quiser fazer esterilizaçao sem ter filho nenhum, acha quem faça, se for particular. é que nem aborto, se vc tiver $ e pagar,vc vai achar um médico que faça escondido.desculpem a sinceridade mas sei que funciona assim.
ps: nem sou de area cirurgica, nao trabalho com isso, não conheço os profissionais que atuam nisso,mas sei que tem... abraços

lola aronovich disse...

Maria Valéria, não vejo por que uma pessoa não possa assinar um atestado dizendo estar ciente que o procedimento é irreversível, que está de acordo com tudo, e que não pode processar o médico caso mude de ideia. Eu fiz cirurgia para miopia há uns doze anos, e lembro de ter tido que assinar um documento dizendo saber que, como qualquer cirurgia, essa também envolvia riscos, e que ela não garantia zerar a miopia. Ou seja, no documento que assinei, assumi toda a responsabilidade pela cirurgia que paguei para fazer. Não sei por que isso não pode ser feito em casos de esterialização. Concordo que é gravíssimo tirar o direito de alguém de se reproduzir, e sabemos que isso acontece, que há casos de ligação de trompas de mulheres pobres que não sabem que foram esterilizadas. Mas acho igualmente uma intromissão no meu corpo e no meu direito de decidir o Estado (ou os médicos individualmente) proibir que eu faça uma ligação de trompas, ou meu marido uma vasectomia.


Dai, mas é complicado defender a autonomia total do corpo da mulher (e do homem) e ao mesmo tempo querer proibir que alguém faça uma cirurgia plástica. Eu posso ser contra tal cirurgia, mas proibir não cabe a mim, e não deveria caber a ninguém. Claro que os médicos deveriam ter um código de ética para decidir quem faz ou não a cirurgia. E não estou falando de menores de 18 anos. Aí deveria ser proibido e ponto final. Mas se aceitamos que uma pessoa com 18 já pode fazer tudo, deve poder fazer tudo que um adulto pode. Inclusive vasectomia... ou uma cirurgia plástica totalmente desnecessária (não pelo SUS, lógico), se quiser.


E todo mundo falando como se um casal não querer fazer filho fosse um grande problema pra humanidade... Pô, é um a menos pra agredir o meio ambiente!

Unknown disse...

Olha, 25 anos me parece uma idade razoável para limitar a cirurgia de vasectomia.

Pessoas fazem tatuagens, e se arrependem. Pior são aquelas tatuagens com o nome da pessoa amada - mas um dia esse amor pode ir embora.

Pode acontecer de estar convicto em não ter filhos, com uma pessoa que pensa igual a mim. Mas posso me separar e ficar com uma outra pessoa, cujo sonho é ter filhos. Será que não poderia abrir mão por ela?

É um assunto bem espinhoso.

Qual é a grande vantagem assim de fazer vasectomia antes dos 25? É transar sem camisinha? Deixar de usar pílulas ou outro método anticoncepcional? Será que um benefício tão essencial assim?

Mas a discussão está boa. Ainda votaria a favor da lei atual (e nem sou tão conservador assim), mas posso mudar de idéia.

Nefelibata disse...

Isaac,

(Também estou gostando muito disso =]) Eu poderia dizer que morro de medo de que pílulas de farinha circulem novamente por aí como já aconteceu, ou que minha camisinha estoure sem que eu perceba como também já aconteceu (pode zoar se quiser, eu deixo =p). Mas eu acho que perguntar "qual o problema de usar camisinha", nesse caso, é desviar a questão do foco. Isso apenas esconde o fato que apontei lá em cima: uma política pública e uma força cultural que impele as pessoas a fazerem minieus. Meu ponto de revolta é esse.

Pessoas fazem tatuagens podem se arrepender, de fato. Pessoas que fazem vasectomia, idem. Mas tem muita coisa por aí da qual também nos arrependemos e, na prática, também não tem retorno: financiamentos, empréstimos, crimes. Por que para tudo isso, eu sou considerado maior de idade após 18 e não após 25 também? Eu não posso chegar pro banco e dizer "pô, quando eu fiz 18 anos eu achava que o mundo era meu, e me afundei nesses empréstimos. Hoje, com 24, eu vejo diferente... bora reverter isso tudo?". Se eu processar o banco, ainda terei o prejuízo com o advogado. Mas se alguém processa o médico que fez vasectomia com termo de consentimento, e ganha, isso só mostra que a política estatal, na figura dos juízes, também incentiva que geremos nossos próprios filhos. É muito fácil resolver isso. Basta decidir na justiça que o cara com 25 anos é maior de idade e, portanto, plenamente capaz. Se o médico o "enganou" de alguma forma, esse é um outro problema, que não se restringe à vasectomia, aliás. E esse é o segundo ponto da minha revolta: além de o Estado praticar uma política que acho injusta por ser indevidamente invasiva, ele ainda é, hum, hipócrita.

Gisela,

O cara que toma a decisão de fazer vasectomia porque perdeu o emprego, para mim, facilmente não seria aprovado no exame psicológico, psicossocial ou seja lá o nome correto do procedimento. Acho eu. Mas novamente eu tomo o exemplo do banco. Um desempregado de até 25 anos também pode se ver, no desespero, tentado a contrair empréstimos ou a cometer um roubo. E aí o Estado não aparece para, ahem, "protegê-lo".

As pessoas realmente mudam, mas na vida, em mais de uma oportunidade, somos confrontados com decisões que muitas vezes não têm volta. Depende de cada um decidir se encara ou não a questão, e como encara. A Maria Valéria, muito corretamente, não quer nem saber de laqueadura porque sente medo de se arrepender. E está certo. Quem tem dúvidas não deve tomar decisões drásticas. Mas não é meu caso. Aqui, é um querer meu me confrontar com a questão de poder ou não gerar descendentes. Quero minimizar tanto quanto puder as chances de passar pra frente minha semente, sem que com isso eu tenha que virar celibatário. Creio ser isso um direito meu. Porque para mim, ter um filho por um acidentezinho que seja seria completamente catastrófico. Na verdade, até acho positiva a irreversibilidade da vasectomia por causa disso (mas no meu caso pessoal, claro). Ainda que eu bata a cabeça no futuro e fique lelé, não teria como fazer filho. Se eu me arrepender, que se dane. Já faz alguns anos que me considero adulto o bastante para engolir as consequências dos meus atos, isso é ser adulto, né.

E aí eu concordo com você sem abrir mão: "Cada um é cada um". =]

Nefelibata disse...

Dai,

Não se trata da recomendação médica à esterilização, mas o contrário; o desejo do paciente em se submeter a ela (e mesmo assim, conforme relatos aqui, muitos médicos se recusam a fazê-la ainda que seja um direito previsto legalmente). Concordo, contudo, quando você diz que camisinha é indispensável na proteção contra DSTs. Mas daí para dizer que "esqueça a vasectomia, use camisinha" não é somente um salto, mas também deslocamento do problema. Pelo menos no meu caso, não quero fazer vasectomia só para poder deitar com todo mundo por aí sem que me venham cobrar pensão depois =p


Maria Valéria,

Você está certa; para tudo tem um jeito. Mas eu não reclamo da possibilidade, e sim de como isso se dá. Por que eu preciso agir no clandestino, no ilícito, nas trevas para exercer algo que - mais uma vez - entendo ser meu direito?

Quanto à questão da adoção, realmente é muito complicado. É muito mais difícil adotar um filho do que fazer um. Porque o processo de adoção realmente quer investigar se os dois do casal podem ser pais. Tenho certeza de que muita gente que tem filho por aí, se tivesse que passar por tal escrutínio, seria reprovada. É muito mais responsável. É como disse o Jerry Steinberg na entrevista de 2007 que eu linkei nos comentários do outro post (quem quiser ler, vale muito, muito a pena: http://tinyurl.com/2v3g4hv): algumas pessoas - algumas - parecem pensar mais para comprar um par de sapatos do que para ter um filho. Porque isso é natural, é inercial. Desculpe se pareço ofensivo, mas eu vou na linha do que disse o Riffael: ser pai ou mãe não é prerrogativa de quem compartilha DNA. Então, eu convido as pessoas a pensarem no que realmente querem: um "sonho" de fazer filhos, que vem às vezes desde a infância, e que por mais inocente que seja é narcisista e possui enorme peso social e ambiental, ou, simplesmente criar e educar uma criança para que possa viver neste mundo difícil.

Bem, desculpem-me pelas delongas, mas obrigado pelas considerações =] Espero não ter sido rude com ninguém =]

Lola, obrigado mais uma vez por ter publicado esse assunto e participado da discussão =]

Unknown disse...

Eu acho que o arrependimento sai da esfera individual e afeta a sociedade como um todo a partir do momento em que o indivíduo tem que:

1. se ausentar do trabalho por conta da depressão;
2. fazer terapia por conta da depressão;
3. em casos extremos de depressão, envolver a família toda, fazendo com que outras pessoas também percam dias de trabalho para cuidar dele.

Enfim, eu creio que as razões por trás de tal proibição vão muito além de proteger o indivíduo contra uma eventual depressão gerada pelo arrependimento. Ela visa garantir que o indivíduo continue a gozar de plena saúde mental para continuar a ser mão-de-obra na engrenagem capitalista e NÃO precisar de licenças de trabalho prolongadas.

Infelizmente, o Estado pensa de forma objetiva e distúrbios como depressão e ansiedade estão no topo da lista dos problemas que deixam os indivíduos de molho em casa.

Por mais que ele tenha assinado um termo e não possa necessariamente mover um processo contra o médico que fez a vasectomia, ele terá outros problemas e NÃO vai se ferrar sozinho. Vai ter um empregador tendo que arcar com as despesas de sua licença médica, vai ter uma família em desespero precisando de folga também... ih, é tanta coisa, que eu sinceramente duvido muito que um dia teremos essa 'liberdade' total para agirmos sobre nossos corpos.

É bonito falar que o indivíduo que arque sozinho com as consequências de seus atos, mas na prática ele geralmente não arca sozinho. Melhor tentar prevenir algumas situações caóticas no futuro do que ter que gastar mais para remediar, não? Logicamente, estou tecendo meus argumentos sob a ótica do indivíduo que existe no mundo essencialmente como mão-de-obra, mais nada. Mas não seria assim que o Estado vê a gente? Isso parece um pouco com o argumento de que dar direitos iguais às mulheres faz a economia do país crescer, como se isso não fosse uma questão de humanidade, mas meramente de indicadores econômicos. Mas teria como fugir desse tipo de argumento? Hum, não sei =/

L. Archilla disse...

gente, pára tudo... depressão??

embora não tenha nenhum dado estatístico para apresentar, acredito convictamente que tem muito mais gente deprimida por dívidas (como exemplificaram acima), ou por ter filhos que não planejou, do que por NÃO poder ter filhos biológicos.

concordo que o que afeta uma pessoa afeta indiretamente toda a sociedade, mas existem diferentes graus de interferência social. se o estado for nos proteger de todos os possíveis fatores desencadeadores de depressão, a gente não faz mais nada!

lola aronovich disse...

Depressão, Alice? Vc não acha que está se apressando nas conclusões, associando diretamente uma vasectomia/ligadura de trompas com o arrependimento por não poder mais ter filhos, seguido de depressão? Obviamente que MUITA gente, imagino que a vasta maioria das pessoas, NÃO se arrepende de ter sido esterilizada (se foi com seu consentimento, lógico; não estamos falando de esterilizações indevidas, sem que a pessoa saiba). E mesmo entre aquelas que se arrependem, quantas entrarão em depressão por uma escolha que elas mesmas fizeram? Concordo com o que o Thiago Nefê e a Lauren falaram sobre arrependimento – a gente pode se arrepender por dezenas de escolhas na vida. E a gente lida com os nossos arrependimentos, não? Lida com as nossas escolhas. No meu caso, tanto eu quanto meu parceiro fixo, juntos há quase 20 anos, sempre quisemos a vasectomia. E não deixaram, e imagino que não deixem até hoje, simplesmente porque não passamos por essa experiência primordial de ter filhos. Não importa o NOSSO desejo do que fazer com nosso próprio corpo, importa apenas o nosso possível arrependimento.
E, se for pela ótica do capitalismo, de como uma eventual depressão por causa de um eventual arrependimento após uma esterilização afetaria a economia, então as empresas seriam a favor que se esterilizasse todo mundo mesmo. Não? Licença maternidade, enjoos na gravidez, faltas por ter de levar filhos ao médico, etc etc certamente causam mais faltas que depressão por arrependimento por ter feito vasectomia ou ligadura, não acha?

E por que tantas comparações com tatuagem, gente? Tatuagens não são proibidas! Aí é que está. Quem faz e se arrepende de ter feito arca com isso depois. Já esterilizações para quem não tem filhos (independente da idade) é dificílimo de fazer, mesmo previsto em lei. E ouso dizer que tatuagens são mais socialmente aceitas hoje em dia do que não ter filhos...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Lolah - valeu a intervenção tão lúcida, como os posts...

Agora, ocorreu o seguinte pensamento na minha cabeça: então, se, de acordo com a Lei, há apenas duas hipóteses em que a esterilização voluntária é permitida, sempre para pessoas capazes: maior de 25 anos OU com pelo menos dois filhos vivos (ainda que menor de 25 anos), ENTÃO vale dizer que, se a pessoa tiver 02 filhos adotivos, também poderá fazer a vasectomia?

Dai disse...

Oi Nefe e Lolinha,

Entendo perfeitamente a discussão de vcs. Eu sou a favor do aborto e do planejamento reprodutivo. Realmente esse médico que negou isso ao maridão aos 32 anos
foi um tanto prepotente. E, sim, as pessoas agem como se filho fosse sagrado, etc.

Mas, eu realmente fico hesitante no que se refere ao debate sobre o corpo. Por que acho que se nosso corpo nos pertence desde que sejamos magras, seios grandes e nariz grego, então, ele já não nos pertence. E também por que acho que há realidades paralelas que precedem essa discussão do planejamento reprodutivo e que devemos saber mais, pesquisar mais antes de definir uma posição (Eu não consigo me decidir ainda e também não acho que sei de muita coisa). Admito que meu discurso é contaminado por minha vivencia no campo da saúde reprodutiva com as usuárias do SUS. Fica difícil eu não me questionar sobre algumas questões envolvendo ética médica - que acabam dizendo respeito a todos os que desejam se submeter ao procedimento, mesmo aqueles que vão a médico particular.
Eu não sei se estou certa nem acho que as políticas públicas sejam perfeitas (ao contrário!), mas eu fico hesitante diante dessa questão por entender que as políticas públicas existem por uma razão e são muitas vezes uma exigencia do próprio movimento feminista. Já participei de algumas mesas com usuárias em que discutimos esterilização e havia dois discursos recorrentes: o das mulheres (mais velhas) que se sentiam impelidas a fazer esterectomia, mesmo sem querer (sim, algumas acham o diu mais comodo que uma cirurgia) e daquelas (mais jovens) que viam o seu direito preterido, mesmo já tendo filhos.
Questões de ordem economica, infelizmente, acabam se sobrepondo às de ordem moral e ditando as regras. E os casos particulares nunca são discutidos, quando sabemos que toda regulação precisa dar margem às exceções.
Como já disse, não sei se estou certa, minhas dúvidas falam mais alto.
25 anos me parece razoável para que uma pessoa decida que não quer ter filhos. E acho que esse cálculo existe em função de nossa idade reprodutiva. Seria importante ver de onde surgiu essa regulação (eu não sei! Se estiver errada alguem me corrija!).
Quanto às cirurgias drásticas - as que mudam o rosto de uma pessoa, lipo, silico, etc - eu acho que elas são um sintoma da misoginia de nosso tempo, que concebe esse ideal virtual de mulher e o vende a gente que acha que precisa comprar. Como as mais vulneráveis a isso são justamente as mais jovens e também muitos médicos que hoje as praticam estão na base da piramide da antiética profissional (muitos deles nem médicos são!), sim, penso que deviam discutir a regulação dessas cirurgias. Regulação não é proibição, mas, sim, determinar que há condições em que não é aceitável que isso aconteça. Tatuagens (hoje acessíveis a maiores de 16 anos, o que acho bastante pertinente) não mutilam metade do nariz de alguem nem matam uma pessoa de 24 anos numa mesa de cirurgia por uma anestesia mal feita, também não injetam silicone industrial. Além disso, não acho que seja tão livre assim desejarmos nos encaixar em um padrão que está para além de nós, que nos oprime, angustia e nos move a tentar atingi-lo custe o que custar. Acho que a discussão ética aqui é de outra sorte e merece mais linhas.
Entendo que dificilmente essa indústria clandestina sórdida e sem critérios atingiria as cirurgias de esterectomia e vasectomia, mesmo sem qualquer regulação(fato é que nascemos para buscar a beleza e a procriação - e isso faz parte do controle do nosso corpo, não só pelo estado, mas pela própria cultura).

Mesmo sabendo disso, ainda não fico totalmente segura da não regulação das cirurgias de esterilização. Pois ainda convivemos com contextos adversos no que diz respeito às políticas públicas, ainda precisamos discutir aborto, o crescimento da AIDS etc, fica aquela duvidazinha em mim. Será que não há sentido mesmo em pedir que alguém com menos de 25 espere só um pouco?
Não sei.
Beijocas,
Dai

Gisela Lacerda disse...

Vixe Maria, são muitos comentários depois do meu! Ainda tenho que me arrumar, sair, blablabla. ;-)

Gente, adoro ler opiniões diferentes e não sei bem onde o "assunto depressão" entrou (deve ter vindo junto com a "questão arrependimento"), então não quero relacioná-lo ao do post, mas adorei o comentário da Alice. Mas por favor, é só sobre depressão e "arcar com as consequências dos seus atos" que eu falo. Concordo plenamente: morei com uma cidadã de má-índole que se pendura na imagem de anarquista e ideóloga para levar todos na porcaria da mente dela: maligna e depressiva. Atrapalha geral.

Bem, há deprimidos e deprimidos, claro. E também deve ter muuuuuita gente mal por aí porque teve filhos sem querer! Claro! Bem, só quis falar mesmo da depressão em si.

Gisela Lacerda disse...

Melhor mesmo deve ser a abstinência e durante a solteirice não ter ninguém. E não casar, inclusive, é o melhor método contraceptivo. Conheço bem os dois. ;-)))) Bem, chega uma hora que não dá, claro.

Gisela Lacerda disse...

Só uma coisa que não entendo, continuo realmente sem entender: por que raios precisa fazer a vasectomia e o raio da ligadura de trompas? Se previne de outra forma! Estão vendo o porquê da lei? Passa por ideologias. A pessoa pode passar uma vida se prevenindo com pílula, (coito é meio arriscado), DIU, injeção, camisinha, meu Deus! Tantos métodos!? Aí vai ao médico pedir vasectomia? Bicho, eu acho doido esse mundo. Sério mesmo.
;-0

"Bicho" - tô meio anos 80, gíria carioca.

Unknown disse...

Lola, eu até concordaria com vc, quanto a alguem sem filhos querer ser esterilizado e assinar um documento confirmando isso.
Mas isso só seria possivel, se fosse garantido que nossa justiça não tivesse brechas para nenhum processo nesses casos. O termo de consentimento assinado protege o médico, sim, mas depois de dar um trabalho enorme pro colega se defender, gastar com advogado, perder tempo para provar algo que nem precisaria ser provado.Aposto que tem muito juiz que aceitaria uma " denúncia" assim, em vez de arquivar, o que seria o correto.E termo de consentimento pode ser questionado de varias maneiras: a paciente /o casal pode dizer que assinou sob pressão, sob coação, daí a provar o contrario... vixe!!
Mas entendo seu posicionamento.
Quanto a liberar só com 25 anos, concordo cm alguem aí em cima que acha um absurdo fixar idade limite para esterilização com 25 anos, se com 18 anos já podemos votar, dirigir e responder processo penal.
*** Eu aos 25 anos, tadinha de mim... era uma criança grande, literalmente, imatura, e quase tds decisões que tomei naquela epóca, foram erradas...
então, fixar idade minina acima da maioridade penal, sendo que cada um atinge a maturidade numa idade diferente, acho esquisito mesmo. beijos;)

Adriano Berger disse...

Caramba, cheguei tarde nessa polêmica discussão... mas mesmo assim quero me manifestar e jogar lenha na fogueira.

Pra mim, que sou relativamente conservador, acho que homem que quer fazer vasectomia cedo está com segundas intenções, principalmente se for casado. ACORDA MULHERADA!! SEUS TOUROS QUEREM PULAR A CERCA!!

Se o casal está convicto de que não quer ter filhos, porque então a mulher não retira o útero, que além de evitar a gravidez acaba com todo o incômodo mensal? Sob a ótica da medicina tem o mesmo impacto de uma vasectomia. Afinal, não creio que alguém que decida pela vasecto esteja realmente pensando em mudar de idéia futuramente.

Sob o aspecto legal, vejo que a constituição e legislação brasileira segue uma linha que na medida do possível não conflite com a fé cristã predominante na nação. Assim, impedir a reprodução estaria indo de encontro com a natureza humana e seus institntos. Para contornar de forma branda, sem agredir a estrutura física original, é tolerado o uso de preservativos e anticoncepcionais, pois não exercem nenhum papel definitivo, mas que permitem que se chegue ao objeivo de cada um de não ter filhos.

Acredito que em qualquer país do mundo o corpo seja considerado uma unidade sagrada. Na Europa, para se ter idéia, é muito raro ocorrer cesarianas, e até o uso de injeções ou soros injetáveis é evitado na medicina por agredir de forma desnecessária o corpo humano, quando o medicamento poderia ser administrado via oral.

Grande abraço, Lola e amigos!
Adriano Berger

lola aronovich disse...

Mon Dieu, Adriano, não acredito que vc disse isso! Primeiro que esse argumento de "homem vasectomizado é touro que quer pular a cerca" é parecido com o que a gente ouve de verdade sobre mulher esterilizada: "ela tá fazendo isso pra poder dar à vontade por aí". Não existe homem ou mulher fiel que seja esterilizado, é isso?!
E aí vc vem com essa: "por que a mulher não retira o útero?". Note que vc não só coloca toda a responsabilidade de evitar a gravidez na mulher, como não fala nem pra ela fazer ligação de trompas. É melhor tirar logo essa coisa incômoda chamada útero de uma só vez! Não creio que tenha sido sua intenção, Adriano, mas pô!, condenar coisas tão intimamente ligadas às mulheres, como útero e mestruação, tem um nome: misoginia.
Além do mais, a vasectomia é uma cirurgia bastante simples e rápida, enquanto a ligação de trompas (que não inclui tirar o útero!) é muito mais demorada, difícil, e sujeita a maiores complicações.
Estou de bom humor, então não leve a mal a minha pergunta: o chapéu que vc usa na foto é homenagem a um certo blogueiro da Veja?

Unknown disse...

Loláxima!
Ainda bem que você está de bom humor pq eu "azedei" quando li as pérolas desse moço Adriano.

BARALHO!

Estava até escrevendo uma resposta (detalhada) a esse comentário dele. BUT vc resumiu na melhor palavra possível: MISOGINIA.

beijoabraçoqueijo

lola aronovich disse...

Ô Montricot, mas escreve a resposta mesmo assim. Sem resumos!
Sério, tem vezes que a pessoa não faz por mal, e tenho a impressão que esse é o caso do Adriano. Ele só nunca parou pra pensar por que falar mal de partes do corpo tão intrisicamente ligadas às mulheres pode ser considerado misógino.
Se vc tiver paciência pra explicar...

Dai disse...

Eu só lamento que numa discussão tão rica a gente não saiba qual a origem da bendita idade de 25 anos e em que se baseia a legislação que a institui. A idade não é aleatória, deve se apoiar em pesquisas e números dos organismos internacionais de saúde. Vou mandar email para os especialistas em reprodução perguntando. Para ter mais clareza contra o que estamos argumentando, quais as origens, etc, até para desconstruir, caso valha mesmo a pena. Beijos!

Unknown disse...

Loláxima do meu coraçón!
A resposta tá ficando grande demais :P
Mando por email depous, pra vc dar uns cortes, se quiser!

Estou empolgada pra escrever!!!

beijukkos

Julia disse...

Desculpa, pessoas, mas ninguém aqui tem o direito de dizer que é contra métodos definitivos.

O corpo é meu, lembra? E o teu é teu. Ninguém deve poder dar pitaco tipo "você não PODE se impedir de produzir filhos através das próprias células haplóides".

Carla Mazaro disse...

A discussão tá muito interessante, mas tenho q estudar para tres provas amanhã... então num vou ler os comentários até o fim e num sei se isso já foi dito...
Mas se com 18 anos eu posso escolher o PRESIDENTE DA REPUBLICA, fato que vai afetar a sociedade muito mais diretamento do que a decisão individual de se ter ou não um filho, acho que deveria ser legal fazer a vasectomia... não que deva ser super liberal... obvio que deve se ter um processo de avaliação psicologica e talz... mas isso da idade é meio contratitório né não?
Outra... ok.. existem outros metodos contraceptivos, mas eu odiaria ter que passar a vida toda usando camisinha, tendo um parceiro fixo e numa relação monogamica, sendo certo que não quero ter filhos - como é o caso da Lola - ou ter que tomar pilulas para sempre... pq querendo ou não tbm é uma intervenção no corpo... injetar hormonios que não deveriam estar lá a vida toda num deve fazer bem... pelo menos eu acho...
E sobre instinto maternal... sério... num acho que isso exista BIOLOGICAMENTE, mas ter todas as pessoas ao seu redor perguntando quando vc vai ter filho e a sociedade como um todo te dizendo que isso deveria ser missão de vida e a midia dizendo que você só estará completamente realizado depois de procriar.. acho que isso sim faz com que esse instinto exista...
Ah.. sobre parar de menstruar.. que alguem comentou... tá num é a coisa mais essecial da vida parar de menstruar... mas que isso é chato pra carai isso é...
a gente perde mó tempo trocando absorventes, lavando roupa que manchou... tendo cólicas... sério... num sei quem pode gostar disso...
Ah.. esqueci... pra ser mulher tem que sofrer... num basta apenas ter vagina...

Anônimo disse...

Pq a mulher não retira o útero???
Vc sabe qual o risco de uma cirurgia para retirada de útero, em comparação a uma cirurgia p/ vasectomia??
Mesmo o risco cirúrgico p/ laqueadura é bem maior do que p/ vasectomia, mas nem vou entrar nesse mérito e ficar falando disso.
Só vou responder que a mulher não retira o útero ou ovários pela mesma razão que o homem não tira os testículos...
Castração não dá...(!!!)
Agora, gente, eu nunca disse que sou contra métodos definitivos, só acho desaconselhável fazer em quem naõ tem nenhum filho.
Se fosse permitido, e eu fosse da área cirúrgica, eu não operaria um casal sem filhos nem a pau.Mas ia ter um monte de colega meu que faria, e iria adorar...é igual aborto em caso de estupro, tem colegas meus que são contra e não fazem nem nesse caso( sou a favor, enfim, aqui seria outra discussão...)
abraços.

Anônimo disse...

ps: eu nunca disse aqui que concordo com " cobranças da sociedade pra ter filho". Se fosse assim, eu tava perdida, pq tenho quase 36 anos, não tenho filhos, não quero e não acho que vou mudar de ideia. Instinto materno em mim ??? Zero...não dou satisfação disso pra ninguem, nem pros meus pais, imagina se to ligando pra
"sociedade".
Mas mesmo assim, eu jamais aceitaria fazer uma laqueadura. Apesar de ser muito improvavel eu mudar de ideia e querer ser mãe nos proximos 5 anos( já que até agora não quis), não é impossivel.
bjs!

Gisela Lacerda disse...

Oi, Julia. Realmente, ninguém pode dar pitaco dizendo "não pode". Mas a lei pode. Outra coisa: não há nada escrito nesse "mundão de Deus" dizendo que é proibido eu, cidadã que pago impostos (mesmo que não pagasse)dizer aqui num blog que sou CONTRA algo. Às vezes, temos "metamorfoses ambulantes" (lembrando Raulzito!) e às vezez podemos sim tranquilamente sermos "contra" ou "a favor" de algo sim.

lola aronovich disse...

Mas aí é que está, Gi. Pros pitacos das pessoas sobre as nossas vidas – tanto sobre o “absurdo” que é um casal monogâmico sem filhos querer fazer uma vasectomia, quanto o “absurdo” que é uma mulher não ser casada, ou o “absurdo” que é mulheres não serem magras e maquiadas etc etc (a lista do que vai contra a normalidade é longa) – a gente Activia e Johnny Walker (ou seja, caga e anda). Mas contra a lei, ainda mais uma lei que julgamos injusta, porque manda no corpo individual d ecada um, temos o dever de criticar. E, mais uma vez, repito: não é só alguém com menos de 25 anos que não consegue ser esterilizado, mesmo que tenha certeza que não vai querer fazer filhos. É alguém sem filhos, ponto. Dei o exemplo meu e do meu marido que, com 32 anos, buscou informações sobre a realização de uma vasectomia, e ouviu que “nenhum médico faria uma vasectomia ou uma ligadura em alguém sem filhos”. Eu acho uma intervenção arbitrária no meu corpo, e no corpo do meu marido, a sociedade ditar que teremos que usar anticoncepcionais até a minha menopausa.

Unknown disse...

Também fiquei indignada com a resposta do Adriano pelo teor misógino. Enfim, não sou contra a realização da vasectomia/laqueadura em ninguém, apenas não acho tão absurda assim essa limitação de idade para a realização de tal procedimento.

Quanto à depressão, que eu mencionei e gerou certa polêmica, eu acho que não me fiz entender direito. E nem sei se conseguirei explicar, mas creio que é assim:

1. Acredito sim que há milhões de razões para deixarem as pessoas deprimidas e fazê-las faltar ao trabalho;
2. No entanto, eu também acredito que essa decisão do governo não tenha sido aleatória, e sim baseada em pesquisas com dados apontando para um percentual relativamente elevado de pessoas que se arrependem de tal procedimento e podem tanto entrar em depressão como processar médicos;
3. Para evitar tudo isso, foi preciso fixar uma idade para a realização de tal procedimento.

Obviamente, eu não estou descartando o fato de que a sociedade, de uma forma geral, nos considera basicamente como reprodutores/perpetuadores da espécie. A reprodução estaria entre nossas ‘funções básicas’ nesse mundo. MAS eu também não descarto a possibilidade de que somos vistos também como mera mão-de-obra que TEM que estar saudável sempre. Nem que para isso tente-se eliminar os riscos. A Lola disse que se fosse assim, a melhor solução para as empresas seria esterilizar todo mundo. Não creio nisso. Mas o que ela disse me fez pensar em um assunto paralelo a essa discussão que eu gostaria de acrescentar aqui: infelizmente, vivemos em um mundo misógino, e essa misoginia muitas vezes perfaz caminhos não muito belos e interessantes/humanos que precisam ser considerados:

1. Os tipos de licença médica que a Lola mencionou em resposta a mim são consideradas licenças ‘de mulheres’ (já tendo um caráter discriminatório aí). Ou são os homens que levam a prole ao médico? Ou são os homens que recebem licença paternidade prolongada? Eles deviam, não? Mas interessantemente isso não ocorre. E infelizmente, muitas empresas levam esses fatores em consideração ao contratar. Ou vocês nunca ouviram dizer de alguma empresa que paulatinamente contrata mais homens que mulheres? Ou que prefere mulheres solteiras e sem filhos?
2. A sociedade vem mudando, mas as mudanças são lentas e as leis demoram ainda mais para mudar. Quero dizer com isso que o mito em torno da vasectomia ainda persiste muito. É por isso que vemos argumentos do tipo ‘ele vai pular a cerca’ e ‘então que a mulher tire o útero, ué’. E daí eu pergunto: será que toda essa mentalidade não se traduziu na hora que o médico de Lola disse não ao maridão com 32 anos? E se fosse a Lola querendo realizar ligadura, aos 32 anos? Será que os médicos hesitariam? Sinceramente, eu tenho minhas dúvidas (mesmo porque tenho casos de mulheres em minha família que passaram por tal procedimento após os trinta e não encontraram obstáculo nenhum. Detalhe é que elas não tinham filhos).

Eu posso estar sendo apressada em minhas conclusões, mesmo porque isso aqui é uma conversa informal e pressupõe-se que ninguém aqui esteja fazendo pesquisas quantitativas para chegar aos fatos. No entanto, em um Estado que claramente pensa através de indicadores econômicos e não esconde isso, eu acho que é uma resposta até razoável. É claro que não precisava ser assim. É claro que bastava o paciente ter a convicção do que deseja e seguir adiante. Mas não somos todos iguais e arrependimentos acontecem. E infelizmente nós sabemos que as conseqüências de um ato impensado podem não afetar o indivíduo sozinho. É preciso muita força de vontade para não sucumbir à pressão social que se faz para que sejamos lindos, bem sucedidos e FÉRTEIS o tempo inteiro. E eu não creio que todos sejam imunes a tal pressão.

Adwilhans disse...

Lola, chega a ser deprimente ouvir que médicos se recusam a fazer um procedimento como a vasectomia em alguém que preenche todos os requisitos legais. Esse sim é um caso para se processar o médico, afinal ele não tem o direito de se recusar a fazer um procedimento! Em Curitiba, não tive dificuldades para fazer a minha (nem tive que esperar os tais seis meses!); tudo bem, foi por plano de saúde e não SUS, eu tenho bem mais que 25 anos (snif!) e uma filha, mas o urologista que me atendeu se limitou a conversar longamente comigo em uma consulta, tentando sinceramente me dissuadir, conversou também com minha esposa, e em seguida disse que por ele tudo bem, desde que o plano de saúde liberasse. À época eu tinha Unimed, a liberação saiu em três dias, e uma semana depois eu fui pra faca. Simples assim. Um concunhado meu, que fez pelo SUS (ok, ele tem dois filhos e mais de 25 anos) não esperou nem um mês entre o pedido e a faca. Acho que vcs devem procurar mais opções de médicos e, enquanto isso, registrar uma reclamação contra o médico que rejeitou o procedimento. Percebam: qualquer médico pode se recusar a fazer qualquer procedimento no seu consultório particular; o mesmo não vale se o procedimento for requisitado via SUS ou via plano de saúde, a não ser que o médico tenha feito essa restrição quando se associou. É ridículo um médico se registrar num plano de saúde como especialista em vasectomia e, quando é procurado por um paciente, dizer que não vai fazer porque o cara não tem filhos! Cabe uma boa briguinha com o médico e com o plano, caso este não resolva o impasse! Por aqui, minha esposa teve alguns dissabores quando pensava em colocar DIU, embora o motivo fosse outro (os médicos do plano de saúde queriam cobrar um por fora, pilantras! Se não estão satisfeitos com o que o plano paga, que só façam particular, e não "misto", cobrando do plano e do paciente! Detalhe: a lei obriga os planos a incluir métodos contraceptivos dentre as coberturas, de modo que a recusa do médico ofende direito básico do consumidor!). Voltando ao tema, a vasectomia mostrou-se uma opção bem mais tranquila. Só para fins de registro: não estou pensando em pular cerca nenhuma nem em sair transando como coelhinho por aí, só estou convicto que não preciso de mais filhos e que, se mudar de ideia, a adoção é uma opção. Também para registro, que me perdoem os puristas, mas que é bom ver um bichinho (não me corrijam: é um bichinho sim, vai virar gente depois, espero!) com características suas, ah isso é bom. Narcisismo? Provavelmente. Mas é bom...

Gisela Lacerda disse...

Gente, Alice fechou com chave de ouro. Tudo o que eu penso. Apontou todas as questões envolvidas, inclusive a misoginia exposta pelo Adriano - um ser humano como nós que pode soltar preconceito um hora ou outra. Além do mais, prefiro até gente que brinca com um assunto e se mostra. E fiquei pensando sobre isso, do cara pular a cerca. Faz algum sentido. Até porque eu acho que cada homem desse planetinha tem pelo emnos um filhote que não conhece, nunca viu mais gordo ou mais magro! Pronto, agora vão dizer que eu sou a preconceituosa. Sou vivida! ;-)))

Anônimo disse...

Oi, Adwillians, aí concordo com vc. Quem atende pelo SUS, serviço publico, deve estar preparado para fazer todos os procedimentos. Incluindo o aborto legal e esterilização. Já ouvi historias de colega que se recusou a fazer um aborto com pedido judicial
( feto anencefalo), ok, o colega era contra aborto, direito dele, mas então não atuasse em servço publico, onde muitas vezes a unica opção do paciente é vc , e até achar outro colega que faça já passou do prazo que a cirurgia poderia ser feita.
No consultorio particular, vc tem direito a se recusar sim a fazer qualquer coisa que seja contrario a sua cosciência, ainda que permitido por lei.Está no nosso código de ética- alias o código não especifica que isso é direito só do médico particular, diz que é direito de todos.- mas entendo que se vc está no SUS, se vc escolheu assim, deve estar preparado para fazer tudo.O paciente do SUS não tem na maioria das vezes outra opção a não ser vc.
Ainda, acredito que se o paciente pede algo que seja contrario aos seus princípios, ainda que seja no consultorio particular- ok, vc tem direito a não fazer.Mas o minimo de bom senso seria indicar o nome de outro médico da sua confiança que faz.

Adriano Berger disse...

KKKKKKKKKK, valeu Lola! Bem que eu disse que iria jogar lenha na fogueira, né! Não leve a mal, tenho essa mania de procurar um equilíbrio nas questões complexas, mesmo que não compactue com elas. Mas acho que às vezes é importante colocar as pessoas para fazer outros tipos de análise visando as opiniões e os valores da coletividade, e não somente a própria verdade. Já pensou se um presidente da república ou um grupo de senadores e deputados resolvessem colocar seus próprios valores na pauta das suas decisões e legislações? É aí que mora o perigo... se bem que alguns fazem isso, e provocam muita revolta na população (escrevam se eu estiver errado).

Então, antes mesmo que Montricot tenha um surto e resolva montar um blog só para dar sua complexa resposta ao meu tiro curto, quero tranquilizá-la de que foi apenas uma pimenta, para tentar oferecer uma outra visão sobre o fato para meditação (desculpe Montricot, por tirar seu sono, rsrsrs).

Veja o Bruno Stern: discordamos quanto ao fator político outro dia, mas concordamos sobre a vasectomia. Se falarmos de futebol, o que será que pode acontecer?! rsrsrs. Valeu Bruno!

E obrigado Gi, por corresponder à minha expectativa de meditar no fato de que fazer uma vasectomia não é o mesmo que tirar uma amígdala. Falei em tirar o útero para polemizar e mostrar que o nosso organismo não está aí para ser modificado, mas utilizado. Deus não erra naquilo que constrói.

Minha opinião real é que a vasectomia não é uma decisão que se toma assim, como trocar de carro. Mas não sou contra e nem a favor. Quem esperou 18 anos para dirigir, que espere mais um pouquinho para encerrar a perpetuação de sua linhagem ou simplesmente ficar com os filhos que já tem.

Ah, Lola, o meu chapéu antecede o personagem de Veja, rsrsrsrs, é uma doce lembrança de uma indústria onde trabalhei e fui muito feliz.

Forte abraço, Lola! A unidade social está em permitir que se debatam os fatos com respeito, e é isso o que você está promovendo nesse blog. Por isso te admiro.

Adriano Berger

Carla Mazaro disse...

Sobre laqueadura das trompas... vi uma reportagem uma vez, uma menina de uns 20 anos estava tentao fazer isso pelo SUS, mas era barrada pela idade.... detalhe... ela já tinha 4 filhos... sério... não adianta falar pra uma pessoa dessas usar camisinha... depois do primeiro filho já devem ter dito isso... acho que o procedimento para interromper a fertilidade é dificil para ambos os sexos...

Gisela Lacerda disse...

Pois é, Carla, essa situação deve ocorrer diariamente nos hospitais. Fico pensando na solução de esterilização, sei lá, mas me parece egoísta da minha parte. Morro de pena dessas meninas, às vezes são praticamente estupradas no cotidiano ou acham inconscientemente que a gravidez é solução para ficar em casa, curtindo a vida: melhor do que pegar um trem lotado cheio de tarado para atender a clientela da zona sul, caso do Rio de Janeiro. Vejo muitas. Meu pai até dizia: "nossa, sentou nessa cadeia do caixa, fica grávida". Pergunta a elas se não querem mesmo isso? Ainda mais com a licença maternidade de 6 meses. Muitas vezes, todos pensam no concreto e se esquecem completamente das mensagens subliminares e na força da publicidade: atrizes engravidando direto. As pobres se espelham nelas. Classe-média também, mas os salários seguram o pato/abacaxi.

Anônimo disse...

ola eu tenho 23 anos . tenho meu proprio negocio e ja tive 4 namoradas e tenho varicocele em um estado que preciso operar mas mesmo assim eu quero fazer vasectomia. Eu tenho varios motivos que me levam a tomar essa decisao, dos quais sao que meu irmao, meu tio, meu primo, minha meia irma tiveram filhos "sem querer" e em idades de 22, 24, 21, 14 anos. e isso dificultou muito a vida deles. nao digo que filho seja uma coisa ruim, mas pelo contrario eu quero
muito um dia ter um, dois ou tres. mas
eu gostaria de planejar isso e com a pessoa certa e nao acontecer um "filho"com a pessoa que nao fiz planos. Isso e outras coisas que me levam a querer fazer vasectomia e regerter ou inseminar quando eu estiver pronto.
E so para nao reclamarem de algo ja digo que nao quero ter alguma coisa que eu tenha que lembrar toda vez que for ter uma relacao com minha namorada. Nao quero ter duvidas na minha cabeca sobre toda ejaculacao. Mesmo ela se previnindo.

Anônimo disse...

minha amiga esta aflita e queria saber si pode processar um urologista q fez vasectomia no esposo dela sem ela saber e ela não tem filhos mande me resposta p vanasilva49@gmail.com ñ deixe de me responder pois ate hoj minha amiga ñ pode ver um bb q sente uma profunda tristeza pois ñ tem filhos

Anônimo disse...

Atualmente existe um método de esterilização feminina não cirúrgico que pode ser feita no consultório mesmo, o Essure. Quem tiver curiosidade dê uma pesquisada. Porém tem as mesmas restrições da vasectomia nos homens. Apenas após aos 25 e apenas com no mínimo 2 filhos vivos, além de ser extremamente caro, superior a 5.000 reais. Eu sinto muita vontade de fazer o essure, mas não tenho nenhum apoio da família, já que sou filha única e a continuidade da família depende de mim, então há muita pressão na minha maternidade. Pra mim o essure seria um alívio, mas não sei se algum médico aceitará fazer o procedimento. Foda isso.