sábado, 3 de abril de 2010

NUMA ELEIÇÃO DE VERDADE, DEBORAH SECCO SÓ VOTA UMA VEZ

Que rei sou eu?

Ok, ok, última vez que falo no BBB 10. É que mais uma coisinha que me incomoda é esse argumento que ouvi, que o Dourado recebeu mais votos que qualquer candidato nas eleições presidenciais, incluindo aí nessa conta, por supuesto, o presidente mais popular da nossa história, Lula. Ah, essa comparação é completamente descabida. Nas eleições de verdade, cada pessoa só vota uma vez. No BBB 10, dava pra votar quantas vezes quisesse. Assim como as 665 mil visitas que meu bloguinho recebeu desde que começou, em janeiro de 2008, não representam 665 mil pessoas diferentes, os 155 milhões de votos na final do BBB não querem dizer que três quartos da população brasileira votou no programa. Podia-se votar inúmeras vezes no site da Globo (eu nunca votei em nenhuma edição do BBB). Inclusive, um dos lemas da Máfia Dourada era “Meu dedo cai, mas Dourado não sai”. A Deborah Secco, sempre esse primor de inteligência (no casamento da Juliana Paes, Deborah aconselhou a amiga a obedecer seu marido e a ser ótima dona de casa), declarou ter votado 3 mil vezes. Em quem? No Dourado, claro. Por que não me surpreendo?
Outra coisa medonha é a Máfia Dourada querer lançar seu mestre pra presidente. Certo, não estão falando sério. Ainda. Pra presidente não digo, mas o troglô conseguiria se eleger deputado estadual por algum lugar retrógrado como São Paulo — isso se as eleições fossem hoje, e não daqui a seis meses. Porque daqui a algumas semanas seus quinze minutos terão passado. Mas não entendo esse pessoal que confunde popularidade com competência (ou vontade) pra governar. Lula não é um bom presidente porque é popular. Ele é popular por ser um bom presidente. (E, antes disso, por ter disputado quatro vezes uma eleição presidencial, por ser um nome importante na história do país desde que liderou as greves do ABC — o que ajudou a estremecer a ditadura militar, e por fazer parte do partido político com maior número de votos na legenda, disparado).
Mas por que estou falando do Lula? Juro que não sei. Duvido muito que os pitboys homofóbicos (boa parte da base de sustentação dourada) sejam eleitores do PT (por exemplo, um fã do brutamontes escreveu num portal que a coroação do mestre prova “que temos condições de mudar e administrar este país, só que nos omitimos!”). É que também me incomoda isso de que “o Brasil acabou”, ou que “a vitória do brucutu mostra o nível de ignorância do povo brasileiro”. Não é segredo pra ninguém que conhece estatísticas (um gay é morto a cada dois dias no país, só pra ficar no dado mais assustador) que nossa fama de povo liberal e tolerante é só isso, fama. Muitos brasileiros (assim como muitos americanos, e inúmeras outras nacionalides) ainda são homofóbicos, machistas, racistas. Às vezes alguns episódios mais grotescos (como a reação à minissaia na Uniban) nos lembram disso.
A vitória dourada no BBB não é o fim do mundo. Se olharmos por um prisma otimista, veremos que ela revela que homofobia virou insulto, e que um monte de gente preconceituosa vem se sentindo acuada pelo politicamente correto. Sinal de que alguma coisa estamos fazendo certo. A vitória dourada indica que essa gente sente-se perseguida. É quase um grito de socorro: essa turma do preconceito quer poder seguir fazendo seus sermões, contando suas piadinhas, gritando palavrões contra as minorias, sem ser importunada pelo que chama de patrulha. Não vamos deixar. No passarán. Eles que ganhem o BBB. Nós temos vitórias mais relevantes pela frente.

47 comentários:

Omar Talih disse...

Há, infelizmente, inúmeros casos de intolerância, preconceito e discriminação. Vemos após a vitória do troglodita global, uma equipe de jogadores do Santos F.C., intitulados "evangélicos", se recusarem a entregar ovos de pascoa para crianças com deficiência simplesmente porque elas estavam abrigadas em um Lar Espirita. A justificativa; Ali se fazia rituais de magia demoníaca. Também no sul, jovens atacam um morador de rua e o pintam com 'spray' prata e urinam nos pés da vítima. Diante dessas atrocidades, como devemos nos comportar? De que maneira serão eles punidos, pois cometeram um crime previsto em lei federal. Alguém crê, honestamente que Robinho, Ganso e Neymar serão chamados a explicar alguma coisa? E os criminosos que atacaram o mendigo? Provavelmente, filhos de papais com algum dinheiro e como aqueles que mataram o índio queimado em Brasília, fiquem impunes. Não é de se estranhar que dourado tenha ganho e que ele tem uma legião de fãs. Isto é o Brasil: Ame-o ou deixe-o, como diria os militares.

Anônimo disse...

Lola, acabei de ver essa campanha contra a homofobia feita por algumas celebridades como Elton John, Whoopi Goldberg e Cindy Lauper: http://www.youtube.com/watch?v=RTNgoSDf60k&feature=player_embedded

Só queria passar pra ver se você se interessa!

e concordo com você sobre esse Dourado...

bjs e sucesso!

Vitor disse...

Lola, outro exemplo da alienação de um indivíduo:

http://tedouumdado.virgula.uol.com.br/2010/04/03/2%c2%ba-de-abril-reaproveitando-piadas/

Andrea disse...

Lola, ainda bem que "155 milhões de votos na final do BBB não querem dizer que três quartos da população brasileira votou no programa". Porque se fosse mesmo aí sim estaríamos assinando um belo atestado de idiotice. Capaz!!! Tomara que os 15 minutos de fama desse carinha durem realmente apenas 15 minutos. Aff...

Ah! Ontem assisti o Um sonho possível (The Blind Side) com a Sandra Bullock, vim dar uma olhada aqui no teu blog mas não achei. Enfim... comentei algumas coisas do filme lá no meu blog: http://segredosdaborboletadomar.blogspot.com/

Abração e boa corrida com as coisas por aí!

Thiago Medeiros disse...

Nao sei se eu vou parecer radical, mas eu ainda nao consigo enxergar isso de uma forma otimista pelos seguintes aspectos:
Essa balburdia toda que as declaracoes dele e a vitoria causaram vao se aquietar nos mesmos 15 minutos de fama dele. Ok, que isso pelo menos levantou discussao (pode ser um inicio de otimismo meu), mas os sentimentos continuam bem guardadinhos na cabeca bitolada dessa galera, pronto para explodir numa proxima oportunidade.
Ou seja, acredito que o fato disso ter virado insulto pode fazer essa galera se reprimir outra vez e voltar pro casulo, mas nao vai tirar o preconceito que lhes eh inerente. E amanha eles vao passar para as crias e a gente vai continuar correndo contra o rabo. Mas,obvion antes essa discussao toda q isso causou do que nada.

Elaine Cris disse...

Pelo que ouvi falar, na realidade esse programa teve uma audiência baixa comparada às outras edições e na realidade esses "recordes" foram batidos unicamente porque o peso do voto grátis pela internet foi igualado ao das pessoas que ligavam e pagavam pela ligação (na minha opinião meio maluco pagar sendo que não vai ganhar nada com isso, mas cada um sabe de si, né...). Nas edições anteriores o voto por telefone valia mais que um voto dado no site...

Bjão Lola

Elaine Cris disse...

Sobre esse prisma otimista que vc falou até que faz sentido... Há pouco tempo li uma moça comentando no orkut que se os reaças estão incomodados, se estão aumentando o volume e buscando encontrar justificativas bonitinhas pra seu comportamento, é sinal que as coisas continuam mudando. Se a situação estivesse tão favorável ao preconceito, preconceituosos não estariam tão preocupados em serem mal vistos...

Bjão Lola

Diego Hatake disse...

Mais uma vez um ótimo texto, com um desfecho de ouro. Realmente, ainda há vitórias mais relevantes... Fui!

Anônimo disse...

Mais uma vez um ótimo texto [2]

E devo dizer, odeio esse complexo de viralata, essa síndrome de coitadinho que perdeu a chupeta...pq geralmente é de gente q fala mal de Lula, do "bolsa-esmola" e afins... pessoas de nariz empinado q se preocupam com o que os estrangeiros vão achar do Brasil.

Não é uma preocupação legítima como a preocupação do sofrimento que o índio queimado, a "empregada que parecia prostituta" ou esse rapaz sem teto padeceram, é só vergonha da imagem q teremos no exterior.

Abomino esse vagabundos almofadinhas, adoraria q fossem obrigados a carpir terreno a troco de refeição do dia pra ver se aprendem a ser gente.

Anônimo disse...

Ah, e já q a Déborah Secco se diz antifeminista, torço pra que mandem ela pra um lugar aonde ela se torne uma feliz dona de casa que depende do dinheiro do marido e q seja proibida de trabalhar como atriz, pq isso é coisa de vagabunda... ninguém da velha guarda contou pra ela não como eram as coisas nos anos 60?
Tinha q ser mesmo a "irmã caçula" da Maria Mariana...
Como detesto feminista de conveniência!

olhodopombo disse...

Lola,
para quem não gosta do Dourado, este ser energumeno que reflete o carater do povo brasileiro,
ate que seu blog tem utilizado bastante de sua imagem!
alem de feio, é asqueroso....

laura disse...

To com vc. Acho tãaaao descabido comparar as eleições presidenciais e afins com as do bbb. Além da questao do voto único, com certeza, o "eleitor" não é o mesmo. Um dia desses no fantástico mostrou a máfia dourada. Um bando de adolescente com espinha no rosto. Garotada jovem, que nao votará nessa eleição, mas e as próximas, né?

Só não consigo ver a parte positiva mesmo.

Ah, ganhou muito chocolate nesta páscoa?

:**

Oliveira disse...

Lola; você disse:

"Pra presidente não digo, mas o troglô conseguiria se eleger deputado estadual por algum lugar retrógrado como São Paulo"

Quem é você para falar mal de São Paulo? São Paulo é a melhor cidade do Brasil, assim como todo o Estado de São Paulo. Alias o único lugar do Brasil que presta.

Em São Paulo não elegemos gentalha como esse Lula do PT para presidente. Ele nunca ganha nem em São Bernardo, que é sua a cidade. Em São Bernardo ninguém o suporta.

Você, que só consegue ser professora em lugares arrasados como Fortaleza, não tem moral para falar mal da São Paulo. Porque você não é professora na Unesp ou na USP? Porque uma pessoa como você, que comete erros primários de português quando escreve em um simples blog, não consegue ser aprovada numa universidade de renome.
Se recolha a sua insignificância e fale somente dessas abobrinhas que sua limitada cultura permite. Uma doutora ficar falando de Big Brother? Francamente.

Nunca mais fale nada de São Paulo neste blog.

PS. Sobre esse tal de Lula, se não fosse pelo Fernando Henrique, esse "governo" do Lula nem existiria. Ele mesmo, o Lula, declarou na TV que a inflação não tinha jeito. Agora, depois de pegar a casa arrumada, fica se aproveitando e se vangloriando do que outros fizeram. Isso é profundamente desonesto.

Laura disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA


O Oliveira está de volta!!!!

:)

Vitor Ferreira disse...

Eu não entendo essa pessoa. Se não gosta do que lê, vem fazer o quê aqui?

E ainda me vem falar mal do Nordeste...

Masegui disse...

Quer dizer que São Paulo é o único lugar do país que presta? E nóis aqui das Minas Gerais, cumé que nós fica? Num mexe com a turma do pão de queijo que ocê acha, hem! Nós inverga mas num quebra... cuidado, bubiça!

Ora, Oliveira, vai catar coquinho... vai ver se estou na esquina, seu idiota!

Giovanni Gouveia disse...

Né por nada não, Oliveira, mas Lola morou em são paulo, num bairro de gente grossa, provavelmente o sonho de consumo de Oliveira...
Fique nervosinho não, que José (S)Erra não vai ter maioria nem em São Paulo, graças À cratera do Metrô, os constantes alagamentos, o desmoronamento do roboanel, a truculência contra os professores e estudantes, os pedágios, o "convênio" para a apropriação indébita do terreno público pela Globo...
Talvez tenha maioria em Higienópolis e Morumbi, E SÓ!
Sobre ser avançado, TODOS os estados do Nordeste estão crescendo MUITO mais que São Paulo.
Agora sim, pode fazer beicinho e chorar copiosamente, teu trono e tua coroa são de papel.

Oliveira disse...

Não Masegui, eu não sou idiota. Eu reconheço, por exemplo, que foi no governo do Itamar Franco,que é mineiro, que o Fernando Henrique como ministro da fazenda, idealizou o plano real que debelou a inflação que estava destruindo o Brasil a mais de 20 anos. Eu reconheço que o Tancredo Neves, também mineiro, era um ótimo político e que o Juscelino, outro mineiro, foi o presidente mais dinâmico, mais cordato e mais liberal, que este país já teve.

Agora, é fato que Minas é um estado muito atrasado como, mais ou menos, todos os outros do Brasil. Isso até você que é mineiro deve reconhecer. E esse povo atrasado destes estados atrasados que elegem gente do PT. O Lula não serve para ser nem vereador em Garanhuns, mas foi eleito presidente por gente atrasada e desinformada. Fazer o que?

Anônimo disse...

Concordo Lola. Também me incomoda um pouco o discurso da maioria das pessoas que ficaram decepcionadas com a vitória do Dourado. Claro que concordo que há motivo pra tal decepção. Mas, se por um lado eu me indigno, por outro eu não me surpreendo. A votação é reflexo da nossa sociedade. E enquanto o machismo e a homofobia forem valores que prevalecem nessa nossa sociedade, ainda assistiremos a certos episódios como esse. Essa é uma vitória da intolerância, mas uma vitória em uma batalha, porque a guerra ainda podemos vencer a ainda há muito que podemos fazer. muito trabalho pela frente se queremos combater a intolerância. Gosto quando vc tenta ver o lado positivo (no caso, alertando pro fato de que o rótulo de homofobia virou insulto). Realmente ninguém deve cair na ilusão de que o que aconteceu no BBB foi uma exceção, um acontecimento que atesta o fracasso e a ignorância do país. Acho que é por aí que devemos pensar esse episódio.

beijos

Roberta disse...

O gorilão venceu o BBB,ótimo agora que ele desapareça da TV para dar lugar a mais um programa insignificante pra gente quadrada ficar babando.
Mas enfim...

Boa Pascóa Lola!

Gaúcho disse...

Concordo, "nós temos vitórias mais relevantes pela frente." Se dermos tanta importância ao que passa na TV, vamos acabar transformando os 15 minutos de fama dessas pseudocelebridades emersas de realyty-shows em 16 ou até 17 minutos de fama.

Oliveira, eu tenho uma história pra te contar: meu irmão era apaixonado por São Paulo, sonhava em ir pra lá. Na profissão dele, era onde estavam as melhores oportunidades do Brasil. Ele viajou uma vez pra SP a trabalho, e voltou com mais vontade ainda, decidido a ir morar algum dia em São Paulo. Mas daí teve outra viagem... que por coincidência foi exatamente na mesma semana dos ataques do PCC. Ele viu de perto algumas coisas que aconteceram aí, inclusive algumas que a imprensa não noticiou por banais que são (pros padrões paulistas). Rapidamente a paixão virou repulsa, e o desejo dele de viver em São Paulo desapareceu de vez.

Well Bernard disse...

Você óteeema...

Lola, para falar sobre sexualidade, o que acho mais admirável em você é sua empatia para com os não heterossexuais.

Muitos heteros são até assertivos e progressivos, acolhem, respeitam a nós, mas algumas falas ainda repercutem algum preconceito.

Mas esse preconceito trata-se mesmo só de uma ignorância, que todos temos a respeito de inúmeras coisas, e jamais uma discriminação, uma homofobia, das quais esses heterossexuais querem perder. Ainda bem!

Mas você Lola, não é simplesmente assertiva, empática. Você tem pleno conhecimento do que está falando. Sério mesmo, ler o que você escreve me dá mais convicções de que um mundo melhor é possível, apesar da máfia dourada e das suas crises bafônicas.

Peixos, me liga.

Rê Minami disse...

Gente, São Paulo tem problemas como qualquer outro estado de qualquer país.
Vocês desviam demais as discussões para coisas que não acrescentam nada. Vira apenas picuinha.
A Lola deve ter citado que o cara pode virar deputado no Estado de SP ao acaso (assim espero, caso contrário é de fato uma super ofensa esse tipo de comentário), portanto, Oliveira, não esquente sua cabeça...

lola aronovich disse...

Considero SP um lugar politicamente retrógrado porque foi graças ao estado de SP que Collor foi eleito em 89 (por uma pequena margem), por eleger Maluf, Pitta, Kassab, e o PSDB durante 16 anos seguidos. Além do estado ser responsável pela eleição de figuras pitorescas para o legislativo, caso de Clodovil, por exemplo. Lógico que todos os estados e cidades do Brasil elegem atrocidades, mas acho que SP é hors concours. Inclusive, Lula nunca venceu uma eleição presidencial em SP. Perdeu até pro Alckmin em 2006! E olha que perder pro Alckmin, convenhamos...
Vivi 16 anos em SP, até 1993. Havia muita coisa boa, claro, muito que eu gostava. Mas não voltaria a viver lá. Creio que a qualidade de vida pode ser muito superior em cidades menores. Estou longe de estar sozinha nessa opinião: sempre que fazem uma pesquisa perguntando pros paulistanos quantos gostariam de se mudar da capital, mais de 50% respondem favoravelmente à mudança pra um outro lugar. Talvez o mesmo índice se repita em outras metrópoles, não sei.
E não sei por que o idiota do meu troll de estimação, Oliveira, embarca na onda de “SP é meu país”. Que eu saiba, a julgar pelo IPI dele, ele é um menino do Rio.

Elaine Cris disse...

Lola, gosto de dar uma olhada nas comunidades do orkut que falam sobre feminismo e hoje, enquanto dava uma lida nessa, vi que seu blog costuma ser bastante citado...

Bjus

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=412404&tid=5453990798629674865

Carla Camila disse...

Lola,

Visitei seu blog justamente pelo post sobre o Dourado (o qual assino embaixo). Contudo, comecei a "fuçar" seu blog e me deparei com uma postagem que me deixou no mínimo desapontada: o que tratava das universidades privadas.

Naquele post vc agiu com um tom meio de Dourado. Com muito preconceito. Formei-me em engenharia na Unip aqui em Brasília e não me sinto aluna meia boca. E não acho justo ser chamada assim. Não dá para sair generalizando...

Falar que as universidades federais são as melhores do país é muito fácil, pq isso é claro e notório. Quero ver alguém ter peito para falar do ensino público fundamental e médio, até pq uma pequena parcela da população brasileira tem ou terá acesso ao nível superior.

Cursei o ensino médio em uma escola pública em Ceilândia, cidade satélite do DF, tida como periferia. A qualidade, óbvio, um lixo. Sequer vi logaritmo... E na verdade o que nos dá a base é o fundamental e médio, não tem jeito. Não adianta ter uma base ruim e fazer uma graduação em Harvard. Nunca será a mesma coisa. Nem tentei vestibular na UnB, pq a "burguesia" que estuda no Sigma, Galois (mensalidades de mais de R$ 1000) estava em enorme vantagem. É como se apostássemos uma corrida e eles tivessem que fazer 10km e eu 40Km para chegar no mesmo ponto. Fiz minha escolha e optei por estudar numa universidade privada (aos 17 anos), pq queria continuar trabalhando. Trabalho desde os 16 anos com carteira assinada e tenho muito orgulho disso.

O Estado me ajudou com o Fies da Caixa e tenho muito a agradecer. Passei em um concurso aos 20 anos e hj, aos 25, colho os frutos, pq trabalho como engenheira em um orgão público (passei em um concurso para engenharia aos 23). Amo trabalhar para o Estado e sei que nasci para isso. Tento me empenhar o máximo que posso e devolver para a sociedade um bom serviço.

Não gosto do ego dos doutores, pq acredito que o Brasil hj precisa investir mais no ensino técnico do que nos mestrados ou doutorados . O doutorado é senso estrito e no Brasil, infelizmente, não há pesquisa aplicada (em especial na engenharia). O cara estuda o material do parafuso da máquina x e depois a tese fica na biblioteca da universidade mofando, sem servir para nada. Não é sempre assim, claro, e não quero generalizar tb, mas o Brasil é um país com um orçamento altíssimo na área de educação, mas mais de 70% disso está destinado para graduação e pós. Ao invés de pensarmos em aumentar o número de doutores, temos que pensar, em primeiro lugar, em melhorar o ensino de base, desde o caboclo da Amazônia até o mais playboy da capital federal.

Abraços e parabéns por levantar questões tão importantes para o país.

Lori disse...

1/2

Lola,
Eu te leio há um bom tempo e tomei um susto ao vir me atualizar nos meus feeds e ver não um, mas três posts seus demonizando o Marcelo Dourado. Em um deles vc diz ter assistido ao programa, bom, não parece. Os exemplos de homofobia que vc citou foi de uma parte da torcida do Dourado e nenhum necessariamente dele.

Eu torci pelo Dourado a partir do segundo que ele entrou naquela casa, inclusive tinha torcido por ele também no BBB4, e pode ter certeza que você nunca leria partindo de mim qualquer declaração preconceituosa. Muito pelo contrário, eu ficava assustada quando o Dourado levantava a bola pra se discutir o preconceito e nenhum dos gays, nem a doutora militante pela causa gay rebatia.

Ao entrar, na primeira semana, por várias vezes ele tentou trazer o assunto a tona, inclusive dizendo que sendo homem, heterossexual e branco ele nunca tinha sofrido preconceito (vc há de convir que é um PUTA avanço uma pessoa assumir isso), mas que ao sair do Big Brother ele começou a entender do que se tratava. Foi todas as vezes ignorado.

No decorrer do programa soltou esses "atos falhos", essas demonstrações em camadas mais profundas do preconceito, como usar a expressão: Orgulho hétero. Pessoalmente eu acho que essas são as melhores brechas que as pessoas dão para que a gente puxe a corda e converse sobre pq não existe "orgulho hétero", camisetas escrito "100% branco" e "dia internacional do homem". Qualquer leitor do seu blog, por exemplo, saberia orientar essa conversa, mas dentro da casa, com 3 supostos militantes da causa gay (Dicesar, Elenita e Angélica) nenhum se manifestou. Aliás, contra todas as expectativas, quem se manifestou pra chamar a atenção para o real significado do dia internacional da mulher foi o Pedro Bial. Além do mais, não acho que isso seja motivo para crucificá-lo, algumas das melhores pessoas que eu conheço já me deram essa brecha e isso gerou reflexões que fizeram muito preconceito enraizado diminuir. É uma questão de consciência, na maior parte das vezes.

Sabe, estou dizendo tudo isso pq pelos seus argumentos vc esperava que o Dourado fosse menos ignorante nesses assuntos quando os que diziam estar lá levantando a bandeira se mostravam tão ignorantes quanto.

Eu acho contra-producente taxar o Dourado de uma coisa que em momento nenhum ele foi, pelo contrário. O que ele mostrou ser ali dentro foi uma pessoa aberta a conhecer e compreender o outro. Quem me dera todo racista, homofóbico, nazi e misógino fosse como ele. Metade da nossa luta estaria ganha, bastaria argumentar e apresentar fatos pra que entendessem. Resistiriam bem menos que seus alunos citados.

O Dourado foi uma oportunidade perdida para quem luta pelos direitos iguais. Na falta de alguém suficientemente comprometido com a causa, no sentido de ter a bagagem intelectual para incentivar e para explicar em rede nacional aonde o ídolo da molecada errava, ele continuou em erro. Como a maioria das pessoas. Como essa massa que se identifica com ele.

(continua) 1/2

Lori disse...

2/2

Enfim, resumindo eu acho que seus posts foram bastante injustos. Não acho que o Dourado seja o mestre maravilhoso sabudo, mas também não concordo com o exagero do movimento oposto. Ele é uma pessoa, cheia de erros, mas cheia de acertos. Honesto, autêntico, que assume suas falhas e tenta melhorar. Nesse ponto a vitória foi merecidíssima.

ps. Sobre a suástica eu nem vou me manifestar, tenho certeza que já devem ter te explicado à exaustão o que significa a tatuagem dele. Como arte educadora em formação me entristece notar que não temos alfabetização visual em nenhum momento do ensino formal e que por isso a leitura de imagens da maioria das pessoas é tão superficial e limitada. Sério, ver a Elenita, a segunda pra qual eu torcia, discutindo com ele foi uma facada no meu peito, ao menos o Michel (ironicamente, o judeu) sabia do que se tratava.

pps. Sobre o "apesar de ser viado", taí um excelente tema para um post no futuro. Os gays se chamarem de bichas, viados e etc entre si não colabora pra que isso permaneça? Já vi muito dessa discussão entre os norte-americanos sobre negros se chamarem de "nigga" incentivar brancos a continuar usando o termo de forma depreciativa. Gostaria de saber a sua opinião.

ppps. Sobre a afirmação que homens heteros não pegavam aids, a Ana Angélica afirmou que não usava camisinha porque não transava com vagabunda. O assunto é de ignorância geral mesmo. Ainda assim, pra mim, é muito mais grave estigmatizar uma mulher, julgando e colocando em cheque a liberdade sexual de cada uma, que contrair o vírus da aids pq acha que homens heterossexuais não correm risco.

(juro que acabou) 2/2

Paulo Marreca disse...

Lori,

"Os exemplos de homofobia que vc citou foi de uma parte da torcida do Dourado e nenhum necessariamente dele."

Poupe-me, pf! Óbvio que a torcida dele era bem pior que o próprio, mas se dizer "Apesar de ser viado, haja como homem" não for preconceito, então dizer:

"Apesar de ser mulher, seja racional/inteligente.
Apesar de ser preto, haja como gente.
Apesar de carioca, seja honesto" também não é preconceito. São apenas formas de se expressar. Não refletem nenhum preconceito de quem as diz.

Para Lori ainda: eu sou gay e não uso o termo "viado" e não conheço nenhum gay que o use. Deve haver, mas eu não conheço. Então dizer "os gays" usam é no mínimo duvidoso. Os gays de onde?? Bicha sim, ouço vários gays, especialmente os mais afeminados dizerem isso entre si. Eu não gosto e ninguém usa isso comigo, também não gosto de apelidos, mas eu sei que pode ser um termo carinhoso. Contexto, Lori, contexto. Um casal/amigos/irmãos se tratarem por neguinho/ neguinha/ preta/preto é bem diferente de uma pessoa (preta/branca/amarela) xingar outra de preta. Conheço uma pessoa que "descobriu" que usar afrodescendente é "politicamente correto" e diz "Só podia ser afrodescendente!!" e jura que não é preconceituoso!!

De fato, como já comentei em outro post, faltou argumentação por parte dos outros candidatos ali dentro.
A própria Globo poderia ter pego a deixa e feito uma matéria no Fantástico sobre preconceito, homofobia, etc. Perdeu-se uma grande oportunidade, pois parece que isso não está claro pra muita gente.

Lori, mostre-me onde e quando ele disse que sendo homem, heterossexual e branco ele nunca tinha sofrido preconceito. Duvido que ele nunca tenha sofrido preconceito por ser lutador. O que bem há neste país é preconceito de todo tipo. Talvez as pessoas não ousem externar seu preconceito para um lutador por puro medo de apanhar (rsrsr).

O erro do programa foi ter dividido as pessoas em tribos: sarados, coloridos, etc. Como a própria Angélica disse: sou gay, mas isso não é o que me define. Assim como ser heteressexual não é, necessariamente o que define um homem/mulher.

Acho que neste programa, todos apresentavam vários preconceitos. Acho que o que a Angélica disse foi tão grave quanto a fala do Dourado. Reflete o nível de ignorância do povo. E olha que ali acho que todos tinham nível superior, então nem dá pra dizer que não tem acesso a informação porque não sabem ler.

Boninho afirmou no início do programa que tinha escolhido os piores candidatos, então, não é surpresa que tenha dado nisso.

Lola: é IP, não IPI. Tás confundindo as bolas.

Oliveira: pra quem acusa os outros de erros primários de português, você bem que poderia rever seus alfarrábios. "Há mais de 20 anos" e não "a mais de 20 anos". E olha que considero meu português ruim!

Unknown disse...

Pois é, Lola: deixa o BBB pra eles e bora seguir com a nossa luta por vitórias mais relevantes!!!

( a pergunta que fiz no outro post, sobre nepotismo em empresas privadas, acho que já sei qual seu ponto: a iniciativa privada repete a exaustão que tudo é questão de mérito, mas todo mundo sabe que no Brasil presidente das grandes empresas é o filho do dono!!! - o problema é a grande contradição, certo? - É por criar oportunidades de reflexão que eu sempre passo por aqui!!!)

Oliveira disse...

Lola:
Sou do Rio, porém o Rio é um estado tão ruim como qualquer outro do Brasil. A cidade do Rio (capital) é avançada, mas só na orla, o resto é o retrato do Brasil retrógrado. São Paulo é o mundo civilizado no Brasil.

Gaúcho:
Seu irmão se assustou muito fácil. Ele deveria se mais másculo. No Rio há problemas piores e ninguém sai daqui.

Paulo:
A Lola confundir IP com IPI é a norma. Ela é uma confusão mental só

Anônimo disse...

Me pareceu que a Lori acha que a culpa do Dourado ser homofóbico é dos outros, que o deixaram ser assim. A culpa é dos gays, oras, que não o combateram quando ele se demonstrou preconceituoso... ops, digo... preconceituoso não, ele foi só ignorante...

tadinho, né?

Andrea disse...

Antes de mais nada, gostaria de dizer que não gosto do BBB e muito menos do Dourado. Mas a visão de que a vitória do Dourado significa a vitória da homofobia é muito parcial e tendenciosa. Primeiro, porque o Dourado ganhou não por ser homofóbico e sim porque era o menos pior de toda a galera que estava lá. Acho que caiu no gosto do povo porque deu uma de coitadinho atras de uma segunda chance e brasileiro adora isso. Falo isso porque a minha vó e minha mãe votaram para ele ganhar e não consigo ve-las como a Mafia Dourada (que alias surgiu de um movimento de pessoas preconceituosas mesmo). Aliás, acho que muita gente votou nele por causa de outros motivos que não a guerra contra os gays. Se o Brasil fosse preconceituoso o Jean não teria ganho uma edição do BBB (nem sei qual) declarando ser gay assumido. Ele ganhou não por ser gay, mas pq o grupo o colocou no paredão 6 vezes seguidas e acabou por ser progetido pelo publico. Ja teve edição que o publico escolheu a mais pobre e assim por diante. Esta discussão ficou muito sexista para meu gosto. Acredito que no Brasil haja uma cultura machista, não sou ingênua. Mas resumir o resultado do BBB em uma guerra da opção sexual é dar a este tipo de programa uma complexidade que ele não tem. Outra coisa, Lola: aceito a sua militância para o Lula, acho até louvável. Mas também está muito tendenciosa. O Lula é um político como qualquer outro, que fará tudo para ficar no poder. Este maqueneísmo que determina LULA=SANTO e QQ OUTRA PESSOA=DIABO é muito ingênua. Eu gostei de muitas coisas do governo Lula, mas também vi muitas coisas de que não gostei. As pessoas erram e são corruptas no poder independentemente do partido, como O Príncipe de Maquiavel já relatou no século passado. É impossível estar no poder e ser um santo. Os seus posts são muito inteligentes e te visito todos os dias. A única coisa que não gosto é que diante de alguns lados você só defende um, empobrecendo às vezes seus argumentos diante da realidade.Mas fora isso, adoro o que você escreve! Bjs

Gabriela Martins disse...

Excelente texto, pra variar. Gostei principalmente do começo (esclarecimento de que é possível votar mais vezes) e do fim, porque também me incomoda demais o chororô de "parabéns, Brasil, por eleger um cretino como ele".

O q me leva ao meu próximo pónto: o que eu tenho a ver com isso? Não assisto ao Big Brother, no máximo acompanho discussões sobre polêmicas disparadas lá dentro. Achei o sujeito preconceituoso, machista, homofóbico e tudo o mais, mas francamente, não tive interesse nenhum em votar pra ele não ganhar.

Acredito que a vitória do Dourado se deu mais por parte da minoria barulhenta que transformou o sujeito em guru. Muitos q não concordavam com ele não se deram ao trabalho, simplesmente isso.

Lori disse...

Paulo,

gostei muito da sua resposta, acho que concordamos em vários pontos. Eu não acredito que o Dourado seja um cara perfeito, só acho que o estão imputando muito mais culpa do que ele tem. Eu tremi de ódio quando ele disse "apesar de ser viado, seje homem" (sic). Tanto quanto eu tremi de ódio quando poucos dias depois, numa conversa com o Michel e o Serginho, o Dicesar disse "você é o único homem de nós três" para o Michel. O Dicesar era o rei de dizer esses absurdos, o tempo todo se referia a ele mesmo e ao Serginho como viado e bicha, chamava a Angélica de sapatão, se auto proclamava "não homem".

Taí um motivo pra que eu acredite que é uma discussão extremamente válida essa dos termos, eu mesma vivo me policiando na minha mania de dizer que sou muito macho, ou que tenho culhões, quando eu quero dizer que sou corajosa, destemida, determinada. Ou mesmo quando eu digo pra amigas, quando discutimos, "seja homem" quando eu quero que sejam comprometidas com o que dizem e demonstrem bom caratismo.

Nem toda bibliografia feminista que devorei arrancaram de mim essas falhas de vocabulário. Alguns, dentro da casa do BBB10 substituam essas por "ser muito mulher" (Lia, Cacau e Elieser usavam essa variante) o que eu também não aprovo porque acredito que limitar um conjunto de características a um gênero ou outro é de qualquer forma limitador e não condiz com a realidade.

Sobre te mostrar o que ele disse, poderia até vasculhar os arquivos da globo.com, mas eu vi pelo pay per view. Se for do seu interesse procurar, eu me lembro que foi durante a primeira semana, no mundaréu de notícias e vídeos é possível que esteja na internet. Fora isso a única coisa que tenho a te oferecer é a minha palavra.

É interessante essa coisa de ter vivido o preconceito, o ponto que ele queria chegar era que ele passou a ter uma idéia do que era o preconceito quando se tornou um ex-bbb, como ninguém pegou a deixa eu não sei aonde ele poderia chegar, mesmo que não exista nem como imaginar o que é viver sob o preconceito de ser mulher (e, só posso imaginar, homossexual ou negro). Porque é uma luta pra vida inteira, que pra mim começou no berço, que influencia na formação da sua identidade e do seu caráter, que está desde dentro da sua família até desconhecidos completos. Coisa que por mais solidário que ele esteja disposto a ser, nunca vai viver na pele.

Ainda me incomoda a demonização. O próprio Dourado acabou de dizer na tv que está disposto a refletir sobre qualquer bobagem que tenha dito e se retratar. Devo frisar que horas depois do "apesar de ser viado" ele foi se desculpar com o Dicesar e assumir que falou uma puta merda e já assumiu sua burrice e ignorância na afirmação sobre o vírus da aids. É uma pena que seus opositores sejam incapazes de fazer o mesmo. É uma pena que o Dicesar esteja muito mais interessado em ser uma metralhadora de gírias descolex a refletir e repensar sobre sua maledicência e desonestidade. É uma pena que Ana Angélica seja incapaz de largar a sua empáfia e assumir que traiu a amizade que estava construindo com o Dourado num ato de puro mau caratismo. Enquanto o Dourado leva pedrada os outros saem impunes e aplaudidos. Isso é injusto e me entristece, pq eu gosto de gente que evolui. Eu gosto de gente que assume e tenta corrigir seus erros. Não a toa torci pelo Dourado.

Lori disse...

Luz!,

Se te pareceu que eu acho que os outros são culpados pelos erros do Dourado, devo esclarecer que não é o que eu quero dizer. O que eu acho importante é que quem se denomina militante saiba o que está fazendo. Eu defendo a causa das mulheres e com isso passei os últimos anos explicando didaticamente pra dezenas de pessoas o que é o feminismo, qual é a condição da mulher no mundo hoje, o que mudou e o que ainda precisa ser mudado. Especialmente na análise de imagens, que é a minha área acadêmica. Não é fácil, as pessoas são resistentes e mesmo assim sou incapaz de julgar e condenar qualquer um que desconheça o assunto e que diga bobagens sobre ele. Não é um assunto tratado nas escolas, não é um assunto tratado nas universidades (no meu curso, graças a minha insistência, foi), não é um assunto tratado na mídia.

Cada ignorante é pra mim uma possibilidade de mudança. É uma chance que eu tenho de trazer mais um pra luta. Nessa brincadeira, e graças a minha dedicação ao assunto "preconceito", eu acabo fazendo o mesmo no que diz respeito à causa homossexual e à causa negra. A base é a mesma, a história se repete, cada uma do seu jeito, mas o problema central é um ponto em comum das três.

O Dourado é só um representante da esmagadora maioria do nosso país e me recuso a taxar toda a população brasileira de homofóbica, misógina e racista. Se eu fizesse isso não haveria mais nenhum motivo pra acreditar na causa, já que esta estaria perdida.

Outra coisa que a minha experiência me proporciona é a sensibilidade de sacar quem tem ciência e orgulho do próprio preconceito e quem é só um reflexo do meio social e cultural que vivenciamos. O Dourado claramente cai no segundo caso, e metralhá-lo de acusações severas e em grande parte infundadas não ajuda em nada. Pelo contrário, é uma ótima maneira de empurrá-lo (e seus admiradores) pro primeiro caso.

lola aronovich disse...

Lori, com todo o respeito, creio que vc se contradiz um pouco. Por exemplo, vc disse que torceu pro Dourado desde o começo do BBB 4, e depois que ele é um exemplo de evolução, de pessoa que reconhece seus erros e dá a volta por cima. Mas se vc já gostava dele antes da sua suposta evolução (eu não vi nada disso), fez alguma diferença? Não é porque seus concorrentes foram incompetentes para lidar com a homofobia do Dourado que isso faz dele um herói. Ninguém é obrigada a gostar do Dicesar, Serginho e Angélica pra não gostar do Dourado. A Elenita foi uma decepção pra mim. Pensava que ela poderia ser um bom contraponto aos preconceitos do Dourado, que ela teria bagagem intelectual (e acadêmica) para debater com ele. Não teve. Isso não faz o Dourado um adversário forte, faz apenas a Elenita uma adversária fraca. É como quando eu falo do golpe militar na Venezuela em 2000, promovido pelas emissoras de TV. E o pessoal aparece aqui dizendo que eu tô defendendo o Chávez. Pô, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Dá pra não gostar do Chávez e ainda assim reconhecer um fato consumado, que é que as emissoras de TV da Venezuela, com o apoio dos EUA, deram um golpe de estado. Não?
Eu particularmente não entendo como uma feminista pode gostar de um tipo como o Dourado. Porque ele é isso mesmo, um tipo, uma caricatura do que estamos acostumadas a combater. Ele não é apenas homofóbico, mas também machista (geralmente os dois andam juntos). Ele não chamou as participantes de piranhas? Não ameaçou bater numa mulher? (O subterfúgio do “Se vc fosse homem, eu te mandava pro hospital” não cola – ainda assim é uma ameaça!). Note que não estou dizendo que ele foi o único machista da casa. Mas o fato de haver outros machistas não anula o machismo dourado.
Quanto ao Dicesar usar “bicha” com o Serginho, há uma diferença grande. Muitas mulheres americanas tratam suas amigas de “bitch”, vadia. Existe uma revista feminista chamada Bitch. É totalmente diferente de um cara chegar pra uma moça e gritar “You bitch!”. Assim como é diferente um negro chamar um amigo de “nigger”, e um integrante da Ku Klux Klan chamar um negro de “nigger”. Quando é insulto, e quando é um tratamento (irônico) de amizade? Há muitas controvérsias sobre isso. Eu jamais chamaria uma mulher (amiga ou não) de vadia, jamais diria “seja homem” ou algo do tipo. Mas, se vc não vê essa diferença, está dizendo o mesmo que usar uma camiseta escrito “100% branco” é igual a usar uma camiseta escrito “100% branco”. Que dizer “Orgulho Hétero”, como seu ídolo Dourado diz, é igual a dizer “Orgulho Gay”.
Certamente, se vc estuda isso na academia, vc conhece a diferença.
Na terça vou publicar uma compilação de ofensas feitas a Angélica pelos fãs do Dourado. Pense: por que os fãs do Dourado o elegeram como representante? Não é pela história da "segunda chance" ou por ele ter sido (supostamente) perseguido pelos demais participantes... Se fosse por isso, seus seguidores não adotariam um discurso de ódio como o que vem adotando. Não vi nenhum fã do Dicesar, da Fernanda, do Michel, do Cadu, nem da Lia, gritar "Morram, trastes humanos!", referindo-se aos gays. Por que gente com esse discurso se identifica tanto com o Dourado, o considera seu mestre?
Uma amiga me contou que estava num bar no programa de eliminação do Dicesar. Ele competia com o Dourado, vc lembra. Quando o nome do Dicesar foi anunciado pra sair, uma moça (e boa parte do bar) vibrou, gritou "Dourado!", e acrescentou: "Ainda bem que o viadinho nojento saiu!". Vc acha mesmo que ela adora o Dourado porque ele carregou caixas de kiwi na Nova Zelândia ou por tudo que ele evoluiu? Ou por ele ter batido de frente com os "coloridos" e dito, mais de uma vez, ter orgulho de ser hetero?

Oliveira disse...

Lola:

Você disse que o Chaves pode fechar uma emissora de TV porque essa é contra ele politicamente? Essa é a função primordial da imprensa. Nem que houvesse essa intervenção Americana nas eleições Venezuelanas isso seria aceitável Isso é coisa de Fidel Castro, aquele tirano travestido de patriota. Vocês do PT são que tipo de gente? Déspotas em pele de democratas?

Você cada vez me decepciona mais.

lola aronovich disse...

E vc não tem como me decepcionar mais, Oliveira. Aliás, me diga: o que vc continua fazendo num blog de alguém que vc odeia tanto? Quer dizer, fora incomodar e exercer seu papel de troll. Mas o que vc ganha com isso? O que vc espera atingir? A sua vida é mesmo tão vazia que vc tem que brigar constantemente com pessoas das quais discorda?
Ahn, quando que eu disse que o Chavez pode fechar uma emissora de TV? Eu nem me pronunciei a respeito! Disse apenas que emissoras de TV são concessões públicas. E sim, sou radicalmente contra golpes de Estado. Não acho que a mídia (ou o exército, ou a CIA, ou qualquer um) deveria ter liberdade para promover golpes de Estado. A função primordial da mídia é promover golpes de Estado? Ou é informar? Informar não seria mostrar os acontecimentos? Quando houve o golpe na Venezuela, as emissoras passaram desenho animado! Recomendo muito um documentário feito pela BBC de Londres (aqueles comunistas!), “A Revolução não será televisionada”. Assista e pense como seria se as emissoras de TV brasileiras fizessem o mesmo pra depor o Lula, por exemplo.

Carla Camila disse...

Lori,

Você torceu para o Dourado e ponto.. Não há o que justificar. Isso basta.

O Dourado é vergonha nacional e torcer por ele tb.

Lori disse...

1/2

Lola,

eu torço pelo Dourado desde o BBB4 pq ele foi o mais próximo de um punk a entrar no Big Brother. Do visual a uma boa parte de ideologias e gosto musical. Eu sempre fui punk. Cresci no meio underground. Me identifiquei. A diferença do Dourado de um BBB pro outro foi a maturidade, coisa que também aconteceu comigo. Como ele, há 6 anos atrás eu também era mais agressiva e mais arrogante. Ao torcer por ele da outra vez, a mesma impressão que ele teve ao sair eu tive. Que ele tinha sido incompreendido, que aquela casa era um hospicio. Até que era, não consigo me esquecer da cena das duas mulheres berrando com ele porque ele disse que cuspiria na cara do Caetano Veloso. Era uma piada. Eu ri. Deve ser humor de punk.

Uma das coisas que mudou é que dessa vez ele passou a refletir sobre as coisas que dizia e que causavam algum incômodo a alguém. E perguntar. E escutar. E pedir desculpas quando reconhecia que tinha exagerado, ou usado palavras agressivas. Sentar com o Serginho, por exemplo, e escutar que uma atitude que ele teve foi ofensiva e assumir que não soube colocar sua opinião de uma forma sensata. Talvez seja porque eu me identifique com o problema dele. Eu também ofendo as pessoas sem a intenção por usar certas expressões que as pessoas consideram pesadas mas que não era em nenhum momento a minha intenção.

As qualidades deles continuam as mesmas: é um cara verdadeiro, autêntico, questionador.

Ele não chamou as participantes de piranhas, pelo contrário, teceu elogios a todas, disse que cada uma tinha uma beleza diferente e que eram todas muito inteligentes e guerreiras. Palavras dele. Foi um dos únicos que não insinuava que a Elenita fosse uma mulher complexada por ser gorda. Ele foi o único que falou que esse lance das mulheres raramente ganharem o BBB porque poderiam ganhar mais dinheiro posando nua era babaquice, que era objetificação, que deveria mudar. As moças presentes fizeram um silêncio constragedor quando ele disse isso. Outra ótima oportunidade perdida.

Foi escroto o que ele disse sobre a Ana Angélica? Muito, mas foi bem mais um desabafo que uma ameaça. No dia seguinte quando foi conversar com ela, não teve nem uma postura agressiva, como estamos acostumadas a ver muitos machistas fazendo, foi muito tranquilo, colocou o seu ponto e saiu. Nem voltou a dirigir a palavra a ela depois que ela disse pra que não dirigisse.

Eu conheço a diferença do uso dos termos depreciativos entre amigos e quando é usado para agredir, não acho que o Dourado estava certo ao usá-lo e como disse, ele se arrependeu e foi se desculpar logo depois. Sinceramente Lola, se você não considera isso um avanço eu não sei o que seria. Negar que esses termos estejam enraizados e que as pessoas precisam aprender a não usá-los é irreal. Elas precisam aprender, reconhecer, interiorizar. Errar e tentar se redimir é um jeito de aprender.

Eu acho que o que levou gente cheia de ódio a se identificar com o Dourado é que aqueles que se opuseram a ele eram o alvo do ódio. Pra mim é bastante representativa a cena em que, de um lado do cenário da festa, Dourado falava sobre o jeito do Dicesar, sobre como os acontecimentos da vida dele moldaram a forma com que ele agia, como ele tentava entendê-lo e aceitá-lo e, do outro lado, Dicesar falava que deveriam amarrar Dourado numa árvore e descer a paulada. Aliás, isso também foi uma ameaça?

E todo o esforço do Dourado em entender e respeitar o Dicesar, você tem certeza que vieram de um homofóbico?

Se ele é tão parecido com a torcida dele pq não vê problemas em se relacionar com Dicesar e Ana Angélica enquanto ambos berram aos quatro ventos que querem distância?

(continua) 1/2

Lori disse...

2/2

Ana Angélica, até o surto pós paredão era a pessoa mais próxima de Dourado na casa. Era com ela que ele mais conversava, era ela quem ele mais abraçava. O que é bastante relevante quando falamos de um homem que sente dificuldade com contato físico. Eu sei como é, eu sinto a mesma dificuldade e aviso antes que me venham atribuir a isso alguma influência demoníaca do machismo.

Dourado, até descobrir que Dicesar falava pelas costas o oposto do que falava na frente, também era muito próximo dele. Os dois eram sempre os primeiros a acordar e conversavam muito todos os dias. Trabalhavam juntos na cozinha. Dicesar elogiava Dourado à exaustão.

Eu acho muito superficial atribuir a uma suposta homofobia o que afastava Dourado dos dois. É muito mais claro pra mim que o problema foi traição e falsidade, respectivamente. Tanto que Serginho, mesmo aqui fora, não se cansa de repetir que Dourado o respeitava muito e não era homofóbico. O único dos coloridos que não teve nenhuma rusga pessoal com ele.

Então eu acho bastante plausível que a torcida preconceituosa tenha se identificado com os "vilões" que Dourado enfrentou e não com a personalidade do Dourado. "Vilões" estes, diga-se de passagem, auto proclamados. Ambos se colocaram, em voz alta, ao lado oposto de Dourado no julgamento do público.

Pra terminar eu não acho certo comparar "100% negro" com "100% branco", "orgulho gay" com "orgulho hétero", "dia internacional da mulher" com "dia internacional do homem". Inclusive essas são algumas das brechas que eu adoro usar pra explicar pras pessoas pq não se tratam de coisas iguais e opostas. Acredito que se ninguém fizer isso as pessoas que usam esses "exemplos" vão continuar usando sem fazer a menor idéia da besteira que estão fazendo. Como dizer que feminismo é o exato oposto de machismo, se não explicar, não adianta, continuarão dizendo essas asneiras.

O que eu estava perguntando é se você não acha que o uso de termos depreciativos como apelidinho fofinho faz com que persevere o uso dos mesmos como agressão. Outro assunto... Outra conversa. Eu não defendi a agressão, nem vou defender, ele errou e pediu desculpas, aceita quem quiser. Eu quis.

Sobre a moça do bar e essa parte da torcida que você está apontando, eu também acho que você está generalizando e sendo preconceituosa. Como uma das moças que comentou aqui atentou, familiares dela também torciam pra ele, minhas alunas idosas torciam pra ele, algumas professoras minhas da faculdade torciam pra ele, eu torcia. Somos todas contra "coloridos" e concordamos com o "orgulho de ser hétero"?

Pessoas não são preto-e-branco. Dourado tinha muitas qualidades que no final pesaram mais que seus defeitos pra muita gente. Não foi só pra gente preconceituosa, esses foram só os mais barulhentos. Eu mesma apesar de ter um blog e um twitter com muitos seguidores mantive a minha torcida baixa, até por saber, em 10 anos acompanhando BBB, (sim, eu assisti atentamente a todos, desde o primeiro) que a maioria das pessoas que me lêem acham chatão quando o assunto é tv e/ou torcida. Não falo das séries que assisto, nem de futebol, nem de nada do gênero. E apesar de ter me sentido ofendidíssima com o comentário de várias pessoas sobre a "torcida do Dourado" a qual eu me sinto parte eu só senti vontade de me manifestar aqui, porque eu realmente gosto da sua opinião sobre as coisas e da opinião de uma boa parte dos seus comentaristas.

E enquanto termino de escrever recebo a bela declaração de que eu sou uma "vergonha nacional". Sabe, é meio feio apontar o ódio alheio com tanto ódio dentro de si. Eu estou agredindo alguém com as minhas palavras? É realmente necessário me agredir?

2/2

Lily disse...

Lori,
se vc viu o dourado no faustão viu tb que ele não só não assumiu que errou no caso da aids, disse que vai se informar, que pode ter sido "burro" em seu comentário, mas em momento nenhum assumiu o erro de verdade, como nem sabia o que era homofobia(ou se fez de "burro" mais uma vez), ainda por cima desconversou qdo o faustão perguntou se ele aceitaria um filho bailarino e continuou com a tal história da "heterofobia"!

francamente ele já teve tempo p/ ver toda a repercussão disso e se informar, p/ poder reconhecer o erro, se ele realmente quisesse fazer isso!
queria que a globo tivesse mostrado o tal informe p/ os participantes do programa tb, pq aí ele não teria desculpas p/ não reconhecer o comentário imbecil que fez!

qto aos gays se chamarem de bicha, sou lésbica e tenho mtos amigos gays e sim nos chamamos de bicha(na verdade entre mtos gays bicha virou "beesha" que muda um pouco até a forma de se falar a palavra!), ou seja tanto os chamo de bee ou beesha como eles tb me chamam,acredito que qlqer um consiga ver a diferença entre os gays se tratarem assim entre si e alguém chegar chamando de bicha de forma ofensiva.

e justamente por ser lésbica e já ter ido parar na delegacia por causa de homofobia digo e repito: dourado é homoóbico sim!e infelizmente uma boa parte dos brasileiros tb é!

(Lola tento ser otimista como vc, mas tenho que aguentar cada coisa só por sair na rua de mãos dadas com minha namorada e até mesmo dentro de casa que fica cada dia mais difícil não achar que cada país tem o venceddor de bbb que merece!!!)

Lily disse...

Lori,

e sobre a amizade dele com a Angélica, já disse uma vez aqui nos comentários e acho até que foi em um post tb sobre o dourado, que os homens tem 2 tipos de relação com lésbicas:

- acham que vc só é "sapatão" pq não "trepou com ele", "que não foi bem comida", "falta alguma coisa aí no meio de vcs duas", aquela velha história machista e reproduzida aos montes nos filmes pornôs, afinal de contas como eu tenho a ousadia de não precisar de um macho na minha vida!?

- ou, eles se tornam nossos amigos, pq nos vêem como "amigos", pq nós somos mulheres mas eles podem falar de futebol e mtas vezes tb jogar futebol com a gente, falar de mulher, pedir conselho sobre mulher ou até mesmo "sair p/ pegar mulher"(deixando bem claro que acho a última frase um horror, que nem toda lésbica gosta e/ou joga futebol e que mtas mulheres héteros gostam e/ou jogam futebol, antes que me acusem de preconceituosa!)qdo isso acontece eles sentem uma certa cumplicidade e não se sentem ameaçados como mtas vezes se sentem pelos gays(já perdi as contas de qtos amigos, ao conhecerem um amigo meu gay além do clássico "ele é gay, mas é legal", começam a ter síndrome de brad pitt e se acharem tão, mas tão irresitíveis que claro meu amigo gay vai dar em cima deles, pq ele é gay e é isso que gays fazem, saem por aí dando em cima dos héteros o tempo todo, todo dia e claro isso nunca poderia acontecer, nem mesmo por um engano da parte do gay!!)

Unknown disse...

Eu não disse que "a pessoa" que torcer para o Dourado é vergonha nacional, mas o fato de torcer por ele é uma vergonha.

Lori disse...

Lily,

também gostei muito do seu comentário, eu acho legal essa chance que vocês estão me dando de entender a visão de vocês sobre o Dourado, sem que soe como ataques vazios e de visão unilateral. No fundo, eu acho que a minha percepção dele já está bastante exemplificada e não vejo motivos de continuar me explicando sobre ela. Por outro lado acho que todas as questões que vocês levantam são super relevantes.

Achei legal o que você disse sobre as duas relações que os homens criam com lésbicas e acho válido contar que essa segunda relação é exatamente a que eu tenho com a maioria dos meus amigos, mesmo sendo heterossexual. Pq eu gosto de futebol, video game e sou uma ótima "wingman". O que eu quero dizer é que esse comportamento talvez seja simplesmente a forma que a maioria dos homens se relacionam com as mulheres que eles gostam de forma não-romântica. Eu concordo que a segunda parte do que vc disse é preocupante e que já presenciei o mesmo tipo de atitude não só de homens heterossexuais como também de mulheres. Aí cabe a nós promovermos o debate e a reflexão (o que também já me foi muito eficaz em várias ocasiões). A omissão, ao meu ver, é imperdoável pq ela é um catalisador da propagação de idéias equivocadas.

Resumindo eu acho que a gente pode vencer os preconceitos aos poucos, sem imposições e sem demonizar ninguém pela ignorância.

Até porque existem indivíduos propagadores do ódio o suficiente pra gente se preocupar. Com paciência, educação e elegância a ignorância vai sumindo ao nosso redor. Eu não concordo em se rebaixar ao nível das pessoas preconceituosas porque o mundo não é um front de batalha. Existem muitas nuances de cinza entre esse preto e esse branco. Impor e pressionar não é uma atitude democrática e não gera bons resultados.

Tamie disse...

Lola, deixa eu te contar um fato, certeza que vai interessar. Um rapaz divulgou no twitter um script - que é um programa que realiza uma tarefa por você, no caso um hack -, de votação pro dourado. A cada dois segundos o programa votava no bom moço, direto do site. Imagina deixar esse programinha ligado por sei lá; seis horas seguidas? São 10800 votos, sem interrupção, já que é tudo automático. E a prova você pode ver aqui: http://img695.imageshack.us/i/mafiadourada.png/
Quem conhece um pouco de programação sabe que fazer um programa de clique como esse é coisa simples. E nada que uma fé cega num brutamontes ignorante não ajude.

O mais absurdo é que divulgaram muitas e muitas vezes para o Sr. Boninho, que fez "a egípcia", como dizem, olhou para o outro lado e ignorou os protestos de centenas de usuários no twitter.

Ou seja, ele ganhou sim, mas teve muita, mas muita ajuda mesmo de um programador desonesto e de seus fiéis seguidores sem cérebro.