Espero que mais gente se lembre deste filme de 1989 para que eu não tenha que explicar (como terei que explicar pra minha mãe) que não, esta não é uma história sobre o passado dos monarcas britânicos, e sim uma comédia contemporânea sobre o divórcio. Ninguém mais fala de Guerra hoje em dia, mas eu tenho o dvd em casa e volta e meia o revejo. Alguém mais lembra? Foi a terceira vez que Michael Douglas e Kathleen Turner trabalharam juntos (depois de Tudo por uma Esmeralda e A Jóia do Nilo), e ambos estão jovens e lindos.
Começa com o Danny De Vito (na época em que ele estava em todas: de Jogue a Mamãe do Trem a Irmãos Gêmeos; Guerra é dirigido por ele. Hoje o baixinho ganha os tubos apenas produzindo. Irresistível Paixão, Pulp Fiction e Erin Brokovich são dele) falando pro seu cliente que ele é um advogado que cobra 450 dólares a hora (isso na década de 80), mas que quer lhe contar uma história de graça. E aí ele narra o passado dos Rose, que se conhecem num leilão vagabundo numa cidade de praia. Ela tem bolsa de ginasta; ele recebe bolsa pra estudar Direito em Harvard. Uma das primeiras coisas que ele diz pra ela é: “Eu não sou rico, sou apenas brilhante”. Ao que ela responde: “E eu não sou rica nem brilhante”. Mas eles se apaixonam, casam-se, têm dois filhos. Ele estuda, enquanto ela trabalha como garçonete. Um pouco mais pra frente e ele já recebe salário de advogado rico. Ela cobiça uma casa, que nem está à venda. Todo ano ela deixa um bilhete dizendo que, quando quiserem vender a casa, pra ligar pra ela. Até que finalmente ela consegue adquiri-la, com o dinheiro do marido. Ela passa anos reformando a casa, pintando, trocando os pisos, pesquisando e comprando cada objeto que entra. Quando termina, os filhos já estão crescidos, e ela sente-se vazia. Aproveitando que sempre foi boa cozinheira, começa um trabalhinho de catering (comida pra servir). Michael acha fofo que ela tenha um hobby.
Bem antes disso já há indícios que o casamento não anda bem ― não que o marido tenha reparado! Ele corta a esposa, termina suas conversas, não dá bola pra suas inquietações. Ele não é nenhum monstro, apenas egocêntrico. Ele não a trai nem nada, só não lhe dá atenção (e trata bastante mal o gato dela). Em compensação, ela também é cruel com o cachorro dele (algo que automaticante faz o casal perder muitos pontos comigo), e não sabe o que quer. A maior demonstração disso é seu monólogo com uma candidata à empregada (Marianne Sagebrecht, alguém lembra dela de Bagdá Café?). Ela diz que sua vida mudará se ela contratar a empregada, e que entende como sua rotina pode parecer fútil para outras pessoas, menos para outras mulheres casadas com homens ricos, mas ela não gosta dessas mulheres. Eu simplesmente adoro a Kathleen nessa cena, e nesse filme. Aliás, eu adoro a Kathleen, que pode muito bem ter sido a maior estrela dos anos 80 (Corpos Ardentes, Crimes de Paixão, A Honra do Poderoso Prizzi, Peggy Sue, Turista Acidental, e ainda por cima a voz da Jessica Rabbit).
Um belo dia Michael quase morre durante um almoço de negócios e é levado ao hospital às pressas, com suspeita de ter tido um ataque cardíaco. Ele, achando que está nas últimas, escreve um bilhete declarando todo seu amor por Kathleen, que não dá as caras. À noite, ela lhe diz que, quando foi avisada de que ele estava no hospital, pegou o carro e estava no caminho, mas foi acometida por uma ideia que a estarreceu. Pensou como seria a casa vazia e a sua vida sem ele. Essa cena é incrível, porque ele lhe dá um tapinha condescendente na mão e diz que ela não precisa mais se preocupar com isso... ao que ela replica que o que a assustou foi que gostou da ideia! Ela pede o divórcio, e se nega a explicar o porquê. Apenas que não o ama mais, que sente nojo dele. Ele, que obviamente ainda a ama, e que não está acostumado a ouvir não como resposta, se revolta.
Na primeira audiência com um advogado para tratar do divórcio, a proposta de Kathleen é que Michael deve continuar sustentando os filhos (agora com 18 anos, ambos estudando em Harvard). Ela abre mão de qualquer pensão e de participação na firma de advocacia dele ― só quer ficar com a casa e com tudo que está dentro. Michael se recusa. Ele acha que a casa é dele, porque foi ele quem pagou por ela. E zanga-se porque Kathleen mostrou pro advogado o bilhete que ele havia escrito, moribundo, dizendo que tudo que tinha era graças a ela.
A partir daí as coisas ficam muito feias e eu deixo de gostar do filme. O humor negro nem chega a ser engraçado, com sugestões de violência doméstica, humor físico, e, principalmente, violência contra animais, que deixam um sabor horroroso na boca. Sem querer, Michael atropela e mata o gato de Kathleen. Mas, ao invés de avisá-la, deixa que ela passe dias procurando seu bichinho, desesperada. E, quando finalmente lhe comunica, diz que a culpa foi dela. Kathleen, em contrapartida, diz a Michael que o patê que ele está saboreando foi feito do seu cachorro. O filme é rápido em incluir uma imagem do cão, vivo, escondido no jardim, porque a gente seria incapaz de perdoar uma personagem que fizesse algo assim. Mas não interessa, o estrago já está feito. Guerra seria bem mais leve, menos cruel, se bichinhos de estimação tivessem sido deixados de fora.
Dá pra fazer uma leitura inteira do filme a partir do tema do consumismo. Guerra pinta bem o retrato de uma época, os anos 80, em que os yuppies (jovens profissionais urbanos, cheios de grana) dominavam o mundo. Se bem que, nesse quesito, Psicopata Americano é imbatível. Mas notem como em Guerra o Michael é tão apegado às coisas da casa apenas porque elas dão status e prestígio, enquanto pra Kathleen elas têm um valor sentimental: cada cristal significa dias que ela gastou indo atrás do troço ideal, uma etapa em sua vida.
Eu gosto pacas da cena final, que não posso falar aqui porque seria um spoiler (acho que vou falar nos comentários). É totalmente feminista. Depois fiquei feliz em saber que a Kathleen só fez o filme por causa da cena final.
Mas a narração do filme pelo Danny é bastante moralista e pró-casamento. Ele diz: “Meus pais foram casados durante 63 anos. Alguns deles foram bons”. E fala pro seu cliente buscar algum resquício de amor na mulher. Mas ele se esquece que Michael não queria se separar da Kathleen, e sim vice-versa. O problema é que, por mais que o roteiro destaque a Kathleen, quem narra a história é o Danny, que só começa a entendê-la um pouco melhor no final da narração. Antes, ele fala besteiras como “Meu pai me disse que há quatro coisas que comunicam ao mundo quem um homem é: sua casa, seu carro, sua mulher e seus sapatos”.
O filme oferece bastante material pra não gostar dos dois protagonistas, mas vai depender muito da experiência de cada espectador pra se identificar com um ou com outro. Muitos homens se perguntam “Por que ela odiava tanto o marido?”, mas imagino que várias mulheres compreendam bem a Kathleen. Eu sempre compreendi, muito antes de me casar.
Começa com o Danny De Vito (na época em que ele estava em todas: de Jogue a Mamãe do Trem a Irmãos Gêmeos; Guerra é dirigido por ele. Hoje o baixinho ganha os tubos apenas produzindo. Irresistível Paixão, Pulp Fiction e Erin Brokovich são dele) falando pro seu cliente que ele é um advogado que cobra 450 dólares a hora (isso na década de 80), mas que quer lhe contar uma história de graça. E aí ele narra o passado dos Rose, que se conhecem num leilão vagabundo numa cidade de praia. Ela tem bolsa de ginasta; ele recebe bolsa pra estudar Direito em Harvard. Uma das primeiras coisas que ele diz pra ela é: “Eu não sou rico, sou apenas brilhante”. Ao que ela responde: “E eu não sou rica nem brilhante”. Mas eles se apaixonam, casam-se, têm dois filhos. Ele estuda, enquanto ela trabalha como garçonete. Um pouco mais pra frente e ele já recebe salário de advogado rico. Ela cobiça uma casa, que nem está à venda. Todo ano ela deixa um bilhete dizendo que, quando quiserem vender a casa, pra ligar pra ela. Até que finalmente ela consegue adquiri-la, com o dinheiro do marido. Ela passa anos reformando a casa, pintando, trocando os pisos, pesquisando e comprando cada objeto que entra. Quando termina, os filhos já estão crescidos, e ela sente-se vazia. Aproveitando que sempre foi boa cozinheira, começa um trabalhinho de catering (comida pra servir). Michael acha fofo que ela tenha um hobby.
Bem antes disso já há indícios que o casamento não anda bem ― não que o marido tenha reparado! Ele corta a esposa, termina suas conversas, não dá bola pra suas inquietações. Ele não é nenhum monstro, apenas egocêntrico. Ele não a trai nem nada, só não lhe dá atenção (e trata bastante mal o gato dela). Em compensação, ela também é cruel com o cachorro dele (algo que automaticante faz o casal perder muitos pontos comigo), e não sabe o que quer. A maior demonstração disso é seu monólogo com uma candidata à empregada (Marianne Sagebrecht, alguém lembra dela de Bagdá Café?). Ela diz que sua vida mudará se ela contratar a empregada, e que entende como sua rotina pode parecer fútil para outras pessoas, menos para outras mulheres casadas com homens ricos, mas ela não gosta dessas mulheres. Eu simplesmente adoro a Kathleen nessa cena, e nesse filme. Aliás, eu adoro a Kathleen, que pode muito bem ter sido a maior estrela dos anos 80 (Corpos Ardentes, Crimes de Paixão, A Honra do Poderoso Prizzi, Peggy Sue, Turista Acidental, e ainda por cima a voz da Jessica Rabbit).
Um belo dia Michael quase morre durante um almoço de negócios e é levado ao hospital às pressas, com suspeita de ter tido um ataque cardíaco. Ele, achando que está nas últimas, escreve um bilhete declarando todo seu amor por Kathleen, que não dá as caras. À noite, ela lhe diz que, quando foi avisada de que ele estava no hospital, pegou o carro e estava no caminho, mas foi acometida por uma ideia que a estarreceu. Pensou como seria a casa vazia e a sua vida sem ele. Essa cena é incrível, porque ele lhe dá um tapinha condescendente na mão e diz que ela não precisa mais se preocupar com isso... ao que ela replica que o que a assustou foi que gostou da ideia! Ela pede o divórcio, e se nega a explicar o porquê. Apenas que não o ama mais, que sente nojo dele. Ele, que obviamente ainda a ama, e que não está acostumado a ouvir não como resposta, se revolta.
Na primeira audiência com um advogado para tratar do divórcio, a proposta de Kathleen é que Michael deve continuar sustentando os filhos (agora com 18 anos, ambos estudando em Harvard). Ela abre mão de qualquer pensão e de participação na firma de advocacia dele ― só quer ficar com a casa e com tudo que está dentro. Michael se recusa. Ele acha que a casa é dele, porque foi ele quem pagou por ela. E zanga-se porque Kathleen mostrou pro advogado o bilhete que ele havia escrito, moribundo, dizendo que tudo que tinha era graças a ela.
A partir daí as coisas ficam muito feias e eu deixo de gostar do filme. O humor negro nem chega a ser engraçado, com sugestões de violência doméstica, humor físico, e, principalmente, violência contra animais, que deixam um sabor horroroso na boca. Sem querer, Michael atropela e mata o gato de Kathleen. Mas, ao invés de avisá-la, deixa que ela passe dias procurando seu bichinho, desesperada. E, quando finalmente lhe comunica, diz que a culpa foi dela. Kathleen, em contrapartida, diz a Michael que o patê que ele está saboreando foi feito do seu cachorro. O filme é rápido em incluir uma imagem do cão, vivo, escondido no jardim, porque a gente seria incapaz de perdoar uma personagem que fizesse algo assim. Mas não interessa, o estrago já está feito. Guerra seria bem mais leve, menos cruel, se bichinhos de estimação tivessem sido deixados de fora.
Dá pra fazer uma leitura inteira do filme a partir do tema do consumismo. Guerra pinta bem o retrato de uma época, os anos 80, em que os yuppies (jovens profissionais urbanos, cheios de grana) dominavam o mundo. Se bem que, nesse quesito, Psicopata Americano é imbatível. Mas notem como em Guerra o Michael é tão apegado às coisas da casa apenas porque elas dão status e prestígio, enquanto pra Kathleen elas têm um valor sentimental: cada cristal significa dias que ela gastou indo atrás do troço ideal, uma etapa em sua vida.
Eu gosto pacas da cena final, que não posso falar aqui porque seria um spoiler (acho que vou falar nos comentários). É totalmente feminista. Depois fiquei feliz em saber que a Kathleen só fez o filme por causa da cena final.
Mas a narração do filme pelo Danny é bastante moralista e pró-casamento. Ele diz: “Meus pais foram casados durante 63 anos. Alguns deles foram bons”. E fala pro seu cliente buscar algum resquício de amor na mulher. Mas ele se esquece que Michael não queria se separar da Kathleen, e sim vice-versa. O problema é que, por mais que o roteiro destaque a Kathleen, quem narra a história é o Danny, que só começa a entendê-la um pouco melhor no final da narração. Antes, ele fala besteiras como “Meu pai me disse que há quatro coisas que comunicam ao mundo quem um homem é: sua casa, seu carro, sua mulher e seus sapatos”.
O filme oferece bastante material pra não gostar dos dois protagonistas, mas vai depender muito da experiência de cada espectador pra se identificar com um ou com outro. Muitos homens se perguntam “Por que ela odiava tanto o marido?”, mas imagino que várias mulheres compreendam bem a Kathleen. Eu sempre compreendi, muito antes de me casar.
33 comentários:
Talvez eu tente reassistir este filme por causa da sua resenha Lola. Mas sabe quando você não tem praticamente nenhuma lembrança? E eu tenho ótima memória, mas este filme é um que eu me lembro do nome, dos protagonistas, que era chato (*ou me pareceu assim na época que assisti*) e só.
Esquecer é algo que me angustia... mesmo esquecer de coisas banais.
Lola, olha eu me lembro do nome do filme, tenho certeza que já o vi , mas... não lembro absolutamente nada alem de que era uma "comedia" sobre divorcio.
Mas pelo que vc disse que os animais sofreram eu até fico feliz em não lembrar.
Ah, Parabens Valeira.
Sim, pessoal que comentar por aqui, hoje é aniversario da Valeria Shoujofan.
Todos desejam um grande parabens para ela.
heheheheh
Depois ela me mata ^^
lola, nada a ver com o filme.
Mas tu viu que convocaram um audiência pública sobre o projeto da criminalização da homofobia e chamaram pra participar.... padres, pastores, rabinos, islâmicos? tu acredita numa dessa?
Já assisti ao filme mais de uma vez e sempre gosto dele, mesmo com as cenas que envolvem bichinhos de estimação. A atuação da Kathleen é perfeita, mas não posso dizer o mesmo do Michael Douglas, se bem que não gosto dele em filme algum. Sua resenha do filme está ótima para quem já assistiu a ele. Eu ficaria bem zangada se não o tivesse visto, porque você o conta todo e em detalhes, deixando apenas o final de fora, o que não é nenhuma vantagem. Ficarei mais atenta.
Abraços
Feliz aniversário, valéria! :)
Assisti esse filme no começo do ano passado e diferente de vc gostei bastante do humor negro do filme...
Sei que tem várias cenas de violência em que os personagens quase chegam às vias de fato, mas infelizmente é algo que acontece entre muitos casais que chegam ao ponto que eles chegaram... então penso que se não fosse retratado seria light demais, mas se não fosse retratado com certo humor, ficaria dramático e pesado demais...
Sobre a casa e o divórcio, pra mim é aquele velho pensamento machista... O cara é conservador e quer uma mulher do lar. Ela cuida sozinha da casa e dos filhos e ele trabalha, mas no fundo ele não dá nenhum valor ao que ela faz e acha que ela está devendo alguma coisa pra ele já que ele é que sustentava.
Mas tive a impressão que ele não queria largar a casa porque era o único laço que prendia os dois. Se ela não quisesse a casa era capaz que ele inventasse outra coisa pra atormentá-la...
Bjus Lola e adoro suas resenhas.
Parabéns, Valéria! Lola, tenho acompanhado suas discussões, mas este calor tem me deixado sem energia. Como hoje está um pouco menos quente me animei. Ontem vi o relato sobre o abuso infantil e fiquei chocada como todos, pois esse é um tema triste, uma violência sem tamanho contra seres indefesos, deturpando, amassando, rasgando sonhos, construindo seres sofridos, temerosos, revoltados ou descrentes. Dificilmente alguém que passou por uma violência sexual na infância conseguirá se livrar das recordações e viver uma vida sem amargura. Quanto à Guerra dos Roses, achei o filme interessante e angustiante ao mesmo tempo, a violência que cresce, a impossibilidade de diálogo entre os dois, mostrando o extremo apego aos bens materiais e até a maldade com os animais, representativo do ser que passará por cima de qualquer coisa para não abrir mão de nada. Enfim, como sempre adorei seus comentários, sempre pertinentes, inteligentes, bem articulados. Saudade, querida. Beijos!
Lola:
Quem faz a voz da Jessica Rabbit é a Amy Irving, ex-Spielberg e atual mulher de Bruno Barreto. Que, inclusive, canta muito. A algum tempo ela foi no Jô Soares e cantou. É um estouro.
Oliveira, a Amy só dubla a Jéssica cantando, a Kathleen faz todo o resto. E sim, Amy Irving tem uma voz incrível.
Nossa Lola, nunca vi, nasci em 88, então já sabe né. Vou procurar, tô doido pra ver esse filme só por causa da tua resenha.
Abraços
Jonas
L. Arquila:
Obrigado; eu não sabia deste pormenor.
Oi, pessoas.
Vi, lembro e sei que ri muuuuuito, eu adorava esse filme. Faz muito tempo e a gente muda, então precisaria ver novamente para ver como o humor negro me atingiria hoje em dia.
E, informação importantíssima, hohoho, a Amy Irving não é mais esposa do Bruno Barreto, a quem interessar possa.
E parabéns a você, Shoujofan!
Beijitos,
Rita
Puxa Ritä, eu não sabia deste pormenor também.
Obrigado, também!
Eu adoro esse filme. Conheço duas mulheres que já me disseram que ficariam muito felizes se os maridos delas arrumassem outras mulher, se apaixonasse e separassem delas, não porque há algo de errado com eles, mas porque elas não querem mais a vida em conjunto, porém se sentem mal por não ter nenhuma razão que lhes pareçam forte o suficiente. Enfim, sei que quando elas me contaram isso me veio à cabeça a personagem da Kathleen nesse filme.
Melhor dialogo do filme:
Ele p*** da vida diz a ela para arrumr o melhor advogado que ela puder, ao que ela responde: "Pode deixar, o melhor que o seu dinheiro puder comprar."
Adooooro!
Revi estefilme há pouco tempo também e, hoje mesmo, pensei nele enquanto lia V. Woolf, A Room of one´s Own...ela fala da 'outra' guerra dos Rose´s.
Eu gosto bastante do filme e, como você, sobretudo da K. Turner.
Abraço e boa sorte na vida nova.
Eu adorei o filme. Entendo os problemas, mas acho que ao mostrar os fatos o "leitor" automaticamente desconfia do "narrador" da história. De qq forma, acho a Kathleen uma exelente atriz e nesse filme, em especial, ela está bem girlpower.
Minha cena favorita é quando ela passa, literalmente, por cima dele e do carro.;0)
Vivien, essa cena dos carros é, além da última cena do filme, a mais memorável! Concordo com você?
Vou fazer um comentário que será, certamente, execrado: claro que o marido que subestima o valor de sua esposa está errado; claro que a atitude do personagem do Douglas não participa e é ausente; entretanto, a "solução" da esposa é tão ou mais cruel que o problema, pois sequer tenta compartilhar as razões pelas quais quer se afastar. Pode parecer às mulheres que os homens são frios e ausentes por opção, mas às vezes falta um toque, um aviso, uma conversa. Tirar o time de campo sem fazer nenhuma tentativa construtiva antes é uma atitude covarde e omissa. Vejam bem, não estou justificando nem minimizando a atitude masculina retratada no filme, só estou dizendo que a feminina também não é assim tão louvável como se está pintando...
Adwilhans, sem dúvida você tem razão! Não acredito que se esteja, aqui, exortando as qualidades da protagonista dessa forma. O filme retrata bem, acredito, a falta de diálogo que se instaura dos dois lados, e o crescente ódio que isso acaba provocando, por conta de vários fatores: o apego ao material e uma forma bem humana, mas bem medíocre de se proceder, que é a de querer obrigar o outro ou a outra a ficar do nosso lado, mesmo sem amor, só por posse, conveniência ou seja lá o que for. Tanto ele quanto ela vão ao extremo (e o humor negro aqui acho que foi usado de uma forma extremamente inteligente como uma alegoria, um exagero, mas que ao mesmo tempo não é...todos os dias vemos coisas assim acontecerem e acabarem mal, mal, mal. Geralmente em assassinato. E geralmente em assassinato da mulher pelo homem). Desculpe a resposta tão grande. "Quando um não quer, dois não brigam", essa é uma grande verdade. Culpados os dois nessa história. Grande abraço!
Beleza, Bau, acho que agora posso concordar com o que está sendo discutido. Grande abraço!
Sobre a personagem feminina, apesar de concordar mais com ela que com ele em certas situações, também não a acho um exemplo de conduta...
Se a vida dela se tornou um tédio, a culpa foi dela também que parece ter abrido mão de seus outros interesses em nome de um único.
Mas quando ela chega ao ponto de querer divórcio, a impressão é que pelo menos da parte dela, nada mais poderia ser feito, o sentimento já tinha acabado.
Abçs pessoal!
Parabêns atrasado, Valeria!!
"a "solução" da esposa é tão ou mais cruel que o problema, pois sequer tenta compartilhar as razões pelas quais quer se afastar"
...
Ué? Ela descobriu que não gostava mais dele.
Por que iria continuar com ele...?
"Quando um não quer, dois não brigam"
Não consigo ser tão otimista assim. Para mim funciona mais como "Quando um não quer, um briga e o outro apanha."
Eu sou apaixonada pelos filmes dos anos 80 e 90. Fixação mesmo. Esse eu acho sensacional, "Fogueira das vaidades" também gostei muito tbm. beijokas
Acho que se não fosse a doença da Kathleen, ela ainda seria uma das maiores atrizes de Hollywood. Mas ela conseguiu de certa forma contornar sua condição fazendo teatro e outros trabalhos, como fazendo o pai transexual do Chandler em "Friends".
Já o Michael como ator eu não sou muito fã. Nem do William Hurt. Sério que você gostou de O Beijo da Mulher Aranha, Lola? Primeiro que me incomoda aquele monte de brasileiro falando inglês na cadeia e como nome hispânico. E ainda acho que o destaque todo do filme foi do Raul Julia. Acho o William fraco...
Agatha, não disse em momento algum que ela deveria continuar com ele. O que disse é que, nos comentários, muitos descreviam uma mulher forte e corajosa em contraponto a um idiota egocêntrico e ausente. As coisas não são assim tão simples; creio que a Bau pegou bem o ponto que quis expor, qual seja, a falta de diálogo - criada por ambos, não apenas pelo esposo. É óbvio que a esposa tem o direito de se separar, eu só disse que a relação chegou ao ponto mostrado no filme em decorrência das atitudes e omissões de ambos, não apenas do esposo. Fui claro agora?
Obrigada pelos parabéns. :)
Shoujofan = Valéria Fernandes
Oi Lola, não sei se vc acompanha os posts "antigos", mas assisti a um filme de que gostei muito e gostaria de ver seus comentários sobre ele. Estou falando de "A costela de Adão" (Adam's Rib), que faz parte da coleção "Folha Clássicos do Cinema" (viu só, taí uma utilidade pra Folha! :D); pela temática, imagino que vc já assistiu, se não, trate de assistir (desculpe o tom imperativo...) para comentar para a galera. Saudações enxadrísticas!
Tenho esse filme, não só ele como todos os filmes de K.Turner pois sou muito seu fãn, parabéns pela resenha do filme ficou ótima, estou esperando sua resenha do filme Serial Mom ( Mamãe é de Morte)com K. turner tbm!
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