Aconteceu uma coisa fantástica, dessas que não me fazem acreditar em Deus, mas talvez que meu amado pai continua vivo olhando por mim. Seguinte: antes da gente ir pros EUA, nossa impressora morreu. Custava uma nota pra consertar, então ficamos com a da minha mãe. Não é assim, “ficamos”. Ela emprestou pra deixar lá em casa, assim a gente pagava papel e tinta. Bom, viajamos por um ano, voltamos, trouxemos dois laptops, deixamos o computador antigo com a minha mãe. Só que a impressora velhinha da minha mãe não tem saída pra laptop, e uma conexão pra cabo USB custa quase 70 reais! E a gente precisa de uma impressora. Não é que a gente use sempre, mas quando precisa, faz muita falta (como vimos em Detroit). Enfim, eu – que sou implacável e injustamente acusada de pão dura – tomei a iniciativa de comprar uma impressora novinha em folha. Porque eu sou assim, desprendida. O maridão trouxe alguns folhetos de supermercados e vimos que no Big havia umas três impressoras na mesma faixa de preço, por volta de 200 reais. Chegamos lá na seção de eletros e eu queria saber a diferença entre elas. Foi com muito desgosto que percebi que, pra atender toda a clientela interessada em eletros, havia exatamente dois vendedores. Isso, imagino, porque o Wal-Mart comprou o Big. Havia uma fila imensa pra disputar esses vendedores a tapa. E não dá nem pra tentar apressar o pessoal. Imagina, você tá comprando uma TV por 2 mil reais – tem todo o direito de alugar um vendedor por todo o tempo necessário. Depois de esperar mais de vinte minutos, finalmente consegui falar com uma vendedora, que não me disse absolutamente nada de útil. Fiquei na mesma, e só decidi pegar a HP Deskjet D2460 ao invés da Epson T23 porque a primeira exige dois cartuchos (um colorido, outro preto), enquanto a segunda pede quatro (três coloridos, um preto). A gente nunca imprime nada colorido mesmo, mas com a umidade de Joinville, os cartuchos iam morrer rapidinho sem uso. Tá, decisão tomada, fui catar o maridão, que havia se perdido no supermercado. E fomos pegar a impressora fora da seção de eletros. Aí que entra a parte fantástica. Um jovem casal começou a perguntar pra gente sobre os dois modelos (nem sinal da terceira impressora por 200 reais), e eu, prestativa, passei toda a informação (não muito útil) que peguei da vendedora pra eles. Aí conversa vai, conversa vem, e a moça diz: “Então vocês optaram levar essa por 98 reais?”. E eu: “98 não, 198”. O preço tava lá, bem na nossa cara, em letras garrafais. E a moça: “Não, é 98. Um primo viu o comercial na TV e ligou pra gente. A gente só veio até a loja hoje pra isso. Já confirmamos o preço com um rapaz. Só que vocês vão ter que pedir o desconto”.
Agradecemos, pegamos a impressora, e fomos ao caixa tentar pagar 98 pela impressora que estava sendo anunciada por 198. Não foi nada fácil. Mais meia hora de espera, enquanto uma vendedora foi falar com nem sei quem se era esse o modelo em promoção (como assim? Havia outro? Não dentro da loja! Talvez no comercial da TV). E, depois de algumas reclamações, conseguimos pagar apenas 98. Economizamos cem reais por uma série de fatores: estar no lugar certo na hora certa, encontrar e falar com o casal, insistir com o Big. Achei incrível. Claro que acho um abuso que, se isso não tivesse acontecido, levaríamos a mesma impressora no mesmo dia, pagando cem reais a mais. Imagina descobrir isso depois! Mas nessas horas acho que meu papi tá lá no céu, me ajudando.
No dia seguinte, maridão tenta instalar a impressora, e reclama a cada passo do processo. Chega uma hora que ele diz: “Sabe que a impressora da sua mãe é muito melhor do que essa que a gente comprou”. Aí eu digo: “Amor, mesmo que a outra impressora seja cinquenta vezes melhor que esta, o que não acredito, porque esta é novinha, a outra impressora não é uma opção. Não temos o cabo. A gente tem que se contentar com o que tem”. O maridão resmunga alguma coisa, e eu continuo: “É meio assim: o Chico Buarque é muito melhor que você em tudo”. O maridão interrompe: “Mas eu sou novinho!”. Eu ignoro e prossigo: “Mas o Chico, embora me ame muito, não é meu. Então tenho que me contentar com o traste aqui”, e aponto pro maridão, que questiona, sem pausa: “Você tá falando de mim ou da impressora?”.
28 comentários:
Hahaha! Bom humor é tudo numa relação! (piegas e clichê, mas verdade.)
Beijocas.
Só nos resta rir muito numa situação como esta. E continuar rindo das mancadas do maridão!
Esse ano tb tive q trocar de impressora, pelo mesmo motivo q vc, pena q nao achei uma baita promoção como esta. uhauhauha. Q inveja!
Sucesso Lola!!!
Poxa Lola, não seja tão dura com o maridão, he, he.
Parece que esse negócio de ter que pedir aquele preço do comercial está se tornando comum...
Acho isso um abuso. Se é o desconto conseguido na negociação, tudo bem. Mas se o preço é anunciado, deveria valer pra todo mundo.
O Maridão te ama muito lola. Aliás acho que essas histórias de vcs dava um livro!
Hoje a time out publicou uma reportagem de capa sobre gojetas aqui em lisboa. Eles defendem com unhas e dentes que o justo é só 5%. (Se a pessoa quiser deixar). E atentam para o facto de a pessoa não deixar muito para não ofender o empregado. Com que tipo de empregado essas pessoas conversam para chegar a conclusões como essas?
Enfim, o mais interessante da entrevista foi a citação de um filme com a Greta Garbo, em que ao chegar ao hotel o empregado pergunta se ele pode levar as malas dela:
_ Por quê você leva as malas das pessoas? -Ela pergunta.
_ Porquê é o meu trabalho.
_ Isso não é trabalho é injustiça social.
Ao que ele responde:
_ Depende da gorjeta!
Lola,
Cada marido uma sina.
Ainda bem que o Chico nos ama, né?
Adorei.
Beijocas
PAola
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL720504-5603,00-OBESIDADE+NEM+SEMPRE+FAZ+MAL+A+SAUDE.html
Lola, vc viu essa matéria que saiu no G1? Pesquisa científica sugere que não basta estar acima do peso para se ter problemas de saúde, devem ser avaliados outros fatores. Engraçado é que vi essa matéria no finzinho da página de Ciência e Saúde. Qdo a notícia vilaniza a obesidade, é divulgada com o maior estardalhaço, já o contrário...
ah, o amor é lindo!
:oD
que sorte boa... =)
mas por essas que odeio vendedores. fui comprar um telefone e tinham 2 que aparentemente eram praticamente iguais, o design era pouco diferente, e perguntei ao vendedor qual a diferença, já que eram 200 reais de diferença e o cara me disse que era só o design mesmo (como quem diz que o design mais antigo era mais barato). Depois, numa outra loja, com uma vendedora legal (coisa rara) fiquei sabendo que o 200 reais mais caro, além da pequena diferença no design, tem viva voz...
Podia ser pior, podia falar do cabo (e da entrada) USB... ;)
Juliana, é verdade. Sem bom humor, não sei como um relacionamento se sustenta.
Andrea, morra de inveja! Mas o maridão reclamou da impressora a cada passo da instalação...
É um absurdo mesmo, Daniel. Imagina, se eu ficasse sabendo da promoção no dia seguinte, voltaria so supermercado pra exigir o preço anunciado!
Já tentei reunir as crônicas sobre o maridão num livro, mas nenhuma editora se interessou, Cavaca. Infelizmente! Puxa, isso de não deixar muita gorjeta pra não ofender o empregado é ridículo! Qual empregado não gostaria de ser “ofendido” desse jeito? Até parece que empregados (em qualquer emprego) trabalham apenas porque adoram trabalhar. Trabalhamos porque precisamos do dinheiro. Tá cheio de gente que adora o que faz, eu inclusa, mas duvido que a gente trabalharia de graça, só pela felicidade em trabalhar. Ah, esse filme que vc cita é Ninotchka, uma ótima comédia anti-comunista. Mas nunca entendi isso de alguém ter que carregar minhas malas prum quarto de hotel. Eu mesma posso carregar. Ou melhor, o maridão serve pra quê?
Paola, perdão, mas tem um plural indevido aí no “Chico nos ama”. Vc por acaso tem um autógrafo escrito “Paola, eu te amo. Chico Buarque de Hollanda”? Não, né? O Chico é meu!
Lila, eu tinha passado os olhos por essa notícia. É como vc diz mesmo: quando é uma notícia que chega pra desmitificar a tal “obesidade mata”, é colocada como rodapé.
Não é, Batata Naomi? Aproveitando, obrigada pelo email de ontem. Essa loira sumiu do mapa! (mas a gorda também, né?).
Ju, vc voltou! Pensei que vc estivesse furiosa comigo por eu nem responder o seu email. Ainda vou ler sua mono, mas vai ter que ser pro comecinho de setembro só (antes preciso entregar um capítulo). Desculpa, estou sem tempo nenhum! Sobre o telefone, 200 reais de diferença? Demorei pra entender que vc tava falando de celular, certo? Porque eu comprei um aparelho de telefone no mesmo dia que comprei a impressora. Custou 20 reais.
Pois é, Gio...
HUAHUAHUAUHAUHAUAHUA ADOREI, ADOREI!
Lola, só posso rir de maguido, tá?
Juro que estou aqui rindo quietinha detrás do monitor para não confirmarem que sou maluca!
Beijos
Tá Lola, mais uma fonte de renda...
Além do Samba do Google Louco (ou Pai Google de Oxóssi), você pode lancar "As Crônicas de Maguido - ou, a vida com ele" e faturar uma graninha extra, para, quem sabe daqui a algum tempo, comprar, digamos, um Home OFfice completo ;)
Beijos
Comentei no lugar errado!
Aqui vai, no lugar certo:
Nossa... Eu tinha mais sorte com esse tipo de coisa quando eu era pequeno!
Um dia eu vi, no big mesmo, um livrinho sobre pokemon etiquetado a 5,00! Eu demorei um mês juntando os cincão e fui comprar...Era 51,00! Peguei o livro, mostrei a etiqueta e ó paguei 5! Igual a um caderno também... na mesma epoca! era 18,00 e eu paguei 8,00!
Agora eu só estou indignado de ver você reclamar por ter esperado o vendedor por 20 min! Depois dá uma passada no meu blog e vê oq é esperar por uma fila no playcenter por umas 50 horas consecutivas com um locutor FDP zoando a sua cara!
^^
Beijos!
O engraçado é que vocês escolheram pagar R$ 198 por uma impressora nova e não mais da metade disso pela conexão usb. hehehe. Ainda bem que deram sorte com o preço depois.
Não consigo entender, se não usam muito pra que comprar uma impressora jato de tinta? Cartuchos caros e entupimentos constantes, Deus me livre!
A primeira que tive foi uma Epson "matricial". Tive mais duas depois disso, deskjet, as duas falecidas.
A MATRICIAL continua vivinha da silva e me atende perfeitamente. E o preço da fita entintada é menos de 10 pilas!!
Ps: "traste" que só serve pra carregar malas... anotado!
Não, Lola, telefone sem fio mesmo... um era 100 e o outro era 300, algo assim...
não estou chateada com vc não e nem perde teu tempo lendo a mono que já tem outra versão saindo do forno, hehe, faz parte. Só estou sumida de preguiçosa mesmo...
Boa sorte com o seu capítulo aí. =)
Tadinho do Maridão, ele sofre e nos rimos.. ehehhe :)
Eu não compro no BIG, acho que tem sempre algo que não cheira bem, ou eles tentam passar a perna nos clientes ou praticam valores fora ao padrão de mercado.
Quantas pessoas compraram a 198,00, acho isso sacanagem. Além disso o preço de 98,00 tambem está muito fora do valor normal de mercado. Ou seja, no BIG eu não compro seja pelo preço que for, por que sei que o que estou ganhando, é por que alguem (e não são os ricos e nem o BIG) está perdendo.
Adorei essa sua comporação marido e Chico Buarque, vou usar de vez em quando por aqui também, afinal meu marido mooorre de ciúmes do Chico! *risos*
Não eu não tenho autógrafo nenhum, mas acredito que se ele me conhecesse, me amaria....
(como é bom imaginar!)
Chris, nem fala! Adoraria faturar uma graninha com o maridão, mas tá difícil... E chega uma idade em que não aceitam mais devoluções. O prazo de garantia expira e aí já viu...
Bobby, eu ADORO o pessoal que fala “quando eu era pequeno...” e tem suas memórias em REAIS! Porque isso já revela claramente sua idade: vc era pequeno pós-1994. Quando eu era pequena eu nem me lembro da moeda da época (que mudou montes de vezes depois). Talvez cruzeiro? Ha, deixei um comentário no seu blog sobre sua experiência no Playcenter.
Pois é, Li, quando vi o preço do cabo USB, SUB, SBU, whetever, pensei: não, vamos comprar uma impressora nova. O preço do cabo varia entre 65 e 80 reais! Dá pra acreditar?
Eu nunca tive uma impressora matricial, Mario Sergio! Só no trabalho. Na época em que as matriciais dominavam o mundo eu ainda não tinha computador em casa, só no escri (e era um computador só com uma cor, só de texto. E ainda assim eu achava muito melhor que máquina de escrever! Exceto quando o computador pifava e eu perdia tudo que estava escrevendo). Matricial não é com aquele papel com furinhos do lado? Olha, por mim, eu imprimia em qualquer tipo de papel com qualquer tipo de tinta, mas a universidade faz algumas exigências, sabe?
E obrigada por anotar os “insultos carinhosos” pro maridão!
Ju, telefone sem fio por 100 e 300 reais?! Como assim? Aqueles que eu vi iam de 20 a 50. Que maravilha que a próxima versão já tá saindo do forno! Viu que produtividade? Acabou a enrolação? Porque a minha, como vc pode ver, continua firme.
Marcelo, eu boicoto a Wal-Mart, mas o Big ainda não me decidi. Acho uma tremenda sacanagem os clientes terem que chorar por um preço que foi anunciado na TV. Espero que naquele dia só tinha a gente e o outro casal na loja levando a impressora...
Patricia, o meu maridão, assim como boa parte dos maridos brasileiros, não tem ciúme do Chico. O Chico é uma instituição nacional!
Paola, sinto muito por acabar com as suas ilusões, mas desde que o Chico me conheceu e escreveu “Lola, eu te amo. Chico Buarque de Hollanda” pra mim, ele não tem olhos pra mais ninguém. Note que ele se separou da Marieta pouco depois.
Meu mundo caiu....
O Chico, não me ama, foi ilusão achar que teria alguma chance depois da separação!!!!!!
De piada também se vive!
Bjs
PAola
Por aqui tem um lugar chamado 'Santa Efigênia'. Com certeza você não pagaria mais de 30 reais nisso.
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