quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CRÍTICA: ELIZABETH A ERA DE OURO / A rainha má e o pirata encantado

Normalmente detesto filmes com reis e rainhas, porque não gosto de monarquia, e o cinema tende a vangloriar essa espécie que deveria estar extinta. Mas devo ser a única pessoa no universo a ter apreciado mais este segundo Elizabeth (subtítulo: A Era de Ouro), que o primeiro, de 1998. O drama foi muito mal de bilheteria e os críticos totalmente torceram o nariz. Alguns até o incluíram na lista dos piores de 2007, o que acho um exagero sem tamanho. Gostei muito mais de Elizabeth que do badalado Maria Antonieta, que faz da rainha alienada uma vítima das circunstâncias que deveria ser perdoada por ser oh, tão fashion!

Aqui em Elizabeth também tem gente demais falando pra rainha “Você é sábia, você é a maior, você é uma grande rainha, você é tudo e eu sou nada, me joga na parede, me chama de lagartixa”. Bom, tem uma partezinha que eu inventei, talvez você tenha notado qual é. Iconizam legal a Elizabeth, mas depende de onde você olhar. Ela não deixa de ser uma manipuladora que adora o poder que tem. Gosta de mandar suas damas de companhia dançarem e de controlar a vida amorosa de todos ao seu redor. Se fosse um pouquinho mais perversa (digamos, se fosse rei) daria ordens à la Caligula. Enfim, ela é a luz, como a maquiagem em branco comprova (capaz de rivalizar apenas com Sweeney Todd). E sabe o porquê dessa maquiagem assustadora? Pra que ninguém desconfiasse que os soberanos envelhecem, como todos os mortais. Vê se a gente precisa disso! Graças a Deus evoluímos e hoje sabemos que as rugas vêm para todos, menos pros astros e estrelas de Hollywood.

A Cate Blanchett tá ótima, pra variar, mesmo que, sem peruca, ela pareça ainda mais magra que de costume. Aparenta estar doente. Ela ganhou sua indicação ao Oscar no momento em que olha pro Clive Owen e vislumbra a vida que teria com ele. Aliás, que pedaço de mau caminho é o Clive! Só ele pra fazer um pirata do século 16 com dentes perfeitos. Ele inteirinho é perfeito. Num mundo sem príncipes encantados, ele é o pirata encantado. Mas qual é a vantagem de ser uma rainha hiper poderosa e não poder dar umas beliscadinhas no Clive? É um erro feio do filme que o Clive ganhe sozinho uma guerra contra o maior império do mundo (na época, ainda a Espanha). Sei que a gente tá mais que acostumada a ver herói ganhando ganhando guerra sozinho (vide a vitória do Rambo no Vietnã), mas pra um filme que pretende ser histórico, fica um tanto ridículo.

Vamos combinar assim: se você quiser ler um texto demolindo Elizabeth, leia praticamente qualquer outro crítico. De mim você não vai ouvir muita coisa contra. Adorei o ritmo do filme. E se o Clive quiser piratear por essas bandas, me joga na parede, me chama de lagartixa.

10 comentários:

Anônimo disse...

hahaha Cate Blanchett é cabulosa, acho que realmente por essa cena mas a que deve ser mostrada no Oscar deve ser aquela em que ela grita com o kra lá o espanhol, ela vem andando como uma rainha, em uma fala de tornado e raiva, que as veias dela chega pulsam...
Eu gostei do filme, não tive esse desprezo todo que a critica teve com o coitado de 150, 100 negativas.
Aproveitando o papo nada a ver, Lola já teve a oportunidade de conferir Battle Royale? É meio insano, parece que a vilã mirim do Kill Bill, saiu de lá... aí hoje me deparei com a continuação do filme disponivel para "aquisição" virtual.

PS: Por fim uma noticia para refletir O_O http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL297290-5602,00-BRASILEIROS+SAO+OS+QUE+MAIS+ACESSAM+SITES+PORNOGRAFICOS.html

Leonardo Bernardes disse...

Eu gosto dos figurinos e adoro a atriz, mas essa classe de filmes de fato não faz meu gênero. Vou dar uma chance a ele, contudo, em sua homenagem.

Minha lista de dívidas só faz aumentar!

Anônimo disse...

Como ate hoje nao vi o Elizabeth original, nem posso comentar, neh!
Mas eu gostei do filme, mas me incomoda o Walter Raleigh sair de bonzinho e ter final feliz no filme... muito menos historico do que ele ganhando a batalha contra a Espanha.
Mas a minha parte favorita, sem duvida, eh a Infanta com a boniquinha a la Elizabeth. Priceless!

Mica disse...

Ainda não assisti Elizabeth pq o bendito ainda não veio aqui para Florianópolis (óh, céus!). Mas, só para tirar uma dúvida: a Cate Blanchett interpreta a mesma Elizabeth do filme homônimo que ela mesma interpretou em 1998? (reassisti esses dias porque criei uma paixão avassaladora pelo Christopher Eccleston)

lola aronovich disse...

"Cabulosa", Pedro? Isso eh mistura de Fabulosa com Calo? Obrigada pelo link, vou ver. Nao vi Battle Royale. Vc recomenda MESMO?
Leonardo, se tiver que escolher, veja antes os filmes mais importantes...
Andie, entao vc conhece tudo de historia britanica pra saber que o Walter Raleigh nao era um santo?! Ele era mais santo no filme de 98, eu acho. E pra mim o Geoffrey Rush sempre foi a melhor coisa daquele filme.
Mica, bom te ver por aqui! Sim, este Elizabeth eh a segunda parte do de 1998. Estavam querendo fazer uma terceira tambem, mas depois que este Era de Ouro foi um fracasso de bilheteria, nao sei se vai sair. Paixao avassaladora pelo Christopher Eccleston? Nem me lembro do narigudo no filme! O que ele anda fazendo de novo?

Mica disse...

Bom, minha paixão pelo Christopher Eccleston começou em Doctor Who (ele fez o nono Doutor, em 2005), mas de novo o que ele tem feito? Não sei muito bem, heheheh. Ultimamente eu o vi na primeira temporada de Heroes, e em dois filmes. O atual é Os Seis Signos da Luz (uma adaptação tolinha de um livro infanto juvenil) onde ele é o vilão. O outro que eu vi é na verdade um filme mais antigo, onde ele contracenou com a Kate Winslet. Em inglês é June, mas em português se chama Paixão Proibida (sobre primos que se apaixonam apesar de serem casados). É lindo (e triste). Bom, pelo menos eu amei.
Adoro o sorriso dele, os olhos, a voz....e confesso que só parei para reassistir Elizabeth pq quando liguei a TV eu vi o (nariz do) Christopher Eccleston, hehehe.

Daniel Miyagi disse...

Você censurou meu comentário anterior desejando que a Cate Blanchett ganhe o Oscar?

lola aronovich disse...

Ah eh, tinha esquecido do culto a Dr. Who (eu nunca vi. Vale mesmo a pena?). O Christopher Eccleston eh muito charmoso, e ate bonito, dependendo do angulo, do papel, do filme. A primeira vez que ele me chamou a atencao foi em "Cova Rasa". Aquele filme eh muito bom! Vou tentar ver "June" (mais um pra lista...).

lola aronovich disse...

Imagina, Dan, eu nao censuro ninguem! Este espaco eh contra a censura! (pelo menos por enquanto. Se alguem ficar muito ofensivo e vir com montes de palavroes talvez eu censure, mas nao sei, sou a favor da liberdade da expressao). Mas note que aqui nao tem nada de "comentario sujeito a aprovacao". Alguma coisa deve ter acontecido pra ele se perder. Escreva de novo! E quem disse que eu tenho algo contra a Cate? Nessa categoria de Atriz Coadjuvante nem sei se estou torcendo por alguem (talvez pela Saoirse).

Anônimo disse...

Só sei dizer uma coisa, o primeiro é perfeito, já o segundo, não tão perfeito. Esse era o verdadeiro vencedor do Oscar 99