sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PERCEPÇÕES MINHAS SOBRE AUDIÊNCIA NO SENADO SOBRE ABORTO

Parte das feministas reunidas

Antes, pequena pausa para eu, Aline e
Paula posarmos em frente ao Palácio
Estive ontem, só como ouvinte, no Senado Federal em Brasília, convidada pela Frente Nacional Pela Legalização do Aborto, para a 3a audiência da SUG (sugestão legislativa) 15, que propõe regulamentar o aborto no SUS até a décima-segunda semana de gravidez. O que vi (e anotei, e compartilho aqui com vocês; podem conferir nos vídeos) foi tão interessante quanto desolador.
O plenário estava lotado. Eu vim com algumas outras feministas, e nós claramente éramos a minoria. Havia muitos jovens bem arrumados, vários de terno e gravata. Do meu lado esquerdo, de pé, um padre segurava uma faixa com a ilustração de um menino sorridente em frente à bandeira brasileira, escrito embaixo “Brasil Vivo! Sem Aborto!” Do lado direito, sentado, um cara que parecia ser assessor parlamentar. Pelas interlocuções que ele balbuciava, era evidente qual sua posição no debate.
Porque não há como negar: há dois lados. Na mesa que iria debater o tema, quatro participantes (dois homens, duas mulheres) falariam contra a legalização; e outras quatro (todas mulheres), a favor. O moderador era o senador João Capiberibe (PSB-AP), que me pareceu simpático e democrático, embora não tenha controlado direito o tempo das intervenções de deputados "pró-vida".
O primeiro debatedor foi o americano David Kyle, diretor de Blood Money, documentário que dois anos atrás foi lançado com estardalhaço em todo o Brasil, com um orçamento para divulgação digno de Hollywood. Kyle exibiu um pedaço do seu filme -- ironicamente um trecho que fala de mulheres mortas em clínicas de aborto em algum estado dos EUA, onde o aborto é legalizado há décadas.
Kyle disse que escolheu este trecho para mostrar que não existe aborto seguro. “Há também aspectos mentais do aborto (depressão, suicídio, mães que perdem o amor pelos seus filhos). Nos EUA não tivemos a oportunidade que vocês têm agora de falar a verdade: que o aborto é ruim. Só um governo tirânico pode tirar o direito a vida. Nos EUA estamos sacrificando nossas crianças por dinheiro. Uma sociedade civilizada protege os indefesos, não os mata”.
Ele contou também que originalmente o filme se chamaria Holocausto Americano (um título bem neutro, né), mas ele viu que aborto tinha tudo a ver com um tema que ele deve conhecer bem: dinheiro. “Bilhões de dólares são conseguidos fazendo abortos”. 
Ele acrescentou que estamos jogando fora nossa futura geração. “A civilização ocidental está em declínio. Na minha mente, nós somos os verdadeiros defensores dos direitos humanos, porque primamos pelo básico, o direito à vida. Aborto destrói relações, destrói famílias. Por que vocês no Brasil querem destruir suas famílias? Isso é tudo”, concluiu ele, em inglês, sem nenhum carisma. Parcas palmas.
A próxima a falar foi Sônia Corrêa, pesquisadora da ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) e co-coordenadora do Observatório de Sexualidade e Política (SPW). Ela afirmou que “a premissa de liberdade reprodutiva que defendemos nunca poderá  ser coercitiva”, lembrando de uma das principais confusões propositais que os conservadores fazem –- de que apoiar a legalização equivale a forçar gestantes a abortar.
Ela pontuou que as restrições sobre a vida reprodutiva das mulheres restringem a participação das mulheres na vida pública. Alem disso, a criminalização das mulheres é nada mais que punição e controle social, e lógico que a aplicação penal aqui e em outros países é seletiva. “Não há democracia sem laicidade”, completou Corrêa. 
Débora Diniz, professora da UnB e pesquisadora da ANIS (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero), iniciou sua fala (de meros dez minutos para cada um) dizendo que queria meramente resumir estudos: “O outro palestrante falou em verdade. Uma outra maneira de falar a verdade é através da ciência num estado laico”. Uma em cada cinco mulheres realizou pelo menos um aborto até os 40 anos, disse ela. Se seguíssemos a lei, 7 milhões e 400 mil mulheres que abortaram deveriam estar presas. 
Diniz ressaltou que as mulheres que abortam não são tão diferentes das “adolescentes e putas [que] alimentam as fantasias daqueles que se opõem ao aborto”. Nesse momento, o carinha de terno do meu lado exclamou: “Que vergonha!”
Diniz apontou que metade das mulheres que abortam terminam o aborto no SUS. “Não estamos falando de infanticídio, estamos falando de embriões até as 12 primeiras semanas”. 50% das mulheres não usam comprimidos para abortar, disse Diniz. "Não sabemos quase nada das clínicas clandestinas. O que sabemos é através das páginas sensacionalistas de jornais e da polícia". E terminou com uma bela frase: “É a lei penal que mata, interna e sangra as mulheres”. 
Outra frase marcante de Diniz foi: “As mulheres têm que ser protegidas dos homens de jaleco branco e dos padres de batina preta”. Isso fez o cara do meu lado ter um espasmo de raiva e o resto do plenário lançar uma espécie de “Oh!”
A próxima foi a doutora em Ciência Política e coordenadora do Instituto de Políticas Governamentais do Brasil, Viviane Petinelli e Silva, que fez uma breve apresentação em powerpoint com o título “Qual Brasil queremos? Impactos socioeconomicos esperados da legislação do aborto”. Aborto reduz a taxa de natalidade de um país, segundo ela. Ela disse que estamos num período de bônus demográfico (relação positiva entre a população economicamente ativa e o total de crianças e idosos) no Brasil. Temos a taxa de crescimento ideal, e colocaríamos tudo a perder legalizando o aborto. Como aproveitar essa janela?, perguntou ela. “Parindo”, respondeu alguém no plenário.
Se cerca de um milhão de mulheres abortam clandestinamente por ano (dado que os pró-vida adoram desmentir, mas quando é pra falar de possíveis rombos no SUS, vale tudo), o custo inicial esperado seria de R$ 510 milhões (3% do orçamento do Ministério da Saúde), de acordo com Petinelli. Ela também acrescentou que, caso o aborto fosse legalizado, as mulheres colheriam as consequências na Previdência Privada (que ela não especificou quais seriam). 
O problema é a gravidez indesejada, não o aborto, disse ela. Como lidar com gravidez indesejada?, perguntou. “Vamos ensinar as nossas jovens”, disse ela. Não houve uma só feminista presente que não notou que ela defende apenas educação sexual para meninas. 
Ela também recomendou dar o bebê pra adoção, e trouxe um abaixo assinado de 32 mil assinaturas "pró-vida". O cara do meu lado aplaudiu entusiasmado. O público também. 
O público já estava suficientemente aquecido pra receber a professora da UnB e integrante do Movimento Estratégico pelo Estado Laico Tatiana Lionço, que foi difamada durante anos por Jair Bolsonaro. O deputado fez um vídeo editando uma das falas de Lionço sobre sexualidade infantil. Lionço inclusive chegou a processar o deputado, mas o processo foi arquivado. Deu pra perceber que grande parte dos "pró-vida" presentes tinham visto o vídeo, e odiavam Lionço.   
A professora disse que se colocaria como representante feminista, e o público atrás de mim fez “Ihhh”. Lionço não se sentiu respeitada, e lembrou que da última vez que foi à Casa foi desrespeitada por deputados federais como Bolsonaro (o público gargalhou). Ela reclamou, e um homem gritou “O riso é livre!” “A palavra também”, respondeu uma mulher.
Lionço disse: “Esta casa não tem senhor nem dono, esta é a casa do povo”. E alertou que um dos pontos em pauta era a criminalização do ativismo politico. Se dependesse de vários deputados, haveria a criação da CPI do Aborto, que criminalizaria não apenas as já criminalizadas mulheres que abortam, mas também as feministas que defendem a legalização. 
Lionço disse que o que estava em jogo também era a responsabilização do Estado pela morte de mulheres, não uma mera disputa ideológica. Ressaltou que dignidade é um direito humano inviolável, então não cabe dizer quem é mais ou menos digna entre mulheres. E lembrou que ela não desrespeita mulheres que são contra o aborto.
O senador Capiberibe abriu espaço para algumas intervenções, e aí pudemos ser expostas ao pior do pior Congresso desde 1962. Por exemplo, o deputado Diego Garcia (PHS-PR) disse que não entendia como as pessoas podiam ir lá defender a proposta sem se envergonhar, falando que não tínhamos “vergonha na cara”, e afirmou que representa a grande maioria deste país. “Enquanto eu estiver dentro deste parlamento […], em defesa da vida, dos inocentes, eu serei uma das vozes no Congresso Nacional em nome daqueles que não podem gritar, eu falarei em nome dos inocentes”. 
Ele estava na minha frente. Depois eu vi o sujeito se articular para angariar mais um discurso. Outro deputado, que fez um discurso parecido, mais tarde reclamou que foi impedido de dar seu repeteco. A intenção deles parece mesmo ser monopolizar o debate, silenciar as discordâncias e criminalizar o ativismo. 
Porque discurso ignorante, sem o menor embasamento científico, é assim: não basta ser dito uma vez, tem que ser repetido à exaustão, até que, de tão repetido, vire verdade absoluta. É o eco do senso comum. 
No próximo capítulo...
O texto já está gigantesco. Continuo aqui. Aí conto como foi a participação de Padre Paulo Ricardo, Marcia Tiburi, Heloisa Helena, Marco Feliciano, Jean Wyllys, entre outros.
Leia também o texto de Jarid Arraes para a Fórum, o da Maíra Kubik para a Carta Capital, o da Marcia Tiburi para a Cult, o da Sonia Corrêa para a SPW.  

229 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 229 de 229
Anônimo disse...

Chorem mais, machos, podem chorar. Tá é pouco choro e o tempo tá muito seco. Chorem mais.

Unknown disse...

Anon 03:25

Pare de brincar com coisas serias, lei por si só não resolve, mas sem lei ai fica bem pior...

Sérgio Carneiro

Cara não diz bobagem, aborto forçado isso ai e estupro, agora analisando a alternativa valida, eu penso que numa situação que o aborto seja descriminalizado por total, o modo mais maduro e justo de resolver este confronto de interesses, quando um pai não quiser assumir responsabilidade pela criança que nasceu, caberia a ele ter como alternativa não assumir legalmente as responsabilidades jurídicas que a paternidade trás, mas a paternidade em si esta deve ser assumida.


De qualquer forma, eu penso que muito mais inteligente seria se nos estivéssemos, discutindo aqui o que leva as mulheres a fazer aborto e como evitar que as mulheres enfrentem este tipo de situação.

Eu já digo começar por educação sexual, e o primeiro a se fazer quando se pensa em evitar abortos.

Raven Deschain disse...

Vou ecoar o Jonas: Sergio, não fale bobagem.

"Pais" fazem isso todos os dias. Esse é um dos motivos pelos quais mulheres recorrem a abortos.

Anônimo disse...

Os conservadores não aceitam o aborto porque para eles a mulher que possui vida sexual ativa deve ser punida, não interessa se ela usou métodos anticonceptivos e eles falharam elas tem que parir, sem condições mas devem parir.
Mas depois estas crianças crescem sem nenhuma estrutura, pois a vida nos orfanatos não é a novela Chiquititas onde as crianças cantam e dançam e vivem aventuras, crianças negras são rejeitadas.
Quando algumas destas crianças começam a ser problema para a sociedade a saída para os conservadores bota na cadeia, onde eles somente vão piorar
Mas afirmo discutir sobre o aborto atualmente em Brasília e perda de tempo,

Anônimo disse...

To tão decepcionada com esse Brasil, quero mais é que Bolsonaro e Eduardo Cunha assumam e fodam a poha toda, daqui a 20 anos vão estar implorando pela saída dos fascistas, corruptos, "volta democracia", povo brasileiro é muito burro mesmo pqp, não dá pra ter esperança nessa joça mais não.

Anônimo disse...

"A questão do aborto está mal posta. Não é verdade que alguns sejam a favor e outros contrários a ele. Todos são contra esse tipo de solução, principalmente os milhões de mulheres que se submetem a ela anualmente por não enxergarem alternativa. É lógico que o ideal seria instruí-las para jamais engravidarem sem desejá-lo, mas a natureza humana é mais complexa: até médicas ginecologistas ficam grávidas sem querer." D. V.

Dois profissionais da área médica dão sua opinião sobre o debate. Não é achismo, é a realidade:
http://drauziovarella.com.br/audios-videos/abortos-clandestinos/

Katia Silva disse...

Anônimo 10:48 de ontem
É ILEGAL qualquer venda de componente humano nos EUA,as clínicas abortista dos EUA que estão vendendo ilegalmente fetos,órgãos de fetos etc inclusive numa entrevista perturbadora uma funcionária da clínica Planned Parenthood falou que esperava comprar uma LAMBORGUINI com a VENDA DOS FETOS,num total desprezo á vida humana.
1° mulher foi condenada pelo crime de FETICIDIO nos EUA.
E a doação de óvulos é para AJUDAR CASAIS INFERTEIS a Gerarem filhos,não tem nada a ver com o aborto,as doadoras recebem compensações financeiras para custos médicos etc enfim que pena que tua mãe não te abortou!

Katia Silva disse...

Tive minha filha Há 14 ANOS ATRAS e depois não tive mais filhos desculpa mas eu sou a prova viva que se a mulher e o homem se prevenir a não ser por algum caso excepcional ocorre a gravidez.

André disse...

Taty,

Você é a prova viva que teve sorte de não cair nos casos excepcionais que você mesma aponta.

André disse...

Sérgio Carneiro,

Se você está interessado numa sociedade melhor escolheu o inimigo errado contra quem lutar.

Raven Deschain disse...

Taty, cala a boca. Vc e eu somos exceção, miga.

Tão exceção, que na segudna gravidez, optei pelo aborto, porque não vou fazer outra criança passar o que meu filho e eu passamos.

Anônimo disse...

O ginecologista e obstetra Jefferson Drezett, coordenador do Ambulatório de Violência Sexual e de Aborto Legal do Hospital Pérola Byington, fala sobre o argumento de que haveria uma explosão no número de abortos caso o procedimento fosse descriminalizado.

http://drauziovarella.com.br/audios-videos/aborto-e-se-fosse-legalizado/

Anônimo disse...

Perguntinha aos machistas de plantão: se o cara transa por aí sem compromisso, caso engravide uma dessas mulheres e se recuse a dar apoio, e isso venha a resultar na decisão de abortar, ele não tem nenhuma participação nesse aborto?
Muitos casados e com dinheiro abortam. Porque não querem ter filhos. Aliás, as mortes ocorrem somente entre os pobres, porque os ricos é em clínica chique e não é porque não tem dinheiro ou apoio.
Para ter e criar um filho é preciso querer. Muitos pobres aliás fazem das tripas coração para que a menina fique com a criança. Mesmo sem poder querem os filhos.
Cada caso é um caso.
A gravidez não é algo que passa imperceptível e para levar adiante, é necessário que a mulher deseje isso. Se ela não desejar, precisa ser respeitada.
Ninguém vai abortar toda hora. Só uma louca.

Raven Deschain disse...

Matricida é quem mata a mãe, idiota.

Sasporra nem pra ofender direito.

Anônimo disse...

A mãe sempre foi o ente da familiamais importante, seja na sociedade patriarcal ou matriarcal, simpelsmente porque os mamiferos, o pai é um simples acessorio, mais sem mãe o filhote provavelmente morre. Isso é obvio quando na historia inteira da humanidade e em todos os paises do mundo sempre existiram mais mães solteiras do que pais solteiros. A coluna principal que sustenta a familia é a mãe, ela que detem o poder de escolha se quer cuidar ou não dos filhos porque a presença biologica do pai pouco importa.

Anônimo disse...

Exato. A presença biológica do pai realmente não é importante e socialmente um marido/pai ou patriarca é na verdade completamente prejudicial pra mulher e pras crianças. O ditado popular "ruim com eles, pior sem eles" precisa ser urgentemente reformulado, pois na realidade é muito "ruim com eles, melhor sem eles".

Milena disse...

A minha pergunta para os pró-vida é:

se pra muitas pessoas (e para a legislação brasileira) o aborto é aceitável no caso de gravidez for decorrente de um estupro, então não estamos "fazendo o feto pagar" pelos "erro do pai"?

Então, se engravidar foi um "erro da mãe", não teríamos que automaticamente permitir o aborto também nessa ocasião, já que o aborto é permitido em caso de "erro do pai"?

Ou ainda, existe uma diferença biológica intrínseca que diferencie o feto fruto de um estupro de um feto fruto de relação consensual? O feto fruto de estupro seria menos feto, menos vida?

Vamos lá pessoal, é só usar um mínimo de lógica pra chegar à conclusão de que, se já aceitamos abortos em casos de estupros, devemos aceitar qualquer tipo de aborto.

Anônimo disse...

Iiiih, Milena, o que eu tou vendo no facebook é gente que defende criminalizar aborto em caso de estupro porque "a criança não tem culpa de nada do que aconteceu". Os pró-vida na verdade são anti-mulher em qualquer caso.
1) Criminalizar o aborto porque as chances são de que o embrião se desenvolva pra um feto caso não haja interrupção voluntária e não criminalizar camisinha e pílula anticoncepcional é hipócrita. O argumento de vocês é que a vida só começa na concepção, então impedir que os gametas se fecundem não é imoral. Mas você está negando voluntariamente a chance de formação de uma vida de qualquer forma. Nesse caso, só entra um pouquinho mais de incerteza na formação da vida: se estima-se que 67% dos óvulos fecundados se desenvolverão em fetos, você teria que acrescentar à conta que há, sei lá, 5% de chances de ocorrer a fecundação. Quando se usa método contraceptivo na relação sexual, você também está negando quaisquer chances à vida que, de outra forma, poderia se formar.
2) Sérgio, e o pai que, na hora da gravidez, disser que dá todo apoio, convencer a mãe a não abortar e depois do nascimento, alegar pro juiz que sempre quis o aborto pra fugir de ter que pagar pensão? A discussão das implicações legais sobre direitos e deveres dos pais vai muito mais embaixo.
3) Como já disseram, ser a favor da descriminalização do aborto não é achar que aborto é tranquilo, não é ser contra educação sexual. Na verdade, muito mais que discussão sobre ampliar os casos em que o aborto é legalizado, o que eu queria mesmo é investimento maciço em métodos contraceptivos acessíveis. Camisinha de posto de saúde rasga com qualquer movimentação mais forte, pílula gratuita é lenda. Já ouvi dizer de um tipo de vasectomia reversível, em que o canal dos espermatozóides é "grampeado", e não obstruído. Cadê informação dessa cirurgia? Onde faz, quanto custa, porque não torná-la acessível? Porque não investir pesquisa em alguma modalidade de laqueadura reversível também? A verdade é que controle reprodutivo e educação sexual ainda são tabus, não importa em que nível.

Horácio disse...

O padre fazia a mesma coisa que a Lola. Usou seu direito de cidadão para intervir em debate político. Ali ele era como o representante de uma ONG, pois para o Estado igrejas são ONGs. Se uma socióloga ou letrada sem cargo eletivo pode opinar um padre, pastor ou ialorixá também podem. A diferença é que o ongueiro ou o babalorixá representam poucas dezenas de filiados. Já um padre representa milhares de membros de uma diocese. Se a representatividade e o tempo de fala fosse proporcional ao tamanho da Ong/igreja Malafaia teria 1 hora de fala e o emissário da CNBB teria 3 horas.

donadio disse...

"aborto não é assassinato"

Fica difícil quando se fala (e escreve), sem nem pestanejar, sobre o "assassinato" de leões ou cachorros. Ou entendemos que "vida" não é uma coisa metafísica que tem de ser respeitada a qualquer custo e em qualquer circunstância, ou seremos sempre reféns do discurso religioso.

donadio disse...

"Ou o cara não sabe interpretar texto, ou tomou um LSD pra escrever aquilo ou é mal caráter mesmo"

Em se tratando do Ronaldo "Sepulcro" Caiado, as chances são as seguintes:

Não sabe interpretar texto: 1%
Tomou um LSD: 0,0000000000001%
É mau-caráter: 98,9999999999999%

donadio disse...

"Stoffel eugenista nojenta, quem e você pra dizer que quem tem síndrome de down merece ou não nascer e viver? meu irmãozinho e portador da sindrome e lhe garanto que ele e muito mais humano que você sua podre, faça um favor ao mundo e se mata."

Olha, imbecil, aborto não é obrigatório. Quem quer ter filhos com Down, e cuidar, tem todo direito. Ninguém está falando do seu irmãozinho; até onde dá pra perceber, o único problema dele é a irmã, que não sabe raciocinar.

Cada uma.

Carol Pirlo disse...

Povo achando que é fácil assim de esperar 9 meses sofrendo todas as consequências de uma gravidez e depois dar para adoção. É achar alguém na rua, "tô doando meu filho, ce quer?" e pronto.
A mulher tem medo de perder emprego, mesmo com a salvaguarda legal (um dia ela acaba), é julgamento de parente, condições financeiras e emocionais para criar uma criança. Todo mundo se mete, mas cuidar para que a criança não nasça num lar abusivo, sem condições financeiras e tendo o básico (às vezes nem isso) ninguém quer.

Rafael disse...

Sérgio, nesse caso, quem deve escolher é a mulher. Não acho que o homem tenha esse direito. Em caso de conflito, valeria a vontade da mulher.

Acredito também que se fosse permitido aos homens que renunciassem sua paternidade de forma extensiva à herança e pensão, mergulharíamos em um caos de covardes que se absteriam de suas obrigações.

Se do jeito que está muitos homens já faltam às suas responsabilidades, imagine dessa forma que você mencionou.

Anônimo disse...

HAHAHAHAHAHAHAHA TATIANA LIONÇO!!!!!
Não é querer falar não, mas depois você acha ruim quando te chamam de libfem. Tatiana Lionço? Really? http://www.achabrasilia.com/wp-content/uploads/2011/09/waleska-reuter-e-tatiana-lionco-foto-renato-acha.jpg

Anônimo disse...


a) Vou pesquisar mais a vida do Romário como parlamentar eu tenho críticas ao governo mas esta extrema direita não está preocupada com a corrupção, ela quer negros nas senzalas mulheres na cozinha e gays no armário.

b) Os conservadores impedem os abortos porque querem que as mulheres que têm vida sexual ativa sejam punidas e tenham filhos sem estrutura, mas depois não ligam se estas crianças vão parar em orfanatos sem estrutura, e quando alguns destes adolescentes crescem e causam problemas a sociedade a solução é a cadeia. Eles são na verdade pró parto

devopsgirl disse...

O cara, David Kyle, vem da pqp se intrometer num país que não é o dele e fazer omice, porra...

Anônimo disse...

Taty, minha flor, ainda que não seja legalizado te pergunto: que K7s uma clínica de aborto que vende tecido fetal nos EUA tem a ver com o Brasil? Caso você não saiba aqui fazem pior minha filha, aqui vendem crianças e bebês pra prostituição e pro tráfico. Você vive no país que mais investe em turismo sexual pedófilo da américa latina e fica estribuchando por causa de tecido embrionário vendido? Ah, tenha dó! Essa aí é só pra mostrar o quanto vocês anti escolhe só querem que a mulher se ferre como castigo por ter transado, estão se lixando pras crianças.

Ah, quanto ao comprar o carro, você compra coisas com seu salário? Quando ganha uma comissão ou um extra pensa em comprar algo que queria mas não tinha o dinheiro ainda? Bom, com essa mulher é a mesma coisa: com a comissão do trabalho ela vai comprar um carro. E se seu medo é corrupção, florzinha, aconselho olhar pro rabo do seu próprio país.

Anônimo disse...

E olha só, Taty, já li a furada que você deu em outro post dizendo que na religião islâmica era isso e aquilo, e a Ingrid Bezerra fez o grande favor de desmentir sua ignorância ou má fé. Só por isso duvido que nos EUA venda de tecido embrionário seja ilegal-como eu já disse antes, é permitido o comércio de gametas. Pode estrebuchar à vontade.

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