quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

GUEST POST: O AMBIENTE MACHISTA DA PROGRAMAÇÃO

"Quando os anos 50 aconteceram pro nosso diretor: Gostaria que pudéssemos ficar aqui pra sempre"

Já faz um tempinho que leitoras (e leitores também) me enviam denúncias de como as mulheres são discriminadas na programação, na área da Tecnologia de Informação.
Uma história chocante que li foi a de uma jovem que foi fazer um curso técnico. Era a única menina da sala, junto com 15 meninos. Ela era a melhor da turma, o que fez com que alguns passassem a sabotá-la: todos os dias ela tinha problemas com seu computador. Precisava reformatá-lo ou trocar peças do hardware. 
Quando reclamou com o professor, ele disse que aquilo era apenas brincadeira de moleque. O instituto nada fez contra o assédio moral que sofreu, e ainda lhe negou uma bolsa de estudos. Ela acabou deixando a área.
Faz três anos, um leitor me escreveu recomendando este site, e acrescentou: "Não é difícil perceber a predominância de homens em cursos de engenharia como o meu (Engenharia de Computação na Unicamp, uma turma de mais de 90 alunos com 6 mulheres). A piada mais comum é que as mulheres de nosso curso são homens e não contam. 
"Como em outras áreas do mercado de trabalho, a mulher sofre preconceito na área de TI, talvez até mais. Por quê? Acredito que nosso curso não é algo claro durante o ensino fundamental e médio. Existem pessoas que perguntam se fazemos sites ou consertamos computadores. Junte a isso o fato de engenharia ser considerado um curso de homens e computadores um interesse de meninos nerds que passam seus dias jogando online".
Ano passado, uma leitora que trabalha com TI me escreveu: "Sou muito feliz com o que faço e conheço pessoas maravilhosas na minha área. Mas, é impossível não notar. Na equipe que trabalho hoje, são 20 homens e 3 mulheres (o que é bastante, acredite). É provavelmente uma das melhores equipes com quem trabalhei, somente a diferença numérica me assusta. 
"No entanto, ao longo da minha experiência, pude vivenciar diversos tipos de preconceito. Cantadinhas, piadinhas, 'mansplainning', salários menores, falta de reconhecimento e até mesmo casos de assédio". 
Ela me recomendou este ótimo tumblr, de onde tirei a maior parte das imagens usadas para ilustrar o post.
Agora foi a vez da jovem programadora Priscila, conhecida como @MayogaX, me enviar o guest post que publico a seguir.

Quando eu estudava programação no ensino técnico havia muitas poucas meninas, no fim do curso menos ainda. O mesmo aconteceu na faculdade, e curiosamente o inverso ocorreu no mestrado, mais mulheres! Porém, antes de tudo, lá no ensino técnico os meus colegas me diziam que eu nunca deveria seguir na carreira -- onde acabei de completar quatro anos profissionais.
Confesso que foi complicado, muitos homens ridicularizavam mulheres, diziam que não éramos capazes. Quando meu namorado na época quis me ajudar a arrumar um estágio, recebi um não da empresa dele; afinal, mulheres não podiam trabalhar com tecnologia.
Durante muito tempo ouvimos que homens são melhores com matemática e ciências exatas, que mulheres não entendem de tecnologia, e isso acabou fazendo com que muitas desistissem dos cursos e da carreira. Achei que era algo isolado, mas em uma empresa que trabalhei meu chefe explicou que não fazia entrevista com gays para a proteção deles, então percebi que era algo muito mais profundo, não algo somente contra mulheres.
Meu ex-chefe explicou que quando via o rapaz tendo algum jeito “feminino” nem entrevistava, mandava embora. Segundo ele era para a segurança do rapaz, para não expô-lo a seus funcionários machistas. Achei uma falácia sem tamanho.
Muitos dos recursos tecnológicos foram feitos por homens para homens. Curiosamente algumas pessoas e empresas perceberam isso e resolveram que as mulheres precisam começar a atuar em tecnologia. Muitas empresas grandes como Microsoft, Intel, Google, entre outras, começaram com campanhas para atrair mulheres para o desenvolvimento. Microsoft teve um concurso de aplicativos em 2012 para mulheres, somente para elas, o que eu achei um tamanho sucesso. Há um grupo brasileiro chamado Mulheres na Tecnologia que cria eventos para mulheres, para desmistificar a área para elas, outra ótima frente.
Mas, adivinhe, muitos homens foram contra.
As explicações eram várias: “vocês estão sendo preconceituosas”, “não podem segregar assim”, “que absurdo, e os homens?”. Algo muito semelhante aconteceu no final do ano com o barulho do app Lulu versus Tubby, que foi um app real, tenho testemunhas sobre o desenvolvimento do aplicativo e da péssima habilidade técnica de seu criador, mas isso só reflete esse ponto.
Em abril de 2013 fui convidada a organizar um evento chamado Google Developers Group DevFest W, voltado para mulheres. Foi uma ótima experiência. Teve uma palestra com uma doutora sobre o machismo no mercado de trabalho, outra com uma funcionária do Google contando sua trajetória, Suelen Carvalho falando sobre desenvolvimento de apps pro android, entre outras.
Homens puderam participar do evento, porém somente mulheres podiam palestrar. Foi extremamente difícil achar palestrantes, afinal, há poucas mulheres, e as que tem, têm receio de aparecer em ambientes masculinos.
Posso dizer que esse foi o principal motivo para a criação do evento. Homens não entendem por que mulheres têm medo deles, mas têm. Eu participo de muitos eventos de tecnologia e a maioria é machista. Mulheres de collant entregando prêmios, meninas, participantes que estão assistindo as palestras, cercadas por rapazes com olhar de maníaco do parque...
A homofobia e o machismo (nessa ideia que o homem branco pegador heterossexual é superior) estão ligados à tecnologia. E o racismo também. Um caso famoso era um determinado item que permitia um vídeo game não reconhecer negros no inicio. Mas essa é outra longa história.
Termino com: tecnologia prefere o homem branco. Mas espero que vocês ignorem isso e façam o que quiserem (não prejudicando ninguém). Não deixe que uma pessoa diga que você não pode trabalhar na área por gênero, cor ou orientação sexual. Vá em frente, mude o mundo. E se não mudar o mundo, ao menos viva melhor no seu próprio mundo.

72 comentários:

Anônimo disse...

Os ambientes que são voltados à tecnologia e desenvolvimento industrial são ambientes altamente machistas. é realmente necessário força e mta perseverança para continuar. Eu fui estudante do curso profissionalizante no SENAI ( nas habilidades Eletricista de Manutenção e Técnico em Mecânica) e msm na escola enfrentava situações extremamente complicadas, isso há 15 anos atrás. Foi nesse periodo que comecei a saber o que era feminismo, mas msm assim vc houve piadas, assédio de alunos e pior professores, situações constrangedoras. Já escutei de um prof. que se eu continuasse estudando não iria ter uma marido kkkk, e de outro que eu era gostosinha que dava até vontade de pegar (como se fosse uma coisa). Hoje cursando meu mestrado vejo que muitas coisas estão diferentes, mas as vezes "trombo" com pessoas que tem percepções limitadas da capacidade feminina. Meu namorado mesmo acha que mulheres devem ganhar menos afinal VAMOS engravidar e VAMOS nos ausentar pra cuidar dos filhos/parentes. Outra que escuto é que sou um monstro egoísta afinal me preocupo em estudar ao invés de querer filhos e namorados...
Ainda bem que cada vez mais temos mulheres dispostas a discutir seu papel na sociedade, e como a sociedade nos impõe condições nem sempre favoráveis , mas mesmo assim estamos dispostas a vencer.

Maria disse...

Pode que não seja 100% o tema do post mas tenho que compartilhar o que aconteceu ontem mesmo: uma solicitação (urgente) de professores para engenharia numa faculdade particular. Uma amiga super competente se candidata e sem ter nem entregue o currículo é informada que não pode ser aceita por, pasmem, ser mulher. A coordenadora (também mulher, para maior tristeza) disse que era uma turma noturna e sei lá o qué, e que contrataria só um professor homem. O cargo vai ficar com um colega de menor capacitação e experiencia.

Anônimo disse...

Tenho algumas amigas que trabalham com TI, e definitivamente não é fácil.

Lola, o vida de programador mostra um autor bem consciente. Já o vida de suporte mostra que o autor com frequência é um babaca machista. Eu acho que é por isso que ele não avança na carreira.

Rose disse...

Não é irônico saber que, se não fosse essas mulheres:Ada Lovelace,Grace Murray Hoper, Dana Urely, Adele Goldberg,Emmy Noether, entre outras, a computação não seria o que é hoje? (talvez seja por isso que os moçoilos inseguros façam tanta questão de nos expulsar)

RAQUEL LINK - me falaram que ia ter bolo disse...

Olha infelizmente isso é verdade, meu marido é analista de sistemas, e peguei um pouco de gosto pela aérea e queria aprender programação essas coisas, pra mexer com aplicativo, eu fui pra um curso, só tinha eu de garota.

primeiro um me perguntou se eu estava na sala errada. depois quando eu falei que não. outro perguntou se eu tava lá pra arranjar homem.

Então assim complicado. Minha cunhada é engenharia mecânica ( assim como meu irmão) e passou e passa sufoco na profissão.

infelizmente profissões ainda muito masculinas a gente sofre isso.

Anônimo disse...

Como tem gente sem escrúpulos. Até professores sendo cúmplices de sabotagens, criando uma escola de mau caráter. Um namorado que desrespeita a namorada. Empresas empregam machistas preconceituosos que cometem assédio moral e depois nem sabem porque vão a bancarrota. Não é a toa que tem tanta empresa falindo, empregam gente ignorante e sem caráter.
Esses cretinos criticam mulheres que estudam e trabalham e depois falam que mulher "é tudo fútil e interesseira". Isso é de causar muito nojo.

Aline XD disse...

Super verdade!
Fiz um técnico em automobilística e era a única da sala, cheguei a ouvir de um professor que a escola politécnica da usp (onde estudo hoje XD e onde ele se formou) não era lugar de mulher.
Cheguei a reclamar pro coordenador do curso e adivinha? "Ele , o professor, é assim mesmo, não vai mudar".
Lamentável!
E sobre a tentativa de estupro que ocorreu na poli ano passado? Abafaram!
Só que agora as meninas tem medo de irem ao banheiro (!!!) sozinhas.

Sara disse...

Não resta nenhuma dúvida que o machismo nessas áreas mais tecnológicas é imenso, minha filha é testemunha e bucha de canhão nesse meio.
O preconceito é tão grande que certa vez dentro de um super mercado encontrei uma amiga evangélica, cujo marido é formado na POLI, quando disse a ela que minha filha estava estudando lá, ela só faltou me dar os pesâmes, e foi dizendo q ela teria muitas dificuldades, e que o marido dela havia dito q não contratava mulheres para trabalhar como engenheiras.
Alem de não terem nem infra estrutura para receber mulheres q trabalham nessa área, como por ex.banheiros femininos, boicotam sistematicamente as mulheres.
Pra mim isso deixa bem claro a incompetência machista, porque tem tanto medo da competição com as mulheres???
Na escola de engenharia os colegas de escola diziam pra minha filha que nas mulheres que frequentavam o curso crescia barba e bigode kkkk.
O q os machistas tem medo é da grande e incontestável capacidade feminina, inclusive nessa área.

Anônimo disse...

Fiz faculdade de Processamento de Dados...conhecida como PD na epoca (acho que nem existe mais esse curso), no primeiro dia de aula o professor de logica perguntou porque na sala havia aquele tanto de mulheres, serio, acho que tinha umas 10 mulheres, contra uns 90 homens, ele riu e disse que acreditava de verdade que nós mulheres entendemos que P.D. era um curso de Prendas Domesticas! Todos riram, incluindo as mulheres! Triste! Desisti do curso no final do segundo semestre, nao dava! Nao tinha como engolir aquilo! Depois voltei a estudar em outra faculdade, mesmos problemas, mas levei adiante! Fui profissional e gerente da area de TI por anos e sempre recebia CV de homens, por orientação do chefe era proibido contratar mulheres, e ele so havia me aceitado pq segundo ele eu eu era rude e nao faltava pq "tava de coliquinha"! Foram anos dificieis! Tinha que sorrir para os trocentos homens na sala falando de mulher pelada, o que tinham feito com as "mina" noite passada e todo tipo de desgraça de futebol e eu engolindo a seco! respeito zero! Foi bem dificil, agradeço muito ter deixado essa profissão de lado. Beijos Lola!

Camila Gois disse...

Eu tb estudei no SENAI, eletricista de Manutenção e depois técnico em Eletroeletrônica. Era a única mulher da escola toda!!! Por incrível que possa parecer, nunca sofri com o machismo, que existia de uma forma bem velada. Ás vezes eu ouvia comentários á meu respeito, mas nunca ninguém me falou nada diretamente. Eu era a representante da classe e todos me respeitavam bastante, tanto os alunos quanto os professores. Tinha um hanking com as notas de todos os alunos e os melhores eram indicados para estágios... eu sempre fui a primeira (sempre fui competitiva ao extremo e enlouquecia se não tirava 10 em tudo). Sempre consegui as melhores vagas e oportunidades. Nos últimos 10 anos fui a escolhida em todos os processos seletivos que participei. Tenho uma teoria sobre isso, depois escrevo com calma...rs.
Pensando bem, já me disseram coisas machistas, sim... do tipo: "Você é muito inteligente e competente, é a melhor! Mas, vê se não vai encostar a barriga no fogão depois de casar e parar de trabalhar...".

Anônimo disse...

Estou com vontade de chorar depois de ler isso.

Fico pensando quantxs excelentes profissionais deixaram seu curso universitário/técnico ou a profissão por causa de machinho escroto que pensa que o mundo gira entorno do pau deles!!!

Que tristeza... viu?!

Jane Doe

Anônimo disse...

Excelente guest post!
Tenho as precursoras da minha área como heroínas. Se hoje ainda é difícil, imagina a primeira mulher engenheira mecânica?!

Há alguns anos a pessoa que passou em primeiro lugar no vestibular da UFSC foi uma menina que iria fazer mecânica. Vibrei muito!

A entrada de meninas nesses cursos está aumentando, assim como sua aceitação no mercado. Mas o processo é lento! Perseveremos!

Luci Sanfer disse...

E a primeira programadora da história (Ada Lovelace) era mulher, até onde sabemos. Estranho isso, não?

Junior disse...

Empresas de TI são ULTRA MACHISTAS. Perfil do criador do facebook, mostrado no filme A Rede Social é mais comum do que se imagina. O mais triste é saber que a maioria são de jovens que também foram hostilizados, excluídos quando ser "nerd" não era cool como hoje, mas que quando ascenderam em empresas próprias ou como funcionários passam a assediar as funcionárias na cara dura. Sou gay, assumido, e trabalho com TI. Só me assumi na empresa depois de ter uns 7 ou 8 anos de carreira estabelecida. Mas já sofri preconceito. Quando fui contratado na empresa atual, o cara que me contratou ouviu a seguinte pergunta numa conversa de café, quando eu entrei: "pq vc contratou esse cara. ele é gay". Ao qual ele respondeu: "eu recebi o currículo dele, era adequado pra vaga, marcamos uma entrevista e ele foi muito bem, melhor que os outros candidatos." Mesmo assim, depois que entrei na empresa, praticamente TODOS os outros técnicos homens me excluíram, não mantinham contato comigo, fiz amizade apenas com as mulheres.
Já ouvi muita "piada" do tipo "mulher não sabe programar", ou "devíamos contratar uma gostosa ao menos para enfeitar nossa equipe" e coisas do tipo.

Ana Roberta disse...

Não sou da área de tecnologia, sou da área de Letras. Mas o curioso é que durante o ensino médio todos os meus professores de língua portuguesa foram homens. Isso me fez achar que o curso de Letras teria maioria de homens o que quase que me levou a pensar em escolher outro curso. Não queria sofrer discriminação durante 4 anos. Mas acabou que Letras era a minha primeira e única opção. Não era tipo aquelas pessoas que prestam vest pra vários cursos diferentes, às vezes cursos que não tem nada a ver um com o outro. Eu realmente amava língua portuguesa e literatura. Enfim, foi um alivio depois que vi que 70% dos alunos no meu curso eram mulheres.

Acho que um maior número de mulheres em curso/áreas tidas como masculinas vai atrair cada vez mais mulheres. Mas é mais fácil dizer que mulheres não gostam daquela área e pronto, encerrou o assunto.

Elaine Telles disse...

Acrescento que o ambiente de ciências da computação é um ambiente de classe média/ média alta. Eu sou pobretona que fez universidade pública, a diferença sempre foi grande entre eu e os demais alunos, mas no mercado de trabalho ficou gritante, pq o estágio só pagava alimentação e moradia. Não sobrava pra roupa e eu sempre era convidada a ir ao rh darsatisfação da "roupa inadequada". Não tive problema com machismo em meu curso, e só me deparei com preconceito no mercado de trabalho. Estagiei 2 anos em uma empresa para ao final do estágio, apenas os meninos serem contratados. As meninas foram dispensadas sob alegação de "não temos vagas". Ambos produziam igual (mesma formação, mesma turma na universidade), sabíamos as mesmas coisas. Achei horrível. No emprego seguinte me deparei com mais preconceito: homens com piadas da 5° série programando, poucas mulheres fazendo o mesmo (eu e mais uma). Um monte de mulher na parte de design ("que não se misturam com nerds"). Foi tenso, eu ficava sozinha, as mulheres gostavam de segregar. Por incrível que pareça, os caras que não deixavam eu ficar sozinha pra almoço, café. Era por educação, mas as mulheres nem se davam a esse trabalho.

Anônimo disse...

para o texto ficar perfeito, eu so corrigiria uma frase

em vez de "tecnologia prefere o homem branco", eu diria "o mundo prefere o homem branco".

inclusive na area de ensino.

elisabete kostapoulos

Anônimo disse...

Esse povo é muito idiota por deixar de contratar profissionais competentes e talentosos por serem mulheres ou gays e depois contratam profissionais de menor qualidade só porque são homens e ainda preconceituosos e ignorantes. Vai entender.

Anônimo disse...

Quanto mais mulheres programando melhor, assim há mais bugs nos softwares e eu ganho dinheiro roubando os dados de cartão de crédito neles.
Mulheres são burras e não tem abstração lógica.

Anônimo disse...

Anônimo de 20 de fevereiro de 2014 18:33


Lammer!

Julia disse...

Depois vem aqueles machistas com mimimi que se mulheres realmente ganhassem menos só por serem mulheres as empresas só contratariam mulheres.
hahahahaha
Estão recusando currículos melhores só por serem de mulheres, imagina se não discriminariam no salário.

Felipe disse...

Isso é puro medo. Medo de admitir que uma mulher pode ser mais competente.

Anônimo disse...

Que tristeza! Hoje mesmo estava pensando em colocar Ciências da Computação como primeira opção no vestibular... Tenho o sonho de abrir uma empresa para desenvolver softwares, aplicativos, essas coisas. Sou muito criativa e adoro/amo matemática, até aprendi cálculo e álgebra linear no Ensino Médio. Acho que eu me daria bem na área.

Quem sabe se eu persistir com essa ideia não abro uma empresa e só contrato mulheres, vai ser uma empresa só de mulheres que vai crescer e ser a melhor de todas na área dela. Já estou até vendo as reportagens na tv, matérias nos jornais... As vezes sonho demais rsrs, mas é isso, quem sabe um dia essa ideia não vira realidade.

Mari disse...

Anônima das 20:23,

Por favor NÃO DESISTA DESSE SONHO!

Precisamos de mulheres assim, pessoas como você são as que mudam o mundo! =)

Eu amo cinema, mas também penso em fazer um curso na área de jogos digitais. Tenho ideias para uns joguinhos até >.<

Também sou sonhadora como você! rsrs

Hamanndah disse...

Anonimo das 18:30: Por que vc não vai praticar anal com outro homem, bem-dotado, sendo vc o passivo e sem nem uma manteiguinha para aliviar? Isto mesmo, eu estou lhe mandando praticar anal como passivo, para não falar um xingamento vulgar no blog da Lolissima. Passar bem, IDIOTA

Anônimo disse...

Anônimo de 20 de fevereiro de 2014 20:23

Se você quer aprender a programar, não espere pra entrar na faculdade, comece agora. Aulas de programação na faculdade são chatíssimas. Geralmente só sai da faculdade gostando de programar quem já programava antes.

Elaine Telles disse...

Realmente, como o Anon 21:14 disse, começa a programar antes de entrar na faculdade :-)

Unknown disse...

Pois é, sinto que existe um preconceito também com homens que buscam carreiras onde a mulheres são maioria, como nutrição e enfermagem. Só podem ser gays, claro. Curioso que a maioria das pessoas que pensam assim são...homens.

Já ouvi um homem dizer também que o arquiteto é o engenheiro civil...gay.

Também conheci um jovem, heterossexual, que matriculou-se em um curso superior de moda pois era o único em sua cidade em que poderia exercitar seu excelente dote em desenho. Sofreu tanto bullyng dos "amigos" homens do curso ao lado que acabou desistindo. O curso ao lado: Tecnologia em Sistemas de Informação.

Lógicas super inteligentes para quem tem nível superior.

Anônimo disse...

Lola, o timming (é assim que se escreve?) do seu post foi incrível. Já tem algum tempo que tenho percebido na minha faculdade de engenharia uma veia reacinha muito forte, de certas brincadeiras nos trotes a comentários no grupo da faculdade. Outro dia estavam comentando no post sobre o quanto eles deveriam amarrar e "justiçar" (que nojo!) nos casos de assalto no entorno da faculdade, com um menino falando que "isso mancha a imagem dos negros! E o número de likes nesse post só aumentava...
Hoje me senti ofendida com o comentário de um colega de classe, que disse que "o ruim de ser o homem do grupo é que ele pagaria tudo". Estou pensando seriamente em criar um Coletivo de Mulheres para a faculdade, ou talvez algo mais abrangente para com as demais lutas. O que você recomenda?
Beijos!

Julia disse...

Anon 20:23, não desiste não. Foca no seu objetivo e deixa os machistas pelo caminho morrendo de inveja do seu sucesso!

Anônimo disse...

Lola, adorei o post, pois sou analista de sistemas e passei por muitas dificuldades na minha carreira, mas consegui vencê-las.
Sofri preconceito inclusive de outras mulheres, o q é mais doloroso ainda.

Qdo em 93 resolvi fazer vestibular pra Informática ( cursei UERJ) escondi de todas as minhas amigas, pois sabia q seria criticada, afinal todas viam a tecnologia como coisa de homem. E como na escola eu sempre me destacava mais em máterias da área de humanas, algumas haviam me aconselhado a fazer literatura ou jornalismo. Mas apesar de eu amar ler e escrever, eu amava tb tecnologia.

Então qdo passei no vestibular e elas descobriram q era pra TI, ao invés de receber parabens, eu recebi criticas e doses cavalares de preconceito. Disseram-me q eu iria perder meu tempo, q jamáis conseguiria vencer nessa carreira. Uma delas, irmã de um ex namorado, q tb era estudante de TI, chegou a dizer q eu nunca teria condinções de chegar no nível do irmão dela ou dos amigos dele e q jamáis conseguiria me firmar na profissão.

Fiquei muito triste, mas como diz minha mãe: "Quem ri por ultimo, ri melhor". Em pouco tempo, antes mesmo de me formar, eu consegui uma ótima colocação profissional e ganhava o dobro do meu então namorado.

No entanto, apesar de ganhar bem, de fazer um bom trabalho e ser reconhecida pelo meu chefe como excelente profissional, continuei sofrendo preconceito. Dessa vez de meus colegas de escritório, todos homens, é claro.
Eu era constantemente humilhada, chamada de burra e de outras ofensas mais. Por vezes o bulling era tão forte q me dava desgosto de ir pro trabalho, não pela atividade q exercia, mas pelas companhias q eu tinha de aturar durante 8 horas por dia. As vezes, ao acordar eu ficava extremamente angustiada, deprimida até, mas então eu lembrava do qto eu gostava do q fazia, respirava fundo e não me permitia desistir. Assim eu fui levando, matando um leão por dia até construir uma carreira sólida e da qual muito me orgulho.

Por isso, gostaria de dizer as meninas q estão iniciando q não desistam, q sejam mais fortes q esse preconceito ridículo, q não deixem q a maldade alheia defina o q elas podem ou não ser como profissionais, pois vocação profissional não pode ser definido pelo gênero.

Anônimo disse...

Anon das 20h23, como outros já disseram, não desista!!

Esse site oferece cursos gratuitos de programação para leigos: http://code.org/

O kickstarter tem vários projetos na área de tecnologia que incentivam isso também, vale a pena financiá-los: https://www.kickstarter.com/discover/advanced?category_id=16&sort=popularity










Anônimo disse...

Raquel LINK,

Pena que as boas respostas não nos ocorrem na hora...

Para esse seu colega, eu perguntaria: eu não, e vc?

Erika disse...

Eu comecei um curso de Desenvolvimento de Jogos e logo no primeiro semestre eu e a outra única menina da sala fomos 'sabotadas'... por uma professora!

Essa garota e eu nunca tínhamos conversado e a professora disse que copiamos o nosso trabalho final uma da outra e nos reprovou.

Mas o mais incrível: o meu amigo que era minha dupla no trabalho, passou na matéria!

O trabalho foi um dos melhores da sala (tivemos ajuda de um ótimo programador), tinha todos os requisitos pedidos e a nota foi baixa porque a gente "copiou o trabalho uma da outra".

Teve gente (homens) que nem entregou o trabalho e passou na matéria!

Acabei saindo do curso por outros motivos (o SENAC é muito longe! rs... além de planos e mudança pra Suécia) e alguns meses depois, conversando com um dos professores que acabou virando um amigo, ele me disse que comentou com a tal professora e ela deu risada... disse que foi um engano... que ela nem deve ter prestado atenção.

Como assim?????

Flavio Moreira disse...

@20 de fevereiro de 2014 20:23

Por favor, leve seu sonho adiante. Você não sonha demais, não. É totalmente viável - claro que você vai ter que aguentar a pressão durante o curso, mas depois você será a dona do seu nariz nessa área e, se abrir uma empresa que só contrata mulheres, vai ser uma pioneira, como a própria Ada Lovelace.

@Mari
Não entendo da área de games, mas penso que seria muito bacana ter mais mulheres fazendo jogos. Acho que a grande ideia é ir realmente ocupando esses espaços ditos "masculinos" e com isso ir mudando o mundo. É trabalhoso e, por vezes - imagino - deve ser desgastante por causa desses preconceitos idiotas, mas onde estaríamos hoje se não tivesse existido, por exemplo, a luta das sufragistas no século 19?

Uma coisa que vem me chamando a atenção (positivamente) há muito tempo é que, como usuário de transporte público, percebo que a proporção de mulheres indo para o trabalho nos ônibus e trens é muito maior do que há alguns anos. Também noto que normalmente são elas que estão lendo algum livro, enquanto homens estão mais grudados no celular ou no mp3.
Pode ser que as lutas tenham se intensificado, mas as conquistas dos feminismos, por menores que pareçam, são extremamente importantes e não devemos abrir mão delas.
Força para vocês que gostam da área de TI e muito, muito sucesso!

Priscila Sato (@MayogaX) disse...

É ótimo ver tanta mobilização sobre o tema. Vi muito reboliço no Twitter e as pessoas apoiando que o ambiente devia ser menos machista. Não só aceitar mulheres, como também aceitar trans* e gays.

Fiquei triste em ler os relatos nos comentários, mas eles só mostram como é verdade a situação.

Tenham força menin@s!!

Diogo Gutierre disse...

Discordo totalmente deste post.
Me desculpe Lola, eu sou a favor dos direitos iguais, minha namorada estuda ciências sociais, te acompanha e já aprendi muito com elas.

Mas devo dizer, não existe nada mais democrático que a área de TI.

Sou formado em Ciências da Computação na Universidade Federal do RN.

No meu curso, de 55 alunos, entraram 7 garotas.

Quatro destas formaram. Sempre foram bem tratadas e cresceram na área conforme a sua capacitação.

Alias, os meninos adoravam ver garotas que entraram. A maioria com grande respeito sempre incentivou mulheres a estudarem na nossa área.

Se existem idiotas que são machistas ou pensam que podem dar em cima de uma mulher. É porquê ele é um idiota, não a área que esta fazendo isso com ela.

Um cara destes vai fazer isso, independente do ambiente ou da área que ele estude. Generalizar e querer dizer que o escopo inteiro de TI é assim, é um preconceito que até me ofende.

E te digo o porquê, hoje sou professor na área. Minha turma atual só tem 2 meninas. Elas são sempre muito bem tratadas.

Uma inclusive esta namorando um colega. Estuda e se aplica.

Além de professor, sou Analista de sistema em outra empresa. E minha chefe é uma mulher.

Sabe quantas vezes eu ouvi alguém falando dela pelas costas? NENHUMA.

Eu poderia citar aqui, 10 anos de experiência em Natal e São Paulo, que te garantem que este tipo de coisa é rara.

Deve ser combatido, mas não inventem este tipo de coisa. Tem poucas mulheres na área de tecnologia? Tem sim.

Porquê muitas querem ser veterinárias, advogadas, médicas, biologas, jornalistas...

Poucas mulheres se interessam por TI. As que se interessam e estudam, entram no mercado e crescem.

Só ver a CEO do Yahoo. A área de TI é competitiva de mais para querer selecionar pelo gênero.

E me desculpe, sendo bem honesto, vou citar aqui um absurdo que li no seu post.

"Ela era a melhor da turma..."

A menina era a melhor da turma? Como alguém é O MELHOR de algo? Para mim como professor não existe o melhor de uma turma, existe pessoas com facilidades para algo e dificuldades para outras coisas.

Cada pessoa é diferente uma da outra, mas não existe alguém melhor. Isso é muita presunção e arrogância.

Não se combate um mal sendo presunçoso e arrogante. Me desculpe, é triste ler alguém se dizendo o melhor da turma.

Achei que termos como estes morriam lá pros 12 anos de idade.

Anônimo disse...

Diogo, você não é o centro do universo. Se não acontece ao seu redor, não quer dizer que não aconteça em outros lugares. Pior: se você não fica sabendo de algo acontecendo ao seu redor, não quer dizer que algo não aconteça.

Anônimo disse...

"Um caso famoso era um determinado item que permitia um vídeo game não reconhecer negros no inicio."

não sei se estamos falando da mesma coisa, mas o que me lembro é que uma câmera fotográfica tinha dificuldades para identificar o rosto de pessoas com pele mais escura em ambientes escuros, um problema técnico obviamente relacionado a luz, algoritmos para detecão de padroes, etc.

dizer que o aparelho "permitia não reconhecer negros" é forçar a barra demais

lola aronovich disse...

Diogo, não sei como vc é capaz de escrever "Não existe nada mais democrático que a área de TI" e "no meu curso, de 55 alunos, entraram 7 garotas", e "minha turma atual só tem 2 meninas", tudo no mesmo comentário. Vc não vê nenhuma ligação entre um curso ser democrático e um curso ter diversidade? Um curso só com homens brancos não é democrático. Vc pode inventar as teorias que quiser pra "explicar" o porquê do curso não ter diversidade, mas o fato permanece: não tem diversidade, não é democrático. E vc acha que é só porque as "meninas não se interessam", as meninas "preferem" outras áreas? Essa explicação também é usada pra justificar a falta de mulheres na política, em posições de comando, em tudo (ironicamente, não costumo ver sendo usada a justificativa "negros não se interessam por política" pra explicar a falta de negros na política. Aí deve ter outra explicação!).
E parece totalmente condescendente vc dizer "elas são muito bem tratadas".
Vc deve ser igual ao professor que cito no começo do post, aquele que foi alertado por uma aluna que os colegas estavam sabotando seu computador. E ele, em vez de fazer alguma coisa, descartou o pedido de ajuda como "apenas brincadeira de moleques", porque, afinal, não existe discriminação contra mulheres em TI (apesar de um monte de pessoas de TI narrar experiências em que foram discriminadas).
E clique no link que coloquei, pra vc ler o relato de uma jovem. Sim, existem "melhores da turma". No caso dela, os três alunos que tirassem melhores notas ganhariam um curso grátis. Ela era a que tirava melhores notas. E não conseguiu o curso. Querendo ou não, vivemos num mundo em que somos constantemente avaliados. Na minha seleção de mestrado, na UFSC, os dois primeiros colocados recebiam bolsa do CNPq, e os outros 6, da Capes. Ou seja, se vc não fica entre os 8 primeiros, vc não recebe bolsa. No concurso que prestei pra docente na UFC, foram abertas 4 vagas. Havia 14 candidatos. Só 3 foram aprovados. Se eu tivesse ficado em quinto lugar, e não em primeiro, não teria conseguido o emprego. E por aí vai.

Anônimo disse...

Eu faria um comentário maior, mas a Lola já deu um /quit no nosso Professor Aloprado. kkkk


Bom, idiotas tem em toda área é verdade, mas o problema é que na área de TI, eles são maioria, sorry.

Também não gosto da condescendência da parte dos colegas e professores homens, geralmente vc é "bem tratada" por dó e não por respeito. Por que né? Mulheres...tem dificuldades com cálculos.

hauhauheuhauehue boa Lola, mandou bem

Ass: Marmota A variável .

Andressa disse...

Nossa, gostaria de viver no mundo que o professor do comentário acima vive. Parece ótimo. No mundo que eu vivo, por exemplo, a coisa é um pouco diferente. Na verdade, é MUITO diferente.
Sou formada em Análise de Sistemas e trabalho como programadora há 4 anos. Na minha turma da faculdade haviam 5 meninas num total de 40 alunos. O preconceito é muito forte, chega a ser algo que tu quase pode tocar. Desde a falsa gentileza, de menosprezar o teu entendimento do assunto e tentar falar de uma forma infantil pra que a mulher entenda até o ponto de ouvir grosserias e alguém dizer que tu estás no lugar errado, tu sabia que teria vários homens na turma afinal isso é coisa de homem, tu escolheu o ambiente hostil.
É muito comum esse pensamento inocente de que mulheres escolhem outras carreiras, é normal. Só que não. A área é hostil a mulheres. Obviamente existem pessoas que nos "tratam" com o respeito que é o mínimo que posso esperar de um colega de trabalho. E ainda esses, muitas vezes caem na armadilha de me dizer que eu sou uma exceção. Eu sou um unicórnio. Além de passar toda fase da vida de formação de interesses sendo impelida a gostar de coisas de "menina", quando tu consegue finalmente se liberar disso e fazer o que realmente gosta e enxergar que essa coisa de "coisas de menina" é uma invenção, ainda precisa passar pela provação. Mulher que trabalha na área de TI começa do -1. Não começa do zero, ela precisa provar que apesar de ser mulher é uma boa profissional. Isso afasta as mulheres da tecnologia. No ano passado fui a uma conferência em que uma menina ganhou o sorteio de um brinde, (ela era programadora, não era namorada de um programador como sempre somos tratadas em eventos de TI)ela subiu ao palco pra receber o brinde ao som de assovios e grosserias, mas esse ambiente não é machista, certo? Evento este, diga-se de passagem, com mais de 900 pessoas. Mas é coisa da nossa cabeça, né? Será que ela se sentiu bem naquela situação? Me poupe desse mundo maravilhoso da TI que não é machista.

Anônimo disse...

Lola, realmente um ambiente onde há a grande maioria de homens tende a ser machista e TI não é exceção. O problema não é a TI, é a nossa cultura.

Trabalho em uma empresa de TI e já vi sim vários casos de "pequenas" violências verbais contra mulheres. Frases ditas dirigidas a mulheres com conotações sexuais apenas porque o violador está amparado pelo número do seu gênero. Frases que jamais seriam ditas se estivem em número contrário.

Realmente não consigo explicar o porquê da baixa adesão de mulheres em TI, mas confesso que a grande maioria que conheço, prefere outras áreas, como Humanas e Saúde.

Abs.

Julia disse...

NOJO do cinismo de Diogo Gutierrez!

Imagino o que acha que é "tratar bem".

Anônimo disse...

Realmente, ainda bem que não existem mulheres com todos esses estúpidos traços negativos que só um homem pode ter.
Assim como é lindo perceber que todas as mulheres fortes e que chegaram ao poder, sempre o fizeram sem perder o lado mulher. Como Margareth Tatcher ou a presidente Dilma.
É difícil alcançar a igualdade apenas apontando para o outro "gênero" como se fossemos espécies diferentes não educadas por mulheres como mães.
Acreditem, mulheres em cargos de chefia muitas vezes esperam trabalhar com homens ou mulheres que não queiram ter família.

Unknown disse...

Nossa que deprê, eu não me imagino fazendo outra coisa, se não programação, mas com essas histórias tristes do post e dos coments me dá um certo desânimo =/

Já ouvi do meu irmão que "a única mulher que faz programa, é prostituta". E do meu pai, "que números e batom, não combinam" (???)

=/

Uma vez a escola fez um time pra Jogar Xadrez no Sesc, e eu era a única menina da turma, eu ouvi cosias do tipo, que não ia conseguir visualizar as jogadas, ou que isso era raciocínio demais pra mim que sou menina.

Lembro do primeiro dia de aula, o professor chegou em mim e disse: "vou te ensinar a não levar um pastorzinho, tá? vc vai ver como é fácil....vc pega o peão na frente do rei e..."

Ai meu pâncreas, queria morrer. =/
Pq para os meninos ele não fez isso.

>.<

Lorena disse...

pretendo estudar TI e já me preparo psicologicamente pros "obstáculos" que vou ter que enfrentar. acho que todo esse preconceito que alguns homens tem em relação a mulheres estudando tecnologia / trabalhando na área, na verdade é medo de perder espaço, eles sabem que somos capazes, é a mesma coisa daquele discurso de que mulher não sabe dirigir, sendo que a grande maioria dos acidentes são provocados por homens

Anônimo disse...

Diogo Gutierrez já parou para se perguntar porque há pouquíssimas mulheres na área? Vou te dar um exemplo fora do TI. No meu antigo colégio (militar) havia uma banda, dessas que tocam marchando. Durante todo o meu ensino médio só havia eu mais 3 garotas numa banda de mais de 30 pessoas. Sempre que uma menina nova entrava entrava na banda (ou tentava entrar) logo perguntavam que instrumento ela ia querer depois da flauta doce (primeiro tinha que aprender flauta doce), e se ela respondesse trompete, bombardino, saxofone, ou qualquer instrumento de metal, com exceção da flauta transversal ("instrumento de mulherzinha", diziam eles), nananinanão, "esse aí é difícil para mulher assoprar, porque não tenta clarinete?". Eu até incentivava elas a continuar, brigava com os meninos, mas não adiantava, a menina saia da banda rapidinho. Então eu e essas 3 garotas nos formamos e saímos do colégio, e a banda ficou sem meninas (obs: eu era a única menina que tocava sax, as outras tocavam flauta transversal e clarinete, e modéstia a parte, o som do meu sax era muito mais bonito que os saxofones dos meninos). Mais tarde fiquei sabendo que outras duas meninas tentaram entrar na banda, uma queria tocar trompete (havia poucos trompetes e uma disputa para saber quem ia tocar eles, óbvio que só meninos) e a outra queria clarinete. Mas aí alguns babacas da banda disseram: "ei, trompete não é coisa de mulher, pega a flauta transversal, você não vai conseguir tocar trompete, só homem toca trompete, é difícil para mulher". Aí a menina saiu da banda, e a outra que era amiga dela e queria clarinete, decidiu sair também, afinal era a ÚNICA mulher num grupo de cerca de 30 rapazes. Se fosse eu não teria saído, teria ficado só pra incomodar mesmo, mas infelizmente nem todas as mulheres tem esse tipo personalidade e não se pode exigir que todas as mulheres sejam fortes assim. Hoje, 3 anos depois de formada fiquei sabendo que na banda só tem homem. Porque será que quando uma menina tenta entrar na banda desse colégio ela não dura muito tempo?

Anônimo disse...

Trabalho em uma empresa multinacional com várias filiais ao redor do mundo. Analisando a área de TI pelas filiais é perceptível o maior número de homens. Mas em uma das filiais há mulheres e um transexual, no entanto, a filial em questão não é no Brasil (óbvio!).

Estudei em um curso de engenharia e não é somente as mulheres que são as vítimas, os homossexuais em exatas também sofrem com o preconceito. E o que diriam de um homem que faz pedagogia: "gay", "pedófilo", etc. Infelizmente, sempre existe o rótulo de profissões femininas e masculinas.

Trabalhando num ambiente multinacional percebi que o brasileiro é bem mais descarado na hora das piadinhas. Geralmente, a gente não quer perder a piada em nenhum momento e as principais vítimas sempre são as minorias. Por alguns meses trabalhei em uma filial fora do Brasil (eu era a única brasileira) e um dos engenheiros tinha trejeitos femininos mas nunca vi ninguém fazendo comentários pelas costas e a pessoa era respeitada por todos.

kiki

Unknown disse...

E 'coincidentemente' a área de TI é predominantemente reacionária.

Unknown disse...

E só repetindo o que eu já disse no twitter, dou aula de programação ha 8 anos. Se tive uma dúzia de alunas foi muito.
O mais comum era a turma ter somente alunos homens.

Anônimo disse...

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=535261513259909&set=a.203832756402788.45149.100003281945496&type=1&theater viu isso lola?

lola aronovich disse...

Não tinha visto, porque não tenho Facebook (nem tempo), mas TENSO, hein? O cara meio que admite que bateu na namorada, mas tudo bem, segundo ele, porque ela mentiu pra ele e o traiu. A parte em que ele diz que ela arranhou o carro dele e, logo em seguida, ele diz que fingia que iria bater o carro, já mostra a proporção. Arranhar o carro não parece tão sério como fingir que vai bater o carro (como se finge que vai bater o carro? Derrapadas? Freadas bruscas? Batendo de leve?).
Enfim, estupidez da grossa expor a outra pessoa (e pior, a si mesmo) assim. Acabou o relacionamento, parte pra outro. Sem necessidade de lavar roupa suja em público.

Anônimo disse...

É estranho que essas áreas de exatas ainda sejam resistentes à participação feminina. Tive grandes professoras de matemática, mas acho que foi porque professor, especialmente de criança, é visto como uma profissão feminina.

É uma coisa cíclica: a maioria de homens torna o ambiente machista, e o ambiente machista inibe a participação feminina e torna a área um reduto de homens. Tem também a ver com a educação, em que homens são estimulados a lidar com área tecnológica desde cedo, enquanto as mulheres recebem bonecas, portanto a mulher que entra para a área tecnológica é vista como "estranha fora do ninho".

Vera disse...

Ao primeiro anônimo: infelizmente seu professor nao estava errado, quanto mais uma mulher estuda mais difícil ela tem de arrumar marido,
Isto esta comprovado em pesquisas, e na minha própria pele, eu queria ter me casado, mas estudei demais, consequência nem eu agüento imbecilidades de machistas nem os homens aguentam muito uma mulher que analisa e questiona muitas coisas,

Anônimo disse...

Então por que com os homens não dizem o mesmo? Quanto mais estudam, menos arranjam namorada? Por que só dizem isso para as mulheres? Qual a diferença? Gostaria de saber, que explicasse, que eu saiba o dia tem 24 hrs para todo mundo. Quando o homem estuda demais falam que ele vai arranjar uma boa e bonita mulher pra casar, por que quando a mulher estuda não dizem isso tbm? Pior do que isso acontecer, é isso ser alimentado e concordado pelas próprias mulheres.

Anônimo disse...

O professor errou ao criticar o post. Uma coisa é ele dizer que a turma dele é uma exceção à parte, outra é ele invalidar o post e todas as denúncias de preconceito às mulheres nesta área. Não é porque ele não viu, que não exista.

Anônimo disse...

Com relação à área de TI, eu fico imaginando que as programadoras devam receber salário mínimo, em média. Até porque salário de programador já é uma ninharia que mal dá pra sobreviver. Isso porque na hora de exigir eles querem que o cara esteja entupido de conhecimentos, experiências e certificações. Será que pedem para a moça também um mestradozinho básico?

Sei que quando estava fazendo o meu ensino superior, tinham duas mulheres que se destacavam: uma delas era uma programadora excelente e a outra competia pela faculdade e até chegou a representar o Brasil no pan.

E na sala, de 30 alunos tinham oito mulheres. Dessas, acho que metade estava desempregada, enquanto as outras quatro exerciam cargos de chefia. Detalhe que a programadora top estava entre as desempregadas. Coisa que eu nunca tinha entendido o motivo, enquanto as outras quatro, que programavam feito um sobrinho, estavam em bons empregos com boas remunerações.

E eu nem desconfiava na época de sexismo até porque esse fenômeno se repetia entre os homens (sendo que um cara que sabia absolutamente nada de programação era programador em uma grande empresa daqui e ganhava 4k/mês).

Então por que com os homens não dizem o mesmo? Quanto mais estudam, menos arranjam namorada? Por que só dizem isso para as mulheres? Qual a diferença?

Acredita-se que um homem bem sucedido se dê bem com mulheres (machistas) que buscam a proteção em um macho alfa e protetor.

Enquanto a mesma crendice machista aponta que mulheres estão sempre atrás de homens que sejam superiores a ela, não tendo problemas em trocar por um melhor quando encontra. E quanto mais no topo, mais difícil achar um cara que esteja acima.

É claro que qualquer análise comportamental séria já derrubaria esse mito. Mas tem gente que acredita. Assim como tem gente que acredita que a Terra não seja esférica.

Vivi disse...

Anon 19:16, porque nos vivemos numa sociedade machista. Ninguém está alimentando isso, apenas constatando um fato. Mas uma mulher inteligente não vai deixar de estudar pra arranjar marido. Apenas vai se envolver com homens seguros e menos machistas. Além disso, não estamos mais nos anos 50 em que as mulheres PRECISAVAM arranjar marido pra sobreviver, economicamente e socialmente. Essa o patriarcado já perdeu :D

Anônimo disse...

Sawl

PARA Anônimo RIDÍCULO DE
20 de fevereiro das 18:33

Quem disse pra você que nós mulheres NÃO temos abstração lógica?!
Burra é a senhora TUA MÃE que pariu a placenta invés de um ser humano de verdade!
Antes de vomitar merda misógina sobre as mulheres aprenda a ser HOMEM DE VERDADE, coisa que NÃO é, e NUNCA SERÁ!
Seus pais devem ter vergonha de ter um fracassado preconceituoso como filho!!
Vai tomar um Gardenal ou sair do armário, invés de ser um misógino infeliz!
Tenha uma filha e vire homem de verdade, seu babaca!
Viva as mulheres que enfrentam preconceitos e se superam em várias áreas e viva os homens de verdade que as apoiam por uma sociedade melhor!!!!!!!!

Sawl - Always the Rebel

Thaís disse...

Minha experiência...

Sou formada em Letras, e sempre fui considerada uma boa escritora. No ano de 2002, a internet não passava nem perto do que é hoje e fui uma das primeiras redatoras, especializada em web da minha cidade. Estudei, ralei e criei minhas próprias teorias, pois era pouco o material da época. Daí, teve o Boom da Internet em 2004, acesso a banda larga e a popularização das redes sociais. Muitos homens, foram para as agências, claro ganhando mais que eu, sem o currículo e a qualificação que eu tinha. Meu chefe, mudou. A agência passou a ser de outro dono. E o cara, tinha a cara de pau de me botar para atender telefone (segundo ele uma voz feminina na recepção dava mais credibilidade à empresa) e me pedia para fazer e servir café.... Eu tinha que parar o meu trabalho, para cuidar de um monte de marmanjos. Desencanei desta área, hoje dou aulas, e quer saber estou muito feliz! Aquilo me fazia mal, não sabia reagir e isso me deixava cada vez mais sem auto estima. Não pretendo voltar nunca!!!

Feminista capitalista disse...

Isso mostra que não apenas nós somos inferiorizadas no ambiente de trabalho e temos dificuldade de encontrar emprego como também não somos reconhecidas.

Mesmo quando mulheres fazem coisas que contribuem muito pro mundo como fizeram Ada Lovelace e Marie Curie, ainda sim somos obrigadas a ouvir que tudo que existe é graças aos homens, e as mulheres não fizeram nada além de parir e parir.
Revoltante,mas revoltante ainda é reconhecer o despreparo e descaso das instituições de ensino e ambientes de trabalho que acham super natural mulheres serem rebaixadas e hostilizadas e nada fazem pra deter ou pelo menos inibir a situação.

Feminista capitalista disse...

Anônima 20:23

Por favor tenha coragem e não desista, pois é de gente com visibilidade,criatividade e audácia assim como você que esse patriarcado nojento precisa pra cada dia ficar mais fraco.

Você será uma pioneira!!! acredite no seu sonhos,sucesso pra você!

Anônimo disse...

Ah, vc tem de aprender MUITO mais sobre Ciencias Sociais (basicão), sobre dinâmicas institucionais e de grupos, sobre sua percepção estar comprometida com o status quo, sobre sua vivência [pelo menos como descreveu - não ser representativa nem generalizável - ao contrário, é uma (suposta - pois inflada de discriminações indiretas) exceção que confirma a regra]. E tem MUITO a aprender sobre machismo e misoginia, obviamente, principalmente suas manifestações indiretas.
Thata

Anônimo disse...

Passou da hora de começar -processo lento - a acionar o Judiciário, pois se trata de casos EVIDENTES de discriminação. O problema é ter saúde e estômago pra isso, melhor contar com suporte externo significativo, além de orientação jurídica desde o início, para coletar provas.
Thata

Anônimo disse...

Já tem cliente aqui esperando!!! o/
Estou com hardwares quebrados e não vou contratar serviços de homens - pelo menos os que contatei, não são confiáveis, e já tratam-me com desdém por ser mulher.
Acho que é um nicho de mercado NADA explorado, e com tendência de grande expansão.
Thata

Anônimo disse...

Correção: problemas de software.
Tem um grupo no FB -pelo menos até boicote dos misóginos do FB - "Mulheres na Informática", se não me engano.
Força aí, investe no seu talento!
Thata

Anônimo disse...

Começo amanhã a fazer faculdade de ciências da computação. Vou fazer 25 anos esse ano e falando em preconceitos, pensei 10x se devia começar ou não por ser considerado "velho" para aprender programação por várias pessoas.
Cresci com essa situação,tenho dúvidas se vou aprender e tudo por ler opiniões estúpidas de gente que não me conhece e ouvir coisas de amigos meus da área.
Eu,homem branco, senti o que é preconceito pela primeira vez e é foda, gera uma ansiedade e insegurança grande.
Aprendi inglês sozinho por uma professa dizer que eu não conseguiria, e é engraçado que novamente me digam que não serei capaz de dominar a linguagem.
Espero provar que eles estão errados.E tomara que eu tenha muitas colegas mulheres na sala.

sobreosdias disse...

Como é engraçado.
Aqui as pessoas criticam o ódio, criticam o preconceito, criticam o machismo, criticam a falta de direitos iguais.

Dai derrepente eu aponto uma realidade vivida por mim, por mais de 14 anos na área.

E o que acontece depois disso? Pessoas me ofendendo, com nojo, me julgando, usando o preconceito para me ofender, para me rebaixar.

Que bonito ler isso. As pessoas fazendo aquilo que criticam!

Me deixa triste ver as pessoas sendo Hipócritas e agindo por raiva, arrogância e preconceito.

Anônimo disse...

Comecei minhas aulas. 25 alunos de Ciências da Computação. Todos homens, eita.

Anônimo disse...

Esta é uma TRISTE realidade do mercado de TI, de exatas e de engenharias.
Estou na área há mais de vinte anos. Sou professor há exatos vinte anos e sempre, sempre houve uma predominância de homens na TI.
Há muito, muito preconceito, muito machismo, infelizmente.
Estou tentando ser ativista e estou trabalhando em uma palestra intitulada "onde estão as mulheres da TI" voltada aso homens sobre esses comportamentos, mesquinhos e chauvinistas.
Adoraria receber ajuda, qualquer uma que embasasse esta minha luta ainda mais.
Abs e parabéns pelo blog!

Anônimo disse...

Eu não consigo socializar na faculdade tmb, aliás já larguei 8 vezes.
Estou fazendo o segundo semestre de fotografia mas logo vou parar de novo. Voltei pra faculdade com uma sala de gente com panelinhas e não consegui me encaixar em nenhuma, isso por que sou educado.
Meio do ano estou pensando em fazer o curso vip de fotografia na Focus, nada de sala nem aquela obrigação de fazer trabalho em dupla ou grupo pra ganhar nota.
E depois de ver como algumas pessoas são na faculdade eu prefiro continuar sendo anti social do que aceitar que isso é um problema que eu devo ter.
Pra finalizar eu acho que deveria haver mais opções de cursos pra fazer de forma indivídual, digo porque não curto muito a ideia de u. EAD, acho que o presencial conduz melhor o aprendizado e é mais estimulante.
Enfim boa sorte pra ti.