quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"SOU MENOS FEMINISTA POR NÃO TRABALHAR FORA?"

O título do post resume a dúvida da E.:

"Me chamo E., estou com 19 anos e atualmente morando no Paraná. Estou te escrevendo para compartilhar uma dúvida: sou menos feminista por não trabalhar?
Te explico a situação. Com 16 anos comecei a namorar o F., que atualmente é meu marido. Ele é oito anos mais velho e jornalista. Com 17 eu engravidei e ele me pediu em casamento. Aceitei morarmos juntos, nunca tive o sonho de entrar num vestido de noiva, e como eu havia acabado de passar no vestibular, combinamos que eu iria estudar (a faculdade era integral), e ele trabalhar, afinal ele já se formou. 
Ele se mostrou muito machista no início (principalmente nas questões domésticas), mas com muita discussão e muita lavação de roupa suja estamos em constante evolução. Dividíamos todas as responsabilidades tanto com o nosso filho quanto com os outros afazeres que correspondiam a nossa vida em comum. Nessa época eu não tinha quase nenhuma informação sobre o que era feminismo, mas já levava para minha vida questões sobre igualdade. 
No ano passado deu um rebuliço em nossas vidas, tanto ele infeliz com o emprego como eu querendo trocar de curso. Resolvemos largar toda nossa vida no Centro-Oeste e mudar para o Paraná. Vendemos tudo, só viemos com as roupas, os livros e o carro. Eu consegui emprego, pois o vestibular é só no final de ano, ele ficou cuidando do nosso filho até conseguirmos uma creche, e ele começou a trabalhar em seguida. 
Como meu emprego era num shopping, eu praticamente não estava vendo meu filho acordado, e o F. também estava se sentindo sobrecarregado. Eu parei de ajudar na casa e na educação do menino, estava usando todo o tempo livre para estudar. Nós conversamos e eu resolvi pedir demissão. Estou há um mês em casa estudando para o vestibular. Não vejo problema nenhum em fazer a maior parte do serviço doméstico para que no tempo que ele está em casa nós possamos curtir um tempo com o pequeno, que também fica o dia inteiro na creche. Também não me sinto constrangida e nem presa por ser 'sustentada' por ele, eu nos vejo como um time, e se não der mais certo eu volto para casa da minha mãe até me formar, não tenho vergonha disso. 
Sei que muitas mulheres precisam trabalhar pra caramba, seus filhos são praticamente criados pelos avós, e mesmo assim não desistem. Mas eu optei por ser provisoriamente dona de casa. E isso me faz menos feminista? Me faz ser incoerente com o discurso da bandeira que eu levanto?
Parabéns por todo o seu trabalho e sinta-se abraçada!"

Minha resposta: Não acho que vc é menos feminista por ter parado provisoriamente de trabalhar! Não se preocupe tanto com essas coisas. Ninguém vai confiscar sua carteirinha de feminista, ok? Tem feminista que é mãe full time, tem feminista que é mãe e trabalha fora, tem feminista que não é nem quer ser mãe... Enfim, tem feminista de todos os tipos, e ninguém está aqui pra te julgar ou medir seu grau de feminismo.
É absolutamente normal que mães e pais de crianças pequenas queiram passar o máximo de tempo possível com elas. Não se sinta mal por isso. Pelo contrário, considere-se privilegiada porque vc pode escolher. A maior parte das mães pobres não têm essa escolha.
Pra quem pode e pra quem quer, não vejo nada de errado em parar de trabalhar fora pra cuidar dos filhos. Numa sociedade ideal, tanto a mãe quanto o pai poderiam fazer isso, e vcs teriam a chance de alternar. Já parar de trabalhar pra sempre -- e não é isso que vc quer -- eu considero meio arriscado. Porque, sem querer jogar um balde de água fria, metade dos casamentos terminam em divórcio. 
Eu conheço muitas mulheres de classe média que largaram a carreira pra cuidar dos filhos, ficaram quinze, vinte anos sem trabalhar fora, e quando o casamento acabou, veio o desespero, porque elas eram financeiramente dependentes dos ex-maridos. E, ao contrário do que os machistas pensam, o divórcio é muito ruim, do ponto de vista econômico, pras mulheres. Aqueles divórcios milionários só acontecem com os milionários. Pra mulher de classe média que não trabalhava fora, depois do divórcio o padrão costuma cair muito, até porque a pensão costuma ser pros filhos, não pra ex-mulher. 
Quase sempre é a mãe que fica com a guarda dos filhos. E o pai costuma pagar (quando paga) 30% do salário pra pensão dos filhos. Isso muitas vezes é completamente insuficiente pra manter o padrão classe média de filhos que têm plano de saúde e frequentam escola particular. É um baque. Sem falar que não é nada incomum que o pai forme logo uma outra família e "se esqueça" da outra.
E aí a mulher tem que correr e tentar voltar ao mercado de trabalho, o que não é facil. Uma das minhas heroínas é uma mulher chamada Ana. Eu fui muito amiga dos seus quatro filhos numa época em que morava em Joinville. Quando os filhos eram adolescentes, o marido de Ana se apaixonou por outra mulher e terminou o casamento. Ana havia parado de trabalhar vinte anos antes, quando teve o primeiro filho. Ela não tinha uma profissão. 
Mas batalhou, não se abalou, fez um monte de serviços técnicos que pagavam muito mal, foi morar no quarto da casa de uma amiga (os filhos se espalharam pelo mundo), conciliou faculdade de Psicologia e trabalho, se formou, prestou concurso. E hoje ela está muito bem. Mas imagina a barra que deve ter sido fazer tudo isso, recomeçar toda a vida, depois dos 45 anos...
Por isso, eu não recomendo que qualquer um dos parceiros fique muitos anos sem trabalhar fora. A independência financeira é importante.
Mas vc está estudando, tem 19 anos, quer passar algum tempo com seu filho... A situação é completamente diferente. Eu só aconselho que vc e seu marido planejem bem tudo: quanto tempo vc ficará sem trabalhar fora, quando voltará ao mercado de trabalho, quando e se terão um outro filho... Claro que não dá pra planejar tudo, mas é bom estabelecer algumas metas.

Resposta da E.: Muito obrigada, Lola! Você deveria ser psicóloga, isso sim! Era essa a minha discussão com o meu marido, o que te dá direito à 'carteirinha de feminista'. É muito difícil nos livrar de todo o machismo que somos ensinadas desde que nascemos.
Minha pretensão hoje é passar numa universidade pública, já que tranquei a outra em que estudava. E logo depois começar a estagiar. Eu acho que não é saudável focar somente no meu pequeno, amo-o incondicionalmente, mas eu preciso viver a minha vida também, penso que terei muito mais a ensiná-lo tendo contato com outras ideias. Mas hoje acho que fiz a melhor opção em ficar em casa, porque também não poderia ensinar nada se não o visse quase nunca.

43 comentários:

Ana Carolina disse...

Como a Lola disse, se você tem a opção de ficar um tempo sem trabalhar, por que não valer-se dela?

Mas focada para passar, fazer a faculdade e trabalhar porque, realmente, dependência financeira é um terreno muito, muito perigoso para uma mulher. Tanto que muitas mantêm casamentos horríveis simplesmente porque não têm condições de manterem-se por si só depois.

E vai ser bom até mesmo para seu filho que você estude, tenha outras preocupações e ocupações. Conheço donas de casa ocupadíssimas em outras áreas da vida (como serviço voluntário, religioso, até mesmo artesanato ou academia) e que são pessoalmente realizadas, mas outras cuja vida se torna o(s) filho(s): e isso, como pode imaginar, é péssimo para todos os envolvidos.

Erres Errantes disse...

Eu não acho que a autora do post deva se sentir menos femista por estar sendo dona de casa. Afinal, é uma situação provisória, ela está estudando e se preparando para ter uma carreira no futuro. Não vejo nada demais se seu companheiro segura as pontas para que vc possa estudar.

Anônimo disse...

A maior parte das garotas de 19 anos que está na faculdade ou estudando para ingressar, está no mercado de trabalho por necessidade pq precisam pagar a faculdade, o cursinho ou se manter. As garotas de classe média, sobretudo de universidades públicas, ainda não estão trabalhando ou começam com um estágio de meio período. Você engravidou e casou cedo, mas não significa que por causa disso tenha que acelerar outras coisas também. Concentre-se no vestibular e depois nos estágios e só então entre de cabeça no mercado. Aproveite que você pode escolher e se for o caso, aceite ajuda dos seus pais, você é bem jovem ainda e deve poder contar com eles.

Anônimo disse...

Como eh q eh, o marido trabalhava e tu ainda brigava com le por ele nao qrer fazer as tarefas donesticas? Qual a logica disso? Se soh un trabalha fora, so um deve fazer as tarefas domesticas horas, nada mais justo. Seja homem mulher trans ou o que for. Existe uma diferenca entre iguldade e montar as costas de quem nao sabe se impor.

Cuidao para nao transormar a iguldade que eh algo bom num desequilibrio em q seu marido s fode. rua e ainda tem q cuidar d casa enqnto vcsoh faz parte do servico d casa.

Glória Paiva disse...

Obviamente a leitora não é menos feminista por isso. Mas certamente ela se torna mais enfraquecida e menos empoderada ao depender do marido financeiramente... como a própria Lola disse, se ela não planejar um retorno ao mercado de trabalho (no caso de não ser herdeira nem nada...), pode ter muitas dificuldades e ver sua vida piorar muito caso um divórcio venha a surgir. O mercado de trabalho suga muito o tempo e nos impede de acompanhar o desenvolvimento dos filhos da forma como gostaríamos, mas infelizmente é a única chance de não empobrecermos na velhice e de não sermos dependentes para sempre.

Anônimo disse...

Mesmo que não fosse provisório, o feminismo defende que toda mulher tem o direito de ESCOLHER sua própria vida, se quer ser dona de casa, é direito dela. O problema é que, como a Lola disse, é uma escolha muito arriscada...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Anon 15:47,

o trabalho de casa não tem fim, é infinitamente maior, mais pesado e cansativo do que trabalhar fora. E só pq uma pessoa não está trabalhando fora não precisa virar escrava do companheiro. Quem está em casa pode fazer mais tarefas, mas o outro pode e deve colaborar sim.

Telma disse...

Anoniminho querido, ambos tinham atividades fora de casa: ele trabalhava e ela ESTUDAVA. Ambos em período integral.
Por não fazer uma atividade imediatamente rentável, ela deve assumir toda a casa e ele descansar? Explique melhor...

elen disse...

imbecil de 15:47,dona de casa n tem folga, horário de saída e muito menos férias,é óbvio q o marido deve fazer sua parte.
graças a babacas como vc que nunca pensei e nem penso em me casar,para ser escrava de um machista escroto que n serve nem para lavar um copo.

Anônimo disse...

Nossa, é incrível o nível de folgadisse dessas mulheres.
É bem o que a minha mulher diz mesmo: se o cara deixar a mulherada obriga a pagar todas as despesas domésticas e ainda fazer todos os serviços domésticos.
É inacreditável.

Depois dizem que a mulher não é empregada, mas o homem é o que? Banco?!?!

Unknown disse...

Há sempre essa confusão. Feminismo não quer dizer que a mulher tem que trabalhar fora. Quer dizer que ela tem a OPÇÃO de fazer isso, e também de ficar em casa, se assim o desejar, e não por imposição de marido ou o que seja. Cagar regra não é a praia do feminismo, muito pelo contrário!!!

Concordo com a Lola que não é muito bom ficar longe do mercado de trabalho por um período muito longo de tempo, pois a recolocação será sempre mais difícil. Mas não parece ser esse o caso, então, nem se esquente com isso, querida! Um beijo e desejo que você consiga estudar bastante para o seu vestibular.

Anônimo disse...

Eu e minha esposa temos o mesmo acordo,está funcionando,mas também determinamos um tempo para a volta dela ao mercado de trabalho.Quero dizer ao senhor ou senhora ai em cima que não custa nada o parceiro que trabalha fora ajudar nas tarefas domésticas, lembrando que os cuidados com o bebê consome grande quantidade de tempo.

Sara disse...

E. te desejo muito boa sorte, espero q vc consiga realizar tudo que almeja.
Nunca achei que uma mulher que faz os serviços domésticos seja menos feminista,(acho que tanto homens como mulheres podem ter o dom para esse tipo de serviço), alias acredito que em uma sociedade IDEAL essa deveria ser uma opção valorizada por muitas mulheres, considero que é muito importante pra sociedade e para a família, o papel que a mulher desempenha em casa, acho tb que muitas mulheres tem uma inclinação natural para isso, principalmente no momento da maternidade.
Só que vivemos em uma sociedade patriarcal que valoriza apenas o macho provedor, e da a ele direitos que as mulheres que optam pelo serviço doméstico não tem.
A bem da verdade quando fazemos essa opção ficamos a mercê da boa vontade de nossos parceiros (que nem sempre se revelam de boa índole) aproveitando desse momento de fragilidade para exercer todo o machismo que essa sociedade lhes ensina.
Em um mundo ideal a mulher que optasse por esse tipo de serviço deveria ser protegida de muitas maneiras, para que nunca fosse dependente de seu marido, deveria haver politicas publicas nesse sentido, mas infelizmente não há.
No inicio de meu casamento assim como vc (mas não por minha opção) aceitei a imposição do meu marido de sair do meu trabalho, onde tinha uma carreira brilhante, deixando pasmos meus diretores naquela época, que haviam inclusive me dado uma excelente promoção de cargo, logo vieram minhas filhas, e sempre achei q a maternidade é o calcanhar de Aquiles do feminismo (foi bem no meu caso), os anos se passaram e ficou impossível de voltar para minha antiga carreira, pois estava muito desatualizada.
Só depois de muito tempo consegui voltar a trabalhar.
E te digo eu que achei tão importante cuidar das minhas filhas, acreditando que estaria fazendo o melhor por elas, hoje vejo amigas que deixaram seus filhos em creches ou com familiares, para continuarem suas carreiras, comparando nossos filhos, é triste dizer, mas não há diferenças, tanto minhas filhas como os filhos dessas amigas estão muito bem, só que no meu caso, custou o sacrifício de minha antiga carreira.

Elaine Cris disse...

Trabalhar é sempre uma grande questão, pra quem trabalha e pra quem não trabalha.
A maioria das pessoas não trabalha por gosto, mas por questão de sustento, sobrevivência e aí entram todos os fatores que a Lola citou: filhos, casamento, possibilidade de um divórcio, possíveis implicações futuras de não se ter independência financeira, etc.
Infelizmente existe o conto da carochinha das feministas más que obrigaram todas as donas de casa a entrarem no mercado de trabalho. Mas esse conto, que até muita mulher acredita, não fala que a maioria das mulheres pobres sempre trabalhou, principalmente no mercado informal e que a luta foi principalmente por equiparação salarial, respeito no ambiente de trabalho, direito de ocupar cargos mais rentáveis, poder trabalhar sem necessitar de uma permissão por escrito do marido.

Anônimo disse...

Lola, já viu essa página de humor involuntário dos masculinistas?

http://www.facebook.com/#!/homenismo

Só rindo muito, é palhaçada demais pra um circo só HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Anônimo disse...

Feminismo é viver suas escolhas sem julgar as dxs outrxs. <3

Anônimo disse...

Eu acho que tem umas feministas fanáticas que acham isso um absurdo, mas eu acredito que se você está fazendo algo porque quer e porque gosta, qual é o problema?

Anônimo disse...

Sério que vocês acham que a homenismo é uma página de humor involuntário?

É uma página de humor totalmente voluntário, só revertendo as loucuras que as feministas falam. Vocês acham tudo daquela página tão absurdo como nós achamos o que vocês dizem!

God's Secrets of Wisdom disse...

Resposta curta: Não.

Resposta Longa: É importante que os integrantes de um casal possam cooperar igualmente, da forma que for necessária. Não há nada de errado em não trabalhares fora, contanto que não sejas uma parasita e produzas coisas boas. Cuidar da casa, manter o romantismo vivo e proporcionar um ambiente em que ambos vivam bem, é tão importante e influente quanto um emprego que pague R$6.000,00. É claro, se tu és "Do lar", não podes exigir que as tarefas domésticas sejam divididas: Ele paga as suas contas. Ainda assim, é importante verificar que ele saiba separar deveres teus de abusos dele. Existe um grande abismo entre uma pessoa ter a companheira como dona de casa, e fazer grosserias como não lavar o copo que usa, deixar roupas sujas no chão, fazer rastro de sujeira por onde passa, etc. A pessoa arrumar as sujeiras básicas que produz é uma obrigação.
Sou lésbica, tenho uma noiva a quem muito amo, e estamos combinando de quando formos morar juntas, uma ter uma carreira mais leve, ou flexível, de forma que haja alguém para cuidar de nossa futura filha, fazer comida caseira para não morrermos aos quarenta, e esse tipo de coisa. A área dela é de Análise Financeira, a minha de Nanotecnologia. Como os salários na área dela são altos, pensamos em ela ter um emprego corporativo e eu ficar na Academia mesmo. Assim poderei cuidar de buscar nossa filha na escola, garantir que o jantar esteja pronto quando ela chegar do trabalho, esse tipo de coisa.



Ainda assim, és machista por manter um relacionamento amoroso com um machista. De fato, és machista por conivência.

Anônimo disse...

O único problema é se houver um divórcio mesmo... porque caso haja, pode haver complicações depois.

Mas se não for por isso, não vejo mal.

Náy Rocha disse...

Estou exatamente na mesma situação da autora do post.Tenho 23 anos,trabalho em período integral e faço faculdade a noite.Agora estou de licença de ambos, cuidando da minha bebê que tem 1 mês,mas ainda não sei como farei quando a licença acabar.Trabalhando o dia inteiro e estudando a noite, não sei quando irei vÊ-LA.Para piorar, nem sequer tenho quem cuide dela para eu voltar as minhas atividades.O meu salário é tão baixo que é o preço de uma babá ou de uma creche das mais ruinzinhas, e vaga em creche pública, além de ser difícil de conseguir(o mesmo Estado que nos proíbe de abortar é o mesmo que não nos dá condições de criarmos nossos filhos com dignidade), é somente para bebês acima de 6 meses e ao final da minha licença, a minha bebê estará com apenas 4.Diante de todos esses fatores,eu e o marido conversamos e decidimos que não voltarei a trabalhar,ficarei apenas com a faculdade.Como a minha faculdade é pública, vou ver se consigo uma bolsa remunerada, ou mesmo um estágio de meio período na minha área.O engraçado é que toda vez que falo para alguém que ficarei um tempo sem trabalhar para poder cuidar da minha filha,as pessoas me olham com cara feia.

Anônimo disse...

Que absurdo ler comentários dizendo que ela deve fazer tudo só pq fica em casa!!!
Fora q parece que quem estuda é vagaba, né?!
Não precisa ter disciplina nem cumprir horário...

Aff!!!

Anônimo disse...

Logico que deve. A familia precisa de um lar arrumado e decente, um filho criado e d dinheiro para pagar as contas.

Logo se uma pessoa assume sozinha uma das atividades necessarias a manutencao da familia, eh justo que a outra assuma a outra atividade, sejam do genero que forem.

Questao de prioridades, necesidades de peimeiro grau primeiro.

Alen disso vc fala como se estudar impedisse de fazer as tarefas domesticas. Varrer, limpar um banheiro e cozinhar nao denora mais q 1:30 se muito a nao ser q vc faca corpo mole. Eu trabalho estudo lavo passo cozinho e nao choramingo nem jogo minhas responsabilidades nas costas dos outros.

Isso nap eh questao d machismo feminismo, e sim de justica.

Anônimo disse...

MARCHA DAS VADIAS EM OURO PRETO - MG NO PRÓXIMO SÁBADO!!!
https://www.facebook.com/events/367566383343470/?fref=ts

Anônimo disse...

LOLA, VC VIRÁ A OURO PRETO PRA MARCHA DAS VADIAS???

Anônimo disse...

Isso eh falacia! Ja falei trabalho full time estudo e mantenho minha casa em perfeito estado d higiene, rh soh nao fazer corpo mole. Bebe come dorme e caga. Cada dormida dura uns 40min-1hra. em duas dormidas vc limpa a casa.

Alem disso ela teve filho pq quis ou pq arriscou, ele tbm ou quis ou arriscou, mas a diferenca eh q ele fez isso ja com condicoes financeiras, ela escolheu fazer sem cobdicoes financeiras, nao pode reclamar de ter que estudar par chegar em algum lugar a vida e cuidar da casa. Ele estudou e nao jogou as outras tarefas da vida dele nas costas dela, pq ele tem que se foder pra ela estudar?

Nao ha justificativa para dividir tarefas domesticas.

Como eu falei, a manutencao da fanilia ten dois fronts: manutencao da casa e dinheiro. Se um dos conjiges traz a grana sozinho, nada mais justo q o outro cuide da casa sozinho. Sem falar q cuidar da casa qlqr um w tebha honestidade admite que eh bwm
mais light q ficar 8-10horas no trabalho + transito

Anônimo disse...

Eu sou o cara que esta falando que ela estava sendo injusta exigindo do marido q cujde da casa tbm.

Concordo com vc. Um traz a grana sozinho, outro tem q cuidar da casa sozinho. E tbm concordo q uma coisa eh cuidar da casa, outra eh jogar ropa no chao e tal. Assim como eu aprecio ter meu servico reconhecido no trabalho, tambem eh necessatio respeitar e reconhecer o servico feito em casa

Mariana disse...

Vivo uma situação parecida com a da autora e foi muito difícil tomar a decisão de ficar em casa!Sou feminista desde pequena, mesmo sem saber. Não admitia que fosse possível não trabalhar e a pressão externa também sempre foi muito grande,muitas vezes ouvi a pergunta: "você não faz nada?"
Mas a vida me apresentou essa questão e optei ficar com as crianças.Enquanto eles cresciam, fui fazendo a faculdade. Hoje eles estão maiores e minha vida profissional está começando. Penso que todo o investimento feito esses anos valeram à pena. Eu e meu marido somos companheiros de vida e o único motivo de estarmos juntos é a vontade de estarmos juntos,os filhos não foram terceirizados e tem dado certo!Não defendo que outras pessoas façam o que eu fiz, defendo que cada um faça o que o faz feliz!Claro que sempre atentas as questões de dependência e de como essa dinâmica se instala na vida do casal, se a luz vermelha acender caia fora!

Anônimo disse...

Olá Lola

De verdade, dá gastura de ler a ignorância desses mascus nos comentários... Limpa essa reba fora, não deixa postar aqui não.
Em apenas um lugar, pelo menos aqui no seu blog, eu queria ler as coisas em paz.

Cara, se você acha que o mundo se divide entre trabalhar fora e limpar casa, que quem faz uma coisa não faz outra, que trabalhar fora é mais cansativo (óó céus, esse nunca lavou um copo para dizer isso...), que toda a demanda de uma família resume-se a isso, sério mesmo: pega seu banquinho e vá pro seu cantinho. Tá fazendo o quê aqui?
Vai cagar regra pra tua vida e vá ser feliz (ou não). Mas deixa a gente aqui em paz, beleza?

lola aronovich disse...

Espero que a Marcha das Vadias em Ouro Preto este sábado seja um grande sucesso! Não irei. Só vou onde sou convidada, né? E os lugares que convidam (até agora, Recife e João Pessoa) não convidam necessariamente pra marcha em si, e sim pra uma palestra que serve de preparação pra marcha. Mas, se a data da palesta é próxima à da marcha, acabo ficando.
Hoje está cada vez mais comum um ciclo de palestras antecipar as marchas. Isso é ótimo!
Outra tendência é que os coletivos que organizam as marchas se reúnam o ano inteiro, não só pra marcha. São mudanças muito grandes das primeiras marchas, em 2011, pra cá.

Anônimo disse...

Acho que em alguns comentários fica bem evidente como é hipócrita e contraditória a cabeça dos machistóides.

Vivem falando pra mulheres que trabalham que marido é que tem que trabalhar, que mulher tem que ficar em casa com os filhos, fazem de tudo pra que ela se sinta culpada.

Aí quando aparece uma mulher casada e com filhos que não trabalha, fazem de tudo para desvalorizar o serviço doméstico, os cuidados com uma criança, como se fosse tudo muito banal, nada cansativo, querem que a mulher fique a disposição do marido lavando e cozinhando vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, só falta quererem que a mulher lamba os pés do cara porque ele que sustenta.

Machista não tem respeito por mulher nenhuma, nem as que trabalham e nem as que são donas de casa.

Thalita disse...

curta o filho sim! passa rápido, não vale a pena não vê-lo pra trabalhar em uma coisa que nem é sua carreira de escolha. Não deixe de batalhar pelo futuro, mas viva o presente do filhote.

Feminista capitalista disse...

Ao Anônimo ali de cima ,digo que impressionante mesmo é a ''folgadisse'' dos homens, essa sim me assusta.

É só pensar que a dona de casa média brasileira passa seus dias esquentando a barriga no fogão,não por opção,mas senso de obrigação,visto que se uma mulher não souber cozinhar ela não serve pra casar, além disso ela tem que tirar o pó, limpar o chão,varrer, lavar copos e pratos, bater almofadas, tirar o lixo,trocar rolo de papel higiênicao (porque nem isso o marido faz) recolher copos sujos pela casa, tirar toalha molhada de cima da cama,esfregar os respingos de xixi na privada, catar roupas pelo chão,por as roupas pra lavar,por as roupas pra secar, passar as roupas,dobrar e guardar as roupas bonitinho,deixar a casa cheirosa, fazer compras,guardar e organizar as compras nos armários,despensa e geladeira e pensa que acabou?


Acabou nada, pois quando a mulher termina as tarefas domésticas, que no Brasil são vistas como obrigação diária, se não a mulher é chamada de porca ainda por cima; ela tem que dar conta de ir fazer ginástica,pra não engordar e ficar ''indesejável'', tem que fazer as unhas, conservar as unhas feitas,manter a depilação em dia,cuidar das sobrancelhas chegar em casa, passar cremes na cara,pra ve se se adequa a obrigação de parecer cerca de dez anos mais jovem,tem que se informar pra se manter ''culta'' e descansar e assistir tv?
Nem pensar! nessas alturas o marido já vai ter chegado em casa se jogado no sofá,monopolizado a tv sem nem perguntar o que a mulher quer assistir e ainda vai recair sobre ela o trabalho de ''dar atenção aos filhos'' e ajudá-los com tarefa de casa,ouvir o que eles tem a contar,como se o filho fosse SÓ dela, que nasceu assim, expontâneamente.
E depois de tudo isso ainda tem de dar conta da janta sorridente, e não pode se dar ao luxo nem de ir dormir mais cedo ou sentir dores no corpo, claro, tem que estar cheirosa, organizada, e pronta pra fazer sexo nas posições mais esquisitas, com um marido que geralmente não dura mais cinco que minutos e nem é capaz de dizer se ela está realmente sentindo prazer ou não,ainda sim acaba sendo traída e tem que fazer vista grossa pras amantes,porque né,macho que é macho ''tem'' muitas mulheres de acordo com a mentalidade subdesenvolvida do nosso povinho.


Ou seja, é de enlouquecer qualquer uma, não tem auto-estima e disposição que aguente,tempo pra si,pros próprios sonhos,amigos e hobbies como?
Só se os dias passarem de repente a ter 36 horas.


Com esses homens brasileiros é melhor as mulheres fugirem pras colinas, ou então saírem correndo vários dias sem olhar pra trás ao serem pedidas em casamento.
Pois não dá pra colocar o egoismo em pessoa e 'o meu umbigo é o centro do mundo' debaixo do próprio teto e ter que chamar de meu amor,ficar fazendo elogios.


É exatamente por essas e outras que deixei de acreditar em príncipe encantado e perdi qualquer vontade de me casar faz tempo.

Feminista capitalista disse...

As pessoas disseram que o perigo de ser dona de casa é o divórcio, que pode acontecer, mas tem todo o aspecto psicológico disso.
A sensação de abandono depois que os filhos crescem e vão embora,a sensação de que a vida passou e não aproveitamos, ficar possivelmente refém de violência doméstica ,poder ser trocada de uma pra outra por outra mulher,ficar viúva, pense em todas as velhinhas depressivas esquecidas em asilos que se dedicaram só a cuidar da família e esqueceram delas mesmas.

Fora que como o babaca ali em ciam disse :
''Eu pago seu salário''
É uma frase que as donas de casa constantemente ouvem,para que seja justificada a exploração delas, outra famosa é :
''Você não faz NADA e ainda reclama?''

Uma dona de casa ouve esse tipo de coisa mil vezes na vida,por isso se sente refém do homem, ser dona de casa não é fácil, se fosse, há milênios a sociedade teria colocado as mulheres na rua, pra trabalhar fora e deixado os homens dentro de casa fazendo os serviços domésticos, ela fez justamente o CONTRÁRIO, e não foi a toa, foi de caso pensado pra poder escravizar as mulheres, é a velha história, as mulheres podem nada e os homens podem tudo.

Feminista capitalista disse...

É óbvio que é possível ter um casamento feminista,cheio de igualdade, mas como homens de principios feministas e cheios de noção de igualdade são raros por aí quais as chances disso acontecer?
5%?
10%?

É arriscado né?

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É evidente que nõ estou criticando a autora do texto,mas sim a sociedade que empurra as mulheres pro casamento com a grande promessa de felicidade e a relaização e não cumpre, as escraviza ao mesmo tempo as pressiona para serem donas de casa, e depois justamente as deprecia e menospreza por isso,por elas terem seguido o roteiro que o patriarcado grita como natural e jura que trará plena realização, plena realização a mulher esquecer-se de si mesma e colocar-se em décimo quinto plano.


Quanto a autora do texto, não sei por que ela se preocupa,visto que o casamento não vai acabar com os principios feministas dela, nem torná-la mais machista,isso tem nada a ver,qualquer uma pode ser feminista, aliás,quanto mais,melhor.
Outro detalhe, é IMPOSSÍVEL ser bem sucedida, ter uma carreira e se sustentar aos 19 anos,isso é surreal, nessa idade a maioria é sustentada por alguém com orgulho ou apenas ''ajuda'' em casa.
Até você poder entrar no mercado de trabalho com segurança ainda vão mais cinco anos,pois amadurecer custa tempo, construir uma carreira também, e até sua carreira começar a deslanchar e ser bem sucedida, vão se passar uns dez anos no mínimo.
Não deixe o patriarcado te cobrar que você se sustente ainda na adolescência, que seja fodona, somos HUMANAS,pessoas comuns não somos a MULHER MARAVILHA, embora a sociedade queira nos fazer pensar que sim,para que nos cobremos excessivamete e fiquemos triste.

Náy Rocha disse...

Concordo totalmente com a Feminista Capitalista!O casamento como é construído é uma grande opressão para a mulher.Eu mesma,sofri muito assim que me casei, pois o meu marido se tornou um mega machista de uma hora para outra.Felizmente, consegui me impor e agora as coisas estão bem.

m. ovelha negra disse...

Isso me lembra muito os meus pais (que pra mim sempre foram o melhor exemplo de casal que eu já tive). Quando minha mãe estava gravida do meu irmão mais novo ela estava terminando um curso na faculdade e trabalhando, porém quando meu irmão nasceu mesmo com meu pai muito ativo na nossa criação ,cuidar de uma criança de 2 anos e um bebe e ainda trabalhar e terminar o curso pesou muito pra ela, ela chegou a emagrecer horrores e ficar destruída quando eu passei mal por um longo período, foi ai que meu pai sugeriu pra ela que ela parasse de trabalhar pelo menos até ela concluir o curso pois do contrário ela não ia dar conta . Depois de um tempo ela concluiu o curso, voltou a trabalhar e nos crescemos, e eles tiveram um terceiro filho, ai então minha mãe resolveu trabalhar por mais turnos para que meu pai pudesse estudar, e depois ele formou. Hoje em dia como nós estamos maiores, inclusive eu nem moro mais com eles, ambos estão focados na carreira, quando minha mãe precisou morar fora um período para subir de cargo meu pai não teve problema de ficar com os filhos, agora ela voltou pra casa ainda trabalhando e é ele que direto precisa viajar, mas assim é a relação deles, sempre com companheirismo eles conseguem fazer tudo que querem.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com vocês mulheres que estão reclamando dos serviços domésticos.
Isso mesmo, fiquem sozinhas, não se casem com esses homens fdps machistas.

Marina P disse...

"Concordo plenamente com vocês mulheres que estão reclamando dos serviços domésticos.Isso mesmo, fiquem sozinhas, não se casem com esses homens fdps machistas."

Poxa, pelo menos um entendeu que a gente não pretende se casar com homens machistas, né? Se todos entendessem rápido assim seria muito melhor para todo mundo!

Anônimo disse...

"Poxa, pelo menos um entendeu que a gente não pretende se casar com homens machistas, né? Se todos entendessem rápido assim seria muito melhor para todo mundo!"

Exatamente!
Casem-se com seus semelhantes e parem de reclamar...

Anônimo disse...

O link para compartilhar com os amigos é: http://www.arrekade.com.br/libertacaofinanceira

podem mim ajudar a divulgar esse link, sou apenas uma dona de casa, não e vírus

Anônimo disse...

Eu, sinceramente, tenho dificuldade de aceitar essa coisa de ficar em casa. Luta-se tanto por igualdade e quando chega no quesito finanças ainda continuam reproduzindo essa lógica do homem provedor. Acho que no fundo, no fundo... Jamas seremos "modernas" nesse ponto. Um homem que banque enquanto a mulher fica em casa cuidando dos filhos... Acho que romperemos muitas barreiras, mas essa, acho que muitas nem querem romper, né? Enfim...