sábado, 2 de julho de 2011

GUEST POST: INQUISIÇÃO CONTEMPORÂNEA

Dois dias atrás Ricardo me enviou um email pedindo um texto de repúdio às declarações absurdas da deputada estadual Myrian Rios. Respondi que estava muito sem tempo, mas que já havia tuitado contra o vídeo (inclusive ajudando a divulgar esta paródia), e querendo saber se ele não poderia escrever um guest post. Ele atendeu prontamente. Muitíssimo obrigada, Ricardo!
Também recebi algumas charges do Lucas referentes ao meu post explicando a estupidez que é um dia de orgulho hétero. Lucas, de Curitiba, já tinha me presenteado com esta homenagem. Vou usar essas charges para ilustrar parte do guest post do Ricardo Medeiros.

“Por favor, quais são suas habilidades?”
“Como a senhora pode ver, tenho excelentes referências! Trabalhei com renomadas famílias, e tenho boas qualificações.”
“É bem verdade, percebo um curriculum notável, e já providenciei a veracidade das referências. Estou realmente impressionada!”
Depois de uma longa avaliação do curriculum, e da pessoa a sua frente, vem a pergunta:
“Só mais uma coisa: Qual a sua orientação sexual?”
“Hein? Como assim?”
“Hum, como posso explicar? O senhor é, digamos, homem ou... quer dizer, o senhor é heterossexual ou homossexual?”
“Ah, sim entendi. Não sei exatamente qual a relevância disso, mas já que a senhora perguntou, sou homossexual.”
“Hum... Bem, seu curriculum profissional é excelente, mas procuro uma pessoa com outro perfil, obrigada.”
“Mas a senhora fez averiguações e confirmou dados, como meu perfil não serve?”
“Tenho dois filhos, dois meninos, um de 5 e outro de 8 anos, e não quero que eles sofram algum tipo de ação pedófila por parte do senhor. Não me leve a mal, mas sou mãe, católica e missionária, e tenho esse direito. E não aceito ser chamada de preconceituosa.”
O que pensar desse pequeno diálogo? Seria possível? Imaginável? Passível de realidade? Pasmem! É o que dias atrás fez na plenária a deputada estadual pelo PDT Myrian Rios, antes de votar contra a PEC 23 -– uma emenda que coloca como crime discriminação por orientação sexual, juntamente com racismo e afins.
O diálogo é apenas uma ilustração, mas o pronunciamento é real e diz exatamente isso. A deputada, desprovida de qualquer informação, levanta bandeiras preconceituosas vinculando homossexualidade à pedofilia. Na fala da digníssima há uma série de equívocos. Confunde-se orientação com opção e identidade de gênero; relega-se TODOS os homossexuais a uma sexualidade irresponsável, desenfreada e criminosa como a pedofilia. Afinal de contas, em explicações claras da representante do povo, ela coloca que uma babá lésbica poderia cometer atos pedófilos contra suas duas filhas, ou um motorista travesti poderia bolinar seus meninos.
Observando bem o vídeo, faz-se a leitura de muitas submensagens. Estranhamente a senhora deputada diz-se desprovida de preconceitos e atos discriminatórios, mas quer ter o direito de não contratar homossexuais como funcionários, não levando em conta competência, experiência, produtividade etc, mas apenas a orientação sexual de cada um. Afinal, como ela mesmo diz: “Eles fizeram suas escolhas, que posso eu fazer?” Excluir! Sim, essa é a resposta. A mãe devotada, missionária religiosa, representante eleita exclui, pura e simplesmente, e isso não é visto por ela como preconceito, e sim como prevenção. Ela defende o direito de escolha, direito este que em momento algum a tal emenda quis suprimir –- afinal, admitir e/ou demitir um funcionário perpassa por muitas situações. No entanto, o que impressiona não é a liberdade de escolha que ela defende, mas a justificativa: homossexuais usurpariam seus rebentos através de atos violentos como a pedofilia. Seu repúdio também se justifica pelo fato dela e de sua família serem heterossexuais e portanto comprometidos com a perpetuação da espécie.
Historicamente falando, apenas para ilustrar, vale dizer que, em nome dessa mesma perpetuação, o nazismo mandou milhares de homossexuais aos campos de concentração e consequentemente à morte certa.
“A turba ensandecida aguarda a voz de comando para começar o massacre.” Qual é a voz de comando? Não contratem homossexuais, que eles poderão violentar suas crianças. Em outros tempos seria cortem-lhes as cabeças, mande-os à fogueira, mas hoje vive-se a Inquisição Contemporânea. É exatamente isso que vídeos, pronunciamentos e opiniões irresponsáveis de pessoas formadoras de opinião podem suscitar.
Existem homossexuais pedófilos sim, isso é fato. Mas a maioria esmagadora dos casos de pedofilia registrados são de heterossexuais, e uma boa parte pais de família (pesquisa da USP revelou que 70% das crianças estupradas com menos de 10 anos são vítimas de seus pais ou padrastos).
Sou homossexual e meu estereótipo deixa claro qual minha orientação sexual. Também sou professor há quase vinte anos. Hoje estou na Secretaria de Educação de Brasília, mas também já trabalhei na área privada. Já trabalhei inclusive em escolas católicas e nunca, nunca passei algum constrangimento ou advertência ou ainda qualquer tipo de violência deliberada quer por parte dos meus alunos e seus pais, quer por parte dos meus empregadores. E, obviamente, nunca desrespeitei as crianças de qualquer forma.
Mas imagine se a turba segue a voz de comando da deputada! Eu e boa parcela da sociedade estaríamos desempregados, rotulados, condenados com a chancela de quem é pago, inclusive por mim, para criar leis que tornem o mundo mais tolerável. Terrível saber que há pessoas querendo fazer com que um Estado que deveria ser laico mantenha o direito de discriminar quem não gosta.
É triste, é medonho, é lamentável, é doentio, é um escândalo! Imputar crime a todo um grupo, só porque ele não segue a orientação sexual padrão, é um desrespeito que a sociedade como um todo não pode permitir. Ou isso, ou a barbárie.

46 comentários:

aiaiai disse...

clap, clap, clap, Ricardo! Obrigada pelo texto claro e lúcido.

alessandro disse...

parabens

alessandro disse...

quero parabenizar a você lola e a esse brilhante professor por conseguir com inteligência e sabedoria externar toda a indignação dos brasileiros de carater e boa índole (sem distinção ou opção sexual rssrs),contra esses pseudos representades do povo que por falta de projetos e idéias proprias sao meros replicantes de futilidades agridindo assim a inteligencia dos brasileiro , espero que com isso essa senhora que se diz deputada deixe de ser mediocre como uma deputada porem o vejo dificil pois tudo que a mesma faz e deste modelo , observe suas atuações

bike disse...

A não contratação de um profissional , para qualquer que seja o cargo preterido , por motivo de orientação sexual é CRUEL E DESUMANO ,mas vale lembrar que isso tb ocorre , em menor número de vezes é claro , na situação inversa quando heteros ,não são contratados pelo simples fato de serem heteros . Aqui em Recife existem bares alternativos que supostamente seriam mais frequentados por uma clientela homossexual , e por este motivo não contratam em HIPÓTESE ALGUMA , profissionais heterossexuais .

Parece que o tempo passa e a segregação vai ficando cada vez maior , infelizmente .

Eduardo Marques disse...

Eu achei engraçado o vídeo da deputada. Se ela tem medo de uma lésbica cometer pedofilia ocm suas filhas, por que não contrata um gay, oras?

Anônimo disse...

Ótimo guest post! Nessa ideia de direito a não ser discriminado no trabalho, me lembrei do documentário sobre o Milk. Uma das primeiras medidas pelo que eles batalharam em São Francisco foi pela garantia contra discriminação no trabalho. Assim as pessoas estariam livres para poder sair do armário, para deixar de ser invisíveis.

Sobre o caso da deputada... Os homofóbicos cada vez mais ridículos. A PEC não fazia mais que estender a proteção contra discriminação, que já existe no Rio em relação à raça, idade e etc, à orientação sexual . Tem que fazer uma ginástica retórica para enxergar em uma coisa dessas algo nocivo. A "liberdade" que esses covardes temiam ser "censurada" já vinha sendo "censurada" pela constituição do estado do Rio. Ela não poderia demitir pessoas por causa da cor, da idade, do sexo, do estado civil..., ou seja, o problema não é o tipo de legislação, mas puramente a homossexualidade. É a liberdade de orientação sexual que não é reconhecida como direito ou como carente de proteção. Ou seja, homofobia, pura e simples. Quer dizer, simples não, que eu não consigo entender essa parada. Com todas as garantias de igualdade e liberdade da democracia, eu esperava que logicamente a orientação sexual seria entendida nesses termos facilmente, ao menos no campo político. Rá! Claro que não, os direitos humanos são história pra boi dormir. Com o fracasso do Estado em garantir a liberdade de orientação sexual, a aceitação pública desse tipo de discurso homofóbico e outras mazelas sociais, é fácil ver que não avançamos muito na superação da 'barbárie' e que ainda não podemos olhar para trás, para os genocídios, a santa inquisição, o apartheid, a escravidão e dizer... nós somos realmente diferentes. Nós não somos, os dispositivos de exclusão permanecem e a emancipação humana não é nenhum horizonte comum. Ok, isso não é nenhuma novidade, mas nessas horas eu vejo o quanto essa realidade é violenta. Mas se os dados ainda estão rolando para eles, também estão rolando para nós. Daí a necessidade de lutar, nas diversas frentes, para tornar a nossa utopia, o futuro, porque o que vemos hoje não tem que ser também o que veremos amanhã, não se nós não quisermos.

PedroYukari @snoopy_xxy disse...

Que ótimo texto Ricardo! Realmente não se deve permitir que liberdade de expressão tenha a ver com insitação a violência. Todos têm preconceitos, mas respeito é algo fundamental.

Rick disse...

Exatamente Mateus, os dados estão rolando e no final quem está pagando a conta somos todos nós, portanto necessário é colocar cada vez mais explicitamente quem está falando e o que está sendo falado, inclusive comentando, para sabermos onde, quando e quem está tomando frentes no Brasil. Excelente leitura do post!

Perséfone Weber disse...

Parabéns. Gostei particularmente da tua opinião sobre o estado laico. Porque temos que nos sujeitar as leis de um Deus que prega tolerancia e amor e que nem os religiosos respeitam?

Priscila Boltão disse...

ótimo texto! A Perséfone resumiu bem: os religiosos ficam usando seu deus como escudo, mas dizem q seu próprio deus é pelo amor... que amor mais estranho hein? Se o seu deus pensa assim, ele não deve ser tão bom.
O que essas pessoas querem de verdade é manter a "ordem" que tem até hoje, suas posições de conforto, de dominação. As vezes elas são tão ignorantes q só oq tenho vontade é ignora-las.

Esse último quadrinho matou a pau. Dá vontade de sair pendurando por aí, rs.
Hein, Lucas, esteja di 16 na marcha das vadias de curitiba com toda sua criatividade!

Defesa316 disse...

Oi feminista Lola, tudo bem?

Lembra quando aquela empregada negra acusou o presidente do FMI de estupro?

Pois bem, vc e outras feministas do mundo todo chingaram ele, defenderam a negra. Acusaram todos os homens de machistas.

Mas a historia era mentira, a empregada negra mentiu. Pois é, parece que a discriminada negra e mulher é capaz de cometer crime. hehehe


VC NÃO VAI FALAR NADA NÃO?

Um, dois, três... testando! disse...

Simplesmente adorei o texto e seu conteúdo. Sou no mínimo suspeita para falar do autor, pois o que conheço do Ricardo me faz vê-lo como uma das pessoas mais íntegras, admiráveis e de um profissionalismo tremendo do nosso meio profissional. Ele é mais do que a prova viva de que a orientação sexual de alguém não tem nada haver com bom ou mal caráter, personalidade violenta ou não. Ricardo é um exemplo de alguém que luta por seus direitos como qualquer outro ser humano. E que não merece e não pode ser discriminado por conta da sua orientação sexual. Tenho orgulho de trabalhar a 4 anos ao lado de alguém tão inteligente, culto e responsável. Levanto a bandeira de que ele crie seu próprio blog para divulgar seu dom. Parabéns Ricardo! Admiro você! Elitânia Rocha.

Defesa316 disse...

O politicamente correto, o mulheristicamente correto, o camareiristicamente correto, o oprimidiscamente correto, o americanamente correto e afins podem impedir que se constate o óbvio, que continua, não obstante, a ser óbvio: a versão da tentativa de estupro está bem mais fraca agora, ainda que o tal DSK, tudo indica, se deixe abrasar até pelas pernas de uma mesa se esta se lhe afigurar sestrosa…
No caso, estava tudo dado, não? Uma camareira negra, imigrante da Guiné e pobre contra um branco europeu, rico e poderoso — pior: com fama de namorador. Era mais do que uma história; era um emblema: a África colonizada obrigada a fazer “blow job” na Europa colonizadora! Era preciso vingar os oprimidos.

O que se passa nos EUA, afinal, quando se acusa alguém de crime sexual? “Ah, é culpa do puritanismo! No fim das contas, o responsável é Calvino!” Uma ova! Isso nada tem a ver com puritanismo. Quem obrigou um inocente — DO CRIME DE ESTUPRO AO MENOS — a cumprir pena antes da investigação foi o politicamente correto. Isso é o resultado da militância sectária — não a libertária — de feministas, multiculturalistas, racistas às avessas disfarçados de igualitaristas etc. Criou-se uma cultura!!! Considera-se impensável que a versão de uma mulher pobre, negra e africana possa ser contestada pela versão de um homem rico, branco e europeu. A dela, de saída, sempre terá mais credibilidade porque, ao se julgar o caso em particular, é preciso considerar:
a) a opressão histórica a que foram submetidas as mulheres;
b) a opressão histórica a que foram submetidos os negros;
c) a opressão histórica a que foi submetida a África.

Em suma, que importa que um indivíduo em particular — no caso, Strauss-Kahn — possa ser inocente? O importante é que vigore o mecanismo de compensações históricas.

Atenção! Essa cultura também se espalha por aqui e já contaminou até o Supremo. Há uma grande tentação para não se julgar mais de acordo com a letra da lei; há uma grande tentação para que cada caso em particular seja visto segundo uma ordem mais geral de reparação histórica. Ministros do Supremo hoje dizem sem receio que a lei tem de tratar desigualmente os desiguais. É a INJUSTIÇA REDENTORA!

ISSO VEM A SER EXATAMENTE O OPOSTO DA JUSTIÇA.

disse...

São rótulos demais, etiquetas demais, grupos demais. No dia em que as pessoas se respeitarem mutuamente não será preciso criar leis ou fazer passeatas para exigir o que deveria ser obrigação de todos: RESPEITO pelo outro e suas opções. Simples assim.
No dia em que o ser humano aprender a ser humano, teremos um mundo melhor. Pena que isso parece estar tão longe.

Lorena disse...

PS: Eu estava até pensando em considerar o que o Defesa316 estava dizendo, até ele soltar essa: "Ministros do Supremo hoje dizem sem receio que a lei tem de tratar desigualmente os desiguais."

O Supremos não está dizendo isso HOJE, quem diz isso é a CF de 1988, no art. 5°! Chama-se Princípio da Isonomia, tratar os iguais igualmente e desigualmente os desiguais. E assim se faz justamente para nivelar os tratamentos. Exemplo: assentos PREFERENCIAIS para idosos e portadores de necessidades especiais.

A nossa própria Constituição assegura isso. Então o STF não está passando por cima do legislativo, está apenas assegurando que se cumpra o que já está na Lei.

Jéssica Shnaider disse...

Excelente guest post, parabéns a Lola e a seus contruibuidores como esse professor de Brasília. Enquanto não temos políticos descentes, pelo menos esse ramo da sociedade - os professores, tão desrespeitados - vão salvando a dignidade humana com açoes muitas vezes redentoras

Letícia disse...

O que que é isso? Não bastasse ter sido uma atriz medíocre, assina agora o atestado de parlamentar incompetente? Boa resposta, esse post, muito elucidativo, e mostra também, que as pessoas, principalmente as públicas, devem pensar antes de falar algo publicamente.Parabéns Ricardo,Lucas e como sempre Lola!

Ághata disse...

Olha só, Strauss não estava detida nos EUA porque Há evidências fortes de que estuprou uma mulher - e, pra garantir o devido trâmite do processo, está sendo mantido nos EUA! - mas por causa do 'politicamente correto' - isto é, exigir que as pessoas respeitem os outros.

Serge Renine disse...

A Miriam Rios pode esstar errada, mas todos tem direito a sua opinião, sejam essas quais forem.

Não estamos em um regime totatiltário em que todas somos obrigados a pensar igual.

Não é certo demitir alguem por ser homosexual, como não é certo ser obrigado contratar alguem por ser homosexual. O preconceito se apresenta de váris formas

Gaia disse...

Oi Lola e Ricardo.
Esse guest post mostra a qualidade dos visitantes do blog. As charges do Lucas também (vou usar, com certeza. Dando os créditos, claro).
Por isso, sempre que eu posso, leio os comentários também.
Infelizmente, o bom senso dessa gente preconceituosa falha, mesmo mostrando pra eles um texto tão bem escrito. Nesse caso, temos que esfregar a ciência na cara deles.

Peço aos comentaristas que ignorem o troll, para não tirar o foco do texto.

Aoi Ito disse...

"Não é certo demitir alguem por ser homosexual, como não é certo ser obrigado contratar alguem por ser homosexual. "

Eitaporra, nunca ouvi falar que de alguém que contratou outra pessoa POR SER homossexual, mas já ouvi falar muito de serem demitidos por que eram homossexuais.

Em momento algum o Ricardo diz que deve-se contratar alguém por ser homossexual. Só que não se deve demitir ninguém por ser homossexual, porque não há razão além de preconceito - O serviço de uma pessoa não depende da sua orientação sexual.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

A vida é muita engraçada. De repente, "não queremos que nossa orientação sexual seja fator determinante na nossa contratação ou demissão" vira "heterossexuais serão obrigados a contratar homossexuais". Oi?

Problemas de interpretação de texto, Serge Renine?

Edenilson Francisco disse...

Não tenho a intenção de desmerecer o texto do Ricardo, mas basta a qualquer um, ainda que com um mínimo de conhecimento sobre o assunto para verificar que o discurso da deputada Myrian Rios carece de inteligência, coerência e lógica.

Na verdade o discurso é o supra sumo da imbecilidade.

Como vi num vídeo de um ateu no Youtube, ela deveria demitir isso sim os seus assessores que não fizeram o dever de casa, pesquisando e informando-a, permitindo que a mesma fizesse o que já pode ser considerado o pronunciamento mais imbecil da história daquela casa.

Discordo de quem a considera formadora de opinião, na verdade a deputada é a ponta de lança, é a cara "bonitinha" mas de ideias "ordinárias" de um grupo religioso. Sua função é repetir o que lhe dizem para representar, sob a capa de mãe, missionária, representante do povo, defensora dos inocentes.

Quem há aqueles que pensem igual à deputada? Não duvido. Ninguém é obrigado a pensar do mesmo modo, mas ao menos pesquisar, é o mínimo aceitável.

Abraços!

Edenilson Francisco disse...

Defesa316,

Eu sou leitor do blog do jornalista Reinaldo Azevedo, e o texto que vc transcreveu é dele.

Não tenho procuração para defender a autora deste blog, nem pretendo estar entre os mais queridos, até prq divirjo dela e de outros em muitos pontos, mas se a mesma afirmou o que vc diz ter afirmado, o mínimo de coerência de sua parte é postar no texto correspondente, indicando é claro o autor do texto ou postando suas próprias observações.

Como foi bem observado, fazê-lo aqui é desviar o assunto ou talvez pretender usar dos mesmos raciocínios para costurar alhos com bugalhos, a lá Myrian Rios.

wellthon disse...

Lola,
Veja o vídeo sobre a Marcha das Vadias em RECIFE. Com explicações sobre os garotos que estavam vestidos de mulheres e com escrito "estrupe-me" pelo corpo.
O mais legal é o depoimento de um senhor usando a Bíblia para justificar o machismo.

http://youtu.be/WunFdSbCZfU

Serge Renine disse...

Pessoal: estou me referindo as possíveis cotas que aparecem ultimamente nestes projetos anti-preconceitos. Já há para negros nas universidades, ex- presidiários nas empresas que prestam serviços ao governo, etc.

O que quero dizer e que o fascismo tem várias faces, até libertária.

Quem sabe?

Niemi Hyyrynen disse...

Não sei se toda essa onda de gente escrota se revelando é positivo ou negativo.

"Positivo" seria no sentido deles mostrarem quanto sao atrasados, e com isso a máscara deles cair.

Negativo, caso eles consigam contar os fatos segundo a versão deles e fazer com que tudo o que se tem lutado até agora dê para traz.

Jac disse...

Não consegui ver o vídeo da Myriam até o final pq fiquei extremamente irritada.

Essa ATRIZ nunca, NUNCA sequer pesquisou sobre estatísticas de casos de pedofilia. É de uma extrema ignorância.

Mas tem um fator que me deixa mais revoltada: ela é mulher. Se eu já me irrito com homem-branco-hetero sendo preconceituoso, eu fico duplamente irritada quando alguém que faz parte de uma minoria agride outra minoria.

Ela não tem noção de que é mulher? Ela não olha pros lados na câmera e vê que a maioria ali são homens? Ela não vê que ela é só uma marionete que repete discursos de uma "elite social".

E não é só o fato de ela ser mulher. Ela posou 3 vezes nua em revistas e é divorciada. Eu não me importaria com isso se ela não quisesse vir dar lição de moral e bons costumes em cima de nós homossexuais. REALLY? REALLY?

Ela se diz católica, mas qual é a postura da igreja (me recuso a usar i maiusculo)com relação a divorcios mesmo?

Ela se divorciou 3 vezes e teve dois filhos de casamentos separados. Em outras décadas quem iria sofrer preconceito era ela!

Quisera eu poder estar no local e botar em prática tudo o que eu aprendi com gente preconceituosa como ela. Afinal, eu tenho DIREITO de ofender, humilhar, segregar, discriminar quem eu quiser, né? Direitos iguais.

Jac disse...

"Não é certo demitir alguem por ser homosexual, como não é certo ser obrigado contratar alguem por ser homosexual. "

HAHAHAHAHAHAHAHHHAHAHAHAHAHA

Momento cômico do dia.

Me imaginei agora fazendo uma entrevista e falando que eu sou lésbica e a pessoa me olhar com aquela cara de "você será contratada".

Pena que minha realidade no trabalho seja de sempre ficar me vigiando, me escondendo, mentindo, desviando de perguntas, evitando muito contato com os colegas e sempre ficar com medo quando lembro que meu chefe é evangélico.

Jac disse...

Ai, Lola, não aguento mais esse Backlash...

Anônimo disse...

Serge Renine

Analisando um pouco algumas coisas. Nós estamos no Brasil, 2011, uma deputada estadual defende o DIREITO À DISCRIMINAÇÃO no trabalho, isso durante a votação da lei que pretendia garantir proteção contra discriminação por orientação sexual (que queria apenas estender a proteção contra discriminação), a proposta de lei foi derrotada e o discurso da deputada despertou várias vozes de apoio. Esse é o Estado que vai criar cotas para trabalhadores homossexuais ou qualquer privilégio para homossexuais? Paranóia pouca é bobagem.

Nenhum movimento gay levanta qualquer bandeira sobre cotas no trabalho para homossexuais. Que tal se informar das pautas antes de falar em fascismo assumindo face libertária?

A política de cotas existe em vários outros contextos: representação feminina na política, negros e estudantes de escola pública em universidades, deficientes em empresas. Eu acho bastante necessário discutir se são realmente uma saída para a discriminação de vários tipos... mas daí a falar sobre fascismo? Isso é uma piada bastante sádica não somente com as minorias, mas com as vítimas do fascismo.

Letícia disse...

o movimento "cala a boca, Miriam Rios" tá forte! não teve quem, em sã consciência, não vomitasse com essas declarações absurdas.

dá vontade de perguntar pra ela se ela não tem medo de mandar as crianças pra igreja tb, já que muitos casos de padres pedófilos foram descobertos ultimamente...

Sara disse...

Concordo com a Persefone, não da pra se sujeitar aos dogmas das religiões que só espalham intolerancia.

Anônimo disse...

todos temos direito. ate de nao querer um fucionario gay ,no brasil parece ser crime ser contra a pratica homossexual....

Anônimo disse...

no brasil parece ser crime ter uma opiniao contraria ao homossexualismo...e logo e acusado de crimiso precoceituso...etc ..

Sarah disse...

Há alguns dias recebi uma mensagem de um rapaz que conheci numa festa enquanto estava acompanhada de uma menina. Na mensagem ele utilizou a palavra "sapatão" para se referir a ela. Respondi que considero tal palavra falta de respeito, ao que ele sugeriu que para não ser chamada de sapatão há 2 opções: não ficar com mulheres na frente dos outros ou se mudar do ceará, pois, segundo o tal rapaz, aqui no ceará as coisas são assim. Ele passou a semana inteira me mandando mensagem agressivas, tentando me convencer de que não era preconceituoso, pois tinha vários amigos e familiares gays. Segue um trecho de uma das mensagens: "Alguém que diz que, p/ não ser chamada de "sapatão", deve-se evitar ficar com mulheres na frente dos outros, ou se mudar p/ algum outro lugar onde as pessoas não usem esse termo, por mais que seja c/ ironia, não está sendo preconceituoso, nem bairrista: está sendo REALISTA; pq é assim que as pessoas falam, e elas não vão mudar o jeito de falar delas só pq isso te incomoda! Isso é um fato da vida!"

Liana hc disse...

Triste ver um assunto sério como a pedofilia ser tratada de modo tão equivocado por uma "representante" do povo (a mim ela não está representando). Estupro e pedofilia nada tem a ver com sexo. É dominção. É ego. É um profundo desrespeito por outro ser humano. É se achar no direito absoluto de ferir outra pessoa para satisfazer seus próprios desejos ignóbeis. É ver no rebaixamento do outro um trampolim. É falta de Amor no seu sentido mais amplo, é sua incapacidade em sentí-lo e apreciá-lo. Homossexualismo não determina coisa nenhuma além do depositário do seu afeto. No mais são pessoas como quaisquer outras e assim devem ser tratadas.
Enquanto houverem pessoas dando voltas e evitando enfrentar o assunto de frente fica difícil. Temos que parar de usar 'Mas...": "A criança foi estuprada MAS a culpa foi da bebida" "Aquele homossexual foi agredido MAS a culpa é dos pais que não educaram o agressor direito" "A mulher foi agredida MAS vestia saia curta". Tem sempre um MAS no discurso de quem não quer fazer nada para mudar estas situações. "mas"=eu não quero fazer nada a respeito.
Pedofilia é = Uma criança foi estuprada/molestada/assediada. PONTO. O agressor é hetero, homo, branco, negro, é homem, mulher..? Não interessa. A informação principal aqui é: Uma criança foi agredida e precisa ser amparada e justiçada, e sem aquela curiosidade nojenta que muitas vezes cerca os casos.
Evita-se falar do problema verdadeiro porque ele é incômodo demais, então vai-se pelas beiradas.
Mas as coisas têm mudado né. Até bem pouco tempo atrás pedofilia não era assunto de famílias 'civilizadas'. Hoje já se discute mais abertamente. É um alento. Penso que o melhor que podemos todos fazer é assumirmos todos as responsabilidades que nos cabem.
Falando em criança.. Dá vontade de brincar de pega-pega com os políticos: Eu assumi as minhas responsabilidades.. Pronto.. Agora tá contigo. E eles só querem brincar de queimado, esconde-esconde e o mestre mandou com a gente. Aí eu não voto mais neles.

Dalmir disse...

Rick, palmas pra vc!!!
realmente foi de uma competência impar, sua colocação neste guest post, soaram como um grito de injúria e de um despreparo total de quem diz " representar o povo".. saiba que suas palavras irão além das fronteiras e barreiras para assim termos um mundo mais digno e menos hipócrita..

Karina disse...

Ricardo, Parabéns pelo Guest Post...foi simplesmente escrito o que muitos pensam e infelizmente não tiveram ou não tem a oportunidade de se expressar...comcordo com a Elitânia...trabalho com você por quase 2 anos e te admiro como ser humano, como profissional e amigo...torço pelo melhor e mais justo...sempre!!!
Beijos!
Karina Barros

railer disse...

seu blog é excelente, parabéns pelos textos!

eu estava viajando pra fora do brasil e só depois fiquei sabendo desse caso da myriam rios. lamentável e vergonhoso.

Lucas disse...

A deputada estadual Myriam Rio, não pode ter nenhum funcionário, pois e se uma babá heterossexual bolinar seu FILHO, ou se seu motorista heterossexual cometer pedofilia com a FILHA da deputada... Um absurdo ela querer associar pedofilia com orientação sexual. Outra coisa que não entendo é os evangélicos criticarem tanto o casamento gay, que é imoral que é isso que é aquilo, se duas pessoas do mesmo sexo casarem, não irá alterar nada na vida deles, eles vão continuar frequentando a igreja, continuar trabalhando, continuar vivendo. Por que acham que isso é moral ou vai contra os bons costumes, se na vida deles não irá mudar absolutamente nada ?! Eles vão ver gays e lésbicas de mãos dadas nas ruas?! Nada de diferente do que já não aconteça hoje em dia. Eles se oporem apenas mostra que "cuidar da vida alheia" é mais importante do que ser feliz, que apontar o dedo pro outro e critica-lo é mais importante do que ver os seus próprios defeitos e melhora-los !
Parabéns pelo blog.

adélia disse...

ai, socorro. tanta gente com quem convivo concorda com esse papo de gay longe dos meus filhos. justificam que a criança desde cedo vai entrar em contato com a "moral gay", ou seja, a criança pode vir a saber que pessoas do mesmo sexo se relacionam e, para desespero da familia, virara gay. acho que o problema esta no filho se tornar gay seja pq foi abusado por um gay pedofilo, seja pq ele vai querer imitar o exemplo. tudo isso eh tao deprimente que acaba meu dia. me da uma sensacao tao angustiante que nao consigo reagir e fico remoendo o dia inteiro. como pode? #desabafo

Unknown disse...

Na mídia, a maioria dos casos de pedofilia entre mesmo sexo é de PADRES com CRIANÇAS!!!!

Ela vai demitir os padres também?

Sei que esse tipo de argumentação é burra, mas pelamor!!!

KLÉBER S CARVALHO disse...

Nossa sociedade é em sua boa maioria "pseudo-democrática".O que me espanta é a hipocrisia latente ou mesmo acovardada no íntimo das pessoas.A Deputada Miriam Rios está equivocada ao fazer associações infundadas referentes aos homossexuais e o crime de pedofilia.Ser homossexual não é crime, porém, a pedofilia é um ato criminoso.É fácil apontar para o homossexual e classificá-lo como um ser capaz de fazer atrocidades, como por exemplo a pedofilia, mas na verdade o que está em julgamento é a orientação sexual homossexual, que para muitos de nossa sociedade preconceituosa, se substancia em uma “aberração” ou coisa parecida. O mais incrível dessa absurda visão da “nobre”deputada Estadual , é que fica parecendo que a pedofilia é um crime inerente aos homossexuais. Muito bem, o que a deputada poderia me responder a respeito de padres e pastores pedófilos? E dos “tios”,”padrastos /pais” e “irmãos”, que no seio de suas famílias praticam esse horrendo crime? Infelizmente, em nosso país, autoridades falam o que querem e não são cobrados quanto as conseqüências do que dizem.A hipocrisia e o despreparo daqueles que nos representam, que não medem suas palavras e as soltam como uma AK-47 desgovernada, é um problema nevrálgico de nossos políticos, que no discurso falso-moralista protetor da família, dizem coisas absurdas , como as proferidas pela Deputada , sendo que no meio de alguns deles, vemos atos de corrupção e de improbidades administrativas que afetam de forma drástica a vida de milhões de pessoas, sendo crimes tão graves quanto a pedofilia. Fica uma última indagação:
Caríssima deputada, se um dos seus filhos se declarar homossexual será banido de sua casa?

Anônimo disse...

Nunca percebi o facto das pessoas que são a favor da homossexualidade terem que "obrigar" alguem aceitar a homossexualidade... Toda a gente é livre pensar no que querem, seja contra, seja favor! É uma opinião de cada um e ninguém e obrigado a gostar daquilo que não quer... Os homossexuais não são os piores, piores são a quem apoia a homossexualidade atacando da opinião contrária dizendo que é preconceituoso e as mentalidades dessas pessoas são do seculo passado! toda a gente é livre pensar no que quer, não o que vocês querem!
Eu penso no que quiser, vocês pensam no que quiserem ponto! se são favores força apoiem no que vocês acham melhor, mas por favor, se alguém e contra isso respeitem a opinião da pessoa excepto se lembre de atacar alguém. Se a pessoa não têm liberdade para exprimir a sua opinião sem ser enxovalhado mais valia nem ter existido o 25 de abril!