terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MACHISMO É TÃO NATURAL QUE ALGUNS NEM NOTAM

Ontem o Felipe deixou um comentário bem-intencionado aqui no blog, sobre o último post referente ao Nassif. Juro que este será o último mesmo. Eu ia responder nos comentários, mas a resposta ficou grande, então virou post.

Lola, respeito a sua ira e talvez falta nos blogueiros progressistas mais sensibilidade a causa, mais compreensão.
Mas as vezes parece que criticar o movimento feminista é como dar murro em ponta de faca, qualquer crítica e a pessoa é acusada de machista, violenta e tal. Ninguem é dono de um saber total, muito menos portador da verdade inteira. Sou contra condenar o Nassif por isso, ele é excelente em vários aspectos. [...]
O movimento feminista é importante, nós homens temos os nosso papel nessa luta sem dúvida, como vc defende
. E saiba que tem muitos homens do lado de vcs.
Mas não adianta condenar a intolerância e a violência com violência e intolerância também. Como diz a poesia de Drumond e creio nisso, "Barulho não resolve nada". Porque senão estaremos beirando a barbárie. Pacifista que sou, acredito no debate aberto e na exposição franca de idéias.
A luta do fe
minismo pode um dia perder a razão quando essa ira fazer com que homens sejam espancados por terem cometido algum excesso.
Feminazi é ridiculo, Nassif embora tenha errado ele condenou o termo.
Criticar o Nassif sim, condenar ele não. Prefiro muito mais ler ele do que o Diogo Mainardi
. E mesmo sensibilizado com a revolta desse termo feminazi, continuo firme e forte com os blogueiros progressistas. Todos defenderam e lutaram contra a difamação da Dilma. Não esqueçamos disso.

Felipe, não estou irada. Raramento me zango. Anteontem fiquei enojada com os dois posts do Nassif, mas tentei deixar a raiva passar antes de sentar e escrever. Sobre o movimento feminista, assim como qualquer outro movimento, é totalmente diferente quando alguém de fora e alguém de dentro critica. Uma pessoa que não entende nada de feminismo, que nem sabia que feminazi é um insulto (mesmo que, convenhamos, não é tão difícil de adivinhar que é), que nem acha que o feminismo tem razão de ser, pode criticar? Poder pode, claro, mas sim, um cara que diz que feminismo é um jeito de mulheres brabas e mal-humoradas chamarem a atenção pode ser considerado machista, não acha? E eu postei alguns dos tweets do Nassif para mostrar que sim, ele foi virulento na sua reação. E, desculpe, mas é meio ridículo vc falar em violência física, porque ninguém falou nisso. Tipo esse comentário seu: “A luta do feminismo pode um dia perder a razão quando essa ira fazer com que homens sejam espancados por terem cometido algum excesso”. Ué, a gente tá chegando perto de espancar homens agora? Ok, sim, se algum dia a gente passar a espancar alguém, aí sim vc pode dizer que estamos perdendo a razão. Até lá... Vc diz que prefere ler o Nassif que o Mainardi. Só tem dois colunistas no mundo? Eu tenho que escolher? E se eu dispensar os dois, como sempre fiz? E só lutar contra a difamação de Dilma não é suficiente. Dessa forma caímos no jogo da direita, que passou a campanha toda dizendo que adora e sobretudo respeita as mulheres, que elas são tão capazes quanto os homens, dignas de admiração, mas essa Dilma aí é um poste, uma imbecil, uma prostituta de terroristas. Dilma não é mulher? É parecido com o que vejo blogueiros progressistas fazerem: que legal, elegemos uma mulher, iuppi, mas não vamos levar nenhuma pra entrevistar o Lula ou pra qualquer outro evento. A gente não é mulher? Por que ter mulher na presidência é ótimo, mas ter ou não mulheres em outros lugares, pra eles tanto faz? Alguns progressistas parecem viver em universos paralelos. Ter uma mulher na presidência não abre os olhos deles pra falta de representatividade das mulheres em tantas outras (blogo)esferas.

E permita-me colocar aqui o exercício de imaginação que deixei no Twitter. Vamos supor: e se um blogueiro famoso tivesse transformado em post comentário racista de leitor? Blogueiros negros escrevem posts rebatendo, o blog não publica. Reclamam no Twitter, o sujeito faz chacota. Até que ele publica um post justificando o post racista, porque era de bom nível e polêmico. Em seguida, o blog do sujeito publica post dizendo que comentários contrários vêm de facções negras sem representatividade. E a minha pergunta é: ainda assim teria um monte de gente dizendo “Ah, mas esse movimento negro é TÃO radical!”?

Pense, Felipe: se a questão fosse o racismo, e não o machismo, vc estaria aqui dizendo que não interessa se um blogueiro famoso foi racista, porque o importante mesmo é que todos nós apoiamos Obama na eleição americana?

46 comentários:

Masegui disse...

Sem querer botar lenha na fogueira, mas já riscando um fósforo:

Esse "exercício de imaginação" foi pra lá de porreta! Matou a pau!

aiaiai disse...

Nota 10! não preciso dizer mais nada! Valeu Lolinha.

aiaiai disse...

adorei esse texto sobre separatismo homens/mulheres.
um treho:
"Enfim, fica claro que esses espaços “mistos” não servem ou servem muito pouco à luta das mulheres. E isso não acontece porque os homens são todos essencialmente malvados e odiamos todos eles, mas porque os valores vigentes apontam para a superioridade masculina e é quase impossível que os caras não se contaminem com tudo que lhes foi ensinado sobre a dominação das mulheres. Você tem um garoto que desde pequeno recebe estímulos para ser livre enquanto sua irmã é oprimida, que tem a mãe sempre à disposição e a vê sendo calada frequentemente pelo pai, que se torna seu herói…precisa do que mais?"

link:

http://whothehelliscely.wordpress.com/2010/12/09/separatistas-sao-os-homens/

Bruno S disse...

Concordo com o Raphael.

O desagradável foi a atitude do famoso colunista em relação ao erro. O cara não aceita ser questionado e tenta ridicularizar quem o faz.

Puxando pelo começo da confusão, quando vi que o Assange tinha sido detido por violência sexual imaginei que geraria espaço para atitudes antifeministas dentro do campo "progressista".

karina disse...

Uau... este post foi fantástico...

quanto ao exercício proposto, sempre uso deste artifício para pensar sobre as coisas. como o movimento negro é mais, digamos, conhecido, é um belo exercício para identificar condutas e posturas machistas no mundo e em nós mesmos.

mais uma vez, post fantástico...

Giovanni Gouveia disse...

WEll, não é tããããão exercício de imaginação assim.
As cotas/ações afirmativas são tidas como "racismo" às avessas, e o MNU VIA DE REGRA é chamado de racista

Lidiany CS disse...

Tsavkko adorei seu post além do da Lola é claro!

Esse Nassif me lembra uns professores que tenho que quando são chamados a atenção voltam querendo punir os alunos e se fazendo de vítima.
Achei muito descarada a atitude dele, pra não dizer coisa pior, merece mesmo ser trolado por todos e ainda diz que quer educação! :P
Pois não vi ninguém ofendê-lo da forma como ele fez, tenho repugnância pelos nazistas e se alguém me chamasse disso eu acho que quebraria a cara (se fosse ao vivo) agora "nas internets" vem chamar as mulheres disso?
Se eu fosse a mãe dele, ele ia ver só :P

Lord Anderson disse...

Post perfeito.

O machismo é um aspecto cultural tão forte que por mais que nós homens tentemos sempre há chance de cometermos um "deslize" ou de não comprendermos como algo pode ser ofensivo as mulheres.

Quando isso acontece "sem querer", a melhor coisa é ouvir oq as mulheres tem a dizer, refletir e não deixar acontecer de novo.

Admiro muito quem não tem preconceito de nenhum tipo.

Não é o meu caso, mas estou sempre tentando melhorar.

Por trás das notícias disse...

Ótimo exercício racismo/machismo. Perfeito.
O problema é que as rusgas já vem de outros carnavais, como o encontro e a entrevista. O Nassif (que leio e acho muito bom) errou sucessivamente neste imbrólio todo. Desde não se posicionar, demorar a responder e quando responder, ser mais machista ainda usando a ironia. Outra _agada foi não ter publicado o contraditório de outro leitor (leitora seria o correto), já que ele mesmo diz que publicou o artigo do André (que já está mais famoso do que deveria) para provocar o debate. Evidentemente ele não iria publicar a resposta da Lola (por causa dos outros carnavais) e aí se perdeu na jogada. O que vejo é mais uma vez a blogosfera "progressista", tão recente e em processo de consolidação, se engalfinhando novamente e gerando facções (pra usar o termo do Nassif, heheh) e barreiras que a esquerda, por "n" motivos, não consegue ultrapassar depois de criadas.
Enquanto os homens não só compreenderem o quanto o machismo é prejudicial e inviabiliza o "progresso" (deve ser isso que um progressista almeja, né?), mas também se interessarem e estudarem, lerem, transformar teoria em prática, nada de novo apresentar-se-á no front.
PS.: Se o Nassif tivesse publicado o texto da Cynthia Semíramis e tivesse ficado quieto, teria conseguido de fato gerar debate de qualidade em seu blog, não precisaria se posicionar, daria uma versão contraditória imediata e sairia ileso da pendenga. Vai saber...

nelsonalvespinto disse...

Comparar alguém aos nazistas é conhecido por reductio ad Hitlerum. É uma falácia repugnante usada por pseudo intelectuais.

Engraçado que quando é a Veja (na capa onde eles comparam Lula a Fidel e Hitler) todos ficam indignados.

Quando é alguém dito de esquerda acham que é algo de "alto nível".

samya disse...

O presidente da republica quando não se posicionou contra o Ira no apedrejamento da Sakkineh teve um comportamento misogino, o PT quando apoiou o Netinho teve um comportamento pra la de antifeminista, as mulheres de esquerda quando não se pronunciaram contra essas barbaridades compactuaram com um comportamento machista. E agora vem esse Nacif, que diga-se de passagem eu não conheço, li uma vez o blog do tal do Cloaca e achei de extremo mal gosto. Então prefiro viver meu feminismo de forma menos teorica.
Bato sempre na mesma tecla, eu sei, mas acho que umas horinhas por semana trabalhando como educadora numa associação de mulheres e vocês ajudariam mais o feminismo do que debatendo na internet o comportamento misogino de um homem.
E preciso e necessario educar as mulheres para o feminismo, para os proprios direitos que passam inevitavelmente pela saude e pela educação. Ensinar que controle da natalidade é uma necessidade quando se dispõe de uma renda familiar de 200R$ e não, como ja me disseram aqui mesmo no seu blog, coisa de classe média que não quer que pobre se reproduza. Acredite em mim, ainda que internete dê mais visibilidade, neste caso o trabalho pratico rende mais frutos que ficar debatendo aqui entre as mesmas pessoas sempre.
Abraços a todos

Unknown disse...

Não to entendendo esse mantra que algumas pessoas tão repetindo que o movimento feminista não tem que gritar, não pode ser agressivo.
Parece até que os casos de violência doméstica são contra os homens. Ou como se as manifestações feministas quebrassem coisas e batesse em pessoas.
Movimento social é isso. Tem que gritar pra ser ouvido. É disputa entre desiguais.
Nunca vi ninguém pedindo pra um sindicalista ser ser educado porque a greve dele está atrapalhando o empresário.
Nunca vi ninguém pedindo pro estudante sair da rua porque tá atrapalhando o trânsito.
Mas parece que a mulher tem que ser comportada né? Não cai bem uma mulher barraqueira né?

gustavotche disse...

Muito bom o post. Parabéns!
“A libertação da mulher é uma necessidade da Revolução, garantia da sua continuidade, condição de seu triunfo” Samora Machel

Quem sabe as coisas estão mudando:

http://www.cartacapital.com.br/politica/ja-sao-seis-as-mulheres-no-novo-ministerio-de-dilma


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-aniversario-de-dilma

Unknown disse...

Essa coisa de "apoiei a Dilma" como defesa é tão hipócrita que dá até nojinho...
O Paulo Henrique Amorim descascou a forma física de uma procuradora (Dra. Coureau, se não me engano), porque ela foi na jugular da Carta Capital (errada, mas né, existe justificativa pra chamar uma vice-procuradora de feia? Ah, tem sim, mulher tem que enfeitar o mundo, tinha me esquecido).
Esse é um exemplo só, tiveram vários e vários. Acho que a grande maioria "segurou" piadinhas idiotas pq o objetivo eleitoral, naquele momento, era maior do que o escárnio com que tratam normalmente as mulheres. Mas se formos atrás de exemplos fica claro que se a Dilma não fosse a candidata da esquerda os xingamentos teriam partido dos ditos "progressistas" ao invés dos direitosos da vida...
Lembrei de outro caso, na capa do "Vi o mundo" há alguns dias tinha uma loira de sutiã, tipo aquelas modelos de comercial de cerveja, como foto de uma matéria que não devia ser sobre "procedimentos estéticos", já que isso nem é assunto do portal.
Pois é, é essa a visão que muitos deles têm das mulheres...
Como são progressistas, não???

Felipe Telles disse...

Lola...

vamos por partes..

Se o Nassif foi virulento e intolerante nas respostas, tudo bem, pode ter sido um deslize machista, não nego. Mas o que enfatizo é ele ter condenado o termo "feminazi", embora tenha publicado o texto do André. Então cabe a crítica, mas Nassif tem suas qualidades em várias outras lutas e faz um contraponto ao pensamento único da nossa grande mídia, só por isso já tem sua importância.

Como disse no inicio do meu comentário, acho que falta mais sensibilidade e compreensão dos blogueiros ditos progressistas sobre a questão do feminismo. Reafimro isso aqui e te dou razão nessa questão. Mas vamos reconhecer a importância que esse blogueiros tem em outras questões da sociedade brasileira.

O fato de não gostar do Nassif e não querer ler ele é normal. Vc pode se recusar a ler ele tanto quanto o Diogo Mainardi. Uma simples questão de escolha. Mas considero o Nassif em termos de informação importante para o país mil vezes melhor que o Diogo Mainardi, apenas isso.

O comentário sobre violencia fisica meu foi exagerado e ridiculo até, eu sei, mas é só para apontar o cuidado que temos que ter com a intolerancia que nos cega.

Não sabemos, um dia essa luta por um espaço público mais confortável pode fazer com que a gente venha a ter um poder público feminista (talvez hoje seja machista e é injusto ser assim), mas se um dia tivermos um poder público feminista e intolerante, poderemos ter delegacias para homens vitimados dos excessos e deslizes machistas, não sei. Apenas uma suposição meio bizarra, mas vai saber né...radicalismo e intolerancia é sempre uma ameaça. Mas como vc disse, até la...

A questão da Dilma concordo com vc, pode ter um pouco de hipocrisia (parecida com a da direita desse discurso de respeito as mulheres e tal)nos blogueiros progressistas. A tal falta de sensibilidade a causa e compreensão. Mas o fato deles defenderem a Dilma foi e é importante mesmo assim, até para o movimento feminista, vide a atual composição do governo com cargos importantes para mulheres...mesmo que não tenha sido uma defesa genuéna em termos de genero, os blogueiros contribuiram para a vitória dela e as consequencias serão muito boas para o feminismo num todo.

Sobre o exercício imaginário, foi bem inteligente da sua parte. De fato existem contradições nossas que não enxergamos e esse exercício é daqueles que te cutuca de verdade.

Mas eu não afirmei que não interessa que o Nassif tenha publicado o texto das "feminazi". Interessa e interessa muito. O que enfatizo é ele reconhecer o absurdo do termo, mesmo que tenha reagido de forma virulenta.

Se fosse nos caso dos negros, seria tão repugnante quanto, mas reconhecendo o abusrdo do termo eu não condenaria ele, embora criticasse muito.

Mas aqui entra uma questão mais forte e pesada na minha opinião. Fazer critica a qualquer movimento social hoje em dia é como dar murro em ponta de faca, porque os líderes de tais movimentos sentem-se donos da verdade onde nenhuma fumaça de dúvida pode ter passagem. É preciso falar baixo e pisar leve com essas lideranças, caso contrário vc será acusado de racista, machista e por ai vai...

É perigoso, vivemos talvez na era da intolerância e da inocência. Afirmar que o movimento negro ou das mulheres está sendo radical, no exato momento vc vira machista e racista. Criticar movimento social, seja ele qual for. é o mesmo que pisar em ovos.

Beijos

Felipe

Patrick disse...

Felipe, toda crítica a quem quer que seja tem que ter bases sólidas, do contrário é realmente dar murro em ponta de faca. Criticar na base do "eu ouvi falar" ou "o André escreveu um comentário aqui sobre essas feminazis que vale a pena debater" é tudo o que se tem para criticar as feministas?

Felipe Telles disse...

Patrick

Tem que ter bases sólidas mesmo. O termo feminazi nem crítica foi né, foi infantil e ridiculo. O Nassif errou. Não estimulou debate nenhum, apenas troca de agressões, até porque que começou a agressão foi o próprio Nassif ao publicar o texto com o termo ridiculo.

Concordo com vc.

Mas ainda assim dou credibilidade ao Nassif em outras questões, e defendo que os movimentos sociais devem ter autocrítica e muito debate para alcançarem seus objetivos.

Unknown disse...

"Não sabemos, um dia essa luta por um espaço público mais confortável pode fazer com que a gente venha a ter um poder público feminista (talvez hoje seja machista e é injusto ser assim), mas se um dia tivermos um poder público feminista e intolerante, poderemos ter delegacias para homens vitimados dos excessos e deslizes machistas, não sei. Apenas uma suposição meio bizarra, mas vai saber né...radicalismo e intolerancia é sempre uma ameaça. Mas como vc disse, até la..."

Cara...a luta não é por um espaço público apenas confortável. É por um mundo igualitário. Onde ninguém seja podado nos seus direitos apenas baseado no seu gênero. Como pode um poder público que impede atitudes discriminatórias ser intolerante? Intolerante com quem? Como assim, homem vitimizado dos excessos e deslizes machistas?? Como se daria essa vitimização?

Felipe Telles disse...

Caio, movimento social tem que gritar mesmo para ser ouvido, e ser agressivo (não em termos de violencia, mas de ser conundente e afirmativo).

Mas barulho pelo barulho, revolta pela revolta é niilismo destemperado, não passa de idealismo, de vestir Rambo com roupas de guerrilheiro.

Gritar sim, se revoltar sim, mas com trabalho, estudo, política, tolerancia, sabedoria, ação e por incrível que pareça...educação!

abs

Felipe

Felipe Telles disse...

Laura, a luta por um espaço público confortável e um mundo igualitário onde ninguém seja podado dos seus direitos são inerentes né, uma coisa não exclui a outra, pelo contrário.

A situação imaginária de um poder público feminino como eu mesmo afirmei é bizarra, não adiante vc me questionar sobre isso porque nem eu saberia responder. Só quis mostrar numa situação imaginária e ilógica o quanto a intolerância e a violência pode nos levar.

beijos felipe

Vivien Morgato : disse...

1) Lola, I love you.

2) Felipe, barulho resolve muita coisa. Viva o barulho.

Larissa disse...

Eu concordo com o Felipe com relação à análise sobre lideranças de movimentos sociais. Infelizmente no Brasil todas as críticas são levadas pelo lado pessoal e a intolerância de certos militantes me assusta tanto quanto a intolerância dos piores machistas, racistas, religiosos extremistas e homofóbicos. Eu bem que já tentei participar de alguns movimentos, mas acabei desistindo porque não entendia como as pessoas que mais pedem liberdade e tolerância são as primeiras a agir com pré-julgamentos e ódio, e o pior, muitas vezes contra pessoas que estão a favor da causa. Os maiores graus de preconceito que senti na vida foram exatamente durante minhas tentativas frustradas de participar de movimentos sociais.. se vc não gostasse das mesmas músicas, usasse as mesmas roupas, frequentasse os mesmos lugares, não estava qualificada pra participar. Então eu preferi ficar só com os preconceitos e exclusões que já sou obrigada a enfrentar no dia-a-dia. Às vezes confesso que me sinto meio covarde por isso, mas depois lembro que com meu trabalho de formiguinha, junto a todas as mulheres que conheço e com as quais convivo, já consegui muito mais avanços do que imaginava...

=Maíra= disse...

"Se o Nassif tivesse publicado o texto da Cynthia Semíramis e tivesse ficado quieto, teria conseguido de fato gerar debate de qualidade em seu blog, não precisaria se posicionar, daria uma versão contraditória imediata e sairia ileso da pendenga" [2]

É EXATAMENTE isso que resume como toda a confusão poderia ter sido evitada. Sandálias da humildade no Nassif!

Giovanni Gouveia disse...

Vamo lá, moro numa cidade em que a Secretária da Secretaria Especial das Mulheres começou a diminuir a violência contra as mulheres (antes de ser secretária) distribuindo apitos para as mulheres, que quando havia alguma agressão vítima e vizinhança iniciavam um apitaço até a chegada da polícia...
Barulho, em especial quando se trata de violência contra as mulheres, não só resolve como tem sido uma das poucas armas de defesa que restam às mulheres. Violência contra as mulheres não é só o "eu não sei porque estou batendo mas você sabe porque está apanhando".
A pecha de "feminazi" foi uma das coisas mais brutais que já se produziu não só contra o feminismo, mas contra qualquer movimento social.
Tentar igualar um movimento libertário, do kilate do feminismo, com o nazismo é típico do cinismo de um Adolf Hitler ou um Josef Mengele.
Acho que as respostas foram polidas até demais

Ághata disse...

Os caras são uns estúpidos ignorantes e ficam exigindo respostas delicadas?

Eles precisam Mesmo conhecer umas feministas que não são nem um pouco delicadas - e fazem questão de ser assim.

Natália disse...

"A luta do feminismo pode um dia perder a razão quando essa ira fazer com que homens sejam espancados por terem cometido algum excesso."

Q graça! Difícil imaginar q akelas mulheres em algum lugar da África q se juntam pra matar seus estupradores q n são presos e continuam estuprando perderam totalmente a razão. Tmb se uma mulher/ um gay/ um negro revidar perdeu totalmente a razão! N existe legítima defesa, o homem branco heterossexual 'comete alguns excessos' e tem q ser compreendido, oras! Pq se vc revidar, se vc ousar se defender, perde a razão.

Qnto mimimi! De excessos em excessos vamos sendo estupradas, espancadas e mortas. Enqnto isso, por feministas fazerem CRÍTICAS a um post q só serviu pra desinformar e propagar ódio contra mulheres, tem homem nos ameaçando de tirar nossa razão se partirmos pra violência! hahahahaha

Túlio disse...

Uma coisa que me irrita é esse discurso que tanta gente usa contra pessoas que são ativistas ( no sentido de lutar contra machismo, homofobia, etc), dizendo que não podemos ser agressivos, que temos que agir só na base do diálogo, com calma, voz mansa e paciência de santo... uai, enquanto isso o grupo homofóbico/machista espanca, humilha, mata e age da forma que acha mais conveniente e neguinho vem nos criticar por, às vezes, agirmos de forma mais contundente? Ao invés de criticarem os ativistas, pq não criticar quem é agressivo desde o princípio? Melhor, pq não ir contra aquele que gerou a possível revolta ou agressividade dos ativistas?

Felipe Telles disse...

Natália, Tulio e Ághata.

Claro que a culpa é de quem cometeu a violência primeiro e não do ativista, da mulher, negro ou gay que reage com violência.

Mas acredito que violência se combate mesmo com trabalho e competência, com políticas públicas, com justiça e punição e não com intolerância e violência.

Em casos extremos a violência é a única saída como em questões de sobrevivência. Quem disse que a violência nunca fez justiça? Já fez e muito na história da humanidade. Combater o nazismo por exemplo só revidando mesmo, como as tropas aliadas fizeram.

Mas já vimos casos como do narcotráfico que não se combate a violência com violência entrando no morro e fazendo um derramamento de sangue. Tem que entrar, ocupar, apreender armas, drogas e depois disso trabalhar e trabalhar muito...com políticas públicas de educação, moradia, renda, trabalho, saúde, saneamento básico e por ai vai. Pra humanizar a favela.

Não tem nada de mimimi ou delicadeza. Ninguém aqui ta pedindo para mulheres se acalmarem, serem delicadas, dos ativistas serem mansos. Pelo contrário, a revolta é necessária.

Reconheço a crueza do mundo real, e a dificuldade de suportar a existência que é cruel. Mas se o nosso imaginário delirante de salvar o mundo do fim da violência e da tortura, for baseado em meios violentos e intolerantes acabamos perdendo a noção. Nem sempre é possível ter essa paciência toda, mas abrir mão dela em prol da violência pode nos levar a falência total do que idealizamos.

O Capitão Nascimento dizia, no filme do Padilha, que se sentia enxugando gelo toda vez que fazia uma operação assassina na favela.

É por ai que estou falando, revidar na violência ás vezes é o mesmo que enxugar gelo, não resolve nada.

abs

felipe

aiaiai disse...

putz felipe, você perdeu a chance de pedir desculpas há alguns comentários atrás. Ficou um chato...já q gosta do capitão nascimento: pede pra sair!

Felipe Telles disse...

hahaha....aiaiai..

não gosto do capitão Nascimento, acho ridiculo vangloriarem ele, a Veja fazer dele um herói nacional (patético), a classe média pagar pau pra ele só porque mata favelado sem dó e nos homens brancos do aslfalto só dá uns cascudos e uma lição de moral ridicula...uma moral seletiva de dar nojo..

concordo com a Lola que o verdadeiro herói do filme é o cara dos direitos humanos...

Mas Padilha tentou se redimir nesse Tropa de Elite II...O BOPE era uma máquina selvagem, estúpida e demofóbica. Precisva civilizar-se, tava na hora da inteligência vencer o ódio. Chega de entrar ma favela matando sem dó...

beijos

felipe

Koppe disse...

Qual a relação entre nazismo e feminismo? Bem, uma das táticas de propaganda que os nazistas usavam era a famosa "repetir uma mentira até que seja aceita como verdade". Desde que surgiu, o feminismo é taxado de "coisa de mulheres mal-amadas, chatas, histéricas e feias", não exatamente nessa mesma ordem. Isso vem sendo repetido há décadas, a ponto de ser possível achar a mesma coisa em comentários atuais em pleno século 21 - muita gente ainda pensa exatamente assim quando ouve a palavra "feminismo". Ou seja, os críticos do feminismo vêm há décadas usando a técnica dos publicitários nazistas para desacreditar o movimento, repetindo que feminismo é "coisa de mulheres mal-amadas, chatas, histéricas e feias" até que isso seja aceito como verdade. E agora ainda adicionam mais um insulto (nazista) à lista, um insulto que caberia muito melhor em quem efetivamente usa, consciente ou inconscientemente, as técnicas criadas pelos publicitários nazistas.

Elaine Cris disse...

Me desculpem, o rapaz que escreveu esse comentário está bem intencionado, mas não dá pra querer tirar o direito de nos indignarmos com certas coisas.
Devemos é lutar cada vez mais contra essa cultura que homens fazendo comentários irônicos ou reclamando de algo, estão sendo firmes, decididos, assertivos ou apenas se equivocaram e mulheres reclamando ou sendo irônicas estão sendo agressivas, violentas, histéricas, emocionais.
É uma cultura dentro da qual estamos todos inseridos, mas não é nada legal.

Jullia disse...

Adoramos fazer barulho!

Unknown disse...

Nesse mundo imaginário o poder público seria feminino ou feminista afinal?
O nazismo não foi combatido apenas com violência. O trabalho de conscientização da população alemã dura até hoje.
Continuo insistindo que há uma tremenda ignorância sobre o que é o feminismo. E não é por falta de fontes, é falta de interesse em se informar. Aí saem esses absurdos tipo feminazi e poder público feminista que oprime homens. Não quer admitir que errou? Então pelo menos se informe antes de falar besteira e vir tirar sarro com a nossa cara.
O movimento negro não quer eliminar todas as pessoas de outras cores e estabelecer uma ditadura negra. Eles querem igualdade de direitos.
O movimento homossexual não quer transformar nossos inocentes filhinhos em homossexuais nem querem ter o direito de fazer sexo em templos evangélicos ou na rua...eles querem igualdade de direitos!
O movimento feminista não quer eliminar e trucidar os homens, mandá-los para câmaras de gás, queremos igualdade de direitos!
E queremos isso porque os direitos atualmente não são iguais! Homens brancos e hetéros se consideram o normal e o resto é o outro, eles dominam todas as esferas de poder e não enxergam que isso é estranho, eles usam violência contra quem é diferente e acham ruim que a gente reclame.
Igualdade de direitos não é ser todo mundo fisico e psicologicamente igual. É uma igualdade DE DIREITOS na sociedade.

Carina Prates disse...

Eu sonho com o dia em que o feminismo "perca a razão". Nenhuma revolução de verdade foi polida. Infelizmente, é assim que o ser humano aprende. Se só o diálogo, sem nenhuma consequência severa para quem comete abusos contra as mulheres resolvesse, não viveríamos ainda num mundo tão machista. O feminismo dialoga demais com quem está pouco se lixando para o feminismo e para as mulheres. Se sou feminazi por pensar assim, pouco me importa os nomes que os machistas me dão.

Carina Prates disse...

Lendo os comentários e uma coisa muito interesante: os homens batem, estupram e nos tratam com escárnio. Se as mulheres revidarem tanta injustiça e opressão, perde a razão. "Você pode até ser feminista, mas fica comportadinha e calada pra não incomodar os homens de bem, ok?" kkkkk

Felipe Telles disse...

Laura, o nazismo foi combatido com violência sim, foi guerra de verdade, a Alemanha tava dominando tudo. Claro que depois veio todo um processo de conscientização que dura até hoje.

Vc gostou do meu exemplo do poder público feminista, né? rs. Já falei para não dar tanta importância assim. Não tem porque vc querer que eu admita o erro. Já admiti no próprio comentario que era uma situação bizarra, mas vc insiste.

O movimento negro e o das mulheres querem igualdade em direitos? Claro que eu sei disso. Não sou mal informado como vc supõe, muito menos ignorante. Nenhum dos dois movimentos querem uma ditadura negra ou feminista. Vc me julga mal e errado. Não vim aqui para tirar sarro de ninguém.

Só acho contraditório querer combater intolerancia e violencia com intolerancia e violencia também. Vc pode pegar casos extremos em que não há saída. Mas em muitos casos temos condições de utilizar a inteligência para combater o ódio.

Se revoltar, se indignar, fazer barulho é um direito de todos. Mas de nada adianta todo esse alarde se não vier seguido de um trabalho sério por trás, nos bastidores, com estratégias, inteligência, políticas públicas e muito diálogo.

Sou defensor do diálogo. Acredito que através dele que as pessoas se unem, esclarecem sentimentos, expectativas e interesses. Capacita-nos a respeitar as opiniões dos outros, a reconhecer as diferenças. Nos torna apto a entrar no mundo do outro com educação, a nao enxergar o outro como pior ou melhor, enfim...

Patrick disse...

Felipe, se você é a favor do diálogo, por que então você não vai lá no blogue do Nassif dialogar com ele sobre o respeito à causa feminista? Veja que você está acusando a comunidade das feministas, mais especificamentes @s frequentad@res deste blogue, de falta de diálogo, o que claramente não é verdade, dada a grande quantidade de respostas que você recebeu aqui. Mas, e lá no Nassif, como é que vai o "diálogo"?

Felipe Telles disse...

Patrick, não entrei na discussão no blog do Nassif porque não vi necessidade, achei que ele pisou na bola mas reconheceu o absurdo do termo. Depois foram só trocas de acusações sem sentido.

Mas aqui a Lola deu relevancia a uma opinião minha que acabou virando post. E me senti responsabilizado a responder alguns comentários.

Em nenhum momento falei que a causa feminista está faltando dialogo, que aqui as pessoas não dialogam.

O máximo que fiz foi apontar que a intolerância de certos movimentos sociais pode se equiparar a intolerância dos machistas, homofóbicos, racistas.

Que é importante ficarmos atento a isso e lutar contra a intolerância não revidando na mesma moeda, mas pensando em ações inteligentes.

Isso tudo de uma forma generalizada, não estou acusando fulano ou ciclano. No máximo eu defendi algumas posições minhas.

Melhor parar aqui que senão vou ficar me justificando eternamente....rsrs.

Dei minha opinião, me poscionei, sou a favor da emancipação feminina, dos negros, dos gays, indios e acredito que isso ja vem acontecendo e não tem volta, ainda bem.

abs

lola aronovich disse...

Felipe, agradeço sua participação aqui, e te acho bem-intencionado, se não não teria (publicado e) respondido seu comentário com tanta "educação" (essa palavra ultimamente vem me dando engulhos, pois só vale pras feministas, não pros que publicam coisas absurdas contra as feministas). Mas concordo com o Patrick: se vc tem toda essa disposição pro diálogo e essencialmente concorda com a luta das mulheres e das demais minorias, que tal comentar nos blogs que publicam besteiras CONTRA essas lutas? Sinceramente, me parece que eles precisam ser conscientizados muito mais do que @s comentaristas por aqui, ainda mais quando o assunto é feminismo.

Felipe Telles disse...

Ta certo Lola. Da próxima vez que pintar um desvio machista nos blogs ditos progressistas estarei lá pedindo mais compreensão a causa e exigindo mais sensibilidade e educação!

beijos

felipe

Por trás das notícias disse...

Não sei se vocês continuam acompanhando o blog do Nassif, mas ele postou o contrditório ao André da Groselha News e hoje publicou algo sobre a feminista Riane Eisler (que confesso que não conheço) http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/sobre-a-feminista-riane-eisler.
Mas o que me chamou a atenção são os comentários dos leitores, principalmente as ironias.

Anônimo disse...

Olá, Lola.
É o Euclides.

Agradeço pela atenção no 'Biscoito Fino'. E parabéns por sua participação nesse triste episódio.

O Rovai já autorizou na moderação minha última resposta.

Mas o negócio está ficando patético.

Agora o Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, tá surtando por lá, me mandando catar coquinho e tal.

Tem até gente sugerindo que isso seja armação tucana! Por Deus!

Não sou blogueiro, não tenho "fama", sou "só" um leitor, mas peço que mobilize gente boa para combater essa pataquada toda.

Porque estão tentando inverter as coisas, colocar quem criou o problema como perseguido, como vítima.

Muito desanimador isso...

Bom, vou acompanhar e ver aonde vai dar.

Abraços.

Unknown disse...

Euclides,

Você foi lá arrumar confusão. Acabei de ler.

"Eu dou nome aos bois. Nassif, Rovai e você estão me decepcionando muito, tentando fazer malabarismos pra inverter toda a história e, ironicamente. se aproveitando do coro que só quer ver o circo pegar fogo."

Vc vai lá e chama o cara de oportunista com aquela firula toda que vc sabe fazer muito bem e espera que ele te ofereça a outra face?

Parabéns Sr. Euclides! Contribuiu bastante para o debate.

Euclides F. Santeiro Filho disse...

Não, Gustavo, você é que "contribui para o debate" agindo dessa forma!

Não chamei ninguém de oportunista. Você está confundindo. Esse foi o Rovai.

Explique o que quer dizer com isso:

"firula toda que vc sabe fazer muito bem"

Me conhece? Demonstre o porque dessa imputação subjetiva.

Se você ACHA que eu fui arrumar confusão eu não posso fazer nada. É o mesmo discurso de desagregação. Parece que para a maioria discordar e apresentar argumentos contrários é querer arrumar confusão.

Você leu toda minha participação no debate para emitir esse tipo de juízo?

Se não o fez, recomendo.

Alexandre Figueiredo disse...

Lola, eu passei por um episódio digno de um livro de Franz Kafka.

Eu estava escrevendo, no blog O Kylocyclo, um texto reprovando a obsessão do portal Ego (Organizações Globo - http://ego.globo.com) por mulheres-objeto do nível de Nana Gouveia, Valesca Popozuda e, sobretudo, Solange Gomes (que cometeu gafes sérias como dizer que odeia ler livros, além de se vestir parodiando "sensualmente" freiras e enfermeiras).

O link é este: http://okylocyclo.blogspot.com/2010/10/quem-e-o-machista-que-edita-o-portal.html

Aí, eu escrevi outro texto dizendo para Solange Gomes se aposentar e se casar com um empresário, e aí eu recebi uma mensagem de uma tal de "marcia".

Disparando desaforos e ameaças, "marcia" pareceu estar do lado de Solange Gomes, como se as gafes cometidas por ela fossem culpa de pessoas como eu.

Eu nada fiz de mais, afinal Solange Gomes tem 36 anos e um dia ela tem que parar de bancar a "gostosa". Já devia até ter parado. Servir à vulgaridade calipígia nessa idade é sinal de desrespeito a si própria, de insegurança e baixa auto-estima

E a tal de "marcia" defendendo as musas do machismo. Essas moças que só "mostram demais" em boates, praias e ensaios de escola de samba.

Não sou contra a sensualidade feminina. Mas existe uma diferença entre uma Emma Watson "pagando calcinha" uma vez que outra, mas sendo capaz de dar entrevistas substanciais, e a popozuda que só "paga calcinha", "paga cofrinho", deixa mostrar o seio, posa de "freira sexy" e nada mais.

Acho até que a verdadeira sensualidade é mais discreta, mais sutil, porque é feita para permitir a fantasia do público masculino, sem exibicionismo, sem aquilo que eu chamo de "fenômeno da carne de rua".

Domingo passado eu li no Expresso - que, como o portal Ego, é das Organizações Globo - e vejo a ridícula Valesca Popozuda dizendo que vai passar o Natal fantasiada de mamãe-noel e o texto disse que é para ela "despertar a imaginação" do público masculino.

Que imaginação ela vai despertar, se os glúteos e peitos siliconados aparecem como "prato feito", sem dar chance para a imaginação, porque tudo já se oferece "imaginado" previamente?

Além do mais, o público que adora Nana Gouveia, Valesca Popozuda, Karen Loren, Solange Gomes, Anamara etc, não é capaz de raciocinar, quanto mais de imaginar fantasias sexuais habilidosas.

Isso se agrava quando vemos que até jornalistas como Renata Vasconcellos, Michelle Loreto, Fabiana Scaranzi, Renata Maranhão,
Ticiana Villas-Boas ou mesmo Leilane Nëubarth também expressam sua sensualidade e formosura física, de forma mais discreta, sóbria, porém mais sedutora. E ainda mostram talento, inteligência, charme e, sobretudo, simpatia.

Digo "sobretudo simpatia" porque, para piorar, as "boazudas" tipo Solange Gomes e companhia ainda são temperamentais. Qualquer coisinha elas já viram pitboys de saias (justas e curtas, de preferência).

Desculpe o texto longo, mas eu, mesmo sendo um homem, não me identifico em coisa alguma com o machismo. Valorizo a mulher pela inteligência, pela simpatia, pelo senso de humor, pela capacidade de convivência.

Já tive desilusões demais na vida para me servir às ilsuões dos outros. Já fui ridicularizado no Orkut porque disse que não namoraria mulher-fruta. Mas sabemos que reacionarismo existe em todo lugar.

Eu mantenho minhas convicções. Prefiro ser humilhado por ser digno do que ser aplaudido por ser idiota.