terça-feira, 14 de julho de 2009

PENSAR EM PARAR DE DISCRIMINAR


Gente, muito obrigada pelo carinho e por compartilhar as experiências de vocês no post sobre inclusão (faz tempo, eu sei). É ótimo a gente pensar em coisas que talvez não façam parte do nosso dia a dia, como é o caso de pessoas com deficiência. Mas todos nós podemos - e devemos - fazer a nossa parte. Seja construindo calçadas adequadas, que permitam que um cadeirante possa caminhar nelas, seja catando o cocô do cachorrinho que levamos pra passear (li no blog que a Luma recomendou que é bastante comum pra um cadeirante estar andando pela rua e ficar com cocô de cachorro nas mãos! Que horror, mais essa! Se sujar o sapato já é ruim, imagina sujar as mãos e uma cadeira que é usada pra se locomover!), seja não fazendo aquele olhar de “vi uma pessoa com deficiência mas fingi que não vi”. Bom, quero tratar mais deste assunto de educação inclusiva por aqui, e já convidei o Mário e a Carol para alguns guest posts, porque este é um blog que combate os preconceitos contra as minorias. E, felizmente, pessoas com deficiências físicas e mentais são minorias que ninguém com um pingo de empatia no coração culpa ou acusa. Claro que a gente ainda usa termos como retardado e débil mental como se fossem insultos, mas essa é outra história - uma história que precisamos enfrentar, porque a discriminação se dá também pela linguagem, e isso não tem nada a ver com ser “politicamente correto” (vi um blog de direita chamar o politicamente correto de marxismo cultural. Porque querer refletir sobre a discriminação na língua seria acabar com a liberdade que algumas pessoas adoram ter em ofender as outras!). Na teoria, pelo menos, todos nós, “perfeitos”, nos indignamos com a dificuldade de acesso que há nos prédios e nas ruas. Falta colocar esses nossos sentimentos de solidariedade em prática. Pensar nisso já é um começo.

21 comentários:

Unknown disse...

Adorei a ineciativa! Queria guest posts de deficientes auditivos e cadeirantes que sofreram preconceitos em poderem namorar ou casar com pessoas "sem deficiência".

Giovanni Gouveia disse...

Quando o PT assumiu a prefeitura daqui do Recife, o Prefeito começou a fazer rampas de acesso nas calçadas para cadeirantes, ai eu escutei um comentário:

"Só podia ser um operário que não tem carro, tá vendo que um carro não passa por essa rampinha..."

Lord Anderson disse...

Na minha cidade esse é um tema que ainda engatinha.

Há associações cobrando seus direitos e varias promessas de politicos da varias matizes ideologicas, mas na pratica as coisas andam devagar.

Foi só agora, depois de uns dois anos de reivindicação que colocaram uma rampa de acesso no local em que trabalho. Ta certo que é terreo , mas tem um desnivel na entrada que atrapalha muito.

Enfim , é mais uma minoria (essa em termos numericos)que precisa lutar por seu lugar na sociedade.

Lord Anderson disse...

E dessa vez concordo com o Asnalfa.

Esse é um assunto importante.

Anônimo disse...

Oi Lola,

Gostei da iniciativa, pois quem geralmente discute a deficência é o deficiente e seus familiares. E não são muitas as pesquisas nas universidades sobre o assunto.
Todos nós em algum momento da vida somos deficientes.
Quando nossos movimentos são limitados ao quebrar uma perna, po exemplo, após uma cirurgia, necessitamos de cuidados especiais.
E nossa sociedade dá poucas possibilidades de acesso as pessoas deficientes.
Tenho uma professora cega. Nossa ultima experiência foi assistir ensaio sobre a cegueira, de costas para a tv e com uma venda nos olhos. Foi estranho, difícil e angustiante.
Ela é muito respeitada e querida pela turma. Não pelo fato de ser cega, mas como se posiciona em relação a isso.
E quando minha professora quer ir ao cinema, o problema é dela que não enxerga ou do cinema que não está preparado para recebê-la?

bjos e parabens pelo blog.
Gore.

Dai disse...

Lola, eu já fui informada que em minha primeira turma (fora a do estágio docência) vou ter um aluno surdo e outro portador de necessidades especiais. Já estou toda empolgada, pensando em fazer um curso de Libras e tal. Espero que seus guest posts possam me ajudar nesse desafio. Reconheço que o caminho da inclusão é longo e cabe a nós nos desafiarmos também.
Beijos

Bárbara Reis disse...

Nossa, pra começar eu fiquei arrepiada com o comercial... e estou até agora. Achei show! Muito bom!

Bom, achei interessante, porque no bairro onde moro, tem um grupo de pessoas da área da saúde, da área religiosa [Católicos, espiritas], moradores do bairro, voluntários, que montaram um grupo, chama-se 'Semeando Esperança'... e esse grupo faz visitas, com um médico do posto de saúde, na casa de enfermos, minha mãe participa, e leva de carro o médico nas casas além dela ser enfermeira, e eu achei muito legal você postar isso hoje, porque domingo agora, teve a festa junina, que o grupo faz todo ano, na escola do bairro, e minha familia inteira participa, eu participo. Há apresentações de dança, com os deficientes ou não... o pessoal que ajuda, cada um leva um doce ou um salgado... tinha até um cabelereiro, cortando cabelo do pessoal, dessa vez... teve apresentação musical, de flautistas, professores de dança. Foi muito bonito. Vou colocar algumas fotos no orkut depois, vou te adicionar para você ver. Okay? No ano passado, eu chorei, porque um menininho de 4 anos, o Raul, ele tem Down, e ele me deu o abraço mais sincero e gostoso de toda a minha vida. Dessa vez ele estava meio adoentado, e como eu também não estava bem de saúde, preferi não ficar muito com ele, pra não passar nada pra ele. Mas tirei fotos e tudo. Acho que se cada bairro trabalhasse com os enfermos, e deficientes do seu próprio bairro, com grupos como esse, já faria uma diferença enorme.

Beijão, Lola! ^^

Débora disse...

No prédio onde eu moro há um senhor cadeirante e vejo a dificuldade para subir o degrau do saguão que é pequeno mas dá trabalho para ele, mas até agora o meu marido foi o único que se incomodou com a situação e sugeriu para o condomínio contruir uma rampa, o próprio senhor deficiente e sua família nem se importaram com o assunto. Ficamos tristes porque ficou parecendo que a gente estava incomodado com a deficiê ncia dele e não apenas querendo ajudar.

Debora disse...

Já presenciei também uma moça no metrô tentando ajudar uma senhora cega e essa senhora fez um escândalo porque a moça tocou no braço dela. Devia ter uma campanha de esclarecimento sobre como podemos ajudar sem ofender.

Junior disse...

Essa questão do ajudar sem ofender é muito relevante. A Lola comentou sobre ver e fazer de conta que não viu, mas tem o outro lado que também deve incomodar, que é se todo mundo que vê um deficiente, fica um tempo olhando. Uma vez usei um cabelo bem diferente, totalmente fora do "padrão" de cores "normal". Deu para perceber como é ser tão diferente do outros, todo mundo que passava ficava me olhando como se fosse um ET. Me senti muito mal na época, então imagino que quem tem alguma deficiência possa se sentir assim também.

Camila Hareide disse...

Lola

Parabéns pela inicativa... Minha prima tem (ou teve, como eles preferam) paralisia cerebral. Nunca deixou de fazer nada por isso, mas sempre foi extremamente dependente de ajuda para conseguir ir a cinema, teatro ou restaurante, por exemplo, por causa da falta de acesso para deficientes.

O Brasil ainda é muito atrasado nesse assunto - e a população discrimina justamente porque não faz parte do dia-a-dia da maioria lidar com essas dificuldades.

abs

Anônimo disse...

"Falta colocar esses nossos sentimentos de solidariedade em prática. Pensar nisso já é um começo."
Muito bom Lola. Muito bom! Abraço daqui do sul.Fatima

Anônimo disse...

Vc viu isso, Lola?

http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=8734&target=_self&titulo=%22Querem+implantar+uma+ditadura+gay%22%2C+diz+psic%F3loga+que+tenta+%22curar%22+homossexualidade

Que medo dessas pessoas!

Unknown disse...

Debora,

Aqui em Salvador sempre me apresento ao cego, e pergunto se ele precisa de ajuda. Se a resposta é positiva, o próprio cego diz em que parte do braço ele quer segurar. Alguns colocam a mão no ombro, outros no antebraço. E assim ajudo. E olha que as ruas do centro de Salvador são terríveis pra um cego andar.

Cris disse...

Lola, olha o site dessa moça aqui, ela é PNE.
Um baita exemplo.

http://meninaroboh.blogspot.com/

Masegui disse...

Lolinha (ou alguma alma abençoada),

Quero saber sobre essa música que é cantada no vídeo... de quem é e qual o nome dela?

Please por obséquio, gente!

lola aronovich disse...

Oi, Mario! Fake Plastic Trees, do Radiohead. Sempre às ordens...
Gente, saudades de todos vcs! Gostaria de poder responder tudo que vcs dizem. Mas leio tudinho, tá? O Mario é a prova viva!

Masegui disse...

Thanks a lot, Doc!

Christina Frenzel disse...

Lola, excelente posts, os dois (o original que não lí por estar de férias e este, agora).

Fiquei até sem palavras.

Moro num bairro que não tem calçadas (!!!) e vejo o sofrimento não só de cadeirantes, mas de idosos, grávidas e mães empurrando carrinhos de bebês pelo asfalto, pois a suposta calçada é ocupada por grama, terra, paralelepípedo torto, rampas para acesso às garagens e carros estacionados.

Nas reuniões com a sub-prefeitura, é cobrada a viabilização deste espaço, mas não adianta, poucas pessoas têm consciência das necessidades alheias.

Por outro lado, praças, parques e acesso às praias são todos super equipados com rampas, sinais sonoros, pequenos desníveis nas calçadas para bengalas e andadores. Vai entender....

Beijos,

Andréia Freire disse...

Aqui no meu bairro as calçadas são um horror. Se tiver algum cadeirante por aqui ele é obrigado a andar no asfalto mesmo. Mas nunca vi. Quanto ao transporte público, o número de ônibus com acesso ao deficiente está aumentando, mas ainda é uma parcela muito pequena. Na minha faculdade, UECE, há várias rampas nos corredores. Enfim, há muito o que melhorar, mas as coisas estão sendo feitas. Os bancos são um exemplo, pelo menos o Banco Do Brasil tem curso de libras (mas acho que todos tem) e recursos de acessibilidade, inclusive no site.

Quando eu vejo um deficiente eu fico na dúvida se olho ou não. Tenho receio de ser mal interpretada. É algo muito delicado. Se você olha, podem achar que você está sendo preconceituoso, se você não olha, podem achar que você está ignorando, fingindo que a pessoa não tá ali. E a questão de como ajudar sem ofender é bem delicada também.

Malu disse...

Tem um programa muito bom da TVE brasil que se chama Programa especial, quem tem esse canal pode vê-lo e conhecer hitstórias de quem tem deficiência de todo tipo.
Ósculos