sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

JOVENS, A NOVA VOVÓ FALA SOBRE E FAZ SEXO

Publico um post que a historiadora (sem nunca ter sido) Tereza Raquel Pugliese escreveu aqui pro blog: 

Mocinhas e rapazes, saiam da sala, porque a vovó vai falar de sexo. Não vou dar aula de educação sexual, mas sim dizer que nós, as vovós, temos tesão, transamos e, oh! gozamos…

Pois é, se ficaram constrangidos, eu não! Recentemente no Twitter alguém fez um comentário sobre se sentir incomodada porque uma mulher estava sempre fazendo comentários sobre sexo -- e não era eu! Eu comprei a briga da moça que gosta de transar e parece ter mais de 60 anos.

Fiquei indignada com o que li, principalmente com os comentários das e dos jovens. Quer dizer então que nós que ultrapassamos os 50, 60, 70 anos não podemos mais expressar nossos desejos de namorar e transar? A vida acabou para nós?

Sim, nós mulheres maduras passamos pela menopausa, alterações hormonais, diversas questões físicas que às vezes podem ser muito complicadas, mas dá pra curtir, viver, amar, ser amada, tocar, ser tocada. 

Quem disse que sou obrigada a ficar parada em casa testando receitas novas no fogão, fazendo crochê como minha avó e minha mãe? Quero mais é continuar trabalhando, viajar sozinha ou acompanhada, se assim for minha decisão. Explorar os prazeres do meu corpo, independente da cor e forma que ele tenha -- magro, gordo, alto, baixo, com ou sem pelos, desde que ele me satisfaça, nada mais importa.

Sobre falsos moralismos, não me admira que as mais ácidas postagens à mulher de 60 tenham sido feitas por outras mulheres. Algumas ainda não conseguiram achar a beleza, aceitar a plenitude dos seus corpos, e parecem se ressentir daquelas que estão totais na maturidade e acham vulgar, absurdo expressar esse contentamento nosso.

Ser mulher nunca foi fácil. Ser mulher que se expressa é difícil, ainda mais uma mulher que se assume por inteiro, vivida, madura, completa, que somente quer viver sem pudores, livre de amarras, e expressar seu desejo…Mas ela não pode, porque já é velha, segundo regras nada ocultas de uma sociedade hipócrita e machista.

Quando nós mulheres poderemos finalmente ser donas do nosso corpo, da nossa voz, do nosso pensamento, do nosso tesão e gozo?

Muitas mulheres já estão quebrando as amarras da censura esdrúxula que existe por aí e dizendo: vivo, respiro, amo, danem-se! Meninos e meninas, acostumem-se: a nova vovó usa biquíni fio dental e, pasmem, quem sabe tenha mais de um namorado.

19 comentários:

Anônimo disse...

Estão com medo de que a vovó pare de tomar conta dos netinhos.

Anônimo disse...

Eu fui  fazer parte de um grupo de "Body Modification". O grupo é tipo uma irmandade de diferenciação corporal. Eu fui fazer um piercing embaixo do escroto. Mas disseram que pra eu permanecer no grupo eu teria que tomar uma atitude mais radical pra pelo menos ter respeito no grupo. Eu quis fazer só uma argola embaixo do pênis.

Depois de conhecer pessoalmente alguns iniciados eu fiquei com uma garota da irmandade BM. Mas ela era comprometida e eu não sabia. Eu fui vítima de um plano ardiloso, sádico e frio. O noivo dela, um cirurgião dentista, se prontificou em realizar o procedimento no meu pênis com anestesia local. Ele e dois cúmplices me deram flunitrazepam e cetamina e eu apaguei numa espécie de anestesia geral.

Quando acordei eu estava ensopado de sangue e com dores terríveis. Eu tinha passado por uma penectomia grosseira e tive uma septicemia. Arrancaram meu pênis na altura da próstata (lá no fundo) e meu escroto. Eu estava quase sem sangue e morrendo mas não tive sorte e sobrevivi.

Aquela vingança torpe do noivo arruinou minha vida permanentemente. Agora me afastei das mulheres , não me relaciono mais e ainda ouço de "especialistas" que minha única solução é passar por resignação sexual; fazer uma vagina e aos poucos realizar uma mudança de sexo. Humilhação dupla porque antes era um homem ativo e viril e agora todos me recomendam cirurgia de resignação para virar fêmea.

Anônimo disse...

E também que pare de ficar em casa, na cozinha fazendo comida para Deus e o mundo...

Unknown disse...

Nossa q horror incel quase acreditei roteiro de novela em... o q ela tem a ver em com isso... a culpa toda é do marido dela um kra ciumento é psicopata... Mas a historinha foi legal tenta na próxima tá...

Jane Doe disse...

Eu sempre digo que, enquanto eu puder ficar em pé, eu quero viver muito bem - e no pacote da boa vida, sexo está incluído!
E sim, quando a menopausa chegar- oh!!! the absolut horror - eu vou usar TODAS as ferramentas disponibilizadas pela ciência.
É ótimo que tantas mulheres se reinventam na maturidade. Que passam a viver com mais liberdade e (re)descobrem a sexualidade. Uma pena apenas que para muitas levou tantos anos (mas antes tarde do que nunca).
Quanto ao horror alheio - mulheres livres sempre provocam pânico generalizado... Anos atrás isso me incomodava. Agora eu dou gargalhada de machistas se comportando como uma galinha sem cabeça por que mulheres decidiram não ter filhos ou gostar de sexo aos 60 anos.

Jane Doe disse...

Interessante roteiro de filme trash!! Muito semelhante a um filme que vi muito tempo atrás - não lembro bem o nome (Bloody Mary talvez?) - estudante de medicina que decide fazer cirurgias ilegais de body modification e secretamente captura e aos poucos mutila seu estuprador.
Foi essa a sua inspiração?
E vejam que horror nem vem da mutilação feita "a facão". Vem do fato que - deuzulivre - ele pode "virar" a criatura mais abjeta do planeta - uma mulher!!!

Estão vendo por que às vezes machistas são cômicos?

Anônimo disse...

Logicamente que os vovôs estam batento um bolão também.

Anônimo disse...

Unknown

O roteiro da pessoa aí lembra um pouco o filme "A pele que habito" de 2011 dirigido por Pedro Almodóvar.

Anônimo disse...

É verdade, eu não minto. A garota tem culpa sim, ela deveria me contar que era comprometida por um cirurgião dentista ciumento. Olha o que me aconteceu, se não fosse por ela, eu não estaria passando por toda essa humilhação.

Anônimo disse...

Anônimo das 8:50

"Mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer" Mário Quintana

Anônimo disse...

Jane Doe

Lembra um filme trash Frankenhooker de 1990.

Anônimo disse...

Tem uma obra literária de Monteiro Lobato a retratar a mulher conforme a época, o conto Negrinha descreve a crueldade, amargura de uma viúva sem filhos ex senhora de escravos, tem uma parte do conto a mencionar o nascimento, a primeira boneca das sinhazinhas criadas em ninho de plumas, o casamento arranjado pelos pais com um rico fazendeiro, os filhos, depois era o fim da mulher, quem tiver a curiosidade leia o livro de vários contos Negrinha, porém a mulher pobre ou escrava o fim era muito diferente, poderia ser por doenças, parto ou quando muito a velhice a pedir esmolas nas ruas. O contexto hoje é outro, pois podemos escolher ter filhos ou não, ter um marido, companheiro caso exista além de amor, parceria, cumplicidade, compreensão, caso contrário, vamos viver, tem a dedicação à profissão, carreira, estudos. Mulheres a criticar quem diz não a imposições de quem quer uma mulher a se anular para criar netos, lavar, passar, cozinhar para um batalhão de filhos e netos, pode ser uma religiosista ou aquelas cadelas biscoiteiras de machistas, misóginos.

avasconsil disse...

Muita gente é um poço de preconceito. Uma colega de trabalho com quem tenho mais proximidade era criticada por colegas dela da mesma lotação (hoje ela está noutro local, mas duvido que a mentalidade dos circunstantes seja diferente), por ela ter voltado à universidade pra estudar filosofia aos 46 anos. "Fora do tempo. Fora da época ". Pé na cova, né, aos 46? Gente ridícula. Como se ela fosse uma mangueira, um cajueiro, que tem a época de dar a fruta. Uma coisa bacana de ser humano é exatamente isso, fazer seu próprio tempo. Quando eu estiver mais velho tomara que eu não sinta mais desejo sexual. Ou então que ele esteja tão fraquinho que não me mova a satisfazê-lo. Não é preconceito com sexo. A libido diminui a autossuficiência da gente. Faz a gente precisar de outro corpo. Os brinquedinhos ainda não substituem o corpo alheio. Não são a mesma coisa. Eu gosto de me bastar. Na velhice é difícil, é verdade. Se não for pra sexo a tendência é precisar dos outros pra outras coisas. Nenhum homem ou mulher é uma ilha. Mas até que seria bom se fosse. Não precisar ouvir isso de "tá fora de época" seria tudo de bom. Ou os 100 patetas em Copacabana defendendo... Como é mesmo o nome dele? Me esqueci. Aquele deputado asqueroso da plaquinha: de detento. Mudando de assunto. Ser uma ilha seria bom também pra não me incomodar com notícias como esta. Não era uma novidade pra mim. Paulo Guedes quer isso desde 2019: desvincular, desindexar, desobrigar o orçamento da União (DDD, como ele chama). Só que ele, Alice que é, achava que o DDD ia ser pra o controle ficar nas mãos do sinistrério dele da economia. O centrão tem outros planos, porém. Mas de qualquer modo eu e vocês, e os outros 99% da população brasileira, estamos lascados. Não seremos só nós os servidores públicos os prejudicados não, viu?, pobre de direita defensor do teto de gastos e do neoliberalismo. Você também vai se dar mal. Vai pagar a língua e ficar com inveja de quem mora em Cuba.

https://revistaforum.com.br/politica/tem-dinheiro-demais-na-saude-lira-quer-que-congresso-tenha-100-de-controle-sobre-o-orcamento/

avasconsil disse...

Vídeo engraçado da Blogueirinha do Fim do Mundo:

https://youtu.be/8P7SIhbXxVg

titia disse...

Essa agressividade com mulheres fora do padrão, no caso, mulheres que não são mais jovens e férteis e que ainda-o horror, o horror!- fazem sexo e gozam mesmo sem a "licença" da sociedade machista para tal é mais uma prova de que o problema maior do machista é, no fundo, a insatisfação com a própria vida sexual. Quem está feliz e satisfeito com a própria vida não fica tentando mandar na dos outros. Todo machista, seja homem seja mulher, é um tremendo insatisfeito com a própria sexualidade, um/a castrado/a que não consegue aproveitar a vida sexual por estar mais preocupado em atender expectativas dos amigos imaginários e dos filmes pornôs do que em gozar. É patético, na boa. Vão fazer terapia e transar direito que passa.

15:51 teria sido mais emocionante se seu personagem principal tivesse aceitado fazer a redesignação e ido atrás de vingança contra o cirurgião e a namorada galheira com uma nova aparência e um novo nome. Um curso de produção de roteiro ajudaria.

Rafael disse...

Esse tipo de discurso serve muito para o apagamento da velhice, como se fosse impedido da mulher se tornar velha, meio como uma busca pela juventude perdida, espero que não seja o caso

Anônimo disse...

É aquela coisa. Mulher é sempre julgada seja qual for a decisão que ela toma. Se deixa o cabelo ficar grisalho, se não liga para rugas, não se importa com ganho ou perda de peso, se não se importa com sexo, se não tem vida amorosa, se usa roupas ou tem hábitos e manias de senhora: "nossa, está envelhecendo mal, não se cuida, parece uma bruxa velha". Se faz ginástica, usa cosméticos, maquiagem, roupas joviais, se namora, transa, sai para passear etc: "nossa,que horror, pensa que é mocinha, quer fingir que é jovem, que ridícula, deveria ser mais discreta". Acho que difícil é ser mulher em paz, aff maria...

Kasturba disse...

E eu to vivendo o oposto disso: libido quase zero. Desde quando fiquei grávida do meu primeiro filho, a vontade de transar acabou do dia pra noite.
Primeiro eram os enjôos e mal-estar durante a gravidez. Quem sente vontade de transar quando está fazendo força o tempo todo pra não vomitar? ou sentindo azia e dores no corpo todo? ou se sentindo inflada? (ok, sei que tem mulheres que sentem um tesão enorme durante a gravidez, mas infelizmente não é meu caso). Depois o puerpério (eu tinha quase nojo de ver o pênis do meu marido), depois noites de privação de sono e um cansaço sem fim...
Quase 2 anos depois que meu filho nasceu, comecei a voltar a pensar em sexo e... pimba!! Engravidei de novo!! E agora to passando por tudo novamente...

Eu não tenho problema nenhum em falar sobre isso com meu marido. Ele sofre um pouco, sente falta, mas casamento é isso aí: na alegria e na tristeza (nossa vida sexual anda uma tristeza sem fim)... enquanto eu to sentindo os efeitos nada agradáveis de ter um bebê dentro do meu útero, ele que se resolva no banheiro sozinho...
Mas tenho algumas amigas com filhos pequenos que morrem de vergonha de não sentirem mais vontade de transar, e não tem nem coragem de falar sobre isso com seus parceiros... Transam por obrigação, quando tudo o que queriam estar fazendo era aproveitar o pouco tempo livre pra descansar... Triste... :(

Uma boa descrição pra minha situação atual é: Não sinto falta de transar, mas sinto falta de sentir vontade de transar... Espero que daqui a uns anos meu apetite sexual volte com tudo, e espero que dure muitos e muitos anos e eu compense esse tempo perdido. Ao que depender de mim, quero ser uma velhinha bem transuda!!

Unknown disse...

Ou namorada ^^