segunda-feira, 12 de junho de 2017

RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE TARDIO E A TAMBÉM TARDIA DISCUSSÃO SOBRE O PROBLEMA

Faz pouco tempo falamos de homens que reclamam por ter de pagar pensão para os filhos. Desta vez trataremos de um problema parecido: pais que não reconhecem seus filhos.
O ótimo texto é de A.S. que, apesar de conhecer muito bem o assunto, prefere não se identificar para preservar o sigilo de sua mãe, de quem também fala. 
A.S. indica a leitura da tese de doutorado “Os sentidos da paternidade: dos ‘pais desconhecidos’ ao exame de DNA” (2012), da antropóloga Sabrina Finamori, disponível aqui

O reconhecimento de paternidade tardio, isto é, a inclusão do “nome do pai” na certidão de nascimento de uma pessoa geralmente jovem ou já adulta, é um problema social ainda pouco conhecido e discutido. Dados do Censo Escolar de 2011 apontavam 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai no registro. Em comum entre elas, a certeza de um processo desgastante ao tentar reverter esse quadro.  
Do que se sabe popularmente sobre o tema, destacam-se os danos materiais mais evidentes. A mídia dá conta de expor, em certa medida, casos de punições decorrentes do descumprimento da pensão alimentícia. Também o exame de DNA tornou-se minimamente conhecido por meio da televisão (dispenso comentários sobre o teor de alguns programas que exploram o assunto). 
No entanto, com base nas minhas vivências, posso dizer que restam ainda muitos aspectos que não chegam ao conhecimento de todos. E é por isso que me interessa discutir aqui aquilo que não costuma aparecer nos jornais. Situarei estas reflexões no limiar entre o campo jurídico e o campo afetivo, pois considero muito difícil estabelecer uma separação rigorosa entre eles. O reconhecimento de paternidade tardio diz respeito ao universo legal, é verdade, mas diz muito sobre o que é humano também. 
No plano subjetivo, há em torno da ausência do nome do pai algo que costumo chamar de “burocratização da afirmação identitária”. O nome é feio, mas não é difícil de entender. Misturam-se nesse contexto sentimentos de abandono e de falta de referências (pense bem, muitas pessoas só descobrem os nomes dos avós paternos quando conseguem o reconhecimento por escrito!). Trata-se, muitas vezes, de uma barreira identitária, pois dessa lacuna instaura-se um muro em relação às origens, à história e às memórias dos sujeitos. A pergunta “de onde eu vim?” é constitutiva das crianças e dos adolescentes, sendo que a falta de respostas pode ser pouco ou muito traumática, a depender de cada caso, de cada contexto. Em síntese, vemos questões burocráticas impedindo, com frequência, a afirmação e a descoberta de um “eu”. 
Não à toa, no discurso institucionalizado o reconhecimento de paternidade é tido como “um direito à personalidade jurídica”, expressão presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ou seja, estamos falando do próprio exercício da cidadania. É só pensar: quantas vezes na vida não nos deparamos com a pergunta “nome do pai?”. É claro que os novos arranjos familiares devem (espero!) provocar mudanças de modo a tornar mais maleáveis esses procedimentos burocráticos (hoje também precisamos que os formulários tenham algo como “nome das mães?”). 
Mas focando no recorte desta discussão, é fácil perceber que para se afirmar cidadão é necessário passar pelo obscuro e supracitado “de onde eu vim?”. No campo dos afetos, é relativamente fácil imaginar a quantidade de constrangimentos e conflitos: na escola, no emprego, nos formulários cotidianos, nos primeiros documentos, somos aqueles que não sabem ou não podem (ao menos oficialmente) responder a uma pergunta que diz respeito à nossa própria história. Por outro lado, no que concerne a essa tal “personalidade jurídica”, a busca pelo reconhecimento não só dói, como tarda e falha. 
Num primeiro momento, a pessoa que anseia pelo nome do pai enfrenta o desgaste causado pela luta para provar o que já se sabe, da luta contra a resistência do lado paterno. Se o pai apresenta um atestado médico para justificar sua ausência no exame de DNA, é comum que este seja remarcado. Em São Paulo, por exemplo, os exames costumam ser agendados na capital. Aos que moram no interior, resta gastar do próprio bolso (o dinheiro que não têm) para se deslocar até a clínica estipulada pelo juiz. Três vezes. Há mulheres que chegam a viajar cerca de três vezes apenas para assinar o papel que confirma suas presenças e que atesta os sucessivos não comparecimentos dos pais.
Além disso, cada falta à escola ou ao trabalho para fazer o exame de DNA na data e no local definidos pelo juiz demanda que tanto mãe quanto filho apresente a terceiros um atestado de compromissos que deveriam permanecer no âmbito privado. Burocratizam-se as intimidades. Papéis valendo mais que pessoas. Novamente, a identidade não é afirmada, ela é burocratizada. É muito “jurídica” pra pouca “personalidade”.
Infelizmente, engana-se quem pensa que o reconhecimento coloca fim a esse processo. Pouca gente sabe, mas ele cansa não só pelo que o precede, mas pelo que vem depois dele. Explico melhor:
Com o resultado positivo em mãos, a certidão de nascimento sofre uma mudança pouca prevista pelos órgãos públicos do país (ressalto: falo com base em experiências, não no que dizem os documentos legais). 
Desse modo, assumir o nome do pai na adolescência/ depois de adulto (mais ou menos a partir dos 16 anos) é assumir alguns empecilhos burocráticos. Ainda não é consenso entre os cartórios o registro da averbação na certidão, isto é, embora a inclusão do nome do pai seja autoevidente, não dando margem a uma confusão acerca da origem dessa modificação (por exemplo, é notório que não se trata da soma de sobrenome de um cônjuge), as exigências de especificações podem variar de acordo com a situação. 
Das minhas experiências, posso citar como exemplo a dificuldade em renovar o passaporte (mesmo com todos os documentos em mãos, incluindo a certidão atualizada), ou ainda a necessidade de anexar cartas explicativas em diferentes requerimentos. Não é recorrente, mas continua a ser desgastante. No lugar do “nome do pai?” a pergunta a ser temida em trâmites legais é “mas por que, agora, o nome do pai?”. 
A gente explica, mostra a nova certidão, mas sempre acaba contando com a sorte de ter caído com um atendente que vai "quebrar um galho", ou de o órgão em questão não dar tanta importância a detalhes. Em suma, antes e depois do reconhecimento, o direito à personalidade e à identidade não é assegurado.
É importante esclarecer, aos leitores que ainda não perceberam, que este texto não se apoia em fundamentos jurídicos estritos, pois se me sobra experiência, me falta conhecimento técnico. Por isso mesmo, me sinto à vontade para inseri-lo agora em seu devido lugar: o machismo. 
Chegamos assim, como era de se esperar, em uma de suas grandes vítimas: a dita “mãe solteira”.  Uso essa expressão para me referir às mulheres que sofrem as consequências da negligência dos pais de seus filhos. Não faço, portanto, nenhuma menção à relação homem - mulher, mas me volto às relações que homens e mulheres estabelecem com seus respectivos filhos. 
É nesse sentido que defendo a mãe solteira como um fruto do machismo: não estamos falando aqui de mulheres que optaram por gerar e criar sozinhas seus filhos, mas de mulheres que se veem obrigadas a assumir para si todas as responsabilidades dessa criação, haja vista a falta de caráter do lado paterno. 
É fruto do machismo porque essa condição pouco comove a sociedade, que ainda vê na mulher a figura “naturalmente”, “instintivamente”, propensa a dar conta e a se dedicar exclusivamente aos filhos.
Apoiados nessa visão que lhes é favorável, os homens viram as costas como quem diz “toma que o filho é seu!... só seu”. De brinde, a cereja da misoginia que, de quebra, fornece o rótulo de “vagabunda” às mães que acabam sozinhas nessa empreitada. No plano de fundo, os documentos de crianças, de jovens e de adultos continuam parcialmente em branco. 
Socialmente, romper com este preconceito dirigido às mães solteiras já seria um enorme avanço. Porém, pensando especificamente nas nuances dos processos de reconhecimento de paternidade, vejo um “algo a mais” a ser feito pela sociedade, a começar por não ignorar a existência do problema. Para ilustrar melhor esse ponto, encerro o texto compartilhando um pouco da minha história.
Eu tenho muitas recordações de mulheres que cruzaram o caminho da minha mãe e que insistiram para que ela entrasse com um processo contra o meu pai o quanto antes. Eu sempre odiava essas situações! Era a secretária do posto de saúde que, ao preencher nosso cadastro, sempre dizia “você sabe quem é o pai? pois tem que botar esse homem no pau! como assim você aqui sozinha cuidando da menina doente?”... Eram as patroas que minha mãe teve enquanto trabalhou de empregada doméstica: “ah, temos que ver isso! essa menina tem pai, cadê ele? vai buscar seus direitos!”... 
Foi também a freira que me deu bolsa de estudos no ensino médio: “mas a senhora precisa contar com o pai também...”. Sim, eu confesso, eu ODIAVA a pergunta “nome do pai?” e odiava ainda mais os questionamentos subsequentes. Hoje, porém, se eu pudesse, eu agradeceria a cada uma dessas mulheres. O assunto me doía, mas hoje tenho discernimento para perceber o serviço social que elas estavam prestando. Não julgavam a minha mãe, não buscavam nos humilhar. O tom era sempre de “busque seus direitos”. Na visão delas, a negligência do meu pai não era um problema nosso, mas um problema social.
Pois bem, de tanto insistirem, minha mãe criou coragem e quando eu tinha mais ou menos 16 anos, ela abriu o processo. Aos 22, depois de muitas idas e vindas, eu pude me dirigir ao cartório com a carta do juiz em mãos. Atualmente, me pego pensando se nós não poderíamos (ou deveríamos!), sempre que possível e com muita delicadeza, agir igual às mulheres que cruzaram o caminho da minha mãe. Ao cair em nossas mãos ou ao passar pelos nossos olhos ou ouvidos essa lacuna (social e afetiva) que é o maldito “nome do pai”, será que não poderíamos também aqui “meter a colher”? 
Assumir o sobrenome do pai antes dos 16 anos pode livrar a pessoa de muita dor de cabeça, pois nessa altura ainda não temos muitos documentos e registros em nosso nome. Minha mãe, apesar de forte, era aquela mulher pobre que teve filho com o cara rico e casado. Um incentivo ou um esclarecimento pode fazer a diferença nesses casos! A gente pode informar, por exemplo, que ao abrir o processo, a mãe passa a ter direito a um advogado público. 
Ou então alertar quanto à necessidade de uma averbação detalhada no ato do novo registro, coisas assim... É preciso inserir o reconhecimento de paternidade tardio na pauta e nos posicionamentos feministas, pois enquanto houver pai negligente (para não dizer outra coisa), o feminismo continuará justificando sua existência.
Eu não me lembro o que essas mulheres falavam em termos práticos pra minha mãe, mas com certeza sou grata por cada palavra. Assim, inspirada por elas, eu espero que este texto tenha sido minimamente instrutivo, mas desejo também que ele tenha aguçado um pouco da nossa sensibilidade. 

61 comentários:

Anônimo disse...

Pai e do social mesmo.biologicamente só e a mãe.
Pai é quem cria.

Anônimo disse...

homens são incompetentes em tudo, nem pra serem pais servem

Anônimo disse...

A verdade é que bons pais são pontos fora da curva, a maioria são ausentes ou autoritários abusivos.
Em uma sociedade utópica ideal a figura paterna e a responsabilização coletiva, onde todos ajudam financeiramente as mães que é a figura importante biologica para a criança. A paternidade e predatória e a base do patriarcado e deveria ser abolida como a conhecemos, a tal "figura paterna" e a base de toda castração social de meninas e de todo mau exemplo para meninos com a perpetuação da masculinidade tóxica como referência.
Mas isto ainda depende de muita desconstrução, a gente chega lá.

Anônimo disse...

Homem. A maior máquina de destruição em massa da história do mundo.
A misoginia tem base na inveja, inveja da capacidade das mulheres de gerar vida enquanto eles são brutos e grotescos é só podem destruir.

Anônimo disse...

Um dos maiores problemas da justiça e que quando se faz o direito financeiro da mulher e da criança quer dar "direitos" ao tal pai sobre uma criança que ele sempre desprezou. O certo era estipular a pensão e proibir homens de terem acesso permanente a mãe e filho.

Anônimo disse...

12:02, lembrando que a figura paterna não precisa ser um homem, pode ser uma mulher, uma tia, uma avó, etc.

Anônimo disse...

Lola, então vc admite que o pai ausente provoca danos psicologicos e afetivos nas pessoas

Anônimo disse...

13:46 - pelo contrário, um pai presente provoca danos psicológicos e afetivos nas pessoas

Anônimo disse...

13:17, não é a mulher que tem inveja do pênis, é o homem que tem inveja do útero, basta ver que eles vivem tentando ter o controle sobre nossos corpos.

Anônimo disse...

Eu acredito que a maior arma do feminismo para vencer o machismo e o patriarcado e isolar as crianças das más influencias d a paternidade e masculinidade toxicas.
Duas gerações completas longe da influencia masculina e veremos um mundo muito melhor, mais seguro principalmente para mulheres e meninos se tornando adultos muito mais humanos e evoluídos.

Anônimo disse...

13:58 disse tudo.

Anônimo disse...

Achei aquela foto em que uma mão negra "toca piano",um tanto quanto racista.

Marcela disse...

Sinceramente, acho esta uma questão muito polêmica. Em primeiro lugar, queria deixar claro que me solidarizo completamente com o sofrimento pessoal da autora do texto, não pretendo fazer uma crítica a ela. Também não sou troll nem mascu, sou mulher, e gostaria de expor respeitosamente a minha opinião.

Para mim às vezes parece que a questão da paternidade é um pouco “dois pesos e duas medidas” em algumas discussões no feminismo. Do mesmo jeito que lutamos pela legalização do aborto, já que concordamos que a maternidade não deve, em hipótese alguma, ser uma imposição à mulher, por que seria diferente com o pai?

É óbvio que, em um mundo ideal, o certo seria, se uma pessoa não deseja filhos, se prevenir, mas sabemos que na prática isso não acontece, então nem entrarei nessa discussão. Só gostaria de entender, de verdade, mesmo, por que um homem que não desejou essa paternidade seria obrigado a arcar com ela. Não adianta bradar que “não queria ser pai, usasse camisinha ou guardasse o membro dentro das calças”, pois aí caímos no mesmo argumento reaça contra a legalização do aborto do “não queria engravidar, tomasse pílula ou fechasse as pernas”, já que o mesmo valeria para a mulher que não se previne e engravida. A ignorância ou falha dos métodos contraceptivos também pode valer pros dois lados.
A meu ver, o correto em um caso de gravidez indesejada, seria o “casal” sentar para conversar e, em conjunto, decidir se prosseguem ou não com ela. Claro que o ideal seria haver um consenso e, no caso da negativa por parte do homem e o desejo da mulher em prosseguir com ela, que, por ser um processo que se dá dentro do seu corpo e que lhe inflige incontáveis ônus, ela teria o total direito de ter o filho. No entanto, não considero justo que, por uma decisão somente sua, o homem tenha que arcar com o peso emocional e financeiro de uma escolha que não foi dele.

Obviamente que, de novo, em uma situação ideal, o aborto legal e seguro para todas tornaria o processo muito mais fácil, mas não adianta tapar o sol com a peneira e negar que, quando a mulher de fato rejeita e não deseja a gravidez, encontra milhares de maneiras de interrompê-la, seja rica ou pobre, correndo até mesmo o risco de sacrificar a própria vida, como nos milhares de casos que acompanhamos por aí. É justo? Não, mas é o que acontece.
Dessa forma, parto do pressuposto que, na imensa maioria dos casos, a mulher segue com sua gravidez por uma escolha sua, então, também, que arque com os ônus e bônus, afetivos e materiais.

Com relação ao direito da criança de ter um pai, como bem disse outro comentarista, “ a figura paterna não precisa ser um homem, pode ser uma mulher, uma tia, uma avó, etc.” Se a figura do pai, enquanto genitor, é tão indispensável assim, então, o que dizer das crianças criadas por casais de lésbicas ou por “produção independente”, quando uma mulher sozinha decide procurar por clínicas de fertilização com doadores anônimos para ter um filho? Esses casos devem ser proibidos? Ou o pai biológico deve ser requisitado então para fazer valer seus direitos e deveres?

Enfim, novamente, não quero desmerecer o sofrimento e nem atacar ninguém, são apenas questionamentos que gostaria que fossem levados em consideração. Em última instância, sinto muito pelo sofrimento de milhões de crianças mundo afora que sofrem pela IRRESPONSABILIDADE de seus genitores (pai e mãe) em colocá-las no mundo sem qualquer planejamento ou estrutura.

Anônimo disse...

Falando da minha experiência de filha "com pai na certidão" eu adoraria ver mulheres mais conscientes antes de sairem fazendo seres humanos com machos que não prestam, nunca prestaram e nunca prestarão. Mas diferente do que se diz, não são os opostos que se atraem mas sim os semelhantes, nos relacionamentos humanos. Então se você arruma um pai lixo pro seu filho, provavelmente você é um lixo também. Tive que ficar adulta pra entender que minha mãe nunca foi vítima de porra nenhuma e sim comparsa.

Anônimo disse...

Nossa, quanto troll.

Anônimo disse...

15:31


A resposta é simples, hipocrisia. Vão vir com o chorume de q homens já abandonam os filhos, como se isso apagasse a hipocrisia. Como se o homem tivesse o direito de fazer isso legalmente. N tem.
Mulheres tb abandonam filhos, além de abortarem.
Elas querem ter o direito de abortar legalmente, direito total de escolha. Mas homens n podem ter o mesmo.
E a desculpa q sempre dão, é q enquanto está na barriga, o filho é só dela e quando nasce é dos dois. Conveniente.

Anônimo disse...

Manas, sério...
#AtéQuando permaneceremos khaladas diante dessa sociedade heteRRonormativa que nos impede de nos desenvolvermos como mulheres? Temos que nos afastar de TODOS os homens , sejam pais, filhos, irmãos, qualquer macho enfim... Vamos conviver só entre nós só assim esses seres vão entender o quanto precisam de nós manas. Não precisamos de pirocos pra nada... nem pra reprodução... Revolução manas.... uma sociedade só de mulheres é o único caminho, esse é o futuro.

Anônimo disse...

"enquanto está na barriga, o filho é só dela"

EXATO, é isso mesmo

Anônimo disse...

Eu, que tive um pai presente a vida toda, que olhava meu caderno quando eu chegava da escola, que fiscalizava se eu escovei o dente direito antes de dormir, que me fala até hoje para levar uma blusa e não ficar no sereno, que sempre pude recorrer antes de ter meu próprio salário, um verdadeiro pai e amigo, que fez inúmeros sacrifícios junto com minha mãe para nos dar educação de qualidade, imagino o quão difícil deva ser crescer sem essa figura.

Infelizmente, amor não se determina numa sentença, mas as obrigações financeiras sim. Por isso sempre que me deparo com um caso desses faço questão de falar e orientar. Já cheguei a levar a filha da senhora que hoje trabalha na minha casa como doméstica à defensoria para colocar o pai do filho dela na justiça.

As vezes a gente acha que uma pensão de 130 reais seria melhor não receber, pois assim vc evita que a pessoa tente se meter na criação do filho, mas 130 reais faz uma diferença brutal em algumas famílias, como a da mulher que trabalha na minha casa, tem uma filha e uma neta bebê e apenas o salário dela como renda, e ainda paga aluguel e toma remédio controlado.

Alícia

Anônimo disse...

Marcela,

A sua colocação é pertinente, mas acredito que você parte de premissas equivocadas e sua conclusão é, portanto, equivocada.
O feminismo, ao defender a legalização do aborto, o faz sob a premissa de direito à escolha da mulher sobre o próprio corpo. O sujeito de direito, neste caso, é a mulher, não o feto (eis que, a despeito do estatuto do nascituro, feto ainda não detém direitos de personalidade).
Quando se postula pelo reconhecimento da paternidade, a parte tutelada não é a mulher, mas a criança: sendo a paternidade um direito fundamental de cada pessoa, o seu reconhecimento, como bem pontua a autora do post, é um direito de personalidade detido por ela, já sujeito de direitos a partir do seu nascimento.
Não discordo de ti que, com as devidas ressalvas - em relação à desigualdade de escolhas entre homens e mulheres em relação à contracepção, em que é comum que o homem (amparado por essa lógica de que a gravidez é um ônus menos seu do que da mulher), pressione a mulher para não usar camisinha e esta ceda (como fruto de uma socialização submissa) - uma gravidez não planejada é fruto de irresponsabilidade de ambas as partes (se ambas possuem igualmente informações e condições, e sopesado o grau de culpa de acordo com as desigualdades inerentes às relações heterossexuais); Entretanto, o reconhecimento da paternidade não se trata de demanda que contraria o direito de escolha do homem sobre a concepção e gestação, se contrapondo ao direito da mulher em optar por realizar um aborto, mas a um direito de um ser humano já gestado que tem direito à sua identidade, o que perpassa por conhecer seu pai, e também a ser provido com o que a constituição delega como de responsabilidade da família - saúde, educação, moradia, afeto.
Tanto é assim que, mesmo quando a criança não é criada pela mãe, mas pelos avós maternos ou outros parentes, o reconhecimento da paternidade continua se fazendo necessário - pois é um direito da criança, não da mãe.
Quanto à falta de escolha do homem sobre ser pai ou não, tá aí mais um motivo para que esses encampem a luta pelo direito ao aborto juntamente com as mulheres! Para que a questão possa ser realmente decidida a partir de um diálogo franco e equilibrado entre as duas partes e estas tenham efetivamente à disposição soluções diferentes (aborto ou prosseguimento da gestação), é necessário que os direitos das mulheres sejam concretizados, que a igualdade seja alcançada e o direito ao aborto seja uma realidade. Enquanto isso, concluir que é injusto o homem arcar com uma decisão que foi de escolha da mulher é rasa e superficial, porque que escolha real tem a mulher quando o aborto é proibido e esse grande tabu?
Nesse contexto, injusto é que a criança, e também a mulher, tenham vidas desprovidas de recursos (materiais, afetivos) enquanto o pai renega sua responsabilidade...

Mariana.

Anônimo disse...

Acho que compreendo a autora.
Meu pai ñ é filho do marido de minha avó, que o registrou - sim, ele sabia q meu pai ñ era filho dele e aceitou essa situação pq era um bêbado vagabundo q ñ colocava um tostão na casa pra alimentar os então 3 filhos - meu pai era o 4o. - e minha avó tinha que trabalhar em dois empregos fixos e fazer bicos de costureira, confeiteira e até enfermeira).
Ele é fruto do comportamento abusivo do patrão da minha avó.
Engraçado é q nenhum d@s filh@s do meu pai gostavam do sobrenome do meu avô legal, as mulheres sempre diziam q iam tirar qnd casassem,
Ñ vou contar a história td, mas resumindo, tanto meu avô legal foi sacana com minha avó, qnt meu avô biológico.
E tanto ao meu pai quanto aos seus filhos foi negada parte de sua história (e herança e possibilidades de futuro distintas).
Foi nos negado o conviver, conhecer, saber de onde se vem e até, pq ñ, qual o histórico de doenças da família, junto com toda uma árvore genealógica.
Saber de onde se vem ajuda a escolher para onde se vai. Ñ é essa uma das importâncias da identidade, da História em geral?
É uma questão mt mais profunda que ter o nome em um documento e o q isso acarreta.

Anônimo disse...

(Viviane)
Eu gostaria de comentar sem dar muitos detalhes da minha vida pessoal, mas acho que é inevitável. Lá vai:
Também passei por um processo parecido em relação ao registro da minha filha. Felizmente, no caso dela, notifiquei o pai através do próprio cartório de registro e ele não se opôs. Assim, a certidão dela foi refeita aos três meses de vida.
Sobre as opiniões das pessoas em relação à busca de outros direitos além do registro, eu já não sou tão "de boa" quanto a autora. Além de considerar uma invasão de privacidade, isso me soa como: "como assim você não pediu pensão, sua arrogante? Quem você pensa que é para sustentar uma criança sem depender de macho?" Sim, mulher quando pede pensão é julgada e quando não pede, também!
Claro, isso é a minha situação, com curso superior e um cargo público. Sei que a maioria pede por necessidade mesmo.
E antes que questionem sobre o direito da criança (o que é certo), vale lembrar que os pais podem entrar com ação de oferecimento de alimentos... mas são raros os que o fazem.

Anônimo disse...

Olá, Mariana! Primeiramente, obrigada pela sua atenção e educação ao me responder. Entendi o seu raciocínio e as suas colocações estou de acordo em grande parte.

Por experiência própria, garanto que a imposição da paternidade a um homem que não a desejou deixa sequelas bastante fortes nele próprio também. Isto mexe com toda uma estrutura de vida, emocional, financeira e social, é desumano, assim como obrigar uma mulher a carregar uma gravidez que não quer. Absolutamente ninguém deveria ser obrigado(a) a se ver com um filho nos braços que não desejou e sequer teve voz na decisão de trazer essa criança ao mundo. Daí, como obrigar um sujeito que, de repente, se vê nessa situação, a "dar afeto" ao filho? Afeto não se força, não se paga, se desenvolve a partir de um desejo. É complicado.

Por isso, concordo principalmente quando diz que os homens deveriam lutar conosco pelo direito ao aborto seguro, embora eu ainda acredite que o fato deste não ser legalizado não impede que uma mulher que realmente deseje fazê-lo o faça (vide as estatísticas que temos sobre o imenso número de abortos no Brasil), ainda que em condições muitas vezes lamentáveis, infelizmente.

Além disso, acredito que a questão do "direito" da criança de ter um pai acaba esbarrando em outros, como os que citei anteriormente, por exemplo, de casais de lésbicas que têm filhos por meio de doadores ou produções independentes feitas em clínicas de fertilização. (O mesmo para homossexuais do sexo masculino, cuja doadora é a mulher). O direito dessas pessoas a terem filhos não esbarraria, então, no desses filhos de terem um "pai"(ou mãe)? Tanto que alguns países, como a Suécia, se não me engano, já vem obrigando clínicas a revelarem a identidade de doadores anônimos a crianças concebidas por este meio que requereram o direito na justiça de saberem quem são seus pais biológicos, o que está gerando uma discussão enorme.

Fica outro questionamento: em uma época em que tanto lutamos para que as diversas configurações familiares sejam legitimadas, não parece um certo "retrocesso" reforçar o modelo tradicional de família enquanto mãe, pai e filho? Ao dar tanta relevância para a figura do "pai" enquanto genitor para a construção da identidade do sujeito, como algo imprescindível para o seu pleno desenvolvimento, temo que estejamos dando material para reacionários que pregam que este seria o único modelo familiar saudável e possível.

Marcela.

Anônimo disse...

Sim é dessa forma. Sou a favor do aborto exatamente para que parem de ficarem falando " coitada da mãe solteira, precisa de um homem na vida". Se eu for algum dia mãe eu vou ser mãe solteira sim e mãe solteira FODA, com doutorado e filha exatamente como as mães solteiras dos países desenvolvidos.

Anônimo disse...

De qualquer forma o aborto precisa ser legalizado, para tanto o pai quanto a mãe, se continuar no modo em que está tanto o pai quanto a mãe precisam ser obrigados a cuidarem do filho.

Anônimo disse...

E em relação as mães solteiras com alta escolaridade que decidiram ir a uma clínica de inseminação artificial? Que se foda a paternidade, quem manda nessa porra é a mãe.

Anônimo disse...

18:58, mariana

concordo com o q vc quer dizer

eu não acho q a "figura paterna" (ou materna) seja relevante pra formação de uma criança, pra cuidar de alguém basta um outro alguém (homem ou mulher, tanto faz), uma pessoa é o suficiente pra cuidar de outra (criança, idoso, deficiente, etc.), não importa o sexo do responsável; e realmente, as feministas fazem como os câncervadores e valorizam uma figura masculina q por si só é dispensável, caso já haja uma presença feminina. E se só houvesse uma figura masculina, a feminina seria dispensável tb

no fundo, é tudo uma questão econômica, são mães q precisam dividir as tarefas e a conta com alguém, e ng melhor q o pai biológico da criança, né

Em tempo: câncervas supervalorizam a figura patética do "pai", então mais do q nunca eles deveriam ser os maiores apoiadores da adoção por casais gays, afinal, não seria apenas um "mega" pai, seriam dois

Anônimo disse...

mariana não, quis dizer: marcela, o comentário das 19:54 é pra vc

Anônimo disse...

"no fundo, é tudo uma questão econômica, são mães q precisam dividir as tarefas e a conta com alguém, e ng melhor q o pai biológico da criança, né"



Anônimo das 19:54 matou a charada.

Anônimo disse...

Dizer que apenas com a figura paterna uma criança poderá crescer é um retrocesso e a base do patriarcalismo. Não se esqueçam que na antiguidade a mãe era apenas um "vaso" que não doava características genéticas para os filhos, isto é, a mãe não valia nada e o pai valia tudo.

Anônimo disse...

20:32 - mimimi

não importa se vai ser apenas um homem ou apenas uma mulher a cuidar de uma criança, é o suficiente

Anônimo disse...

Sim é o suficiente, mas não se esqueçam do que ocorreu no passado, para que assim não possamos cometer o mesmo erro.

Anônimo disse...

Se não tivesse a parte legal e burocrática envolvida, acho que haveria menos drama. Tem tanto "pai" doador de esperma por ai que NÃO MERECE estar na certidão de nascimento dos filhos... é um favor que se faz, um livramento na vida da pessoa.

Muita gente vai iludida atrás dessa coisa de pai e muita mulher se sente culpada de, alguma forma, estar negando o convívio e o laço. Só que antes de haver um pai havia um cara, que era um bosta, se não fosse bosta não teria largado a mãe do filho dele à míngua. Não é porque virou pai que deixou de ser bosta. Tem coisa que é melhor simplesmente não mexer, pro bem de todo mundo.

Anônimo disse...

Quando um "homem" foge da obrigação essencial com seus filhos, o melhor a ser feito é fugir dele também.

titia disse...

Eu pessoalmente teria sido mais feliz se meu pai tivesse desaparecido, ou se ele se restringisse a pagar pensão sem nunca me ver. Por outro lado se o sujeito fez uma criança porque não quis se prevenir, tem que assumir alguma responsabilidade nem que seja só financeira. Creio que o melhor meio de saber se vale à pena ter o pai próximo é ver como ele trata a mãe da criança - meu pai era um marido merda, e foi um pai merda a maior parte da vida também. Machistas escrotos veem mulheres e crianças do mesmo jeito, como coisa, como posse, não como seres humanos, então o jeito que ele trata a mulher vai dizer como ele tratará a criança. Mas sim, se o homem fez filho por não querer se prevenir tem que assumir. Não querem pagar pensão, mantenham os pintos sujos dentro das cuecas, usem camisinha ou enfiem em outro macho. Na hora de revirar os olhinhos esses bostas gostaram, agora querem abandonar o filho passando fome?


06:59 tá, tá, pega aqui a sua mamadeira e vai brincar no cercadinho, vai.

Anônimo disse...

Não querem arcar com as consequências das péssimas escolhas que fazem, simples assim.

titia disse...

09:13 se você falou comigo, obrigada por demonstrar que você é um merda. E não qualquer tipo de merda, mas uma fossa de 200 litros cheia de bosta emocionalmente retardada que ainda não cresceu o suficiente pra usar camisinha ou, se não quis usar, assumir as consequências da sua falta de responsabilidade.

Por favor, exclua as mulheres da sua vida. Enfie seu pau cheio de DSTs em outro macho bosta como você, em uma boneca inflável ou mantenha-o dentro da sua cueca freada. Exclua-nos da sua canalhice, nós ficaremos muito felizes.

Anônimo disse...

Obrigado por mais uma amostra de sua hipocrisia titia e do resto das feministas , o homem transa sem camisinha e tem q assumir o filho, a mulher transa sem camisinha e deve ter o direito de abortar e segue o chorume mimimi patriarcado, querem punir por fazer sexo mimimi...

Provavelmente vai dizer q mulher transa sem camisinha induzida pelo macho opressor, pq assumir q mulher faz merda como todo mundo é impossível.

Anônimo disse...

Quando eu engravidei o meu ex queria que eu abortasse. Eu sabia que como mulher pobre e negra, se algo desse errado eu seria abandonada pelos médicos para morrer de hemorragia e se sobrevivesse seria presa. Dai disse pra ele que faria o aborto desde de que ele negociasse tudo e eu ficasse na casa dele ate ficar bem. Ele desistiu na hora

Anônimo disse...

Marcela,

Entendo muito o que você quer dizer - e obrigada também pelo debate respeitoso!
Mas quando você cita exemplos de casais homoafetivos ou de gestações independentes, há uma diferença entre esses casos e a gravidez não planejada entre um casal hetero: a voluntariedade. Tanto para fins afetivos, quanto econômicos, um casal homo/lesbo/uma mãe que faz uma produção independente efetivamente planeja a gravidez/adoção e com isso, tende a ter um planejamento financeiro, de tempo, de afeto, muito maior... Quando debatemos a necessidade do reconhecimento paterno, é para suprir essas necessidades especialmente, e isso não precisa ser suprido necessariamente com o pai (tanto que às vezes é a vó, o vô, do lado paterno que cumpre essa função), a questão é que a criança tenha ao seu redor pessoas integralmente comprometidas com o seu desenvolvimento,o que não exclui essas novas concepções de famílias também, justamente por isso.
Entendo que pode parecer um retrocesso pautar o "fortalecimento da família tradicional", mas acho que para defendermos o respeito e igualdade às famílias monoparentais, homo/lesbo, poliafetivas, temos que considerar a realidade com a qual já vivemos - a heteronormatividade e a predominância de gravidezes fruto dessas relações, nas quais apenas a mulher é responsabilizada - e pautar a igualdade e o respeito, a corresponsabilidade, também nessas relações. Uma coisa não precisa excluir a outra...

Abraços,

Mariana

Anônimo disse...

10:48 - hipocrisia nada, a mulheres abortam se quiserem ou não, sempre foi assim e sempre será, a escolha do nascimento é só da mulher, ponto final

Anônimo disse...

Se o aborto nem foi legalizado como seria hipocrisia? Na minha opinião tanto o aborto precisaria ser legalizado quanto a decisão do homem de não ser pai, mas teria que ser estipulado uma data de decisão pois se uma mulher decidir não abortar e o pai depois mudar a decisão para não criar o filho seria complicado para algumas.

Anônimo disse...

" Mas sim, se o homem fez filho por não querer se prevenir tem que assumir. Não querem pagar pensão, mantenham os pintos sujos dentro das cuecas, usem camisinha ou enfiem em outro macho. Na hora de revirar os olhinhos esses bostas gostaram, agora querem abandonar o filho passando fome?"


Mas sim, se uma mulher fez filho por não querer se prevenir tem que assumir. Não querem criar, mantenham as bucetas imundas dentro das calcinhas, usem camisinha ou transem com lésbicas. Na hora de revirar os olhinhos essas bostas gostaram, agora querem abortar o filho?


Lição do dia: como não debater a legalização do aborto

Anônimo disse...

14:50

É hipocrisia pq defende o direito de n ter filho somente para a mulher, bem óbvio.

O anon de 15:58 deixou mais óbvio ainda.

titia disse...

Ui, 15:58, doeu o eguinho e as bolinhas? Que bom! ADORO ver macho canalha se retorcendo quando prova uma amostrinha do veneno que cospem nas mulheres. Agora, porque você não se junta com o pirralho chiliquento das 10:48 e chupam um ao outro? Não vão mais precisar das mulheres, e nós ficaremos muito felizes. Prometo que não precisam nos convidar pro casamento.

Anônimo disse...

16:42 - ô sua besta, não é hipocrisia, pq como já disseram aqui: "as mulheres abortam se quiserem ou não, sempre foi assim e sempre será, a escolha do nascimento é só da mulher, ponto final"

Anônimo disse...

Um tema tão sério, importante e sensível virou um festival de baixarias e trollagens neste blog.

titia disse...

20:12 culpe os mascus. A culpa é sempre deles.

Anônimo disse...

Ou a mulher tem filho, o aborto é proibido e o pai precisa pagar pensão, ou a mulher não tem filho, o aborto é legalizado e assim o pai não paga pensão. Um ou outro, se são contra o aborto aceitem seu dever de pagamento.

Anônimo disse...

Eu sempre pensei da seguinte forma:

Progenitor é aquele que dá parte do seu DNA para a composição do ser humano, sem cuidar do mesmo.
Tutor é aquele que cuida do ser humano que não é de seu DNA.
Pai é apenas quem é progenitor e tutor ao mesmo tempo.

Não entra muito na discussão, eu sei. É mais puxado para uma questão de nomenclatura mesmo. A rigor, não acho correta a frase "pai é quem cria".

Anônimo disse...

09:49, só vc, um cabeça de ameba, pensa assim, e mais ninguém no universo

Anônimo disse...

Lição do dia: como não debater a legalização do aborto

13 de junho de 2017 15:58


Basicamente tudo o que se falou aqui dá pra fazer a inversão de gênero e causar horror às pessoas, porque é exatamente isso, uma (falta de) técnica pobre para debater. Sou super a favor da legalização do aborto mas quando começa o papo de amontoado de células, fechar perna, botar pinto na calça, aí a gente sabe que a pessoa tá cagando qualquer coisa pela boca pra fingir que tem opinião.


Gente histriônica é muito bom em teatro. Na vida real e em um debate maduro, só atrapalha.

Anônimo disse...

Então mas acontece que o aborto ainda não é legalizado. Acho muito injusto dizer que se a mulher quisesse mesmo abortar correria até risco de vida. Falar é fácil. E como vc mesma disse, cadê os homens lutando pelo aborto seguro e legal? Eles só querem saber de abandonar e pronto, sinceramente, não tenho dó. Eu engravidei sem planejar, mas já era praticamente casada. Mesmo assim pensei em abortar, mas o pai me deu a maior lição de moral. Não achei justo decidir sozinha e nao tive coragem de correr risco de morrer ou até de causar uma má formação no bebê por um aborto mal sucedido. Enfim, hj amo meu filho e dou minha vida por ele, mas acabei me separando e o pai vê o filho uma vez por ano. É tão hipócrita que fica postando coisas contra o aborto no Facebook e fica dando uma de paizao pros outros. Depois que fui mãe passei a ter contato com muitas outras mães e vc não imagina a quantidade de homem louco que chega a pedir filho pra mulher mas depois que a criança nasce e eles vêem o trabalho que dá, pulam fora sem a menor dor na consciência. Tem muita mulher inconsequente tbm?
Claro que tem. Mas a grande maioria acaba assumindo e faz o melhor que pode pelos filhos. Eu mesma por ter tido um filho sem planejar procuro fazer tudo melhor ainda pq sei que ele não merece pagar pelos meus erros, e já que o coloquei no mundo vai ser pra dar o melhor.

Anônimo disse...

Então mas se os homens se acham no direito de abandonar, que lutem pelo aborto tbm né. Aí não tem hipocrisia de nenhuma das partes, pq é muito fácil fazer discurso pro-vida e na hora do vamos ver a mulher que se vire. Ou se é mesmo contra o aborto que lute para que os genitores sejam responsáveis, incluindo o papai fujão. Vcs são os maiores hipócritas, enquanto só a mulher tá se ferrando tá tudo ótimo.

Anônimo disse...

" Minha mãe, apesar de forte, era aquela mulher pobre que teve filho com o cara rico e casado. "

filho(a) nenhum deveria se sujeitar a humilhações em vista do descontrole sexual de seus pais, é triste mas quem paga é a criança, por isso que é bom todo mundo pensar um pouco antes de se meter em loucas aventuras (a parte jurídica não é nem a pior, o pior mesmo é você, filho, que não teve merda nenhuma com isso, ser tratado feito lixo só porque tá procurando seus direitos em algo que você nem remotamente deu causa).

Anônimo disse...

Homem só gosta do filho enquanto gosta da mulher. Cansou da mulher, larga todo mundo, arruma outra, faz filho nela também e recomeça a vida.

Mas sempre tem as iludidas que acham que o cara vai mudar, que vai largar da esposa, acredita em promessas, aceita migalha de amante. Aí faz barriga, quebra a cara e sobra pro único inocente da história correr atrás do preju. O homem é responsável, a mãe é responsável. Ambos fizeram a merda. Mas é pro filho que sobra no final.

Dois errados nunca vão fazer um certo.

Anônimo disse...

09:49, só vc, um cabeça de ameba, pensa assim, e mais ninguém no universo

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Por que "cabeça de ameba"? Se não gostou só por eu pensar de forma diferente, lamento, mas você que é cabeça de ameba. Não tem nada de errado no que eu disse.

Anônimo disse...

15:00 - pq só um cabeça de ameba regurgitaria o q vc regurgitou naquele comentário, cabeça de ameba é vc mesmo, e sim, o q vc escreveu tá tudo errado, seu cabeça de ameba

Anônimo disse...

"pq só um cabeça de ameba regurgitaria o q vc regurgitou naquele comentário"
"sim, o q vc escreveu tá tudo errado"

Então o cabeça de ameba é porque você não gostou do que foi dito, e está errado porque sim.

L A C R O U, MIGA!

Anônimo disse...

08:27 - sim, sua ameba, vc tá errado

Anônimo disse...

Gracas a Deus eu nao tenho o nome daquele ser na minha certidao.