terça-feira, 10 de novembro de 2015

GUEST POST: A PROSTITUIÇÃO NO SUDESTE ASIÁTICO

Ao passar sete meses viajando no sudeste asiático, a jornalista Camila Ribeiro escreveu este texto sobre prostituição.

"A Índia precisa do feminismo porque
eu não devo pagar a ele para se casar
comigo", diz indiana
Enquanto no Brasil há campanha contra o assédio às mulheres nas ruas, a fim de inibir o secular fiufiu, gostosa, tesuda e daí pra baixo, na Ásia o movimento feminista é tímido, inaudível, e a relação entre os gêneros remete ao feudalismo.
A virgindade ainda é critério decisivo para um casamento. Beijar na boca em público: inaceitável. Até mesmo os filmes dão apenas a entender que haverá um beijo mais caliente, jamais mostrando o encontro dos lábios e línguas. 
Liberdade sexual feminina, então... um tabu. A mulher é definida pelo papel de esposa e dona de casa. Em muitos países é preciso pagar um dote para a família do noivo, transformando a mulher literalmente num commodity, algo a ser negociado.
Feministas indianas: "Não diga pra
nossa filha não sair. Diga ao seu
filho que se comporte"
Em minha viagem  à  Índia em 2009. tive a primeira vivência do que é uma sociedade onde a mulher é considerada raça inferior. Em todos os cantos pude reparar claramente ser uma terra de homens, onde as mulheres numa postura sempre cordial, para não dizer passiva e submissa, tinham papel pouco expressivo, e para piorar, não podiam mostrar seus corpos, sempre escondidos por trás de coloridos saris, enquanto eu, como turista, tampouco podia exibir alguns centímetros da minha carne.
Obrigada a usar lenços e roupas discretas, minha pele sofria de sudorese excessiva num calor apocalítico de 40 e poucos graus. Qualquer pedaço de ombro à mostra despertava olhares de lascívia, constrangedores e indiscretos, tolhendo completamente minha liberdade.
No sudeste asiático (Tailândia, Camboja e Vietnã), achei as coisas bem mais tranquilas. Na maioria dos lugares pude me vestir como bem entendia e os asiáticos me respeitaram. Não sofri assédio ou qualquer desconforto; pelo contrário, eles são bem discretos e mal te olham.
O que me chamou a atenção foi a quantidade de prostitutas trabalhando. Elas podem ser encontradas em qualquer lugar onde haja vida noturna. Uma asiática se divertindo num clube é inexistente, as que estão nas casas noturnas estão a trabalho, em busca de clientes.
Na Tailândia é sabido que o turismo sexual corre solto, sendo inclusive um grande atrativo para turistas dispostos a pagar por uma namorada temporária ou transa de uma noite. Como a economia do país é extremamente dependente do turismo, essa relação se faz altamente visível. Sempre há um gringo desfilando com uma local. Qualquer homem solteiro aproveitando a vida noturna, querendo ou não, se verá assediado por alguma profissional do sexo interessada em seus dólares. Elas puxam assunto, convidam para um drink, entre outras artimanhas para angariar clientes. 
A mulher asiática que se expressa sexualmente na Tailândia é aquela que faz isso por dinheiro. A prostituição é uma profissão corriqueira, facilmente encontrada, mas não necessariamente aceita.
O turismo exacerbado e um governo precário ajudam a incrementar esse quadro. O turismo sexual é muitas vezes o atalho para uma vida melhor e como boa parte da população vive do turismo, por que não transformá-lo em ferramenta de lucro?
No norte da Tailândia, onde há muita pobreza e fome, as famílias estimulam de alguma forma que a mulher se engendre na prostituição, só que de maneira velada, aceitando de bom grado o dinheiro enviado mensalmente sem perguntar a origem, ou fingindo que não sabe. O dinheiro enviado contribui para a compra de bens de consumo como eletrodomésticos e outros luxos, aumentando o status da família na vila onde vive. Há estudos que apontam que no norte da Tailândia um terço das famílias vive da prostituição das filhas.
Na vida cotidiana do Camboja mulher e homem têm papéis definidos e inflexíveis, o clube do bolinha e da luluzinha. Raras vezes esses dois sexos são vistos conversando ou se divertindo. Quando estão juntos geralmente são marido e mulher.
Em Siem Riep, onde ficam os templos de Ankgor, conheci um italiano cuja namorada era cambojana. Ela me contou que vinha de uma família paupérrima, que dependia quase inteiramente de seu dinheiro, inclusive para sustentar os irmãos mais novos, que não eram poucos. Me disse também que não podia contar ao bisavô que trabalhava em bar, pois ele ficaria triste. Por fim, contou que assim que chega em casa para visitar os parentes, a família já pede dinheiro.
O italiano fez o que muitos turistas fazem, arrumam uma namorada temporária, ajudam com dinheiro quando estão lá, às vezes enviam remessas mensais. Elas, por sua vez, trocam de namorados conforme suas necessidades financeiras e a generosidade e disponibilidade do pretendente.
Mas justiça seja feita, a grande clientela das prostitutas na Ásia não são os turistas, e sim os próprios asiáticos. A diferença é que o turista paga melhor, bem melhor.

Em breve publicarei a segunda parte do texto da Camila, em que ela descreve o tráfico de escravas do sexo.

346 comentários:

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donadio disse...

"deem um trabalho mais saudável p essas moças"

Os "trabalhos mais saudáveis" (catar lixo, plantar batatas, lavar louça, limpar o chão) pagam menos. E desde quando trabalho é alguma coisa que alguém "dá" pra o outro? Nos exploram até a alma, e vêm dizer que estão nos "dando" trabalho? Daqui a pouco vão querer cobrar pelo favor de nos dar empregos?

donadio disse...

"país não machista"

Fica onde, isso aí? Na Terra Média, dentro do armário de Nárnia, faz fronteira com Liliput ou com a Terra do Nunca? A gente vai pra lá como, viajando no pó de pirlimpimpim?

donadio disse...

"prefiro MIL vezes ser mulher na Alemanha do que na glorificada Cuba"

Você provavelmente prefere ser alemã na Alemanha. Mas nem todas as mulheres na Alemanha são alemãs, e ser, por exemplo, turca, não é nenhuma maravilha na Alemanha.

donadio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
B. disse...

Essa caixa de comentários tá uma verdadeira palhaçada...No começo até tinha gente comentando sobre o post, com diversas opiniões, vi comentários interessantes ali, foi só vir esse Alain que deu...começaram a bater palma pra maluco dançar, TODOS OS COMENTÁRIOS a partir de certo ponto focados em responder o cara...ridículo.

Tão ridículo quanto é esquerdinha como esse Donadio tentando me convencer que se prostituir é a mesma coisa que limpar chão...vai nessa. "Ai, mas prostituição paga mais". Então vai se prostituir se é tão bom! Cada uma...Só falta dizer "todo trabalho é exploração"!
E sim...prefiro ser mulher (alemã, turca, etc) na Alemanha do que no Oriente Médio. Por acaso tu sabe o que é ser mulher? Imagino que não.


Anônimo disse...

Dan vc falou tudo!!

Veio a louça metido à machão dono da verdade do tal Alain Soral e o imbecil inútil do Fábio Mingau só pra encher o saco e atrapalhar uma saudável discussão sobre o tema.

Eu particularmente não sou contra uma mulher adulta se prostituir por conta própria. O que acho ERRADO é a exploração, ter um cafetão e aliciador tomando dinheiro da mulher e a obrigando trabalhar mais tempo do que ela quer!
E claro totalmente CONTRA a prostituição infanto-juvenil! Porque é uma covarde exploração de menores de idade que não tem como se defender.
Eu sou contra aliciamento, exploração e claro tráfico sexual(seja de adultas ou menores).

Mila disse...

não sei se a moça está se referindo a situações em geral, mas é que prostitutas e acompanhantes de luxo são a minoria da leva da prostituição no mundo. Dentro desta seara há tráfico de seres humanos (um dos que mais movimentam dinheiro no mundo), exploração sexual dentro e fora do país, turismo sexual (inclusive com menores de idade). Obviamente não dá para acabar com a totalidade da prostituição no mundo, mas dá sim para combater ocasiões em que a prostituição envolve crimes, abuso e ausência de perspectivas (como no caso de travestis, que já falaram).

Death disse...

Prostituição é um ótimo exemplo da erotização da própria opressão.

Colocam como algo glamuroso ou como opção mas ninguém consegue explicar muito bem sem se meter em espinhos quando se apontam problemas mais estruturais, e logo vêm alguém dizer que há "empregos" piores do que se prostituir.

A relação da prostituta com o seu cliente é uma relação unicamente de poder financeiro. Se não fosse assim, a prostituição masculina também seria de certa forma incentivada. Mas uma mulher pagar por sexo é um tabu, por que será? Porque mulheres não podem demonstrar poder financeiro e poder sobre o corpo de outro, principalmente se for homem.

B. disse...

Pensem nos países com mais atrativos de turismo sexual.

Agora pensem na situação econômica desse país. Coincidência? Acho que não!

Por favor, parem de dizer que prostituição é "profissão como outra qualquer". Bullshit!
A Death falou em glamourização...acertou em cheio. Taí uma coisa que infelizmente une esquerda e direita. Lembram quando o Jean Wyllys lançou um projeto de lei (acho), chamado "Lei Gabriela Leite", referente à regulamentação da prostituição? A Gabriela Leite é (ou era, não recordo) uma prostituta igualzinha à "maravilhosa" Monique Prada, alguém que teve opção, que entrou para esse meio pra comprar bolsinha de marca e manter o padrão de vida de dondoca.

C. Pirlo disse...

Eu confesso que ri desse lixo mascu querendo ensinar lição sobre moral, feminismo, capitalismo, índice de suicídio. Só abobrinha.

Homens sempre vão se opor ao fim da prostituição. Outras comentaristas já falaram, mas não custa dizer que em qualquer lugar do mundo a maioria das prostitutas não é independente, ganha cachê de 10 mil dólares, viaja para o exterior e pode escolher a dedo seus clientes, homens que pagam e muito pelo status de transar com a menina famosa ou quase-famosa. A maioria está sendo empurrada para essa situação seja aliciadas com falsas promessas, seja pela falta de poder de escolha (que opção tem uma mulher semi-analfabeta, com um bocado de filhos para sustentar?), para sustento do vício, por fraudes... são n motivos.
O início do post estava até bom, antes do troll aparecer, sobre a monetarização do corpo feminino. Profissões que envolvem a erotização das nossas opressões são as poucas onde nós mulheres temos ganhos superiores aos dos homens. Também já disseram aí que se há demanda, haverá oferta. E aí voltando ao assunto, temos que para o mesmo serviço, digamos assim, há prostituta que cobra 10 mil e outra que cobra 10 reais. São questões básicas e estruturais de como funciona o mercado e a valorização/desvalorização do nosso corpo e são pouco mencionadas.

Anônimo disse...

Nesse ponto vc está enganada. A Gabriela Leite nunca foi prostituta de luxo. Ela trabalhou em lugares totalmente pobres e se interessou de verdade em como melhorar a vida de mulheres que não estavam lá por opção como ela. Ela se engajou para levar educação para os filhos dessas mulheres, para mostrar que elas precisavam de segurança, de acesso à saúde. Até tenho críticas a algumas posturas dela, mas não dá pra invalidar o que ela representou.

Anônimo disse...

Sylvie

Esse Alain Soral é lixo misógino se achando um.hom inteligente.
Coitado nem ser humano ele é.

Anônimo disse...

Soube da biografia sobre uma famosa cafetina de luxo brasileira que teve de fechar o bordel de luxo dela no início dos anos 80 e disse, segundo as palavras dela, que "o principal motivo da falência dos negócios dela era culpa do feminismo".

A partir do feminismo as mulheres nesta época, (ainda mais as ditas 'moças de família' da sociedade) já não eram mais tão estigmatizadas como 'vadias' ao terem relações sexuais antes do casamento. A pílula anticoncepcional e tbm a camisinha ajudaram a prevenir a gravidez para as moças não levaram a fama de 'mãe solteira' na época.

Então a prostituição é mais um subproduto do próprio machismo onde a mulher é divida como 'mulher do lar ou da rua'. "A imagem da 'rainha-do-lar', reprodutora por excelência, não se sustentava sem o contraponto da 'mulher da rua', estéril e profissional do prazer. Todas as duas, a serviço dos homens.

'Mulher' e 'pública' eram termos antagônicos. O homem no espaço público sempre foi visto de maneira positiva, por outro lado, a mulher fora de casa e desacompanhada era mal vista e a mulher 'honesta' tinha que prestar atenção aos seus gestos para não ser confundida como uma 'prostituta'.

Muitos mascus falam que a prostituição foi inventada pelo feminismo, uma mentira descarada e deslavada que os mascus mais desonestos inventam para os mascus mais ignorantes que levaram um fora de alguma 'panicat'. Geralmente os mascus que mais acreditam nessa mentira estão no facebook e são fanáticos de igrejas. Diferentes dos mascus de forums que são mais cínicos e metidos a 'cafas' que gostam da prostituição e a defendem e vivem contratando serviços de gp. Tem até casos de mascus nos forums que relatam casamentos de mascus com prostitutas.

B. disse...

Ok, retiro o que disse sobre Gabriela Leite.
Só estava tentando fazer um paralelo entre as prostitutas que foram empurradas p/ isso e aquelas por opção, muitas vezes com boas condições de vida e que só entram p essa vida pra elevar o padrão de vida.
Já vi prost de luxo rindo na cara de trabalhadoras tipo de escritório, "tu é explorada, eu sou empoderada" e no cúmulo, já li um texto de uma garota de programa de luxo dizendo mais ou menos assim "eu sou esperta, enquanto tem gente se esborrachando e estudando e ganhando 1 mil reais, eu faço o que já sei fazer e ganho 5 mil" Vai pra PQP, dondoca de merda!

Quando se fala em prostituição e seus problemas, temos que pensar NAS QUE FORAM PARAR LÁ POR FALTA DE OPÇÃO, não nessas dondocas que estalam os dedos e podem sair. Infelizmente, quando os PSOLs da vida pensam nisso, veem prostituição como "opção".

Anônimo disse...

Senhora das 10:46, fale só por vc e não pela maioria das feministas.

Anônimo disse...

Esse tal de alain soral tentou posar de mascu 'inteligente', mas não colou, ao ser questionado surtou e passou a xingar usando os mesmos termos 'feminazi, gayzista'. Mascus sempre se descontrolam muito fácil.

Anônimo disse...

O povo usando homofobia para criticar os mascus, ninguém merece.

Anônimo disse...

Isso mesmo.

Quem contribui com a Prostituição é o Machismo.
Machismo que oprime e divide mulheres em "Santas"(moças solteiras virgens se preparando pra ter um homem pelo resto da vida que irá chifra-las e agredida-las; e as casadas com monte de filhos e que enterraram suas vidas) e as " Putas"(não só as prostitutas, como as solteiras nao-virgens, mães solteiras, viúvas e divorciadas que tem vida sexual).
Em pleno século XXI ainda querem fazer está maldita divisão e cagarem regras nas mulheres com pseudo-teorias que mulheres independentes, que trabalham são "infelizes"!!
Bando de mascu inútil, parasitas e misóginos que devem odiar as próprias mães!

B. disse...

Ninguém merece ver feminista dando palco pra mascu.

Anônimo disse...

Senhor das 11:04, o sr acabou de chegar neste blog, nem leu is outros textos pra poder julgar.
Confirmo minhas afirmações, criticamis o sistema machista de cobrar magreza excessiva de meninas e mulhers NÃO s profissão de modelo, e NUNCA alguém desse blog além dos mascus inúteis elogia as panicats.
Por favor meu senhor, se esclareça mais antes de ser arrogante.

Anônimo disse...

Tem muita mulher lésbica tbm que acaba se comportando igual a homem machista exigindo o perfil mulher-fruta ou panicat como preferência tbm. Não sei se são feministas, mas estas costumam ficar muito irritadas quando a preferência da maioria por panicats e mulheres-frutas é lembrada.

Anônimo disse...

A questão é que a Lola devia botar uma moça pra fiscalizar, moderar o blog dela no caso da Lola viajar ou ter outros compromissos.
O CERTO seria inúteis de porão como o Alain Soral, Fábio Mingau entre outros parasitas terem seus comentários bloqueados invés de jogados no blog!
É difícil não responder esses vermes se eles atrapalham os temas propostos com suas teorias doentes de mulher, homem e sociedades.

Anônimo disse...

A maioria das feministas são héteros.

Nem toda lésbica é feminista, tem muitas lésbicas que são até machistas.

Anônimo disse...

O recalque da B. pelos ganhos das prostitutas de luxo tá uma comédia. Queria ver se ia recusar um alto ganho financeiro para fazer algo que gosta ou não se importa só pra não ser "dondoca".
Só aceite que a relação dessas mulheres, que se prostituem por opção, com o sexo é diferente da sua.

Anônimo disse...

Cadê o(a) moderador(a) deste blog?!!!
Virou Casa de Malucos aqui!!
Bando de mascu misógino parasita só escrevendo inutilidade!!
Help!!

Anônimo disse...

Algumas feministas começam a xingar igual aos mascus e xingam mulheres se referindo a elas como homens, achando que só homens percebem algumas contradições delas. É ser muito preconceituosa e alienada. Ah mas de acordo com muitas feministas, não existe mulher machista. São todas vítimas reprodutoras passivas do machismo. Sejam elas lésbicas ou não.

Anônimo disse...

Sylvie

Lola cadê você?!!
Só mascu aqui, uns até se passando por mulheres validadoras!!
Tá muito trash essa categoria caixa!!

B. disse...

Esses mascus achando que temos recalque das prostitutas é que tá engraçado. Se os ganhos das prostitutas é tão bom assim...pq você não se prostitui? Ninguém aqui tá impedindo!
E não tenho nada contra ter padrão de vida elevado, mas não me submetendo às humilhações, sabe?

Anônimo disse...

Acho que a B. é uma das poucas feministas legais por aqui. Cada vez mais mulheres se cansam da maioria dessas feministas e seus padrões. Estavam falando da problemática da prostituição e apareceu uma feminista falando de forma irônica e vazia de mulheres fora do famoso padrão machista 'coxuda, bunduda e peituda' e quando alguém questiona, aparece uma feminista que não gostou do questionamento.

B. disse...

Aliás, desafio: (tanto para mascus quanto para esquerdinhas que glamourizam prostituição):

Se é "profissão como outra qualquer", vão lá se prostituir.
Se é "degradante como qualquer outro emprego", vão lá pra beira de estrada.
Se é "recalque pra altos ganhos monetários", vão lá dar a bunda por 5 mil, ou até mais.

Ninguém aqui tá impedindo.

Anônimo disse...

Feministas validadoras usando de homofobia 'viado' para agredir e xingar mulheres que elas acham que são 'mascus' apenas porque questionaram um comentário de uma amiguinha dela. E tão cheia de padrões que deveria já virar matusalém em vez de tia. Como se a idade fosse garantia de alguma coisa, é tão fútil, agressiva e preconceituosa que parece mascu.

Vicky_ disse...

Concordo, há muita gente por aí que diz que é "empoderador", se fosse tão empoderador e pouco dificultoso haveria um monte de homem no meio, o que obviamente não corresponde a realidade.
Defender Prostituta de Luxo é fácil(embora ainda seja uma função merda que não deveria existir), quero ver o que andam fazendo por aquelas meninas de 13 anos que são prostituídas pelo irmão e família, como podemos ver no texto.

Anônimo disse...

Gente, como assim, tem feminista homofóbica? "então meu tio arrombado vsi procurar uma rola"... E se mandassem ela fazer o mesmo? Que falocentrismo triste.

Anônimo disse...

Tem homens que se prostituem e advinha quem é a maioria da clientela deles? Homens tbm e alguns são casados e com filhos e não duvido nada que muitos desses homens tão bem casados e pais de família que procuram a prostituição masculina são bolsonaretes que vivem defendendo a 'família tradicional' nas redes sociais e condenando o casamento homoafetivo.

Anônimo disse...

B., quem tá tentando impedir que os outros façam o que acharem melhor com o próprio corpo, é você.

donadio disse...

"Tão ridículo quanto é esquerdinha como esse Donadio tentando me convencer que se prostituir é a mesma coisa que limpar chão...vai nessa."

Bom, é claro que não é. Paga muito mais, para começo de conversa. E sofre um estigma brutal, perseguição policial, violência de cliente, que limpar o chão não tem. Coisas que são todas causadas pelo machismo e pelo moralismo - exatamente pela ideia de que a prostituição é algo "do outro mundo" - imoral, pervertida, enfim, os comments do mascu Alain Soral estão cheios desses adjetivos.

Regulamenta e põe a polícia a defender os direitos comerciais das prostitutas, e a coisa começa a mudar (inclusive, veja só, a diferença de remuneração). Proíbe, persegue, trata como "vítima" que precisa ser salva (com um emprego de manicure, de faxineira, de empregada doméstica), e a coisa continua como está.

"Ai, mas prostituição paga mais". Então vai se prostituir se é tão bom!

Também não vou limpar chão, nem plantar batatas, nem fazer unha de madame. Dá para entender o contexto? Para quem não tem nenhuma qualificação, a prostituição é o trabalho que paga mais. É claro que é "melhor" ser engenheira ou médica, mas estou para ver um único programa conservador/radfem que "tire" as mulheres da prostituição para serem médicas ou engenheiras. É tudo "treinamento" para ser cabeleireira ou apertadora de parafuso em fábrica, e isso na melhor das hipóteses.

Cada uma...Só falta dizer "todo trabalho é exploração"!

Maaaaaaas... é claro que é. Se não fosse, de onde sairia o lucro dos patrões?

"E sim...prefiro ser mulher (alemã, turca, etc) na Alemanha do que no Oriente Médio."

E de onde saiu o Oriente Médio, hein? Sua frase original era "é melhor ser mulher na Alemanha do que em Cuba", não "no Oriente Médio". Sim, é melhor ser mulher (mesmo turca) na Alemanha do que na Arábia Saudita, mas a gente não escolhe onde nasce, e muitas vezes não pode escolher para onde se muda, de forma que isso é pura fantasia. Como se a mulher saudita fosse de repente pular do inferno que é o reino da Casa de Saud para o paraíso que é a social-democracia alemã, recebendo todos os direitos que uma mulher nascida na Alemanha tem, sem ter de enfrentar nenhum preconceito nem discriminação.

"Por acaso tu sabe o que é ser mulher? Imagino que não."

Assim como você não sabe o que é ser turca, o que é ser alemã, o que é ser imigrante, o que é ser prostituta ou o que é ser faxineira. Então o seu argumento de autoridade não passa de... argumento de autoridade. Ou a experiência humana é comunicável, e podemos todos entender - se quisermos, e se fizermos o esforço de nos colocar no lugar do outro - o que é ser mulher, prostituta, alemã, tailandesa, empregada doméstica... ou a experiência humana é incomunicável, e, assim como eu não posso entender o que é mulher, você não pode entender o que é ser prostituta, ou árabe, ou trabalhadora rural.

E já que você me chamou de "esquerdinha", devo entender isso como uma licença para te chamar de "direitinha"? Vai virar campeonato de xingamento?

Anônimo disse...

E quem define, B., o que é humilhação para outra pessoa? Você?

B. disse...

Anôn, claro que não sou eu quem defino, nem vc. Estou falando da minha medida...sacou? O que pode ser humilhação p mim pode não ser para você! E vice-versa.

Anônimo disse...

Eu tbm não concordo com muitas coisas vindas dessa 'esquerda' e parece que questionar essas coisas, para esta 'esquerda' torna vc defensora do capitalismo, EUA, Europa opressora, racista e mais um monte de acusações ridículas. Uma feminista reagiu assim mesmo e com essas mesmas acusações sobre o relato de um rapaz homossexual sobre a realidade do país dele na África.

No Brasil, na região Norte/Nordeste inclusive tem muita venda de crianças para a prostituição infantil. Eu que sou nordestina, negra e sempre morei no Nordeste posso até correr o risco de ser acusada por alguma feminista aqui de ser racista, elitista ou até mesmo 'sulista' preconceituosa só por reconhecer essa trite realidade da minha região.

B. disse...

Nunca mais vou esquecer uma comparação que fizeram num site aí:

mulher dar pra vários na mesma noite: nossa que puta!
mulher querer abortar: nossa, que assassina!


críticas a prostituição: cadê o direito da mulher sobre o próprio corpo?

Os homens machistas só se importam com a autonomia sexual da mulher se esta interessar a eles. E vcs aqui na caixa provam isso.

Mila disse...

B.,
Na verdade, aqui no blog eu já vi certo comentarista frequente (que anda sumido) se questionando pq só as mulheres conseguem ganhar dinheiro utilizando o sexo. Tá, a gente sabe que teve uma dose de recalque nessa fala, ela não considerou o pq homens estão dispostos a pagar tanto por sexo e pq mulheres, em geral, não muito.

Anônimo disse...

o 'alain soral' é um troll pedante igual a 'feminista' homofóbica falocêntrica.

Anônimo disse...

B., por que você está julgando mulheres que resolveram se prostituir "pra comprar bolsinha de grife"? A medida delas muito provavelmente é diferente da sua, não te cabe avaliar a nem os motivos nem os meios delas.

donadio disse...

"Mas pelo amor de Deus, aceitem críticas e opiniões contrárias a de vocês."

"Aceitar" não é o mesmo que concordar.

Sua crítica e sua opinião são "aceitas" - isto é, publicadas aqui - embora sejam demonstrações de profunda ignorância, preconceito e reacionarismo. Dificilmente alguém irá concordar com sua opinião, por que ela é mal fundamentada, baseada em "fatos" que se esqueceram de acontecer, e construída com "raciocínios" que ofendem a lógica; mas, sobretudo, por que todos os outros têm suas próprias opiniões, inclusive acerca das suas "contribuições" aqui - opiniões que você terá enorme dificuldade de "aceitar"...

Anônimo disse...

"Frias" leia-se livres, independentes e felizes européias.
Tenho muita pena das sofridas asiáticas, muçulmanas e indianas.

Anônimo disse...

Qualquer crítica presenciada sobre as mazelas de países que não sejam EUA, países europeus e países desenvolvidos em geral é vista como 'racismo, coisa de capitalista preconceituoso e superficial' por aqui.

Eu já vi feminista aqui falando que mutilação de mulher na África é apenas cultura local que deve ser respeitada e este determinismo cultural foi reforçado pela feminista porque até uma mulher que já foi mutilada quer o mesmo para a filha dela. O machismo no Brasil não seria cultural tbm? Ninguém estava mandando ela ir para a África salvar as mulheres de lá, mas dizer na maioria frieza que isso é só cultura de lá e acabou? Poxa! O mesmo está acontecendo com este post sobre a prostituição infantil na Tailândia através de alguns 'esquerdistas'.

Ah inclusive na África tem trabalho escravo infantil onde crianças servem a multinacionais capitalistas que fabricam chocolates industrializados. Muitas pessoas que souberam querem inclusive boicotar essas multinacionais. Não sei se alguma feminista iria aderir.

Anônimo disse...

Críticas bem fundamentadas Alain Soral?
- Do tipo que o feminismo é hedonista e está fazendo as mulheres trabalharem para comprar as coisas que elas gostam em vez de gastar com uma penca com filhos? (Mas homem pode ser materialista, homem pode ser hedonista e gastar grana tirando férias em Ibiza)
- Que minimiza estupros ocorridos em decorrência da bebida ou da roupa da menina?
- Que convenientemente exclui homens atuando no mercado do sexo do seu julgamento sobre a índole dessas pessoas?
- Que ignora as prostitutas de 10 reais pq "toda prostituta é gananciosa"
- Que ao ser desmentido, manda feminista ir lavar louça?
- Que relaciona taxas de suicídio com feminismo?
- Que dá piti e xinga todo mundo quando vê "seus argumentos" indo por água abaixo?
- Que acha que só a sua visão de homem, conservador, branco, hetero e tudo está certa. Todo mundo é errado e quem discorda de você é burro.
- Que não consegue saber a diferença entre "existir estudos" e "regulamentação estatal"
- Que faz suposições da vida de quem você não conhece.
- Argumentos que não conhecem princípios lógicos de "Nem toda" implica "alguma... não".

A única coisa que vc falou que pode começar a se aproveitar é sobre a imigração na Europa. E só. No mais, tudo achismo e estatísticas que você tirou do além. Mas fica tranks, todo post a gente coloca outro machinho da sua laia para correr. Já virou rotina.

No mais, agora que ganhou o prêmio mascu idiota imbecil analfabeto do post, gostaria de agradecer a quem?

Anônimo disse...

O 'alain soral' dispara aqueles típicos xingamentos clichês de sempre contra feministas.

Anônimo disse...

12:03, de onde são estas multinacionais?

Mila disse...

Vc não está falando a verdade Alain Soral.

Quando eu mencionei que existiam estudos sobre jogos e comportamento e citei as duas correntes nesses estudos (para quem quisesse googlear), sua resposta foi mal-educada, para dizer o mínimo, inclusive com uma interpretação delirante da sua parte sobre uma sentença absolutamente informativa, fazendo suposições absurdas. Já havia retificado uma informação no post (sobre travestis) e estava retificando outra, sua reação foi extremamente desproporcional. Não venha dizer que estava tentando argumentar ou conversar civilizadamente pq isso é mentira.

Eu adoro debater e aprender com as pessoas aqui. Já discordei e concordei com muita gente, mas na base do argumento, sem esse escândalo que vc armou por aqui. Também não costumo dar atenção a trolls por respeito à Lola e às outras comentaristas e também pq é perda de tempo.

Alain Soral disse...

E....? Existem estudos que dizem que punheta contribui para o alívio da rinite alérgica. Existem estudos de todo tipo, inúteis ou não, eu apenas extrai do seu argumento que você, supostamente, queria alguma observância para impedir esses jogos violentos, até porque o assunto, então, era PORNOGRAFIA IMUNDA que também é PROSTITUIÇÃO. Logo, não sei porque cargas d'água, você citou jogos violentos com um assunto totalmente diferente. Uma coisa totalmente diferente da outra, que não tem ligação lógica nenhuma.

Anônimo disse...

As multinacionais dos chocolates que exploram o trabalho escravo infantil na África são: Hershey's, Mars, Nestlé, ADM cocoa, Guittard Chocolate Company, Godiva, Fowler’s Chocolate, Kraft.

Anônimo disse...

Nenhuma delas é da África.

Anônimo disse...

Ninguém disse que essas multinacionais são da África, o trabalho escravo usando que é da África. Entendeu agora?

Anônimo disse...

Entendi sim, países ricos, maravilhosos e exemplares explorando pessoas de lugares alheios há séculos. E de quem vamos falar mal?

Anônimo disse...

Sylvie

Pelo menos em jogos concordo em parte com o que disse

Meu namorado reclama quando as vezes recuso um jantar por uma partida de CS.
Já zerei Assassin's Creed e tb GTA e não me considero uma pessoa violenta.
Eu até ganho dinheiro como desenhista de HQs de terror. E tenho uma vida bem normal.
Já sobre prostituição sou contra aliciamento e exploração, e pornografia apesar de ser voltada mais pra homem, sou contra a chamada "rape play" que simula estupro pq doente mental pode achar que todas as mulhers gostam dessa violência imunda e covarde.

Anônimo disse...

E quem está mandando alguém criticar a África sobre esse assunto em específico? O comentário sobre as multinacionais foi feito no mesmo post em relação a outro assunto sobre o mesmo continente, mas não tinha relação com outras críticas sobre outros assuntos. Só foi colocado no mesmo post para não precisar fazer outro apenas sobre esse assunto em particular.

Anônimo disse...

Pelo amor da deusa deixem esses caras falando sozinhos!

Anônimo disse...

Jz

Viu Alain Soral, doeu falar como gente invés de falar um MONTE de besteira misógina?
Quem sabe um dia vc não vira um ser humano de verdade. :)

Vicky_ disse...

As vezes gosto de ler alguns comentários do Zero e do J.M, mas o resto dos comentaristas homens do blog eu não suporto. Donadio, chega, aliás, dizer que é alguém contra a prostituição é coisa de direita não faz o menor sentido, uma penca de homem de direita contrata prostitutas e não é a favor da proibição.
Se acha que estamos tentando julgar o que é humilhante para uma mulher ou para outra, faça isso: visite vários pontos de prostituição e observar as prostitutas. As travestis que tem que anda quase peladas pra chamar atenção de homens escrotos, mulheres consumindo crack e fazendo sexo oral por 10 reais, meninas que vieram de lugar pobres pra carai e foram abandonadas, agora se prostituem na rua.

A maioria delas queriam poder trabalhar até como atendente de empresa, mas nem qualificação pra mexer em Exel tem, e si um homem vier falar que sabe mais do que eu, mulher, sobre prostituição e desvalorização feminina, eu mando ir pra casa do caramba!!
#Fui

Mila disse...

Alain,

Vc tinha dito que videogame era jogo, desliga e pronto. Eu citei que nos meios acadêmicos, os games não são "só desliga e pronto" e que dentro das milhares de ramificações desses estudos (que são multidisciplinares em comunicação, neurologia, psicologia, biologia, neuroquímica)
Não são estudos pontuais ou recentes, eles estão dentro de escolas teóricas da comunicação e da psicologia. Ah! E não estudam só a relação de jogos violentos, estudam gênero, estudam publicidade e consumo, estudam relações com prevenção ou desenvolvimento de doenças, estudam como os jogos podem ajudar quem tem Alzheimer e Parkinson por exemplo. Então, vc não pode relegar a função do videogame como um mero entretenimento.
Gostaria que me apontasse em qual momento eu defendi que jogos violentos fossem impedidos, em qual momento eu defendi regulação de Estado e outras coisas que vc desatou a falar. E novamente, repito, que não argumentei nada pois não defendi ponto de vista algum.

Anônimo disse...

12:39 leia o comentário do 12:03

Anônimo disse...

Alain Soral só faltou vc ser homem pra responder a educada e inteligente anônima das 12:33.

Anônimo disse...

De qualquer forma muitos lixos industrializados dos países exploradores são bastante consumidos e de forma compulsiva por muitos comunistas de carteirinha, porque se não consumirem vão estar fazendo voto de pobreza ou morrer de abstinência. Mas tem pessoas que mesmo não sendo comunistas de carteirinha, quando não deixar de consumir totalmente pelo menos diminuem bastante o consumo.

Mila disse...

Sylvie,
Só que eu não disse que jogos estimulavam as pessoas a serem violentas (tampouco disse que não estimulavam), disse que essas são as correntes ideológicas mais presentes nos estudos de games. Se fosse assim, eu e meu namorado éramos as pessoas mais violentas do mundo.

Anônimo disse...

Eu não acho que os jogos estimulam a violência, apesar de que eu já ouvi falar de alguns que eu achei bem bizarros.

Anônimo disse...

Ai, gente, parem de dar moral pra esse Alan Mobral...

Alain Soral disse...

Se dependesse de mim, podiam fazer jogos de os tipos possíveis, desde que restrinja a faixa etária, como, ora, o fazem. Jogo é apenas computação gráfica. Se a pessoa é influenciada pelo jogo, então, é porque tem problemas psicológicos sérios. Não o jogo em si, mas a cabeça da pessoa. Se uma criança joga games violentos não é CULPA DO GAME, mas sim dos pais que deixam a criança jogar.

Com relação as idiotices que a Mila solta sobre minha pessoa, minha família ou minha vida, é apenas tática para desqualificar o argumentador. Mas respondo:

1ª : Meus avós tinham uma qualidade de vida melhor, visto que, no passado, as pessoas respeitavam mais as outras, valorizavam os princípios norteadores da sociedade e eram mais felizes, vez que estavam nessa obsessão gananciosa e imoralidade moderna.

2º: Amo as mulheres, mas não sei o que isso tem a ver com criticar o feminismo..(feminidade é diferente de feminismo).

3º: O que minha querida mãe tem a ver com o assunto? Mas sim, amo minha mãe e, acredite, ele é mil vezes mas crítica do feminismo e "machista" que eu, rs.

4º: Se eu tivesse uma filha, faria de tudo para que ela pudesse ser feliz, pois filho, nós AMAMOS - mesmo que discordemos de visões, ações ou práticas deles.

5º: Sim, eu vi as declarações do Papa. Mas, no mundo Ocidental e democrático, onde se vigora o Estado Democrático de Direita, onde é que vocês não tem direitos civis e socias idênticos? Possuem até mais prerrogativas em campos do Direito, como na seara penal, civil, previdenciária e, claro, trabalhista.

3º:

Anônimo disse...

Comunismo só é bom até quando dura o dinheiro dos outros....

Anônimo disse...

o 'alain soral' conseguiu desviar totalmente o assunto para jogos.

Anônimo disse...

Você já perguntaram para as prostitutas o que elas acham? Sim porque querem dizer a elas o que fazerem com seus próprios corpos sem ouvir a opinião delas a respeito, e pelo que sei elas são contra a proibição da prostituição e a favor da regulamentação.

Anônimo disse...

O problema é que tem um pessoal muito bitolado, não aceitam que existe tanto críticas ou elogios a coisas boas ou ruins sobre qualquer lugar do mundo.

Anônimo disse...

Existem poucos garotos de programa por um motivo simples, oferta e demanda.
Mulheres tem pouca ou nenhuma necessidade de sexo, eu vejo pelos comentários da poucas feministas declaradas heterossexuais aqui que na verdade elas acham sexo com homens algo degradante, acho que na verdade as mulheres se dividem em três categorias como bem disse um estudo recente de uma universidade britânica, são Homossexuais(Grande parte), bissexuais(minoria), e assexuais(maioria).
As assexuais se sentem melhores aceitas socialmente se declarando com hétero.

Anônimo disse...

Existem prostitutas que são realmente escravas sexuais, são vítimas de comércio e tráficos de mulheres e a vida de prostituição delas é praticamente um estupro atrás do outro. Muitas são escravas de mafiosos internacionais perigosos que subornam políticos e a polícia tbm.

Death disse...

@Vicky

Eu ainda considero alguma coisa que o J.M diz mas o Zero...olha, qualquer hora vc dá uma espiada no lado "comediante" do Zero no twitter.

@galera.

Qual a razão de raios vocês darem tanto palco pra mascu? Nossa, não entendo esse fetiche libfem de se justificar pra machista o tempo todo. Sério.

Anônimo disse...

Quem acha sexo com homens algo degradante são os próprios mascus, que acham que uma mulher é vadia até se ter relação sexual só com ele. Os comentários de algumas feministas que tem ódio de homens não podem ser levados a todas as feministas.

Mila disse...

Alain Soral,

Olhe novamente. Quem fez essas indagações foi um anônimo que comentou às 12:33. Tudo o que escrevo, eu assino. Quem ficou falando da minha vida sem nem me conhecer foi vc ontem. Passar bem.

Anônimo disse...

No final do séc XIX inicio do séc XX tinha uma máfia famosa que traficava mulheres para a prostituição nas Américas e que atuava no Brasil tbm.

Rafael disse...

Estado Democrático de Direita, não sei se foi proposital, mas a expressão resume tanta coisa!

Anônimo disse...

'catar lixo, plantar batatas, lavar louça, limpar o chão' não deveriam ser usados de forma irônica e depreciativa como foi, não há nada de degradante e doente nesses trabalhos. O que há de errado é a exploração, desvalorização e sexismo relacionados a esses trabalhos.

Anônimo disse...

13:16 todo homem e machista mascu, todos eles são.
sabe seu marido, namorado peguete ou sei la o que? E machista sim, e vai te agredir no momento que se sentir contrariado, seja de forma física ou psicológica.

Anônimo disse...

Anônimo das 03:19
Para de ser xenofóbico agora só porque o gringo casou com uma asiática ele é fracassado?? E os gringos casados com brasileiras são fracassados também? Já ouviu falar de amor internacional???

Anônimo disse...

Death você concorda que sexo com homens e algo degradante?

Anônimo disse...

"E os gringos casados com brasileiras são fracassados também?"
Culturalmente na Europa sim, eu moro aqui e ser casado com brasileira para os compatriotas deles e o mesmo que se casar com uma prostituta,eles consideram coisa de homem sem opção.

Anônimo disse...

Violência psicológica pelo menos, pode vir de qualquer ser humano, independente do sexo.

Anônimo disse...

Nem todo gringo casa com mulher não-européia porque quer 'comprar uma escrava'. Ficar julgando quem não conhece sem saber é ridículo.

Anônimo disse...

Fracassado é se casar com uma europeia interesseira que não faz jus ao feminismo do país dela só porque é europeia, antes casar com uma latina que goste dele de verdade, então. Ridículo e fracassados são esses europeus que transformam mulher em mercadoria que podem valer mais ou menos por causa da nacionalidade.

Anônimo disse...

Alain Soral, sou eu a anônima das 12:33

Afirmo que NÃO sou a Mila!!

Primeiro que vc respondeu:
Te rebato, minha avó era fiel, submissa dedicada só marido e à família.
O que recebeu? Traições, agressões e até tentativa de homicídio do meu avô.
Advinha a MAIORIA das mulheres da época dela eram tratadas da mesma forma!!
Ambição é uma coisa, mas vc não entende que uma coisa é numa pessoa seja homem ou mulher ser ambicioso demais, outra, muito diferente é mulher ser tratada como objeto de Mesa e cama em uma época em que se marido matasse a mulher e inventase era traído, era absolvido na hora!
Então esse "respeito" NÃO verá mútuo!
As mulheres respeitavam os homens e em troca eram agredidas, humilhadas, estupradas e mortas e eles nem eram julgados por isso!!
Então esse "respeito", " valorização " para as mulhers, não existia!

Segundo: onde que mandar mulher "lavar louça", " calar boca" e abaixar a cabeça porque é "inferior"(segundo todas besteiras que disse) é " amar as mulheres"?!!!
Seu conceito de "amor" é torto, doente e egoísta.
Com certeza tantas críticas às mulheres e elogios aos homens é pq vc Alain tem algo mal resolvido dentro de si.

Terceiro: Se sua mãe é inimiga do próprio sexo e te criou como o "reizinho dono da razão" vê se porque vc tem a mente tão doente e misogina. Só s lamentar por sua péssima criação. Não é a toa que trata as mulheres como lixo.

Quarto, pelo menos admitiu que viu o Papa falar isso.
Mas o planeta Terra não é só Américas e Europa, Oceania, e Japão(citei lugares onde apesar de algum machismo as mulheres tem mínimo de direitos) mas tb África, Ásia, Oriente Médio, Índia onde nossas pobres irmãs são tratadas PIOR que LIXO.
Felizmente, meninas como Malala estão sendo apoiadas pra estudar e coisa horrenda como mutilação genital foi criminalizada mas ainda há muita cousa a se fazer por essas meninas e mulheres.
O Papa falou sobre as mulheres do Mundo inteiro, na apenas as dos países desenvolvidos!
Se dependesse de pessoas com sua mente medieval não teria acontecido evolução no Mundo(ou em pelo menos parte dele).
Enfim, a roda gira e o choro das mentes do século XIX continua.

Anônimo disse...

Oi Mila, td bem?

É a moça anônima das 12:33

Já falei com o Alain que não é você.

To sentindo falta da Lola moderando o blog, to cansada de comentário misógino e pseudo intelectual nesta página!
Abs.

Raven Deschain disse...

Que cansativo. Parem de responder mascu. Por isso que eles vem aqui. Atenção garantida.

B, concordo com tudo o que vc disse. Pra mim é um contra senso feminista funkeira. É tão ruim quanto anarcocapitalista. É tipo "subir pra baixo". Não tem nada a ver.

E isso que tu falou da Valeska, tb não entendo. Se fala muito da Anitta tb. Que é a "lacradora das preta". Preta? Anitta? Em que mundo?

Anônimo disse...

Sylvia

Oi Raven, td b querida?

O problema é que esses comentários misóginos dos mascus NEM deviam aparecer na sessão de comentários.
Fica muito difícil ignora-los! Sei que o correto é que não se chegue ao nível desses rastejantes e inferiores mas fica dificil não rebater o mar de preconceito descarado dessa gentalha!
Por isso esses comentários tinham que ser bloqueados pra evitar discussões pouco úteis.

Anônimo disse...

Não tem NADA a ver o que disse!

Anônimo das 13:12 se vê que não sabe NADA de mulher!
Mulher gosta de sexo seja hetero, gay ou bi, mas poucas pagam garotos de programa pq a maioria compra vibrador que é mais econômico e prático.
Mas de vc soubesse MAIS de mulher e MENOS de homem, saberia que mesmo com educação castradora, mulheres gostam de sexo, só não gostam de sexo ruim que fracassados como vc oferecem.

Anônimo disse...

"Os comentários deveriam ser excluídos porque eu não resisto de responde-los, é mais forte que eu." wtf?

Mila disse...

Eu também costumo ignorar por respeito ao seguimento do blog. Só não gosto quando povo faz confusão com meu nome, me ofende ou me acusa de fazer algo que eu não fiz. Pode ser mascu ou feminista, agir com desonestidade com o meu nome, vai levar.

Vicky_ disse...

Por isso eu disse "as vezes". rsrsrs
Também não consigo considerar o Zero um machista em desconstrução.
Valeu por responder, Death.

Anônimo disse...

Mulheres não pagam garotos de programa porque ganham 30% a menos que os homens.

Anônimo disse...

"Pensem nos países com mais atrativos de turismo sexual.

Agora pensem na situação econômica desse país. Coincidência? Acho que não!"

Holanda, já ouviu falar, filha?
Brigada! De nada.

Anônimo disse...

Galera, não é questão de gostar de comentarista x ou achar comentarista y um babaca; o negócio é que todos, desde que não façam discurso de ódio igual a besta do Alain Soral, têm direito de discutir aqui.
B, de fato você deu umas escorregadas na sua argumentação. "Defende a prostituição? Então vai se prostituir se é tão bom!" é tão simplista quanto "Tá com peninha de bandido? Leva um pra casa!".
Outras comentaristas deram a entender que quem defende regulamentação da prostituição defende exploração, ao dizer que maioria das prostitutas não são "dondocas que escolheram", mas moças muito jovens ou muito pobres que foram aliciadas pela exploração. Mas é justamente por essa moças que defende-se a regulamentação: para que não haja cafetão explorando o trabalho delas, para regulamentar preços, para que elas possam recorrer à polícia sem medo de represálias.
Concordo com a linha de que se a mulher é adulta, ela tem direito de decidir sobre que tipo de emprego quer ter, e não importa se se prostitui pra ganhar um salário ou pra viajar pra Paris; se a prostituição em si não é problema, os motivos que a levam a isso não interessam. Seria a mesma coisa que tentar separar mulheres que optaram pelo aborto entre as que corriam risco de vida (nobre!) e as que só não queriam ser mães (fútil, segundo os críticos).
A única coisa que me impede de bradar aos quatro ventos a favor da regulamentação da prostituição é a criação de mercado. Porque é muito reducionista simplesmente falar "cada um faz o que quer", todos sabemos como o mercado é poderoso. Mesmo que não se permita cafetões, ou que estabelecimentos lucrem em cima das gps, quando se cria um mercado de prostitutas, coloca-se um preço sobre o corpo de todas as mulheres: todas nós poderíamos ser classificadas de acordo com o valor de mercado do nosso corpo. "Ah, essa aí vale 200 só" ou "por que essa 2000 não vai pra prostituição?".

Zero disse...

OFF:

nem havia comentado esse post e fui mencionado.

olha, Death. eu sei que tu não gosta de mim, e não tem que gostar. respeito isso.

uma vez falei aqui, o que posto no twitter não tem correlação com o que comento aqui. (exceto alguns tweets com a Lola, enfim).

quase tudo que posto com intenção de ironia / graça é mais contra hipocrisia conservadora / coxinha.

obvio que nem tudo poderia te agradar, isso é normal. mas aquilo é só um tipo de hobby mesmo. aqui eu comento normalmente, de maneira séria. sem deboche.

já discuti com alguns perfis de direita, bloqueado por outros. mas enfim, respeito totalmente tua opinião.

Anônimo disse...

Eu não gosto de mulher machista e nem feminista, só gosto de mulher. Será que estou em apuros psicológicos?

Anônimo disse...

(Viviane)
Ééééé, B.... Era tão mais fácil digitar "Gabriela Leite" no Google e não passar essa vergonha...
Inclusive, se você tivesse feito isso, saberia das pesquisas que ela fez sobre o tema ouvindo as prostitutas. Mas aí o discurso de "coitadinhas, não sabem o que fazem, deixem nós, iluminadas radfems, conduzi-las..." vai por água abaixo, né?

Anônimo disse...

Até porque a Gabriela Leite representa absolutamente toda a situação de prostituição que existe no Brasil né?

Vamos perguntar para o Gilberto Dimenstein e seu excelente livro "Meninas da Noite" o que ele pensa disso. Aliás, melhor, vamos perguntar para as meninas.

Vocês nem sabem o que estão defendendo.

Anônimo disse...

''O texto é muito superficial, bem cheio de estereótipos, às vezes contraditórios. É a típica postura do "estive lá como turista, então entendo a fundo a realidade local". E não sei o que a Camila Ribeiro pensa que "engendrar" significa, mas não é isso; engendrar é gerar, criar, inventar, maquinar.''

Seja mais direito. Aponte os erros.

Anônimo disse...

Sylvie

Prostituição é tema complexo.
Não acho que a maioria daqui defenda, vi muito mais defesa do lado dos mascus até pq são fracassados demais pra conquistar uma mulher que não precise do dinheiro deles.
Acompanhantes e prostitutas de luxo são minoria.
A maioria é explorada.
Não dou a favor da legalização, não por causa das prostitutas, mas pra não ajudar aliciadores e cafetões que ganham dinheiro através do sofrimento e exploração de meninas e mulheres.

Anônimo disse...

Prostituição é estupro. Quem defende merece ser torturado até a morte em praça pública.

E parem de responder machistas. Eles vivem na solidão e quererm chamar atenção. Ignorem e eles vão se matar. Menos um no mundo.

Roxy Carmichael disse...

anônimos das 12h27 e 15:07
um beijo na boca de vocês
etnocentrismo, eurocentrismo, classismo tá forte hoje aqui nessa caixa. a vidinha na suiça deve ser bem mais light, no entanto, vale lembrar que a iniciativa privada lá se beneficiou toda do negócio logístico do trafico negreiro...

pra quem disse que os machos querem mulheres submissas e por isso escolhem as asiáticas e quando estas forem feministas, escolherão as africanas, sabia que ruanda tem o parlamento mais feminino do mundo? eu também nao sabia, mas coincidentemente me deparei com essa informação hoje: 60% do parlamento ruandês é feminino.

viviane fiquei aqui pensando justamente isso: primeiro sobre a falta de critica às feministas que não apoiaram a lola no texto da maria gabriela. segundo, sobre o comentário da b., o quê custava gente dar uma googleada? rápido e grátis, so why not? e a emenda ainda saiu muito pior que o soneto. o fato é nem gabriela leite resume a realidade das puta, nem a patricinha da bolsa da grife, nem a púbere explorada e estuprada (já que não tem idade de consentir) ou ainda as mulheres que são traficadas pra fins de exploração sexual. é um grupo muito heterogêneo como qualquer outro. no entanto, eu prefiro mil vezes ouvir o que as mulheres que se prostituem tem a dizer (e podem dizer coisas muito amplas pq não são iguais e nao tem experiencias iguais) e contribuir para uma reflexão conjunta que possa contemplar as experiencias diversas, que medir a vida, o trabalho, a sexualidade, os habitos delas pela minha régua.

em todo o caso seria interessante que os mecanismos jurídicos fossem mais efetivos para fiscalizar e para enquadrar casos de exploração (incluindo a infantil, obviamente)

para os outros casos, tendo a pensar na relação entre patriarcado, capitalismo e exploração sexual como um ponto de partida possível pra criticar a prostituição. por outro lado, existem outros eixos de análise que me inclinam a simpatizar com a ideia da regulamentação. em todo o caso, confesso que não tenho uma opinião exata sobre isso.

para a autora do post: em goiás tem uma cidade que a economia é movimentada pelas filhas que estão na europa se prostituindo e enviando dinheiro pras famílias e investindo em distintos negócios na cidade natal.

Anônimo disse...

(Viviane)
Pois é, Roxy, falar das prostitutas (em vez de falar com elas) me parece muito similar com o que fazem com pessoas com deficiência, por exemplo: "Coitadinhos, precisamos ajudar...", mas ninguém perguntou se querem e como querem ajuda.
Tive a impressão de que meu comentário foi apagado, não o encontrei.
Em tempo: fico feliz de podermos debater. Desculpe-me se fui grosseira um tempo atrás O:-)

Anônimo disse...

O Zero tem twitter?

Roxy Carmichael disse...

Tá tranquilo. Rolam esses desentendimentos na internet mesmo. Eu concordo muito com as coisas que você costuma publicar e acho massa que esteja comentando mais.
Eu penso que até rolam umas boas intenções (que abundam no inferno) nesses comentários paternalistas, mas acho extremamente perigoso.

Anônimo disse...

Como se vê pelo post com tanta mulher pelo mundo acho que as européias instruídas de países ricos sao as com que menos se precisa se preucupar.
Moro na Alemanha e olha, é verdade que se alguém passa uma cantada é quase que certo que é muculmano ou africano, mas sério, nao é nada perto do Brasil e falando bem a verdade os "cantadores" se percebe que sao recém-chegados, acho que com o tempo se adaptam a prática local maravilhosa de se deixar as mulheres em paz.
Os muculmanos realmente costumam ter muitos filhos, mas nao é nada raro alemaes com 4 filhos. Aliás o governo alemao volta e meia dá ainda mais incentivo para mulheres trabalhadoras terem filhos, inclusive dando até 3 anos de licenca total ou parcial (até 18 meses remunerada) para a mae e/ou pai.

Anônimo disse...

O blog é da Lola, além de espaço seguro para que mulheres possam trocar informações e experiências . Ela não tem obrigação de publicar respostas de figuras como esse tal de Alan Sorel só porque ele quer. Está se sentindo censurado num espaço que não é para você? Simples: crie seu próprio blog e despeje lá seus "argumentos". E deixe este espaço em paz.

donadio disse...

"Até porque a Gabriela Leite representa absolutamente toda a situação de prostituição que existe no Brasil né?

Vamos perguntar para o Gilberto Dimenstein e seu excelente livro "Meninas da Noite" o que ele pensa disso.
"

Gabriela Leite, mulher, prostituta - não entende de prostituição.

Gilberto Dimenstein, homem, jornalista - vamos perguntar o que ele pensa do assunto.

Aliás, o que ele pensa? Defende a proibição? Acha que a vida das "meninas da noite" vai melhorar com mais repressão?

donadio disse...

"Donadio, chega, aliás, dizer que é alguém contra a prostituição é coisa de direita não faz o menor sentido, uma penca de homem de direita contrata prostitutas e não é a favor da proibição."

Há posições de direita dos mais variados tipos. O Eduardo Cunha, por exemplo, é certamente um homem de direita, e se ele pudesse criminalizar a prostituição certamente o faria. Já o Hugh Heffner não é menos de direita, mas é empresário do ramo.

Por outro lado, se a gente não entender que uma penca de homens contrata prostitutas e é a favor da proibição, então a gente não está entendendo como as coisas realmente funcionam. Por que a proibição pode ser um elemento importante para a produção de determinadas mercadorias. Pergunta para o Al Capone se ele era contra a Lei Seca...

"Se acha que estamos tentando julgar o que é humilhante para uma mulher ou para outra, faça isso: visite vários pontos de prostituição e observar as prostitutas. As travestis que tem que anda quase peladas pra chamar atenção de homens escrotos, mulheres consumindo crack e fazendo sexo oral por 10 reais, meninas que vieram de lugar pobres pra carai e foram abandonadas, agora se prostituem na rua."

E em que, exatamente, essas pessoas seriam ajudadas pela proibição? Ou prejudicadas pela regulamentação?

"A maioria delas queriam poder trabalhar até como atendente de empresa, mas nem qualificação pra mexer em Exel tem"

Olha, talvez elas queiram trabalhar como atendentes de empresa. As prostitutas que eu conheci queriam casar com um cliente de classe média, ou ser advogadas ou engenheiras (e algumas até faziam faculdade de direito ou administração). Essas coisas demandam qualificação, como por exemplo saber "mexer em Excel", que a maioria das prostitutas não tem. Há empregos que não demandam qualificação nenhuma, ou demandam qualificações que a maioria das prostitutas tem. Faxineira, gari, empregada doméstica, cortadora de cana, por exemplo. Esses empregos, a maioria das prostitutas não quer - e não tem que querer mesmo, são trabalhos brutais, desagradáveis e muito mal-pagos.

"e si um homem vier falar que sabe mais do que eu, mulher, sobre prostituição e desvalorização feminina, eu mando ir pra casa do caramba!!"

Ué, por que? Ser mulher não equivale a saber coisa alguma sobre prostituição. O que faz você saber sobre prostituição é você estudar o assunto, ou vivê-lo na prática. Com quantas prostitutas você já conversou? Quais livros sobre o assunto você já leu? Quantas vezes você já leu o "Beijo da Rua"? De quantas reuniões com prostitutas você já participou?

Anônimo disse...

"E em que, exatamente, essas pessoas seriam ajudadas pela proibição? Ou prejudicadas pela regulamentação?"

Donadio.
Sou mulher, feminista, tenho 37 anos, negra, oriunda da classe média baixa (hoje com melhor nível financeiro), da área de humanas e de esquerda.
Escrevo para elogiar e agradecer seus comentários. Sua visão tranquila e analítica sobre os absurdos que comentam por aqui são uma luz no fim do túnel. Parabéns.

B. disse...

Só esclarecendo: não me identifico como radfem. Na verdade, assim como a Lola, me considero "só" feminista, concordo e discordo de coisas de várias vertentes.

Anônimo disse...

Donadio,

Sou mulher, 17 anos. Branca, classe média média e acho você um bossal.
Escrevo pra te pedir pra falar menos.

Parabéns

Anônimo disse...


"acho você um bossal"

A forma correta de escrita da palavra é boçal. A palavra bossal está errada. Devemos usar a palavra boçal, que pode ser um adjetivo ou um substantivo comum, sempre que quisermos referir uma pessoa rude, ignorante, grosseira, com pouca cultura, inteligência e sensibilidade. Esta palavra era usada para referir os escravos que chegavam de África e não falavam português.

Acho que chamar as pessoas de "bossal" é meio rude, ignorante e grosseiro.

Vicky_ disse...

Donadio, você é mesmo um boçal, eu não tenho estômago pra ver o que prostitutas passam ao vivo, mas tenho a "impressão" que você não se comove nem um pouco com o que elas passam, é só um cara tentando pagar de moderninho e liberal.
Licença, cansei do assunto. Não vou ficar batendo na mesma tecla com alguém que sequer tem experiência no meio.

Lola Aronovich disse...

Ô gente, vcs poderiam por favor parar de insultar xs comentaristas daqui, principalmente aquelxs que põem o nome? Uma coisa é xingar troll (e ainda assim eu acho que dá pra xingar sem apelar pra homofobia, por exemplo, sem chamar alguém de viado), outra é atacar comentaristas. Isso não leva a absolutamente nada. Obrigada.

donadio disse...

Obrigado, Lola.

Como disse a Roxy, o classismo tá violento por aqui. Querem passar a patrola por cima das prostitutas, como se o patriarcado fosse culpa delas, e ainda posar de boazinhas que só querem "proteger" as moças.

Impressionante como ser de classe média pode fazer mal à cabeça.

B. disse...

E quem ta chamando os outros de "classistas" e "classe média" é pobre?

Anônimo disse...

(Viviane)
Não necessariamente, B., podem ser pessoas de classe média com autocrítica. Eu também pertenço à classe média e penso dez vezes antes de dizer "o que é melhor para as prostitutas (ou deficientes, ou pobres, ou negros)" porque não faço parte desses grupos, mas procuro exercitar (sim, é um exercício diário) a empatia. E empatia, em primeiro lugar, passa por ouvir as pessoas antes de sair dizendo "o que é melhor para elas".

donadio disse...

B.: "E quem ta chamando os outros de "classistas" e "classe média" é pobre?"

Não sou, nem nunca disse que sou. Mas tento respeitar o que as pessoas que vivenciam as situações dizem a respeito do que vivenciam. Não conheço uma única organização de prostitutas que defenda a proibição. E as que eu conheço, como a Davida, defendem a regulamentação e o combate ao estigma. Ora, essa é a palavra delas, das mulheres que se prostituem. E que deveriam ser sempre as primeiras a serem ouvidas.

(Viviane): "Não necessariamente, B., podem ser pessoas de classe média com autocrítica. Eu também pertenço à classe média e penso dez vezes antes de dizer "o que é melhor para as prostitutas (ou deficientes, ou pobres, ou negros)" porque não faço parte desses grupos, mas procuro exercitar (sim, é um exercício diário) a empatia. E empatia, em primeiro lugar, passa por ouvir as pessoas antes de sair dizendo "o que é melhor para elas"."

É isso aí. Não existe "empatia light", empatia sem reconhecimento da humanidade e protagonismo alheio.

donadio disse...

"Sou mulher, feminista, tenho 37 anos, negra, oriunda da classe média baixa (hoje com melhor nível financeiro), da área de humanas e de esquerda.
Escrevo para elogiar e agradecer seus comentários. Sua visão tranquila e analítica sobre os absurdos que comentam por aqui são uma luz no fim do túnel.
"

Obrigado.

Vicky_ disse...

Oh, grande Donadio, protetor do direito das mulheres venderem seus corpos, desculpe-me por ofende-lo, sim, até por que sou uma perua rica olhando as prostitutas como um patamar abaixo do meu. Hohoho ~Aff~

Uma coisa: PARA! Não suporto homem assim, metido a Salvador e liberalzinho, você tem um orgulho forte em seus comentários, não um orgulho de auto estima bem usada, mas a de um daqueles poetas de 60 anos do meio político, que sabe o que é melhor pra qualquer mulher, que bebe chá e joga planilhas na sua cara.

Você disse que a pessoa do guest estava falando da prostituição dessea países de uma maneira superficial, preconceituosa e até muito classe média. Cê não entendeu? Ela nunca disse que passou anos nesses países, que conversou com todas as prostitutas do mundo ou que é formada em estatística, caralho, estava expondo a visão horrenda que teve dos lugares pontos de prostituição (que estavam espalhadas por todos os cantos da área noturna das cidades).

Não preciso ter vivido em todos os países capitalistas do mundo pra saber que o capitalismo é uma merda, não preciso ser prostituta pra saber que prostituição é uma merda da mesma forma que sei que o Patriarcado É uma merda mesmo só tendo vivido no norte do Brasil.

Agora, essa filha de pretos e classe média baixa do sexo feminino vai se retirar de sua presença. Vou deixar as meretrizes sendo felizes tendo que ficar com maridos crifradores com inúmeras namoradas temporárias(mas se elas são maiores de idade e empoderadas que mal há, né? ^-^), perdão.


Lola, malz, não vou mais comentar sobre o assunto, mas tinha que comentar essa.

Anônimo disse...


Lola sou sua fã incondicional estou muito feliz em vc continuar com o blog, eu tb percebi silêncio de alguns grupos diante da perseguição que vc vem sofrendo somente mas no face o deputado Jean Willys te defendeu.

b) A prostituição infantil deve ser combatida estes pedófilos devem ser presos mas existe mulheres que optam pela prostituição e não devemos julga- lás apos ler o livro sobre a biografia de Gabriela Leite mudei minha opinião

donadio disse...

"Seja mais direito. Aponte os erros."

Tem uma escritora africana, Chimamanda Ngozi Adichie, que diz que “The single story creates stereotypes, and the problem with stereotypes is not that they are untrue, but that they are incomplete. They make one story become the only story.” (a estória única cria estereótipos, e o problema dos estereótipos não é que eles sejam falsos, mas que são incompletos. Eles fazem uma estória se tornar a estória)

Essa é a minha sensação com o texto da Camila Ribeiro. Não é que as coisas que ela narra sejam inverídicas; é que são usadas para compor uma narrativa preconceituosa e comodista, que se adequa como uma luva aos preconceitos que nós já temos sobre o extremo-oriente. É uma narrativa "orientalista", em resumo; um exercício de "outrização" da Ásia.

Exemplos:

"Em todos os cantos pude reparar claramente ser uma terra de homens, onde as mulheres numa postura sempre cordial, para não dizer passiva e submissa, tinham papel pouco expressivo" (sobre a Índia)

Como se o Brasil, os Estados Unidos ou a Alemanha não fossem "terras de homem", onde as mulheres desempenham um papel passivo e submisso, não é?

Por outro lado, a Índia teve uma primeira-ministra mulher, Indira Gandhi, muito antes que o Brasil, os Estados Unidos ou a Alemanha. Portanto, o estereótipo é incompleto; é verdade que a Índia é "uma terra de homens, onde as mulheres [têm] papel pouco expressivo"; mas isso é uma visão extremamente parcial de um país onde uma dessas mulheres "passivas", "submissas" e "pouco expressivas" foi chefe de governo numa época em que isso era impensável no tão ocidental "Ocidente".

Ou, logo em seguida:

"para piorar, não podiam mostrar seus corpos, sempre escondidos por trás de coloridos saris"

Como se as ocidentais andassem... nuas. Nem vou entrar no mérito de se mostrar ou não mostrar o corpo é "pior" ou não.

Por outro lado, é como se a Índia não tivesse história. As coisas são assim, sempre foram assim, sempre serão assim. No entanto, como entender minimamente a Índia sem sequer fazer referência ao sistema de castas, e ao progresso, ou falta de, na erradicação desse sistema?

Referindo-se à Ásia como um todo: "Até mesmo os filmes dão apenas a entender que haverá um beijo mais caliente, jamais mostrando o encontro dos lábios e línguas."

E como faz com os filmes americanos, italianos ou brasileiros? Não passam lá? Por que, por que as distribuidoras não se interessam, ou são proibidos? Da mesma forma no Nepal como no Japão, na Tailândia como na China?

"Na vida cotidiana do Camboja mulher e homem têm papéis definidos e inflexíveis, o clube do bolinha e da luluzinha. Raras vezes esses dois sexos são vistos conversando ou se divertindo. Quando estão juntos geralmente são marido e mulher."

Phnom Penh é uma cidade de mais de dois milhões de habitantes. Não é uma área rural onde as pessoas podem plantar e colher sua própria comida. Então, quem faz esse tipo de compras em Phnom Penh? Os homens? Como as mulheres vão desempenhar o seu papel submisso de donas-de-casa sem interagirem com homens no comércio?

Segundo a Wikipedia (alerta vermelho, é um site extremamente inconfiável), 18% dos deputados no Camboja são mulheres. Não é nenhuma maravilha, mas é mais do que no Brasil.

Enfim, muito superficial, conformista, um texto que nos faz nos sentirmos bem na nossa zona de conforto, sem questionar nem a nossa realidade (onde prostituição como a descrita não falta), nem a imagem meio fantástica de uma "Ásia" homogênea, em que não há países ricos como o Japão, onde Islã, hinduísmo e budismo se fundem em algum tipo de vaga "religião oriental", onde não há áreas urbanas e rurais, onde o ocidente não entra a não ser na condição de turista ou jornalista, etc.

Unknown disse...

Carola maluco.

A propósito, deus não existe, o universo não dependeu de um fantasma pra existir ou continuar existindo e o tal de Jesus é uma colcha de retalhos de mitos e sem evidência histórica

Anônimo disse...

Eu gosto da tal "você não entende nada".

21:48 :D

Fácil demais. Diga "vc é X, não entende do assunto que só Y entende".

Como não entender? É tão simples. Basta concordar com o lado oposto, pois este é o dono da verdade .

Eu disse que "ambos" os sexos têm problemas. AMBOS.

Que parte do AMBOS não se entendeu?

"Ômi" realmente não entende nada. É "muié" que entende tudo.

BLH

Roxy Carmichael disse...

então donadio, lacrou.
muito boa a sua contribuição. eu acho super possível falar de outras coordenadas geográficas sem ser morador ou profundo conhecedor. é sempre bom atentar para o registro das informações acessíveis ao seu status de turista, sem querer fazer das mesmas um tratado sobre a historia e os conflitos do lugar. não estamos falando de um relato imparcial, mas é realmente chato quando as informações aparecem apenas para confirmar conceitos estabelecidos à priori.
o oriente como criação do ocidente, said tá aí vivinho da silva nesse contraponto.
o oriente como fantasia de prazeres proibidos (prostituição, onde as mulheres são dóceis)
como universo pré-rural (onde homens e mulheres não interagem como vc bem mencionou, ainda que existam cidades grandes, de médio e pequeno porte)
como o local que não é atravessado pelo global (o exemplo do cinema foi revelador nesse sentido, como se do extremo oriente não saíssem diretores tão díspares como wong kar wai, takashi miike, apichatpong ou brillante mendonza, muitos deles afeitos a um registro bem cru da violencia, ou ainda poético do sexo, entre outras coisas, e que são influenciados e influenciam o cine do ocidente)
um abraço e sempre bom ler suas intervenções!

Roxy Carmichael disse...

ale lembrar que cuba e até paquistão tem mais mulheres no congresso que os estados unidos.
vale pensar também que as jornalistas francesas fizeram um manifesto contra o tratamento que recebem ao cobrir política no congresso. segundo esse manifesto, as jornalistas são assediadas, humilhadas, ridicularizadas e não é infrequente que os políticos ofereçam dinheiro pra transar com elas. ainda nesse âmbito está o icônico episódio da deputada que foi ao congresso de vestido (bastante comportado, diga-se, se isso importa pra alguém) e teve seu dia de geizy arruda. esses temas foram levantados quando conversava com uma francesa, após ela dizer que "lá na frança, a gente superou os problemas que vcs tem aqui (na américa latina)". que os franceses queiram nos vender isso, é o papel deles desde os tempos imemoriais. que a gente aqui compre, também é um pouco nosso papel desde os tempos imemoriais. mas eu particularmente acho que é preciso mudar isso aí.

isso indica claro que são os homens que fazem as leis. indica, no caso da frança, que as mulheres não podem sequer confrontá-los, ao exercer de forma extremamente precária a função de jornalista.

apocalíptica disse...

Caro Donadio,

Quem vos escreve é a aurora do texto, Camila Ribeiro. Em primeiro lugar, inicialmente fiz esse texto para o meu blog sobre a viagem para Ásia, é uma visão ocidental sim, porque felizmente sou ocidental, odiaria ter nascido no oriente médio por exemplo ou na Índia.

Algumas críticas fazem muito sentido, não fiz uma profunda pesquisa e sim um relato através da minha observação, que está sujeita a falhas, leviandade, preconceitos e tudo mais que envolva o fato deu ser um humano imperfeito por natureza. Resolvi compartilhá-lo na Lola porque achei o tema relevante e que tocaria as mulheres, assim como me tocou.

Quanto a índia em especifíco, o proprio Gandhi era contra o sistema de castas. A Índia é um dos países mais injustos do mundo com a mulher, não vou nem me aprofundar nas que são queimadas vivas no Rajastão, ou nos inúmeros estupros que caem na boca do povo, ou o fato deu, enquanto ocidental não poder me vestir como de maneira mais fresco, já que não é da minha cultura usar saris. Isso daria muito pano pra manga para outros textos.

Em relação ao Cambodia talvez tenha exagerado, é óbvio que homens e mulheres se comunicam, ainda mais se tratando de negócios, dinheiro, mas não vi nada muito além disso. É um país cheio de cicatrizes do passado e muito pobre.

Comentei dos países que pude visitar, não fui ao Japão por exemplo, mas sei que é onde existe prostituição e tudo mais, inclusive cito no meu próximo texto.

Quanto a essa questão das mulheres na política, pois é, pelo visto não tem sido suficiente. Seria melhor uma micro mudança à uma macro, talvez....

Eu não tenho a menor dúvida das barbaridades que acontecem no Brasil, menores se prostituindo em postos de gasolina para motoristas de caminhão e por ai vai, truismo sexual no Rio de janeiro aos montes, acontece que o meu relato foi sobre os países que pude visitar.

Agora se você acha que não quis sair da minha zone de conforto, levanta sua bundinha do sofá e vai fazer um mochilão de oito mêses nos países bem complicados que eu conheci e venha escrever um texto!




donadio disse...

"como se do extremo oriente não saíssem diretores tão díspares como wong kar wai, takashi miike, apichatpong ou brillante mendonza"

Verdade, nem tinha lembrado disso. "O Império dos Sentidos" é um filme japonês, de Nagisa Oshima. Portanto, um filme "asiático". Não sei se o Japão foi "promovido" a algum tipo de "ocidente honorário", nem o que o fato de um filme japonês ser extremamente explícito ("jamais mostrando o encontro dos lábios e línguas"? Hum.) nos diz sobre a emancipação das mulheres no Japão. Enfim. O oriente como lugar mítico, onde todas as fantasias cabem, mesmo que sejam mutuamente excludentes...

donadio disse...

Camila,

obrigado por se dar ao trabalho de debater.

"Quanto a índia em especifíco, o proprio Gandhi era contra o sistema de castas. A Índia é um dos países mais injustos do mundo com a mulher, não vou nem me aprofundar nas que são queimadas vivas no Rajastão, ou nos inúmeros estupros que caem na boca do povo, ou o fato deu, enquanto ocidental não poder me vestir como de maneira mais fresco, já que não é da minha cultura usar saris. Isso daria muito pano pra manga para outros textos."

Olha, eu acho a injustiça contra as mulheres algo muito difícil de quantificar, até por que não é uma coisa unidimensional. Em Bali (que fica na Ásia, e é parte do "oriente"), pelo menos até há algum tempo atrás, você poderia ficar constrangida por estar vestida demais. Não sei se isso quer dizer que as mulheres balinesas eram mais emancipadas que as ocidentais, ou que o restante das indonésias. A emancipação das mulheres é função da roupa que usam?

"Agora se você acha que não quis sair da minha zone de conforto, levanta sua bundinha do sofá e vai fazer um mochilão de oito mêses nos países bem complicados que eu conheci e venha escrever um texto!"

"Zona de conforto" não significa isso, Camila. Você pode passar por mil e uma aventuras e continuar na sua zona de conforto, buscando através da aventura apenas reforçar aquilo que você já "sabe" sobre o lugar das suas aventuras. E você pode sair da sua zona de conforto sem levantar a bundinha do sofá, desde que esteja disposta a questionar as suas certezas.

Anônimo disse...

Roxy e donadio, pena que vcs não estavam na discussão do post anterior a este.

Roxy Carmichael disse...

pois é, isso porque esqueci completamente oshima, imamura. tudo bem, restrito a um publico de festival e cinéfilo, talvez? no entanto, nao se pode negar que sofreram influencia e influenciaram muitas coisas para além das fronteiras do japão.

quanto à expressão "zona de conforto" associada a mochilão, questiono tb se fazer um mochilão de oito meses depende APENAS de levantar a bundinha. me refiro ao fato de que se trata de uma prática introjetada em grande medida (pra nao dizer quase que exclusivamente) pelas classes favorecidas. tem uma expressão que escutei que se encaixa bem em alguns casos dessa prática: safári social democrata à pobreza. por exemplo, eu não diria que os gringos que chegam numa favela carioca num jipe estão necessariamente saindo da zona de conforto. para além da questao simbólica, ainda tem a questão concreta. tirar um passaporte é bem caro pra quem ganha um salário mínimo. o que dirá a passagem pra tailândia (ainda que dividida em 24 parcelas, será que tem companhia aérea que divide tanto assim?)

no mais, não se trata de buscar imparcialidade ou ainda de assumir um olhar oriental, excluindo o olhar ocidental (interessante que esse é um conceito tb cheio de nuances. dizer pros europeus que a gente aqui é ocidental é tipo dizer pros yankees que a gente aqui é americano). se trata de como se criou uma "ficção" sobre o que é o oriente à medida das demandas de poder do ocidente. daí que na medida do possível, sendo muito muito difícil ser imparcial, estar atenta a essa "ficção". lembrando que ficção aqui aparece menos como mentira que como roteiro de visão única, e grande instância, forjado.

algo mais ou menos assim:
estruturalmente pré-urbano
conceitualmente primitivo
onde não existem afetos cotidianos, até pq pra isso, eles precisariam ser tão humanos como (nós?) os ocidentais, e sim, fantasias (ou os prazeres proibidos, dos haréns às prostitutas submissas e dóceis).
é assim na narrativa dos exploradores de outras épocas, até no cinema (indiana jones que não me deixa mentir)

dito tudo isso, eu como adoro um relato de viagem, quero ler a segunda parte :-)

apocalíptica disse...


Quanto a questão dos saris, eu não tenho nada contra os saris, acho que são lindos, tem todo um significado cultural etc ... Mas a a partir do momento que está fazendo um calor absurdo de mais de 40 graus, eu adoraria poder me vestir com uma regata um shorts sem que um indiano tente pular em cima de mim, ou fique me olhando por horas com cara de tarado que nunca pôde ver um pedaço de carne do sexo oposto na vida. Agora, se as indianas não se importam, q bom para elas!!!!

E sim, é sem dúvida um privilégio imensurável fazer um mochilão, mas tem muito stress também, principalmente quando a sua grana é curta. Pessoas tentando te passar a perna o tempo todo, tentando entender cultures completamente distintas, sendo tratado como um banco 24hs com pernas. Não é só fotinho sorrindo no Facebook e no Instagram.

Os filmes asiáticos, japoneses principalmente, foram escolas de erotismo pra mim! São gênios nessa arte. Mas trata-se de classe artística, que é sempre mais aberta. Eu não duvido que eles entendam do babado como poucos... o que me chamou atenção foi o lance da prostituição e do turismo sexual.

Anônimo disse...

Para pessoas extremamente desinformadas, validadoras do patriarcado ou liberais brancas de classe média alta, deixo aqui um link para um texto bastante esclarecedor sobre tão empoderadora é a indústria da pornografia e a relação com a prostituição

https://www.facebook.com/generoematerialismo/posts/1639880976292329

Cada um é livre para defender o que quiser, desde que saiba do que está falando.

Anônimo disse...

Eu não considero uma afronta, ofensa ter de pagar para ter sexo! Isso é a coisa mais antiga do mundo e existe em todos os países! Até na Suécia que é tida como um modelo de sociedade avançada! Não uso e nem pratico apenas porque acho que é uma coisa falsa e como tal sem graça!
Penso que com a criminalização do assédio a iniciativa masculina vai ficar cada vez mais dificil. Como abordar uma mulher sem ser assédio? Pessoas são muito diferentes e o que eu penso não ser assédio pode ser entendido pela garota como mais um assédio! Então é melhor não arriscar! Esperar que ela dê algum sinal, muito frequentemente é frustrante e pode nunca vir! e que tragédia seria isso? nenhuma, apenas que nós homens devemos usar nossa inteligência é aceitar isso tranquilamente e ver que não seria o fim do mundo. Se ela quer OK, se não quer, não tem! Podemos ficar sem sexo? claro que sim, tem presos que ficam 30 anos sem sexo, seja pago ou não.

donadio disse...

"Para pessoas extremamente desinformadas, validadoras do patriarcado ou liberais brancas de classe média alta, deixo aqui um link para um texto bastante esclarecedor sobre tão empoderadora é a indústria da pornografia e a relação com a prostituição

https://www.facebook.com/generoematerialismo/posts/1639880976292329

Cada um é livre para defender o que quiser, desde que saiba do que está falando.
"

Sim, a gente sabe disso. Não há nenhuma dúvida de que a indústria da pornografia, assim como a prostituição, é um ambiente de extrema exploração. Como, aliás, a agricultura, o show business em geral, ou a educação pública. O que ocorre é que ninguém acha que a agricultura ou a educação pública deveriam ser proibidas por que são atividades que provocam doenças, depressão ou suicídio; o que todo mundo parece ser capaz de ver é que lutar contra esses problemas passa pela organização sindical dos professores e dos agricultores - pelo aumento e pela defesa dos direitos das pessoas envolvidas na educação pública ou na agricultura.

Mas quando se trata de pornografia ou prostituição, a reação é exatamente a oposta: como são atividades que criam enormes problemas para quem as pratica... então devemos acabar com os poucos direitos que estas pessoas têm, criminalizar a atividade, e, se possível, proibir qualquer discussão a respeito do assunto, que deve voltar a ser tabu, como nos bons tempos em que ninguém se prostituía nem se drogava (quando foi isso, aliás?)

donadio disse...

"Quanto a questão dos saris, eu não tenho nada contra os saris, acho que são lindos, tem todo um significado cultural etc ... Mas a a partir do momento que está fazendo um calor absurdo de mais de 40 graus, eu adoraria poder me vestir com uma regata um shorts sem que um indiano tente pular em cima de mim, ou fique me olhando por horas com cara de tarado que nunca pôde ver um pedaço de carne do sexo oposto na vida. Agora, se as indianas não se importam, q bom para elas!!!!"

Talvez você ficasse ainda mais confortável, do ponto-de-vista físico, vestida como uma yanomami (https://www.google.com.br/search?q=yanomami+women&espv=2&biw=1600&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI1fCb0f6UyQIVCw6QCh2jfQ-F), mas a verdade é que a gente naturaliza a nossa própria cultura, então a camiseta regata ou o short parecem escolhas óbvias (e as únicas confortáveis do ponto-de-vista social), quando são artefatos culturais tanto quanto o sári indiano ou a tanga yanomami...

"Pessoas tentando te passar a perna o tempo todo, tentando entender cultures completamente distintas, sendo tratado como um banco 24hs com pernas. Não é só fotinho sorrindo no Facebook e no Instagram."

Sim, as pessoas - mesmo os "asiáticos" - percebem claramente que você está numa situação de fragilidade bem específica: você não é dali, não conhece os costumes, a língua, etc.

Para eles, é você que é "o outro". E o que a gente faz com o outro? Discrimina, explora, sacaneia, violenta - afinal, é só "o outro". No caso, vem com uma carga adicional de violência e vingança; você, eu, os ocidentais em geral, não somos só "o outro", somos o outro que discriminou, explorou, sacaneou, violentou (que ainda discrimina, explora, sacaneia, violenta) indianos, cambojanos, tailandeses, vietnamitas, para ficar só nos países que você visitou.

Considerando isto:

https://www.google.com.br/search?q=bengal+famine&espv=2&biw=1600&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI_-jfjoGVyQIVxSGQCh0wLgUw (Bengala, Índia, epidemia de fome sob administração britânica, 1943)

https://www.google.com.br/search?q=vietnam+war&espv=2&biw=1600&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI-POhtIGVyQIVBISQCh380QER (Vietnã, agressão militar americana, 1955-1972)

https://www.google.com.br/search?q=vietnam+war&espv=2&biw=1600&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI-POhtIGVyQIVBISQCh380QER#tbm=isch&q=cambodia+illegal+bombings (Camboja, agressão militar americana)

https://www.google.com.br/search?q=vietnam+war&espv=2&biw=1600&bih=775&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI-POhtIGVyQIVBISQCh380QER#tbm=isch&q=thailand+police+repression (Tailândia, repressão policial a protestos contra o governo pró-americano)

eu diria que eles são extremamente civilizados. Por que eles sequer nos deixam entrar nos países deles?

"Os filmes asiáticos, japoneses principalmente, foram escolas de erotismo pra mim! São gênios nessa arte. Mas trata-se de classe artística, que é sempre mais aberta. Eu não duvido que eles entendam do babado como poucos... o que me chamou atenção foi o lance da prostituição e do turismo sexual."

E o que me chama a atenção é que essas coisas, terríveis como são, fazem parte do processo de destruição do patriarcalismo camponês tradicional, que é onde se enraíza a misoginia e o falocentrismo das nossas sociedades, ocidentais ou orientais.

Ou você acha que a sociedade sueca da época dos vikings era um paraíso social-democrata e feminista, e que o patriarcalismo tradicional das aldeias camponesas suecas acabou por vontade própria, sem nenhuma violência, e sem a expropriação da propriedade camponesa tradicional pelo capitalismo?

(a classe artística é sempre mais aberta, ou seja, ela é como nós, ocidentais; ela não é "o outro"...)

donadio disse...

Lista de astros do rock-and-roll que morreram de overdose, segundo a Wikipedia (sim, eu sei. Mas para assuntos de "cultura popular", funciona):

https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_pop_musicians_who_died_of_drug_overdose

Vamos proibir o rock-and-roll! Vamos colocar os donos de gravadoras na cadeia!

(Astros de rock and roll são parte da classe artística; eles não são "o outro", eles são como nós - que quando usamos drogas estamos só nos divertindo, e se morremos é por acidente. Prostitutas são "o outro", talvez até "o outro" por excelência; quando usam drogas, é para suportar uma realidade insuportável, e, quando morrem, não é acidente, é destino).

Roxy Carmichael disse...

Deixo aqui um artigo bem longo, mas bem legal de ler.
Fala sobre o mercado do sexo no pós guerra no japão
Basicamente diz que as autoridades japonesas exigiram que as mulheres se prostituíssem depois da guerra para evitar que dessa forma não fossem estupradas, o que seria a maior humilhação da nação derrotada. Acontece que as japonesas foram fazendo pé de meia e enquanto tava todo mundo na pior, afinal o país estava destruído, elas alcançaram certo grau de independência financeira e consequentemente, autonomia. Em muitos casos eram as provedoras das familias. Quando elas alcançam isso, curiosamente, governo e grande parte da sociedade passa a discriminá-las a não considerar mais uma atitude heroica e patriótica, passam a persegui-las e a querer abolir os clubes de prostituição:
http://200.185.145.219/edicao-101/anais-da-historia/sexo-depois-da-guerra

Sobre a questão da pornografia que é bastante complexa, deixo apenas uma analise sobre um dos aspectos que estão envolvidos: "como tornar a pornografia um tabu impede que se fale sobre ela e se pense em medidas para evitar abusos contra as atrizes". Isso é analisado a partir da excelente critica ao filme Hot girls wanted
http://fuersie.tumblr.com/post/121433887823

Roxy Carmichael disse...

*evitar que dessa forma fossem estupradas.
o que esses dois textos analisam é que numa das situações da prostituição, não todas obviamente, a mulher é condenada quando obtém algum tipo de vantagem. Será que não podemos falar o mesmo sobre o abor: quando há gozo, só existe a opção da condenação. quando não há, permite-se o acolhimento?


Roxy Carmichael disse...

quanto ao turista ser explorado

talvez fosse o caso do turista baixar um pouco as expectativas não?
viaja pra esses lugares PORQUE o dinheiro ali vale bem mais e isso só acontece PORQUE a economia lá é super dependente, chega-se lá JÁ nesse lugar de privilégio que é super violento, esperando ser bem atendido (em outras palavras servido) e simulando um voto de pobreza pra amenizar a consciência culposa (viajar sem grana, passar perrengue "pra conhecer mais o lugar e a historia").

Sobre os "terríveis" perrengues envolvidos nessa atitude super abnegada de viajar sem grana "pra entrar em contato com outra cultura" recomendo muito ler o texto Turistas e vagabundos - os heróis e os anti-heróis da posmodernidade, do Bauman. Basicamente ele diz que o turista é o herói que pode escapar quando as coisas se tornam difíceis, quando a aventura se converte em tédio enquanto os vagabundos são aqueles que só tem a opção de se dedicar à servir os turistas. Se movem não porque querem, mas porque estão obrigados a se descolar pra conseguir migalhas. São os descartes.

donadio disse...

http://200.185.145.219/edicao-101/anais-da-historia/sexo-depois-da-guerra

http://fuersie.tumblr.com/post/121433887823

Excelentes textos, os dois. Seria bom se as pessoas lessem ambos, o que as levaria muito mais longe das suas respectivas zonas de conforto do que qualquer mochilão. Particularmente pertinente as discussões sobre a "honra" (de quem, das mulheres, ou dos homens que as "protegiam"/dominavam, e foram deslocados/emasculados pela invasão estrangeira?) e sobre a obscenidade da fruição da própria repulsa (ver o horror me humaniza por que me faz mais humano ao reconhecer o horror como horror, permitindo a fruição sádica subreptícia do horror enquanto tal).

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