segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ROMPA O SILÊNCIO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Hoje é o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. 
Uma das melhores palestras que já vi no TED foi esta, da escritora americana Leslie Morgan Steiner, autora do livro Crazy Love (Amor Louco, que ela chama de "armadilha psicológica disfarçada de amor"), e sobrevivente de violência doméstica
Por favor, tire 16 minutinhos do seu tempo para assistir a esta palestra, agora com legendas em português. Durante esses 16 minutos, quarenta mulheres serão espancadas no Brasil. Sim, essa é a nossa estatística: a cada 2 minutos, 5 brasileiras são agredidas.
Basicamente, Leslie expõe três temas muito importantes: os estágios da violência doméstica, as respostas à velha pergunta "Por que uma mulher fica com um homem que bate nela?", e a desmistificação de que ela, Leslie, por ser branca e rica, não poderia ser vítima de violência.
No Brasil, a maior parte das mulheres que sofrem violência doméstica são negras (aliás, 61% das vítimas de feminicídio são negras). Mas isso não quer dizer nem de longe que só negras, ou só pobres, apanhem. É um erro gigantesco pensar que a violência doméstica está restrita a uma só classe social (ou mesmo a um só gênero, embora 85% dos agressores nos EUA sejam homens). 
Ainda que a raça e situação financeira de Leslie não fizessem dela "uma vítima típica", a idade fazia: ela tinha 22 anos quando conheceu Connor, seu futuro marido. Nos EUA, mulheres entre 16 e 24 anos têm três vezes mais chances de serem vítimas de violência doméstica que mulheres de outras idades. Mais de 500 americanas nessa faixa etária são mortas todos os anos pelos maridos e agressores.
Outra coisa que fazia de Leslie uma vítima típica é o quanto ela desconhecia sobre violência doméstica. Ela não conhecia seus sinais de alerta, nem seus padrões. Não sabia nada.
O primeiro estágio na violência doméstica, diz Leslie, é criar a ilusão de que a futura vítima domina a relação. Connor a idolatrava, confiava no seu sucesso, queria saber tudo sobre seus sonhos e seu passado. Ninguém nunca a havia amado tanto. Ele criou uma atmosfera de confiança confidenciando a Leslie que ele havia apanhado sistematicamente do seu padrasto desde que tinha quatro anos. 
Leslie nunca poderia imaginar que aquele homem tão engraçado, carinhoso e inteligente seria capaz de, mais pra frente, querer controlar se ela trabalharia, como ela se vestiria, se ela usaria ou não maquiagem, os amigos que ela teria. "Eu não sabia que o primeiro estágio em qualquer relação de violência doméstica é seduzir e encantar a vítima", revela Leslie.
O segundo estágio é isolar a vítima. É óbvio que Connor, na época, não chegou de repente e revelou que a próxima fase do relacionamento seria que ela apanhasse. Não. Ele anunciou que havia largado seu emprego dos sonhos e que queria se mudar com ela para uma cidadezinha, longe daquilo tudo. Ela aceitou, apesar de não querer abandonar seu emprego, que também era ótimo. Mas ela pensava que, na vida, devemos fazer sacrifícios. Ela não tinha a menor ideia que, ao aceitar aquilo, estava entrando de cabeça numa armadilha cuidadosamente armada -- uma armadilha psicológica, física e financeira. 
O próximo estágio da violência doméstica, narra Leslie, é apresentar a ameaça da violência, para ver como a vítima reage. Assim que chegaram à nova cidade, Connor comprou três armas de fogo: uma, ele mantinha no porta-luvas do carro; outra, embaixo do travesseiro, na cama; e a terceira, no bolso dele, o tempo todo. Embora ele dissesse que precisava delas para se sentir protegido, aquelas armas eram um recado para Leslie. Sua vida já corria perigo. 
A primeira vez que Connor a atacou fisicamente foi menos de uma semana antes do casamento. Era de manhã, ela ainda estava de camisola, trabalhando no seu computador, frustrada porque não conseguia terminar um artigo. Connor pôs as duas mãos no pescoço dela, o apertou até que ela não pudesse respirar, e bateu sua cabeça várias vezes contra a parede. Cinco dias depois, as dez marcas no seu pescoço tinham desaparecido, e ela pôs o vestido de casamento e se casou. Por quê? Porque ela tinha certeza que seriam felizes para sempre, que ele estava arrependido, e que aquilo jamais iria acontecer de novo.
Aconteceu mais duas vezes na lua de mel, enquanto estavam dirigindo. E ele bateu nela uma ou duas vezes por semana pelos dois anos e meio seguintes do casamento.
Outra coisa que Leslie não sabia é que não era a única -- uma em cada três mulheres americanas sofrem violência ou stalking (perseguições) em algum momento da vida. 15 milhões de crianças são agredidas todos os anos nos EUA. Muitas dessas crianças, ao crescerem, perpetuarão a violência em suas próprias famílias. Definitivamente, Leslie não estava sozinha.
Mas por que, então, ela ficou? (essa pergunta é muitas vezes um código para se culpar a vítima). Porque ela não se via como uma mulher agredida. Ela se via como uma mulher forte e apaixonada por um homem muito perturbado. Ela acreditava que era a única pessoa no mundo que poderia ajudá-lo. 
Outra pergunta que as pessoas sempre fazem a Leslie é: por que você simplesmente não foi embora? Segundo ela, esta é a pergunta mais dolorosa, porque as vítimas sabem de uma coisa que as outras pessoas não sabem: que é extremamente perigoso deixar um agressor. O estágio final na espiral da violência doméstica é matar a vítima. Mais de 70% dos assassinatos de violência doméstica acontecem depois que a vítima termina a relação, porque aí o agressor já não tem mais nada a perder. (No Brasil, uma mulher morre vítima de violência masculina a cada uma hora e meia). 
Outras consequências trágicas de deixar o agressor é a perseguição por muito tempo, mesmo depois do agressor se casar novamente; a recusa do ex em fornecer recursos financeiros para a mulher e/ou as crianças, e visitas não supervisionadas aos filhos, que se aterrorizam por ter que encontrar o pai que espancava a mãe deles. 
Leslie finalmente conseguiu ir embora após uma surra sádica em que ela notou que, se continuasse com Connor, o homem que ela amava tanto a mataria. Ela então rompeu o silêncio, e contou a todos, incluindo a polícia, os vizinhos, amigos, família, estranhos -- e ela só está aqui hoje pra contar a história porque todos a ajudaram. 
Há ainda uma outra razão que transformou Leslie numa sobrevivente típica de violência doméstica: ela foi capaz de reconstruir sua vida, casou-se novamente, tem um relacionamento feliz e sem nenhuma violência. E essa, segundo ela, é a experiência da maior parte das sobreviventes. "O que nunca mais terei de novo", afirma ela, "É uma arma na minha cabeça apontada por alguém que diz que me ama". 
O que ela pede, e eu também, é que se fale sobre a violência. "A agressão só tem sucesso onde há silêncio", diz ela. Eu recebo vários emails de mulheres que estão em situação de violência doméstica, e também de amigxs e familiares de vítimas, que não sabem o que fazer. Mais ainda, como tenho um leitorado jovem, recebo mensagens assustadas de adolescentes preocupadxs com o novo namorado da amiga, que parece possessivo e ciumento demais, e que está começando a isolá-la. 
Falem com elas, mostrem-lhes a palestra, ou este texto, ou os dois, e tantos outros. Façamos como Leslie: vamos romper o silêncio em torno da violência doméstica. Pra podermos combater uma praga, precisamos saber que ela existe. 

46 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Lola

Amo seu blog. ele mudou minha vida e a de muita gente para melhor!
Algo que me sinto na obrigação de acrescentar é que a violência doméstica pode não ser somente física, mas também psicológica. fui casada com um monstro que me chamava de burra, feia, gorda e que dizia que nada do que eu fazia era certo.
Não ficava nenhuma marca no corpo, mas as da alma tenho até hoje.
Percebo também que a maioria dos relacionamentos que conheço seguem este padrão de um homem sempre humilhando de alguma maneira a mulher. Ou ela é burra, se for bonita, ou ela é feia, pois é inteligente e ganha mais, pois bonita mesmo são as da televisão e cinema e revistas, ou ela não é "santa" o suficiente e deveria dar graças a deus por que ele "aceitou" uma "rodada".
Me sinto muito só, pois gosto, como todo ser humano, de ter um relacionamento amoroso normal e feliz, mas quantas vezes iniciei um relacionamento e me vi nas situações que citei acima ou na que a escritora da palestra mencionou. Eu corto o mal pela raiz, termino imediatamente.
O único que se arrastou foi meu casamento, quase 5 anos, mas como a Leslie, eu tinha 22 anos. Com esta idade não sabemos nada de nada,nem da vida, nem dos relacionamentos.
Nos posts anteriores tantas pessoas foram a favor das palmadas, mas eu creio que quem é humilhado em casa, repete o padrão de relacionamento como agressor ou vítima. o que não é bom para ninguém. o agressor também é um infeliz.
O que não entendo é porque ninguém se preocupa em educar para paz e para o amor.
Ensinar as crianças dos gêneros feminino ou masculino, cis, trans, hetero ou homo que elas devem amar e respeitar a todos, em especial os que são mais próximos a elas.
que os conflitos não se resolvem com porrada, manipulação, chantagem, mas com conversa, diálogo.
Isto não vejo´quase ninguém defendendo.
Porque é muito mais fácil bater, mandar calar a boca, porque sua vida tá uma droga com o marido, com a mulher, com o chefe.
Eu particularmente, venho de um lar horroroso: pai irresponsável, insensível e pedófilo e mãe louca, transtornada descontando tudo de ruim em cima de mim e da minha irmã.
Nunca quis ter filhos e continuo não querendo por causa disto.
Para superar este trauma e ainda ter uma vida normal, tendo que trabalhar igual a uma condenada para ter o mínimo, como dita o capitalismo e ainda ter que chegar em casa e ter que fazer todo serviço doméstico e cuidar de criança, que , como Ms Minna bem colocou são chatas, briguentas e exigem paciência ilimitada, não tem como eu não me estressar.
então prefiro não fazer ninguém sofrer.

Anônimo disse...

homens também sofrem violência doméstica e psicológica e antes que falem que mulher sofre mais,n estou certo disso porque homens raramente denunciam por vergonha,já que homem apanhando de mulher é humilhante,mas isso as feministas não gostam de falar,para passar a imagem de que mulher sempre é vítima.

Natee12 disse...

Mas já no segundo comentário um homem de mimimi? Não é sobre Homens.Alias é. Dos que batem.

Drica Leal disse...

Fico impressionada em como essas histórias de violência doméstica seguem um mesmo roteiro. Elas precisam ser muito, muito divulgadas mesmo, porque os sinais que os homens abusivos dão são sempre os mesmos!

Nunca passei por isso, mas conheço várias histórias de mulheres em relacionamentos abusivos e acompanhei de perto a história de uma amiga, que também era minha vizinha, com um agressor. E todas as histórias seguem o padrão:

No início, o cara é a solução para todos os problemas e carências da mulher. Se importa com tudo, quer cuidar de todos os problemas dela, de desentendimentos com a família e amigos até colegas de trabalho. Ela pensa que está no céu tendo ao seu lado um homem tão protetor, mesmo que às vezes ele demonstre ter "pavio curto" na maneira de lidar com negativas e frustrações, afinal, ele só é esquentadinho assim com os outros, e não com ela.

Depois ele começa a implicar com os amigos dela e até com a família dela. Cada vez que ela sai sem ele, tem que enfrentar horas de discussão com o cara, mas, como ele é esse cara protetor que faz tudo por ela, ela sente que deve mesmo algo a ele e começa a deixar de fazer qualquer coisa que possa desagradá-lo. E às vezes até se desentende com parentes e amigos por causa dele.

Só que o cara não se dá por satisfeito e cobra cada vez mais submissão e controle. Então um dia é um empurrão numa briga porque ela não avisou pra onde ia, na semana seguinte um escândalo porque ela encontrou um conhecido e iniciou uma conversa, depois o primeiro tapa por ciúmes... Depois ele arrependido, corando, pede perdão, jura que vai mudar, eles reatam, e o ciclo vai continuando, mas com agressões e ameaças cada vez mais graves, e, o que é pior: essa mulher já não conta mais com apoio de amigos e familiares porque esses já se afastaram ou foram afastados dela.

Infelizmente, essa história se repete diariamente para milhares de mulheres e garotas, com pouquíssimas variações. No caso da minha amiga, eu desde o início não gostava do estilo esquentadinho do namorado, mesmo antes dele iniciar qualquer agressão contra ela. Achava super estranho que ele se metesse tanto na vida familiar dela, ao ponto da convivência dela com a mãe e o irmão se tornar impossível e ela fugir pra morar com o namorado e a família dele. Mas convivendo com os familiares dele, ela logo descobriu que os próprios parentes do "príncipe" tinham medo da agressividade dele. Que ele tinha passagens pela polícia por brigas, agressão, etc. Mas aí já era tarde, ela já não tinha pra onde correr, a quem recorrer. Eu, embora presenciasse e tentasse reconfortar, nada podia fazer, eu morava com minha mãe. Então ela ficou casada alguns anos com ele, suportando todo tipo de abuso, encurralada como uma presa, em algo que começou como o romance com o cara perfeito... Ainda bem que conseguiu escapar com vida, mas não sem meses de perseguição por parte dele.

Então, repito: divulguem essas histórias. Os padrões se repetem, mas muitas mulheres desconhecem que aquele cara "protetor", que quer cuidar de tudo na vida dela, na verdade pode ser seu algoz.

Anônimo disse...

http://www.camaracba.mt.gov.br/noticia.php?id=4664


Off Topic


Vereador afirma, entre outros absurdos, que uniao gay eh aberração, anti higiênico. Mas pelo menos ele tem amigos gays gente, dá um desconto. Sqn.

Rose disse...

Anônimo disse...
homens também sofrem violência doméstica e psicológica

Que espécie de cegueira a pessoa tem pra choramingar que "uzome" são tão (ou até mais) vítimas de violência doméstica quanto as mulheres? Porque é gritante a diferença, até os minerais sabem que há muito mais mulheres sendo agredidas e mortas por seus companheiros ou ex companheiros. É bíblico a concessão que se dá ao homem (e somente ele) de violar, espancar e matar a mulher. Que grau de estupidez um ser precisa ter pra desqualificar as estatísticas (que são alarmantes) da violência doméstica e de abusos sexuais? Basta ver, nem precisa ler jornais ou coisa assim, basta ficar uma hora numa delegacia especializada e vai ver quantas mulheres chegam agredidas (sem contar as subnotificações, o silêncio que mascara. Em todo lugar que se fala em violência contra a mulher aparece sempre um monte de gente pra falar "perae", homens também são agredidos" (lógico que existe homens agredidos e até mortos por companheiras e acho que a subnotificação também é grande, mas é tanta gente preocupada com o sofrimento do homem agredido que quase não sobra espaço para falar das inúmeras mulheres agredidas e mortas.
Cara, vocês têm toda uma estrutura criada para deslegitimar a queixa da agredida, vocês têm religiões que lhe dão suporte espiritual para não se sentirem culpados por agredirem, um sistema jurídico que sempre "falha" em prol do agressor, têm uma sociedade que busca na vítima a justificativa para ser agredida.

Patty Kirsche disse...

Dureza essa palestra, fiquei nervosa só de assistir. Há alguns dias, recebi um pedido de ajuda duma garota que acabou de sair dum casamento abusivo. Ela está dentro da estatística de jovem vítima, o ex-marido é doze anos mais velho. Até que não é muito, mas, como ele tem doutorado, usava isso pra tratá-la como "burra".

Sabe, é só um palpite. Mas eu tenho uma impressão de que essa busca de mulheres muito jovens pelos homens tem algo a ver com a falta de experiência delas. Porque pensa bem, por que eles tendem a ser mais violentos com elas? Porque elas têm menos sabedoria para perceber o que acontece? Porque elas têm menos poder econômico? Sei lá. Mas acho que tem um padrão aí, e me parece que a questão da aparência é usada como muleta pra uma ideologia muito mais perversa.

Sara disse...

Eu acredito que deveria ser uma prioridade veicular campanhas massivas explicando os mecanismos de como a violência doméstica acontece.
Palestras como as dessa mulher, e muitos posts que já foram publicados aqui no seu blog, e alguns outros que já tive conhecimento, só reforçam pra mim como é comum e banal a violência doméstica.
Eu tb já passei e de certa forma ainda passo por isso, e assim como a Leslie falou quando somos muito jovens é fácil demais cair nessas armadilhas grotescas, que muitas vezes nos prendem pela vida toda, ou até pior nos matam, e nos tornamos mais um numero de estatística.
Não sei dizer ao certo, se quando eu era jovem escutei uma única vez alguém falar sobre esse tema, ou se falaram eu não dei ouvidos.
Quando comecei a sentir os primeiros sintomas da violência doméstica, eu sequer sabia que estava sofrendo desse tipo de violência, era tão inexperiente que não achava que ser ameaçada de morte e de outros tipos de violência era crime.
Só bem mais recentemente tive o conhecimento de que ameaças, bem como destruição de patrimônio tb são crimes passíveis de denuncia.
Mesmo hje em dia esse assunto sendo mais discutido, percebo que muitas mulheres jovens não dão atenção, e se dão é muitas vezes para fazer as indagações que a palestrante focou.
É bem cruel o tom de critica e culpabilização que a sociedade no geral da a mulher que esteja envolvida nesse tipo de violência.
Gostaria de viver o suficiente para ver esse grande mal, pelo menos diminuir sensivelmente, e procuro lutar de todas as formas para que isso aconteça.
Essa é minha principal bandeira e meu maior motivo para lutar pelo feminismo.

Bruno disse...

Eu não acredito, ao menos na maioria dos casos, tirando alguns casos de psicopatia, que os agressores façam todo esse roteiro de forma fria, intencional, dolosa.
Pelo "roteiro do relacionamento abusivo" se repetir quase sempre de forma igual na maioria dos casos; e principalmente pelo comportamento dual do abusador - ora agressivo, ora arrependido - eu percebo muito mais um transtorno psicológico do que um plano intencional de controle.
Me parece que o arrependimento do agressor não é uma encenação, mas que ele realmente está arrependido do que fez, está realmente sofrendo com aquilo, mas não consegue impedir que aquilo se repita. Tal qual a pessoa cleptomaníaca que sofre e se arrepende, até mesmo se envergonha dos seus pequenos furtos, mas não consegue parar de cometê-los. Percebam que reconhecer isso não isenta de forma nenhuma o agressor de suas responsabilidades nem deslegitima de qualquer forma a vítima, que deve sim tentar denunciar e se libertar do abuso. Não cabe esperar da vítima esta compreensão, mas senão da sociedade, para que possamos de algum modo tratar os agressores e esse comportamento que a eles acarreta sofrimento psíquico e às suas vítimas uma tortura psicológica e física. Assim, quem sabe não possamos quebrar esta corrente de abusos pelo diagnóstico e tratamento do problema.

Anônimo disse...

Uma coisa que me intrigou muito sabe o que foi? Justamente o título desta postagem.

Todos os meus namorados foram abusivos, mas o último foi o pior de todos. Comecei a contar a história em todos os lugares pras pessoas ficarem espertas sobre padrões de violência.

E para a minha surpresa, não é que num forum da internet onde eu contei esse caso, um HOMEM - pois é - veio me dizer que ninguém mais aguentava eu falar disso? Que eu só falava disso? (detalhe: das minhas últimas 400 postagens, 15 haviam sido sobre abusos em relacionamento, ou seja, quase nada em comparação às demais).

Fiquei pensando que na verdade ele queria me calar pra manter um status quo de violência, pois é claro que eu sozinha não mudaria toda uma realidade, mas o meu relato poderia abrir os olhos de muita gente.

Depois fui reparar, esse mesmo sujeito admitia ser romântico no começo de seus relacionamentos (por causa do padrão de "homem maravilhoso no começo", fujo desses!! Se um homem quer ser verdadeiramente romântico ou carinhoso, ele o será bem depois que já tiver estabelecido uma relação de confiança com a parceira, e não no começo qdo ambos nem sabem se se gostam de verdade).

Mais de uma vez esse mesmo sujeito contou com detalhes como uma ex sua sofreu a ponto de ter de cancelar compromissos na ocasião do término do relacionamento. Como se ele se orgulhasse disso, de te-la feito sofrer.

Me deu nojo, e mais vontade ainda de não me calar.

Anônimo disse...

Poucos dias atrás as mulheres estavam comentando aqui neste blog, sobre diferenças salariais, e defenderam que a mulher "faz tudo o que um homem faz...até entrar pra INFANTARIA DO EXÉRCITO". Nesse caso, a igualdade convém!
Aí, quando não convém ser IGUAL AO HOMEM, querm proteção especial, regalias, privilégios, e usam o argumento do "SEXO FRÁGIL".
O famoso "FEMINISMO DE CONVENIÊNCIA".

Anônimo disse...

Tenho um amigo que constantemente ouve brigas do casal vizinho, e se nota claramente que a mulher é agredida. Ele tem medo de confrontar o vizinho, pois o sujeito é muito agressivo, um "psicopata", em seu dizer. Mas sabe o que é o mais grave? Esse meu amigo já chamou mais de uma vez a polícia e eles não vão, sempre dando como desculpa falta de viatura. Conta-se que muitos policias não querem atender essas ocorrências pra depois não ter que ter o trabalho de ir como testemunha nas audiências. O grande ponto é: o que fazer quando o Estado se omite? A quem recorrer?

Anônimo disse...

vitimismo puro,homens e mulheres aguentam relacionamentos abusivos pq querem.
preferem isso a ficarem sozinhos e depois ainda querem posar de coitados?

tenho ex em casa,o casamento dos meus pais é uma merda,dá para ver de longe,traições,agressões,um põe a culpa no outro por serem infelizes,quando a culpa é de cada um,aguentam isso pq querem,preferem isso a se divorciar.
ficam esperando q o outro tome atitude,enquanto os dois n fazem nada.

Sara disse...

Bruno 14.36hs concordo com vc, tb não acho q os agressores premeditem minuciosamente, mas é verdadeiro que eles buscam condições favoráveis para perpetrar seus crimes.
O arrependimento que eles sentem é bem real, meu marido por exemplo ficava até doente, e não era fingimento dele, ele chegou a ser internado algumas vezes até em UTI.

Anônimo disse...

Sempre que vejo algo sobre esse assunto, pedofilia, seria killers e coisas afins, apesar de repudir claro todo esse tipo de coisa, me pergunto: até que ponto podemos culpar os autores? Até que ponto temos "livre arbitrio" e até que ponto somos um produto do meio que crescemos?

Hamanndah disse...

"Anônimo disse...

Poucos dias atrás as mulheres estavam comentando aqui neste blog, sobre diferenças salariais, e defenderam que a mulher "faz tudo o que um homem faz...até entrar pra INFANTARIA DO EXÉRCITO". Nesse caso, a igualdade convém!
Aí, quando não convém ser IGUAL AO HOMEM, querm proteção especial, regalias, privilégios, e usam o argumento do "SEXO FRÁGIL".
O famoso "FEMINISMO DE CONVENIÊNCIA".

25 de novembro de 2013 14:41"]

Anônimo, as mulheres são mais frágeis fisicamente que os homens, em sua grande maioria..Existem mulheres, contudo, que, devido uma compleição fisica um pouco mais privilegiada e exercícios um pouco pesados, podem trabalhar junto aos homens na infantaria, mas não são todas que conseguem esta compleição e força fisica, são muito raras as mulheres que conseguem este mesmo condicionamento fisico, isso não quer dizer que as ultimas, as que não podem fazer alguns trabalhos mais pesados na infantaria, não mereçam os mesmos direitos civis que os homens a ter acesso a trabalho e dignidade

As mulheres não são iguais aos homens, sem mascu idiota, existem diferenças biológicos, mas, não é porque existem diferenças biologicas, inclusive, de força fisica, que a mulher não mereceria ter os mesmos direitos dos homens a ter uma justa remuneração pelo seu trabalho, por exemplo, pois, não estamos mais nos tempos das cavernas, são pouquíssimas as profissões que exigem força fisica, então não venha com este argumento mascu ridículo que mulher não pode ter mesmos direitos pois não tem a mesma força fisica para fazer certos trabalhos

Se fosse assim, como jegues e cavalos possuem força muscular maior que os homens, então, os primeiros mereceriam mais direitos que os ultimos, ou não, pela lógica de vocês mascus..Já imaginou, homens lavando "cuequinhas de jegues", "preparando o jantar do cavalo quando ele chegar do trabalho". Já que não podemos ter mesmos direitos já que não temos a força fisica que vocês têm, então, vocês tambem não merecem os mesmos direitos dos jegues e cavalos, já que o trabalho mais pesado ainda é feito por estes animais de tração

O que vocês , mascus, não admitem é que o feminismo não foi criado para que nós, mulheres,agridamos vocês fisicamente, sem nehum tipo de punição

Existem muitos homens, que utilizam de sua força fisica superior, para subjugar, humilhar e agredir as mulheres e uma mulher não pode, de igual para igual, se defender de um homem abusivo fisicamente

Não somos iguais fisicamente aos homens, mascu nojento, mas merecemos tantos direitos quanto eles, tanto na sociedade , como na vida em familia

Se você acha que mulher não deve ser defendida da violência doméstica para merecer "os mesmos direitos que os homens", você não passa de um machistazinho covarde, que apóia violencia contra a mulher, ao passo que nós, neste blog feminista, nunca apoiamos violencia fisica contra os homens, não são as feministas que apóiam o uso da força fisica para oprimir e amedontrar o outro sexo

E é um mascu tão covarde e nojento que nem logou seu próprio nome/blog

Anônimo disse...

Por experiência própria acredito que existam pessoas propensas a sofrer abuso porque elas mesmas (nós mesmas,pois me incluo) temos um profundo sentimento de culpa de existir, tivemos uma educação de "dar a outra face", acreditar que ninguém faz nada por maldade mesmo, baixíssima auto estima, ter medo de ficar sozinha e por isso sempre querer agradar aos outros, e um sem fim de etc,

O abusador entao sabe quem somos, o abusador é o mesmo cara que comete bullying na escola, ele desconta nos outros as suas frustrações,

O pior é que geralmente esses abusadores podem ser MUITO amáveis com os outros e faz que vc pense que a louca é vc. Afinal se ele é tão amado por todos e eu nao me sinto bem com ele, algo errado esta acontecendo comigo,

Eu acho que mais que nada o problema esta no próprio, na própria abusada. E eu falo porque eu fui uma delas,sou consciente, eu mesma ate hoje ainda faço auto-boicote comigo mesma, me prejudicando no plano profissional e pessoal.

So com muita terapia mesmo. Os abusadores sempre vão estar aí. O problema é permitir ou nao.

Anônimo disse...

Cara Hammmannnnddaahhh:
A quantidade de impropérios na sua argumentação mostra o seu (BAIXO) nível de educação. O feminismo xiita é isso. Tua linha de raciocínio contra o anônimo lá de cima até é boa, mas teu linguajar Só desmoraliza as tuas posições, infelizmente.
PS: o que é "MASCU"?

Flavio Moreira disse...

Rose, sua colocação é perfeita!
É preciso que os homens que entram aqui entendam, de uma vez por todas, que "não é sobre eles". É sobre as mulheres. Não é um olimpíada do sofrimento, como a Lola costuma dizer. Este aqui não é um espaço de disucssão sobre o problema que nós homens sofremos, porque temos vários outros canais para isso; a sociedade já considera o nosso ponto de vista como o principal (senão o único).
Está certo, existe violência doméstica contra o homem, mas crie ou busque um espaço onde isso possa ser debatido SEM QUERER DIMINUIR O SOFRIMENTO DAS MULHERES. Um problema não anula o outro, mas seus espaços de discussão não são os mesmos. Então nada de "coitadismos" para nós homens em um blog feminista. Repito: nós não somos o foco, aqui.

Anônimo disse...

"Hamanndah disse...15:35"
Quanto rancor miguxa. Por que tanta raiva represada. Melhor seria argumentar ou ignorar o tal anônimo. Mas cada um cada um né?
Beijo no seu coração e fique com Deus, sem tanto ódio, não podemos desmerecer a nossa luta agindo como eles!

Lígia disse...

Ah, um tempo atrás eu compartilhei o link para essa palestra na página do blog lá no Facebook.

Realmente ótima. É triste saber que tantas mulheres passam por situações (quantos guest posts e comentários não falavam de situações desse tipo? incontáveis!) como essa e que, como ela fala, não é fácil sair.

Força para todas!

Anônimo disse...

Lendo vi que fui vítima de homens abusivos, parasitas sociais e finaiceiros, violentos com as palavras, ciumentos e controladores de comportamentos e roupas. Porém eles terminaram comigo quando viram que eu não ia me deixar manipular, e que eu fazia artes marciais e saberia me defender caso quisessem me bater.

Eles sempre fazem assim, vêem se a pessoa é frágil pra aí sim investir nela ou não. Se ela não for frágil, fogem feito os covardes que são. Esses costumam ser os homofóbicos: tem medo justamente de serem tratados por outros homens como eles tratam as mulheres.

Foi a melhor coisa que me ocorreu, eles mesmos terem ido embora, apesar de um deles ainda ser meu stalker em redes sociais.

Nenhum deles está em um relacionamento agora - nenhuma mulher os aguenta por muito tempo. No entanto, fica aquele "vazio", aquela coisa de que era realmente tudo mentira quando ele dizia te amar, porque quando a situação ficou inconveniente pra ele, ele cortou contato do nada. Ou seja, a gentileza era só moeda de troca pra conseguir o que queria - esses são também os que reclamam da friendzone, e cortam a gentileza quando percebem que não terão daquela mulher o que desejam.

E aí cada cara que diz que te adora, você pensa: ele esta querendo me manipular ou ama de verdade?

Por isso não acredito em ninguém que diz me amar de cara.

Hamanndah disse...

" Anônimo disse...

Cara Hammmannnnddaahhh:
A quantidade de impropérios na sua argumentação mostra o seu (BAIXO) nível de educação. O feminismo xiita é isso. Tua linha de raciocínio contra o anônimo lá de cima até é boa, mas teu linguajar Só desmoraliza as tuas posições, infelizmente.
PS: o que é "MASCU"?"

Caro Anônimo:

O problema é que alguns masculinistas(mascus) escrevem em seus blogs que mulheres não merecem ter proteção contra violência domestica porque querem direitos iguais aos homens.

Ora, ninguém aqui quer que os homens sejam agedidos, entao, quando os homens vem aqui e escrevem, como aquele anonimo, que mulher não merece proteção contra violência masculina, porque elas agora têm profissões que, antigamente, apenas os homens tinham, ele quer dizer que , para que as mulheres tenham direito a mesma educação e a mesma remuneração que os homens, elas têm que apanhar e não serem defendidas,foi este absurdo que eu entendi que ele escreveu, sendo que, nós, as feministas, ao queremos oportunidades iguais aos dos homens, não queremos que eles sejam agredidos por nós, nem que sejam demitidos para dar vagas as mulheres e, pelo que o anonimo escreveu, eu entendi que ele quis dizer que mulher só mereceria direitos iguais aos homens se apanhassem e não tivessem direito a se defender, ou seja, algo totalmente ilogico e covarde

mais ilogico ainda ele vir num blog feminista se posicionar contra as mulheres serem defendidas da violência domestica, como ele se posicionou

Bjs para o anonimo que me respondeu

Anônimo disse...

É preciso que os homens que entram aqui entendam, de uma vez por todas, que "não é sobre eles". É sobre as mulheres

não vai parar simplesmente pq vcs são hipócritas,volta e meia dizem q o feminismo luta por TODOS quando na realidade é só pela MULHER e seus PRIVILÉGIOS.
parem com a hipocrisia que a gente para de criticar.

Hamanndah disse...

"Anônimo disse...

É preciso que os homens que entram aqui entendam, de uma vez por todas, que "não é sobre eles". É sobre as mulheres

não vai parar simplesmente pq vcs são hipócritas,volta e meia dizem q o feminismo luta por TODOS quando na realidade é só pela MULHER e seus PRIVILÉGIOS.
parem com a hipocrisia que a gente para de criticar."

Oh, Anônimo, se uma mulher não quer apanhar do marido, ela quer um privilégio, é isso?

pára você, uma mulher viver com um homem que não a agride é um privilégio?

É privilégio andar na rua com a roupa que desejar e não ouvir cantadas nojentas

É privilegio não apanhar do marido/namorado?

Ou seja, se uma mulher não apanha é privilegiada?

Quando foi, anonimo das 18:33, que nós escrevemos aqui que os homens devem apanhar, não as mulheres? Nunca, nunca jamais você verá escrito aqui no blog que nós queremos que os homens apanhem

Deixar de apanhar, de ser agredido, não é privilégio nem de homemk, nem de mulher, é direito!

Anônimo disse...

Anônimo das 18:33:
Aprenda a ler, aprenda a pensar. Se esforce bastante que você consegue. Aí, quando você finalmente conseguir entender os argumentos de um texto, venha fazer críticas. Com esse discurso você só prova ser um tapado, intelectual e emocionalmente.

Anônimo disse...

@Rose
Porque é gritante a diferença, até os minerais sabem que há muito mais mulheres sendo agredidas e mortas por seus companheiros ou ex companheiros.

Você tem dados confiáveis com relação a isso? Em especial sobre o fato de as agressões a homens serem muito menores do que a mulheres.

É que eu dificilmente consigo encontrar alguma estatística de violência doméstica contra homens. E quando encontro é algo parecido com isso:

http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2011/10/elas-batem-eles-apanham.html

Além disso, como não existem locais de apoio a homens vítimas de violência doméstica e eles sofrem preconceito quando tentam denunciar uma esposa, mãe, irmã ou qualquer outra mulher que tenha sido violenta com ele (graças aos padrões machistas), então desconfio de leve que esse tipo de agressão também é subnotificado.

Desculpe, não estou tentando dizer que a violência doméstica contra as mulheres não seja grave ou que não deva ser punido. É claro que as mulheres devem ser protegidas dessa agressão.

Mas preocupo bastante também com a minha pele. A minha esposa está apresentando alguns desses sinais de alerta. E lendo posts como esse eu fico com medo de que ela em algum dia vá me ferir gravemente. Ou mesmo me matar.

Licca disse...

Garotas, peguem suas pranchas de surf e preparem-se, porque a onda de male tears está vindo!!

"mimimi homi também apanha"

Sim, é uma pena. Agora volte a falar sobre o assunto quando o texto for sobre violência doméstica sofrida pelos homis.
Obrigada.

Anônimo disse...

A Lei Maria da Penha cobre tbm casos homossexuais onde há agressão física, ou de homens que apanham de companheiras.

Então não tem privilégio só pra mulher.

Patty Kirsche disse...

Anônimo 14:37:

Sinto a mesma coisa que você pontuou. Desde que comecei a trabalhar com violência de gênero, tenho acompanhado mais questões a esse respeito, logo tenho compartilhado mais esse tipo de conteúdo nas redes sociais. Já teve gente que me excluiu por conta disso. Um dia desses, vieram me perguntar o que estava acontecendo que eu 'só' compartilhava esse tipo de coisa. Uma bobagem, eu compartilho outros conteúdos. Mas questões referentes a discriminação por gênero incomodam tanto, que as pessoas acham que falar a respeito é sempre 'demais'.

MonaLisa disse...

Lembrei de um vídeo de uma reportagem do SBT um vagabundo batendo numa mulher na rua e os reportes chamam a policia e o policial pergunta o que aconteceu, a mulher diz que ele ta com ciumes e ta nervoso. E o policial pergunta se ele agrediu ela, ela diz que não, que ele pegou ela com força e o câmera diz que agrediu sim. Ai o marginal diz pra ela fazer exame de corpo de delito que se constar algo, ele se entrega. Mas o policial interrompe ele e diz que agressão psicológica, ameaças também se enquadra na Maria da Penha. Dai ele faz o jogo psicológico com a mulher dizendo que eh um direito dela denunciar ele, mas ela ia criar a filha sem pai e diz que eh uma lei que não tem fiança. A mulher fica sem saber o que fazer e deixa pra la.

Notei isso como eh curioso que esses lixos conhecem bem a Lei Maria da Penha, enquanto as vitimas não. Ta ai o link do vídeo.

http://www.youtube.com/watch?v=QXlGulRMtso

Li esses dias em uma pesquisa que o estopim para a agressão física contra a mulher eh o ciumes.

Anônimo disse...

Patty, sou a anônima que falou do camaradinha que veio encher meu saco no forum de internet me dizendo que eu só falava disso - relacionamentos abusivos.

Tipo, o povo pode falar a vontade de ideias homofóbicas, ideias misóginas (vi direto no famigerado forum) mas contra violência em relacionamentos, não pode, tem que ficar quietx!

"Mas questões referentes a discriminação por gênero incomodam tanto, que as pessoas acham que falar a respeito é sempre 'demais'."

Incomodam muito. Pior que o camaradinha me disse assim mesmo, que ninguém (e enfatizou o "ninguém") mais queria ouvir falar disso, mas tinha uma amiga minha nesse forum que estava se divorciando. Detalhe que ela amava o marido dela de paixão, mas ele era abusivo e ela tentara salvar o relacionamento por dois anos, mas não conseguiu... então conversei com ela sobre meu relacionamento abusivo e ela, pelo menos, tava disposta a me ouvir de boa!

Ou seja, o "ninguém" era apenas pra me assustar, pra eu me calar porque senão "ninguém mais ia gostar de mim" no ambiente do referido forum. Engraçado né?

Sarah Luna disse...

Oi Lola! Belo post, mas saindo um pouco do assunto, vc está ciente da polêmica em torno do aplicativo "Lulu"? Seria bom um texto sobre isso!
bjs

MCarolina disse...

Gente, tem um grupo de homens aqui que é a vergonha do gênero Como tem zezinho que nunca sabe de nada, nunca pesquisou o assunto, não sabe usar o google e vem com essa conversinha "de onde surgiu esse dado" e mas "iuzomi". Aliás, não só aqui, em qualquer lugar em que se discute violência contra a mulher. Antes de continuar mostrando chatice e preguiça de pesquisar, leiam esse link http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/130925_sum_estudo_feminicidio_leilagarcia.pdf. Já é um começo.

Anônimo disse...

Anônima 23:07

Eu tb quando recém sai de um relacionamento abusivo necessitava muito falar sobre isso, mas nao encontrava como, igual que vc qd começava a falar me chamavam de obsessiva que se ainda falava do cara é porque eu ainda o amava com certeza (?!) quando nao tinha que ouvir que mulher maltratada é porque quer, etc.

Foi so quando encontrei as pessoas certas para poder falar sobre o tema e quando pude tirar tudo pra fora é que finalmente eu hoje em dia apenas cito que fui maltratada, mas já nao é um tema importante pra mim. As vezes, quando leio sobre reflito se em parte nao foi minha culpa ter vivido isso por, como já falei no comentário anterior, eu acabo me auto-punindo muitas vezes inconscientemente coisas da minha educação,

O caso é que eu estive num relacionamento abusivo por 3-4 anos (nao lembro direito) tentei falar sobre isso durante 3 anos e ninguém me ouvia ou me chamavam de obsessiva que foi culpa minha. Quando finalmente encontrei uma boa amiga que me ouviu, pude falar tudo e analisar, ver o que tinha me acontecido. Expurguei esses males durante 1-2 anos,
Agora sao mais de 5 anos desde entao,
Entao o que eu sugiro nao é entrar em fóruns onde um monte de malucos, alguns talvez ate maltratadores vão estar lá. O melhor é encontrar alguém de extrema confiança, seja psicólogo, seja um(a) bom(boa) amigo(a)

Julia disse...

Hamanndah, adorei sua resposta. E ainda me arrancou algumas risadas kkkkkkkkk

Todos os xingamentos que você dirigiu ao mascu covarde ele mereceu. Um a um.

Você foi ótima!

:)

Anônimo disse...

Ouvi a palestra, muito boa mesmo e acho que faz a gente abrir um pouco a cabeça nesse sentindo de que é preciso falar, falar, falar, informar, se meter no meio de uma relação mesmo sendo tão difícil, você pode levar um não mesmo da vítima, isso é que é duro. Muita gente fica p da vida porque vai 'tentar' ajudar e a própria vítima manda a pessoa se meter com a vida dela, mas é que ela é vítima, né? A gente precisa mesmo aprender a ajudar, eu mesma não sei muito como, mas vou aprender porque me dá muita raiva e frustração saber que alguém próximo é vítima e não consigo ajudar.
Leila

Love Gotic disse...

A maioria dos homens que reclamam q eles sofrem violência é do tipo que culpa a mulher. Jà vi N casos em que o homem diz que bateu na mulher porque ela bateu primeiro para ele chamar a mulher de vagabunda, puta, ordinària não é violência, mas é. Eu mesma jà reagi a chingamentos. Um ridiculo me chingou de vadiazinha piranha e eu dei lhe um tapa e ele reagiu com um empurrão e um sôco. Questionado falou que bati primeiro, mas ele não disse que me chinguou me constrangendo. Eles se vitimizam dum geito que dar uma peninha e vontade de botar eles num formigueiro.

Elaine Telles disse...

Bruno e Sara, eu acho que o arrependimento do agressor é oriundo do medo de ser punido, medo de a sociedade o tachar de "violento", do que os outros vão pensar. Se alguém não consegue se controlar para não bater em alguém, essa pessoa tem um problema bem sério. O que os agressores têm é criação a favor deles, de que agredir mulher é tudo bem, é normal, afinal, na biblía era assim.

Unknown disse...

Hamanndah, a sua resposta é perfeita.

Sobre o anônimo com medo de morrer, olha você deve fazer o que qualquer mulher em situação de agressão, recebe como recomendação:

Denuncie! (é sempre difícil, mas o faça nem que seja por telefone - há vários números, eu sei que homens já foram bem atendidos no disk 100).

Existem n medidas que podem ser tomadas e a lei maria da penha já é aplicada para homens.
O seu sofrimento é importante sim, mas assim como você existem milhares de mulheres na mesma situação, que também merecem a sua solidariedade.

Anônimo disse...

Lola, vou postar como anônimo e escreverei um post no meu blog sobre este dia. No post não vou escrever o que lhe escrevo agora: vi um casal da minha família , discutindo no carro, com eu, minha mãe , meu irmão , minha cunhada e os filhos do caso

Ambos discutiram, ambos disseram palavras asperas um para o outro. Ele se atrapalhou com o freio de mão e falou alguma coisa grosseira para ela, ela respondeu à altura e ele bateu na coxa dela, tipo, um tapa

Eles foram grosseiros um com o outro e ela poderia, muito bem, não falar a resposta que deu a ele, mas ela não triscou nele e ele, sim

Ele argumentou que "se deve respeitar homem."

E verdade que homem merece respeito, mas é verdade que mulher também merece respeito e a atitude dele não foi justificada

Não foi justificada, não foi

Me lembro uma vez, em familia, ele mostrando a ela,!a todos, inclusive a mim com. 13 anos a epoca um calendario com uma mulher pelada e comparando- a com ela, humilhando-a

Homens e Mulheres merecem respeito

Este fato do calendário ocorreu 17 anos antes de eu presenciar o tapa

Eu me calei. Não fiz nada para defendê -la, mas no dia do tapa eu me lembrei do calendário, da humilhaçao que ela sofreu e pensei: "porque ele tem o direito de bater nela para ser respeitado e ela naetem direito ao mesmo respeito dele?"

Me doeu muito eu vê -la apanhar e ninguém. inclusive eu nao ter feito nada para impedir e ele usar o argumento "que homem merece respeito"

Homem merece respeito
Mulher merece respeito

Agressão fisica nao e justificavel para aquela situação , pois ambos trataram- se verbalmente mal um ao outro

Fico revoltada, por ver, ate hoje a falta de justiça na relação de ambos. Tipo um renuncia mais do que o outro...E balança mais desregulada esta

E isto, desabafei o que não posso fazer abertamente no meu blog

Bjos de quem concorda com quase tudo com vc

Anônimo disse...

Querida Lola, sou eu, a última anonima. Acabei de escrever em meu blog meu post sobre este tema, com a data do post informada como 25/11. Mandei um link para seu email. Quando vc abrir seu email saberá quem sou. No post, não citei o exemplo acima, pois uma das mulheres a quem mandei meu post foi a moça que foi agredida. Espero que o post caia como um balsamo para ela ou a ajude a refletir que ela foi( espero que não seja mais) vítima da violência e a ajude, de algum modo
Bjos daquela que concorda com quase tudo com vc.

Anônimo disse...

Agredi algumas namoradas. Fui violento, manipulador, obsessivo, cruel. Torturei psicologicamente, bati.
Arrependo-me principalmente do último relacionamento abusivo (de minha parte), ainda acompanhei o quanto ela sofreu.
Vi como era difícil quebrar aquele ciclo de violência e, com muita dificuldade, compreendi que EU não ia mudar, não naquele relacionamento, não naquele momento. Precisei me afastar.
Eu me sentia dependente. E se tivesse insistido, talvez até voltássemos por mais um tempo e tudo voltaria a ser como foi (violência,abuso, dependência,etc)
Ambos fizemos tratamento psicológico. Não mais a procurei, apenas uma vez mandei um recado pra ela dizendo o quanto eu me sabia culpado. Não respondeu, mas compreendo. Ainda bem que ela não respondeu, seria totalmente sem sentido que me perdoasse, falasse comigo.
Às vezes penso que foi a grande injustiça que cometi na vida e que, nada que fizer daqui pra frente vai mudar isso. Nem que eu me torne um ferrenho ativista contra a violência. Capaz de me chamarem hipócrita.
Perdi contatos sociais, tive um período usando drogas em mistura com os remédios, uma crise depressiva quase que um ano inteiro. E isso não é por me sentir vítima, NÃO! É POR CULPA! Eu sei o quanto é DIFÍCIL mudar. Não estou me vitimando, pelo contrário, vivo na culpa.
Queria explicar para as pessoas o quanto é difícil mudar, sacar tudo que se fez e então conviver com a CULPA. É uma coisa que te consome e por isso muito cara não aceita, não é que não tenha qualquer consciência. Lógico que existem psicopatas totais, mas existe aquele que tem consciência, se arrepende, mas continua na violência.
Muita gente deve olhar pra mim e dizer “lá vai o babaca”, “aquele cara ali batia na namorada”, minha própria família deve desconfiar.
Gostaria ajudar em casos em que mulheres são vitimadas por homens como eu. Não suporto ver notícias de mulher sendo morta todo dia! Entro em discussão pela internet tentando quebrar a estrutura machista de alguém, eu sequer suporto amigos sendo machistas em comentários, quando alguém solta alguma asneira.
Sempre digo que não adianta achar que o cara vai mudar, ele pode mudar depois de 10 anos preso, aí sim. Ou depois de quebrar muito a cara na vida. E ele só muda SE quiser! Não será no SEU relacionamento, pq a estrutura de vcs está comprometida a partir do momento que ele se julgou seu dono e você aceitou, do momento que houve uma agressão, que ele percebeu que pode te controlar, que você se culpa por algo que não tem culpa e ninguém teria (mas na mente obsessiva dele, tem!). Tudo vai crescendo até que não há mais forças da parte da mulher, ou talvez de ambos. Estou dizendo que o cara só muda com algo forte, um colapso do ego (que fatalmente representa depressão, e se o cara não tratar fará com que use drogas, se alcoolize por tempos e faça inúmeras outras merdas na vida, talvez até reafirmando a posição violenta para com a mulher).
Esse processo é muito lento, encarei-o sozinho e de forma dolorosa. Só hoje sei que existem profissionais que tratam isso através de ONGs, eu tinha muita vergonha de tocar no assunto... O processo é lento, você vai cavando sua consciência e tem hora que é quase insuportável, você sempre chega a um novo nível de culpa e então precisa lidar com isso. Mas não pode se vitimizar, precisa entender racionalmente o que ocorre.
Cheguei a ter relacionamentos mais superficiais, curtos, e depois abertos. Hoje não sinto ciúme, não aceito posse nem a ideia de possuir alguém. Não vivo “paixões avassaladoras”, não me sinto dependente ou dependam de mim, não idealizo o amor.
Sei que tenho um longo caminho pela frente, não posso me dizer 100%, apenas me sinto ACORDADO com esse enorme passado negro. Preciso de anos, décadas pra poder equilibrar minha vida entre coisas boas e más.
Lidar com “paixão” é como lidar com vício em droga. E com “paixão” me refiro ao lado doentio do amor. Ninguém precisa disso para ser feliz, ABSOLUTAMENTE ninguém é feliz com posse. É jogar anos da sua vida fora com a relação conflituosa, a culpa quando se acorda, ou com a cadeia.
E.C.

Anônimo disse...

triste saber que amamos um covarde!nunca denuncie por que achei que meu amor fosse maior que tudo isso, me enganei, me enganei muito continuo me enganado.pessoas que agridem fisicamente ou verbalmente não amam a ninguém só a si mesmo, me sinto no fundo do poço sem nenhuma luz pra me guiar.queria ter autoestima de deixar tudo para traz. queria minha autoconfiança que me roubarão. vocês podem me achar fraca...mais não sei o que fazer nem mais com quem dividir, isso que me sufoca!

Anônimo disse...

Eu mãe de quatro filhos vivo com ele a 12 anos e nem sempre foi assim.
Mas no último domingo do nada me jogou um chinelo na perna está roxa e puxou pelo cabelo me jogou no chão me humilhando mais uma vez.
Me sinto sozinha com medo. Sem coragem pra tomar atitudes.
E logo eu, que mesmo sofrendo tudo isso quase sempre resolvi estudar e Direito ainda.
Semana de provas se aproxima não consigo estudar emagreci envelheci e ainda estou na mesma .
Ele me xinga dos piores nomes estou refém de mim mesma.

Anônimo disse...

A síndrome da mulher agredida.

Acho que devemos fazer uma distinção crucial. Existem casos na classe trabalhadora, ao redor do mundo, em que a mulher não tem recursos financeiros para partir, então, ela realmente está presa a uma situação em que ela é explorada e abusada. Mas temos que estabelecer uma categoria separada de mulheres de classe média alta que têm a habilidade de partir e não o faz... e na verdade ela é atraída pelo homem que abusa dela. Acredito que os sinais de abuso e de controle desse homem já estavam presentes quando eles namoravam e a mulher ignorou os sinais. Mais do que isso, há um tipo de simbiose nesses relacionamentos, em que o homem é na realidade infantil. Bater na mulher é uma tentativa patética de controlar um ser que é mais forte do que ele.

O que vi em minhas observações pessoais de tais relações é que as mulheres quase se auto martirizam, elas sentem que apenas elas podem curá-los. "Ele precisa de ajuda, ele é outra criança", e você vê cenas de ira e de destruição. Então ele chora e implora por perdão e diz que é a última vez... Há algo muito estranho, e na verdade, mutuamente sadomasoquista nesses relacionamentos de homens e mulheres de classe média alta.