quarta-feira, 4 de setembro de 2013

GUEST POST: PASSEI DE OPRIMIDA À OPRESSORA

Tem se falado bastante da participação de duas celebridades, Preta Gil e Gaby Amarantos, numa edição do Fantástico chamada Medida Certa
Pelo que entendi, já que nunca assisti à atração e mal sei quem são essas pessoas, haverá uma competição para ver quem perde mais peso. Não em nome da aparência, que isso seria considerado fútil, mas em nome da saúde. A gente já conhece essa história.
Não tenho interesse em criticar pessoas, porque isso seria individualizar o problema. Eu critico um sistema: o sistema que só vê beleza em certo tipo físico, certa faixa etária, certa cor; que mede o caráter das pessoas, principalmente das mulheres, em centímetros da sua cintura; que ensina a meninas de dois anos que gorda é a pior coisa que ela pode ser na vida; e que ainda é hipócrita o suficiente pra fingir que a obsessão pelo corpo "perfeito" faz bem pra saúde.
A mídia obviamente faz parte desse sistema. E, enquanto Preta e Gaby são pessoas que têm o direito de fazer o que quiserem com seus corpos, elas também são celebridades, que alimentam e são alimentadas pela mídia. 
Suas "escolhas pessoais" num programa visto por um público gigantesco (ainda que, graças, caindo a cada ano -- o Fantástico já teve 80 pontos de Ibope; hoje comemora quando chega a 30), influenciam muita gente. E o recado de que deve-se fazer qualquer coisa para emagrecer, inclusive entrar numa competição e ter sua comida fiscalizada, é bem perigoso
Bom, bem antes do Medida Certa, a M. já tinha me enviado este forte relato da sua conscientização.

Comecei a ser agredida pelo padrão convencional de beleza com cinco anos de idade — no mínimo. Foi com essa idade que entrei no ballet, e desde então me lembro de ter preocupações com o meu corpo. Eu sentia uma vergonha infernal quando a professora pedia pra praticar alguns exercícios só de collant, pois marcava a minha barriga e eu não podia disfarçar com a saia. 
Creio que foi entre os 7 e 8 anos que passei a me achar, além de gorda, feia. Foi quando me dei conta de que ter as sobrancelhas unidas (Frida style), os cabelos volumosos e os dentes meio encavalados não fazem parte do padrão, assim como a barriguinha saliente que eu descobrira mais cedo. 
Hoje, quando paro pra olhar minhas fotos dessa época e lembro dos pensamentos terríveis acerca da minha aparência que me torturavam desde então, percebo como é extremamente doentio o conceito de beleza imposto pelo sistema e acatado por grande parte da sociedade. Eu não era uma criança feia, tampouco gorda. Deixei de me entregar a muitas brincadeiras e descobertas por causa de algo que colocaram na minha cabeça: eu precisava ser perfeita. Como meus pais não deixavam eu me depilar naquela idade, aos 10 anos eu tentei "desunir" minhas sobrancelhas com um aparelho de barbear e quase fiquei cega. 
Só fui usar os cabelos soltos depois dos 12 anos, e não foi porque havia aceitado minhas ondas, e sim porque havia comprado uma chapinha (que eu usava religiosamente até pouco tempo atrás). Se ainda hoje me privo de alguns sorrisos porque acho meus dentes feios, na infância me privava de praticamente todos.
Minha entrada na adolescência foi um inferno. Se antes os problemas com o meu corpo eram uma deturpação da realidade, agora eles estavam ali e eram reais. Aos 13 anos eu comecei a engordar um pouco, até que com 14 anos eu estava com 20 quilos a mais que o ideal. Saí do ballet porque sentia muita vergonha da minha nova forma física, além de que minhas professoras só me colocavam no fundo das coreografias e, apesar de não falarem nada, apenas os olhares das colegas já me violentavam psicologicamente. 
Passei a descontar tudo na comida e fui engordando cada vez mais, até o ponto em que quebrei todos os espelhos de casa pra não precisar mais me olhar. Sair de casa? Nem pensar! Eu só andava com a minha melhor amiga, e só saía de casa quando estritamente necessário. 
Minha viagem de 15 anos foi muito marcante e descreve bem como foi grande parte da minha adolescência: vexatória. Meus pais me pagaram uma viagem muito maior que o bolso deles na esperança de que eu socializasse, mas me deram a maior tortura que eles podiam me oferecer: duas semanas convivendo com um grupo de pessoas da minha idade. Pior: todas elas eram magras, ricas e muito bonitas, principalmente as meninas. Foi um inferno. Eu sentia vergonha 24h por dia. 
Achava que elas estavam sempre rindo de mim pelas costas, reparando nos meus defeitos, percebendo que eu não tinha tanto dinheiro, me ridicularizando. Antes de uma festa, tentei fugir do hotel, com a esperança de poder voltar pra casa e ficar sozinha. Isso resultou em mais vergonha ainda, pois todas tiveram que ficar esperando no hotel por mais de três horas antes de ir pra festa, enquanto os organizadores da excursão me procuravam. Isso foi na primeira semana de viagem e quando eu voltei pro hotel todas me xingaram muito. A menina que eu achava a mais bonita da excursão disse que "nem tinha reparado nessa guria, mas preferia não ter visto mesmo essa cara de ratazana gorda". Eu ainda me lembro dessas palavras, exatamente essas palavras.
Com 16 anos, eu estava decidida a não ser mais gorda. Pensava: "se não vou poder mudar meu rosto, então vou fazer o que posso pelo corpo". Fiz uma dieta completamente louca e emagreci 10 kg. Recuperei quase tudo em dois meses, mas o tempo sem aqueles 10 kg a mais me fez conhecer um pouquinho de autoestima. Eu ainda tinha os mesmos pensamentos que sempre tive, mas passei a controlar melhor minha vergonha, mesmo depois de retomar todo peso.
Mudei de colégio. Eu tinha um grupinho de amigas, saía em alguns finais de semana. Quando eu estava começando a ser "normal", aconteceu outro episódio vexatório, e foi justamente na perda da minha virgindade: eu não estava depilada (nem sabia que era pra estar!) e o menino espalhou isso pra absolutamente todo mundo do colégio. Ninguém mais me chamava pelo nome, só de Tony Ramos. Aconteceu a mesma coisa que havia acontecido na minha viagem de 15 anos: algumas pessoas nem sabiam da minha existência, mas passaram a saber só pra me ridicularizar. Agora eu era conhecida por todos os 3 mil alunos do colégio por causa da minha "mata atlântica", como eles chamavam. 
Me sentir gorda estava se tornando algo mortalmente incômodo de novo. E eu estava decidida a ser magra. Isso passou a ser o objetivo da minha vida. Eu precisava emagrecer pra ser eu mesma, pra não ser mais ridicularizada, não precisar mais me preocupar com quem me olha, não sentir vergonha de comer em público, não sentir vergonha de sentar, não sentir vergonha de usar nenhum tipo de roupa, não sentir vergonha de existir. Foi com muita força de vontade que em quatro meses eu perdi 21 kg, não com dietas malucas, mas com uma reeducação alimentar forte. Passei do manequim 42 pro 36. Finalmente, eu estava magra! 
Desde os meus doze anos eu não pesava tão pouco (eu estava com 17, então). E eu estava me sentindo bonita -- de fato, até meu rosto tinha mudado. Todxs se chocavam com a minha nova forma física, me elogiavam muito, e era gratificante receber tanta atenção, depois de todos aqueles anos de sofrimento. 
Foi aí que eu fui corrompida pelo sistema, dessa vez na posição de opressora e não de oprimida. Eu estava me sentindo tão bonita e magra que dedicava todo o meu tempo, dinheiro e esforço em me sentir mais bonita e mais magra. Não saía de casa sem maquiagem e chapinha, estava sempre com roupas justas ou decotadas. Comecei a mudar totalmente o meu jeito de vestir e de falar e meu círculo de amizades. Agora eu me dou conta que a minha prioridade, naquela época, era exclusivamente exibir o meu novo corpo. 
Eu ia onde tinha mais gente pra me admirar, me bajular, me dizer que eu era bonita. Eu tinha perdido a minha singularidade, mas não me importava, porque tinha sonhado com a beleza a vida inteira. Não me importava de ser só mais uma, contanto que fosse mais uma bonita. Eu estava fora de mim, eu não era mais eu. Passei a odiar pessoas gordas. Eu dizia que gordxs eram fracas e nojentas. 
Eu gostava de lançar olhares de desdém a pessoas gordas, principalmente mulheres. Logo eu! Sempre pensei que, depois de emagrecer, eu me engajaria em ajudar quem também está nessa luta, mas eu passei a ser o demônio do inferno em que eu sempre vivi! Quando me dei conta, eu já havia passado alguns meses nessa loucura completa. 
Isso que aconteceu comigo não é raro, hoje sei de várias pessoas que também passaram por isso. 
Mesmo assim, me sinto extremamente envergonhada de contar esses fatos, até porque isso aconteceu há pouco mais de um ano. Mas acho importante fazer esse alerta: o sistema pode corromper qualquer um. É muito fácil se deixar levar, e a vingança seduz muito. E a vingança, mais que contra os outros, é contra o que você era. Contra o que a sociedade te ensinou a achar a vida inteira que era inaceitável.

123 comentários:

Anônimo disse...

Só eu acho que ninguém que usa 42 é gord@?

Anônimo disse...

Ser gordo não é saudável e ponto final.
Se vc quer ser, problema seu, mas não venha dizer que é legal, que é normal e que todo mundo deveria ser.
A maioria da população brasileira já está acima do peso e os problemas de saúde decorrentes da obesidade apenas aumentam.

Mena disse...

Tb não acho que quem use 42 é gorda... Só se ela medir 1,30/1,40...

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Muito lúcido seu texto. Vivo dia e noite com pessoas que não conseguem se olhar no espelho, porque não se veem a si próprias...veem somente aquilo que "foi construído" por outros...infelizmente.

Abraço do Pedra

www.pedradosertao.blogspot.com.br

Bela disse...

Só tu, anônimo. Eu uso 42 e sou gorda, sim.

Bela disse...

(e tenho 1,79m)

Nanda disse...

Ah, pensei a mesma coisa que o anônimo das 11:41. No máximo gordinho ou gordinha com esse manequim. Mas a verdade é que quando somos adolescentes (e muitos adultos também)nos vemos com os piores olhos possíveis, e uma simples barriguinha se transforma em um problema de autoestima absurdo. Obviamente que só piora com a perseguição dos outros.
Anônimo das 11:50, a questão é, se alguém é gordo ou não, isso não é problema seu. Não venha falar de natural sem prestar atenção ao que é cultural. Procure tribos em que as mulheres são obrigadas a engordar e se pergunte o que pra eles é considerado natural. Aliás, o padrão de beleza de hoje em dia é tudo, menos natural. Na natureza não existe silicone, nem hormônios pra se tomar. A panicat de hoje nunca existiria na natureza, e o corpo de modelo seria minoria entre as pessoas. Aliás, as pessoas ao natural seriam peludas, olha só, algo que é horrível pras mulehres. Então, pare de usar a desculpinha do ser gordo não é natural e assuma que você está pouco se lascando pra saúde e só quer ver corpos que são esteticamente aceitos pela sociedade. Fora o fato de que também há uma séria de trasntornos ligados ao excesso de dietas, a baixa porcentagem de gordura corporal, a má alimentação (da falta, não da sobra) que magicamente as pessoas esquecem quando vão falar de saúde.

Anônimo disse...

Eu tb não acho uma pessoa que usa 42 gorda...

Essa neura por super magreza acaba com a vida das pessoas.

Esses dias por exemplo fui almoçar com um grupo de 7 pessoas (6 mulheres e 1 homem) e uma das mulheres se recusava a comer muito por que ela estava gorda. Como ela era bailarina clássica, já me liguei que ela tinha adeixei de algum transtorno alimentar. Detalhe é que estavamos em uma restaurante relativamente cara (R$ 35,00/pessoa, caro para os meus padrões) e eu jamais comeria pouco num lugar tão caro pra manter peso. Como que nem um louca, rs.

Anônimo disse...

Ah Lola me desculpe, mas dessa vez acho que você se precipitou.
A Gaby Amarantos e a Preta Gil não estão saudáveis.

Vida sedentária + dieta ruim = pessoa não saudável.

Acho que a pessoa nem precisa estar obesa, como o Fabio Porchat ( que também esta na atração), para não ser saudável e desejar mudar isso.

Eu não sou gorda, nem tenho sobrepeso (segundo o calculo do imc estou no meu peso normal), mas passei um ano muito intenso, de muito trabalho, fui ficando cada vez mais sedentária e comendo cada vez pior (comida congelada mesmo), acabei engordando um pouco 5kg (mas ainda estou dentro do imc recomendado).
Não me sinto saudável, nem um pouco.
Meu ritmo caiu, me sinto mais indisposta e sem energia.
Muita gente diz que estou bem, que estou mais bonita, que era muito magrinha. E de fato estou me achando mais "encaixada" no "padrão" de beleza, fiquei com mais "curvas". Mas SEI que não estou nem um pouco saudável, eu ME SINTO doente.

Acho que condenar a Gaby Amarantos e a Preta Gil à obesidade, quando elas se sentem doente a ponto de aceitar expor a vida dessa maneira (por que vamos combinar que não deve ser nada fácil, estar em um programa para ouvir que vc esta obesa, doente e muitas outras coisas), é ser tão opressor quanto o "padrão" de beleza atual.
Querer que elas sejam símbolos, do "sou assim, e sou feliz" quando elas não estão bem, é cruel demais.

E se você tivesse assistido o programa, teria levado um susto com a alimentação da Gaby Amarantos.

Acho que as pessoas tem que ser livres, e que suas escolhas devem sim ser respeitadas.

Não se pode comparar um sobre peso, onde a pessoa se sente saudável, e uma obesidade onde claramente a pessoa esta doente.

° Emy ° disse...

Que forte seu relato. Fez-me refletir sob o quão poderoso é essa posição de quem manda e quem obedece. Fico feliz que tenha percebido, pois, infelizmente, existem os que nunca percebam.

Sara Marinho disse...

Anônimo das 11:50, ser obeso não é saudável.Ser cheinho, gordinho, não faz mal a ninguém.
Sabe o que adolescentes consideram ser gordo? Usar um 42?Cara, isso é não é obesidade. Eu me achava gorda aos 14 anos, usava 38. Eu só nunca tive um tipo físico magricela e tinha uma barrguinha (minúscula), que a época, com toda essa ditadura da beleza eu achava ser um absurdo de gordice.

Já escrevi sobre o fato de odiar querer ser bela algumas vezes, de odiar querer ser magra, de odiar ter um conceito de beleza, ainda que não tão opressor quanto o padrão, ligado a ele. Eu tenho dias e dias, mas inegavelmente sempre me acho mais bonita quando emagreço, ainda que atualmente eu ainda me ache bastante bonita nos meus dias mais gordinhos,mas, bem, odeio isso, odeio não ter superado esse o padrão de beleza opressor.
Mas ao mesmo tempo, eu tenho muito medo, tenho um medo que me afoga, de ficar obesa. Tenho 21 anos e não sou exatamente uma pessoa magra, quando eu tinha 17 anos, comecei a perder meu pai para os avc's, ele ainda está aqui, mas é completamente dependente da família, e bem, os problemas que teve estavam relacionados a obesidade. Então dependendo do nível da minha neurose do dia, as vezes eu deixo de comer alguma coisa porque fico pensando que eu não quero estar acamada aos 50 anos, fiquei neurótica, e com problemas de saúde em geral, deixo de comer uma rufles porque fico pensando que não quero ter câncer, me culpo por comer chocolate e ocasionalemnte deixo de comer porque não quero sobrecarregar meu organismo de glicose e ter diabetes tipo 2, tomo uma coca pensando que vou ter câncer ou desenvolver uma úlcera, ter uma pessoa com a saúde fudida na família me quebrou, eu vivo aterrorizada com a possibilidade de um futuro semelhante (com razão?hipertensão, diabetes, obesidade e mesmo apinéia do sono são problemas genéticos, eu realmente posso vir a desenvolver todos esses, com maior chance do que o cara que tem um pai de 80 anos que fez de tudo a vida inteira e está 100%)
Mas também não é tão simples, meu pai não conseguia emagrecer porque tinha apinéia do sono, demorou 10 anos para conseguir um diagnóstico, e depois passou pelas mãos de uns médicos açougueiros que ferraram com ele.
Porque estou contando essa história?Porque ser obeso não é saudável, não é algo que as pessoas devam ficar de boa em deixar acontecer, mas as pessoas em geral não ficam obesas, não pesam 100, 120 kg, ou mais, por serem irresponsáveis e pronto, elas tem problemas de saúde, não raro somados a orientação médica/nutricional de má qualidade. E tem o obvio, o gordo sabe que é gordo, e quando obeso de fato, ele tem plena noção de que aquilo não é saudável, torturar a pessoa dizendo isso todo o tempo, não ajuda nada, só tende a fazer a pessoa ter também problemas psicológicos que tendem a agravar os problemas biológicos da mesma.

Anônimo disse...

Uso 42, tenho 1,75 e sou um pitel :*

Nada de gorda!

Priscila Simões disse...

Talvez não seja de fato gorda uma mulher que usa 42,mas a mídia nos massacra tanto que nos sentimos gordas.
Eu usei por muitos anos número 36, agora uso 38, toda minha família fala do quanto engordei, ou da minha barriga pulando numa roupa mais colada, mesmo pessoas mais gordas que eu.
O certo era eu não ligar, mas a verdade é que eu estou vigiando o que eu como e evitando ao máximo comer a noite.
Não sei porque isso entra tanto na nossa cabeça, mas é difícil "deixar pra lá".

Anônimo disse...

Mas o problema é que a maioria das pessoas caga regra nos outros dizendo que é por questão de saúde, quando é pra manter padrões.
Se as pessoas gostassem tanto umas das outras pra se importar com a saúde delas, pagariam as contas delas também.. mas né.

A pessoa tem que fazer o que quiser. Ficar sedentário é muito pior pra saúde do que simplesmente ser gordo, mas é tudo escolha do indivíduo.

Só não dá é pra cagar regra na vida dos outros.

Aliás, adorei o comentário da Nanda.

MCarolina disse...

Li que a Preta Gil quer voltar a um peso no qual ela já era chamada de orca. E a Gaby Amarantos, se não virar um manequim 36, vai continuar a ser chamada de todas essas coisas. Se engordar de novo então...
Não sei porque se colocar nesse ciclo vicioso na frente do público. Deve ser por muito dinheiro.
Ainda bem que a maioria aqui parece achar 42 uma numeração normal. Para quem está na TV ou é modelo isso é plus size, ou seja, tamanho de gordo.

Gabriel disse...

Falando em padrão de beleza. Olha esse vídeo Lola: http://www.youtube.com/watch?v=HjjmphNNhMk

É uma estudante de medicina negra em Cuba que fala sobre a medicina no Brasil, racismo e padrão de beleza. Uma mensagem positiva pra a auto-estima da mulher negra.

Valéria Fernandes disse...

Acredito ser muito perigoso alguém comprar a idéia de que o padrão de magreza de modelos de passarela – algo doentio e irreal – deve ser abraçado. Alguém que use manequim 42 hoje – e que deveria ser o 38 do tempo de minha mãe – só estará gordo se for muito baixinho. Magreza excessiva, também é doença. E pressionar crianças para que se adequem a modelos de beleza/magreza/saúde (*porque tudo anda amarradinho nos discursos que circulam por aí*) absurdos écriminoso.

A ditadura da magreza, que tem várias implicações, como interesses comerciais mesmo (*alimentos light, academias, grifes, etc.*) é algo opressor. Atinge principalmente as mulheres e destrói vidas, sim. Por outro lado, obesidade, mesmo quando nos achamos saudáveis, pode ser um problema a curto ou longo prazo. Dosar as coisas é importante. Qual é o ideal para você? Sem comprar padrões impostos, sendo crítica em relação ao que a mídia tenta nos impor.

Vou contar minha experiência pessoal: sou obesa, estive magra em alguns momentos de minha vida, mas fui gorda na maioria do tempo. Nasci em um tempo – 1976 – no qual criança gordinha era algo bonitinho. Fui engordada a partir dos três anos com vitaminas e comidas inadequadas, tudo isso com aval do pediatra, a voz da ciência. Afinal, eu era muito alta e magra para a minha idade. Depois, as mesmas pessoas que me engordaram, me enviaram para a nutricionista e me impuseram uma dieta pesada, restritiva e, claro, inviável, já que o resto da família continuava se alimentando mal. Já era desastrada e desengonçada, fazer educação física no colégio era me submeter ao bullying. Até meus dez anos, não entendia direito quando estavam me humilhando, mas a gente aprende e tenta se esquivar, compensava isso com o que me sobrava, minhas capacidades intelectuais. Sempre tive meus amigos, nunca fui sozinha. Era a gordinha tímida, inteligente e gente boa, para a maioria.

Valéria Fernandes disse...

Minha mãe, que era obesa, não via nada de mal em ser gorda, só fazia dieta à força ou recorria a remédios. Com 14 anos, tive minha primeira e única experiência com esses milagrosos emagrecedores, tudo com receita médica. Seria melhor me colocar para fazer alguma atividade física, claro, mas ninguém ligava muito para isso. Meu pai, que sempre foi magro, repetia o mantra de que queria que eu fosse “magra e bonita como minhas primas”. Doía, mas nunca descontei na comida, simplesmente comia mal como o resto da família, e isso somado ao sedentarismo tinha efeito devastador. Escondia meu corpo, era uma forma de proteção, mas isso não era muito fácil, não.

Cheguei aos 90 quilos quando estava no início da faculdade, devia ter uns 19 anos na época. Decidi emagrecer, porque não conseguia roupas que me coubessem. Expressei o desejo em voz alta, meu pai, que estava por perto, disse que eu NUNCA iria conseguir. Eis a deixa para que eu mergulhasse em uma dieta radical, restritiva e que me permitiu emagrecer 30 quilos em 1 ano. No início, meu pai comprava tudo o que eu mais gostava de comer e era calórico e colocava sobre a mesa como provocação. Eu rejeitava. Quando comecei a emagrecer e isso se tornou visível, elogios. Mas chegou a um ponto – e tenho as fotos para comprovar – em que parecia doente. E as pessoas passaram a perguntar e meu pai a se desesperar, queria que eu parasse. Foi uma época em que eu me alimentava – sério isso – só com o cheiro da comida. Me sentia satisfeita. Mas trabalhando e estudando, concluindo o TCC, preparando projeto de mestrado, caí doente, fui parar no hospital e percebi que estava sim enferma, mas não era só no corpo, a tal doença que queria me engolir se chamava anorexia.

Voltei a engordar, estive magra em alguns momentos. Este ano tinha me decidido a combinar atividade física e dieta para chegar a um peso ideal. Nem o esqueleto, nem a obesidade. Isso é possível e, acredito, é o razoável para a maioria, porque, bem, há quem persiga um corpo musculoso, quem queira formas mais cheias ou esguias, o importante, eu diria, é buscar um equilíbrio, o melhor para a saúde, sem comprar receitas mágicas ou discursos prontos. Mas engravidei. O projeto fica para depois, mas tenho buscado uma dieta equilibrada e estou na academia (*programa para gestantes*). Ganhei pouco peso, mas estava já muito acima do ideal, mas não do ideal comprado, imposto, do meu ideal. O que eu recomendo é que não se abrace nem a gordofobia, nem um pensamento perigoso de que gordura não faz mal. É raro não fazer e mesmo para quem é obeso e saudável, há de se pensar nas articulações e no futuro.

Enfim, desculpem o longo post. Eu queria dividir a experiência.

Beatriz Correa disse...

Bela,

Onde vc acha q ter 1,79 e usar 42 é ser gorda?
Eu uso 42, e tenho 1,62 de altura!
E ah, meu IMC está estável e minha saúde em dia.

A não ser q vc tenha um peso beeeem desproporcional à altura, difícil crer q vc realmente seja gorda.

juliana disse...

eu n vi o programa mas elas e o fabio porchat estão doentes mesmo ou só n são considerados saudáveis por estarem algumas gramas além do normal?

eu n tenho empatia nenhuma por quem sofre alguma discriminação e usa essa desculpa para fazer o mesmo com os outros.
n faz sentido o q ela disse sobre vingança,se era pra se vingar deveria ser dos magros,de quem ridicularizava ela,n dos gordos.

tb n entendo que faz questão de ser amigo dessa cambada,n estou posando de fodona,tb sofri por ser gorda,mas eu ficava o mais longe possível dos imbecis que achavam q tinha direito de me infernizar.
quando emagreci,os que me zuavam de repente acharam q eu merecia atenção e ser tratada com dignidade,ignorei todos os fdps.


"e uma obesidade onde claramente a pessoa esta doente."
claro,todo obeso é doente,magros são saudáveis e imortais.
enquanto eu estava obesa,fiz exames de sangue e estava tudo normal.

Anônimo disse...

Bela, me desculpe, mas manequim 42 corresponde a alguém com peso entre 60 e 65kg. Para sua altura seu IMC ficaria entre 18 e 20 (até 25 é considerado dentro do peso ideal). Isso é realmente ser gorda? Lembrando que entre 25 e 30 a pessoa está acima do peso, mas não é considerada obesa.

Anônimo disse...

Admito que me senti mal lendo esse texto, 42 é o meu manequim quando me sinto MAGRA, acho que sou mesmo muito inocente, nunca pensei que alguém fiscalizaria meu corpo dessa forma...

Bela disse...

Beatriz Correa e anônimo das 13:12:

Tenho 1,79m e visto 42, meu peso oscila entre os 78Kg-82Kg, e infelizmente sou gorda sim.

Apesar de ter tanta estatura, não tenho ossos grandes nem ombros largos, sou toda estreitinha e "deveria" ser magra, pro meu corpo não sobrar dentro dele mesmo (entendem o que eu quero dizer?).

Sou gordinha desde a infância, tive uma fase magra entre os 14 e os 16 anos (quando tive uma crise depressiva devido a problemas familiares), mas nunca estive tão pesada quanto estou agora, meus hormônios estão bem desequilibrados e não consigo emagrecer, já considerei uma vitória quando consegui parar de engordar. Gostaria muito de ser magra ou, pelo menos, não-gorda :/

(super apóio quem se sente bem com o próprio corpo, minha irmã inclusive é bem acima do peso - apesar de não aparecer tanto, pois ela tem ossos graúdos - e é super de boa com isso, não quero que ninguém ache que ser gorda é ruim. eu só não me sinto feliz assim...)

Unknown disse...

Esse post me fez lembrar aquela frase do Paulo Freire, de que o sonho do oprimido é ser o opressor. Vejo essa dinâmica acontecer com uma certa frequência. Parabéns por perceber a tempo, querida, é bem difícil de perceber quando não se está observando tudo de fora.

P.S.: Sobre essa história de 42 ser gorda ou não. Sempre vesti 42 e nunca me senti gorda - até porque eu não sou. Vai um dia entro numa loja, gosto de uma saia, peço para ver no número 42. Comentário da vendedora: "Desculpe, não trabalhamos com números especiais". Ri na cara dela.

L. G. Alves disse...

Nossa, que pancada! Foi forte! Seu relato me deixou quase sem ar. " Passei do manequim 42 pro 36" Nossa, mas 36 é muito pouco peso! Eu cheguei a vestir manequim 36 mas fiquei com um baita medo disso! Foi aí que resolvi mudar de atitude, mas para aumentar meu peso. Eu me achava muito magra e era fraca. Acho que não tem nada demais no manequim 42 ou 44 ou 46, enfim. Acima de tudo a pessoa tem que se sentir bem consigo mesma. Mas a sociedade é mesmo massacrante com todos. Não é apenas com quem está acima do peso. Eu era magricela quando menina e sempre me perseguiam por isso e me colocavam apelidos. Se você está acima do peso te perseguem, se está abaixo do peso "ideal", também. Se está fora do padrão será julgada, perseguida e maltratada.

Unknown disse...

Bom, pra mim esse texto não é sobre se é bom ou ruim uma pessoa ser gorda.

Pra mim o texto é sobre a imposição, a humilhação e o julgamento em cima dos gordos.

Pra quem acha que gordo é doente (ou tem mais chances de ficar), e por isso é válido o bulling e a humilhação, mudem o foco. Por exemplo, encham o saco de quem espirrar na rua ("deve tá doente, esse filho da puta. Porque não fica em casa, se tratando, em vez de sair na rua? Pode passar pros outros! Que egoísta!!!")

Se a questão é a saúde, por que infernizar e se meter só na vida dos gordos?

Anônimo disse...

Oi Juliana, eu sou o anonimo de 12:35, que você citou no comentário abaixo:

- "e uma obesidade onde claramente a pessoa esta doente."
claro,todo obeso é doente,magros são saudáveis e imortais.
enquanto eu estava obesa,fiz exames de sangue e estava tudo normal. -

Acho sim, que algumas pessoas estão "claramente doentes!" Isso vale para os extremos, pessoas magras demais e obesas demais.

Acho que um sobre peso é super normal, e não vejo necessidade de uma pessoa ficar paranoica para emagrecer por saúde. Não é por que a pessoa não é magra que ela é doente.
Mas quando falamos em obesidade, obesidade mesmo, quando a pessoa tem dificuldade para se locomover, quando amarrar um sapato é uma luta, quando subir um lance de escadas é motivo de fala de ar...
Aí eu acho que a pessoa está "claramente doente".

Embora isso NÃO SEJA exclusividade de pessoas obesas, como eu disse no meu relato, sou magra e estou me sentindo doente devido a um ano muito corrido, sem exercícios e com alimentação péssima e descuidada.
Mas é aí que está a questão, se eu seguir nesse ritmo vou ficar obesa.
Não vou parar no sobrepeso, vou ficar obesa.

E não venha me dizer que a pessoa não precisa ser sedentária por que está obesa! Afinal uma pessoa obesa (veja bem OBESA) tem sim sua capacidade de locomoção prejudicada.

Anônimo disse...

Essas duas subcelebridades medíocres citadas no texto,Gabi e Preta entraram nessa por dinheiro e visibilidade.Elas não gostam de ser gordas,isso é fato.
Recentemente Preta foi notícia por causa de photoshop mal feito em fotos de uma campanha publicitária.O que ela fez,defendeu os editores de imagem e disse que foi tudo questão de ângulo.E o que falar de Fabiana Kharla,que vive numa novela um papel patético de uma virgem que parece mais um animal no cio?
Quem quer respeito,tem que se fazer respeitar.
os próprios gordos não se gostam,fazer o que?

Anônimo disse...

É a primeira vez que posto no blog, apesar de leitora assídua. Me identifiquei um pouco (pra não dizer bastante) com a autora do post.
Era gorda desde bebê. Minha mãe alega que reforçava minha mamadeira com Mucilon e me acordava para tomar para que eu não despertasse à noite. Isso deu início à minha obesidade infantil e, nos anos seguintes, péssimos hábitos alimentares faziam com que meu peso aumentasse dia a dia. Lembro que entre meus 6, 7 anos, estava com o colesterol ruim altíssimo!
O tempo foi passando, a adolescência chegando... tentei várias dietas malucas, inclusive cheguei a tomar remédios inibidores de apetite aos 12 anos (recomendados pelo médico endocrinologista, pasmem!) e a única coisa que eu ganhava era o efeito sanfona.
Entre a adolescência e a vida adulta, meu peso estabilizou, mas eu continuava com sobrepeso. Esse sobrepeso, porém, nunca foi um grande impedimento na minha vida. Sofri bullying sim, mas apenas quando criança. Conforme fui crescendo, não sei se por conformismo ou aceitação, não ouvia mais piadinhas nem comentários a respeito do meu peso, senão feitos por outras mulheres, mas homens nunca diziam nada, pelo contrário.
Me casei, tive uma filha... de um dia pra o outro, decidi que queria emagrecer e estava disposta a isso. Iniciei uma reeducação alimentar e cheguei em meu IMC ideal.
Algo engraçado é que percebi que, mesmo com o IMC ideal e usando manequim 38, muita gente comenta que sou cheinha, grandona... isso com 1,60mts e 62kgs e os ossos saltando no peito. Eu não ligo, nunca almejei ser bem magrela, queria apenas um IMC saudável.
A outra questão é a respeito de se tornar opressora, bem... acredito que a maioria dos ex-gordinhos ficam assim, é como se fossem convertidos a alguma religião proselitista. Isso porque você pensa que, se foi capaz de emagrecer e mudar com tanta dificuldade, qualquer um é e está gordo porque quer estar. É um mal pois você acaba medindo seu próximo com sua régua, mesmo sabendo de toda dificuldade que passou.
Mas com o tempo, isso vai amenizando. O novo corpo é uma espécie de paixão e, como toda paixão, passa. Digo porque eu já passei por essa fase de ser oprimida a opressora, há dois anos.
Mas tudo na vida é cíclico, hoje, apesar de manter o peso e meu IMC saudável, tenho outros interesses na vida, a paixão pelo corpo passou. Então, é uma fase que faz parte do processo de emagrecer... é nosso ego.
PS: Manequim 42 não é, nunca foi e nunca será gordo! A não ser que você tenha menos de 1,50mts e ainda assim dependendo do tipo do seu corpo.

Juliana L.

PS 2: Não tenho conta no Google, nem sei mexer nesses OpneIDs, rsrs. Por isso estou postando como Anônimo.

Caroles disse...

Também não acho que 42 é gorda! Só num padrão muito doente mesmo, que faz usar 36 ser o objetivo maior de vida. Mas também tem que ser lembrado que isso de tamanho não quer dizer nada. No meu guarda-roupa tem roupa P, M, G e GG, tem calça 42, 44 e até uma 46. Depende da loja e do modelo. Calça jeans especialmente eu vejo que quanto mais ~fashion~ a loja (tipo Zara), menor a modelação. Aliás, a Zara só faz calça até o 42 (que parece um 38). Tudo feito pra gente se sentir mais gorda e mais infeliz. Na real todo mundo deveria desencanar disso, ir nas lojas, provar e levar o que gostar e servir bem, independente do tamanho!
As pessoas não tem nenhuma NOÇÃO de peso, altura etc. Essa é a verdade. Ontem mesmo no Facebook eu vi essa foto: https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/999764_632134190151493_1511626958_n.jpg Gente... Qualquer pessoa com um mínimo de tino sabe que uma pessoa de 67kg parece muito mais com o "depois" da foto do que com o "antes". Mas nós somos tão bombardeadxs por esse tipo de imagem e mensagem que nem sabemos mais o que é e o que não é. É como eu falei, esse padrão merda faz parecer que a única altura aceitável é 1,70m+, o único peso aceitável é 50kg, o único manequim aceitável é 36, e aí vai. E tem gente e mais gente no meu Facebook que coloca foto comemorando que entrou numa calça 36 como se fosse a maior conquista da vida. E tem esse bando de gente que vem aqui dizer que a Preta Gil, a Gaby Amarantos, o Fabio Porchat estão DOENTES! hahahaha Claro que todos esses comentaristas na verdade são os médicos dessas pessoas e sabem o que tem e o que não tem de errado com eles! Me cansa a beleza.

Anônimo disse...

A maioria das mulheres ricas (que enriqueceram por conta própria e são muiiiiitas nessa situação) que conheço não gastam um tostão sequer com beleza e nem têm o menor interesse em emagrecer. Talvez porque elas já descobriram que o sistema (sobretudo homens) gosta mesmo é de dinheiro. E mais, interessante que mesmo gordíssimas, há sempre homens jovens e notavelmente lindos na companhia delas. É uma desgraça o fato de que num país predominantemente de pessoas pobres, o dinheiro seja a melhor coisa que pode acontecer na vida de alguém. Mas o legal na história é que, pelas circunstâncias delas, elas não gastam dinheiro com beleza e vivem rodeadas de homens dando, assim, um tapa na cara do patriarcado que insiste em mentir que somente a mulher se vende!!

Anônimo disse...

Não sei se a Preta Gil está, no fundo no fundo, muito preocupada com emagrecer, uma vez que, com o corpo de sempre dela (que eu acho perfeito!!), ela sempre teve homens maravilhosos!!

Anônimo disse...

Priscila, isso pode ser alguma disfunção glandular, vc já foi num endocrinologista? Eu tive hipertireoidismo aos 24 anos e um dos sintomas é justamente esse, você engorda e não consegue emagrecer. Antes de começar a perder peso nesse caso é preciso regular o funcionamento da tireóide. Eu comecei dieta e fui pra academia, mas só comecei a perder epso depois que o funcionamento da minha tireóide foi regulada. Vale a pena procurar um médico.

garotinha disse...

A questão é, o que é mais importante? Ser magro com boa saúde e feliz (ha quem diga que abrir mão de certos alimentos é triste) Ou ser gordo com a saúde comprometida mas feliz comendo o que se quer? Eu acho que mais que pregar o corpo ideal, deveria se pregar a alimentação ideal, que vai refletir muito na vida presente e futura de cada indivíduo. abrir mão de doces, gorduras, refrigerantes e outros alimentos artificiais cheios de aditivos, corantes e composição que desconhecemos faz muito bem, é um prazer que pode ser substituido. Só a pessoa. Se é desculpa ou disfarce para entrar na ditadura, cada um vai saber de sua própria motivação, mas pôr em dúvida a pessoa que declara sua opção pela saúde é demais.

Maria Fernanda Lamim disse...

tenho 1,72 m , uso 46 e sou rechonchuda, não obesa. malho, danco, me alimento. bem. nunca fui magra. e. questão de tipo físico. e me sinto saudável. Mas tenho muita dificuldade em comprar roupas (aliás, sapatos tb, pois calco 40). nenhuma loja. tem roupas acima de 40 nem sapatos femininos acima de 37, só as "especializadas".
agora, todo mundo ficou "chocado" com o manequim 42, mas não notou o seguinte: como o sistema se perpétua, transformando oprimidos em opressores . A moça do relato e só mais uma vítima. disso. e esse mesmo"ciclo" de opressão e ainda mais forte entre. mulheres. afinal, interessa a muita gente que estejamos obcecadas em competir sobre a medida de nossas cinturas, e não conquistando posições importantes na sociedade... :p

Anônimo disse...

Gente, alguém já viu My Mad Fat Diary? A primeira parte do relato lembra um bocado a série. Não sei, acho que é um programa que tem tudo pra agradar...

Lotte disse...

Pra que as meninas do SNSD estão aí? Só por que são magras?

Anônimo disse...

dois livros:

1) Tamanho 42 não é gorda

2) Tamanho 44 também não é gorda

esqueci o nome da autora, mas acha em qqr livraria.

Ser gordo não é igual a ser doente. Ser sedentário, comer muito açúcar e gordura é igual a ser doente. Ser sedentário e se alimentar mal não é igual a ser gordo, assim como comer bem e fazer exercício não é igual a ser magro.

Anônimo disse...

Sabe o que é pior? Tem gente que defende as gordinhas, e fala que as modelos são doentes.
Assim como tem gorda saudável, tem magra saudável. É tudo questão de biotipo!

Anônimo disse...

Uso 36, sou magra, mas como de tudo (até como bastante) e não acho que estou abaixo do peso, estou satisfeita com meu corpo do jeito que é. Cada um tem um tipo de corpo, não adianta tentarem criticar a gordofobia falando mal de quem é magro, se tem pessoas que como eu são naturalmente assim (já tive problemas de auto estima por conta de ser magra). O que as pessoas tem que entender é que precisamos sim ser saudáveis e praticar exercícios físicos, mas com o objetivo de saúde. Cada pessoa tem um estilo de corpo. Não dá pra criticar nenhum deles.

Barbara Dalalana disse...

Lola, eu geralmente concordo plenamente com você, mas dessa vez devo discordar.

Gordura demais faz mal sim. Apesar de achar a Gaby Amarantos e a Preta Gil duas mulheres lindas, seguras e bem resolvidas, elas quererem melhorar os hábitos alimentares e praticar algum tipo de exercício é simplesmente INOFENSIVO, e só vai gerar coisas boas pras duas.

De quebra, elas vão emagrecer, pois é assim que funciona: uma rotina equilibrada leva a as pessoas a chegarem a determinado peso.

Se esse peso é considerado adequado pelo patriarcado, bom, só saberemos quando elas começarem a perceber as diferenças.

Sou totalmente contra a opressão em relação ao corpo das pessoas, e sei que não é na extrema inocência que a Rede Globo promove essas coisas. Mas aí, querer tratar esse quadro do Fantastico como um completo desserviço, é extremismo da sua parte, e complementa com um depoimento relacionado a uma visão tão extrema quanto.

Apesar de todos os preconceitos proferidos pela emissora, tem coisas ali que vão inspirar pessoas a saírem de situações de diabetes, pressão alta, entre outros problemas. Pessoas que não tem acesso a outro tipo de mídia, provavelmente.

É tudo uma questão de senso crítico, de filtro crítico.

Honestamente, o depoimento de hoje tem muito da minha adolescência - eu tambem me sentia gorda (me sentia pq sempre soube que não era) e depois fiz bodyshaming quando emagreci - e foi tudo uma questão de criar senso crítico e entender que nem um nem outro estão certos: comer chocolate todo dia não faz bem, assim como odiar o meu corpo e apontar os dos outros como errado também não.

Acho que ok você querer ajudar adolescentes, mas existe uma coisa chamada maturidade e senso crítico que diferencia adultos de adolescentes. Seria mais útil dar, além do apoio, um contraponto à essa menina, ao invés de cobrir de razão uma pessoa visilmente confusa.

Anônimo disse...

Entendo toda essa opressão sobre ser gordo. Vi o programa ontem e a Gaby está com todos os indicadores de saúde normal (colesterol, glicose e etc). Mas está com um condicionamento físico fraco, que ao meu ver não é problema.

Já a Preta está com quase todos os indicadores ruins e o César Menotti com boas probabilidades de ter um infarto.

Sei que é difícil separar a opressão da preocupação, mas eu sou magricela desde pequena (1,78 x 58kg) e sempre me alimentei muito mal, só comia porcaria, comida industrializada, nada de frutas ou verduras e etc, mas nunca engordei.

Depois de certa idade achei importante cuidar da saúde. Auto apliquei uma reeducação alimentar. Fui me forçando a comer salada, e hoje eu gosto de quase tudo.

Meu peso não mudou nadinha (nem era a intenção), mas sei que estou investindo no meu futuro. Na volta do trabalho passo todos os dias morrendo de fome, por uma banquinha de cachorro quente, e sinto aquele cheiro delicioso de bacon, mas eu me controlo, vou pra casa e como algo saudável.

Enfim, acho que a reeducação alimentar é uma coisa boa pra todo mundo, mas me solidarizo com as pessoas oprimidas pelos padrões da estética.

Rebecca disse...

Também uso 42 e não me sinto gorda. Sei que não sou magra, mas me sinto bem comigo.

Sobre o oprimido ser opressor, eu vejo muito isso. Tenho um amigo que malha muito e tem um corpo perfeito, seco, barriga tanquinho, com todos os músculos aparentes. Somos amigos há muitos anos e o que faz com que a gente brigue é a necessidade que ele sente de menosprezar quem não malha, chamar os outros de gordo/fraco/feio e etc. Precisar diminuir o outro pra se sentir melhor não é ser feliz, é só uma outra forma de escravidão.

Por mais bonito que o corpo dele seja, e ele sabe que é, continua numa busca incessante, numa fixação, tomando isso e aquilo pra atingir resultados mais rápidos.

Se temos consciência de um sistema que nos aprisiona, o mínimo que fazemos é lutar contra ele. Não é preciso ser obeso pra lutar contra o ideal de beleza, mas parar de julgar e excluir os outros pela aparência já é um ótimo começo.

Linona disse...

Bem, o fato é: temos que estar com saúde e isso pra mim é aliar uma alimentação saudável (sem precisar necessariamente que abrir mão de guloseimas de vez em quando), algum exercício físico (ninguém precisa ser atleta, de 3 a 4 vezes por semana, 1h de caminhada já ajuda a manter o coração legal) e uma boa saúde emocional e psicológica (aí o buraco é mais embaixo). às vezes se está magro mas com o colesterol alto (sim, isso é possível), às vezes se está obeso mas os exames mais gerais de sangue estão uma maravilhas - mas, o joelho e a coluna uma hora vai dar um alerta, não tem jeito... A verdade é que precisa ter muito auto-estima pra esquecer a ditadura da beleza, se segurar pra não se tornar um obeso (comer é muito bom e qq um pode desenvolver problemas de saúde sérios que levam à obesidade, para além do fator comida em excesso, fazer seus exercícios com moderação, não exagerar em bebidas e drogas diariamente e sempre que puder fazer um check up. Se vc faz tudo isso, tá com a saúde ótima, coluna, joelhos e musculatura ok e ainda sobrar aqueles pneuzinhos, FODA-SE! Às vezes nos esquecemos que beleza não é só a carcaça. Sim, é difícil viver assim, o mundo cobra e tals mas, na boa, minha forma nunca atrapalhou minha vida profissional, sexual e de amizades. Se atrapalhasse, eu desconfiaria era dessas pessoas que por acaso me reprimissem.

Unknown disse...

Reza a lenda que Marilyn Monroe vestia 42. :)

Rebeca disse...

Tive que rir. Lendo o relato, achei que a garota estava com obesidade mórbida, por isso se incomodava... de repente ela diz q passou do 42 ao 36... 42, 42, 42????? Rir, assim, em termos. Sei que o assunto é sério, e o problema maior que vi foi como ela se via. O sistema é bruto mesmo, e se eu fosse Gaby ou Preta não aceitava entrar nesse programa ridiculo do fantasttico. Sei lá, se vc se incomoda por estar supostamente gordo/a, emagreça. Se não, fique com o horrível manequim 42!! Bela, vc é Bela, hellooo!!

Unknown disse...

Ser obeso não é saudável, fumar também não. (Apesar de que saiu um estudo recentemente de que o sedentarismo e a obesidade matam mais do que o fumo.)
O ponto é que isto é problema seu. Não meu.

Se você quiser fumar, problema é seu, desde que não fume perto de mim. Se quiser ser obeso, problema é seu tb. (e nem precisa comer longe de mim :))
Acho que o ponto não é discutir o que é ou não saudável para a saúde física, e sim, para a saúde emocional. E definitivamente, somos uma sociedade doente. E aliás, os casos de obesidade mórbida frequentemente estão associados a mentes doentes.

Se estivessemos em uma sociedade mais humana, cheia de valores, especialmente respeito pelo próximo, 97.68% dos problemas que a Lola discute aqui no blog, nem existiriam. Daí seria muito bom discutir apenas sobre saúde, despretenciosamente.

Vida longa e próspera para todos. :)

Anônimo disse...

Eu sou gorda, não sou gordinha ou cheinha. Para os padrões`de alguns fui gorda até quando estive no peso considerado ideal.

Pratico academia todo dia há dois anos (pq gosto), minha pressão é normal, assim como glicemia e outros índices. Tenho 1,62m e 80 quilos. Tb não tenho mais, 20 anos. Tenho 33 e meu peso varia`entre os 75 e 82 desde que consigo me lembrar.Sou plenamente saudável e com muito mais disposição e qualidade de vida que muitos magros. Estou falando isso para quem adora cagar regra e estipular que uns quilos a mais são sinônimo de doença.

Obesidade mórbida é doença. Estar acima do peso, segundo especialistas, te deixam predisposto a ter algumas doenças. É como quem come bacon todo dia, não come o suficiente ou são extremamente sedentárias. Essas pessoas são predispostas a terem alguns problemas (ñ quer dizer q obrigatoriamente terão), mas não são consideradas doentes. Quem não entende essa diferença devia se informar um pouco.

Penny Lane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

E a maioria dos comentários, ao invés de discutir a porcaria do padrão imposto, discute o que é gordo ou não, checando cada um seus próprio corpo pra ficar livre de ser gordo, deus me livre ser gordo, né?


A luta é não se importar em ser gordo ou não. Não estabelecer o que é gordo, aceitando 42 como magro, ou o número que for.

Anônimo disse...

http://www.fullbeautyproject.com Esse site traz varios ensaios de pessoas com obesidade mórbida! Acho q tem a ver como tópico. Evy

Anônimo disse...

Eu detesto essa coisa de ditadura da beleza, mas vou fazer uma ressalva quanto ao medida certa. Ninguém está lá para usar calça 36. As pessoas estão lá para reeducarem a alimentação e sairem do sedentarismo, que é o jeito certo de viver, afinal de contas, cancêr e doenças coronárias são os maiores vilões de uma vida longeva e estão diretamente ligados à má alimentação e sedentarismo. E óbvio que com isso vem o emagrecimento, mas não aquele milagroso, de perca 30 kilos em um mês. Não sou contra o programa, muito menos contra a participação delas.

Lígia disse...

L. G. Alves...

Não sei se você estava falando somente sobre o seu caso, ou se estava generalizando. Me parece que você estava falando sobre você, certo? Sobre o como você se sentiu magra demais vestindo 36?

Porque eu visto 36 (às veeeezes 38, mas é raro). Tenho 1,60 e peso 50kg, e o 36 é o manequim que costuma me servir.

Não estou abaixo do peso. Estou dentro do IMC considerado 'normal', nunca tive anemia, nenhum distúrbio alimentar, etc, etc. Não faço dietas malucas nem muito exercício. Meu corpo, até agora, sempre foi esse. Sempre tive uma tendência ser magra mesmo.

E olha que eu não sou super magricela. Tenho coxas grossas e bunda grandinha. Mas costuma ser o 36 que me serve.

Até mesmo o 34... acontece de ter gente que usa... tinha uma amiga uns anos atrás que era magra e baixinha, não tinha muita bunda, e o 34 era o número que acabava servindo pra ela... E era difícil de achar! Comprar calça, por exemplo, costumava ser um problema pra ela.

Ah, e assim como eu acho que tem muita gente saudável e normal que usa 34 e 36... dizer que 42 é tamanho especial é um absurdo!!!!

CCX disse...

Aprendi com uma fofa da Internet (http://lithabacchi.tumblr.com/) que o importante não é ser saudável. O importante é cada um cuidar da sua vida.

CCX disse...

Ps. Sou gorda e não preciso dar desculpas, falar se meu colesterol é baixo ou não. Meu corpo, minha vida, minhas regras.

Natália T. disse...

''Tb não acho que quem use 42 é gorda... Só se ela medir 1,30/1,40...'' -> queria viver nesse mundo q vcs vivem.. de verdade!

Anônimo disse...

Bela, tu disse

"Tenho 1,79m e visto 42, meu peso oscila entre os 78Kg-82Kg, e infelizmente sou gorda sim."

onde você compra suas roupas? Porque com essa altura e esse peso, vc veste 46.

Ai, gente, parem com isso de ''visto tal'' e 'tal numeração é gorda' pq as coisas variam muito..

eu visto 42 e tenho 1.71 e me acho gorda sim.. mas tem gente q nao se acha, ou que não é. E tá feliz. E se estiver gorda e estiver feliz, bão pra ela. Q q tem?

Minha sogra mede 165, não sei quanto pesa mas chuto entre 78-82 kg e jura de pés juntos que veste 42. Deve comprar as roupas no mesmo lugar que a Bela, só pode.. pfff. pra que ficar mentindo? o q importa é ter saúde. se tem saúde, pronto, vamos ser felizes e stop the mimimi.

Anônimo disse...

40-42 pra mim é peso normal.

Eu uso 36-38 e me sinto desnutrida, fraca e não sou mt saldavel nao, mesmo estando apenas 3kg abaixo do meu peso ideal.

Maior mentira essa de ~saude~, a maioria dxs magrxs que eu conheço é sedentarix e tem uma dieta ruim (eu inclusa). Ninguem vem me falar de saude (nem medicxs) apesar de eu saber que tenho que começar a me exercitar e comer direito.

fabbys disse...

eu acredito que o problema está nos exageros.
vejamos, eu uso 40, pratico boxe e pilates, como minha saladinha e meu arroz com feijão. quando uma caneta cai no chão, eu me abaixo e pego. conheço mulheres obesas e magras que não pegam a mesma caneta sem reclamar de dor nas costas.
e digo isso para chegar ao exemplo de que gordura demais é prejudicial, quer queira quer não. tenho uma prima que lutou a vida toda contra a balança, tomou remédios, tentou o vigilantes do peso, etc. mas sempre volta para os 100 kg (em 1,60 m de altura). um dia ela me disse que havia desistido de emagrecer pra se sentir bonita, que queria emagrecer para brincar com a filha sem sentir falta de ar.
é isso: ter 1,80m e 45 kg é tão feio, doentio e perigoso quanto ter 1,50m e 100 kg.
não creio que auto-estima diminua os efeitos da desnutrição ou da obesidade.
é preciso ter noção e bom senso.

Iara De Dupont disse...

Na sociedade que vivemos não importa o alvo,o importante é que as mulheres odeiem alguma coisa.Quando o ódio não está aqui,tem que estar ali.Tudo é incentivado pelo ódio,até uma simples propaganda de margarina mostra as mulheres felizes no seu momento delícia,que foi justamente seu momento ódio,quando a modelo magra e loira não entrou na calça,no provador da loja,então as mulheres salivaram de alegria ou seja de ódio.
É só procurar na midía entrevistas com modelos,mesmo magras,odeiam seu nariz,ou cabelo,ou seus pés,não importa o que,o importante é apenas odiar e que esse ódio seja sempre como uma faca no pescoço,é assim que todos gostam de ver as mulheres,se odiando.A moça só transferiu um ódio para outro,mas ainda no circulo social,que faz isso mesmo.Acontece com todas,o ódio está tão diluido na sociedade que não vemos como estamos doutrinadas para odiar tudo.

Anônimo disse...

Eu também não acredito que uma pessoa que use 42 seja gorda, porém entendo que alguém que use se sinta gorda.
Eu tenho 1,65, 58kg e uso 40. Estou dentro do meu peso ideal e me sentia bem comigo mesmo e com meu corpo até minha mãe começar a dizer todo dia o quão gorda eu estou e controlar qualquer pedaço de bolo extra que eu resolvesse comer, nem que fosse aqueles os únicos dois pedaços da semana toda.
Passei a me sentir gorda, a me sentir mal comigo mesma e com meu corpo. Quando eu paro pra pensar eu sei que não estou gorda, porém eu me sinto gorda.
É difícil se sentir bem quando as pessoas fazem questão de te colocar pra baixo o tempo todo e te dizer o quão feia/gorda você está.

Anônimo disse...

Só eu acho que ninguém que usa 42 é gord@?

Também não acho.

Nina disse...

Encaro a anorexia não-nervosa há 14 anos, mas só agora pude constatá-la. Estou fazendo uma série sobre a evolução do meu tratamento na Revista 21, série essa que ainda está em seu começo (te mandei o link, via twitter).
Esse depoimento é de extrema importância para esse meu projeto, Lola. Obrigada por divulgá-lo e obrigada também a quem o prestou. Cada dia aprendo mais vindo aqui. muito obrigada mesmo.
Abraços.

Anônimo disse...

Oi Lola

Sou nutricionista e faço avaliação física nos pacientes, queria esclarecer umas coisas...O número da calça não quer dizer muita coisa, uma pessoa com uma estrutura maior ou com mais massa magra vai usar um número de calça maior. Isso vale para o peso também,o peso não significa muita coisa! só para lembrar uma pessoa que é magra mas é sedentária, come mal e fuma, não é uma pessoa saudável. Uma pessoa com sobrepeso que se alimenta bem, faz alguma atividade é psicologicamente está bem, tem auto estima é uma pessoa muito mais saudável. Obesidade é um problema de saúde publica mas esse exagero por corpos perfeitos é igualmente preocupante. Trabalho com adolescentes com transtorno alimentar e vejo todo dia o estrago que a mídia faz na cabeça de jovens e adultos.

Anônimo disse...

Peso é relativo!!


http://santadieta.com.br/dicas/peso-e-relativo/

Thaís B disse...

"Gordo = sedentário que come só porcarias calóricas e pingando gordura

Magro = pessoa saudável que sempre cuida da sua alimentação e faz exercício"

Até quando as pessoas vão pensar assim??????

O que conheço de menina magra que não é NEM um pouco saudável... Estudei com uma que está dentro dos padrões de beleza: magra e com muito peito e bunda. Mas sabe como era a saúde dela? UM LIXO! A garota só comia lanche gorduroso da cantina da escola, ela não fazia suas refeições (almoço, janta), ficava um período desnecessariamente longo na academia e nos finais de semanas só enchia a cara. E NINGUÉM, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM vinha dar "conselhos" para ela se alimentar melhor, pelo contrário, elogiavam ela demais. E ela ainda falava da sua "saúde" como se fosse uma coisa boa, que vale a pena (não dou 5 anos para ela começar a ter problema de saúde, se já não tiver). Ela me contou que desmaiou ao ficar um fim de semana inteiro sem comer e só bebeu cerveja. E só eu achei um absurdo, as outras riam como se fosse besteira. Absurdo!!

Agora para algumas gordinhas que conheço, que simplesmente não emagrecem fácil mas se alimentam bem e fazem algum esporte, CHOVE de indiretas e "conselhos" sobre boa alimentação, como se essas pessoas só estivessem preocupadas com a má qualidade de vida dela e como se elas fossem hiper-saudáveis também! Hipocrisia pura.

Há um programa britânico (não lembro o nome) que mostra pessoas com uma péssima alimentação e não engordam, e mostra que elas possuem tantos problemas de saúde quanto um obeso quase mórbido. Só que ninguém repreende eles por estarem magros.



Lara disse...

Isso de passar de oprimido a opressor é a coisa mais comum as pessoas odeiam tanto como eram, que passam a odiar pessoas parecidas com o perfil que tinham.

Quanto ao tamanho 42 ser ou não de gordo é relativo, existem formas de determinadas marcas que o 42 é grande eu quando estava na minha fase mais gorda vestindo 44 tinha calças tamanho 40 e hoje que visto 40 mesmo as calças não cabem pq ficam grandes.

Anônimo disse...

a globo tem milhões para dar a artistas para que passem fomem e sejam submetidos a obrigação de serem magros .
mas curiosamente eles n tem um tostão para dar ao criança esperança,ai o povo tem que dar dinheiro q supostamente vai ajudar alguém.

Anônimo disse...


Nesse trabalho, eu lido com minhas inseguranças sobre o meu corpo e com a direta relação entre a auto-percepção e a forma com a qual eu sou percebida pelas outras pessoas. Eu uso a fotografia para revelar meus pensamentos e opiniões sobre a sociedade na qual vivemos. Uma sociedade que dita padrões de beleza baseados na aparência física das pessoas.”


http://www.hypeness.com.br/2013/09/fotografa-faz-auto-retratos-por-11-anos-documentando-seu-emagrecimento/

NM disse...

Desculpe o palavreado, Lola, mas eu preciso desabafar: esse padrão vigente de magreza é uma m£rd@!!!

Quem tem barriguinha saliente, mesmo que seja o único "indício", é GORDA.

Quem tem braço largo, por mais que seja compatível com o biotipo, é GORDA.

Quem tem um corpo que transpira vitalidade, que parece "ter carne nos ossos", é GORDA.

Eu nunca fui gorda (nem pra esse padrão estúpido). Teoricamente essa questão não me afeta pessoalmente... mas quando eu penso nisso, quando eu sou confrontada com esse diabo de realidade em que a moça que eu acho absolutamente linda é considerada "nossa, tão gorda" pela maioria, eu sinto um aperto terrível no peito. Eu tenho vontade de gritar "que mundo de b0$t@ é esseeeeee?!?". Me dá uma raiva, indignação, tristeza, mágoa, tudo junto! :@

Queria uma fórmula mágica pra fazer todas as pessoas rotuladas de gordas desse mundinho sem-noção conseguirem se proteger dessa insanidade... Again, pra mim é fácil retrucar uma opinião não requisitada sobre se eu andei engordando ou não, mas como eu queria que essas pessoas tivessem condições de encher o peito e soltar um "e o que você tem a ver com isso?" bem dado...

Quantas pessoas maravilhosas eu já vi se reprimindo porque esse padrão completamente bocó diz que elas não são nem "normais"...? Muitas, infelizmente. Minha irmã, que é lindíssima, sofre muito com isso. Eu acho absurdo enquadrarem ela na categoria "gorda", pior ainda quando ela está dentro do peso ideal. Ela é do jeito que ela é, caramba! O corpo dela é assim, é planejado pra ser assim, funciona perfeitamente assim! Mas ela vai sofrer provavelmente a vida inteira com esse corpo perfeitamente perfeito pra ela, porque ele é curvilíneo demais! É ridículo, é insanidade, e acontece com uma montanha de gente!

É cruel. As pessoas sofrem tanto com isso, de todos os lados, e isso vai minando qualquer chance que elas tenham de se sentir bem consigo mesmas, independentemente da porcaria do número na balança! Uma bola de neve que surge porque um infeliz se sentiu no direito de apontar o dedo pra alguém.

Só pra terminar o desabafo:
Eu, com o meu 1,74m e calça 42, sou um pitel.
Minha amiga, com 1,60 e calça 42, é um pitel.
Minha irmã, com 1,60 e calça 44, é um pitel.
Aquela pessoa, com x metros e calça tamanho y, também é um pitel. Talvez ela não se ache um, mas ela deveria ter ao menos a possibilidade de se achar em paz.

E quem gosta de falar do corpo alheio tem mais é que morder a língua.

Anônimo disse...

mais um blog com essa materia


http://www.cemhomens.com/2013/09/gaby-amarantos-e-preta-gil-no-medida-certa-uma-medida-errada/

Anônimo disse...

O problema é que as pessoas confundem a proteção cardiovascular que estar em um peso "adequado" traz com o padrão de beleza.
Você estar na faixa adequada de peso (é só ver os critérios na diretriz de diabetes, sindrome metabolica etc...) não torna alguém dentro do padrão de beleza.
Não gosto de gordofobia e body shamming, mas pelo (pouco)que vi do medida certa ele propoe a mudança de hábitos de vida e exercicio, nunca a dietas mirabolantes, passar fome, e outros afins, o que eu acho por si só positivo e um estimulo a muitas pessoas em casa. naturalmente se perde peso ao diminuir o consumo e aumentar o gasto de calorias, mas os três nunca serão o padrão de beleza...

Gustavo disse...

Para Nanda: você está enganada. Pode até ser que, em relação à aparência, se alguém é gordo ou não não é problema meu.

Agora, as pessoas gordas são sim menos saudáveis, ficam mais doentes (diabetes, hipertensão, infarto etc) e isso custa uma FORTUNA em cuidados de saúde para os cofres públicos, os quais eu também ajudo a sustentar. Então, a gordura dos outros é problema de TODO MUNDO.

Annah disse...

Eu uso calça 42 e sou realmente muito magra. o.O

sobre o texto, não considero que a moça seja "opressora" por se considerar bonita ou gostar de receber elogios. O problema é ter feito fat shamming, isso é opressão. Usar minissaia ou fazer o que quiser com seu corpo não é.

Anônimo disse...

Gustavo, e as pessoas q magras que não querem ficar saudáveis e têm diabetes, hipertensão, infarto etc você não vai fica em cima né? Ou em quem fuma e gasta dinheiro dos impostos para cuidar do câncer ou em quem bebe e causa mil e um problemas por ai? Mas perseguir gordos tudo bem.

Anna disse...

Tem um tumblr muito popular, do Frogman, ele posta coisas variadas, mas como ele é gordo sempre aparecem asks falando que ele precisa emagrecer, que isso e aquilo (preocupados com sua saúde, claro), e ele sempre responde com calma e inteligência

Aqui o q ele respondeu recentemente pra um anon que lhe perguntou qual seria a maneira mais educada de dizer pra um/uma amigo/a q ele/a está engordando
http://thefrogman.me/post/58708806597/people-know-when-they-are-gaining-weight-it-is

E aqui pro outro anon que retrucou (como muitos aqui nos comentários) q ele está errado, q ser feliz sua aparência não é motivo pra ignorar diabetes, ataques cardiacos, e blábláblá
http://thefrogman.me/post/59261526236/sir-in-regards-to-your-views-of-my-views-you-are

No blog dele ele responde várias asks assim (de médicos de plantão ''precoupados''), o povo não tem mais o q fazer parece.. Mas, ele sempre é bem honesto e dá respostas ótimas o que é bem legal já q ele tem um dos maiores tumblrs em questão de popularidade

Anônimo disse...

Também acho um absurdo Gustavo. E concordando com você, gostaria de perguntar se você bebe ou já bebeu, se come sem lavar as mãos, leva a sério sua higiene, fuma ou fica perto de quem fuma, já atravessou ruas sem prestar atenção ou se já dirigiu acima do limite permitido. Também preciso saber se gasta muita água ou energia elétrica e se tem uma alimentação totalmente saudável, sem embutidos ou fast food.
Quando for ter filhos exijo que pesquise com antecedência doenças genéticas para saber se não existe chance de sobrecarregar o sistema de saúde. Se houver, por favor suspenda a procriação.
Espero tb que durma pelo menos oito horas por dia e caso estude em qualquer instituição pública, que nunca falte e tenha notas máximas em todas as matérias. Se estudar em instituições particulares a mesma coisa, já que os índices totais ajudam o governo a decidir onde deve investir em educação. Seus hábitos de consumo tb devem ser controlados, já o governo gasta uma barbaridade em saneamento e já não dá para aguentar pessoas produzindo lixo demais.

Tudo isso me diz respeito, pq vc pode terminar obrigando o governo a gastar meus impostos em coisas indevidas e isso é inadmissível.

Anônimo disse...

olha mais um absurdo, um imbecil que se acha no direito de proibir mulheres acima do peso de usarem legging pq vai ferir seus olhos delicados de babaca preconceituoso.

http://noticias.r7.com/blogs/ta-lendo-por-que/gordinhas-nao-podem-usar-legging-e-quase-crime-2-20130719/

Anônimo disse...

kkkkkkkk gustavo é mais um dos magros que não pegam nem resfriado e vivem eternamente...

Maria Luiza disse...

Lembro que assim que eu emagreci, fui com uma amiga que é gorda, a uma padaria. E estávamos na fila do caixa, quando uma moça atrás da gente, linda, "modelo", MAGÉRRIMA, olhou pra minha amiga, e falou, com voz de "preocupação":

- Nossa, dá um medo de engordar, né? Tudo nessa padaria é tão gostoso. Temos que nos cuidar.

Ela não falou pra mim, ela falou isso olhando pra minha amiga, que é gorda.
Eu fiquei com tanto ódio, que minha amiga percebeu a mudança no meu rosto, segurou no meu braço e me passou pra frente. Devo ter dado a impressão que ia avançar na moça.

Saindo da padaria, eu xingando até a última geração da mulher, minha amiga fala:

-Mas Malu, agora vc é magra, não tem mais que se preocupar com isso.

Aí eu disse:

- Mas até uns meses atrás eu era gorda, eu sei o que é ser gorda nesse mundo, e é por isso que eu fico brava.

Uma tristeza. Algumas pessoas gordas acabam achando que merecem esse tipo de tratamento, que são inferiores. Eu sei pq era eu assim.

E eu não acho que as pessoas tenham que ser e se manter gordas ou magras, acho que elas tem que ser o que elas quiserem e ninguém tem nada com isso.

Maria Luiza disse...

Anônimo das 23:52. Sou fã.

Denise disse...

O texto do guest post é bom, mas ouso discordar da sua crítica, Lola, ao programa do Fantástico. Olha que eu sempre odiei o Fantástico e hj acho ótimo morar fora do Brasil e não ter que assistir “por tabela”, já que meu marido é quem sempre assistia esse lixo. Portanto nem vi esse quadro com a Preta Gil e a Gaby, mas o que tenho lido sobre o assunto me faz concordar com a Barbara e outros comentários que li acima.

Acho deplorável esse padrão de beleza fixado pela sociedade, MAS me parece que tanto a Preta Gil quanto a Gaby aceitaram participar do programa para melhorar sua saúde, não especificamente emagrecer. Ainda que a Gaby esteja com todos os indicadores de saúde normal (como alguém comentou acima), o fato de estar com um condicionamento físico fraco justifica ela querer cuidar da saúde, afinal condicionamento físico é importante pra carreira dela, que passa horas em cima de um palco cantando e pulando.

A maior prova de que o quadro do Fantástico foca sim na saúde dos participantes é a presença do Fábio Porchat, que não é considerado gordo.

Aliás, as pessoas ficarem aqui discutindo nos comentários de manequim 42 é ser gordo ou não é tão desnecessário (se ver como fora dos “padrões” da sociedade é muito relativo e pessoal) e foge completamente do objetivo do guest post, que era falar sobre a opressão por ser diferente e o risco de se tornar o opressor. Ou será que fui eu que interpretei o texto errado?

Anônimo disse...

Discussões inúteis sobre quem esta ou nao gordo..., vcs leram o post direito??? Vamos parar de dar as medidas de altura e peso aqui, que discussão ridícula!

Anônimo disse...

Já pesei 140 kg. Fiz bariátrica e hoje peso 70 kg. Tenho 1,78 m.

Policio ao máximo para me livrar de preconceitos, palavras e lugares-comuns ofensivos, mas, infelizmente, ainda me pego pensando "pq fulano está gordo? sei lá, não incomoda?". Sim, ainda sou um tanto lipofóbica. Terrível.

Mas é o que meu psicólogo fala, é um medo gigantesco de voltar a engordar tudo aquilo e, quando vejo alguém gordo/obeso, é como se fosse uma "chamada": eu me odiava tanto gorda (sim, padrões culturais e midiáticos) que transporto essa raiva para quem não tem nada a ver com isso, ignorando se a pessoa está bem, se está feliz, se está satisfeito.

É foda e tenho trabalhado muito nisso.

Citaram o Paulo Freire acima; acho que sintetizou tudo o que poderia ser dito.

Unknown disse...

"Aliás, as pessoas ficarem aqui discutindo nos comentários de manequim 42 é ser gordo ou não é tão desnecessário (se ver como fora dos “padrões” da sociedade é muito relativo e pessoal) e foge completamente do objetivo do guest post".

Não vejo por esse ângulo. Acho que o guest post fala especificamente de virar opressora, mas tangencia a questão da aparência, do peso e da grande cobrança que fazem em cima de nós para que estejamos sempre em forma, e é aí que se encaixa essa percepção de "42 é gordo ou não". Além do mais, encaro o espaço de comentários como um bate-papo, e é comum a gente mudar de assunto quando está conversando.

MCarolina disse...

"mas os três nunca serão o padrão de beleza..." disse um anônimo.
Por que não? A atriz norte americana Jennifer Hudson, por exemplo, era obesa, emagreceu e conseguiu se encaixar no padrão Hollywood. Diz ser sem operações e remédios, e eu não acredito, já que anfetamina e operações são quase padrão nesse mundo. Também conheço uma pessoa que fez isso na vida real, e está a milhões de anos luz de uma relação saudável com a comida. A pessoa não fica saudável, normalmente fica neurótica.(Não estou falando de você que fez bariátrica nem que resolveu fazer reeducação alimentar para ter mais mobilidade e tal, estou falando de quem quer de todo jeito ficar dentro desse padrão de beleza TV/Revistas).
Quanto à discussão da calça 42, nada poderia ser mais pertinente. Uma pessoa que afirma ter quase 1,80 e usar 42 dizendo que é gorda é bem emblemático da loucura atual da ditadura da magreza extrema.

Anônimo disse...

@ Karen Arguedas:

No momento em que suas escolhas de vida refletem no meu bolso, deixa de ser um problema exclusivamente seu e passa a ser um problema meu também.
É indiscutível que problemas de saúde relacionados ao fumo, ao alcoolismo e à obesidade gastam milhões de reais do erário.
Ou seja, sendo custeado com o dinheiro dos impostos que eu pago, se torna um problema que também é meu.
Por isso que a questão é de saúde pública.

Anônimo disse...

@Nanda:

Não, vc está errada.
Se alguém é gordo e dá despesa para o Estado, o problema é meu sim, porque eu estou ajudando a pagar o tratamento de saúde que a obesidade da pessoa causou.
Estou pouco me lascando para o padrão estético da sociedade, até porque não o acho bonito e também porque eu mesmo não me encaixo no padrão estético social.
De acordo com o IMC, sou obeso (mesmo tendo cerca de 10% de gordura corporal).
A questão não é cagar regra relativa ao padrão estético das pessoas, mas sim questionar escolhas que, embora pessoais, refletem na saúde pública.

Anônimo disse...

@ Sara Marinho:

Concordo plenamente.
A questão não está no IMC, está na saúde.
Não estou inventando estatística, tanto que isso já é considerado como epidemia pela OMS, ou seja, foram feitas pesquisas conclusivas sobre o malefício da obesidade para os seres humanos.

Anônimo disse...

Anônimo das 11:46

Uma novidade para você: Um suposto tratamento de saúde de alguém não reflete no seu bolso. Todo cidadão brasileiro paga imposto (e muito). Pagamos até qnd compramos uma bala. Portanto quem, por acaso, for se tratar no SUS pagou seu próprio tratamento. Cada doente, junto com sua família, já pagou muito mais ao longo da vida do que irá gastar. Inclusive, quem é rico no Brasil paga proporcionalmente muito menos que quem ganha 1 salário mínimo.

Anônimo disse...

Perguntarei quantas pessoas for necessário: se é sobre saúde mesmo, porque realizar uma competição?

Acho que tem muita gente inocente neste mundo.

Unknown disse...

Muito bom Lola! A participação da Gaby e da Preta choca por elas serem duas celebridades que várias vezes se posicionaram contra o padrão de beleza, a ditadura da magreza, a opressão dos padrões. Quando escolhem emagrecerem EM UM REALITY SHOW DO FANTÁSTICO fica aquela mensagem que sim é fundamental ser magro e ter a medida "certa".

WICKED WOMAN disse...

As pessoas vem com esse papo de saúde, mas é pura gordofobia sim.
Eu não sou gorda (1,65/ 60kg), mas mesmo me sentindo muito bem com o meu corpo, sempre vem alguém da família ou alguma amiga fazer algum comentário maldoso sobre os meus pneuzinhos, sobre celulite ou algo assim. Mesmo que eu fosse obesa, não seria da conta de ninguém. Mulher bonita é mulher que luta!

garotinha disse...

Claro que não acho que essa ditadura da mídia e sociedade não faz bem a ninguém, mas as vezes fico pensando se as pessoas não estão se importando demais com tudo. Ninguém gosta de ser policiado, de ser criticado, se ser motivo de chacota, mas não devemos esperar dos outros a gentileza de nos amar de qualquer jeito, mais que esperar dos outros, a atitude deve ser nossa. Eu sempre fui magra, na escola estava longe de ser a menina mais bonita, aliás, eu não era fisicamente interessante. Mesmo percebendo que existia algum preconceito contra os feios e padrões de beleza, eu nunca liguei pra nada disso, fui quem eu quis ser, tive grandes amigas gordas e magras e nunca oprimi ninguém nem fui oprimida. Hoje tenho 34 anos e continuo magra e fora do padrão, mas, padrão é algo que eu nunca quis ser, e não sei pq alguém quer entrar num padrão de beleza, BELEZA! Se fosse padrão de vida (uma vida digna dentro de um padrão) ainda entendo, mas padrão de beleza??? Acho que é mais útil uma terapia para se conhecer, aceitar e viver bem com todos essas questões que a sociedade traz. Sei que nem todos são iguais, mas eu acho mais fácil levantar a cabeça e mandar se danar as pessoas que vem tentar nos afetar com questões que os afetam a ficar sofrendo.
Deixo uma palestra para reflexão
http://www.cpflcultura.com.br/2013/04/12/o-pecado-envergonhado-a-inveja-e-a-tristeza-sobre-a-felicidade-alheia-leandro-karnal/

Larissa disse...

Lola, esse é exatamente o caso da menina que morreu de anorexia, aquela Dai Dornelles.

Fiquei até obcecada para entender o que aconteceu com aquela garota, pra morrer de anorexia, e pelo que li no twitter + algumas fotos antigas que achei dela na internet, é exatamente a mesma história dessa menina do gest post. A diferença é que a Daiane não acordou... e nem vai acordar. Nunca mais.

Nanda disse...

Ao Gustavo e ao Anônimo. A pessoa obesa também paga pelo sistema de saúde, então ela tem direito a tratamentos de saúde assim como vocÊs. Se for usar essa lógica, quero que as pessoas parem de jogar futebol, porque o número de contusões e atendimentos por lesões nesse esporte são inúmeros e oneram o sistema de saúde que eu também pago. Faz sentido pra vocês? A verdade é que a obesidade é somente um dos fatores de risco para problemas cardiovasculares. A vida sedentária, aliada a maus hábitos alimentares e estresse cotidiano também contribuem, mas não vejo campanhas maciças contra pessoas que trabalham muito ou que têm profissões estressantes para que parem isso, pois podem onerar os cofres públicos.
A obesidade é extremamente lucrativa pra um grupo muito poderoso de indústrias (farmacêutica, alimentícia e cosmética) e a essas indústrias há poucas críticas (assistam o documentário muito além do peso), diferente do que ocorrem com pessoas gordas.
E a questão vai muito além de ser gordo ser saudável ou não, a questão central é que usa-se uma desculpa de saúde para ganhar dinheiro. Olhem qualquer revista com dietas e me digam se tem alguma coisa saudável.São só dicas pra destruir a saúde, incluindo dieta com calorias muito abaixo do necessário, incentivo à prática de esportes a iniciantes sem acompanhamento. Aí o susto de ver pessoas reclamando de usar manequim 42. Eu tb uso esse manequim, sou tida como gordinha, e entendo bem a autora do post. Meu corpo mudou pouco desde os 14, mas as neuras foram embora, assim que passei a me enchergar sem essas lentes sociais que nos impoem.

Nanda disse...

Ao Gustavo e ao Anônimo. A pessoa obesa também paga pelo sistema de saúde, então ela tem direito a tratamentos de saúde assim como vocÊs. Se for usar essa lógica, quero que as pessoas parem de jogar futebol, porque o número de contusões e atendimentos por lesões nesse esporte são inúmeros e oneram o sistema de saúde que eu também pago. Faz sentido pra vocês? A verdade é que a obesidade é somente um dos fatores de risco para problemas cardiovasculares. A vida sedentária, aliada a maus hábitos alimentares e estresse cotidiano também contribuem, mas não vejo campanhas maciças contra pessoas que trabalham muito ou que têm profissões estressantes para que parem isso, pois podem onerar os cofres públicos.
A obesidade é extremamente lucrativa pra um grupo muito poderoso de indústrias (farmacêutica, alimentícia e cosmética) e a essas indústrias há poucas críticas (assistam o documentário muito além do peso), diferente do que ocorrem com pessoas gordas.
E a questão vai muito além de ser gordo ser saudável ou não, a questão central é que usa-se uma desculpa de saúde para ganhar dinheiro. Olhem qualquer revista com dietas e me digam se tem alguma coisa saudável.São só dicas pra destruir a saúde, incluindo dieta com calorias muito abaixo do necessário, incentivo à prática de esportes a iniciantes sem acompanhamento. Aí o susto de ver pessoas reclamando de usar manequim 42. Eu tb uso esse manequim, sou tida como gordinha, e entendo bem a autora do post. Meu corpo mudou pouco desde os 14, mas as neuras foram embora, assim que passei a me enchergar sem essas lentes sociais que nos impoem.

Anônimo disse...

@Nanda:
Ninguém disse que eles não têm direito a tratamento de saúde.
Mas não seria muito melhor agir preventivamente?

O que eu disse é que o problema é de saúde pública, assim como alcoolismo, tabagismo, sedentarismo etc.

Quanto ao mais, eu concordo contigo, acho que balança é o pior indicativo que se pode usar para este tipo de coisa, tanto que abomino esse negócio de IMC, pq não é um indicador de saúde, é muito precário, por isso que sempre falo p mulherada que vem me pedir conselho para esquecer balança e se focar na redução de gordura, pq o problema não é o peso, mas sim o quanto vc é saudável.

Mas não concordo quando dizes que só existem campanhas contra a obesidade.

Anônimo disse...

A analogia com o futebol é furada.
Tem que considerar o quanto essas lesões representam para o sistema de saúde, se for irrisório, se não afeta parcela substancial da população, por exemplo, a maioria, não se trata de uma questão de saúde pública.

Bela disse...

Anônimo das 18:42.

Lendo os comentários que se seguiram ao meu, notei que tem gente muito mais magra/menos pesada do que eu vestindo o mesmo manequim que eu uso, e fiquei me perguntando exatamente isso... como eu posso usar 42 e ser/me sentir/ser considerada gorda pros padrões sociais e as outras pessoas não?!

Fiquei pensando... de onde vocês são? Será que os manequins já estão diferentes por região e meu manequim seria ainda maior caso eu comprasse minhas roupas sei lá, em São Paulo? (sou do RS)

É claro que as confecções menores eu nem posso comprar, pois elas acabam no 42 e nunca servem em mim. Lojas como Zara, Tok, Gang estão fora do meu roteiro de compras. Mas nas lojas maiores, como Renner, C&A, Rabusch e Riachuelo o meu número é 42, teve uma só vez que o 42 não me serviu e daí eu não comprei calça nenhuma.

E quanto à tua questão em si, e a referência a tua sogra, talvez tu tenha reparado que eu sou uns 20cm maior que ela, faz bastante diferença, o peso se distribui, não fica só na cintura (sou traumatisadíssima com os meus braços). Minha irmã é pouco maior do que eu (tem 1,81m) e usava 46/48 quando tinha 100Kg.

Anônimo disse...

Ola, vou tentar resumir pra voces um pouco do que passo.

Fui criança magra, adolescente sanfona, engorda emagrece. Para casar cheguei a pesar 58kg para 1,70. Parecia um cotonete, so tinha cabeça. Depois do casamento vidinha gostosa fui só engordando e cheguei aos 85kg e me sentia linda. Veio a gravidez e eu engordei 14 kilos. Na amamentação em vez de emagrecer eu só engordava pq eu simplesmente nao conseguia parar de comer por estresse em ter que lidar com perda de emprego/filhos/obra em casa.

Cheguei aos 128kg, mas eu era feliz! Estava deixando de me sentir tao depressiva. Foi qd comecei a ser hostilizada duramente pelo meu peso, nem vou entrar em detalhes, nunca pensei que falaria isso mas sofri bulling qd adulta por ADULTAS,casadas, mães...

Ai eu fui la, e resolvi fazer uma cirurgia de estomago. Fiz TODOS os exames que vcs possam imaginar, TODOS, e imaginem so?! Eu era completamente saudavel, tudo direitinho e perfeito, ate a minha idade biologica era 3 anos abaixo da cronologica, mas eu quis me cortar de cima a abaixo e fazer uma cirurgia! Fiz, adivinhem so o que a minha vida virou? UM INFERNO! UM INFERNO! A minha cirurgia (banda) nao permite que eu coma qq coisa, pedaços grandes? RISOS! Resultado? Emagreci pouco e o resto? o medico disse que eu teria que fazer DIETA! Chora comigo! DIETAAAAAA! Depois de ter operado o estomago! Hj? Deixa eu ver, minha vida é um inferno, nao posso sair pra comer pq ENTALO e saio vomitando pelos restaurantes,por conta da deficiencia de vitaminas tenho anemia grave onde perigo tomar ate bolsa de sangue, meu estomago? uma gastrite forte, refluxos que saem ate pelo ouvido qd estou dormido, acreditem posso morrer sufocada dormindo. Coraçao? fraco, pq tenho a mesma reação das pessoas bulimicas, como e vomito na hora, pq nao desce e por mais que eu mastique sempre vai entalar! Carne? NUNCA MAIS! Sabe o que me resta? chocolate...qeu desce que é uma beleza e me mantem ainda gordinha! Meu cabelo? caiu qs todo e estou calva, por falta de vitaminas, sinto dores nos joelhos, dores nas costas por que nao consigo me alimentar direito e nao consumo os nutrientes necessarios, para tomar os suplementos tenho que partir em 5! e nao resolvem nada! O que eu penso de tudo isso? UMA PALHAÇADA! Todo mundo opina mas so quem passa por esse inferno em vida sabe o que estou falando! EU ERA UMA GORDA FELIZ! HJ estou mais magra e por vezes AMARGA! AS pessoas deveriam parar de olhar umas para as outras tentando adivinhar que numero ela veste, é patetico, usar o peso da pessoa contra ela é cruel! Sinto pena de quem pensa assim, e de quem pensa que os magros sao saudaveis, lindos e fofos. Tenho pena! beijocas.

Jana disse...

Oi, Lola, achei legal esse depoimento de uma estudante de medicina brasileira em Cuba, complementa o que viemos discutindo
http://www.youtube.com/watch?v=HjjmphNNhMk

Crisálida Azul disse...

Lola, será que só eu que acho um absurdo o slutshaming que corre solto em Amor a Vida? Olha, acabou de passar umas cenas agora da Valdirene humilhada após ser abandonada no altar, todo mundo ao redor dela a ofendendo, a chamando de vadia e etc. Estamos de volta a epoca da queima as bruxas? Porque foi isso que eu vi naquela cena.
Desculpa por comentar sobre outro assunto.

Leandro disse...

Numa coisa eu tenho que concordar com vocês: combater essa patologização da gordura. Gordura é FEIURA, mas NÃO É DOENÇA. Aliás, eu tenho quase certeza que isso é um mito que o governo e as autoridades sanitárias criaram para aumentar o controle estatal sobre a indústria alimentícia e os restaurantes e fast-foods. Nunca devemos esquecer como a esquerda demoniza o McDonald's (pelo fato de ser uma grande empresa na área de fast-food). Neste caso, os mascus caíram no jogo do estatismo e do politicamente correto e não se deram conta disso....

diego disse...

eu sentiria pena dela se n tivesse feito o mesmo com os outros.
com q moral ela reclama de quem humilhava ela?
sofri bastante por ser magro demais e nem por isso sai descontando nos outros.

quanto a novela amor a vida,o que vc esperava crisálida? parece q vcs mulheres se julgam acima do bem e do mal,podem fazer o que quiserem e todos tem q aguentar quietinho e se falar alguma coisa é violência de gênero.
valdirene e sua mãe passam a novela inteira tentando dar golpe em homem rico,ia se casar com esse cara pq foi o único q caiu no golpe,está grávida de outro,ela pensou q o golpe estava perfeito com a grávidez,só q o cara é estéril,ele levou vários chifres e todo mundo tem q calar a boca,falar que ela é fodona,super legal,carinhosa.... e ele devia ter casado assim mesmo?

essa parte vc n fala pq n importa, n é mesmo?
ela simplesmente foi abandonada sem mais nem menos.

Anônimo disse...

Anônima das 18:22

Sua história é um bom exemplo de como o preconceito dos outros nos levam a tomar medidas desesperadas.Quer dizer, fora a reação de alguns idiotas, vc estava bem...
Minha irmã fez bariatrica há 6 meses e correu tudo bem. Perdeu muito peso e não está anêmica, mas foi uma decisão consciênte. Ela sentia dores para andar e a pressão estava alta. A recuperação foi bem chata, é uma cirurgia muito invasiva e não deve ser banalizada.

Anna disse...

Se o programa fosse mesmo sobre saúde não se chamaria medida certa.. São sempre mulheres gordas ou com um pouco de gordura que participam desses negócios para aprender a se exercitar e se alimentar direito, nunca magras (como se os magros não tivessem doenças e outros problemas que melhorariam com uma boa alimentação, exercícios etc). Sem falar q em programas do tipo ngm liga muito se fulana terminará com a taxa de colesterol OK se fulana não terminar com uma barriga sarada sem um tiquinho de gordura... Sabe, por que nunca fazem o programa mostrando todas os problemas que e pode ter por querer ficar magra demais como modelos e ajudando mulheres que emagreceram além da conta a se recuperarem? Mas é sempre o contrário.. E ainda usam esse papo de ''preocupados com a saúde''

Me lembrei desse post ontem quando num desses programas de esporte os comentaristas não paravam de falar do peso do atacante do goiás, q vem jogando muito bem mas é meio gordo. Os comentaristas não trocavam a fita, meio deprimente assistir..

donadio disse...

Leandro, vc é gênio. Consegue estar errado até mesmo quando acerta. Nunca tinha visto ninguém com essa capacidade.

Ceci disse...

A parte que me deixou mais chocada foi a da "mata atlântica". Como ele se deu o direito de espalhar algo que era da sua intimidade? Vc devia ter espalhado de volta que ele tinha o bilau pequeno (não que ter bilau grande seja importante, mas já que é isso que a sociedade põe como melhor...). Desculpa, mas isso foi demais, muito além do aceitável. Moça, bom ver que vc está revendo seus conceitos. Pra que se voltar para o oprimido? Isso me lembra certos "humoristas" que preferem chutar cachorro morto e fazer chacota em cima do oprimido, e não do opressor.

Ceci disse...

Outra coisa: Lola, até existe gordo saudável, mas a obesidade é sim, preocupante e não é bom para a saúde. Eu, por exemplo, não devo engordar porque já tenho colesterol e pré-diabetes, mesmo magrinha. As mulheres da minha família TODAS ficaram diabéticas após engordar. E bem sei como a diabetes é uma doença triste.
E sugiro, caso vc tenha um tempinho, que assista no site do fantástico a reportagem do medida certa do último domingo. É verdade que a globo é uma das ditadoras de padrão, mas o "medida certa" visa a saúde, não a estética. Ora, os primeiros que participaram do programa foram Zeca camargo e Renata ceribeli, que não são gordos! A ideia do medida certa é dar dicas sobre alimentação saudável e exercícios que promovam mais disposição e bem-estar.

Existe muita opressão aos gordos? sim. Tem gente que tem nojo e raiva de gordo? Também. Devemos sim parar de estabelecer padrões impossíveis, mas estar acima do peso pode ser perigoso. É claro que devemos respeitar a escolha individual da pessoa, e se ela não quer mudar os hábitos, não vamos menosprezá-la por isso. Mas uma pessoa que busca hábitos saudáveis deve ser incentivada, e não ficar ouvindo "ai, vc está se rendendo aos padrões dominantes e mimimi"

Ceci disse...

Bom, uso 40/42 e não sou gorda (apesar de estar no meu momento mais gordinho da vida, pq antes eu era suuuper magra), mas tenho 1,70 m. Se a pessoa tem menos de 1,55m mais ou menos, ela é considerada gordinha com esse manequim :-/

Ceci disse...

E aahh....crianças são muito cruéis. A gene romantiza a infância como a idade da inocência, mas está longe de ser. Foi até os 13 anos que sofri bulling por causa da minha aparência. Na escola era um horror: eu tinha dentinhos separados a la Ney matogrosso, e eram dentões enormes (ainda são hehe), portanto me chamavam de dentuça, alguns chegavam pra mim e mandavam eu usar aparelho (mas não podia, pq minha dentição não estava completa. Lembro da imensa felicidade que senti quando botei aparelho fixo. Aí sim eu estava mostrando pra todo mundo que eu não gostava de ser feia), me chamavam de mônica....e eu tbm sempre fui peluda, tinha muitos pelos nas pernas, e os meninos olhavam pra mim e faziam cara de noje. Além disso eu era muito magra, zoavam das minhas pernas finas. Lembro até hoje, em plena 5ª série, que a gostosinha (pq ela já tinha corpinho)da sala e mais uma meia dúzia de moleques babões por ela me elegeram "a menina mais feia da sala". Tínhamos 11 anos!!! Essas crianças são ou não fruto de uma sociedade podre??
Entender o quanto isso é doloroso, só mesmo quem passou por isso...

Helô Helê disse...

Eu não sei se choro mais com o post ou com os comentários.

Esqueçam os números. 42, 36... que diferença isso faz?

É tudo de uma violência explícita, gritante, assustadora, real, atual e frequente.

Abaixo a padronização, viva ser quem VOCÊ é e não o que clubinho que te marginalizou impõe.

Como mãe de uma menininha de apenas dois anos eu temo, e MUITO, que um dia ela venha se sentir como M., seja pelo corpo, pelo cabelo, por qualquer coisa que inventem ser "cool".








Sophia disse...

Uso 42. Tenho sobrepeso. E sou inteligente, sexy e bonita. Também era inteligente, sexy e bonita quando usava 36, quando usava 38, quando usava 40. Não pretendo chegar ao 44. Mas, se chegar, serei sexy e bonita. E a inteligência, sabemos, só melhora com o tempo.

sarah disse...

Essa época da adolescência é terrível mesmo... Nem tem como dizer que deveria haver interferência dos pais e profs, pois muitas vezes nem estão cientes. Mas infeliente a maioria de nós já passou por isso. No meu caso, era magra e todos me achavam feia. Eu fico pensando, eu era só uma criança! Por mais que tivesse 13, 14 anos. Toos nós éramos, pq essa exigência em estas nos padrões??
Pior foi são aquelas votações que foi citada. De quem era a mais bonita. Eu e minhas amigas ficamos tristes e revoltadas. Mas sabe oq fizemos? Uma dos meninos! Não é o ideal mas foi divertido. Quem ganhou foi um garoto com carinha de nerd e super educado da turma ele realmente era o mais bonito! Os agressores metidos a fodões ficarm revoltadíssimos!!

Pedro disse...

eu e meu irmao hoje eu 24 e ele 18 passamos a infancia inteira zoando minha irman menor (hj 16) por ser gorda aquelas zoeras de irmaos, hj ela continua gorda, mais tem um monte de amigos na escola faz a rapa nos novinho da escola dela, sai com as amigas todo dia, e esta emagrecendo aos poucos ja faz um bom... nao ha necessidade de ser tao complexada

Araça disse...

O gordo sofre mais preconceito para ser aceito por uma mulher do que a gorda. Os homens tem mais abertura em relação a isso.

Marina disse...

Já que o assunto é numeração de roupa, tenho uma coisa engraçada para contar. Eu sou baixina (1,56) e magrinha (~47kgs), no Brasil minha calça é 36/38 e e as camisas P/M, depende muito da loja, mas em geral é isso. Eis que estou na Itália fazendo intercâmbio e comprei duas saias EXTRA SMALL!! Segundo a tabelinha da loja, isso é tamanho 34/36. Ou seja, a modelagem da Itália é menor que a do Brasil. Na hora, me senti uma anoréxica hahaha mas percebi que para as mulheres maiores isso é bom, porque aqui tem roupa desde extra small até large, e no brasil é só p/m/g; como eu estou usando um ou dois tamanhos menores por aqui, imagino que isso aconteça com as mulheres maiores também, ou seja, elas também tem opção em lojas grandes! Até 44 sei que tinha, mas não lembro se tinha 48 na tabela de tamanhos ou não.

me poupe! disse...

Uso 42 tb, tenho 1,6mt de altura, não estou magra, mas tb não etou gorda. Tenho uma "barriguinha" pretuberante e coxas grossas, mas escuto constantemente que "devo" emagrecer. Tb já usei 36, gostaria de voltar a usar novamente, mas isso, graças a Deus nõa e´obsessão na minha. Sei que posso voltar a ter 50 e poucos quilos se fizer uma boa reeducação alimentar e deixar de ter preguiça de malhar, mas no momento não tenho tão boa vontade para isso. Espero nunca entrar em paranoia e Lola, seu blog tem me ajudado e muito nisso, caso contrário, talvez hoje eu tivesse me tornado uma moça anoréxica e bulímica... Obrigada de coração!

Anônimo disse...

Esse quadro do programa Fantástico só vem nos mostrar o quanto somos baixos, por valorizar mediocridades como essas. Eles pregam que os participantes vão emagrecer para ficarem saudáveis e blá blá blá, mas ninguém seleciona alguém magro e aponta quais são as falhas da dieta - nutrir-se é dar os nutrientes e minerais essenciais para o corpo humano, não é mesmo biologia? Por que os biólogos, médicos comprometidos com o conceito de saúde e pessoas que pensam não protestam o que passa na televisão? Porque no fundo a gente é tão doente, que a gente não tem sequer garra pra lutar por nós mesmos. É mais fácil se torturar com as idiotices que os outros dizem, do que simplesmente viver com os nossos valores. Ter quilos a mais não seria a consequência lógica de um sistema que te leva pra comer em restaurantes fast-foods? Por favor pessoal, vocês que dizem defender uma vida saudável, porque ao invés de dizer que defendem isso, não dizem que valorizam quem mais se tortura, porque na sua mente limitada e patológica, ela tem o poder? E pra quem está tentando emagrecer, lembre-se que nutrição vai além disso. A nutrição é no dia-a-dia você comer dois pratos com arroz e feijão ao invés de meio hambúrguer. Que na real, na real, você faz isso por sexo e poder, porque a nutrição não emagrece, ela te mantém, te sustenta. Para de fingir que seus valores são sacros, que você é a coisinha mais profana dessa Terra. Você vai ver como será mais fácil.

Anônimo disse...

Eu era gorda, emagreci só pra ser aceita só que pessoas que me odiavam (e eu esperava que me odiariam pra sempre) passaram a me cumprimentar. Pessoas que eu nem conhecia e nem notavam minha existência se aproximaram de mim.

Resultado: engordei tudo de novo, de propósito. Se for pra viver numa sociedade de hipócritas e preconceituosos, prefiro viver sendo ignorada.

Carolina d'Avila disse...

Resolvi comentar porque esse é um assunto sobre o qual venho refletindo bastante, há algum tempo.
Já fui de achar que só é gordo quem quer, que os que têm alguma doença, como problemas na tireoide, são uma minoria e que os outros não têm essa desculpa (como se problemas psicológicos e/ou emocionais não fossem obstáculos tão importantes quanto um problema físico), e mesmo esses eu achava que deveriam emagrecer pois, se um diabético não come doces porque pode morrer, então alguém com algum problema que o fazia engordar além da conta deveria tomar igual cuidado com a alimentação, ao invés de comer como alguém "normal".
Depois desencanei e achei que, se a pessoa quisesse pesar 290kg, tinha todo o direito, afinal, o corpo era dela.
Aí mudei de ideia também, já que não posso ignorar o problema que isso traria para a saúde pública (entre outros problemas de ordem pública ligadas à acessibilidade e mobilidade dessas pessoas, por exemplo).
Então pensei, "o importante é ser saudável!", mas esqueci que as pessoas, na maioria das vezes (e houve exemplos aqui nos comentários) só se preocupa com níveis de colesterol e sequer faz projeções para o futuro. As pessoas esquecem que o corpo é como uma máquina, cada um é projetado para "funcionar" de determinada maneira, uns com 50kg, outros com 60kg, 70kg e por aí vai. Não é só o colesterol que fica alterado pelo excesso de gordura no corpo, é a circulação, os níveis hormonais, as articulações (por isso os comentaristas estavam tão preocupados com o peso do jogador de futebol, porque ele estava forçando demais as articulações com o excesso de peso e isso prejudicaria seriamente o desempenho dele no médio/curto prazo), enfim, uma infinidade de coisas que não entram num exame de sangue e, por isso, passam batidas.
Ser musculoso demais também é ruim? Claro! Ser magro demais também? Óbvio! Mas qual é o mais comum? Qual desses problemas, dentre muitos outros, inclusive, é o que mais facilmente e mais frequentemente observamos nas ruas? Então é óbvio que é o problema que será mais comentado e combatido pela mídia de massa!
Não estou dizendo que não exista um padrão opressor ou que gordofobia seja justificável (porque não é, é ridículo e cruel), de jeito nenhum, muito pelo contrário! Só estou dizendo que há uma questão de saúde pública no meio disso que também deve ser valorizada e respeitada, tanto quanto as campanhas anti tabagismo, por exemplo (eu fumo eventualmente e dou o maior apoio a esse tipo de iniciativa).

Há todo uma sociedade de consumo que produz e nos leva a consumir alimentos prejudiciais a nós mesmos? Sem dúvida. Se alimentar de forma saudável dá mais trabalho e é mais caro hoje em dia? Sim, além do fator tempo, que anda super escasso. Mas só por causa disso devemos nos render?

Em tempo: meus pais quase não jogam roupa fora, então há roupas aqui em casa dos anos 70 aos montes. A calça 38 que minha mãe usava alguns anos atrás é do mesmíssimo tamanho que a calça 36 que minha prima usa hoje em dia, é ao contrário do que muitas pessoas falaram aqui: não é o 38 de ontem que é o 40 de hoje. É o 38 de hoje que era 40 ontem. Ficamos todos mais gordos e não percebemos, pois a numeração nos "acompanhou" (o porquê disso não saberia dizer).

Anônimo disse...

Desde quando as pessoas precisam justificar seu peso pra todo mundo?
Sempre tem babaca pra dizer que ser gordo nao eh saudavel, sendo que onde que tah escrito que o padrao do IMC eh valido pra todo mundo?
Correlaçao nao implica causa. Soh pq tem muitas pessoas ~gordas~ (e eu ainda nao sei pq uma pessoa com manequim 42 eh considerada gorda) tem problemas de saude, nao quer dizer que a o problema seja pela gordura.
Em certos casos de doenças eh ideal que a pessoa emagreça e tenha um controle do peso, mas aih que tah, apenas em alguns casos.
Tem muita gente magra doente tmb, mas claro, a industria da beleza, da estetica, dos emagrecedores e academias precisam lucrar de alguma forma, e qual seria?
Estabelecendo um limite de peso ideal, e o que for alem disso deve ser considerado doença.
E cah pra nos, eh muita hipocrisia querer usar a biomedicina pra justificar gordofobia, neh?

Entao eu, que tenho 1,63m e oitenta e poucos quilos sou doente. E se eu for, beleza, mas eu acho, e soh acho, que isso eh problema meu.

Entao, galera do fitness lifestyle, que vem pagar de paladino da boa saude. Se vcs acham que eh bom pra vcs se matarem na academia e viverem de suplemento alimentar ou o que for, faça o favor de entender que se isso eh bom pra vc, nao quer dizer que seja pra todo mundo. Eh sua escolha, entao seja feliz assim, sem menosprezar quem nao quer aderir a tua pregaçao.

Como eu digo pro meu namorado - po, nao dah nem pra ser gorda em paz hoje em dia.

E Lola, tu e teu blog me inspiram. Beijos!