segunda-feira, 16 de setembro de 2013

DANÇANDO PARA PROVAR QUE É HOMEM

Estive pensando sobre assédio na rua e uma memória que me veio à mente foi a abertura de Os Embalos de Sábado à Noite. Ok, é um filme de 1977 que talvez muitos jovens nem tenham ouvido falar, mas faz total parte da cultura pop. 
E é um filme machista, misógino até, muito conservador... Mas eu continuo fascinada com Embalos. Marcou minha pré-adolescência. Eu só tinha dez anos, e o filme, mais o sucesso da novela Dancin' Days, fez todo o Brasil dançar discoteca (que, convenhamos, é a música mais dançável que existe). Eu era muito pequena pra ir numa discoteca de verdade, então ia à matinê do Banana Power. Não tenho certeza, mas acho que até cheguei a usar sandálias de plástico com meia de lã colorida. Era tão kitsch! E tão legal...
Bom, vamos supor que alguém aqui já viu ou tenha vontade de ver Embalos, e daí me pergunte, "Puxa, Lolinha, por que você acha que o filme é conservador e machista?" 
Pois é, já é raro Hollywood fazer filme com um protagonista (branco) da classe operária, e quando faz, ainda é conservador? É. Pense em Embalos, Rocky, Flashdance. Todos têm heróis individualistas que "vencem na vida" sem nunca se revoltarem contra o sistema. É a velha ética capitalista: não existe opressão, só existe falta de vontade. 
Machista porque basicamente há duas mulheres no filme, e ambas são interesseiras. Embalos trata as mulheres mais ou menos como seu protagonista, Tony Manero (John Travolta) as trata -- como acessórios. Tony e seus amigos são personagens machistas, e o filme corrobora a visão deles sobre as mulheres.
Ainda assim, tem como não adorar os créditos iniciais e o Travolta dançando e andando em todo seu esplendor? Tony tem um jeito de andar que denota auto-confiança. É quase uma coreografia ao som dos Bee Gees. 

Tony é um predador, querendo exercer sua masculinidade em toda mulher bonita que passa. Com uma delas, ele vai atrás, e aí desiste. 
Com outra, ele bloqueia seu caminho. O que vemos é a moça tentando desviar da câmera, que não sai da sua frente. E a moça não acha aquilo bonitinho, não sorri, está com pressa. Ou seja, se nem Tony/Travolta consegue levar todas as mulheres que ele quiser pra cama, é melhor você nem importunar as pobres transeuntes, pequeno gafanhoto. (Mas na pista de dança, alguém recusaria Tony?).

Entretanto, ao mesmo tempo que Tony objetifica as mulheres, a câmera objetifica Tony. A câmera enfoca Tony por ângulos geralmente reservados às atrizes jovens e bonitas: de costas, com direito a tomadas de baixo pra cima, que também pode ser visto como um ângulo empoderador.
Tony é visto se arrumando, secando o cabelo, escolhendo a roupa e a bijuteria, se olhando no espelho, mexendo os quadris. E alguma coisa deve ter mudado nesses 35 anos de lá pra cá, porque, em 77, ninguém acharia que Tony é gay. A própria música diz "Você pode ver pelo jeito que eu uso a minha caminhada que sou um homem de mulheres" (woman's man, que gosta de mulheres). 

Como alguém escreveu no Youtube, "Ah, os anos 70... um tempo em que um homem podia dançar assim e ainda ser hétero". 
Homem que sabe dançar é gay? Daí um dos preconceitos mais estúpidos que já vi, se é que é possível hierarquizar preconceitos, já que todos são baseados na estupidez. Alguns dançarinos são gays, alguns são bi, alguns são hétero. Mas tenho a vaga impressão que homem hétero que dança bem deve pegar muita mulher, se quiser. Assim como mulher hétero que dança bem deve pegar muito homem. E não é que "pegar muitas pessoas" seja uma grande qualidade. Mas saber dançar é. Ô se é.
E Travolta era deus. Cinco anos depois de Embalos (Saturday Night Fever), alguém decidiu fazer um Embalos de Sábado à Noite Continuam (Staying Alive), com o mesmo Tony se aventurando por Manhattan (antes ele era só o rei do Brooklyn). Esse alguém, pra quem não sabe, era Sylvester Stallone. Sim, Sly co-escreveu e dirigiu um musical! O filme, apesar de ter sido um sucesso de bilheteria, é uma bomba, e foi devidamente malhado pelos críticos. 
Mas pelo menos uma coisa Sly fez certo -- esta cena, que fecha o filme. Que dialoga com a abertura do primeiro Embalos. E que também objetifica Tony. And I like it.
Mas antes de decidir filmar essa sequência, Sly quis transformar o físico de Travolta, deixá-lo mais musculoso. Acho que foi a lendária crítica de cinema Pauline Kael que disse que não sabia que o Travolta precisava ser melhorado. E mesmo depois do "conserto" de Travolta por Sly, Tony ainda não estava com a barriga tão tanquinho quanto a que é exigida hoje.
Mas o que acho incrível é a cena no primeiro Embalos mostrando que Travolta é magro, alto, peludo, e sua barriga está longe de ser um tanquinho. E ele era um símbolo sexual na época, provavelmente o símbolo sexual. Hoje se exige até dos dançarinos que eles tenham barriga tanquinho -- o que não se consegue dançando.


Pra este post não ficar muito sem pé nem cabeça, encontrei um artigo em pdf, "Os pés de Astaire e o pelve de Travolta: Mantendo o código masculino" (em inglês), que analisa a importância da dança de Fred Astaire, em 1935, e de John Travolta, em 1977, como representações da masculinidade. "Como dançar para o entretenimento do outro e não enfatizar a separação entre dançarino e público que permite que a objetificação ocorra?", pergunta Darcey Callison, autor do artigo de 2001. É justamente o receio de ser objetificado que faz com que tantos meninos americanos não dancem! Afinal, objetificação é pra meninas.
E aí é que está o mais interessante do artigo: Callison diz que esses dois dançarinos soberbos, Astaire e Travolta, subverteram a objetificação na tela ao manterem o controle da atividade da dança. E como fizeram isso? Bom, tanto Astaire quanto Travolta aparecem sempre instruindo suas parceiras, ou provando que não precisam delas (vários dos números mais célebres de Astaire são solos dele bailando com objetos, e tanto Astaire quanto Gene Kelly são saudados também por ter terem sido coreógrafos de suas danças; Travolta começa seu solo de "You should be dancing" deixando sua parceira plantada no canto da pista). 
Para Callison, apesar do tempo das músicas dos Bee Gees render uma coreografia previsível, o que importa é a imagem que os realizadores querem passar sobre um homem ítalo-americano da classe operária, algo que mostre sua confiança masculina: "o arranjo e a coreografia nunca deixam o público esquecer que ele é um macho heterossexual". E fico feliz em ver que Callison confirma a minha impressão que "a objetificação agressiva do corpo de Travolta foi o ponto alto de Embalos". 

Segundo Callison, aos olhos contemporâneos do século 21, a dança de Travolta é muito mais masculina que a de Astaire. 
Última cena de Staying Alive (83)
Mas também, em 1935 Astaire não tinha que "provar" sua masculinidade da mesma forma que Travolta no final dos anos 70, quando a liberação das mulheres e dos homossexuais estava ainda no seu auge. E aí eu fico pensando se a imposição de Stallone para que Travolta ficasse com o corpo mais musculoso meia década depois já não seria uma demonstração do backlash, da reação conservadora. 
Nada mais de Tony Mareno secando seu cabelo em 1983!
Não entendo nada de música ou dança. Só sei que eu, como mulher hétero, sempre achei super sexy ver homem dançando. No carnaval, eu e o maridão fomos para Fortim. E, como teve um apagão em toda a cidade, menos na praça central, onde havia um show, ficamos lá assistindo. E a cada canção saíam as dançarinas de axé e entravam os dançarinos. Pra mim, os dançarinos eram bem mais graciosos. 

45 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei com vontade de ver os filmes.
Providenciarei.

Ricardo

carlos disse...

Um observação que não tem nada a ver, ou tudo, sei lá, mas o Travolta atualmente aparece entre os gays que ainda não assumiram. São famosas as fotos dele dando beijinho no piloto do seu avião.

Anônimo disse...

Lola,

gostei demais desse post! Faço dança flamenca e meu primeiro professor foi um senhor argentino, o felecido Seu Alberto, hétero e um deus da dança. Não esqueço sua postura, suas mãos aracnídeas (no flamenco a mão masculina é bem diferente da feminina, mas quando ele ensinava meninas, fazia mão de mulher como ninguém). Ele começou a dançar aos 4 anos, porque pedia muito pra mãe e como todos os dançarinos sofreu muitos preconceitos. Era um senhor e seu corpo era lindo dançando, assim como o corpo do Travolta (passo mal!). A cultura machista inventou que mulheres não apreciam homens que dançam, que isso é coisa de afeminados. Mas o que é isso de gesto afeminado? Sim, porque eu posso ter tesão num cara dançando balé clássico de sapatilha de ponta. Há algo errado comigo por isso?
Não sei se você sabe, Lola, mas no Rio de Janeiro, o funk está vivendo a moda do passinho. Os meninos estão dançando horrores, quebrando tudo mesmo. Isso é a herança africana aflorando e eu acho libertador e bonito demais. Está pra ser lançado o filme "a batalha do passinho". Se tiver tempo dá uma olhada no trailer: http://www.youtube.com/watch?v=XCNWK_gErJo
beijos!

Antonio Luiz M. C. Costa disse...

Acho que no mundo latino (e é caso do personagem Tony Manero), dançar de maneira considerada "masculina" sempre foi marca de virilidade. Basta pensar no flamenco, no tango, nas danças ciganas, no fandango etc. Para esses povos (inclusive o nosso), dançar pode ser tanto viril quanto feminino: a questão é como (um homem pode "dançar como uma mulher" e ai dele se quiser aprender balé em certos meios). Idem os árabes, russos, gregos etc.

A ideia de que "machões não dançam" é uma marca da cultura puritana dos EUA e norte da Europa, incorporada à ideologia masculinista que vem do norte e alguns de cá absorvem junto com toda a baboseira sobre sociobiologia etc.

Paula disse...

Travolta eh um cara que, me perdoem a expressao, nao tem essa viadagem de ter que ficar provando masculinidade.

Tanto eh que ja interpretou uma mulher mae de familia(Hairspray)!

Hamanndah disse...

Homem beijar homem/ mulher beijar mulher não carimba opção sexual de ninguém , bundao.

Isabel disse...

Esse post me lembrou de outro grande dançarino do Cinema: Gene Kelly. Em comparação com ele, Fred Astaire tinha um estilo de dança mais tradicional, enquanto ele explorava mais a musculatura e a uma dança mais moderna. Em Sinfonia de Paris (An American in Paris) na sequência de Toulouse Lautrec, ele utiliza calças justas que realçam bastante seus glúteos e panturrilhas, por assim dizer. Dá pra ver a cena nesse vídeo aqui http://www.youtube.com/watch?v=Aj36fJIsW9s No restante do filme ele usa as calças mais folgadas da época mesmo. É interessante que toda a coreografia é propositalmente composta de forma a realmente salientar essas partes de seu corpo, o que é fácil de perceber.

Carol NLG disse...

Eu sempre gostei desse filme em muitos sentidos. Mas ele meio que morreu pra mim por conta da cena do estupro da moça no banco de trás do carro, com todos os amigos olhando. Aquilo me deixou enojada :(

Roxy Carmichael disse...

como ocorreu um erro com meu primeiro comment, comento novamente:

interessantíssimo!!!

laura mulvey do prazer visual e cinema narrativo discorreu certa vez sobre a experiência traumática de hollywood de ter um ator objetificado: rodolfo valentino. desde então, eles evitam correr esse risco.

lola aronovich disse...

Pois é, Carol, o filme é totalmente machista. Mas acho que hoje ninguém fala dele ou lembra de qualquer coisa dele se não for o jeito de andar e os números de dança do John Travolta. Aquela imagem dele com terno branco é tão icônica quanto qualquer imagem da Marilyn Monroe, do Chaplin, do John Wayne, do James Dean...


Boa lembrança, Roxy. Adoro Laura Mulvey, mas o ensaio clássico dela "esqueceu" que mulher também sente prazer visual. E sei que ela fez outro ensaio depois pra corrigir essa falha, mas... não é a mesma coisa. Eu vivo citando Mulvey, só que acho que em várias ocasiões Hollywood também objetifica os homens. E Embalos é um excelente exemplo disso.

lola aronovich disse...

Isabel, vc tem toda razão. Não me lembrava dessa cena do lindo e maravilhoso Gene Kelly. Daí fui ler os comentários e só tem mulher hétero babando pela bunda do Gene, que de fato é incrível. Outro dia vi uma estudiosa num vídeo dizendo que nós, mulheres, damos a nossa alma pro Fred Astaire, mas nosso corpo, a gente dá pro Gene Kelly...
E é interessante como a gente vive num mundo falocêntrico em que a opinião das mulheres não é levada em conta. Porque, sei lá, tenho certeza que muitas mulheres adoram ver "men in tights". Quando eu vejo um dançarino clássico com aquela calça hiper colada, ah, é bonito, não? Mas a parte machista da nossa sociedade automaticamente diz que aquele dançarino lindo não é "homem", porque não é hétero, e já tem toda essa estupidez que homem gay não é homem (é o quê, então?). E claro que tá cheio de dançarino clássico hétero. Mas sabe onde mais que a gente vê uma porção de men in tights, né? Em filmes e quadrinhos de superherói. E aí são todos héteros. Mas suas poses nunca podem ser objetificadas, já que os desenhistas, homens, guardam essas poses pras superheroínas. Dá pra escrever outro post sobre isso...

Paula disse...

Quando ouço :dança, homem e machismo, não posso deixar de me lembrar do maravilhoso Tarkan hehe e sua linda frase:
"Men [spread these rumours about my homosexuality]! Definitely. It's because I destroy [the image] they try to show off as manhood!"

https://www.youtube.com/watch?v=K5jmo1Pl66g

Drica Leal disse...

Essa discussão sobre homens/dança remete a algo ainda maior: a relação do homem com o corpo. Porque os homens (numa cultura machista/patriarcal) tem uma relação tão esquizofrênica com o próprio corpo? Nesse modelo de masculinidade vigente, Por um lado o corpo masculino deve ser como uma máquina, por outro, não pode ser instrumento de prazer, sedução. Porque até o prazer sexual do homem é todo focado no pênis e o pênis é considerado por eles quase como uma segunda pessoa e não como uma parte do corpo, rs.

Será que ignorar o corpo não seria uma maneira de não ter que lidar com a pressão de serem avaliados, julgados, comparados, coisas pelas quais as mulheres passam desde a infância? E ignorar o corpo também pode ser uma forma de não reconhecer fragilidades em geral mesmo. Por isso tantos homens não vão ao médico, não fazem exames, não se cuidam. Mas fugir disso é uma maneira muito covarde de lidar com a existência. Mas o machismo camufla toda essa covardia com códigos estúpidos. Eu heim...

Sara disse...

Acho muito sexy um homem dançando, ainda mais quando ele parece ter vontade e quando sente a musica que esta dançando, nem precisa dançar tão bem, nem importa muito o ritmo tb.

Anônimo disse...

Isso me lembra aquele filme "Será que ele é?" de 1997. Embora tenha umas partes beeeem apelativas, em uma das parte em que ele tenta descobrir se ele é gay ou não, é justamente sobre isso. Ele tenta descobrir se ele sabe dançar. Se sabe, é pq ele é gay (?). Bem simplista, mas é isso.

Roxy Carmichael disse...

concordo lola
nessa mesma palestra em que ela falou sobre valentino e marylin monroe, se entendi bem hahaha, ela tava falando que com o advento do video cassete, a objetificação ficou mais "democrática" porque era possível pausar a imagem e ver determinados ângulos com mais tempo. eu achei meio viagem pra falar a verdade, não acho que seja obra do dispositivo video-cassete, apenas. coincido contigo.

Vitor Ferreira disse...

Mas Travolta eh enrustido, sim.
Inclusive varios de seus ex-colegas de trabalho (como Carrie Fischer) dizem nao entender ele nao se assumir.

Anônimo disse...

machismo é nojento mesmo ,homem n pode dançar senão é gay???
quando será que essa praga vai acabar?

Dri Caldeira disse...

Fico tentando entender como podemos afirmar que ele é gay, pq alguns amigos dizem que ele é. Como podemos acusá-lo de "enrustido" (palavrinha asquerosa, né?) se ele nunca disse nem se é hétero? Realmente, a Carrie Fisher tem postura suficiente pra poder dizer o que os outros vivem "enrustindo" em suas vidas.

Anônimo disse...

Adoro homem que dança!! Praticamente só beijei meu atual namorado por causa dessa qualidade!!!

Anônimo disse...

Temos também outro dançarino, na minha opinião mais cativante que o Tony, o Johnny, de Dirty Dancing. Aliás, o Patrick Swayze tinha formação em balé.

Eli disse...

"tanto Astaire quanto Travolta aparecem sempre instruindo suas parceiras, ou provando que não precisam delas (vários dos números mais célebres de Astaire são solos dele bailando com objetos"

Isso me lembrou um vídeo: http://youtu.be/aDDwIOdJF3A

É engraçado ver que tudo no post faz total sentido com esse vídeo. O Kai (o garoto do vídeo) não é chamado de gay onde ele mora (Coréia do Sul) mesmo tendo feito anos de jazz e ballet pq culturalmente elxs não gostam de homens muito masculinizados. Já para xs fãs internacionais...

Anônimo disse...

parece que a menina que foi estuprada pelo polanski foi esses dias num programa de tv americano e defendeu ele, culpando ela mesmo na situação... :(

sei que o blog tem uma opinião ~diferente~ no assunto, mas é um bom assunto pra discussão talvez?

Elaine Cris disse...

Lola, hoje vou discordar de vc porque falou mal de um dos meus filmes preferidos... rsrsrs... Brincadeira.

Na verdade eu não encaro o filme como machista, mas como um retrato do que é (ou era) um grupo comum de rapazes da classe média baixa nos Estados Unidos. E eles são machistas, racistas (não gostam nem de negros, nem de mexicanos), aproveitadores (só são amigos de um deles porque ele tem carro), não pensam no futuro (se matam de trabalhar a semana toda pra gastar tudo o que ganham no fim de semana) mas o filme me parece ser bem crítico em relação a eles, tanto que temos aquele final trágico, com o protagonista aparentando estar confuso, revendo suas posições.
Tanto que uma das últimas frases é de uma mulher perguntando se ele conseguiria ser realmente amigo dela.
Adoro esse filme! E homem que dança é o que há.
Abçs e boa semana.

Elaine Cris disse...

Ah, e acho que não dá pra falar de homem dançando sem citar Mikhail Baryshnikov.

http://www.youtube.com/watch?v=ImzkWZkaIIM

Unknown disse...

Dançarino maravilhoso me vem também à cabeça o Patrick Swayze (do filme Durty Dancing), antes de ser bailarino ele foi jogador de futebol americano. A história dele é muito interessante.
E concordo Lola, nossa alma é do Astaire e corpo do Gene.
Amo os filmes que ele aparece de calça branca de marinheiro. É de mais!
Meus favoritos são os 3 que ele faz dupla com o Sinatra. Nossa senhora..

Anônimo disse...

Uma outra coisa boa dessa época que se perdeu era como as roupas, especialmente as calças, eram apertadas para os homens, o que já não acontece mais já que tem garotos usando a calça lá embaixo infelizmente.



(E que chatice caras com inveja vindo comentar que travolta é gay, se controlem)

Barbara disse...

Adoro filmes musicais, é um dos meu estilos prediletos. Fiz ballet e dança moderna por muitos anos, e ainda hoje meus amigos são dessa época. Ah, e meu marido também, que dançava também. Enfim, os meninos sofriam bastante, por motivos que todos conhecem. Meu marido passou um bom tempo dizendo pra familia que fazia "teatro" rsrs.

Eu adoro o John Travolta dançando, mas gosto mais dele em Grease - acho o filme mais legal e com melhores canções. Quanto ao Fred Astaire, o primeiro que vi dele foi O Picolino (Top Hat). Ele faz uma cara que fica perseguindo uma mulher e num certo momento diz pra ela que "in dealing with a girl or horse, one just lets nature takes it course". Tomei uma birra tremenda da cara do sujeito. Agora, depois de alguns outros filmes, começo a superar a birra e gostar dele dançando. Tem um certo charme.

Agora, Gene Kelly é imbatível. É o que mais gosto de ver dançando nos filmes. Cantando na chuva, claro, e gosto muito também de Um americano em Paris, que foi lembrado aí cima. Ele dança MUITO nesse filme.

Sete noivas para sete irmãos tem grandes bailarinos, também. Eles não enganam, dançam de verdade. É um filme super problemático (homens que roubam mulheres, e claro que no fim elas gostam), mas eu simplesmente adoro o filme.

E por fim, não dá pra não lembrar de Amor, Sublime Amor, onde tem um bando de homens dançando o tempo todo. Não amo o filme, mas as coreografias são muito boas.

lola aronovich disse...

Pò, Barbara, vc falar isso do Fred Astaire:

"Agora, depois de alguns outros filmes, começo a superar a birra e gostar dele dançando. Tem um certo charme."

é tipo o understatement of the year. Não sei como se traduz isso. Astaire foi um gênio da dança.
Aliás, vc não está sozinha. Diz a lenda que num de seus primeiros testes pra tela, Astaire foi avaliado assim: "Não sabe atuar. Não sabe cantar. Está ficando careca. Dança um pouquinho".
Ahauahuahuahauahauahah

Recomendo que todo mundo assista os documentários THAT'S ENTERTAINMENT PARTS 1, 2, 3.
Dá uma ótima noção dos grandes musicais da MGM.

Unknown disse...

Boa lembrança da Priscila Simões! Adorava o Patrick Swayze e fiquei tão triste com sua morte...

lola aronovich disse...

Sobre John Travolta ser gay, ou melhor, bissexual, há um monte de rumores. Inclusive, uma autografia (não autorizada, lógico) garante que Travolta é um assíduo frequentador de saunas gays em Los Angeles, que ele sempre traiu a esposa, Kelly Preston (com quem é casado há 25 anos, tem 3 filhos etc). Eu pessoalmente detesto essas fofocas, isso de dizer que alguém que é hétero é gay (ou, né, vice-versa). Não porque haja qualquer coisa errada em ser gay, mas vc tá dizendo que a pessoa vive uma mentira. Não sei, "outing" alguém não é bacana. É a própria pessoa que deve fazer isso, se e quando quiser.

lola aronovich disse...

Mas falam isso de praticamente TODO ator. Aliás, de toda celebridade. Aliás, de todo cara bonito. Sabe, apesar deste post não ter atraído muitos comentários, estou gostando muito do que vcs estão escrevendo. Primeiro que -- aleluia! -- os trolls deram um dia de folga. Depois que os coments estão ótimos. Aprendi muito. Tipo, nunca tinha ouvido falar de Tankan. E é muito interessante isso que ele disse sobre disserem que ele é gay porque ele destrói os pré-conceitos sobre o que é masculinidade.


Laurinha, Baryshnikov era bárbaro, óbvio, mas sempre achei Nureyev mais sexy.

Lidia disse...

Adoro dançar com meu marido e foi assim que ficamos pela primeira vez: dançando forró! já vi muita gente olhando para ele enquanto dança com aquele olhar taxativo, mas para ser sincera a gente não dá muita bola não. :)
Como sempre adorei o post!

Helô disse...

Lola, ha uma danca tradicional dos paises arabes (e facinha de ver nas festas da comunidade arabe aqui no Brasil) chamada dabke. Ela e essencialmente masculina e mascula para caramba. E uma danca semi circular, aberta (porque "sempre cabe mais um") e os homens dancam de maos dadas e praticamente colados (para os nossos padroes).

O significado dela e lindo. Vale a pena baixar a dissertacao da Marcia Dib no site da USP.

Anônimo disse...

Eu e todas as minhas amigas amamos homens que dançam!

Sonado Alaikor disse...

@Drica falou tudo! :D

Unknown disse...

Agora que vi meu erro, corrigindo: dirty

Denise disse...

Lendo esse trecho do seu post ("Tony é visto se arrumando, secando o cabelo, escolhendo a roupa e a bijuteria, se olhando no espelho, mexendo os quadris. E alguma coisa deve ter mudado nesses 35 anos de lá pra cá, porque, em 77, ninguém acharia que Tony é gay.") eu lembrei que outro dia mesmo pensei algo assim quando revi Top Gun no cinema (numa versão 3D, com tela de 180 graus – que não valeu a pena, por sinal, pois um filme adaptado para 3D não é a mesma coisa que um filmado em 3D). As tomadas em close do Tom Cruise e do Val Kilmer, de cueca num banheiro público dificilmente não seriam tachadas de gay nos dias de hoje.

Coitados dos homens nos dias atuais que tem que ficar “provando” sua masculinidade a todo momento (aliás me irrita bastante quem chama o outro de gay como se fosse um xingamento).

Em tempo: acho homem que dança um charme! Meu primeiro namorado dançava (e rebolava) maravilhosamente, e meu marido também é um exímio dançarino, eu conheci justamente dançando num dos forrós da vida. Como já fiz dança de todo tipo (flamenca, portuguesa, bolero, samba de gafieira, forró, salsa, etc), sempre achei o máximo os homens que dançavam sem medo de ser feliz. :)

L. G. Alves disse...

Fred Astaire era um gênio. Sabia se mover com graça e talento. Assim como o Gene kelly. John Travolta era/é um ator rebolativo. Gostei um pouco mais dele depois dos anos 90.
Nunca foi um "deus da dança" pra mim. Parece que o ator rebolativo está sendo acusado de assedio. Ele assediou sexualmente dois homens em um mês. Não vejo problemas em um homem dançar. Danças de salão, então, adoro e acho bonito um casal saber dançar assim. Gostei de assistir o filme "Dança comigo?" com Richard Gere. Tinha assistido o filme japonês, mas gostei mais da refilmagem americana. Eu não gosto de Os Embalos de Sábado à Noite. Prefiro Grease.

Anônimo disse...

E Antônio Nóbrega, brasileiro, de cabelos brancos, dançando sua versão de "A Morte do Cisne?"

Abala gênero, etarismo,erudito vs. popular, numa tacada só.

Para quem tiver fôlego:
http://www.youtube.com/watch?v=YClBZlYKnLA

Anônimo disse...

Estão citando tantos bailarinos que tenho que falar no Thiago Soares, brasileiro e casado com a Marianela Nuñez, uma das bailarinas clássicas mais incríveis da atualidade.Vê-los dançando juntos é de tirar o fôlego!
Interessante tbm como as pessoas acham que o mundo do ballet é repleto de gays, quando na verdade (pelo menos nas grandes companhias) eles são poucos. A maioria dos bailarinos, inclusive, é casado/namora com outras bailarinas da mesma companhia.
O que se relata é que existem muito mais lésbicas.
Aliás, o ballet é altamente misógino e machista, não sei pq as pessoas acham que as companhias são ambientes onde todo mundo pode "se libertar".

Gabriela

Cris disse...

se mulheres não gostassem de homens dançando, os caras do Locomia não teriam aquele enorme público de mulheres gritando por eles e aqueles leques suuuper viris. o_o

ahuaahuahauhauahau

Cris disse...

a propósito, uma coisa que eu adorava no meu ex-namorado é que ele já foi membro de grupo de dança e sabia rebolar infinitamente melhor que eu.

Sara disse...

Eu gostei muito dos embalos com o Travolta, eu era adolescente nessa época, mas tb adorei ele dançando no PULP FICTION com a Uma Thurman, foi um arrazo total.

Anônimo disse...

Bon Jovi é considerado coisa d menininhas histéricas por causa do sexy appeal. Assim como qualquer boy band, de Menudo a One Direction tem fama de "meio gay", seja lá o que isso quer dizer.