quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CIRURGIAS PARA OS PÉS AGUENTAREM O TRANCO DO SALTO ALTO

Muitas de vocês me enviaram nos últimos dias um link pra Galileu que, já nas primeiras linhas, me deixou espumando de revolta. 
Mas, convenhamos: a matéria é muito fraquinha. Depois do título (“Mulheres retiram o dedinho para poder usar salto sem desconforto”) e subtítulo (“Nova moda entre mulheres dos EUA é mutilar o próprio pé para usar o sapato sem aquela sensação de desconforto”) sensacionalistas, há essas informações: “São 3 os procedimentos mais procurados: retirar o dedinho, diminuir o tamanho de algum dedo ou injetar colágeno na parte da sola do pé perto dos dedos, na tentativa de deixar a sola mais acolchoada e ter um fim de dia menos dolorido”.
No entanto, a reportagem parece ter sido tirada de um site em inglês, e se você vai lá, tem um vídeo com uma reportagem. E ela não fala nada de tirar o dedo mindinho. Ela fala de cirurgias reconstrutivas de mulheres que achavam seus dedos feios (porque querem poder exibir os dedos em sandálias) ou que diminuiram parte de um dos dedos para o pé ficar menor. A própria mulher que ilustra a reportagem diminuiu (não removeu!) um dos dedos porque um de seus pés era um número maior que o outro. Fazer tudo isso em nome da vaidade é bem horrível, sem dúvida, mas é um pouco diferente do que o título sugere, não?
Procurei outras matérias com o nome stiletto surgery (cirurgia do salto agulha) e, apesar de mencionarem a remoção do dedo mindinho, nenhuma vai mais a fundo. Parece que cortar parte do osso de um dos dedos para reduzir o tamanho do pé não é incomum, mas ninguém fica com pé de quatro dedos. Até porque, pelo que sei, a gente precisa dos cinco dedos pra se equilibrar.
Longe de mim defender qualquer tipo de procedimento estético, só não gosto de matérias sensacionalistas. Sabemos que usar salto alto não tem nada de natural, e pode muito bem causar sérios problemas. A Associação Americana de Podologia Médica aponta que 87% das mulheres tem algum problema no pé por conta de sapatos incômodos. Clique nessas imagens para ver o que o salto alto pode fazer com seus pés.
Existem muitas histórias sobre as origens do salto alto. Sapatos sempre foram usados para delimitar classes sociais e como parte de rituais (pense nos sapatos pendurados no carro dos recém-casados). No Egito, açougueiros usavam salto para não pisar no sangue de animais mortos. Na Roma antiga, as prostitutas eram identificadas pelos saltos altos. Tanto as odaliscas turcas quanto as concubinas chinesas usavam salto, o que leva estudiosos a especular se o motivo era estético, ou se era pra impedir que elas escapassem dos haréns.
Atribui-se a invenção formal do salto alto a Catarina de Médici, que não era muito alta. Pra não se sentir insegura e feia no seu casamento com o futuro rei da França, ela usava salto. Isso fez sucesso entre mulheres que queriam parecer maiores. Mais tarde, Luís XIV também os usou. Salto alto para mulheres transformou-se em símbolo de aristocracia, pureza e desejo. Pois é, sapatos de salto sempre foram contraditórios: eles diminuem o pé em vários centímetros de largura para aumentá-lo em altura.
Já ouvimos falar (e acho que esse tipo de coisa passa a habitar meus piores pesadelos) de como durante séculos, no Japão e principalmente na China, as mulheres precisavam encolher e moldar seus pés. Era um processo que começava na infância, e, óbvio, doía pra caramba: usando panos, faixas e molduras ultra apertadas, os pés iam crescendo já com os ossos quebrados, e ficavam completamente deformados (as fotos são horríveis de olhar, mas, se você insiste).
Inicialmente o propósito desse procedimento não era deformar os pés. Era fazê-los ficar mais maleáveis para um tipo de dança (meio como dançarina de balé ter que dançar na ponta dos pés). Mas -– pra provar mais uma vez que padrões de beleza são culturais, não biológicos -– as pessoas acharam bonito, os homens acharam sexy, e pronto: virou uma imposição. Um sacrifício que você fazia pelo seu sexo. Um tipo de pedágio pago por ser mulher. Juntos, os pés atrofiados lembravam a flor de lótus, uma “segunda vagina”.
Previsivelmente, quanto mais as mulheres foram consideradas propriedades de seus pais e maridos, mais a prática se alastrou. O governo chinês só proibiu esse costume em 1911, mas ele continuou até 1949, quando os comunistas mandaram parar (era preciso que mulheres trabalhassem no campo). Hoje ainda existem chinesas bem velhinhas com os pés deformados daquela época. Uma delas diz: “Eu me arrependo de ter enfaixado meus pés. Não posso dançar, não posso me mexer direito. Mas naqueles tempos, se você não enfaixasse seus pés, ninguém ia se casar com você”.
Isso é tão diferente assim de deformar os pés usando salto alto? Nossa prática ocidental também começa quando a mulher é menina. Hoje já tem garotinha de dois anos calçando salto. Os efeitos são devastadores não só para o corpo, mas também para a mente, na minha opinião. As meninas aprendem que mais importante que correr, brincar, praticar esportes ou se mexer, é permanecer numa pose eterna de princesinha. Ela é condicionada a ser decorativa. Imagina se ensinassem esse tipo de ideologia a um menino?! Quando que um homem usaria sapatos ou roupas que restringem seus movimentos?
Em Como Ser Mulher, Caitlin Moran relembra, com humor, quando começou a usar salto:

“Passei a vida inteira usando tênis ou bota, mas está muito claro que, se eu quiser vencer na vida na casa dos vinte anos, vou ter que comprar sapatos de salto alto. As revistas femininas que leio são todas inequívocas a respeito dos saltos: eles são uma parte não negociável de ser mulher, assim como a capacidade de produzir leite e o cromossomo xx. As mulheres supostamente devem gostar mais de saltos altos que de seu corpo ou pensamentos. É simplesmente impossível ter sapatos demais, diferentemente de bunda ou pensamentos revolucionários!!!!!!!!
'Ninguém mexe com uma mulher de salto' uma reportagem da Elle conclui. 'É nossa maior arma na guerra do estilo'. Essa merda parece séria.
No dia seguinte, eu saio –- determinada a tentar ser uma mulher adulta – e compro meu primeiro par de sapato de salto alto. Eu ainda não consegui entender muito bem – acabo comprando uma sandália azul de plástico com salto quadrado por 9,99 libras. Faz meus pés suarem tanto que chia um pouco quando eu caminho -– como se estivesse usando ratos como palmilhas e eles estivessem sendo esmagados lentamente, até morrer. Também causam muita dor na parte dos dedos e do calcanhar -– mas não faz mal! Estou usando salto alto! Sou uma mulher!” (pág. 150).

Ha ha. Aqui continuo este post, que já está quilométrico e certamente não será lido em época de férias.

67 comentários:

James Hiwatari disse...

Que foi lido, foi (é, tem gente desocupada nas férias).

Ah, sacrifícios em nome da beleza... nunca sai de moda, né?
*bate a cabeça na mesa por tentar fazer piada besta*

Ao menos eu posso considerar uma vitória pessoal sempre ter achado isso um monte de besteira, mesmo quando as pessoas achavam que eu era menina.

Argh. >.<

James Hiwatari disse...

Não tenho certeza se o comentário que acabei de enviar foi realmente enviado...

Só queria dizer que você não devia subestimar os seus leitores desocupados que não tem nada melhor pra fazer na vida do que ficar no computador no feriado de natal.

E que essas coisas me deixam com certo orgulho de sempre ter achado essa coisa de sacrifícios por beleza estupidamente ridícula, mesmo quando o mundo ainda achava que eu era menina e tentava me fazer conformar com as idéias machistas deles.

Mirella disse...

Olha, não uso duas mãos pra contar, num ano, quantas vezes usei salto - e nenhum agulha ou com mais de 7, 8cm. E em nenhum deles fiquei em pé por muito tempo (uma meia hora, mais ou menos). Vou trabalhar de tênis, mas não uso salto.
E sempre vale a pena se perguntar: qual o tanto de "escolha" que essas mulheres tem e quanto disto não é pressão social?


POR QUE o mundo não acabou semana passada, hein?

Ane disse...

~hahaha, eu demorei muito pra começar a usar saltos, com uns 19 anos eu acho e olha lá pq depois me mudei de cidade pra estudar e andar a pé pra fazer tudo era impossível com salto...eu adoro claro, mas quando é conveniente, pra uma festa, etc, agora usar pra ficar com os pés todos machucados, acho que não compensa.

este livro que vc citou é bom Lola? já ouvi falar,mas nunca li...

Annah disse...

"ou que diminuiram parte de um dos dedos para o pé ficar menor."

Nossa, que lamentável. :( Eu já pensei em fazer isso, não sabia que existia, mas certamente não quero nem procurar a respeito. Eu calço 40-41 e é muito dificil achar sapatos que me sirvam. Na maioria das lojas o setores femininos só vão até o 39, e os vendedores ficam tentando empurrar sapatos que não servem.

Não gosto e não sei andar de salto alto, acho desconfortável e tira o equilíbro, mas gosto de usar sapatos que não sejam tênis ou chinelos, até porque precisa ser algo mais formal para ir trabalhar, e é bem dificil encontrar sapatos do meu tamanho por preços aceitáveis.
Por outro lado, acho que meu coturno foi dos melhores sapatos que já comprei, numa loja que fazia qualquer tamanho por encomenda. Só não dá para usar no verão. :P

Patty Kirsche disse...

Puxa, eu curto usar saltos. Já usei bem mais, só que meu corpo reclamou quando peguei um emprego de 8 horas de jornada. Aí praticamente parei. Já faz alguns anos que praticamente vivo de Havaianas, que recolocou o produto no mercado e se tornou "cool" há algum tempo. Anabelas também são uma opção. Mas às vezes ainda encaro um salto fino. Comprei uma palmilha chamada Insolia, que promete equilibrar a pressão entre peito do pé e calcanhar. Ainda não testei, mas prometi escrever um post com o resultado assim que possível. Como eu sou bacharel em têxtil e moda, já li bastante sobre essas questões culturais relacionadas ao salto alto. Percebo que é um padrão estético mesmo. E de fato, é algo que reduz a mobilidade feminina. O que é um escarpim de bico fino afinal? Uma ferramenta de tortura? haha

Valéria Fernandes disse...

Lola, no Japão as meninas nunca tiveram pés encaixados. É costume chinês, não foi exportado. No século XIX, havia homens que se prostituiam e operavam seus pés para que tivessem "pés de lótus", porque isso era visto como eróticos ao extremo.

A crítica ao costume começou no século XIX, sob influência de missionários católicos e intelectuais ocidentalizados. Tanto que se criou uma sociedade que condenava e jurou não deformar os pés de suas filhas. Uma das cláusulas era que seus filhos e filhas casariam entre si de forma a não condenar suas meninas ao nao-casamento.

Agora, camponesas também tinham seus pés encaixados. Muitas vezes, por necessidade, seus pés não eram tão rigidamente formatados. Era possível reconhecer uma mulher pobre pelos pés, mas elas não eram isentas. Sempre li que não foi o econômico que determinou a abolição, mas a consciência da extrema crueldade da prática. Aliás, muita coisa ruim (escravidão, tráfico de mulheres, esposa cadáver) voltaram a aparecer na China nos últimos anos. Enfaixamento de pés, não. Mesmo em Taiwan a prática morreu.

Gabriela disse...

Eu só uso tênis e ponto final.

Moema L disse...

Minha mãe me proibia de usar salto quando criança, eu não entendia, achava que ela estava querendo mandar em mim, querendo que eu fosse como ela. (ela nunca gostou de salto, nunca usou.) Hoje eu entendo, ela queria que eu fosse criança e não uma boneca barbie.

Claro que quando eu fiz uns 12 anos não teve quem me segurasse, mas assim que eu adquiri o meu primeiro salto eu percebi que não era tão bom quanto eu imaginava, ele me deixava limitada, eu nunca poderia fazer tudo o que eu gostava em cima de uma plataforma de 10 cm.

Hoje eu assumo que gosto de salto, eu nem sou tão baixa então me sinto super alta quando coloco um. Só que eu aprendi a usa-lo de forma que ele não me prejudique. Uso quando vou a uma festa ou quando estou em um lugar mais formal, dia a dia é só tênis mesmo.


Obs: se eu estiver em uma festa, como no ultimo sábado, e o salto me impedir de dançar com a galera, não penso duas vezes arranco ele do pé e vou dançar.

Li S. Nascimento disse...

Concordo com bastante coisa. Acho terrível essa ideia de limitar os movimentos das pessoas, em especial, crianças. E se pensarmos também na obrigação dos ternos e das gravatas em pleno país tropical? Salto para crianças? Devia ser proibido!

O fato é que alguns alegam que até 3 centímetros, os saltos fazem mais bem do que mal. E não há como negar que pés calçados estão mais seguros que pés descalços. Então... O que é "natural" nem sempre é o melhor a se fazer, simplesmente porque é natural.

Gosto de usar salto alto em festas e baladas. Tenho três sandálias que adoro, porque são confortáveis! O resto é lixo. Só uso se tiver a certeza de que permanecerei mais tempo sentada que em pé. E levo sempre uma rasteirinha pra trocar depois! Porque não gosto de sofrer.

O problema é que a mulhereada está acostumada a priorizar a beleza acima do próprio conforto. Com a tecnologia que possuímos é completamente plausível pensar em criações que atendam as duas demandas. Mas, isso só ocorrerá quando a clientela passar a exigir isso. Não acho que temos de privar a vaidade, a tecnologia em prol de algo mais natural... Mas, sim utilizá-las em nosso benefício pessoal e isso envolve o próprio conforto, sem sombra de dúvidas.

Monica disse...

Oi Lola! Vi essa história de arrancar o dedinho em um post no Facebook. Enquanto a maioria das pessoas falou "que absurdo, que ridículo", teve uma moça que meio que defendeu a ideia. Segundo ela, quem não tem pés "problemáticos" não sabe como é torturante usar sapatos de salto. Assim, ela (que tem os pé "problemáticos") disse conseguir entender a motivação para uma mulher fazer isso (claro, supondo que fosse verdade). Isso me fez levantar vários questionamentos. Primeiro, que raio de sociedade é essa em que vivemos, na qual uma mulher chega ao ponto de achar natural se mutilar para poder usar salto. Segundo, como é comum nós nos acharmos "problemáticas" porque não nos encaixamos em um padrão (no caso, o padrão de pés que entram em sapatos de salto - os meus não entram por sinal). Me fez lembrar a história do "cabelo ruim"... Enfim, deixei um recado para a moça que eu até entendo os problemas dela (já que também tenho dificuldades de achar sapatos bonitos, confortáveis e que me sirvam), mas que precisamos parar e pensar um pouco (ou muito) nessas imposições da sociedade de que mulher tem que ser assim ou assado, ou se vestir/se comportar desta ou daquela forma, se não, é mal vista, ou não é levada a sério... Ainda temos muito que lutar!

Roxy Carmichael disse...

não só será lido como está sendo! eu ja me acostumei a ser a unica mulher das festas de fim de ano em família que não usa salto. tenis, botas, chinelo, sandálias rasterinhas: qualquer roupa que eu visto tem que ornar com uma dessas opções. resumindo, eu gosto muito dos meus pés, acho que tem tamanho e forma bonita, cuido deles com creme hidratante específico pra essa região, nada de lixa que afina a pele.
mas bem interessante a crítica à reportagem da galileu, lola. gosto muito quando você analisa a mídia. beijo!

Anônimo disse...

Eu já conhecia esse caso das chinesas, bem eu confesso que não gosto e nem nunca me senti confortável com salto alto, sempre gostei de tênis, sandália rasteira, chinelo e sapatilhas, se eu fosse me submeter a essas bizarrices aí por causa de um sapato iria acabar amputando meus pés, pois frágeis do jeito que são. Até com calçados confortáveis eles criam calos; sapato ou sandália alta, apertada então... È comum provocarem lesões nos meus pés. Mas mesmo assim já fui criticada por não ter o hábito de usar salto...

Dafne disse...

Bom, não sei se vale muito, mas eu li, mesmo em época de férias! Heuaheuahuehauehua
Adorei o texto. De fato, salto alto é uma cobrança horrorosa pras mulheres. Um amigo meu (Gay, porque certos gays cobram mais da aparência das mulheres do que muitos héteros) certa vez me disse: "Aff, parece que é sapatão, num gosta de salto!". Pode isso??

Anônimo disse...

Mto bom! Nem senti q era grande, o texto! Lembrei até o qto era chato ser vista como meio "hominho" até pouco tempo pq só usava tênis e sapatos rasteiros. Hj abri mão mesmo. Fui até p ceia d Natal d sapatilha. Luciana @baindemar

Luiza disse...

Eu ando de All Star ou coturnos. Quem não gostar que se encolha em posição fetal e chore até morrer.

Carol NLG disse...

Lola, lembre-se das pobres almas que não tem férias nessa época do ano!

Sobre minha história: eu comecei a usar salto alto quando consegui meu primeiro estágio na faculdade. Sabe como é, projeto de advogada, achava que se não estivesse de tailleur e salto alto o tempo todo, não seria levada a sério.

Hoje em dia mudei muita coisa. Não acho necessário usar maquiagem todo dia (e eu usava completa! Base, pós, sombras, lápis, etc!). Mas uso quando quero, do jeito que eu quero. Descobri que gosto de usar meus pincéis. Gosto do meu olho super marcado. Mas A-DO-RO só usar essas coisas quando me dá na telha!

Idem pra saltos. Acho que não tenho mais nenhum sapato com 15cm de saltos (e olha que eu já sou alta!). Ainda tenho alguns com saltos menores. Botas, especialmente. Mas abandonei saltos agulha, e, principalmente, bicos finos. Isso depois de quaaaaaase ter que fazer cirurgia pra joanete, que eu nunca tinha tido antes. Hoje, ando confortável.

Ainda adoro sapatos. E tenho muitos. Mas descobri que é possível ter sapatos bonitos e, principalmente, confortáveis. Sapatilhas de várias cores, sapatos com saltos mais baixos, sandálias, etc. E sou uma pessoa muito mais feliz de não morrer de dor nos pés no fim de um dia longo de trabalho.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Natália Muffato disse...

Eu confeço que AMO usar salto!!! Mas só passei a usar de verdade depois dos vinte e pouco!! Na adolescência me recusava crescer e só queria brincar, ou seja, nada de salto!!!

Espero conseguir adiar o máximo possível o primeiro salto da minha filha. Vou falar dos problemas e incentiva-la não usar até tiver crescido. Para não dar problema na estrutura óssea dela. Mas sei que terei que enfrentar influencias externas(Amiguinhxs, comerciais, etc) e internas(avós, tios, etc).

O pai fala que não deixa de jeito nenhum e vai proibir! Mas creio que proibir não seja o caminho tb!!!

Cláudia disse...

Apesar do feriadão, adorei o artigo e estou agurdando a continuação. Fiquei chocada com a deformação dos pés das chinesas. E também concordo que as imposições de padrão de beleza no ocidente não são tão diferentes.

Anônimo disse...

Já ouviu falar de ampalangue? Pois é, senhoras sofredoras...

Mariane disse...

Salto alto é uma coisa triste. Eu estou com 21 anos e não tenho nenhum, nem pretendo ter. Vou de tênis, bota, rasteira, salto na na nina nina não! Chega de sofrimento... ;)

Stephanie. disse...

aff Lola, fiquei com uma raiva enorme ao ler esse texto e constatar que isso é verdade. Usar salto alto "te faz mulher" e o pior não te faz qualquer mulher, te faz A mulher, a que venceu na vida, a empresária, a mulher pra casar, a mulher bonita e q chama atenção dos homens, a mulher "classuda", rica, fina e poderosa, a que se veste bem. E principalmente, a mulher que não se mistura com gente pobre e da ralé, a que mostra sua classe social "superior", a que não pisa na lama. Triste isso!!! Hj em dia vou dispensando essa coisa sempre que posso...(e venho enfrentando problemas por últimamente optar por sapatos que me deixem confortáveis).

Um beijo grande lola tudo de bom pra vc em 2013!

Rob disse...

Vai ser lido sim,Lolinha.Continue postando \o/

Marcelo Maia disse...

Lola, deixa disso de que seu blog não é lido em tempo de férias...
Ora, eu entro aqui diariamente!

Magalli Sampaio disse...

Que nada, escreva, sim, eu estou aqui pra ler. A verdade é que salto é um saco MESMO! Nunca gostei, nem na época que eu fingia que me preocupava em "estar bonita" usava com gosto essa porcaria. Comprei, há uns 6 meses atrás um salto preto, quando eu era obrigada a acreditar que precisava de um desses, já que combinada com as roupas finas que eu "precisava" usar para frequentar determinado lugares. De fato, usei, uma única (e ultima) vez, pra ir a um casamento. Saí de lá quase chorando com essa porcaria me apertando e sem entender porque eu não conseguia fazer o que outras mulheres fazia com tanta facilidade. Hoje ele tá aqui, jogado, procurando quem o queira, pq eu já prometi que não o uso NUNCA MAIS! Haha.

deborah disse...

Resolvi dar um tempo do trabalho ( que férias?) para ler o blog. O calor está de matar e anda difícil concentrar em qualquer coisa.
Estou aqui pensando no calo que tenho no mindinho por usar sapatilhas apertadas, não são só os saltos que acabam com nosso pés. No meu caso, isso se relaciona mais com a preguiça de alargar antes (porque elas alargam com o tempo), mas mesmo assim perpassa pelo ideal de beleza que eu tenho. Uso-as sem parar. Nossa cabeça é tão moldável que me lembro de quando era criança e não achava este modelo bonito. Irônico pensar que ele é o modelo predominante em todos os sapatos que possuo.
Por mais que concorde plenamente com a imposição de um ideal de beleza social, que reforça o lugar da mulher em uma sociedade machista, ainda me arrumo e me rendo várias vezes.
Mas o salto alto eu já cortei! E olha que tenho 1.54...E adoro!

Laís disse...

Nada, nem está tão grande assim... li todinho! =D

Engraçado, lendo isso lembrei da minha avó, que quando comecei a trabalhar (com uns 15 anos) num escritório de engenharia - "território masculino" chorava todo dia pela manhã quando me via sair porque queria que eu fosse de salto. Porque, segundo ela, "eu já era uma mocinha!".

Às vezes o drama era tão grande que eu saia de casa correndo, sem comer, ainda bem que não era de salto, ou nem correr eu poderia! hahaha

Bjs e bom fim de ano!

Rebecca disse...

Que coincidência, Lola! Estava falando exatamente sobre isso com a minha analista hoje.

Eu odeio salto alto com todas as minhas forças. Ando de sapatilha e elas já me machucam horrores no início. Depois, com o tempo, vão alargando e param.

Mas se eu dependesse de salto pra ser e me achar atraente, estaria sozinha chorando no canto hahaha Ainda bem que não preciso, e só uso quando sou obrigada de verdade, como quando fui madrinha de casamento.

Acredito que essas cirurgias não nos pés não sejam muito diferentes de lipos e solicones, quando todas são feitas por estática e para obedecer um padrão de beleza.

Adoro o seu blog, Lolinha ;)
Beijos!

Julia disse...

Eu por muito tempo só andei de salto, meus sapatos e sandálias sempre tinham que ter um saltinho. Quando eu colocava uma sandália baixa/rasteira e andava alguns metros a batata da minha perna doía demais. Com salto alto isso não acontecia. Só há pouco tempo comecei a reverter o processo, andar mais de sandália baixa pra me acostumar novamente. Agora tenho poucas sandálias com salto, pra usar em eventos eventos, eu acho bonito, mas no dia a dia, só sandália baixa e sapatilhas.

Anônimo disse...

Eu sempre leio seus textos quilométricos, Lola! Não importa a época do ano!!!

:D

Unknown disse...

Isso é conversa de que não será lido!! =D
Você e seus posts são nossa leitura diária, Lolita!
Adorei o texto, mas, realmente, fiquei com uma sensação de "papo cortado" qdo terminei, como se alguém tivesse interrompido nossa conversa...
Sobre o assunto, o que há de pior, na minha opinião, é botar os saltos altos, ainda que não sejam tão altos, nas crianças. Afinal, os adultos deveriam guiá-las e ensiná-las o que é certo, e não desvirtuá-las e tirá-las do contexto de "criança" a que pertencem. É uma pena.
Os adultos que usem salto se quiserem e puderem, porque afinal, já são adultos, né? Parece que já sabem escolher...
Eu, por exemplo, muitas vezes uso salto, mas muito pouco frequentemente, senão eu caio (como já aconteceu várias vezes) ou fico morta de cansada - uma professora não pode se dar ao luxo de andar de salto todo dia o tempo td. Não sou uma barbie!
Abraços e beijos carinhosos! Fico aqui acompanhando o blogue em todas as festas de final de ano também!
Xêro!

Anônimo disse...

Quebrei meu braço nessa brincadeira de colocar salto pra parecer 'mais menininha'. XD
Vivo de tênis e bota pra trabalhar, afinal, pego três conduções pra ir e três pra voltar, e ainda ando um bom pedaço. De vez em quando coloco salto pra sair. Tenho saltos que não machucam (tanto), não me sinto na obrigação de usá-los pra ficar bonita, só gosto de colocar de vez em quando.
Mas em conduções lotadas quando você não está acostumada... Não é uma boa ideia, nem pensar. Me empurraram pra descer do ônibus (por que pessoas em conduções lotadas são educadíssimas sempre) e eu, acostumada com sapato baixo, enrosquei o salto na escada. Resultado: Caí igual uma abóbora em cima do braço (classe A_A), lá vai três meses trancada em casa com gesso e olhando feio pro sapato em questão.

...Saltos são perigosos e malignos.

Ronaldo disse...

Lola, você já comentou sobre a circunsisão masculina, e muitos dos/das comentaristas falaram que não tinha como comparar com a mutilação genital feminina, pois "não diminui o prazer do homem". Também falou-se muito nas supostas vantagens de se realizar tal cirurgia, afirmando-se que "auxilia a limpeza" (na verdade, falta de higiene na região do pênis vai causar problemas, não importa se você tem ou não um prepúcio. Da mesma forma, limpeza regular vai lhe livrar desses problemas, faça ou não tal cirurgia estética).

Li uma matéria muito informativa na Superinteressante, chamada "Xô, bisturi!". Vou colocar aqui alguns trechos relevantes:

"A literatura médica possui evidências de que a circuncisão é muito dolorosa e traumática. Alguns bebês não choram porque entram em choque. E 87% deles exibem mudanças de comportamento logo depois, como alterações nos padrões de sono, no nível de atividade e na interação com a mãe. Também podem ficar mais irritados ou ter problemas para comer. Diferenças na resposta à dor foram demonstradas aos seis meses de idade em meninos circuncidados. Segundo os pesquisadores, elas representam efeitos neurológicos duradouros e são um sintoma de um trauma precoce.

O estudo de referência nessa área foi feito em 1987 pelos anestesistas Kanwaljeet Anand e Paul Hickey, do Hospital de Crianças de Boston, nos EUA. Eles observaram que recém-nascidos sentem mais dor que os adultos. E que mudanças de comportamento em bebês indicam que a experiência é lembrada. Como resultado da pesquisa, a Academia Americana de Pediatria recomendou anestesia para o procedimento pela primeira vez em 1999. Mas o efeito acaba antes que a dor do pós-operatório tenha ido embora. O problema, enfim, é que a maioria dos pesquisadores sobre circuncisão não quer saber dos danos dessa prática. Em geral, eles vêm de uma sociedade circuncidada - os EUA - que prefere ignorar o lado negativo. Além disso, médicos (circuncidados) costumam aconselhar a circuncisão mesmo quando estão disponíveis formas de tratamento menos invasivas para problemas penianos. A fimose, por exemplo, pode ser tratada com creme esteróide tópico. Esses médicos não sabem o valor do prepúcio, que é altamente sensível, porque não têm um. Assim, não imaginam de fato o que perderam."

"Ok, faz séculos que muçulmanos e judeus circuncidam. Mas hoje muitos fazem isso por conformidade ou pressão social. Alguns críticos da circuncisão são relutantes em divulgar suas opiniões com medo de serem vistos como contrários à religião."

Portanto, trata-se de uma prática que pode ser bastante dolorosa e abusiva para os bebês, e que ainda assim ninguém critica. Seria interessante falar um pouco mais sobre o assunto, Lola. A matéria da revista pode ser lida aqui: http://super.abril.com.br/saude/xo-bisturi-721005.shtml

Anônimo disse...

Olha, é inegável que existe uma pressao enorme para se encaixar nesses padroes ridículos e irreiais de "beleza" e "feminilidade". É fato que até a mais segura das mulheres se sente inferiorizada em algum momento devido a essa lavagem cerebral - e me incluo nessa lista. Já me peguei em pânico na frente do espelho por causa de uma marquinha aqui, uma gordurinha ali.

Agora tem certas coisas que beiram a insanidade absoluta - mutilar os pés para usar saltos é, na minha opiniao, equivalente ao clareamento anal. Isso já é caso para psiquiatra!

Quem segue servilmente esse tipo de idéia é tao responsável pela opressao quanto os misóginos de toda sorte.

Aninha

Anônimo disse...

O corpo delas, as regras delas, horas, se isso vale pra uma, tem que valer pra todas, o corpo da mulher não é problema seu, não é isso que vocês dizem?

Kathleen disse...

eu amo sandália de salto!!! hehehe
trabalhei com salto durante 2 anos então peguei o jeito, se precisar uso o dia todo...
minha filha tem 5 anos e gosta tb, mas não deixo usar ainda, muito pequena! quando tiver uns 10/12 anos tudo bem.
e eu tb sou louca por melissas... mas tudo machuca meu pé...

Sara disse...

tem gente q se acostuma até com dor de dentes, é o mesmo com os saltos.

Magdalena disse...

Pois é, salto alto é só uma das váááárias imposições q nós, mulheres, sofremos para sermos consideradas femininas.A feminilidade, acho eu, nunca deveria ser sinônimo de dor e sofrimento. Deveria bastar se reconhecer como mulher para ser feminina, sem qq tipo de "regrinha". A propósito, só uso sapatilhas, chinelos e ,sempre q possível, gosto mesmo é de andar sem nada, de "pé no chão", como dizia minha 'vó.

Erres Errantes disse...

Eu acho que a questão do salto não é tão impositiva assim para as mulheres como outras questões de gênero; claro, exceto quando se exige no trabalho que a mulher ande de salto, como parte do uniforme. Eu nunca usei um salto em minha vida e também nunca sofri bullying por isso.

Lan Borges disse...

Você é MARAVILHOSA!

Vivi disse...

Em vários assuntos, quando se discute em blogs feministas sobre a ditadura da beleza, padrão de ralacionamentos etc, tem SEMPRE as pessoas que fazem comentários como a da anônima

"O corpo delas, as regras delas, horas, se isso vale pra uma, tem que valer pra todas, o corpo da mulher não é problema seu, não é isso que vocês dizem?"

Exemplos de debates..
-Sobre a "obrigação" da mulher ter que "se cuidar" e estar perfeitamente linda. alguém diz: "ah gente, mas se ela se sente bem assim, e daí?"
-Sobre a imposição da depilação feminina: "ai gente se ela quiser se depilar todnha pra agradar o parceiro, e daí, se ela se sente bem assim não?"
-Sobre a mulher que casa e fica em casa ; "ai gente, mas se ela se sente feliz assim, por que não?"
Sobre cirurgia plástica, busca do "corpo perfeito" ; "ai gente, mas se a mulher se sente bem sendo assim não é problema dela? por que não se a autoestima dela melhora assim?"

Gente, Lola, me desculpem mas me cansa MESMO sempre ler os mesmos tipos de raciocínios em vários tópicos deste tipo..
Será que não está implícito que - a princípio- todas fazem o que querem? que - a princípio- temos que buscar nosso bem estar (obvio), mas "acima de tudo" não estamos falando de você, nem de mim, mas da coletividades, de padrões desiguais e impostos para um só gênero, da NÃO liberdade da mulher e das opressões "invisíveis" por um padrão?
Não basta só dizer "ah, mas se ela se sente bem assim.."..
Putz, então tudo está ok, vamos deixar assim porque se "elas se sentem bem assim.." não?

Desculpe o desabafo, mas vejo (será que só eu?) uma cosntância neste tipo de raciocínio neste tipo de pauta feminista..

Bjos Lola e o assunto do post (o padrão chegou até no dedo do pé (?), melllldeus!), tirando o sensacionalismo, é assutador!

Julia disse...

Eu me recuso a usar tênis. Acho que fico horrível de tênis. All Star está em outra categoria, mas não tenho nenhum. Só uso sandálias, rasteirinhas, sapatilhas.

Julia disse...

Vato Loco, não vemos machismo em tudo. O machismo está em tudo! Permeia todos os setores da sociedade. E vamos continuar com nossa chatice até isso acabar!

Sara disse...

anon 13.32 hs ha uma sutil diferença entre um masoquista (pq só pode né?) que resolve por um adorno sem noção como esse e o salto que praticamente é exigido socialmente para as mulheres consideradas elegantes, os ampalangues são aceitos por bem poucas pessoas e tem uso muito restrito, ja os saltos altos são esperados e até exigidos em certas ocasiões mais formais, e são uma tortura sim.

Elaine Cris disse...

Não uso salto que tenha mais que cinco centímetros. Aliás, sou do time que acha muito mais bonito uma bota sem salto com cano até no meio das coxas ou uma sandália rasteirinha linda e confortável.
Somos condicionadas a achar salto bonito, mas não acho que é o tipo de sacrifício que valha a pena.
Outra coisa é que se você está desconfortável, é realmente muito difícil você ficar em uma posição legal. Às vezes a pessoa está com um salto altíssimo, acha que está abafando, mas está super desconfortável, sentindo dor, andando de um jeito desengonçado e não fica nada legal. Ou então todo mundo em uma festa dançando, se divertindo e quem está de salto altíssimo só olhando, sentada, parada no canto, ou arriscando um passinhos podendo desabar a qualquer segundo...
É claro que a escolha é dela, assim como eu tenho direito de achar que é a escolha errada, rsrs...

Lilly disse...

Adoro saltos, acho lindos e tenho alguns. Não uso o tempo todo, até porque pego ônibus, então seria bem desconfortável. Mas que é uma merda a pressão que rola em cima de quem não gosta de saltos, isso é.

Lilly disse...

E sim, a gente lê o blogue nas férias, haha, principalmente quem não viaja. :}

Unknown disse...

"Mas naqueles tempos, se você não enfaixasse seus pés, ninguém ia se casar com você."
Essa frase vai ficar ecoando na minha cabeça por um bom tempo...

Me lembrou de um outro texto, que vale a pena:

http://mulheralternativa.wordpress.com/2010/04/05/depilacao-e-a-burca-brasileira-uma-menina-que-mudou-a-minha-vida-numa-viagem-a-tunisia/#comments

Resumo dele:
"- As roupas compridas aqui são a depilação de vocês.
- Hein? (claro, não entendi nada na época)
- Nós podemos, aqui na Tunísia, usar roupas curtas como as que você está usando.
- Então como não usam, com um calor desses?
- Bom, aí é que está a questão. Poder, você pode. Mas se você usar, não consegue namorado, aí não consegue casar, aí é uma tristeza pra você e pra sua família…
- Mas e a depilação?
- Bom, imagino que dói fazer depilação, certo?
- Sim.
- Então por que vocês se depilam sempre? Teoricamente você pode parar certo?
- É, mas aí…"

Costumo roubar tb o brilhante comentário: "(...)acho que voce (voces?) ja ouviu falar que sarkozy quer proibir a burka na frança. pois bem, atualmente eu moro na frança e essa discussao fez parte do meu dia-a-dia por muito tempo. aih chega voce e toca num ponto certo: tratamos as arabes como umas coitadas que merecem protecao, quando a gente tem que passar horas numa mesa cirurgica pra tirar defeitos que nao temos. nao eh soh depilacao. eh cabeleireiro, eh dieta, eh calça apertada… eh triste. e a gente nem consegue enxergar! jamais, jamais!" Da Luciana, do perfil Caso Me Esqueçam.


De uma certa forma, a sensação que dá é que antes de proibirem a mutilação dos pés das chinesas, não era obrigado por lei, ou algo do tipo. Mas se vc não fizesse, ia sofrer socialmente.
Quando eu saio de tênis no dia a dia, não é que venha alguém falar que eu devia estar de salto. Mas, quando eu saio com um salto, o jeito que a maioria dos homens (quer conhecidos, quer não) me trata é bem diferente. [Sei que este comentário já está grande demais para qqr pessoa com bom senso, mas, enfim, no femstangram tem uma brilhante: tipo "ser mãe solteira, filtro para babaca", vamos dizer que não é o único filtro disponível ;) ]

Moema L disse...

O corpo delas, as regras delas, horas, se isso vale pra uma, tem que valer pra todas, o corpo da mulher não é problema seu, não é isso que vocês dizem?

Quando foi que alguém disse o contrario?

Será que leu o texto todo?

Carlos ou Carla? disse...

Este post é um dos melhores do blog pelas informações históricas e, principalmente, pela descontrução daquela matéria sensacionalista (independentemente do lado político que se esteja, é importante ter essa atenção com eventuais picaretagens da mídia).

Mas, gente... Eu sinceramente vejo muito mais cobrança de mulheres terem que usar salto - pelas próprias mulheres!!! Há homens cobrando isso? Claro que há, mas vejo inclusive muitos machistas que dizer serem até mesmo contra o uso de salto alto, por qualquer razão que seja. A situação é muito mais complexa do que apenas dizer "as pessoas acharam bonito, os homens acharam sexy, pronto" (aliás, pra quê essa distinção entre "pessoas" e "homens"?).

Muito mais do que uma questão de sex appeal, vejo a imposição social do salto como uma questão formal. Dá pra dizer que uma mulher "não vai arranjar marido" hoje em dia só por não usar salto? Mas claro, ainda há a imposição FORMAL em eventos sociais do tipo casamento, trabalho, etc. E de onde surge essa imposição? Não me parece vir apenas ou principalmente dos homens. Pelos comentários de muitas mulheres aqui, fica-se até com a impressão de que é muito mais uma "cobrança interna" do gênero (em declarações do tipo "minha mãe fazia eu usar salto pra ir pro trabalho"), uma necessidade criada e perpetuada muito mais entre mulheres do que das mulheres para os homens.

Não digo que não haja machismo em certas situações envolvendo saltos, mas dentre as imposições masculinas sobre as mulheres, essa seria de longe uma das menos frequentes hoje em dia na nossa sociedade...

Priscila disse...

Anônimo disse...
O corpo delas, as regras delas, horas, se isso vale pra uma, tem que valer pra todas, o corpo da mulher não é problema seu, não é isso que vocês dizem?

26 de dezembro de 2012 18:00

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Sim, Anônimo, é isso mesmo. Por isso é que não entendemos por que um tipo de sapato tão esquisito, tão desconfortável e tão execrado pel@s ortopedistas virou regra do vestuário feminino formal - e só do feminino.

Você pode achar exagero, mas confirmo o comentário de outras mulheres aqui: DE FATO, os homens me tratam diferente quando estou de salto. Tipow, por quê? Só porque fiquei um pouquinho mais alta? Que babaquice.

Mim disse...

É moda, é status, é cultural. Acabo de ir a um baile de
formatura bem formal e na primeira hora de festa a grande maioria das mulheres de salto altíssimo. Depois disso, todas de pé no chão, com os pés sujos. Acho isso uma ignorância (além de um risco para a saúde e para acidentes). Entretanto, quando minhas irmãs viram que eu estava sem salto, todas me criticaram. Mas eu fui uma das poucas que continuou de sapato a festa toda. E, apesar de feminista, crítica e tal, quando cheguei na festa, me senti meio estranha mesmo...Infelizmente é verdade...a ditadura da maioria tem seus efeitos.
Ótimo texto! E lógico que li até o final ;>P
beijos
Helena

Anônimo disse...

Alguém aí disse: "Você pode achar exagero, mas confirmo o comentário de outras mulheres aqui: DE FATO, os homens me tratam diferente quando estou de salto. Tipow, por quê? Só porque fiquei um pouquinho mais alta? Que babaquice." Engraçado, quando estou de carro importado as mulheres também me tratam diferente...Que babaquice!

MCarolina disse...

Quando fazia estágio eu e minhas colegas gostávamos de ir a um restaurante meio longe e tínhamos que ir andando bem rápido para dar tempo de comer com calma. Tínhamos uma colega bem chatinha que queria almoçar com a gente, e conseguimos nos livrar dela porque ela usava salto. Não às vezes, ela usava sempre e dizia que nem conseguia colocar um tênis no pé. O resultado é que ela andava extremamente devagar na rua. Nós dizíamos que tínhamos que ir rápido, e ela acabava não indo. Obrigada sapatos de salto.

Anônimo disse...

A tradição de a mulher se adornar, vem desde os primordios da humanidade, a competição entre as femeas pelo macho de maior capacidade, sempre foi um meio de sobrevivencia entre elas, mas hoje em dia não tem mais cabimento este comportamento, visto que mulher ocidental e emancipada e independente, para que isto então ?
Qual o objetivo de tamanhos sacrificios, e atte multilações para atrair a atenção do sexo masculino ?
contem comigo: furar orelha,maquiagens quimicas, salto alto, alisamento e tinturas de cabelo, depilações, lipo aspirações,e por ai vai.
A mulher feminista de verdade não deveria abrir mão total destes artificios,visto que a atenção do masculino não lhe e mais importante ?

Rainha Frágil disse...

Assim, eu hoje não posso mais usar salto por causa de um acidente. Mas, ó, que saudadeeeeee! Adoro. Primeiro porque eu sou baixinha, e um salto 15 faz milagres. Parei porque sentia dores e , aí sim, era algo que eu fazia com prazer. Quando não teve mais prazer, parei. Eu não acho que a mulher usa saltos para arranjar marido. O salto é como um espartilho , muda a sua postura quando usa e deve fazer o mesmo efeito de quando um homem veste gravata e terno em uma cidade quente como Fortaleza. De alguma maneira, que não sei como explicar, os saltos me enchem de coragem para os negócios, como empresária muitas vezes preciso lidar com situações delicadas, negociações difíceis, e estar em cima de um 15 me dá a sensação de "estar podendo" ,rs. Essas exigência para mim são mais profissionais do que afetivas. Você negociaria com um gerente de banco que te atendesse com bermuda e camiseta regata? Não há muita opção para os homens, né? Mas as mulheres podem estar socialmente preparadas com uma rasteirinha bem bonita também. Até as sandálias havaianas já são permitidas... Só o tênis que acho de mau gosto. Mesmo.

Fernanda Somenauer disse...

Acho engraçado quando falam de salto.
Eu demorei muito pra "virar menina" pq desde criança gostava mais de coisas de moleque, mas lá pelos meus 14 pra 15 anos, resolvi vestir uma saia pela primeira vez. Antes disso só usava bermuda e tênis, mas daí comecei a usar salto. E não era pouco.
Anos depois, meu primeiro emprego, tive que começar a usar botas por causa do serviço.
Passei a ter dores na coluna, nos calcanhares, vasinhos nas pernas, coisas que nunca tive em mais de 6 anos de salto alto, correndo, batendo perna o dia todo...
Mas que os pézinhos de lótus são feios, ah, isso são! E que trabalho devia dar pra manter limpas e secas aquelas dobrinhas! Que chulé devia dar!!!
=P

Lud disse...

Eu já usei salto todo dia, já achei lindo, essas coisas todas. Aí comecei a ler a Lola e parei =). E sou muito mais feliz, sério. Porque meus pés não doem, nunca.
Vou a todo tipo de evento, inclusive casamentos e bailes, de sapatilha. Sou baixa mesmo - e daí?
E também não ligo a mínima para o que as outras mulheres estão usando/vestindo. Deixei de ser fashion police, huahuahua.

Moema L disse...

Mas não que isto importe pra vocês feministas lesbicas

hahahahaha Criatividade pra que né minha gente?

Puxa mascuzóide por que será que eu não estou surpresa com o seu QI de ameba?

Uma mulher não querer transar ou mesmo sair com você não faz dela lésbica, e sim sensata,uma mulher equilibrada e mentalmente normal.

Anônimo disse...

Salto alto tinha que entrar na categoria "body modification" junto com alargadores de orelha, linguas bifurcadas, tatuagens e implantes de silicone.

* disse...

Eu até curto usar salto alto, mas em ocasiões específicas. No dia a dia, prefiro tênis, sapatilha e chinelos, mas quando posso prefiro ficar descalça mesmo (para o horror da minha mãe). Cresci ouvindo diversos mitos (que eu ia ficar com um pé gigante se não andasse calçada). Fui desestimulada a usar salto por causa da minha mãe (que teve muitos problemas no pé pelo uso de salto alto).

Sara disse...

anon 9.42hs não dependemos mais de um macho p sobreviver, mas um parceiro legal muito me interessa sim, por isso eu capricho na produção pra conquista-lo , mas não estou disposta a fazer sacrificios p isso.

Ju disse...

Não consegui ler sem lembrar do musical Era uma vez Grimm onde a madrasta corta o dedinho de uma filha e o calcanhar de outra porque "não vai fazer falta, nobres não precisam nem andar". Acho que como nobres que não tem que andar são bem raros hoje em dia, não faz mais sentido cortar o dedinho para agradar o príncipe, hein?

Priscila disse...

Anônimo disse...
Alguém aí disse: "Você pode achar exagero, mas confirmo o comentário de outras mulheres aqui: DE FATO, os homens me tratam diferente quando estou de salto. Tipow, por quê? Só porque fiquei um pouquinho mais alta? Que babaquice." Engraçado, quando estou de carro importado as mulheres também me tratam diferente...Que babaquice!

27 de dezembro de 2012 09:23

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O "alguém" fui eu, fofura. De fato, uma mulher que te trata diferente por causa do carro que você tem é uma TREMENDA babaca. Meu bem, você é feminista e não sabe. ;-)

Cora disse...


"Anônimo disse...

Já ouviu falar de ampalangue? Pois é, senhoras sofredoras...

26 de dezembro de 2012 13:32"

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gente! tô boba aqui!

quando que este tipo de piercing se tornou uma imposição cultural/social?

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e uma dúvida, galera. esse pessoal que não entende um texto e muito menos um contexto cultural/social é estúpido mesmo ou só gosta de parecer estúpido?

deve ser um tipo de fetiche. frequentar blogs de debates sérios demonstrando estupidez. tem gosto pra tudo nesse mundo.

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ainda estou fora do debate, lendo esporadicamente o blog e mal acompanhando os comentários, mas não resisti a esta pérola!

Anônimo disse...

Eu gosto de salto, faz eu me sentir mais mulher. O que eu não gosto é do exagero, não precisar usar todo dia em horas seguidas... Acho que algumas mulheres exageram, mas esse não é a questão na matéria, é as cirurgias que as algumas estão fazendo. É como vc mesma disse, não é muito certo fazer cirurgia nos pés só pela aparência. Se dói na mulher usar salto, não use então, quem tiver achando ruim que ache :P
Agora como tem trabalho que pedem mesmo o salto, acho que na hora que a mulher sentar na sua mesa, ela tirar os saltos sem os outros veem.
Enfim, eu ainda sou nova ainda, só acho que as coisas precisam ter um meio-termo.