quarta-feira, 30 de maio de 2012

GUEST POST: GORDOFOBIA QUE VEM DE CASA

Antes e depois: Sou gorda. Me deixe em paz.

M. é muito autoconfiante, mas me enviou este email cheio de perguntas difíceis. Quem não acredita em gordofobia deveria ler seu relato duas vezes. Quero lembrar que há diferença entre discriminação e preconceito. Discriminação é algo mais tangível, como não contratar uma pessoa por ela ser gorda (o que de fato acontece, mas é dificílimo de provar). Preconceito é o que a gente vê nas caixas de comentários daqui sempre que toco no tema da gordofobia. Inclusive, negar que gordofobia existe é um tipo de preconceito. Fiquem com o relato da M.

Eu sou uma garota de 20 anos gorda. Nasci gorda e assim sou desde então. Obviamente, eu sou muito mais que isso. Estudo jornalismo na melhor instituição do país na área (ou pelo menos é o que me fizeram acreditar), falo inglês fluente com todos certificados de Cambridge possíveis e espanhol com todos certificados de Salamanca e mais um monte de outras coisas que as pessoas dizem ser muito importantes. Além disso, eu sou gorda e bem resolvida. Olha que absurdo!
Nos últimos meses, fiz o processo seletivo de duas grandes empresas de comunicação desse país e fiquei entre os finalistas em ambas. Por razões que desconheço, não fui chamada para trabalhar em nenhuma das duas. Sofri, claro. Mas preferi encarar como coisas da vida.
Acontece que, para minha família, uma explicação assim não basta. Afinal, com tanto dinheiro investido em intercâmbio, viagens para Europa, aulas disso e daquilo, ser chamada por essas empresas era o óbvio. Então, foi impossível que não fosse constatado o seguinte problema: é porque eu sou gorda. Não serei ninguém enquanto não emagrecer.
Meu pai fez questão de imprimir inúmeras pesquisas falando que ninguém quer contratar gordos. Minha mãe me implora todo dia para eu emagrecer. Diz que é saúde. Agora, eu nado cerca de 10 km facilmente no mar sempre que vou à praia, não consigo me ver como alguém sem saúde.
Então, mando esse e-mail como um desabafo: será que é uma tristeza tão horrível ter uma filha gorda? (Leia-se 75kg e 1,60m). E será que essa sociedade chegou nesse nível de podridão na qual uma pessoa, por mais capacitada, articulada que seja, não tem a chance de competir de igual para igual com as outras por questões estéticas?
Outro dia perguntei para minha mãe (a mulher que me ensinou a buscar independência, a não aceitar que nos limitem por gênero, cor ou etc) o que ela faria se eu fosse negra ou pessoa com necessidades especiais. Perguntei se ela pediria para eu embranquecer ou nascer de novo, nos moldes ditos perfeitos. Ela disse que não. Então eu lhe perguntei: por que eu tenho que emagrecer para agradá-la? Ela não soube responder ao certo.
Eu namoro um cara ótimo, tenho muitos amigos, sou super vaidosa... enfim, não faço do meu peso muleta para nada. Entretanto, parece que isso incomoda muito algumas pessoas ao meu redor. Na cabeça delas, eu TINHA que estar me esforçando para emagrecer. Não consigo compreender essa lógica. Por que eu deveria estar infeliz comigo mesma?
Espero que esse e-mail não seja muito maluco e sem sentido... é só que já me sinto íntima e queria dividir um pouco dessa história de preconceito que vem de casa.

261 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 261 de 261
Anônimo disse...

22:57, parece que a insulina é o grande vilão da longevidade e da obesidade.

Eu como muito mas tudo baixo carbo. Pra falar a verdade, não aguento mais comer muito. Só quando a comida está encharcada de gordura, como uma batata de forno que eu faço. Não é à toa, né?

Anônimo disse...

Eu como doce também, mas não posso passar da conta por dois motivos: depressão e tontura tipo labirintite.

Anônimo disse...

23:11 - então... eu tenho histórico de câncer na família (mãe morreu disso) e sei que a insulina pode acelerar crescimento de algum tumor. sim, vivo sob o pânico do câncer e meus médicos apoiam o tipo de vida que eu tenho (já tinha antes de ela ter tido o diagnóstico).

curiosamente, ela era magra e comia de tudo. e eu enchia o saco dela pra ela comer direito, se tratar... nunca quis pq não era gorda e achava que não precisava.

meu pai, que é 5 anos mais velho que ela, tá inteirão, a mulherada vive dando em cima e ele malha até hoje. todo bonitinho na academia. antes de minha mãe morrer, uma vendedora de uma loja perguntou se minha mãe era mãe dele (e minha vó). era magra, nunca achou que precisava se cuidar... teve fim horrível, sofreu muito.

não quero impor meu estilo de vida a ninguém,mas não quero morrer como ela morreu. meus médicos já disseram que evito muita coisa fazendo o que faço. tem uma parte genética que não posso controlar, mas sei que não estou acelerando nada e estou prevenindo algumas coisas. prefiro um tiro na cabeça a ficar como ela ficou. tenho pesadelos até hj com o buraco na barriga dela...

Anônimo disse...

23:16 - treinar me ajuda muito com isso da depressão. MUITO. aliás, me faz ter vontade de viver. essa tontura aí com doces não é hipoglicemia reativa, não?

Anônimo disse...

Putz, sei como é, 23:11. Dá pra melhorar ainda mais suplementando vitamina D.

Anônimo disse...

bom, pode ser sim, mas o fato é que está comprovado que a causa da labirintite é o açúcar. E eu que tinha uma crise atrás da outra, não tenho mais com os níveis atuais na minha dieta.

Eu não gosto de treinar. Não gosto do clima da academia. Infelizmente não é minha praia. :( Sei que estou perdendo com isso.

Anônimo disse...

Esse negócio de magro comendo de tudo e errado é terrível mesmo.

Anônimo disse...

23:25 - eu sempre fui a nerdzinha míope que odiava exercícios. na verdade, aquela coisa do clima de academia é meio que mito. tem gente de todo jeito. tem eu (vida acadêmica), tem juízes, professores, policiais, marco maciel (HAHHAHAHAH, juro!), gente obesa, tem uma tiazinha fofa que acabou de se salvar de uma pancreatite e tá lá, toda melhorando - sou amiga do personal dela e morro, quase choro qdo vejo ela evoluindo, melhorando postura... tem de tudo. mas, se não gosta e qeur fazer algo, pode fazer outra atividade fora de academia...

academia foi muito importante pra eu me aceitar. descendente de alemães, branca demais, cabelo meio ruivo enrolado... quase 1,80. e minha mãe só falando mal do meu corpo, que eu era gorda, que eu era feia. e eu nunca fui gorda, mas meu biotipo não é de modelo, sou forte. meu ortopedista que me mandou pra academia e eu chorei na época.

agora vou pra academia pra não me matar. segura meu humor, parece que bebi. aquela coisa das betaendorfinas e tal.

Anônimo disse...

Bom, eu segurei a academia até quando deu. Meus joelhos e pés começaram a doer, eu comecei a restringir os exercícios até a hora em que vi que não estava fazendo é nada. Também não consegui trocar gordura por músculo. Senti mais fome e dificuldade em manter o peso que eu quero.

Anônimo disse...

Mesmo assim, acho que estou colhendo os benefícios de todo o exercício que fiz durante a vida. será que tem algo a ver?

Marina disse...

Lola, sou leitor@ assídua do seu blog e adoro suas postagens, mas hoje venho aqui pedir que você me ajude a denunciar essa página no facebook que possui um conteúdo absurdo (e mais de 60 mil seguidores...) com direito a misoginia, homofobia e fascismo!
Segue o link http://www.facebook.com/OrgulhoHetero.Brasil?ref=nf atenção para algumas imagens http://www.facebook.com/photo.php?fbid=368392443224784&set=a.286153834781979.71695.275406545856708&type=1 e http://www.facebook.com/photo.php?fbid=368250519905643&set=a.286153834781979.71695.275406545856708&type=1&theater Já venho denunciando essa página a exaustão, mas nada é feito! Precisamos de uma campanha maior para tirá-la do ar de uma vez.

Anônimo disse...

23:45 - tudo depende do programa que foi feito pra vc. eu passei a ir pra academia pq meus joelhos saíam do lugar. era dor de desmaiar. síndrome patelofemoral, etc. aí fiz um trabalho de paciência e fortalecimento das coxas e hj em dia até me esqueço de que tenho essa síndrome. sou uma das mulheres mais fortes ali. acho que uma das duas. hahahah.

e sofro preconceito por ser forte. ai, meu deus, o povo tem preconceito contra tudo! qdo tenho que fazer algo ligado ao governo, vou sempre de manga até o cotovelo pra disfarçar os bíceps. tenho que ficar provando sempre que não sou burra. aí tem dias que escondo a marombice toda.

Anônimo disse...

23:47 - sim, tem... o corpo agradece. a mãe do caetano veloso tava fazendo pilates, acho. pela qualidade de vida, pra não perder músculos... exercícios são como poupança.

enfim, desvirtuamos horrores. vou nessa. beijo.

Anônimo disse...

Ok, bom bater papo com você.
Até mais.
Bj:)

Unknown disse...

Olá,
Primeiro queria falar que não acho 75kg para 1,60m gordo, talvez acima dos padrões impostos, mas nada ainda que afete sua saúde, e mesmo que afeta-se, é sua vida, o importante é esteja bem consigo mesma.
Segundo, quanto ao preconceito das empresas, sigo uma regra: se aqui cometem esse tipo de discriminação (qualquer uma que seja, se encaixa), então sou eu que não quero trabalhar aqui. Se você tem um bom currículo e é uma boa profissional, quem estará perdendo são essas empresas.

Anônimo disse...

Existe muita discriminação contra os homens magrelos, também. Há uns anos atrás eu era MUITO magro. Muito mesmo. E as pessoas não tinham o menor pudor em me zuar, fosse na escola, na faculdade, ambiente de trabalho. Até desconhecidos comentavam, na cara dura, sobre minha magreza. Isso sempre me deixou muito chateado. Sinceramente, se eu não sofri tanto quanto um gordo, sofri quase tanto. Até que fui a um médico, fiz uma dieta absurdamente calórica e engordei 15 kg. Ganhei até um pouco de barriga. Mas, em seguida, comecei a fazer musculação (E levar a sério). Hoje tenho o corpo que a maioria dos homens almeja ter, com músculos e definição. Minha vida mudou muito desde então. Sou muito mais respeitado. As pessoas passaram a me levar muito mais a sério.

Mudei 50% por mim, 50% por pressão da sociedade. Peguei gosto pela atividade física e musculação. Me dá muito prazer cuidar do corpo e me sentir mais bonito. Confesso que, depois que passei pro outro lado, passei a ter pensamentos preconceituosos contra gordos e magrelos. Você começa a se sentir muito importante por ter "chegado lá", por ter se esforçado muito. Acredito que isso aconteça com as gordas que emagrecem e ficam "esculturais", também. É complicado. Temos que nos controlar pra não ficarmos imbecis como os que nos maltrataram no passado. Não falo mal do corpo de ninguém, nem comento nada. Cada um, cada um. As pessoas não merecem ser julgadas pelo corpo que tem, independente da forma.

Helena disse...

Uma coisa que acredito que pese muito na auto-aceitação das pessoas é a questão das lojas de roupa. Não me refiro à alta costura, mas lojas como Renner, C&A etc. Posso estar enganada, mas acho que de uns anos para cá as formas de roupas vêm diminuindo.
Eu tenho 1,65 e peso 60kg, nunca fui considerada nem acima do peso (apesar de uma barriguinha, claro) e muitas vezes quando compro blusas meu tamanho é G.
PORRA. Se eu visto G tem muita gente muito maior que eu - eles vestem o quê?
Claro, tem as lojas de tamanhos especiais, mas acredito que afunde bastante a auto-estima da pessoa não encontrar roupa em loja "normal", principalmente adolescentes que naturalmente não são muito confiantes. Na minha opinião esse fator é um dos que mais leva pessoas a dietas mirabolantes e até distúrbios alimentares.

Nesse comentário eu me refiro principalmente a mulheres, porque as roupas masculinas geralmente são mais largas e não apertam tanto.

Anônimo disse...

.... academia foi muito importante pra eu me aceitar. descendente de alemães, branca demais, cabelo meio ruivo enrolado... quase 1,80. . . . agora vou pra academia .... 30 de maio de 2012 23:37

e outras sofrendo por serem negras, pardas, mulatas, morenas escuras, morenas claras, cabelo enrolado, cabelo eriçado, cabelo crespo, que coisa! é muito sofrimento ter nascido da raça humana!
Omelete

Anônimo disse...

"é muito sofrimento ter nascido da raça humana!"

só agora vc percebeu isso? ou vc acha que existe alguém que nunca sofre? mesmo por motivos que vc não ache importantes.

Anônimo disse...

Sou a autora do guest post e só queyeria contar que no fim, me chamaram para uma das vagas ( escrevi o email pra Lola faz tempo). O quee comprova que meus pais estavam errados. Quando escrevi o post, meu intuito era realmente levantar a questão da família, porque era isso que mais me chocava. Infelizmente meu pai continua lembrando que eu psso ainda ser vítima do preconceito a qualquer momento. Àqueles que insistem em dizer que gordo não pode ser feliz, só posso dizer que estão redondamente engand@s. Gostaria de agradecer muito, lola, pelo espaço que você cedeu.

Anônimo disse...

aêêêê!!!! parabéns. agora vc paga a cerva da galera aqui. hahahahah.

M disse...

Eu estou acima do meu peso. tenho1,62 e peso 79 quilos. Já pesei mais, já pesei menos. Sou bastante encanada com meu corpo. Mas tenho plena consciência que essas "encanações" vão além de quanto eu peso.
Crescendo como gordinha, aprendi a me retrair e resguardar. Tenho sempre medo de estar sendo julgada pela minha aparência. Como a M do relato, nunca sei se a coisas acontecem (ou não acontecem) por alguma razão ou apenas por meus quilos a mais. Só sei que hoje gostaria muito mais de ser alguém mais segura que ser alguém magro.

Anônimo disse...

Anônimo disse...
só agora vc percebeu isso? ou vc acha que existe alguém que nunca sofre? mesmo por motivos que vc não ache importantes.
31 de maio de 2012 01:09

poisé, percebi somente agora lendo que umas sofrem por serem brancas e outras sofrem por não serem brancas; umas sofrem por serem gordas e outras sofrem por terem cabelo carapinha ou armado ou enrolado ou ou ou...; umas sofrem por sei lá o quê e outras sofrem por que será? e seu sofrimento qual é?
Sofrer Alheio

Anônimo disse...

"e seu sofrimento qual é?"

saber que tem gente com tanto tempo ocioso que precisa vir num post em que coisas sérias são discutidas só pra avacalhar. me vende umas horas aí.

Helena disse...

Anônimo das 02:02, aprenda a assinar seu comentário quando resolver ser um cuzão.

Anônimo disse...

Homens são:
COMO CAFÉ…Os melhores são ricos, quentes, encorpados e te mantém acordada toda a noite.
COMO AS GELADEIRAS DE ISOPOR…Encha-os de cerveja e poderá levá-los para onde quiser…
COMO AS COPIADORAS…Só servem para reprodução…
COMO OS APARELHOS PARA SECAR CABELOS…Estão sempre quentes e enroscados em teu cabelo.
COMO OS SAPATOS DE SALTO…Se forem feitos sob medida são fáceis de usar.
COMO O RIMEL… Correm à primeira lágrima.
COMO CARROS USADOS… Fáceis de ter, baratos e nada confiáveis.”

O deprezo feminino pelo homem é tão grande, que muitos homens sofrem de depressão por não agüentarem tamanho desprezo das mulheres.
Isso ocorre porque a mulher desenvolve desde a infância um profundo complexo de superioridade.
A mulher também tem um certo complexo de inferioridade em relação ao homem, a mulher nutre sentimentos ambíguos a esse respeito.
Mesmo se sentindo inferior ao homem em alguns aspectos, o complexo de superioridade da mulher é mais forte(ver post “O complexo de inferioridade feminino).
Os motivos que levam a mulher ter esse complexo de superioridade frente ao homem tem várias causas.
A causa principal é o fato de que a mulher não se importa com o corpo do homem.
Se elas se importassem com o corpo masculino, veríamos mulheres chorando por homens pobres e sem poder da mesma forma que vemos diariamente mulheres esperneando porque foram dispensadas por homens famosos, ricos e poderosos.
Outro motivo da desvalorização brutal do homem é a imensa vantagem que a mulher possui no “mercado” sexual.
Se uma mulher quer sexo ela só precisa abrir as pernas e pronto!
Elas não precisam gastar pra conseguir sexo.
A mulher gasta muito dinheiro com produtos de beleza pra competir com as outras mulheres e não porque dependem disso pra conseguir um homem.
Mas se um homem quiser chamar a atenção das mulheres ele precisa ser musculoso, ter grana e carro, o homem por si só não vale nada hoje.

Ilari disse...

É desse jeitinho comigo. Sempre fui mais cheinha, sempre. Só fui magrinha quando criança isso até, sei lá, oito anos. Mas minha família não cansa de falar em como sou gorda, que preciso emagrecer, parar de comer, que como muito, que só como besteira. E quando eu digo pra pararem que eu sou feliz assim é que sou chata, que não escuto, inconsequente. Que só escuto o que quero. Que eles estão falando isso pro meu bem... etc etc etc e horas de brigas, de gritos. E sempre sou eu a chata e a errada por ser gorda e até gostar. Mas isso afeta. Eu digo que não me importo e eu realmente não me importo. Que sou gordinha e gosto de ser. Mas ffica gravado na pessoa sei lá. E constantemente me olho no espelho e fico arrasada. Quantas vezes já ouvi: Você é bem feita! Se fosse magra ia ser tão linda. E concordar! Eu concordo. Mas não consigo fazer dieta, não consigo fazer exercício físico. Fica só essa ideia me martirizando, me maltratando. Aí vem a dúvida de minha certeza de gostar de mim do jeito que eu sou. hehe

Anônimo disse...

Lola isso não acontece só em empresas que contratam, sofro isso a muito tempo e só recentemente consegui identificar o que era... É triste pq no fundo eu sei que nunca quis acreditar que alguem não poderia me aceitar como eu me aceito. É no mínimo estranho eu me achar bem comigo mesma e ninguem mais aceitar...
Sou contra várias convenções sociais, e além de questionar quase tudo, em historiadores isso é meio que nato, resolvi para agradar minha mãe que me ama como eu sou, me casar na igreja, eu sou contra igreja mas ela acredita e eu gosto de ver ela feliz, mas quando fui olhar um vestido simples, pra alugar mesmo pq nunca mais vou usar vestido de noiv, a moça me olha com cara de poucos amigos e diz: "Olha toda noiva que conheço faz dieta pra ter o vestido ideal" eu só consigo dizer: "Eu não penso como a maioria". E nisso eu fui procurar outra alternativa, pq aqui só existem 3 lojas de vestidos né, eu logo imaginei que o pensamento era meio que normal em todas e eu descobri que pra vc usar um vestido algumas horas vc precisa perder peso, passar dias experimentando e escolhendo e o pior, só pra tirar foto eu não quero emagrecer, nem quero dieta, eu só queria agradar minha mãe, a sorte é que eu encontrei uma loja onde uma dona gordinha igual a mim me deu uma linda idéia e ela propria vai me ajudar com o vestido pqe ela me disse que se o meu marido, que já vivo com ele e sou casada no civil, me ama como eu sou eu não vejo problemas em continuar gorda, não disse pra que o importante pra mim é eu me amar como eu sou, mas enfim, o inferno mesmo Lola é o tal casamento religioso, nem tanto as ladainhas e promessas e tal, isso eu consigo ignorar e ser feliz, o pior é todo mundo querer que faça parte da mioria normal, quando nem eu mesmo quero fazer...

Anônimo disse...

Eu fico muito chateada com esse argumento de que as pessoas se preocupam com a saúde. Jura? Duvido!

Sou gorda, e minha família cobra muito para que eu emagreça. Quando digo que não me importo, falam que é por causa da saúde. Só que toda vez que vou ao médico sou elogiada, minha saúde vai bem, obrigada. Excelentes taxas nos exames de sangue, pressão sempre ok, ao contrário do meu pai, que embora esteja acima do peso não é tão gordo como eu, e tem n problemas de saúde. Só que ninguém fala nada pra ele do peso, nunca.

Sou asmática e sedentária, isso eu sei que é um problema sim, mas não tem nada a ver com o meu peso, mais ridículo é quando as pessoas tentam usar meu problema respiratório para justificar a cobrança em perder peso. Eles não querem que eu faça exercícios, eles querem que eu EMAGREÇA. Tanto que quando comecei a fazer natação há um tempo atrás, ouvi críticas porque segundo eles, natação não emagrece. Oi? Quem disse que a intenção era essa?

Sou cobrada para emagrecer pq teoricamente sou "bonita", e é uma pena ser gorda. Se fosse "feia" não tinha problema? O que é ser feia? O que é ser bonita?

Tenho tantos, tantos problemas a resolver na minha vida e fico muito triste quando as pessoas querem me dar mais esse problema: que sou gorda e tenho que emagrecer. Que gostar de comer é um problema.

Tão difícil assim cada um cuidar da própria vida?

Triste.

N.

Anônimo disse...

"Mas agora resolvi que não quero mais, vou fazer uma bariatrica daqui no máximo 1 ano, to só esperando a carencia do plano de saúde de completar. "

Parabéns pela sua decisão, eu já fiz bariátrica também (deixei meu depoimento aqui já, em anônimo) e você também vai chegar à conclusão que perdeu um tempo enorme na vida sendo uma gorda infeliz.

Tem gorda feliz sim, mas não era o meu caso e também não é o seu.

Conselho insolicitado: você não opera de um dia para outro, tem todo um procedimento envolvido que engloba parte médica e psicológica também, porque não adianta nada você operar, perder 15 kgs em um mês (e é assim que acontece) e dali a pouco estar batendo bisnaguinha com leite condensado pra tomar de canudinho (sim isso acontece também). Vai engordar tudo de novo, devagarinho mas vai. A parte psicológica você não precisa esperar um ano de carência, já pode ir correndo atrás e avisa que é com essa finalidade que já te encaminham para o profissional certo, não é todo psicólogo que está apto a lidar com gordos em processo de emagrecimento.

A cirurgia opera APENAS a sua parte gástrica, mas o que manda é a cabeça mesmo e essa você pode e deve já ir tratando desde já para, assim como eu, chegar daqui uns anos no peso que vai te deixar feliz e realizada.

Aproveito pra deixar outro conselho insolicitado: a operação para retirada de excesso de pele TEM QUE SER COBERTA PELO PLANO, não é procedimento estético puro e simples. Caso eles coloquem obstáculos, você precisará de um advogado que lhe consiga uma liminar. É bem provável que você precise, dependendo do teu plano... já vai se informado sobre isso e NÃO DESANIME NUNCA!!!! Essas coisas são meros obstáculos, nunca impedimentos completos.

Parabéns pela sua decisão.

Lembro até hoje quando consegui entrar em uma calça 40 e ficar folgadinha... eu chorava de felicidade igual a uma criança. Você vai chorar de felicidade também um dia, pode apostar.

Bjo e tudo de bom pra você!

Anônimo disse...

"o inferno mesmo Lola é o tal casamento religioso, nem tanto as ladainhas e promessas e tal, isso eu consigo ignorar e ser feliz, o pior é todo mundo querer que faça parte da mioria normal, quando nem eu mesmo quero fazer..."

Quando eu casei ainda estava gorda e claro que nada entrava em mim, ou quando entrava eu mais parecia uma pilha de sacos alvejados. A alternativa era pagar uma costureira para fazer um vestido sob medida, que na época era uma fortuna. Então não casei no religioso, só no civil e meu almoço de casamento foi em uma churrascaria. Quer saber? Foi muito melhor do que ficar vendo fotos odiosas depois e tendo gasto um dinheiro desgraçado só pra agradar aos outros... repensa aí que dá tempo.

Anônimo disse...

"Uma coisa que acredito que pese muito na auto-aceitação das pessoas é a questão das lojas de roupa. Não me refiro à alta costura, mas lojas como Renner, C&A etc. Posso estar enganada, mas acho que de uns anos para cá as formas de roupas vêm diminuindo. "

Não você não está enganada. Eu tenho uma calça jeans 46 do tempo da adolescência, e se você pegar essa calça 46 de antigamente e colocá-la embaixo de uma 46 "moderna" a diferença é brutal, uns 4 dedos no mínimo, posso até postar umas fotos aqui para vocês compararem.

Anônimo disse...

O deprezo feminino pelo homem é tão grande, que muitos homens sofrem de depressão por não agüentarem tamanho desprezo das mulheres.
Isso ocorre porque a mulher desenvolve desde a infância um profundo complexo de superioridade.


Tadinho do mascu, que dó, que dó!

Anônimo disse...

Tenho as mesmas medidas dessa moça do post aí e não me considero gorda, não tenho qualquer impedimento ou dificuldade para arrumar paquera e trabalho normalmente. Essa história de achar que tudo é preconceito e fobia já está ficando para lá de ridícula. Não passou porque tinha gente melhor: os assets a que ela se referiu, na área dela, são requisitos mínimos ao que eu saiba. E se quiser ver as caras dos aprovados em seleções desse tipo basta procurar no google "programa x trainee" "curso x de jornalismo" e vai ver que não tem nenhuma maravilha de beleza. A pessoa deveria focar em corrigir o que está falho na sua educação ou problema de personalidade, antes de apelar para "gordofobia".

Manu disse...

Vi muita gente falando de IMC por aí. Aqui tem dois links muito interessantes pra pensar na validade desse índice.

Flickr feito pra ilustrar porque IMC é enganoso

http://www.flickr.com/photos/77367764@N00/sets/72157602199008819/with/1463260554/

e porque é scientific bogus e não serve como medição direta de saúde e gordura corpórea

http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=106268439&sc=fb&cc=fp

Anônimo disse...

anônima das 31 de maio de 2012 11:45, ela já foi chamada para uma das vagas... se atualiza aí colega.

Anônimo disse...

O IMC é uma medida de referência altamente questionável porque não leva em consideração a massa muscular da pessoa, sua estrutura óssea e outros fatores. Serve como indicativo mas não como martelo do juiz pra determinar quem é gordo e quem não é.

Anônimo disse...

Agora, eu nado cerca de 10 km facilmente no mar sempre que vou à praia, não consigo me ver como alguém sem saúde.

Duvido que isso seja verdade com todas as minhas forças. Não por ser "gorda" (até porque nessas medidas aí ninguém é gordo, no máximo tem sobrepeso" mas simplesmente porque é muito difícil nadar tudo isso no mar (não compare com piscina, nunca) sem treinar todo santo dia competitivamente. Conta outra, fia.

Anônimo disse...

sério, GRANDE COISA se a história dos 10km é mentira, o guest post NÃO É sobre isso

Mas invalida todo o depoimento da guest poster e qualquer pena que se possa ter dela ter contado uma mentira tão absurda.

Anônimo disse...

anônima das 31 de maio de 2012 11:45, ela já foi chamada para uma das vagas... se atualiza aí colega.


Já me atualizei e continuo entendendo que a reclamação dela não faz o menor sentido. Certamente não era a vaga que ela pretendia, ou não teria gerado o post. Será que de um dia para o outro ela passou a estar "no padrão"? então a história da gordofobia não procedia: não passou nas seleções anteriores porque não estava adequada e não por gordofobia.

Anônimo disse...

75kg e 1,60m

===================

Amiga você não é gorda nem aqui nem na China, fikadika. Acima do peso, talvez, mas obesa não, jamais.

Sobre seus pais, bem vc tem 20 anos apenas mas já deve ter aprendido o seguinte: nem sempre eles estão certos. Nem sempre a gente deve escutar o que eles falam e nem sempre essa história de "errei tentando acertar" é válida. Se um médico lhe amputa a perna errada, ele também errou tentado acertar, e aí? Isso não é desculpa. Ignore-os e faça sua vida valer por si mesma e não pelo que eles pensam, até porque um dia seus filhos, se forem inteligentes, farão o mesmo com você. Um beijo e boa sorte na vida.

Anônimo disse...

"Já me atualizei e continuo entendendo que a reclamação dela não faz o menor sentido. Certamente não era a vaga que ela pretendia, ou não teria gerado o post. Será que de um dia para o outro ela passou a estar "no padrão"? então a história da gordofobia não procedia: não passou nas seleções anteriores porque não estava adequada e não por gordofobia."

o problema colega é que você não entendeu que o cerne do post é a gordofobia que existe DENTRO de casa, no caso, transmitida pelos pais preocupados com o insucesso da filha e atribuindo isso ao fato dela ser supostamente gorda.

Anônimo disse...

"Já me atualizei e continuo entendendo que a reclamação dela não faz o menor sentido. Certamente não era a vaga que ela pretendia, ou não teria gerado o post. Será que de um dia para o outro ela passou a estar "no padrão"? então a história da gordofobia não procedia: não passou nas seleções anteriores porque não estava adequada e não por gordofobia."

o problema colega é que você não entendeu que o cerne do post é a gordofobia que existe DENTRO de casa, no caso, transmitida pelos pais preocupados com o insucesso da filha e atribuindo isso ao fato dela ser supostamente gorda.

ENTENDI PERFEITAMENTE QUE OS PAIS DELA NÃO TINHAM QUALQUER RAZÃO. ENTENDEU?
A FAMÍLIA É IMBECIL, POBRE MENINA: ALÉM DE ACHAR QUE SUPERQUALIFICOU A FILHA AINDA CRÊ QUE SE O MERCADO NÃO ACHA IGUAL A CULPA É DA GORDOFOBIA.

É ISSO QUE ENTENDI. SE HÁ OUTRAS INTERPRETAÇÕES, CADA UM QUE FAÇA A SUA.

Anônimo disse...

manu, em qualquer academia, dá pra pegar um monte de gente com imc de sobrepeso e obesidade em gente magra. é bem isso mesmo.

nem meu endócrino me pesa. pra quê? meu peso vai ser absurdo pra uma mulher da minha altura. mas sou magra e com percentual baixo de gordura. e aí? né?

Lidiany CS disse...

Eu estava em uma aula de pós-graduação recentemente onde um professor que se dizia advogado e ex-gordo (fez redução de estômago) aproveitou-se de todos os dias de aula para falar mal de gordos.
Gordo não presta, todo mundo odeia gordo, gordo não vale nada e só serve de chacota, foi mais ou menos isso. Fiquei indignada msm pq havia uma menina acima do peso considerado ideal para ela na sala e ela não se manifestou, se fosse eu, ele ia ouvir poucas e boas!


FIQUEI RETADA! E decidi largar a pós esta semana.

Anônimo disse...

Uma coisa que me irrita nas revistas femininas é que, sempre que se fala de algum esporte ou modalidade, só se foca na paerda de peso e queima de calorias. Numa revista feminina, tinha uma reportagem sobre muay thai(boxe tailandes) e dizia que hoje, as mulheres procuram muito este esporte. Ai énsamos : ah legal, mulheres se interessando por lutas, bacana!. No decorrer da reportagem, dizia os motivos pelo qual o publico feminino vem aumentando: a grande queima calórica.

Anônimo disse...

me vende umas horas aí.
31 de maio de 2012 02:03

não te vendo as horas, tas dou já que vc é masoquista e procura minuciosamente onde encontrar sofrimento e sofre por pura bobajada, então continue sofrendo à vontade com as horas que te dou de graça pq se é para colaborar, estou colaborando com você!

Anônimo disse...

14:57

vc olha pro mundo achando que só é legítimo o sofrimento que vc acha legítimo, né? egocêntrico? ou deus?

Anônimo disse...

lidiany, largou por isso? ou foi a gota d`água? pq esse mané não merece vc largar um curso que ainda te interessa. eu reclamaria na direção.

anon 14:44 - verdade. e eu passei a vida toda tendo que me esquivar de homem que acha que eu treino pra atrair mais homens. aliás, dia desses tive que brigar com uma mulher na academia que me falou pra ir de cabelo solto pq tá cheio de homem solteiro lá. sério? tudo ainda muito voltado pra perda calórica, pra desenho de bunda e pernas, pra ideia de que uma mulher só treina pra atrair macho... enfim, ainda é um longo caminho.

Anônimo disse...

E isso começa desde cedo!
Tem uma revista voltada ao público adolescente que tb tinha uma preportagem sobre esportes/lutas. E só falava que perdia calorias, que desenha melhor o bumbum...

Nesta mesma revista, que, vamos supor, é lida por meninas de uns15 anos, tinha uma propaganda de absorvente, dizedo mais ou menos assim: naqueles "dias", eu adoro comer chocolate, é muito bom etc..mas claro que não vou me descuidar né?"

Eu sinceramente não sei em que mundo vivo, pq quando eu tinha uns 12, 13 anos não tinha essa neura não! Não pode comer isso, não pode sorvete , nada!

falando nisso, o que vocês acham daquele quadro do fantástico, Medidinha Certa?
Eu até entendo algumas coisas, mas não curti muito aquela festa de aniversário que fizeram pra umas das crianças. Tinha alguns brigadeiros, mas os lanches eram: espetinho de tomate, sanduiche de pepino, algo assim...

Anônimo disse...

15:34

eu não vi essa festa de aniversário, mas acho interessante misturar as coisas. no caso específico, eles estão dentro de um programa e aí a coisa meio que toma formas de exemplo, sei lá.

a coisa que achei positiva é que um dos menininhos é bem magrinho, não é? mas tava com colesterol alto, se não me engano. talvez isso possa mostrar que magreza não significa saúde, algo assim.

eu costumo gostar de coisas educativas, mas não sei até que ponto um quadro num programa semanal consegue educar alguém. pode até dar ideia de que criança não pode comer nunca nada de doce, etc.

qdo essa coisa é imposta, eu já acho errado. na minha casa, por exemplo, minha mãe amava comer rabanete. qdo eu era criança, eu amava ficar lá esperando ela descascar pra eu comer rabanete. não era forçado. eu roubava o sanduíche de pão integral com repolho e azeite que meu pai fazia pra ele... essas coisas. e doce acabava sendo pra sábado, que era o dia que eles faziam compras e aproveitavam e compravam chocolate.

nunca fui forçada a comer legumes e verduras pq eu já gostava, era o que tinha na minha casa.

no mestrado, eu usei revistas femininas pra falar de outras coisas. um negócio que discuti muito com a orientadora é bem isso que vc falou: a mulher é forçada a restringir TUDO - seu tamanho, alimentação, emoção... a mulher pode até comer, mas tem depois que se punir até anular o efeito do prazer.

Carol disse...

Meu pai é idêntico.
-Tô com dor de cabeça...
-Se você emagrecer uns 30 kgs as dores passam.

Aham, pai. Já não estou mais na fase do quando casar sara. Agora é "quando emagrecer sara"

Anônimo disse...

"ENTENDI PERFEITAMENTE QUE OS PAIS DELA NÃO TINHAM QUALQUER RAZÃO. ENTENDEU?
A FAMÍLIA É IMBECIL, POBRE MENINA: ALÉM DE ACHAR QUE SUPERQUALIFICOU A FILHA AINDA CRÊ QUE SE O MERCADO NÃO ACHA IGUAL A CULPA É DA GORDOFOBIA.

É ISSO QUE ENTENDI. SE HÁ OUTRAS INTERPRETAÇÕES, CADA UM QUE FAÇA A SUA."



se vc tivesse entendido isso logo de primeira, não teria escrito que:

Já me atualizei e continuo entendendo que a reclamação dela não faz o menor sentido. Certamente não era a vaga que ela pretendia, ou não teria gerado o post. Será que de um dia para o outro ela passou a estar "no padrão"? então a história da gordofobia não procedia: não passou nas seleções anteriores porque não estava adequada e não por gordofobia.

fico feliz em ter ajudado você a entender melhor as coisas, passar bem.

Yuri disse...

Falando de gordofobia, aqui vai um artigo bem legal da Clementine Cannibal chamado "Feminilidade Vitoriana e Cultura Anoréxica: a fome como repressão do monstruoso Feminino."
http://clementinecannibal.com/2011/11/25/victorian-femininity-and-anorexic-culture-starvation-as-the-suppression-of-the-monstrous-feminine-by-clementine-cannibal/

Giorgia Conceição disse...

Ol á, Lola e frequentadores do blog. Quero contribuir com a discussão. Sou uma mulher gorda e demorei para conseguir dizer ou escrever isso. Era como se eu simplesmente não pudesse falar essa palavra, e usava eufemismos, como "gordinha", etc. Aliás, a maneira eufêmica é a mais comum e uma das mais ofensivas de tratar qualquer preconceito. Já que faz parte do "depoimento", tenho mais ou menos 1,74m e mais ou menos 108kg (mas não sei direito, não costumo ficar conferindo os números sempre). Sou atriz e diretora de teatro. Sempre gostei de teatro e dança, mas optei por ficar nos bastidores porque não me sentia bem estando em cena, sendo olhada. Num momento da minha vida, decidi mudar isso, e tenho trabalhado como performer e atriz há alguns anos. Acredito que tenho conseguido trabalhar meu próprio entendimento sobre mim dessa forma, mesmo dentro desta profissão que costuma ser tão cruel com a aparência do corpo. Tenho discutido em meus trabalhos as possibilidades de ampliar a erótica, exibindo e experimentando possibilidades para os mais variados corpos. Acho que em casa, dentro da família, é um processo difícil mesmo de lidar com o preconceito. Mas até minha mãe (rsrsr) tem mudado vendo meus trabalhos. Ela me diz "ai, filha, não sei como você tem coragem". Ela está se referindo geralmente ao fato de eu estar nua, ou exibindo partes do corpo, ou me colocando como uma pessoa desejável. Seus primeiros comentários tinham um tom de crítica, mas ela vem dizendo "queria aprender a fazer como você". Que orgulho. Acho que a gente tem que aprender a se colocar, e isso ninguém vai fazer pela gente. E um posicionamento criativo, crítico, sem ressentimentos... Isso é complexo, porque lidamos com o próprio recalque, e muitas vezes com o sentimento de culpa por ser gorda. Observo também que tenho contribuído pra mudar algumas situações, sutilmente, e algumas pessoas à minha volta, amigos, artistas, etc. Isso me deixa muito feliz. E eu não pretendo estar feliz para "conseguir" ser magra. Não busco uma forma de me aceitar para então conseguir finalmente emagrecer. Não quero que todo mundo queira ser gordo também. Gostaria que conseguíssemos viver sendo diferentes, cada um com a expressividade e genialidade que lhe é peculiar. Ser magra não está nos meus planos...
Compartilho um pouco da minha produção, para quem quiser conhecer:
https://vimeo.com/user2765729
https://vimeo.com/26100893
www.walesaiconografica.wordpress.com

Grande beijo!

Giorgia

Luciene Asta disse...

Estou assustada lendo os comentários e vendo que as pessoas querem igualar obesidade à cor da pele. Sofrer preconceito por ser negro é igual a sofrer por ser obeso?! Claro que não gente ! Pelo amor de Deus ! Em que planeta voces vivem? A história do preconceito com os negros é antiga, vamos ler mais pra entender. Uma empresa prefere contratar uma magra a uma gorda imaginando N coisas: a obesa tem mais tendencia SIM a ter problemas de saúde - desde dores de postura (joelho, etc) até problemas decorrentes da má alimentação, a obesa com certeza terá menos disposição SIM ! Não aceito esse discurso de gorda feliz. Uma coisa é voce estar um pouco acima no peso tido como "normal", ok não concordo com isso. Não tenho que ser magra ! Mas obeso, quero que alguém diga que é feliz obeso. Claro que não.

Anônimo disse...

Concordo com vc Lola.
Vem mesmo, não só de casa mas como tbm da casa de parentes.

Camilla disse...

O fato é que ninguém se importa com a sua saúde e só querem transferir para você uma frustração que elas têm, simples assim. Seja feliz como é e, se não aceitaram você na empresa por estar acima do peso, dane-se. Muito pior seria se te aceitassem e depois ficasse aquela vigiada eterna e milhões de "conselhos" (indiretas) para você "melhorar".

Anônimo disse...

GORDOFOBIA EXISTE EXPLICITAMENTE E DEVERIA SER CRIME, PUNIDO RIGOROSAMENTE.
Um dia um FDP inventou que gordo não merece respeito e tem que ser taxado de feio, tem várias coisas que me revoltam, com por exemplo, dizerem que falam horrores por causa da saúde da pessoa,e desde quando humilhar e demonstrar ódio ajuda alguém a melhorar a saúde?? ao contrário só deixa a pessoa doente de verdade. É muita cara de pau, colocar uma pessoa no fundo do poço por ser gorda e depois ainda dizer que é preocupação com a saúde da pessoa, existe muito preconceito dentro de casa sim, outro absurdo é esse povo dizendo que gordo não presta porque não se controla na comida, e essas mesmas pessoas transam com cunhados(as), primos(as), vizinhos(as), com gente casada e ainda dizem na cara de pau que a carne é fraca,e não conseguiu resistir, mas um gordo que come demais ninguém perdoa a tal "carne fraca" e a falta de resistência diante da comida. Dizem que os gordos morrem primeiro, mas claro como alguém pode viver sendo tratado como a escória da humanidade?? As demonstrações de ódio explícitas fazem os gordos se sentirem oprimidos e revoltados, e isso provoca sim problemas cardíacos, ou seja,ódio e preconceito matam muito mais que obesidade em si. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, porém tão pouco tem o direito de pisar e massacrar os outros. Outra coisa que me revolta além da mídia que incentiva o ódio, são esses médicos dizendo que tudo quanto é doença é por causa da obesidade, muito leviano por parte deles, é muito fácil e cômodo ser médico assim, diagnosticar um infarto apenas atribuindo isso a obesidade, sem constatar se a pessoa tinha problemas financeiros, familiares,emocionais etc. qualquer coisa que possa ter resultado num infarto, diagnóstico assim qualquer um dá, claro que os gordos vão adoecer mais pois o lado psíquico da pessoa é muito influenciado para isso, eu tinha uma tia bem magra que faleceu aos 48 anos de AVC, e outros tios que são obesos e estão com 68, 67 e 65 anos, além de meu pai com 73 anos e obeso, isso sem mencionar esses jogadores de futebol com todo preparo físico,que morrem em campo, o corpo humano é muito complexo para afirmar que tudo é culpa da obesidade, ou melhor, culpa dos obesos, afinal não existiria obesidade se todos os seres humanos fossem anoréxicos, pessoas devem ser tratadas como pessoas não como objetos, chega de querer que mulheres sejam iguais a Barbie e que homens sejam iguais ao Rambo, se a pessoa tem predisposição física pra ser como esses personagens, tudo bem, mas querer obrigar que todos sejam iguais é desrespeitar a própria natureza, se Deus quisesse que todos fossem iguais teria feito todo mundo com a mesma cara,todos com a mesma altura e mesmo tipo físico, seríamos como bonecos pré fabricados.

Desabafo meu que com 1,87 de altura cheguei aos 153 quilos em setembro de 2006 e em janeiro de 2008 chegou a pesar apenas 90 quilos,e depois de tanta luta estou com 125 hoje por problemas puramente emocionais que me desviaram fazendo perder o controle da comida, mas quem pode me crucificar?? Cada um sabe onde dói o calo e dos próprios limites, o pior de tudo é ouvir horrores dentro de casa de quem poderia me ajudar. Ter um filho gordo é tão terrível assim ?

Gabriela Barbosa disse...

Detesto paranóia com magreza! Eu não sou nem magra(como as modelos) nem gorda(como Preta Gil e afins).Sou normal.Dizem que sou esbelta! Agora,que obesidade afeta a saúde,isso é fato e acho NORMAL a família se preocupar com a sua saúde e te incentivar a perder peso.Isso,na minha opinião,não é GORDOFOBIA!Gordofobia é quando uma pessoa que é capaz de exercer um determinado cargo,deixar de ser contratada só por ser gorda! Isso,não concordo de jeito algum! Outra coisa é deixar de ser amigo de alguém gordo ou deixar de amar alguém só porque a pessoa engordou!

Acho que tudo é como as pessoas falam! Acho válido conscientizar um amigo/parente obeso de que isso pode afetá-lo.Mas isso,com muito respeito e consideração,sem ofender!

Anônimo disse...

Oi! Foi muito bom ter encontrado essa página. SOu gordinha desde criança e morena. Todod dizem que sou bonita, realmente tenho um rosto e cabelos bonitos, e sempre fui aquela que todos dizem: AH, voce tem um rosto lindo, pq não emagrece?
Desde pequena minha mãe me levava a nutricionistas e deppois de adulta fui a algumas. Iniciava os tratamentos, emagrecia um pouco, mas em seis meses desistia, por serem procedimentos impalpáveis, de nenhum prazer de paladar. E quando eu digo que tentei de tudo, eu reralmente tentei de todo tipo de dieta. Já fiz academia, cooper e outros tipos de exercícios.Um dia eu percebi que eu deveria aceitar meu corpo como ele sempre foi... Foi aí que a família começou a me enfrentar, sobretudo a mãe (é sempre a mãe)
Ouvi as piores crueldades dela que vcs possam imaginar... Mas uma das piores, foi quando ela disse que eu tinha nascido morena como ela, que já era um ponto negativo, e ainda era pobre e pra piorar era gorda. Que eu não teria vez para nada. Aquilo ecoou na minha mente até a vida adulta. Depois, a desculpa era de que ela não ia me aceitar em casa (pois depois de alguns relacionamentos decidi não me casar) um filha doente porque era gorda.
EU não minto, entendo perfeitamente essa moça, pois é algo que passo hoje em minha vida. Tenho sucsso profissional,graças a Deus em minha profissão não dependo do estético prar ir bem, mas a opinião de uma mãe ou um pai é algo marcante. Mesmo que eu sinta que devo ir embora do cerco familiar, ainda não tenho condições para isso. Realmente quando a gordofobia vem da propria casa, é algo muito dolorido, pois é alguem que vc ama enfrentando a sua natureza, quem vc é. Isso me deixou com dificuldades enormes em me relacionar com outras pessoas, a fazer amizades, a me achar bonita. Espero que isso mude, ou que pelo menos as pessoas se acostumem com a ideia de que existe pessoas de todos os tipos.

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