Ontem recebi um email desesperado de A. Eu ainda não sei se A, que me mandou os emails, é que foi estuprada, ou se foi uma amiga dela. Mas não importa, o desespero e o desamparo são iguais. Tenho recebido vários emails deste tipo recentemente. Acompanhem e digam como podemos ajudar.
A: Uma das piadas dele durante a viagem foi relacionada a um post na internet de um assunto que envolvia estupro.
Ele tentou me agarrar uma vez no começo da noite, mas não correspondi, fiquei dura e me afastei. Mantive um certo nível de consciência a noite toda, somente perdi a noção quando estava voltando pra casa, no carro dele. Ele me ofereceu bebidas a noite toda.
Acordei com a pior dor que já senti, dentro do carro dele, mas ainda assim não consegui distinguir exatamente o que estava acontecendo, há quanto tempo ele estava ali. Lembro que saí do carro com tudo e que tive um ataque dos nervos em casa. Atirei todas as minhas coisas no chão, andei em círculos, chorei, gritei.
Após acordar no domingo, não conseguia entender ainda o que estava acontecendo. Sentia perfeitamente que havia sido abusada, mas me mantive na cama quase o dia todo. Com dores por todo o corpo, especialmente no ânus.
No dia seguinte ainda não sabia o que devia fazer, me esforcei para fazer o que tinha que fazer, mas passei o dia todo com muita dor por todo o corpo, principalmente para andar. Tive crises de raiva e de choro, enjoo e vômito. Mas ainda não havia me tocado o que realmente poderia ser essa situação.
Passei todo esse tempo sentindo culpa. Qualquer pessoa que eu dividisse isso consideraria que a culpada da situação sou eu, que bebi. Tive hoje um dia de muita dor e humilhação, sofrimento solitário que eu tenho certeza que pode durar pra sempre. Agora percebi que ele pode ter feito tudo isso de propósito, que já havia premeditado que se aproveitaria de mim. Ele praticamente me obrigou a sair com ele, disse que passaria em casa e ficou me rondando para ver se eu estava me arrumando. A princípio eu não tinha a intenção de sair, tentei desconversar, mas ele insistiu. Já conversávamos a um tempo pela internet, porém nunca havíamos saído, tínhamos amigos e eu não tinha planos. Acabei cedendo.
Estou desesperada, passei o dia de hoje me esforçando a fazer minhas coisas. Esta semana era uma semana crucial para minha vida profissional. Apesar de todas as crises que tive e dor, eu tentei de alguma forma não perder o foco. Sentia que isso não ia dar em nada e botaria tudo a perder se me rendesse. Sou alguém que sofre de depressão e de certa forma já está acostumada a viver em meio a dias cinzentos. Mas conforme o dia ia passando a dor só ia piorando. Tudo que vejo agora é que perdi o dia útil seguinte ao abuso e com isso se foram provas e tempo. Como vou conseguir resolver qualquer coisa no feriado?
Só preciso saber se eu posso ter razão. Não estou conseguindo me comunicar com ninguém no momento. Passei o dia fingindo estar cansada, doente, sumida, quieta. Só sei que de uma forma ou de outra estou entrando em profunda depressão. Tenho renda para cobrir um advogad@, preciso de ajuda.
Escrevo em meio a lágrimas.
Eu respondi: Não conheço muitos advogad@s, muito menos que lidem com estupro. Mas posso perguntar. Em que cidade do Brasil isso aconteceu? Acho que seria melhor ter um advogado da mesma cidade.
Não sei se esse relato aconteceu contigo, mas é importantíssimo que a vítima faça um exame de corpo de delito e denuncie. Não deixe o caso "pra lá". O estuprador precisa ser criminalizado e punido. Já recebi vários emails com relatos quase idênticos e em todos as vítimas não denunciaram, por estarem com medo e não terem certeza do que aconteceu. E em todo os casos o estuprador entrou em contato com elas pouco depois para dizer que não sabe o que aconteceu, o que deu nele... Parece que é mais pra checar mesmo se a vítima vai ou não denunciá-lo, porque o cara SABE que foi estupro. Isso daí vale como prova também. Portanto, se ele entrar em contato por email, msm ou telefone (ao vivo é perigoso), a vítima pode tentar fazer perguntas, tirar mais informações, para que ele chegue perto de uma confissão. Grave a conversa, que ela pode ajudar no processo.
É importante também que a vítima não culpe a si mesma. Isso podia ter acontecido -- e acontece -- com qualquer mulher. Aliás, este tipo de estupro, cometido por conhecidos da vítima, é muito mais comum do que o clichê do estupro que todas somos ensinadas a temer (o estuprador desconhecido numa rua escura e deserta). E é também o tipo de estupro que raramente é denunciado, porque a mulher se sente culpada e com medo, já que conhece o estuprador. Esse tipo de estuprador não costuma estuprar apenas uma conhecida ou amiga, mas várias. Vou publicar um artigo na semana que vem que fala desse tipo de estuprador.
Toda força a você ou sua amiga.
Ela continuou: Ele entrou em contato, tentou ligar uma vez, mas não foi atendido. Tirando isso enviou várias msms, mesmo sem eu responder. Não sei se é possível realizar exame de corpo e delito mais. Até ontem tinham algumas marcas claras, mas nenhum procedimento foi realizado, as marcas já melhoraram.
O caso é de São Paulo.
[Mais tarde]. Foi realizado o exame de corpo e delito, assim como a denúncia. Espero que eu possa te ajudar com esse texto, sinta-se livre para usar meus relatos.
Ainda houve a dificuldade de ser um feriado, as Delegacias da Mulher de São Paulo estavam todas fechadas. Liguei e fui aconselhada a ir numa DP. Chegando lá a falta de um delegado fez com que eles simplesmente me mandassem voltar para casa. Fiquei um tempo na frente da DP, com um amigo, decidindo o que eu deveria fazer. Desespero, medo de não dar em nada, mais a preocupação com a vida cotidiana, se deveria interrompê-la por conta de um caso que nem sei se seria levado a sério.
Felizmente, a escrivã teve empatia, entrou em contato com o delegado contando o que eu já havia relatado. Ele autorizou o BO e ela me chamou novamente para dentro da DP. Feito o BO fui encaminhada para o Hospital Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher, e fui atendida pelo Projeto Bem Querer Mulher. Realizei o exame sexológico (corpo de delito) e recebi todo o coquetel de retrovirais, algo que irá ocupar minha vida ainda durante meses. Ainda tive de ouvir de uma enfermeira que se fosse filha dela ia tomar uma injeção de um lado e um tapa de um outro (se referindo ao fato de eu estar bêbada durante o abuso).
Aguardo agora quando for chamada novamente para prestar depoimento, além do laudo dos exames. Procuro ainda por um advogad@, pois acho que será necessário futuramente. Mesmo uma mulher que tem informação não sabe como se comportar diante de uma situação dessas. O medo e o julgamento da sociedade é o que primeiramente nos vem a cabeça, sentimos o peso da impunidade antes mesmo que ela aconteça.
A internet pouco ajuda na informação para a mulher nesses casos. São tópicos confusos e notícias aleatórias. Espero que possamos fazer um guia para instruir outras fiquem desnorteadas em meio a essas situações.
Eu de novo: Nos outros pedidos de ajuda que recebi por email, entrei em contato com uma promotora de Brasília. Mas tanto eu quanto ela sentimos falta de um blog ou site na internet que responda dúvidas e oriente vítimas em casos de estupro. Cursos de Direito, mobilizem-se! Que tal algumas universidades entrarem com um projeto de extensão para poderem oferecer este importante serviço? E vamos criar uma lista de advogad@s que tenham experiência em condenações de casos de estupro? Podemos ver claramente que vivemos numa cultura de estupro quando é mais fácil encontrar filmes pornô simulando estupro e piadas de estupro e anúncios estimulando o estupro do que ajuda a vítimas reais de estupro. Até quando?
A: Uma das piadas dele durante a viagem foi relacionada a um post na internet de um assunto que envolvia estupro.
Ele tentou me agarrar uma vez no começo da noite, mas não correspondi, fiquei dura e me afastei. Mantive um certo nível de consciência a noite toda, somente perdi a noção quando estava voltando pra casa, no carro dele. Ele me ofereceu bebidas a noite toda.
Acordei com a pior dor que já senti, dentro do carro dele, mas ainda assim não consegui distinguir exatamente o que estava acontecendo, há quanto tempo ele estava ali. Lembro que saí do carro com tudo e que tive um ataque dos nervos em casa. Atirei todas as minhas coisas no chão, andei em círculos, chorei, gritei.
Após acordar no domingo, não conseguia entender ainda o que estava acontecendo. Sentia perfeitamente que havia sido abusada, mas me mantive na cama quase o dia todo. Com dores por todo o corpo, especialmente no ânus.
No dia seguinte ainda não sabia o que devia fazer, me esforcei para fazer o que tinha que fazer, mas passei o dia todo com muita dor por todo o corpo, principalmente para andar. Tive crises de raiva e de choro, enjoo e vômito. Mas ainda não havia me tocado o que realmente poderia ser essa situação.
Passei todo esse tempo sentindo culpa. Qualquer pessoa que eu dividisse isso consideraria que a culpada da situação sou eu, que bebi. Tive hoje um dia de muita dor e humilhação, sofrimento solitário que eu tenho certeza que pode durar pra sempre. Agora percebi que ele pode ter feito tudo isso de propósito, que já havia premeditado que se aproveitaria de mim. Ele praticamente me obrigou a sair com ele, disse que passaria em casa e ficou me rondando para ver se eu estava me arrumando. A princípio eu não tinha a intenção de sair, tentei desconversar, mas ele insistiu. Já conversávamos a um tempo pela internet, porém nunca havíamos saído, tínhamos amigos e eu não tinha planos. Acabei cedendo.
Estou desesperada, passei o dia de hoje me esforçando a fazer minhas coisas. Esta semana era uma semana crucial para minha vida profissional. Apesar de todas as crises que tive e dor, eu tentei de alguma forma não perder o foco. Sentia que isso não ia dar em nada e botaria tudo a perder se me rendesse. Sou alguém que sofre de depressão e de certa forma já está acostumada a viver em meio a dias cinzentos. Mas conforme o dia ia passando a dor só ia piorando. Tudo que vejo agora é que perdi o dia útil seguinte ao abuso e com isso se foram provas e tempo. Como vou conseguir resolver qualquer coisa no feriado?
Só preciso saber se eu posso ter razão. Não estou conseguindo me comunicar com ninguém no momento. Passei o dia fingindo estar cansada, doente, sumida, quieta. Só sei que de uma forma ou de outra estou entrando em profunda depressão. Tenho renda para cobrir um advogad@, preciso de ajuda.
Escrevo em meio a lágrimas.
Eu respondi: Não conheço muitos advogad@s, muito menos que lidem com estupro. Mas posso perguntar. Em que cidade do Brasil isso aconteceu? Acho que seria melhor ter um advogado da mesma cidade.
Não sei se esse relato aconteceu contigo, mas é importantíssimo que a vítima faça um exame de corpo de delito e denuncie. Não deixe o caso "pra lá". O estuprador precisa ser criminalizado e punido. Já recebi vários emails com relatos quase idênticos e em todos as vítimas não denunciaram, por estarem com medo e não terem certeza do que aconteceu. E em todo os casos o estuprador entrou em contato com elas pouco depois para dizer que não sabe o que aconteceu, o que deu nele... Parece que é mais pra checar mesmo se a vítima vai ou não denunciá-lo, porque o cara SABE que foi estupro. Isso daí vale como prova também. Portanto, se ele entrar em contato por email, msm ou telefone (ao vivo é perigoso), a vítima pode tentar fazer perguntas, tirar mais informações, para que ele chegue perto de uma confissão. Grave a conversa, que ela pode ajudar no processo.
É importante também que a vítima não culpe a si mesma. Isso podia ter acontecido -- e acontece -- com qualquer mulher. Aliás, este tipo de estupro, cometido por conhecidos da vítima, é muito mais comum do que o clichê do estupro que todas somos ensinadas a temer (o estuprador desconhecido numa rua escura e deserta). E é também o tipo de estupro que raramente é denunciado, porque a mulher se sente culpada e com medo, já que conhece o estuprador. Esse tipo de estuprador não costuma estuprar apenas uma conhecida ou amiga, mas várias. Vou publicar um artigo na semana que vem que fala desse tipo de estuprador.
Toda força a você ou sua amiga.
Ela continuou: Ele entrou em contato, tentou ligar uma vez, mas não foi atendido. Tirando isso enviou várias msms, mesmo sem eu responder. Não sei se é possível realizar exame de corpo e delito mais. Até ontem tinham algumas marcas claras, mas nenhum procedimento foi realizado, as marcas já melhoraram.
O caso é de São Paulo.
[Mais tarde]. Foi realizado o exame de corpo e delito, assim como a denúncia. Espero que eu possa te ajudar com esse texto, sinta-se livre para usar meus relatos.
Ainda houve a dificuldade de ser um feriado, as Delegacias da Mulher de São Paulo estavam todas fechadas. Liguei e fui aconselhada a ir numa DP. Chegando lá a falta de um delegado fez com que eles simplesmente me mandassem voltar para casa. Fiquei um tempo na frente da DP, com um amigo, decidindo o que eu deveria fazer. Desespero, medo de não dar em nada, mais a preocupação com a vida cotidiana, se deveria interrompê-la por conta de um caso que nem sei se seria levado a sério.
Felizmente, a escrivã teve empatia, entrou em contato com o delegado contando o que eu já havia relatado. Ele autorizou o BO e ela me chamou novamente para dentro da DP. Feito o BO fui encaminhada para o Hospital Pérola Byington - Centro de Referência da Saúde da Mulher, e fui atendida pelo Projeto Bem Querer Mulher. Realizei o exame sexológico (corpo de delito) e recebi todo o coquetel de retrovirais, algo que irá ocupar minha vida ainda durante meses. Ainda tive de ouvir de uma enfermeira que se fosse filha dela ia tomar uma injeção de um lado e um tapa de um outro (se referindo ao fato de eu estar bêbada durante o abuso).
Aguardo agora quando for chamada novamente para prestar depoimento, além do laudo dos exames. Procuro ainda por um advogad@, pois acho que será necessário futuramente. Mesmo uma mulher que tem informação não sabe como se comportar diante de uma situação dessas. O medo e o julgamento da sociedade é o que primeiramente nos vem a cabeça, sentimos o peso da impunidade antes mesmo que ela aconteça.
A internet pouco ajuda na informação para a mulher nesses casos. São tópicos confusos e notícias aleatórias. Espero que possamos fazer um guia para instruir outras fiquem desnorteadas em meio a essas situações.
Eu de novo: Nos outros pedidos de ajuda que recebi por email, entrei em contato com uma promotora de Brasília. Mas tanto eu quanto ela sentimos falta de um blog ou site na internet que responda dúvidas e oriente vítimas em casos de estupro. Cursos de Direito, mobilizem-se! Que tal algumas universidades entrarem com um projeto de extensão para poderem oferecer este importante serviço? E vamos criar uma lista de advogad@s que tenham experiência em condenações de casos de estupro? Podemos ver claramente que vivemos numa cultura de estupro quando é mais fácil encontrar filmes pornô simulando estupro e piadas de estupro e anúncios estimulando o estupro do que ajuda a vítimas reais de estupro. Até quando?
Recapitulando...
O que este post gerou, além de vários comentários cheios de ódio
de mascutrolls, já deletados: Duas advogadas de SP me passaram seus
emails, que eu passei pra A. Tamara, uma estudante de Direito da
Universidade Federal do Pará, se pôs à disposição para, em seu blog, orientar vítimas de violência sexual. Dandara, o coletivo
feminista de Direito da USP, informou que mulheres da região de SP
podem procurar a União de Mulheres ou a SOF (Sempreviva Organização Feminista). A Su passou um guia de assistência a mulheres e adolescentes das regiões metropolitanas de SP, Recife e Porto Alegre. Virginia criou um blog
e um grupo de apoio no Google para que sobreviventes de qualquer tipo
de violência possam ajudar umas às outras. Conceição, Amanda e
outras blogueiras já tinham iniciado um blog de suporte. E isto é
só o começo. Espero, de coração, que as mulheres desesperadas que
venham à internet saber o que fazer em casos de estupro tenham um
pouco mais de apoio. Porque isso é o mínimo que se pode esperar de
um mundo que se diz igualitário e humano.
220 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 220 de 220Este ortopedista e traumatologista, estuprador condenado, P está nos quadros da UNIMED Caxias do sul.
http://www.unimed.com.br/pct/index.jsp?cd_canal=49146&cd_secao=49096
Estou checando os outros planos de saúde
(Amil, Bradesco Saúde, Cassi Banco do Brasil, Geap, Golden Cross) constantes do site Helpsaude.com
Paulo dos Santos Dutra*
Será que vamos ter que pedir a ficha policial de todos os médicos que procurarmos, senhor?
Cremers considera legal médico condenado estar atuando na função em Caxias do Sul
Paulo dos Santos Dutra teria abusado de duas pacientes
Mesmo condenado em primeira instância pela Justiça caxiense por abusar sexualmente de duas pacientes, o médico traumatologista Paulo dos Santos Dutra continua exercendo a profissão.
Essa é uma situação normal, segundo o presidente Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), médico Fernando Weber Matos. A Justiça avaliou apenas o crime atribuído a Dutra, mas não interfere na vida profissional do réu.
A decisão se o médico continuará atuando compete ao Cremers. O conselho abriu um processo interno para apurar se Dutra deve ir a julgamento. A punição pode ir de uma simples advertência à cassação. O processo leva até dois anos para ser concluído.
Pioneiro: É correto o médico Paulo dos Santos Dutra ter sido condenado duas vezes pela Justiça e continuar trabalhando na função?
Fernando Weber Matos: A condenação na Justiça criminal ou cível não interfere absolutamente em nada. Nossa condenação é ética. Na Justiça, busca-se indenização pecuniária (multa), a prisão ou prestação de serviços comunitários. São julgamentos diferentes. O nosso julgamento é sob o ponto de vista profissional. Ainda assim, depois que um médico é penalizado, ele pode recorrer no Conselho Federal de Medicina. Na maioria dos casos de abuso sexual, as pessoas não comprovam que existiu. Sem provas concretas, não podemos penalizar.
http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/02/cremers-considera-legal-medico-condenado-estar-atuando-na-funcao-em-caxias-do-sul-3206057.html
AGORA QUEM PRECISA DE AJUDA SOU EU.
"Essa é uma situação normal, segundo o presidente Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul..."
Não consigo acreditar que eles não levaram em consideração a condenação dele na justiça para, pelo menos, um afastamento temporário.
Para o mundo que eu quero descer!
Nem o fato de o estupro e abusos terem ocorrido DENTRO DO CONSULTÓRIO DURANTE UMA CONSULTA. Se isso não fere a ética, estamos lascadas.
Mensagem ao presidente do Cremers
enviada por mim.
Bom dia!
O Dr Paulo dos Santos Dutra continua ativo neste conselho e clinicando na cidade, mesmo tendo sido condenado segundo provas materiais cientificamente comprovadas por estupro e abuso sexual de pacientes dentro do consultório durante uma consulta? Isto é prática comum entre os médicos deste estado? É apenas um acidente de percurso, um leve deslize moral e ético dos médicos filiados a este conselho? O senhor e os demais médicos continuam indicando e dando boas referências a quem pergunta sobre a idoneidade deste médico? Devo supor que teremos que ir à polícia consultar a ficha policial de cada médico que visitarmos para ter certeza de que não seremos molestadas no consultório? Um médico se prepara 20 anos para o exercício de uma profissão de elite mas não tem sanidade mental suficiente para manter o pênis dentro das calças quando vê uma mulher simples do 'seu tipo sexual' sozinha dentro de seu consultório e este egrégio Conselho defende o direito deste em continuar servindo a população DE PORTA FECHADA? É isto mesmo ou eu entendi errado, Presidente?
Estou enojada. Este estuprador está contaminando o Conselho que o senhor preside. Desculpe a minha petulância em perguntar, mas devo supor que são todos farinha do mesmo saco? Que não tem a menor importância um estuprozinho de vez em quando porque está dentro do previsto etica e profissionalmente falando? O que me diz, senhor Presidente?
Saudações,
xxxxx
Estou escrevendo um post sobre o caso. Como é tudo novo pra mim (vcs que me informaram dele ontem), vai demorar um pouquinho. Mas já já sai. Obrigada pela carta, anônima. Vou inclui-la no post.
Sou um homem, nunca abusei de uma mulher, sempre me comprometi com a emancipação das mulheres mas após ler estes posts eu percebi uma coisa: Eu já insinuei raptar uma garota.
Não tinha a menor intenção de faze-lo de fato, era uma cena íntima e ela disse não, então ficamos apenas aninhados até cair no sono. Obrigado por me fazer perceber o quão assustador é essa perspectiva, devo mais do que desculpas a esta garota pelas minhas palavras. Espero poder remediar isso.
Gente, e essa notícia?
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2012/05/eu-nao-queria-isso-diz-menina-estuprada-dentro-de-sala-de-aula-de-sao-carlos.html
Eu não sei nem o que dizer...
De nada, Lola. Recebi agora confirmação da CASSI do descredenciamento do Dr Paulo, mas infelizmente continua cooperado da UNIMED e filiado à Sociedade Bras. de Ortopedia e no CRM.
Aconteceu o mesmo comigo mas sem informação e por medo não denunciei isso ainda me pertuba!
Como assim, 19:41? com o mesmo médico?
Mensagem enviada à UNIMED NORDESTE-RS nesta data.
Gostaria de manifestar meu total repúdio à permanência do ortopedista Paulo dos Santos Dutra, CRM 14397, nos quadros dessa cooperativa, vez que este incorreu em estupro e abuso sexual DENTRO DO CONSULTÓRIO e devidamente condenado em primeira instância. A autoria do crime foi plenamente comprovada por material genético do ortopedista e não há o que se discutir sobre a falta de decência e moralidade aceitáveis para atender a população que o procura, mormente mulheres desacompanhadas, A PORTAS FECHADAS.
A UNIMED é uma referência de idoneidade e responsabilidade para clientes E NÃO CLIENTES COMO EU, e esta unidade está eivando
o bom nome da instituição em âmbito nacional
de dúvida pertinente quanto à decência e sanidade mental para zelar pela saúde dos clientes desta cooperativa e particulares.
Espero saber em breve do desligamento deste estuprador e abusador de consultório que vocês
estão abrigando nos quadros desta UNIMED NERS.
Saudações,
xxxx
advogado anônimo( me esqueci o número)estamos todos sim partindo do pressuposto de o relato é real.Tanto pela credibilidade da autora como as q temos aqui uns nos outros. ELA NÃO SE ARREPENDEU DE NENHUMA PENETRAÇÃO OU ABUSO (DE QUALQUER NATUREZA) COM CONSENTIMENTO.ELA NÃO QUIS.NÃO CONSENTIU.DORES NO CORPO SÃO EVIDÊNCIA FÍSICA E AS LESÕES VAGINAIS E ANAIS Q O EXAME DEMONSTRARÁ TB SÃO.Talvez vc só tenha tido a intenção de manter um olhar mais pra distanciado e embasado pela lógica.Mas acredite,seu comentário não mostrou só isso.Vc deu a entender q a causa do estupro é a vítima e q qualquer abuso é menos grave do q o estupro.NÃO É.É TÃO BRUTAL E DESRESPEITOSO E VIOLENTO QUANTO.Como se algumas coisas fossem nada demais,fossem suportáveis ou fossem uma concessãozinha aos desejos do homem.Mas entenda uma coisa: TUDO ISSO DESUMANIZA , ESSA É A DOR MAIOR.SEJA UMA PENETRAÇÃO FORÇADA,SEJA UMA ABUSO CONSIDERADO POR ESSAS PESSOAS COMO COISA POUCA, A GRANDE DOR, O GRANDE NOJO,A GRANDE MÁGOA É NÃO SER ENTENDIDA COMO GENTE!!!!!!!!!!E POR NÃO SER ENTENDIDA COMO GENTE,QUALQUER SUJEITINHO SE SENTIR NO DIREITO DE VIR SE SATISFAZER COM O CORPO ALHEIO.ENTENDEU??????
Tambem foi estrupada e ate hoje tou sofrendo muito,as pessoas nao tem ideia de como sofremos e tem pessoas que ainda jugam e falam mal,e essa enfermeira ai se fosse com ela,ela nao taria falando isso,se fosse eu tinha dado um bom tabefe na cara dela e tinha denusiado ele pro hospital pra ele aprender e se por no lugar dela,e no nosso tambem que sofremos.
por favor me ajudem,eu to sendo molestada pelo meu pai e não aguento mais,ele fica passando a mão em mim e manda eu boto a mã nele,POR FAVOR ME AJUDEM
Eu vivi isso mas lúcida. Fui pega que nem uma escrava,arrastada e jogada num chão tão duro que fraturei o quadril. E um corpo de quase 80 kg em cima de mim. Um estuprador alcoolisado me torturou sexualmente . Eu virgem e ele mandava eu gemer,eu gemia n porque ele mandava,mas pq doia tudo. Ele tentava mebeijar e eu virava o rosto,ele lambia minha boca um nojo sô mas lutei. Quando minha ultima peça de roupa foi tlrada um terror me dominou que até hoje só durmo cm remédios. Não falei a ninguém era noite a calça preta não permitiu ver que o sangue corria pelas minhas pernas. Eu jinha 13 anos e aguentei vários estupros já que o monstro era um visinho bem do lado. Toda vez sangrava e doia o meu terror excitava ele. Teve um dia que enfrentei falei q n ia me tocar q eu n tinha dono e eu tava segura mas quando a mão dle invadiu meu chorte desabei em choro e pedi,implorei,até perdão pedi se eu atraia ele mas não adiantou me levou para o quarto e lutei até não ter forças e fiquei inerte semimorta enquanto ele me matava. Hoje não acontece mais. Mas depressão,medo,vergonha,drogas tao comigo. Me tornei uma viciada amargurada. Homem nenhum me toca e to agora drogada contando minha história. Suicidio tentei 4x mas nem morrer tenho direito.
-------------:(
Querida, por favor, procure ajuda, faça terapia. Tudo que aconteceu com vc foi terrível e doloroso, um verdadeiro crime hediondo, e vc não teve culpa de nada. Mas não permita que o estupro acabe com a sua vida. Lute! Vc ainda tem muita vida pela frente, e vc tem sim o direito de fazer dela o que quiser. Não deixe que o estupro te defina. Claro que marcou vc pra sempre, não tem como não marcar, vai ser um trauma horrível que vc vai carregar sempre, mas use esse trauma como combustível pra luta. Vc merece ser feliz. Precisa superar o que vc está passando. Vc tem toda a minha solidariedade e minha torcida. Muito carinho, muita força pra vc!
Encontrei esse relato na internet e sei o quão ruim é a sensação de se sentir minimamente culpada pelo o que aconteceu... é um crime que mexe mt com que já passou e eu entendo bem disso, pois passei por essa situação e também fui maltratada pela perita do IML (a ponto de denunciá-la na Ouvidoria da Polícia Civil).
A culpa viria mesmo que vc não estivesse bêbada (leia meu relato, eu entendo que não tive culpa alguma agora, mas nas primeiras semanas eu também me senti culpada: http://fuiviolentadaeagora.blogspot.com.br/)
Força sempre! Espero que isso tudo tenha sido resolvido e o monstro tenha sido preso...
Também passei por isso sei como vc se senti hj tenho 24 anos na epica tinha 13 anos fui estuprada pelo vizinho um senhor de 52 anos ele fez tudo comigo tudo fico transando por umas 2 horas pra minha sorti eu ainda não tinha amestruado fiquei roxa e cheia de mortida nos seios virilia .não desejo isso pra ninguém.
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