quinta-feira, 14 de agosto de 2008

BARRADAS NO BAILE, OU ÓDIO ÀS GORDAS, PARTE 3

Pra finalizar, os últimos comentários que selecionei sobre a boate que proibiu a entrada de gordas. Leia as partes um e dois antes.

- “Tenho orgulho que o gerente teve a coragem de dizer 'Não gosto de garotas gordas'. Não é culpa dele que você seja gorda”.

E por alguém não gostar de gordas deve ter todo o direito de maltratá-las. Elas merecem.

- “As pessoas gordas não deveriam poder estragar a minha noite. Elas deveriam ter um toque de recolher às 18 horas e não poder sair de casa. Elas me deixam enojado”.

Por que limitar o toque de recolher à noite? E durante o dia? Já pensou o horror que é uma mulher de biquini na praia? Não vamos permitir que elas estraguem o seu dia de sol.

- “Se um cara usa uma camiseta ofensiva, não deveria ser permitido que entre. O mesmo com as pessoas obesas. A imagem delas também é ofensiva para muita gente”.

Não entendo muito bem por que alguém se ofenderia com o formato e tamanho do meu corpo, mas as pessoas andam tão sensíveis, esses dias...

- “'Gordo demais' é um estilo de vida perigoso e não-saudável que pode ser consertado com um pouco de esforço. Não há nada de errado em ser negro/polonês/gay, e nada pode ser feito pra consertar isso de qualquer jeito”.

Aqui eu gosto da contradição. Não há nada de errado em ser de uma raça ou de uma orientação sexual (o “polonês” é porque ingleses acham que isso é raça também, assim os americanos consideram hispânicos raça) – e só não é errado porque isso infelizmente não pode ser consertado. Se pudesse...

- “Pessoas gordas precisam conhecer seu lugar no mundo. Boates são pra pessoas atraentes. Eu não ligo tanto se você for feia, mas no mínimo não deve ser obesa”.

Alguém morreu e nomeou esse cara deus. Agora ele pode julgar pra quem são as boates e quem é ou não atraente.

- “O problema não é que essas moças foram barradas por serem gordas – é elas serem gordas. Se você é magra e não te deixam entrar baseado nisso, você não liga. As gordas, no entanto, levam pelo lado pessoal por serem chamadas de gordas. Isso porque elas têm baixa auto-estima. E a única coisa que as faz sentir melhor é comer mais”.

Ah, isso eu já sabia. O problema não é o preconceito contra uma gorda. O problema é a gorda em si. E deixe-me refletir: será que esse ódio todo dirigido às gordas afeta nossa auto-estima?

- “Ser gorda é ruim pra você. Esta boate está te ajudando. Perca peso ou você morrerá. Você já viu algum velho gordo andando por aí? Não! Porque eles estão todos mortos ou em hospitais”.

Pois é, “perca peso ou se mate” parece mais agressivo que “perca peso ou você morrerá”, mas não mais idiota. Um pensamento desses implica que, se você não for gordo, viverá pra sempre. Não tenho certeza, mas acho que existem estudos médicos provando que as pessoas magras chegam a morrer um dia.

- “O gerente dessa boate deveria ser ministro da saúde”.

Tá vendo como as coisas se confundem? O gerente não fez testes médicos em ninguém. Ele barrou com base na aparência, nada mais. Isso não tem nada a ver com saúde. Eu conheço pessoas magras que não fazem exercício algum e comem muita besteira, e pessoas gordas que fazem exercício e são até vegetarianas (não que isso seja necessariamente sinônimo de saúde). Mas um gerente barra garotas gordas e o pessoal vem falar “Legal você se preocupar com a saúde da população!”.

44 comentários:

Anônimo disse...

Ok lola, essa trilogia me fez rir muito! Mas quando essa gente vai aprender a aceitar as pessoas como elas são? Vão se preocupar mais com as suas vidas! Que devem ser bem vazias, aliás.

Anônimo disse...

Ok, ri pra caramba com a trilogia das gordas, mas estou chocada com a cabeça destas pessoas... Aliás, será que elas têm algo nas cabeças????

Beijos

Samara L. disse...

Parece que por lá o ódio está muito mais descaradamente exposto do que por aqui. Não que aqui não se odeie gordas - é só digitar gorda no Orkut que o ódio sai vazando pelas beiradas do seu monitor.
Para mim é gente doente. E o que me anima é que é gente que não se aproxima / aproximará de mim, porque eu não quero esse tipo de psicopatia nas minhas relações.
Beijo.

Samara L. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lola aronovich disse...

Cavaca, pelo que a Suzana vem me contando (veja nos comentários dos 18 anos de casamento), parece que tem mais gente que precisa aceitar as pessoas como elas são! O que é isso da xenofobia portuguesa e do preconceito contra brasileiros, rapaz?!


Chris, "o que será que essas pessoas têm nas cabeças"? Preconceito, ué. Isso ocupa um espação e não sobra lugar pra muito mais coisa.

lola aronovich disse...

Samara, bom, imagino que todo tipo de ódio deve ser maior na internet que no dia a dia, na cara. Porque muitos desses preconceituosos são covardes que se escondem atrás do anonimato. Claro que a gente lê de crianças gordinhas sendo insultadas na escola, e de carro que passa e fala alguma ofensa pra uma mulher gorda na rua. E várias outras coisas... Realmente, tem o lado bom de que essa gente normalmente não se aproxima do alvo de seus preconceitos. Se bem que seria bom se se aproximassem. Porque muitos preconceituosos mudam de idéia quando começam a conviver com quem discriminam/odeiam. Passam a ver que "não é bem assim". Primeiro tentam justiticar a amizade dizendo que fulano na verdade não é negro, só moreno, ou que beltrano não é realmente gay, ou que a gente nem é gorda mesmo, só gordinha. Mas um dia têm que encarar que sim, somos tudo isso que eles abominam, e o problema não tá com a gente, tá com eles. Tenho esperança que isso muda as pessoas.

Lolla disse...

Saúde da população. Ha. Vou falar aqui com alguma propriedade porque eu frequentavA o clube. Para ser sincera, não entendi a estratégia do gerente, porque o Havana (por causa do estilo musical, basicamente 60s, 70s e 80s) sempre foi frequentado por pessoas mais velhas, na casa dos 30-60. E sim, sempre haviam gordos lá. Os mais jovens, "sarados e malhados" nem chegavam perto do Havana - procuravam boates como Liquid, Pure, frequentadas pelo tipo de pessoa que eles querem "pegar".

Então achei que foi uma espécie de "tiro no pé" ofender uma parcela considerável da sua clientela (meninas gordas, que não iam à Pure ou a Liquid por se sentirem MAL lá) para agradar pessoas que NÃO FREQUENTAVAM a casa anyway. Me diz se tem lógica??

Dito isso, eu nunca fui à Pure/Liquid porque a) os dois clubes tocam essa new black music americana que eu ODEIO (Rihanna, Beyonce, 50cent, Kanye West, etc) e b)o Havana NÃO COBRA entrada. :) Agora, que eu não tô muito a fim de gastar $$ bebendo no Havana, fiquei meio sem opção. Blé. Vou ter que pagar cinco libras pra entrar na Pure e ouvir Rihanna? Tsc.

E quando o comentarista se referiu aos poloneses foi porque eles formam a segunda maior colônia de estrangeiros da ilha (atrás da portuguesa) e, como tal, devem ser vistos pelos locais como sub raça.

Lúcia Soares disse...

Lola, só hoje li o post de ontem e comento "atrasada": Meg Ryan fêz um drama que eu "amo de paixão": Quando um homem ama uma mulher, com o lindo Andy Garcia. Ela é uma alcoólatra, ele um piloto de aviões, têm 2 filhas, uma só dela e uma dos dois...É lindo demais e ela "mandou bem". Lembra-se do filme?
Quanto aos posts sobre os gordos, eu luto há anos contra uns quilinhos a mais, mas poucos. Tenho medo da gordura, não por estética, mas por uma questão de saúde. Agora, probir as pessoas de circular, ou frequentar lugares, já é demais!Assusta-me um pouco a quantidade de pessoas jovens já obesas. É um problema sério. Mas acredito que inssolúvel. "Você é o que você come". Salvo casos de obesidade mórbida, o jeito é a gente se policiar mesmo, se quiser ser magro.

Anônimo disse...

Pois é Lola, dois brasileiros assaltaram um banco, a midia está dando muito destaque para isso e agora mais do que nunca todo brasileiro é ladrão! Nos últimos dias tenho notado até mesmo mudança de comportamento em alguns clientes. Os jornais aqui também exprimem umas opiniões que eu jamais pensei ler em lugar algum. Começam com "Todo brasileiro que vem a portugal...quando passam para comentar o crime é como se estivessem se referindo a todos os brasileiros. Eles se revoltam também com o facto de a familia querer processar a policia. Enfim, todo brasileiro é ladrão, todo negro é burro, toda mulher gorda é preguiçosa, todo gay anormal deve queimar no inferno (exceto quando ele é teu filho). Acho que todo rótulo deveria cair por terra de uma vez por todas!

Anônimo disse...

Acho muito interessante essa história de que gente gorda vive menos e a afirmação de que o que aconteceu nessa boate vai nos ajudar a emagrecer e ser mais saudáveis... Qual é a espectativa de vida dessas adolescentes anoréxicas? As gurias não estão chegando a essa condição por causa desse mundo gordofóbico em que vivemos?

Andie disse...

Esse tipo de coisa me envergonha, porque eu sei que eu tambem poderia ser menos superficial quanto a aparencia das pessoas, e me choca a que nivel uma ignorancia dessas pode chegar. A pior parte eh que, como muitos posts no site dizem, com certeza todos esses "criticos" tem alguma parte de sua aparencia que nao eh aceita pela sociedade como "norma" ou "atraente", e ainda assim eles se veem no direito de criticar os outros!
Acho que o meu favorito eh o cara que sugere barrar pessoas acima do BMI 25.. ai ia barrar mesmo uma galera!!! E aquelas que sao anorexicas? Ninguem critica neh? Elas devem ser super saudaveis, imagino.

lola aronovich disse...

Lolla, super obrigada pela contribuição. Não conheço mais ninguém que frequentava o Havana! Vc não acha possível perdoar a boate? O gerente pediu desculpas e tal. Será que as pessoas que organizaram e participaram do boicote (com razão!) não vão relevar, inclusive porque não há tantas opções aí em Jersey? De fato, o gerente deu um “tiro no pé”. Será que estava querendo atrair os clientes “sarados” dessas duas outras boates? Ou foi um momento de estupidez mesmo, como ele disse? E sim, a gente sabe bem que toda nacionalidade que “invade” um outro país é raça. Tsc tsc. Ah, escuta: estou pensando em escrever um post sobre xenofobia contra brasileiros em Portugal. Lembro de uma vez ter lido um post seu sobre comentários da Copa do Mundo. Se vc me passar esse post (seus arquivos devem estar um pouco bagunçados depois da mudança do wordpress pro blogger?), eu linko pra ele.

lola aronovich disse...

Lúcia, eu lembro um pouco do Quando um Homem... Gostei do filme, representou uma mudança de papéis na carreira dela. Nem é tanto culpa dela que ela seja “typecast” (colocada sempre no mesmo papel) em comédias românticas. O mercado quer assim! Sobre o seu comentário sobre gordura, Lúcia, permita-me discordar um tiquinho de vc. Primeiro, vc declarar que tem “medo” da gordura já é algo preocupante. Medo? Mesmo que gordura aumente os riscos para a saúde (o que não está suficientemente provado), uma coisa é risco, outra é tratar a gordura como uma sentença de morte, não acha? Além do mais, muita gente gorda não é gorda pelo que come, mas por motivos genéticos. Vc deve conhecer montes de pessoas magras que comem um monte e não engodam. Assim como há gordos/as que comem pouco e não emagrecem. Há gordos vegetarianos, gordos vegans, gordos que controlam a alimentação... e não deixam de ser gordos. E “querer ser magro” não é, pra muitos gordos, um caso de “querer é poder”, apesar do policiamento deles próprios (e das outras pessoas). Pra muita gente, isso é tão possível quanto “querer ser alto”.


Horrível, Cavaca! Li alguns dos comentários dos links que a Suzana enviou, e é triste que a xenofobia chegue a esse ponto. Quero escrever um post sobre isso. Preconceitos são tão parecidos...

lola aronovich disse...

É, Carol, esse é um dos argumentos que eu mais gosto dos gordofóbicos: “Estamos te maltratando pro seu próprio bem”. A gente sabe que anorexia mata, e que nunca houve tantas anoréxicas quanto hoje. Eu tenho convicção que essa celeuma que a mídia faz em torno da obesidade afeta muitas meninas e causa distúrbios alimentares. Mas acho que anorexia depende também de outros fatores (depressão, problemas psicológicos sérios, traumas). Só a pressão da mídia não é capaz (acho!) de provocar anorexia, se bem que é um gatilho (trigger).


Oi, Andie querida! Como tá a vida aí em BH? Acho que todos nós já julgamos pessoas pela aparência. Estamos meio condicionados a fazer isso. O esforço é pra gente se condicionar a NÃO julgar. Ah, o carinha que quer barrar mulheres com IMC acima de 25 se acha um gênio. Ele propõe um sistema: como pode ter caras que gostem de gordas, o segurança da boate deve rapidamente calcular o IMC de todo um grupo de amigas. E, se o IMC do grupo for menor a 25, o grupo entra. Assim vc atende a demanda dos que gostam de gordas, entende? (note que a gorda não tem voz. Ela é só um objeto!). O que, Andie?! Anorexia é super saudável, vc não sabia? Se as modelos têm ossos à mostra, todas as moças que têm ossos à mostra são igualmente desejáveis. Quer dizer, saudáveis!

Masegui disse...

Lola,

Tô contigo e não abro! (o jargão é um pouco antigo mas encaixa bem).

Sou contra qualquer preconceito, mas começo a ficar preocupado. Acho que também fiquei assim, ao ler os comentários dos últimos posts: tô sentindo uma enorme antipatia de gente burra! Isso é preconceito?

Santiago disse...

Lola:

Acho que você deveria parar com essa fixação no fato de ser gorda; se é que você é gorda, como se confessa. Você sabe que pessoas muito talentosas escapam destes estereótipos.
Para você que entende de cinema fica fácil fazer uma analogia para explicar o que quero dizer. Você já viu alguma vez o Marlon Brando fazer papel de gordo nos filmes, apesar de, as vezes, estar com mais de 150 kg.,? o Orson Welles igualmente.
Deixa isso pra lá! Você, uma futura doutora, cheia de energia para fazer um doutorado e ainda responder as bobagens que a gente escreve, não deve se prender a esses padrões inúteis e estúpidos. Deixa isso reservado para quem vive só de aparência. Carpe diem!

Andie disse...

Voce viu uma noticia sobre o como o Wii Fit acusou uma menina de 7 anos de ser obesa? Acho que foi na Inglaterra tambem, e eles estavam querendo obrigar a Nintendo a colocar algum aviso no jogo sobre como ele nao eh 100% confiavel. Parece que ele soh foi desenvolvido para avaliar o IMC de adultos. Em todo caso, eh um exemplo de como nao da pra se medir gordura com um numero (nem IMC nem peso neh!).
E falando em comer demais, o Brasil eh o meu paraiso! To aqui atacando Sonhos de Valsa sem do! hehehe O James foi embora ontem (snif!), mas eu curto aqui ate o fim do mes!

Anônimo disse...

Oi Lola, descobri seu blog há pouco tempo e adoro seu jeito de escrever.
Quanto ao problema da discriminação vou contar um pouquinho do que aconteceu comigo,
quando criança sempre fui gordinha meu pais eram a favor de quanto mais eles dissesem que eu estava virando uma "baleia" eu iria me conscientizar e emagrecer, isso desde os 10 anos.
Com 15 anos resolvi emagrecer a qualquer custo, tive anorexia, fiquei com 35 kg. Tive que ser internada 3 vezes, quase morri.
Foi uma época infeliz para mim e para meus pais que aprenderam uma dura lição da pior maneira possível.
Fico horrorizada que no séc.XXI, ainda existam pessoas que tem coragem de expor seus preconceitos dessa maneira, separando as pessoas em rótulos: gordo, homossexual, de um país diferente, de uma raça diferente etc...
Espero que um dia isso mude, tento fazer minha parte ensinando ao meu filho a não ter preconceitos, porque no futuro as coisa poderão mudar dependendo de como as crianças forem criadas hoje.

lola aronovich disse...

Mario Sergio, eu também tenho preconceito contra gente preconceituosa!


Santiago, obrigada pelo conselho, mas não tenho fixação por ser gorda. Apenas gosto de combater preconceitos, e preconceitos contra gordas são dos mais comuns (quer eu seja gorda ou não – mas eu sou, acredite!). Eu falo bastante da condição da mulher aqui no meu blog, e esses assuntos de aceitação do corpo e mito da beleza são muito importantes pra nós, mulheres. Adoraria que não fosse uma fixação, mas é! Sua analogia com o Marlon Brando e o Orson Welles não funciona, sorry. Se vc conseguir lembrar de uma ATRIZ gorda que tenha feito vários papéis em que sua aparência não seja levada em consideração, aí a gente conversa. Os parâmetros para homens e mulheres são completamente diferentes. A gente olha prum Marlon e vê talento, técnica, intuição etc. A gente olha pra uma atriz gorda e vê... uma atriz gorda. Esse é todo o tema de uma série bem fofa que só durou uma temporada, Fat Actress (com a Kirstie Alley). Carpe Diem pra vc também. Sério, Santiago, torço para que vc deixe esse rancor de lado e seja feliz.

lola aronovich disse...

Andie, eu mal sei o que é Wii Fit! Manda o link da notícia pra mim, se encontrar. Estou com um post pra publicar faz um tempão sobre as “variações” do IMC. Eu gostaria de incluir isso no post. Ah, sonho de valsa é muito legal! E pão de queijo, tá matando a saudade? Eu tava com saudade de salgados fritos, sabe, coxinha, pastel, enroladinho de queijo... Ainda não comi brigadeiro. Mas a gente come bem nos EUA também, né? Aliás, tem ido a rodízios? Pena que o James já foi! Queria até te perguntar como ele é com comida brasileira (porque a gente sabe que ele é um caso sério pra isso de comida!).


Cris, que bom que vc chegou aqui ao meu blog, maravilha. Puxa, isso que vc conta me toca muito. A gente ouve falar tanto da influência dos pais nos distúrbios alimentares! Nos EUA eu vi na TV a cabo um documentário sobre anoréxicas numa clínica de recuperação, como que é o nome, Thin? Vc conhece? Aí fiquei sabendo que uma das moças retratadas morreu no começo do ano. E todas tinham sofrido influência dos pais (mais comum mães). Adoraria se vc pudesse escrever um guest post contando essa sua experiência terrível. Ou sobre como vc educa o seu filho, evitando repetir os erros dos seus pais. Não sei, também não quero te expor. É que adoro ouvir experiências diferentes das minhas. Apareça sempre!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Quem barra obesos em uma boate é que devia ser barrado - por ausência de bom senso!

Lolla disse...

Bom, perdoar até se perdoa. Ninguém queria exatamente que a casa falisse, e o objetivo do protesto era exatamente obter uma retratação. Ninguém vai impedir o gerente (ou qualquer pessoa) de continuar odiando gordos, mas quem odeia deve se dar conta de que o problema é com eles e que externar esse ódio (pelo menos de forma tão "oficial") não será tolerado.

A primeira vez em que levei minhas amigas ao Havana, as meninas ficaram apavoradas. "Só tem velho aqui!!". Haha. E as meninas são gatinhas que não estariam out of place na Liquid. Queria saber o que os "velhos" do Havana, que queriam encher a casa de franguinhas de 50 quilos, pensariam ao saber que ELES estavam sendo discriminados também, pela idade...

O post sobre xenofobia contra brasileiros em Portugal é uma ótima idéia. Posso informar que até AQUI, em JERSEY (oi?), a colônia portuguesa (da ilha da Madeira, mas vá lá) meio que rejeita brasileiro. Mas pega leve, porque portugueses são experts em achar todo e qualquer comentário "contra" eles na internet e atiram chumbo grosso. Vou tentar achar o post! :)

Giovanni Gouveia disse...

É bomm mesmo que esses trouxas não gostem de gordinhas. As explicações:

1 - As gordinhas não são importunadas pelos otários.

2 - Eles nunca entenderão quão belas e maravilhosas elas são...


Giovanni (casado com uma deliciosa gordinha)

Santiago disse...

Lola:

O João Gilberto fez um show ontem,14/08, no Ibirapuera (SP). Nossa! Quase, todo artista, do mundo, parece um micróbio perto dele.
Não da pra acreditar que o cara é brasileiro. È um grande trabalhador, aplicado, disciplinado, inteligentíssimo, hipersensível artisticamente; é um artista digno de país milenar, desenvolvido, de gente bem educada, que da valor ao trabalho e não faz as coisas de qualquer jeito. Realmente, é um orgulho e um privilegio morar neste país do João Gilberto. Não sou fã do João Gilberto, mas sim, um grande admirador desse ótimo brasileiro!

Mica disse...

Falando sobre a xenofobia portuguesa, eu tenho uma colega que nasceu em Portugal (toda a família é portuguesa) mas foi criada no Brasil. Ela foi visitar a família lá esses tempos atrás e o povo tratou ela mal a beça por ser 'brasileira', mas aí ela dizia 'não, eu sou portuguesa, nasci em Lisboa' e o tratamento mudava na hora. Ela falou que chegava a dar nojo.

Mica disse...

Falando em influência dos pais,lembro que ano passado eu vi uma entrevista da Debora Secco no Amaury Jr onde ela comentava que achava que estava magra demais (e estava...sequérrima...na epoca que ela fazia aquela freira de araque em Pé na Jaca....não, não assisto novelas, mas esse tipo de coisa a gente pega aqui e acolá ^_^). Ela disse que a mãe dela, entretanto, policiava-a constantemente, dizendo que ela estava acima do peso. Inclusive mostraram a mãe falando que a filha estava muito bonita, mas que tinha alguns ângulos da câmera que a deixavam gordinha, e por isso a Débora tinha que tomar o maior cuidado e emagrecer um pouco.

Eu juro que quis dar um murro naquela mãe. A Débora estava feia de tão magra e aquela mãe desnaturada mandando-a emagrecer ainda mais.

Anônimo disse...

Lolinha, assim como todos pelo visto, sensacional essa trilogia. Achei as opiniões muito bem escolhidas, se foi você que selecionou parabens, você foi "chata" reclamando dos comentarios mas ainda assim tanto os comentarios quanto vc comentando os comentarios foram engraçados.

Abr seu maior, mais eficiente e melhor "Ventilador" HOHO.

Anônimo disse...

Oi Lola, esse documentário que você falou eu não vi, mas a dura realidade é que a anorexia mata pessoas há muito tempo e a sociedade fecha os olhos para isso.
Se você quiser posso escrever alguma coisa contando sobre o meu caso.

lola aronovich disse...

Bruna, faltou total bom senso ao gerente. Como a Lolla Moon explicou, até financeiramente foi um tiro no pé. Mas o sujeito já pediu desculpas e tal, então... Imagino que pelos próximos meses as gordas sejam tratadas a pão de ló por lá.


Lolla, bom, pelo menos ele pediu desculpas. Eu nem posso falar se perdoaria ou não porque não sou de ir a boates desde os meus, hum, 19 anos, mas imagino que o pessoal de Jersey vai acabar perdoando. Na época em que eu ia a boates também detestava encontrar montes de “velhos” (hoje na idade do meu marido). Mas pra uma menina de 19 anos 35 já era velho. E é mesmo. Quer dizer, a diferença na experiência, na vivência, é muito grande. Anyway, é aquele negócio: tudo bem algumas meninas não gostarem de caras muito mais velhos, ou caras não gostarem de mulheres gordas. Mas quando se institucionaliza o preconceito, barrando gordas ou velhos de entrar em algum lugar, aí é problemático. Bom, nem dá pra comparar o preconceito que gordas e velhos sofrem. Se for falar de velhAS, aí tudo bem. Mas o homem continua tendo muito “white male privilege” mesmo depois de velho.
Então, me passa aquele post sobre os portugueses falando mal do Brasil, please, se encontrar?

lola aronovich disse...

Giovanni, gosto é gosto, né? Assim como tem homem que gosta de magra, tem homem que gosta de gorda. O terrível é quando um homem que gosta de gorda precisa “esconder” sua preferência pra não ser criticado pelos outros. Como se só pudesse gostar de gorda “sexualmente”, escondido entre quatro paredes, mas socialmente tem que ostentar uma mulher dentro do padrão de beleza imposto. Infelizmente acho que muitas gordas conhecem homens assim...


Santiago, vi um pedacinho do show do João Gilberto no Jornal da Globo, ontem. Sou fã dele, gosto de suas músicas e do seu profissionalismo, mas também sou fã dos brasileiros em geral. E do Brasil. Eu amo o meu país. Não costumo falar assim tão patrioticamente em público, mas suas mensagens me fazem radicalizar.

lola aronovich disse...

Credo, Mica, a coisa tá nesse nível mesmo?! Acho que publicarei meu post sobre isso na segunda ou terça.
Sobre a influência dos pais, em geral mães, é muito triste, mas é público e notório que as anoréxicas geralmente têm algum trauma de infância, mesmo que seja a mãe “pegando no pé” sobre o que pode e o que não pode comer. Mas não se esqueça que essas mães também sofrem. Elas não fazem ou dizem essas barbaridades por serem más, mas porque realmente acreditam nisso, e não aceitam o seu próprio corpo como ele é. O problema é muito complexo. No fundo, nós, como mulheres, somos “construídas” pra pensar e agir de uma certa forma e ver nosso próprio corpo como algo errado. Não dá pra achar que uma mãe age assim no vácuo, que ela veio de um outro planeta. Ela é produto de uma sociedade muito enferma. Então o negócio é criticar a sociedade, não a mãe, que é vítima também.

lola aronovich disse...

Pedrinho, que bom que vc gostou da trilogia. É, eu comecei selecionando as opiniões mais ridículas e interessantes (e cortando as repetidas, que eram muitas). Só que o post ficou enorme. Achei melhor dividir em três. Eu acho bom mostrar esse tipo de preconceito porque faz as pessoas refletirem. Às vezes os leitores(as) têm o mesmo tipo de preconceito, mas num grau muito menor, claro. Ao ver o exagero, pensam sobre seu próprio preconceito. Esse é um dos motivos que gosto também de expor opiniões homofóbicas e racistas. Pra gente que é hétero e branca (bom, vc menos, né, pelo menos na parte do branco, já que a Maira te chama de Preto), é preciso conhecer o racismo e a homofobia pra lutar ao lado dos gays e negros. Acho que dá um gás.


Chris, esse documentário, Thin, é muito bom. Se vc tiver internet rápida, deve ter na internet pra download (acho). Também não sei se pra vc, ex-anoréxica, convém ver algo assim. Vc tem que se policiar muito sobre o que vê? Eu li que tem bastante coisa que pode “trigger” (engatilhar) um velho comportamento indesejável.
Olha, eu adoraria se vc pudesse escrever um texto pra eu colocar no blog falando sobre o seu caso. Se quiser e conseguir, pode mandar pra mim por email: lola@lost.art.br
Obrigada!

Anônimo disse...

Para refletir acho que precisa arranjar comentarios mais drasticos então, se bem que aí iria ver humor escancarado, mas sim hahaha. Quanto a esse Preto, comecou em um dia, pós retorno das ferias que tinha ido para o interior e voltado a minha epoca de peixe hahahahaha piscina todo dia, aí quando estava subindo a escola todo contente hahaha volta as aulas, me bato com uma colega que vira e fala "PP ? Vc esta negão" Depois me chamou de Preto de alguma coisa que agora não me recordo, haha subi acabado para a sala, e daí para comecarem a chamar Pedro de Preto hahaha foi pouco. Mas apelidos é oq nao falta.
Deixa ver se encontro outra versão para o surgimento do "Preto"...

Pedro diz:
Lão
Pedro diz:
pq comecou a me chamar de preto ?
Maira diz:
sei la tao
Maira diz:
:D
Maira diz:
pq vc ficou preto da noite pro dia
Pedro diz:
hahahahaha, foi por causa daquele dia lá que Carol me encontrou na escada do colegio né ?
Pedro diz:
que eu tinha voltado de itabocas hahahahaha ?
Maira diz:
aham
Maira diz:
:P
Maira diz:
exatamente
Maira diz:
aehuaehuaehea
Maira diz:
magro e branco em dezembro
Maira diz:
preto e gordo em fevereiro :D
Maira diz:
aehueaheuahhaeuea
Pedro diz:
HEAUEAHUEAHU pouta


Ah Lolinha, ontem passei por evento inusitado hahaha, um "pivete" passou do lado e perdeu algo que eu nao entendi muito mas era "Comprar um biscoito?" hahaha Aí eu falei "Não, valeu" (frase de praxe já, até quando me pedem dinheiro haha". Aí ele "Biscoito?", aí eu olhei O_o e continuei a andando né, aí ele "Vc não fala minha lingua não né?", aí eu olhei "O_o" e falei "não"... aí ele fez "biscoito" e fez aquele gesto de dois dedos levando a boca como se fosse uma maconhinha hahaha.
Quase na porta de casa isso, imagina haha, o mundo ta ficando sinistro.

Anônimo disse...

Lola, não preciso me policiar quanto ao que eu vejo, tenho lembranças desagradáveis daquela época, mas consegui superar a anorexia, não há possibilidade no meu caso de uma recaída, mas levei 10 anos para me recuperar totalmente.
Vou escrever um texto contando a minha experiência com a anorexia.
Até terça eu envio.
Bom fim de semana pra você.

Santiago disse...

Lola:

Eu acho legal quando você responde meus comentários, mesmo sabendo que te provoco e que você não gosta do meu jeito de pensar. As vezes eu escrevo apenas para te contar uma coisa, como o show do João Gilberto, e se não quiser comentar não tem problema. Meu ufanismo eu gastei todo quando acreditava que havia uma saída pro nosso país. Agora, saída, só a que você encontrou: o aeroporto. Piada cínica, porém, realista.
Consolo-me com João Gilberto; Fernando Meirelles, mais alguns e está bom. Até o Nietzsche achava o niilismo ruim, mas, se ele, em vez da Alemanha, morasse no Brasil a gente ia ver.

Obrigado pela paciência e desculpe as provocações. Explique isso ao tal do Pedro, por favor, que eu não tenho paciência com acéfalos. Esse tempo, também, já passou.

Anônimo disse...

Até concordo q esta discussão tenha a sua razão de ser, mas acho q no fundo vc está fazendo uma tempestade num copo d'água. Preconceito, discriminacão, existem contra gordos. Fato. Mas não só - e poderíamos fazer uma lista enorme sobre diferentes discriminados. E pessoas muito magras também estariam nesta lista inclusive. Vejo com suspeita essa revolta. Acho q anorexia e obesidade são lados diferentes de uma mesma moeda e nenhum desses dois extremos é desejável. Mas o q ocorre é q frequentemente as pessoas só criticam a anorexia, esquecendo q tão perigoso para a saúde é a obesidade. Infelizmente tinha uma tia obesa q morreu relativamente jovem (cinquenta e poucos) em consequência da obesidade.
Abra seus olhos.Se cuide.Um abraco

lola aronovich disse...

Pedrinho, entendi então por que seu apelido é “Preto” até hoje. Então vc não gosta de biscoito? Eu também não! Pô, não gostaria nada de ter tráfico de drogas bem ao lado de casa. Quer dizer, talvez até tenha e eu não saiba. Mas ninguém nunca me ofereceu não. Eu devo ter a maior cara de careta.


Cris, pois é, li que demora ANOS pra que a pessoa consiga se recuperar. Parabéns por ter conseguido! Sei que deve ser dificílimo. Imagina, a gente come todo dia, precisa comer ou morre. Pra quem tem uma relação tempestuosa com comida, deve ser muito complicado. Porque é enfrentar essa barra o tempo todo, né? Fico no aguardo do seu relato. Obrigada!

lola aronovich disse...

Santiago, no fundo temos coisas em comum. Quando o pessoal votava no Collor, no FHC, eu também ficava revoltada. Nunca quis realmente sair do país, mas essa do aeroporto ser a única saída eu até devo ter concordado. Ou de eu pensar que não faço parte do país, se não daria pra ter um “governo paralelo”, mesmo que não oficial. Como estou feliz com o governo atual, não penso mais assim. A diferença é que o governo que eu gosto tem seis anos de idade. Até a eleição do Lula nunca tivemos um governo de esquerda. É novidade sim. O seu governo tem quantos anos, cento e quantos?

lola aronovich disse...

Márcia, eu só estou apontando o enorme preconceito que existe contra as gordas. Volta e meia falo de racismo e homofobia também, e não acho que expor o preconceito é fazer tempestade em copo d'água. Se o preconceito não existisse, aí sim eu não teria que falar dele. Mas existe, e é forte. Não estou negando que o preconceito contra pessoas não-gordas não exista. Sim, há preconceito inclusive contra pessoas magras, mas ele é diferente, e muito menor, porque pessoas magras estão muito mais próximas de um padrão de beleza que escala modelos esqueléticas do que pessoas gordas, certo? E não entendo a sua frase “Vejo com suspeita essa revolta”. Mas isso é bastante típico: ao invés de vc se chatear com o preconceito, vc se chateia com quem expõe o preconceito, ou com o alvo do preconceito. Nesse caso eu não sou o alvo. Sou gorda, mas não costuma ir a boates e nunca fui barrada. Também nunca enfrentei a maior parte dos insultos que outras mulheres gordas têm que ouvir. Mas a revolta não deveria ser apenas minha. Deveria ser de todos que não aceitam que pessoas sejam maltratadas. E não sei em que mundo vc vive em que as pessoas só criticam a anorexia, esquecendo da obesidade. Sério que vc pensa isso? Todo santo dia o noticiário fala da epidemia da obesidade, de alguma doença relacionada, de como é fundamental emagrecer, e as revistas e programas do mesmo grupo empresarial dos noticiários se encarregam a trazer a dieta milagrosa da vez. Ou o remédio. Em geral, a gente só ouve falar da anorexia quando morre alguma menina muito magra. Mas qualquer histeria é errada.
Quanto a sua tia, sinto muito. Mas, sinceramente, se vc observar as páginas de obituários, verá que há monte de gente de 20, 30, 40, 50 anos que morre. Infelizmente (eu fico curiosa!), nunca vem a causa de morte. Mas duvido que tenham sido todas por “doenças relacionadas à obesidade”, não acha? As pessoas morrem cedo por uma gama de motivos, entre elas a genética. E pode ter certeza que sua tia não era obesa porque queria, nem porque “merecia”.

lu disse...

vc viu isso? -
http://4.bp.blogspot.com/_a7jkcMVp5Vg/SKeeYPmafZI/AAAAAAAAFuw/gOrjEn7upGM/s1600-h/fine.jpg
achei tão lindo e triste...

lu disse...

ops. não deu. segunda tentativa - vc viu ISSo?

Anônimo disse...

Caramba, fiquei chocada e me acabei de rir tambem. Tenho minhas opinioes sobre o assunto, mas sao muitas (muitas mesmo) e nao tenho tempo para escrever agora. Mas adoraria conversar sobre tudo isso um dia. Moro na Inglaterra e aqui obesidade eh uma paranoia.

Anônimo disse...

Eu odeio esses FDPs que vivem tirando uma c a nossa cara... sinceramenet p essas pessoas que vivem xingano as gordas: vc sabe o que é merda, então cara vc é pior do que isso... ok? Tipo eu sou apaixonada por um garoto daminha sala mas ele ñ gosta de mim por causa de eu ser gordinha... esse meee ir TNC mesmo... e parabens Lola vc escreve mto bem