Foi só o Edward aparecer na tela que a menina atrás de mim comentou com seus amiguinhos, “Não gosto deste ator”. “Este ator” deve ser dos melhores de sua geração, mas não dá pra presumir isso vendo “Ilusionista”. Logo depois a menina cismou com os dentes da atriz mirim. Não a ouvi desdenhar do tamanhão do bumbum da Jessica Biel (do temeroso “Ameaça Invisível - Stealth”), mas eu podia estar dormindo na ocasião. O Edward tem que representar um homem apaixonado pela Jessica, só que é impossível depurar paixão na sua atuação. O único homem apaixonado na trama é o inspetor de polícia feito pelo Paul Giamatti (“Sideways”). Apaixonado pelo Edward. Nem dá pra reclamar, porque há mais química entre eles que entre o casal hetero. E o amor é lindo e tal, e por ele a gente suporta muitos sacrifícios. Por exemplo, se meu amado quisesse me hipnotizar e em seguida decapitar a minha imagem no espelho, tá limpo. Mas ai dele se colocasse um sapo vivo (ou morto) na minha mão.
Olha, não é que não gostei de nada do filme. É óbvio que Viena tá bem reconstruída (surpresa se não estivesse), com várias carruagens e cartolas. Mas o cenário que me impressionou foi um corredor do príncipe bigodudo, cheio de troféus de caça. Isso foi pra matar de inveja o Norman Bates embalsamador de pássaros em “Psicose”. Muitos críticos até gostaram de “O Ilusionista”, captaram sua alma, adoraram o estilo e o ritmo. Na realidade, eles se dividem entre os que acham que o elenco tá fabuloso e até a Jessica não passa vergonha, e os que sacaram tudo desde o comecinho e acham que nem o Edward se salva. Pertenço ao segundo grupo. Não me envolvi com o dilema da trama, que é: o carinha é um super mágico ou alguém com poderes ocultos? Pra mim não houve mistério. Achei que ele era sobrenatural mesmo. Ah, eu não creio nessas coisas? Pra você ver como eu não tava nem ligando. E a comparação com “O Grande Truque” se faz inevitável. Nele, eu queria ser enganada. Aqui, ao ver uma semente virar árvore com frutos na minha frente, eu acreditei. Que trazer fantasminhas pra falar com a platéia, que nada! Pra mim o truque supremo foi o da árvore, porque as sementinhas aqui de casa levam anos pra vingar, quando vingam. O maridão até hoje chama uma das árvores de “laranjeira bonsai”. Espero que ela cresça logo pra jogar laranjas em cima da sua cabeça, mas estou me desviando do assunto, eu sei.
2 comentários:
Eu vi esse filme há um tempão,meu deus que horror...acho que a pior parte é o final quando explicam o truque todo,copiado descaradamente de Romeu e Julieta,se bem me lembro.
Com este filme, eu notei O Hipnotizador, a nova série da HBO. Eu amo como eles descobrir os mistérios através da hipnose.
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