terça-feira, 27 de novembro de 2018

NA CONTRAMÃO DO FEMINISMO

Flávia é nutricionista, mãe, esposa, cristã há vinte anos. Ela "criou coragem" e me enviou este texto escrito por ela.

Em pleno 2018, com uma crescente conscientização do empoderamento feminino, um grupo de mulheres toma direção contrária à igualdade de direitos e à liberdade.
Falamos de evangélicas brasileiras, que nos grandes centros, já usam calças compridas, maquiagem e brincos, mas continuam fiéis aos preceitos do antigo testamento que prega submissão e capacidade relativa da mulher, alimentada pelo machismo latino, sustentada por versículos bíblicos que retomam a imagem da “recatada e do lar”.
Igrejas neopentecostais já reconhecem a liderança feminina episcopal, posterior ao comando masculino. Mulheres sobem ao púlpito, inclusive pregam não apenas entoando louvores, como nas igrejas assembleianas, onde elas não sentam no altar (raríssimas exceções), e ficam todo culto sentadas separadamente do marido e dos filhos, pois integram o grupo de mulheres da igreja e recebem oportunidade para entoar louvores. Anualmente vestem-se iguais (comprando roupas caríssimas, determinadas pela igreja). Por três ou quatro dias “festejam” mais um ano do grupo das irmãs, com pregadores e cantores de outras igrejas.
Em poucas denominações são apresentadas como pastoras, missionárias ou até mesmo bispas, mas sempre um cargo inferior ao marido. Em algumas poucas igrejas são eclesiasticamente iguais, mas com pouca ou nenhuma voz ativa.
Mulheres são disciplinadas a obedecerem seus maridos, que são a “cabeça” e o provedor do lar. Um marido feliz tem uma esposa dedicada e a sua disposição. Esta é a receita para se manter um casamento: espelhe-se na esposa do pastor, que em geral não tem atividade remunerada fora de casa, ou se tem, será part time, ou em dias alternados, e sempre pode contar com um grupo de irmãs dispostas a ajudar nas tarefas da casa, cuidar dos filhos, fazer seu cabelo...
Mulheres que trabalham fora em tempo integral e queixam-se da dupla jornada e da pouca colaboração masculina são orientadas a repensarem seu papel no mercado profissional, já que é o homem o provedor do lar. Ao considerar esta possibilidade, muitas mulheres demitem-se  para  dedicar-se apenas ao lar. Assim, muitos dos problemas conjugais se dissolvem, pois o marido terá uma esposa mais disponível, menos cansada, e o homem não sofrerá cobranças para colaborar com afazeres da casa, já que a esposa tem uma dedicação exclusiva à família. Não há mais ciúmes, atrasos, desculpas para adiar a intimidade conjugal.
As esposas dos pastores são belas, não emitem opinião, recebem bem, não repetem roupa  e dedicam-se exclusivamente à família. São intercessoras de seus maridos, fazem caridade, oram e levam consigo um grupo de seguidoras que almejam a mesma vida “abençoada.”
Com reuniões fechadas os homens não direcionam apenas o evangelho, mas resolvem através de voto a vida das mulheres, se devem ou não  “liberar” esmalte vermelho, corte de cabelo, coloração, entre outras, mas sempre dizem (na frente dos outros) que elas podem usar,  que têm liberdade, que devem fazer o que gostam. Quando uma delas sente-se seduzida pela vaidade e permite, em geral é repreendida entre quatro paredes.
Ensinam que feminismo é rebeldia e isso significa pecado, e que o casamento é indissolúvel, sendo aceito o divórcio apenas em caso de traição, mas que mesmo assim esta pode ser perdoada.
Casos de violência não são raros, e as mulheres não recebem apoio nenhum para denunciar ou mesmo se afastarem da relação; pelo contrário, são orientadas a perdoarem e aceitarem seu cônjuge, que apenas teve um dia ruim.
Nas reuniões masculinas  direcionadas às lideranças, dentro das igrejas ou mesmo nas convenções pastorais assembleianas, as palavras lá proferidas não devem ser compartilhadas com suas esposas, pois os homens entendem ser algo que diz respeito somente ao universo masculino.
Às esposas cabe ficar protegidas dentro de casa e receberem o alimento -- inclusive espiritual -- dos seus provedores. 

44 comentários:

Anônimo disse...

E fazem muito bem permanecer assim.

Marina disse...

Obrigada Flávia pela coragem do seu texto. Nos dias atuais, é preciso mta coragem pra escrever um texto desses msm

Anônimo disse...

"mas continuam fiéis aos preceitos do antigo testamento que prega submissão e capacidade relativa da mulher"

Não, isso também é ensinado no novo testamento.

Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,
Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.
A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.
Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.
Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.

1 Timóteo 2:9-15

Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Efésios 5:22-24

Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Efésios 5:33

Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

1 Coríntios 11:3

O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor.
Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.

1 Coríntios 11:7-12

Se alguém julga que é inconveniente para a sua filha ultrapassar a idade de casar-se e que é seu dever casá-la, faça-o como quiser: não há falta alguma em fazê-la casar-se.
Mas aquele que, sem nenhum constrangimento e com perfeita liberdade de escolha, tiver tomado no seu coração a decisão de guardar a sua filha virgem, procede bem.
Em suma, aquele que casa a sua filha faz bem; e aquele que não a casa, faz ainda melhor.
A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas, se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
Contudo, na minha opinião, ela será mais feliz se permanecer como está. E creio que também eu tenho o Espírito de Deus.

1 Coríntios 7:36-40

Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra;
Considerando a vossa vida casta, em temor.
O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos;
Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos;
Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto.
Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.

1 Pedro 3:1-7



Anônimo disse...

"Ensinam que feminismo é rebeldia e isso significa pecado, e que o casamento é indissolúvel, sendo aceito o divórcio apenas em caso de traição, mas que mesmo assim esta pode ser perdoada."

Em relação ao divórcio, o próprio Cristo o condenou.

Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

Mateus 19:3-9

E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés?
E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar.
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento;
Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher,
E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disto mesmo.
E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela.
E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.

Marcos 10:2-12

Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.

Lucas 16:18

Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.

Mateus 5:31,32

Rodolfo Abrantes disse...

Não entendi, qual e o problema????

Anônimo disse...

Cada um acredita no que quiser, desde que se lembrem que o estado é LAICO e não queiram enfiar suas ideias estupidas e retrógradas nas políticas de ensino e de governo em geral.


E não adianta querer mudar os avanços que já começaram na sociedade, se submete a essas ideias de DOiS MIL anos atrás, feitas e pensadas para uma sociedade tribal e agrícola quem quiser, problema deles.

Anônimo disse...

a) Sou catolica praticante nao vejo conflitos entre o feminismo e a minha fe Deus espera que seja feliz eu nao posso ser feliz com um marido abusivo.

b) Sou uma mulher independente e tenho apoio do meu marido estamos juntos a seis anos e agora nos casamos na igreja.

c) O que eu ja vi e ouvi historias de maridos abusivos que se dizem religiosos um monte eles usam a religiao para escravizar mulheres e todos ao seu redor

d) Estou preocupada com a laicidade do Estado brasileiros as igrejas pentecostais querem mandar na vida das pessoas e acreditam que outras denominaçoes devem se submeter

Anônimo disse...

Sou catolica praticante nao vejo conflitos entre o feminismo e a minha fe Deus espera que seja feliz eu nao posso ser feliz com um marido abusivo.

Vocês feministas religiosas n veem o conflito porque n querem. Assim como a maioria dos religiosos q fingem que n tem um monte de absurdo machista e homofóbicos na bíblia. O problema é que as pessoas interpretam errado...

Anônimo disse...

13:33 e 14:05, o mesmo troll fazendo o que sabe fazer, ser inútil e sem relevância mesmo numa caixa de comentários.

Dito isto venho manifestar minha humilde opinião, pq postar trollagens sem sentido? Todo mundo está ciente de que grupos loucos, radicais perigosos, mascus e incels vivem infestando os blogs feministas, eles não tem vida própria, pobres imbecis que são. Mas podiam levar um block, a galera já está ciente de que eles existem , não interessa ficar lendo as babaquices deles. Desculpe me meter assim no seu blog Lola, mas não aguentei!

Anônimo disse...

E daí?

Se a opção sexual de cada um é uma escolha legítima, por que escolher ser submissa ao marido não seria?

Pode uma escolha pessoal sofrer algum tipo de censura?

Anônimo disse...

"Mulheres que trabalham fora em tempo integral e queixam-se da dupla jornada e da pouca colaboração masculina..."

O que eu tenho haver com dupla jornada da mulher? Esta insatisfeita? Saia do casamento ou da união.

Que a mulher vá viver sua vida como bem entender, o que não dá é ficar em um relacionamento que não tenha vantagens para ambos.




Anônimo disse...

"13:33 e 14:05, o mesmo troll fazendo o que sabe fazer, ser inútil e sem relevância mesmo numa caixa de comentários."

Não faço ideia do que você está falando,meu comentário foi muito mais útil que o seu.Acho que o troll aqui é você.

titia disse...

Eu conheço esse tipo de gente, e posso dizer com propriedade que o problema deles é que são infelizes. No casamento, no trabalho, na igreja, na vida, mas não tem coragem de fazer nada pra mudar. E ficam putinhos quando veem as pessoas que não caíram no conto do pastor picareta sendo felizes, livres, e como não tem coragem de fazer nada pra mudar, ficam querendo arrastar todos pra lama com eles. Quer que todos sejam tão infelizes quanto eles pra não terem que encarar os ônus da escolha que fizeram e ou viver com eles, ou mudar. São uma gentinha asquerosa no mais alto grau.

titia disse...

17:44 só de falar em opção ao invés de orientação sexual você já tá errado. Cala a boca e cai fora, macho merda.

Anônimo disse...

Lola bem que poderia parar de dar voz a esses pedaços de merda misóginos religiosos que vem aqui vomitar sua misoginia. Longe de mim querer ditar o que a dona do blog deveria fazer, mas, um meio feminista deveria ser seguro às mulheres.

Hannah

Anônimo disse...

Haja saco hein!

Anônimo disse...

O que foi descrito em nada fere qualquer igualdade de direitos ou liberdade, pois é escolha individual, exercício da própria liberdade... a menos que a única verdade seja a das feministas...

Ainda faltaria saber se é assim mesmo, porque a distorção, o espantalho e as mentiras ocorrem muito quando se trata de se representar o que não se apoia.

BLH

Anônimo disse...

"Lola bem que poderia parar de dar voz a esses pedaços de merda misóginos religiosos que vem aqui vomitar sua misoginia" (27 DE NOVEMBRO DE 2018 20:22)

Por que? Não gosta do contraditório? Detesta a diversidade de ideias? O pensamento critico só serve se for consoante ao seu? Um pensamento diferente do seu é uma ameaça?

Me poupe do seu despreparo.

Claire disse...

NOJO DISSO!!! Já perdi a esperanças de viver num país onde as mulheres são respeitadas da mesma forma que o homem.

Anônimo disse...

Aaaaaaaiiiiiiihhhhhhnnnnn Lolinha pelamordeDeus nos salve dos comentários verdadeiros desse povo da direita, por favor! Minha cútis esquerdista é muito sensível e toda vez que leio verdades meus olhos e meu coraçãozinho vermelho dóem Lolinha! Bate neles Lolinha! Puxa a orelha deles tia, põe eles de castigo que eles estão me atrapalhando fazer o cigarrinho de maconha e pintar o cartaz "lulalá livre". Brigada tia!

Rafael disse...

Concordo, estou aqui desde o início e o nível dia comentários caiu muito.Mas se é dona não corta essa turma os demais participantes poderiam deixar de responde-los.

Rafael disse...

De experiência pessoal vi mais respeito a mulher na igreja evangélica Que no partido político (de esquerda ).

titia disse...

Rafael Cherem não duvido. Conheço um pessoal no meio evangélico que respeita sim as mulheres, já vi até pastor defendendo gays, dizendo que é melhor abortar do que ter um filho que não consegue criar, que mulher não tem que sentir culpa por fazer sexo, que ninguém tem que ter filho sem querer, que dá bronca em machinho que botou chifre e depois reclama que a mulher devolveu o favor. Tem um pastor que meu pai costumava ouvir que é totalmente contra essas merdas de Escola sem Partido, proibir educação sexual e de gênero, etc. porque quem acaba com a família são os homens héteros que saem por aí cagando a vida de todo mundo, principalmente da mulher e dos filhos. Meu pai, inclusive, se tornou uma pessoa pior depois que abandonou o círculo desse pastor pra ir atrás de extremista evanjegue. Mas essas pessoas são a minoria da minoria

Unknown disse...

BLH, não vi distorção, espantalho e mentiras, mas uma realidade que acontece em algumas igrejas de certas denominações evangélicas. Não é o que acontece em todas elas ou que todos os homens e mulheres de igrejas evangélicas são assim. Mas há uma minoria expressiva que corresponde a este perfil. Concordo com o Rafael de que há homens de esquerda que desrespeitam mulheres tanto quanto na direita.

Unknown disse...

"Com reuniões fechadas os homens não direcionam apenas o evangelho, mas resolvem através de voto a vida das mulheres, se devem ou não “liberar” esmalte vermelho, corte de cabelo, coloração, entre outras, mas sempre dizem (na frente dos outros) que elas podem usar, que têm liberdade, que devem fazer o que gostam. Quando uma delas sente-se seduzida pela vaidade e permite, em geral é repreendida entre quatro paredes."

Existem homens evangélicos, igrejas e até denominações inteiras que proibem qualquer manifestação de vaidade nas mulheres. Proíbem até a depilação. Mas não são todas. Conheço muitas evangélicas que pintam cabelos, unhas, usam maquiagem e tem todo tipo de cuidados de beleza. Isso é muito relativo.
Eu fico com a opinião do anon 14:21 a respeito dos evangélicos extremistas (evanjegues) de que não há problema algum se eles querem seguir as regras bíblicas ao pé da letra desde que não queiram obrigar os outros a viverem como eles. Desde que não agridam quem não é religioso.

Um anon citou vários textos bíblicos falando sobre submissão feminina. Eu os acho retrógrados, arcaicos, mas há mulheres que escolhem esse tipo de vida. Não são vítimas de nada. Não estão sendo obrigadas. Provavelmente sentem alguma vantagem nesse modelo tradicional, patriarcal de família. Essa vida funciona para elas. A atitude de alguns pastores de incentivarem esposas a perdoar o marido violento é bem grave. Já li um artigo, acho que foi na BBC, não tenho certeza, em que um grupo de evangélicas feministas estavam problematizando esse problema e é improvável que a maioria do evangélicos aprove isto. Não está tudo perdido.

Anônimo disse...

Flávia e Lola quando estiverem doentes no hospital não clamem por Deus,clamem por Lula.Voces esquerdistas não tiveram competência para administrar o país(nenhum) agora querem questionar a palavra de Deus.Basta uma doenca ou a morte para dobrar toda essa arrogância feminista.

Anônimo disse...

Não, doente mental. Já vi gente que não acreditava em Deus morrer de câncer com dignidade sem edir ajuda a Deus nem mesmo no último suspiro. Cai fora daqui com seu fanatismo religioso cego.

Anônimo disse...

Será que eu ouvi o zumbido de um mascu insignificante desejando que Flávia e Lola fiquem doentes ou morram? Cuidado, hein, mascul. Deus atende desejos e como vc esta desejando o mal aos outros pode ser que Deus conceda seu desejo e traga a doença e a morte para você mesmo. Lembra daquele mandamento, não julgar para não ser julgado? Não julgue as feministas desobedientes ou Deus poderá te julgar com a mesma vara com que você julga e condena os outros.

Anônimo disse...

Anonimo das 5:38 te falo a mesma coisa. Na hora que estiver doente, faz arminha com a mão que passa. Médico pra que, né?
Palhaço

Anônimo disse...

Falem do Lula,do Bolsonaro,dos machistas e feministas,mas a internet está cheia de relatos daqueles que começaram a questionar a palavra de Deus....afundaram!

Anônimo disse...

Na areia movediça ou na água anon 17:00

Anônimo disse...

Anonimo das 17...o que quer dizer "afundaram" para vc?
Porque, salvo os Estados Unidos, que são uma excessão, tem uma inversamente proporcional forte de quanto mais rico o paIs, mais ateu ele é...

Valéria Fernandes disse...

Realmente, não sei a qual denominação a autora da mensagem pertence. Lola me conhece de tempos e sabe que sou evangélica e batista, sim, a denominação que irradiou boa parte do antipetismo e central para a Lava-à-Jato. Como não posto anonimamente, podem me achar fácil. Não estou comentando para dizer que a autora da mensagem está errada, não sei qual a denominação dela, a experiência pessoal que ela viveu, mas afirmo que o texto me pareceu bem restrito ao descrever o que é ser mulher e evangélica. Primeira coisa, e já pontuaram aí em cima, os textos bíblicos problemáticos (*aos nossos olhos*) sobre o papel das mulheres na igreja e seu lugar na sociedade, estão tão, ou mais, marcados no Novo Testamento, por motivos de resistência e divergência, pontuo como historiadora, do que no Velho. Talvez, o que a autora quisesse dizer é que é preciso olhar mais para Cristo, que é construído discursivamente (*porque não serei eu, historiadora, a defender que ele inegavelmente existiu*), como acolhedor dos marginalizados e menos (*muito menos*) discriminatório em relação às mulheres.

Indo para a atuação feminina nas denominações, a maior igreja neopentecostal do Brasil, a Universal do Reino de Deus, é uma das mais restritivas quanto ao papel das mulheres como líderes. Eles não têm mulheres pastoras, nem perto disso. Aliás, já escrevi no meu blog que essa situação impacta até a forma como lideranças femininas bíblicas (* Miriam, caso mais gritante*) são apresentadas nas novelas da Record. Agora, a Universal não cerceia roupas e adereços e se preocupa quase nada com usos e costumes. Essa patrulha é muito mais comum nas miríades de pequenas igrejas pentecostais (*Ex.: Congregação Cristã no Brasil*) e neopentecostais, mas praticamente se perdeu, mesmo nos ramos dominantes das Assembleias de Deus.

Boa parte dos evangélicos tem um comportamento tão mundano (*e aqui estou usando termos que ouço desde o ventre materno*) quanto qualquer não-crente. Pouco importa a maquiagem, blusinha de alcinha, decote, micro biquíni, cabelo curtobelo, ou ainda o tamanho da saia, coisas que na minha infância e adolescência poderiam render disciplina, exclusão, ou a humilhação em público, valem pouco hoje. Assim como tatuagens e cortes modernosos de cabelo nos homens, camisetas e bermudas dentro da igreja. O importante em nossos dias é ocupar espaços políticos e impor uma visão de mundo (pseudo) moralista a toda a comunidade. Nem sexo antes do casamento, ou mesmo gravidez pré-nupcial, parecem ser um grande problema em algumas igrejas (*ditas*) conservadoras, porque tudo se flexibiliza em nome do acolhimento, enquanto se demoniza os de fora do rebanho que, a rigor, seriam os que não teriam responsabilidade alguma de se pautar por (*supostos*) valores bíblicos. Assim, temos bloco de carnaval de igreja, tudo em nome da evangelização, mas o desfile das escolas de samba é imoral.

Valéria Fernandes disse...

A igreja Evangélica no Brasil, assim, sendo bem generalizadora, não se interessa mais em se reformar, mas quer impor um arremedo de moral cristã ao mundo. No que depender do governo atual, talvez consiga. Ele se elegeu, aliás, com o maciço apoio desse tipo de evangélico e eu ouvi de púlpito que elegemos um presidente que “representa nossos valores”. Quais seriam? Porque eu, particularmente, sinto-me pouco representada. Voltando ao ponto, ou tentando, a regra na maioria das igrejas evangélicas é que as mulheres ocupem um lugar inferior ao dos homens, quando não subordinado. É fato. Só que, em muitas igrejas, as mulheres são maioria. Logo, elas ocupam lugares que, à princípio, não seriam seus. É a prática corrente. Uma vez ocupados e as coisas acomodadas, inclusive para os homens que não precisam cumprir certas funções, dificilmente elas serão tiradas de lá. Nunca vi pastor em igreja alguma com maioria feminina subir de púlpito e defender que as mulheres sejam silenciosas nas igrejas, sem uma série de “poréns” e “vejam que é coisa de outros tempos”. As igrejas iriam parar de funcionar. Não a Universal, talvez, mas mesmo as assembleias de Deus iriam ter sérios problemas.

Não se deve subestimar a força dessas mulheres (*supostamente*) atrás do trono, das irmãs de coque do grupo de oração, das meninas do louvor e da coreografia, as senhorinhas da beneficência que recolhem quilos de alimento e roupas para doação, ou mesmo das esposas de pastor que, agora, terão na primeira-dama um modelo. Aliás, as esquerdas perderam a eleição exatamente por causa disso, não conseguiu conversar com elas. Outra coisa, na maioria das igrejas evangélicas não se defende o papel do homem provedor, mas do homem cabeça da família. Se saírem por aí defendendo que as mulheres larguem seus empregos, as igrejas fechariam, também. Elas são maioria, mesmo com salários, na média, menores, o dinheiro delas faria falta para pagar as contas e os salários dos pastores.

E mais, sabe-se bem que a maioria das mulheres em nossos dias trabalha por precisar, ou por precisar e gostar. Isso levou à mudanças nas estruturas dos ministérios femininos, simplesmente, porque oração 8h da manhã, ou no meio da tarde, se tornou inviável. Isso provocou brigas homéricas em alguns lugares, minha mãe, por exemplo, acha essas alterações absurdas. Minha mãe sempre trabalhou, era professora, mas arranjava jeito de encaixar tudo na sua agenda, sentia culpa quando não conseguia. Acha que essas “modernidades” como horários flexíveis e fim de ministérios separados para homens e mulheres (*há os conjuntos, nas igrejas batistas, também*) tem enfraquecido as igrejas. Quando o IBER e o SEC, dois seminários femininos batistas, se tornaram mistos, minha mãe quase morreu de desgosto. Deles saiam esposas de pastor modelares como as descritas no texto, mas saiam, também, as lideranças femininas da denominação, algumas assumidamente feministas, ou levantando as mesmas bandeiras, algumas, optando pelo celibato e se saindo muito bem em lugares que muitos homens não tinham coragem de pôr os pés, muito menos, ficar, como Angola em guerra civil.

Valéria Fernandes disse...

O que eu diria é que o fim dos ministérios segregados, que eram controlados por elas integralmente, ou quase, por assim dizer, tem enfraquecido as mulheres, porque se elas não têm seus próprios espaços de discussão e de poder, inclusive econômico, porque, não raro, as mulheres se mostram mais hábeis em recolher ofertas e administrá-las, além de sua voz perder peso, pelo menos, nas igrejas batistas. Ainda que, no caso da minha denominação, que congrega, entre suas várias vertentes, perto de 4 milhões de pessoas (* as Assembleias de Deus têm mais de 12 milhões. A Universal, uns 2 milhões, talvez um pouco menos. A Congregação Cristã tem uns mais que uns 2 milhões e meio.*), já temos pastoras faz algum tempo, ainda que com resistências, se um grupo tem homens e mulheres, não raro, elas, mesmo mais competentes, deixam que eles tomem o comando, porque seria o “natural”. Não sei quais igrejas a moça do texto conhece, ou descreve, mas a visão do ministério feminino, ou da subordinação e disciplina das mulheres, que ela apresentou me parece muito utópica.

Uma coisa é o que os homens querem, planejam para as mulheres, outra coisa é como a banda toca. A maioria das igrejas evangélicas, salvo especialmente a Universal, se vê obrigada a conviver com mulheres fora do padrão, mulheres comandando igrejas e congregações e os motivos, claro, nem sempre é a falta de um homem. Agora, os discursos, não raro, são os de assujeitamento. Mas pegue aí essas cantoras gospel da moda, especialmente, as Valadão, a Bispa Sônia, e veja se elas ficam no ‘lugarzinho” que elas, não raro, querem vender para as outras mulheres. Espero que o meu comentário tenha sido coerente, se não foi, enfim, ficará desse jeito mesmo. Infelizmente, não tenho esperança de mantermos um Estado minimamente laico nos próximos anos.

Anônimo disse...

Além de que os EUA é laico. E muitos americanos são ateus.

Anônimo disse...

Perfeito Maria Valéria. Mas o texto da Flávia não está fora da realidade. Tudo que ela descreveu acontece no meio evangélico. Eu vivi nesse meio por um curto tempo e sou jovem. Cheguei a ver todo esse tipo de coisa descrita. Mas também vi realidades descritas por você. Em relação a conduta sexual sei de muitos evangélicos que a seguem e também de muitos que fingem que seguem. No entanto eles são mais indulgentes com os de dentro da igreja do que com os de fora sobre os quais gostam de atirar pedras e fingir que são mais morais.

"Mas pegue aí essas cantoras gospel da moda, especialmente, as Valadão, a Bispa Sônia,e veja se elas ficam no ‘lugarzinho” que elas, não raro, querem vender para as outras mulheres."

É isso mesmo que acontece. Estas são as validadoras do patriarcado. Não querem viver subordinadas e em segundo lugar, mas pregam essa merda para as outras mulheres. Hipocrisia, cara de pau e malcaratismo chama-se tal atitude.

Anônimo disse...

Mas passei bem pouco tempo mesmo em uma igreja evangélica. Nem sequer fui batizada. Eu detestei tudo. No entanto tenho pessoas próximas nessas igrejas e vejo algumas mulheres que vivem em subordinação ao marido graças às crenças religiosas.

Valéria Fernandes disse...

Sim, eu sei, "Anônima", o problema foi a generalização. E eu não tenho "maria" no nome, é só Valéria mesmo. :D

Unknown disse...

"Infelizmente, não tenho esperança de mantermos um Estado minimamente laico nos próximos anos."

Um pouco catastrófico, mas nada dura para sempre e essa onda tambem passará. Nem o meio evangélico, de acordo com a sua descrição, é tão conservador quanto o bolsonarismo e a bancada evanjegue quer fazer parecer. Os políticos evanjegues como Magno Malta, Eduardo Cunha (falecido) e Cia é que tentam impor pautas que até mesmo a maior parte dos evangélicos não apoiam (ou simplesmente não ligam muito...)
Agora hipocrisia sobra nessa história de impor aos outros coisas que nem eles mesmos seguem.

Sergio Costa disse...

A maior parcela dos integrantes da minha família são evangélicos(a),por conseguinte inúmeras mulheres nutrem a sua fé com sabedoria e independência,portando assim como eu que sou discente de direito muitas trabalham e estudam, no entanto outas milhares optam pela servidão sócio-familiar em prol do casamento.
Um relacionamento cristão deve ser orquestrado pelo amor e sabedoria,resultando em uma sinfonia equilibrada,virtuosa e tolerante.
Deus em sua essência pura não coaduna com nenhum assentamento desigual ou justificativa para tal em seu nome.

Daniel Chiu disse...

Eu sou ex-evangélico, mas na minha família ainda há muitos evangélicos. Na época que ainda era evangélico, tive um primo que se casou e teve a cerimônia regida por um pastor. Esse pastor citou algo como: "a mulher é o pescoço e o homem é a cabeça". Quando ouvi isso, deu um arrepio nas minhas costas. Fiquei com asco de ouvir essa frase citada, repetida e justificada durante a cerimônia. Isso porque estava do lado da minha esposa, que é feminista e também deve ter ficado horrorizada com este discurso. É inconcebível nos dias de hoje que as mulheres sejam subjugadas e deixadas em segundo plano.

Anônimo disse...

Misoginia não e meramente opinião contrária! E um atentado a um grupo de seres humanos. Já levei esculacho de religioso por ter vagina no meio das pernas, não sou obrigada a achar misoginia travestida de "opinião contrária" tolerável.

Hannah

Marcelo disse...

Cada um vive como quer.