quinta-feira, 18 de agosto de 2016

GUEST POST: AS IDAS E VOLTAS DE UM RELACIONAMENTO ABUSIVO

A E., de 26 anos, me enviou este email:

Adoro o seu blog e ele faz parte da minha leitura diária. Espero de coração que você leia esta carta, pois acredito que a experiência relatada é um desabafo.
Eu sempre fui uma garota muito dedicada aos estudos e feminista, batia o pé por não aceitar machismo nem que me tratassem mal por eu fazer da minha vida o que eu queria. Saí da casa de meus pais aos 17 anos para estudar em outra cidade. Um mês antes de completar 19 anos, saí com um rapaz de 20 que eu achava lindo, perfeito, educado. Nós ficamos e ele se mostrou gentil e carinhoso, e cada dia que passava nessa relação ele se mostrava mais amoroso e prestativo, em todos os sentidos. Eu estava nas nuvens, completamente apaixonada, me sentia a mulher mais amada do planeta, acredito que isso me impediu de enxergar algumas placas de aviso sobre o cara. 
Já nas primeiras saídas, ele não tinha dinheiro para pagar as contas e não avisava com antecedência. Depois, ele foi aos poucos aparecendo lá em casa em qualquer horário, sem avisar. Ele não ajudava nas despesas e quando eu falava sobre isso, ele era grosseiro. Isso foi desencadeando uma série de conflitos entre mim e minha amiga, pois eu dividia o apartamento com uma colega de faculdade e nunca houve qualquer discussão, até ele resolver se mudar para lá com a desculpa de que a mãe dele brigava muito com ele. Um dia, após minha amiga me dar um ultimato com relação a ele, ele resolveu que poderíamos morar juntos, e eu aceitei.
Claro que, quando nos mudamos, eu já não podia mais ver todos os meus amigos, e grande parte deles eram homens, e só pude manter aqueles que eu nunca havia ficado. Amizade com ex era desrespeitoso, e quando dizem que o amor nos deixa cegos, acredito que ele fazia isso de forma tão sutil que só percebi quando era tarde demais. 
Como minha família mora em outra cidade, eu costumava visitá-los a cada dois meses. E foi numa dessas viagens que ele ficou três dias sem falar comigo por eu ter saído com uma amiga e na rua ele ouviu vozes de homens, mas que não estavam conosco. Eu não entendia, mas ele falava pelo MSN que ia quebrar o meu pescoço. Meus pais o conheceram um tempo depois e gostaram muito dele, pois como eu disse, era prestativo, educado e inteligente. 
Uma noite nós dois fomos na casa de alguns amigos meus e eu abracei um deles e dei um beijo em seu pescoço. Era um grande amigo meu. Não foi com malícia. Mas meu namorado/ marido entrou no carro e durante o trajeto gritava que eu era uma puta e que iria matar nós dois. Fiquei com muito medo, não entendia porque ele agia daquela forma, mas ele dizia que eu estava lambendo o pescoço do meu amigo e hoje em dia eu não sei o que fiz aquela noite -- essa foi a primeira vez que comecei a duvidar de minha sanidade. Nessa noite ele cortou os pulsos e eu passei a noite toda chorando e implorando perdão.
Algum tempo depois, descobrimos que eu estava grávida. Ele deu total apoio desde o início e dizia que íamos passar por isso juntos, que essa criança era um presente e que seríamos muito felizes. Ele voltou a ser o cara com quem casei. Porém, algumas vezes saía e me deixava sozinha, voltava de madrugada, às vezes brigávamos porque ele dizia que eu estava insuportável com a organização da casa, outras vezes dizia que eu tinha engravidado de propósito. 
Nesse período da gravidez tivemos inúmeras brigas, muitas com agressões físicas, e muitas vezes ele ia para a casa da mãe dele e me deixava sem comida ou dinheiro em casa (eu não trabalhava). Uma vez, peguei o ônibus para a casa de meus pais. Quando retornei da viagem ele estava muito carinhoso e amoroso e mudou completamente, eu já estava no sétimo mês da gravidez. Alguns dias depois encontrei uma conversa dele com a ex-namorada, uma garota que mora fora, com a qual ele vivia me comparando. Ele dizia que a amava e não sabia o que estava fazendo comigo. Que eu era uma louca mentirosa e vagabunda. Nesse dia eu fiz uma mochila e saí de casa. Fiquei andando sem rumo, então ele me ligou quando chegou em casa e foi me procurar. 
Eu o perdoei, mas sentia que eu ficava sem ar de tanto amor que sentia por ele. Não entendia o quanto aquilo estava me adoecendo. Não percebia que tudo aquilo não era amor. Mas continuamos. Nossa filha nasceu. Ele passou a jogar na minha cara que o parto foi pago pelo pai dele. Quando minha filha estava com 14 dias de vida, ele me jogou na cama e me deu um tapa na cara pois leu uma mensagem onde meu ex-namorado mandava felicitações a nós pelo nascimento da pequena. 
Arrumei minhas coisas e fui para a casa da minha mãe. Ele ligava chorando e implorava que eu voltasse pois não conseguia viver sem nós duas. Eu voltei. Ele passou no vestibular e começou o ano na faculdade, enquanto eu estava dando início à minha monografia, em meu último ano de faculdade. Ele conheceu pessoas novas, e começou a sair muito com essas pessoas. Como estudávamos na mesma faculdade, e precisávamos deixar a nossa filha com os parentes dele, muitas vezes no fim da aula eu precisava buscar ele no bar.
Um dia ele chegou tão bêbado em casa que levantou de madrugada e fez xixi na caixa de brinquedos dela. E quando eu acendi a luz e perguntei o que ele estava fazendo, ele me empurrou e eu caí em cima do ventilador. No dia seguinte, ele não lembrava de nada. E assim foram se seguindo os dias, ele podia estudar sempre que quisesse, eu não podia escrever minha monografia porque as aulas dele eram mais importantes. Eu não podia tomar banho porque ele não segurava nossa filha nem por 5 minutos. Ele dormia praticamente o dia todo e eu chorava o dia todo tentando equilibrar a vida de mãe, cozinhando, limpando a casa, estudando, e a minha depressão pós-parto que tornava isso tudo muito difícil de ser feito. 
Em meados de agosto de 2010, ele terminou tudo dizendo que não me aguentava mais. Que eu só chorava, que ele queria curtir a vida dele, fazer a faculdade em paz. Fiquei doente, principalmente porque com o passar do tempo, ele aparecia em casa quando queria fazer sexo, e sumia durante dias, mesmo que eu só precisasse que ele comprasse coisas para nossa filha (eu não tinha carro e morávamos longe de tudo). 
Eu não podia sair, pois toda vez que eu saía, ele sabia exatamente onde eu estava ou então me ligava me chamando de puta irresponsável por sair com uma criança pequena. Certa noite ele ligou dizendo que pegaria a filha. Eu esperei, ele não apareceu. Depois descobri que, após ele me ligar, ele havia saído com outra mulher, então parei de falar com ele. Quando ele soube que eu sabia, ele foi até minha casa e me bateu enquanto eu dava banho na nossa bebê. 
Passou a ligar no meu novo trabalho e me xingava de todos os palavrões possíveis. Como ele levava nossa filha para a escolinha, fazia chantagens dizendo que não ia levar ela, ou então que não iria devolver ela no fim do dia (ela ainda mamava). Eu estava assustada e traumatizada. Já não saía, pois ele me perseguia, mas no outro dia aparecia super carinhoso e transávamos de novo, para no dia seguinte, ele sumir outra vez. 
A família dele me alertava, mas ninguém intervia, eu era muito boba, ingênua, me tornei escrava daquela relação como nunca havia acontecido na minha vida. Eu morreria por ele. Passei cerca de 6 meses nessa vida de sofrimento e minha família foi me resgatar. Juntaram todas as minhas coisas e me levaram embora. Foi a minha chance de me libertar.
Mero engano. Ele de uma hora pra outra virou o “pai perfeito e presente”. Apareceu algumas vezes e jurou amor eterno. Voltou a ser o homem com quem eu queria construir uma vida e uma família linda. Ligava todos os dias, mandava dinheiro, comprava tudo o que a menina precisava. Pegava ela para passar uns dias com ela, devolvia no dia combinado, nunca mais me chantageou ou ameaçou, pediu perdão por tudo e começamos um tratamento psicológico para melhorarmos, eu lá, ele aqui. 
Quando estava chegando no fim do ano, data que deveríamos reatar e eu voltar para casa, ele sumiu. Ele ficou 3 dias sem dar notícias. E quando apareceu, foi como se nada tivesse acontecido. Não me deu explicações, não pediu desculpas. E eu desisti de ir. E ele falou que não queria mais nada comigo.
Continuei meu tratamento longe dele, dessa vez para me fortalecer. Eu havia terminado minha monografia, mas por conta de meus problemas peguei duas dependências na faculdade. Precisava voltar para terminar o curso e pegar meu diploma, mas não sabia como fazer isso pois fiquei com muitos traumas. Não queria voltar sozinha para a cidade dele, pois teria que dividir nossa filha com ele, e nessa instabilidade ele poderia fazer qualquer coisa. 
De vez em quando ele aparecia, a gente ficava, sentia que ainda podia ter um futuro. Em junho de 2012 ele pediu que eu fizesse um teste. Que ficasse um mês inteiro morando com ele e nossa filha, para ver se estávamos aptos a reconstruir tudo. Foi um mês sensacional, do qual eu nunca vou esquecer.
Porém, em novembro daquele ano, duas semanas antes de eu me mudar definitivamente, saí com ele e voltamos muito bêbados para casa. Eu não lembro exatamente o que houve naquela noite, talvez por conta do choque, mas me lembro que eu estava dormindo e ele me acordou e começamos a discutir, e eu tentei sair de lá para não brigarmos e ele me puxou pelo cabelo e bateu meu rosto na parede. Eu tentei me defender, arranhei ele, bati nele, mas ele me enforcava no chão, e me dava socos. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, parecia um pesadelo e eu não conseguia acordar. Lembro que ele dizia que ia me matar, que era isso que eu merecia. 
Ouvi uma pessoa gritando no apartamento de baixo que ia chamar a polícia e finalmente ele me soltou. Eu saí correndo pela rua, o dia estava amanhecendo, eu estava toda machucada e com o rosto todo roxo. Liguei para a irmã dele, que pareceu preocupada mas em nenhum momento ofereceu ajuda. Me senti um lixo dizendo que eu havia sido espancada por ele. Continuei andando sem rumo e ele começou a me seguir. Chorava muito e pedia perdão, pedia para eu ir pra casa com ele. Eu não tinha muita escolha, pois minhas coisas estavam na casa dele, meus documentos. Ele passou na farmácia e me deu remédios. Eu sentia nojo de mim mesma. Nunca mais serei a mesma.
Precisei adiar minha viagem para que meus pais não vissem os hematomas. E mesmo assim, como estava tudo planejado, eu voltei a morar com ele. Passamos muito tempo sem brigar. 
Às vezes aconteciam algumas discussões, eu me aproximei de pessoas que podiam me ouvir, e comecei a juntar provas toda vez que acontecia algum abuso comigo. 
Não levou muito tempo para que as agressões voltassem, dessa vez com nossa filha, que já estava maior, assistindo. Vizinhos me ajudavam, mas nunca puderam fazer mais que isso, pois a atitude deveria ser minha. E muitos amigos nossos diziam que eu provocava ele, que eu era bocuda, pois passei a não baixar mais a cabeça para tudo.
Obviamente, as agressões psicológicas sempre existiram. Sempre falou que minha família não prestava, que meu curso da faculdade não tinha servido para nada, que meu emprego era uma porcaria. 
Em janeiro do ano passado ele se formou na faculdade, e na formatura dele, ele bebeu muito. Dirigindo de volta para casa, ele começou a buzinar sem parar, eu pedi que ele parasse pois estava tarde, ele parou o carro e mandou eu descer e ir embora a pé. Eu desci, ele saiu e depois voltou e quis me obrigar a entrar no carro. Eu dizia que ele estava muito bêbado, que não queria entrar, ele gritava muito comigo, e uma alma bondosa ligou para o 180 e avisou sobre o que estava acontecendo. Ele tentou me atropelar com o carro. Eu fiquei com medo. 
Entrei no carro e quando chegamos em casa a polícia estava nos seguindo. Ele me xingou de puta e louca para os policiais e eu só chorava. Eles disseram que não podiam fazer nada, perguntaram se eu queria ir até a delegacia e eu não tive coragem. Depois ele saiu e voltou horas mais tarde. Eu não consegui dormir. Fiquei repassando cada cena e meu corpo doía. Doía de dor, de arrependimento, de vergonha. Parecia que nada no mundo poderia me salvar daquele sofrimento, daquela vida infernal. Nada parecia real.
Em setembro do ano passado, saímos para o aniversário de uma amiga nossa com nossa filha de 5 anos e uma amiguinha dela, de 4. Ao sairmos da festa, ele teve uma crise de ciúmes. Ele dirigia perigosamente em alta velocidade e gritava palavrões de todos os tipos dizendo que eu era uma vagabunda, as crianças começaram a chorar muito e eu não podia fazer nada além de acalmá-las. Ele me largou em frente de casa e sumiu. Eu passei aquela noite toda acordada, com medo que ele pudesse entrar em casa e me machucar. Ele apareceu no fim do dia seguinte. E não falou comigo.
Naquele tempo eu ia com ele para o trabalho, e ele passou a me deixar a pé. Então eu procurei um advogado. Mostrei todas as provas, abri um B.O. contra ele e comecei a procurar um lugar para morar. 
Um dia ele me viu na rua fora do meu horário de trabalho (eu estava indo me encontrar com o advogado) e me mandou várias mensagens dizendo que dessa vez eu iria me arrepender. Que ele não seria idiota de me perdoar por eu ter traído ele mais uma vez. Que fique bem claro, eu nunca o traí.
Faltando poucos dias para eu tirar minhas coisas de lá, ele começou a perceber que algo estava errado. Que eu não estava me importando com as chantagens. 
Então veio falar comigo e eu disse que iria embora. Durante 3 dias ele chorou e pediu perdão, e prometeu se tratar. Foi em busca de ajuda e iniciou um tratamento psicológico. Ligou para minha família, pediu perdão a eles e pediu mais uma chance. Todos ficaram com pena dele, afinal, ele é doente, não tem culpa de ser assim. Eu que sou a puta. E mais uma vez, eu voltei atrás. 
Mas a partir desse acontecimento eu me senti mais forte, Lola. Eu percebi que se eu quisesse, eu poderia sair sim, eu podia viver livre daquilo. Eu podia me curar. Podia dar uma vida digna a minha filha. E comecei a me cuidar mais. Comecei a não me importar com as coisas que ele fazia. Comecei a perceber como ele distorcia as situações para me culpar pelos erros dele. Comecei a enxergar que não sou "louca", que ele é quem me fazia acreditar nisso.
Passei a trabalhar nos fins de semana também, e passei a ficar mais tempo longe dele. Claro que ainda houve situações em que eu queria morrer. Mas percebi que eu preciso ser forte por mim e por minha filha. Não quero que ela pense que é normal um homem tratar assim uma mulher. Não quero que ela cresça com medo de se relacionar e diga que nunca vai casar. Mas ainda estou suportando muitas humilhações.
Na última quinta-feira, estávamos jantando, e nossa filha após o jantar ficou brincando na mesa, ao lado dele, e ele iniciou uma “brincadeira”: ele deu um tapa na cabeça dela. Ela não reagiu, e ele deu outro tapa. Não foi com força, não foi para machucar, mas eu achei de extremo mau gosto. E ela revidou o tapa, ela deu um tapa na cabeça dele. Ela tem 6 anos, é uma menina, uma criança. Ele tem 28, é um homem, tem 1,80m. E ele simplesmente surtou, começou a brigar com ela e bateu com força no bumbum dela. Eu intervi. E ele achou um absurdo. Gritou muito comigo, quebrou nossos pratos. Eu apenas saí, conversei com minha filha e pedi desculpas pelo pai dela ter feito aquilo. 
Ele disse que vai transformar a minha vida em um inferno. Ele disse que eu sou sustentada por ele e que ninguém me atura, que eu nunca conseguirei ser feliz, que eu sempre vou depender de alguém. Ele fala como se pagasse minhas contas e me desse uma vida de luxo. Como se eu não trabalhasse. Eu planejei terminar meu curso (outubro) e voltar para perto dos meus pais, já arrumei um apartamento para nós duas, minha mãe tem empresa então eu poderia trabalhar com ela. Mas não sei o que vai acontecer agora. Ele começou a quebrar minhas coisas, e continua me humilhando e me ofendendo.
Então eu saí de casa. Estou na casa da vó dele, que está me ajudando. Não quero mais ficar perto dele, mas preciso terminar meu curso em que tanto investi. Estou com medo pois hoje ele me ligou dizendo que irá pegar nossa filha na escola e ficar com ela. Ela não quer, ela já não quer ficar perto dele também. Ela enxerga as ações dele. Por mais que eu tente não fazer ele parecer mau, pois eu sei que alienação parental é um crime contra a criança, ela já tem mais discernimento que ele. E ele diz que eu enveneno ela. É totalmente cego e sedento de sangue.
Lola, me perdoe pelo tamanho do meu testemunho, eu teria muito mais para escrever, eu só queria dizer que eu espero poder sair disso logo, e um dia poder te contar que estou feliz e me virando muito bem, obrigada, sozinha. Espero que todas nós, mulheres, que passam por isso, possam um dia ter orgulho de si mesmas. Pois eu sei que consigo. Eu vou conseguir. Obrigada.

Meus comentários: Por favor, querida E., saia logo dessa. Já. Não volte mais atrás. Chega. Ele já mostrou que não vai mudar. Você já deu todas as segundas e terceiras e quartas chances. Aguardo ansiosamente o seu final feliz. A sua libertação. A sua segurança e da sua filha.

61 comentários:

Anne disse...

Nossa! Querida, você PRECISA sair disso. Ele não vai mudar. Ele não te ama (você precisa acreditar nisso).
Já estive em um relacionamento abusivo também. Não chegou ao ponto que vc está, mas ele me cuspia e me xingava. Era um ciume doentio, a ponto de eu não poder falar "oi" pra nenhum garoto (fazíamos faculdade de engenharia, ou seja, 95% das pessoas do meu convívio eram garotos). Eu me vestia com blusas de homem e calças de gestante (eram mais "decentes" e não marcavam meu corpo). As pessoas achavam que eu realmente tinha algum distúrbio, mas quando estávamos só nós dois, ele me dizia que me amava muito, que eu era tudo pra ele, que ele era doente e que só confiava em mim no mundo. Dizia que só eu poderia ajudá-lo, que só eu entendia ele, e que eu não podia deixar as pessoas descobrirem que ele era doente. Eu era novinha (tinha 18 nessa época - começamos a namorar quando eu tinha 16), e eu não conseguia terminar com ele, porque achava que ninguém ia me amar mais do que ele me amava, porque achava que eu amava muito ele, e porque achava que eu não poderia abandoná-lo assim... Ele bolou uma armadilha psicológica muito bem estruturada pra me manter presa a ele.
Quando eu finalmente decidi terminar, até minha mãe, que via que ele não era bom pra mim, ficou com pena. Ele se fingiu de doente. Parou de tomar banho. Fingia que estava em depressão profunda, dizia que achava que iria morrer. Tudo mentira. Assim que ele percebeu que não ia MESMO conseguir me fazer voltar atrás, rapidamente "se curou" e arranjou outra namorada, colega nossa da faculdade também. Em pouco tempo ele fez com ela tudo aquilo que fazia comigo. Hoje eu sei que estão casados, e que ele bate nela...

Por isso eu te afirmo que ele não te ama. Ele não ama ninguém, só a ele mesmo. São pessoas tóxicas, que precisam exercer poder e violência sobre outra, pra se sentirem "poderosos". E se ele é inteligente (esse meu ex namorado tb é muito inteligente), ele sabe o que está fazendo com a sua vida. Não é sem querer, acredite.
Se liberte, saia dessa. Por você. E pela sua filha. Você vai sofrer sim, mas vai passar muito mais rápido do que você imagina. E vocês duas terão uma vida MUITO melhor do que se continuarem a conviver com esse psicopata. Faça isso por vocês.

Ps.: Leia o livro Mente Perigosas, e veja as semelhanças. E assista Dormindo com o Inimigo.

Anne disse...

Pro comentarista das 12h29:

Nenhum psicopata tem escrito na testa "perigo, psicopata. afaste-se". Pelo contrário. Em geral eles são charmosos, inteligentes, misteriosos, engraçados... São pessoas altamente atraentes. E no início do relacionamento são carinhosos, dedicados, apaixonados, intensos. Como a E. escreveu, você acha que está entrando em um relacionamento perfeito. E quando a coisa começa a mudar, ele faz parecer que a culpa na verdade é sua. E você acredita, porque, afinal, se aquele cara tão legal, tão bacana, tão apaixonado, está se portando de maneira estranha, você deve ter feito algo de errado mesmo...
E cair nessa armadilha não significa que você é burro, fraco e idiota. Significa apenas que você tem sentimentos. Porque pra um psicopata te manipular, ele usa exatamente isso: Seus sentimentos (de pena e culpa, principalmente). Por isso esse discurso recorrente do abusador dizer que "é doente, é um pobre coitado, precisa de compaixão e perdão". Eles usam nossas "fraquezas" (nossa pena e nossa culpa) contra nós mesmos.

Anônimo disse...

Me mostrem um relato aqui de relacionamento saudável com homem? Não tem? Então porque insistem nisto?

Anne disse...

E não se sinta mal pelos comentários. Pra quem está assistindo, é muito óbvio que você precisa ir embora, e parece ser muito fácil simplesmente sair. Só quem já passou por algo assim sabe o que é estar em algo assim. E só de você vir aqui contar sua história, já demonstra coragem.
Não se sinta por baixo, querida. Você é uma mulher guerreira. Conseguiu estudar, e conseguiu resistir até hoje.
Pegue toda essa sua coragem, e faça o que deve ser feito: Deixe esse homem, vá embora, e não olhe mais para trás. Sua vida vai melhorar muito, e você vai ser feliz como nunca imaginou ser, assim como sua filha.

Anônimo disse...

Já passei por todas essas situações descritas... com a diferença qie a psicopata era a minha noiva.
Engraçado que quando a maluca e agressora é a mulher as feministas não falam nada, não é mesmo?
Deu muito trabalho pra eu sair "limpo" daquela doente mental. Pensei em mata-la várias vezes para me livrar da maluca...

Anônimo disse...

Muita gente não compreende termos como feminismo liberal/libfem - e não tem obrigação. Muitas feministas liberais não se percebem como tais e, embora não deixem de o ser por conta disso, não sabem do que está sendo falado quando são chamadas assim.
Na minha concepção, a diferença fundamental entre os feminismos liberal e radical gira em torno do sentido que cada um dos dois dá à palavra "consentimento".
No neoliberalismo, é enfocada a livre iniciativa, que é individual. É a sociedade do indivíduo que, do alto do seu empreendedorismo e liberdade de escolha, faz o que quer, com o mínimo de intervenção estatal possível. O neoliberalismo tem respaldo ideológico no cristianismo protestante, defensor árduo do livre-arbítrio concedido por Deus.
Já o feminismo radical pensa a sociedade estruturalmente, não em termos da soma de várias individualidades isoladas e autônomas. Para o feminismo radical, temos uma ilusão de fazer escolhas quando, na verdade, somos condicionadas desde os primeiros anos a "escolher" determinadas coisas e, quando não as "escolhemos", sofremos represálias - seja da Igreja, do Estado, da família, do mercado de trabalho ou dos círculos de sociabilização que integramos.
Para o feminismo liberal, quando a mulher "consente" não há estupro. Para o feminismo radical, há que se analisar friamente a diferença entre ceder, apesar de desejar outra coisa, e querer - fazer o que quer. Quando uma mulher está em situação de prostituição, portanto, para o feminismo radical está sendo vítima de estupro. O fato de ela ter "consentido" com aquela relação sexual não quer dizer que ela não o fez mediante coação financeira e social.

Anônimo disse...

Para o feminismo liberal, quando a mulher intervém no próprio corpo aproximando-o do padrão de beleza hegemônico ela está exercendo liberdade de escolha sobre si. Para o feminismo radical, ela está meramente expressando algo para o que ela foi condicionada.
Para o feminismo liberal, as "mulheres hetero" se relacionam com homens porque querem, porque gostam", e isso tem que ser respeitado. Para o feminismo radical, todas as pessoas nascidas na sociedade atual foram condicionadas à heterossexualidade igualmente. estão apenas reproduzindo um comportamento aprendido, mas estariam melhor se fossem bissexuais ou lésbicas. Elas não escolheram meramente. Elas foram ensinadas que fazer o contrário é pecado, que poderia acarretar expulsão de casa, que era sinônimo de fracasso ser lésbica porque é sinal de que "nenhum homem te quis", enfim, isso é coação. Há muito sexo hetero que parece ser demandado pela mulher que é, na verdade, demandado por uma sociedade que a colocou em desespero para fazer aquilo para se sentir aceita e amada.
Para o feminismo liberal, portanto, agimos de acordo com o "livre-arbítrio dado por Deus", enquanto que para o feminismo radical estamos inseridas em estruturas que moldam a nossa vontade. Antes de agir, uma feminista radical coloca a sua vontade em questão. Eu quero isso porque sim ou porque fui condicionada a querer? Eu quero me depilar ou me convenceram de que eu quero, sendo que na verdade não? Eu quero ter um namorado ou todo mundo à minha volta quer que eu tenha um e eu internalizei essa vontade?Você acham que mulheres se relacionando com o seu opressor, exercendo sua sexualidade com homens sem em gigantesca maioria nunca ter tido um orgasmo na vida com um homem e quando se permitem experimenta a sexualidade com outra mulher tem a sensação de tempo perdido indo a loucura(Como eu já ouvi de uma companheira de cama) erotizando a própria opressão patriarcal com os agentes diretos desta opressão, vocês acham isto normal ou naturalizado por uma engenharia social machista?
O feminismo liberal, portanto, quase que desconsidera o processo de internalização da opressão (quando a oprimida traz para dentro de si a voz e a sexualização insatisfatória do opressor). Para mim, essa é a diferença entre o feminismo liberal e o radical que explica todas as outras.
Lígia T

Anne disse...

Anônimo das 12h43:
Depois que terminei com esse psicopata que falei acima (que foi meu primeiro namorado) comecei a namorar com um garoto MARAVILHOSO da faculdade. Ficamos juntos 3 anos e meio. Ele era amigo, atencioso, carinhoso, divertido. Foi um relacionamento muito bom. me fez muito feliz. Terminamos (nos formamos e fomos cada um pra uma cidade, muito novos pra casar), e continuamos muito amigos, até hoje. Depois desse, namorei outro cara, me casei, e com ele fiquei 7 anos junto. Também foi ótimo. Igualmente, ele era carinhoso, atencioso, engraçado. me diverti MUITO com ele. O casamento acabou porque ele era machista demais pra mim (filho de militar e mãe esposa-de-militar, esperava que eu seria dona de casa - além de trabalhar fora, obvio - o que tornava nossa convivência muito difícil e cheia de briguinhas diárias), mas apesar de ter culminado em um divórcio, também digo que foi um relacionamento muito saudável pros dois, e muito gostoso, enquanto durou.
Hoje estou namorando novamente com um cara maravilhoso, que me faz bem de uma forma que eu nunca tinha experimentado antes. Me respeita, me ouve, confiamos um no outro, nos amamos e somos melhores amigos.
Então, esse seu discurso de "ômi não presta" é falacioso. Existem pessoas boas e pessoas ruins, homens e mulheres.

E quer outro exemplo de relacionamento com homens bem sucedido? o da Lola.

Anônimo disse...

O condicionamento patriarcal chamado mito do amor romântico fazendo suas fileiras de vitimas entre nós. E como ver ovelhas se apaixonando por lobos.

Anônimo disse...

Sinceramente, quando vejo um relato desses fico com pena da vítima, mas fico puta da vida. O que leva uma pessoa a aceitar uma situação dessas? Eu sei que existe condicionamento, eu sei que as coisas vão piorando com o tempo, as agressões não começam no primeiro encontro, mas é inaceitável! É inaceitável que uma pessoa fique com outra que a trate tão mal. Eu sei que a sociedade faz a gente achar que ter alguém do lado é a coisa mais importante do mundo, mas ninguém força a gente a ficar. Levanta e saí daí. Se não por você, pela sua filha, que está aprendendo a merda do seu comportamento, que vai achar que é aceitável ser espancada e destratada por homem. Aproveite a terapia e tente aprofundar porque você está criando tantas justificativas pra ficar do lado desse cara. Se você tivesse escolhido outra faculdade em outra cidade e transferido sua matrícula, já teria terminado até sua graduação. Daqui a pouco você tá grávida do segundo filho e vai se afundar mais ainda nessa situação. Se você tivesse saído antes de ter engravidado, sua vida seria outra. Continua aí transando com o cara pra você ver se vai conseguir sair dessa. Não adianta esperar situação ideal, num caso desses ou vou saí ou você estará presa pra sempre a essa situação.
A sociedade é merda, a gente sabe disso. Tá na hora de nós mulheres cuidarmos de nós mesmas. Todas as minhas amigas hoje estão em relacionamentos abusivos. TODAS! Não adianta falar nada, tão lá se afundando e eu não tenho como ajudar. As que estão com 'caras legais' tem que sustentar o sujeito, que nem comprar as próprias cuecas consegue. Sério, a gente é tão burra assim pra não conseguir ver que foi treinada pra aceitar essas situações e conseguir quebrar esse padrão?
Pelo amor a si mesma, ACORDEM! Não aguento mais ver esses casos. Eu sei que a mulher é a vítima, mas a gente tem que parar de se colocar nessa posição em tantas situações.

Ana disse...

Mulheres aprendam de uma vez, se o homem comecar a te tratar mal, manda se fuder.Nós n temos que ficar esperando q essas porras mudem algum dia. Porque provavelmente n vão mudar. N temos q aguentar nada de machista babaca.
Espero que ela se livre logo desse lixo.

Alessandro Bruno disse...

Off tópico:

Olha que texto bom, recomendo a todos:

http://www.rascunhocomcafe.com/2016/08/polemica-as-mulheres-comecaram.html?m=1

Anônimo disse...

Uma palavra define as duas pessoas do relato: imaturidade

titia disse...

E. você não está sozinha. Também sofri com relacionamentos abusivos, embora tenham sido na família e não com um cara, mas sei do que você está falando. Olha, esse cara não ama você. Nunca amou. Ele também não ama a filha. O que ele quer é um capacho pra servir de escrava doméstica, sexual e saco de pancadas quando ele quiser se divertir. E. não existe amor nisso, a sua filha vai estar melhor longe dele. Saia dessa imediatamente, corte contato, não atenda telefone, bloqueie em todas as redes sociais. No meu caso e no da Anne foi só eles perceberem que não teriam mais a trouxa à disposição que na horinha mesmo se "recuperaram" e partiram pra outra. Duvido que ele vá sequestrar a sua filha, esse tipo de lixo não quer ter a menor responsabilidade, mas por via das dúvidas faça B.O., grave as ameaças dele e leve na polícia, mostre pra sua família, amigos, faça o que precisar fazer pra se livrar desse pedaço de bosta ambulante. Acredite, esse tipo de gente não ama, não se importa com você nem com ninguém, só querem te manter lá, escravizado, é preciso mandar à merda sem dó, dar as costas e ir embora.

12:47 que pena que você passou por isso. Sinto muito, muito mesmo, porque relacionamento abusivo dói e faz mal. Ferra com o seu emocional e muda você pra sempre. Mas não pense que vou passar a mão na sua cabeça: bem babaca da sua parte vir aqui reclamar com feministas como se a culpa do seu relacionamento abusivo fosse delas. Os homens são a maioria dos abusadores e isso é um FATO, pare de agir como se falar a verdade fosse uma ofensa pessoal a você ou uma maneira de minimizar/negar o abuso que você sofreu.

Anônimo disse...

O comportamento da pessoa, agressiva, manipuladora, vc percebe no namoro ou ate mesmo antes (como a propria autora percebeu!!!)

Sinto muito mesmo, mas vc tinha q ter mandado essa cara pra puta que pariu bem antes!!!

Agora esta ai, de vitima, se lamentando, etc.

"Eu posso muda-lo" sindrome de rihanna.

Nao da pra mudar o passado, mas as atitudes sim.

Anônimo disse...

Moça, dá um sinal de vida hj, nos diga q vc está bem...

Anônimo disse...

Nossa mais um post para alegrar a nossa vida!!! Que positivismo.

titia disse...

A verdade dói né 14:53? Como deve ser triste pra você olhar além do próprio umbigo e ver que a vida não é um mar de rosas... e que pra algumas pessoas é um mar de merda mesmo.

Unknown disse...


Moça que escreve esse post, força! Você irá sair desse relacionamento abusivo, que só lhe faz mal. Não permaneça com esse sujeito, ao contrário do que lhe disseram, eu acredito que ele pode lhe fazer muito mal e também a sua filha. Você não é culpada por nenhuma das agressões que sofreu, nenhuma! Mas seja forte, você é responsável por você e pela sua pequena, vá reconstruir sua vida.

Precisa de ajuda jurídica? Em que cidade está? Não me responda aqui, pede para a Lola o meu e-mail, se for possível vou lhe ajudar como puder.

Fique forte, fique bem.

Unknown disse...

alessandro bruno, eu não concordo com quase nada desse texto.
Acho que é uma reflexão crítica interna do movimento, e, como tal, é óbvio que deve ser tratada com respeito, mas eu fiquei muito incomodada com a falta de empatia da autora com as novas reivindicações dos movimentos mais recentes.

Sem falar da soberba ao falar das feministas radicais, mas como não é a minha corrente, vou deixar suas seguidoras defendê-la.

Veja bem: ela é inglesa, tem todos os direitos de nacionalidade garantidos, inclusive: aborto legal, licença maternidade estendida para cuidar de filho, auxílio financeiro para cuidar de filho, igualdade salarial razoavelmente assegurada, plano de saúde público, plano de aposentadoria, teve acesso gratuito à educação, faz pós-graduação, portanto é mão de obra ultra qualificada, que mais dificilmente sofrerá com os impactos de crises econômicas.

Qualquer mulçumana imigrante ilegal, ainda que morre na mesma cidade que ela, não terá acesso a nenhum desses direitos e está fadada a sofrer no mercado de trabalho informal, com jornadas maiores de 10 horas, mesmo na granbretanha.

Claro que se você perguntar para mim se eu tenho algum problema moral com o fim da extirpação do clitóris eu vou lhe dizer sem piscar: NENHUMA. Enterra essa porcaria de prática, faz política pública para mudar mentalidades, estabelece curso obrigatório de educação para saúde das meninas, e pressiona sem dó a comunidade para mudar as práticas, pode caçar a carteira do médico que fizer o procedimento, acho tudo muito necessário. Aliás, o movimento islâmico feminista está lutando por essa prática faz 4 décadas agora, e sim, elas precisam de ajuda, sobretudo financeira para custear os cursos de educação de parteiras e professoras do primário.

Mas me choca saber que uma mulher bem formada é incapaz de perceber que a comoção em torno do clitóris extirpado também é desculpa política para justificar xenofobia, políticas migratórias cruéis, 'invasão humanitária' e para legitimar guerras que mutilarão, matarão homens e mulheres islâmicas, por que agora ,a sua fé, tal qual na época das cruzadas, é a encarnação do 'mal supremo na terra'.

E ela ainda termina o texto com chantagem: 'agora que tenho que conviver com pautas de direitos diferentes daquelas que me beneficiaram, vou embora do movimento'. Mas quanta sororidade, hein?

Anônimo disse...

Precisa de ajuda jurídica? Em que cidade está? Não me responda aqui, pede para a Lola o meu e-mail, se for possível vou lhe ajudar como puder.

Fique forte, fique bem.

De graça suponho.

Alessandro Bruno disse...

Ma gato, não entendi qual a relação entre o seu comentário o texto que eu postei. Ele fala sobre o mito de que as mulheres trabalham por causa do feminismo, nem toca em política atual, islamismo, clítoris extirpado ou nada disso.

lola aronovich disse...

Eu não sei se tenho seu email, Ma Gato.

Eli disse...

Moça, teve um comentário ali em cima falando que ele não te ama e eu vou adicionar uma outra coisa: VOCÊ NÃO AMA ELE! VOCÊ AMA UMA PESSOA QUE NÃO EXISTE! ESSE LADO BONITINHO DELE É MANIPULAÇÃO, NÃO EXISTE! Tenta cair fora dessa e amar uma pessoa real.

Outa coisa: esse ciúme todo dele é projeção. Ele tá te traindo desde o começo do relacionamento. Na verdade tudo o que sai dele é projeção. Ele é o louco, ele é o puto, ele é que não serve pra nada, ele é quem não te merece.

Anônimo disse...

Pelo amor que você tem a sua filha:saia dessa e não volte nunca mais. Sou filha de um pai manipulador e psicopata e sei que eles não mudam.O melhor pra criança é ficar longe de gente assim!!!

Guidi disse...

Querida, você certamente terá muitas dificuldades no início, mas terá PAZ. Você e sua filha. E com o tempo as coisas entrarão nos eixos (afinal, você tem uma família que pode ajudá-las).

Um vídeo que pode ajudá-la a ter CERTEZA de que já passou da hora de sair desta "relação" é este vídeo aqui:

https://www.ted.com/talks/leslie_morgan_steiner_why_domestic_violence_victims_don_t_leave?language=pt-br

Um grande beijo e coragem nesta sua nova fase.

Anônimo disse...

O da Lola ué

Anônimo disse...

Comecei a ler o post achando se era um relato que a moça viveu e já terminou,mas não. A criança Ja tem 6 anos e muito provavelmente já tem sequelas do relacionamento doentio dos pais.
A criança, essa sim é a grande vítima desta história. Moça vc tem responsabilidade com a sanidade da sua filha, ela não merece ter os pais que tem.

Anônimo disse...

"A Polícia Civil indiciou Patrícia Lelis por denunciação caluniosa e extorsão no caso em que ela acusa o assessor do deputado Pastor Marco Feliciano, Talma Bauer, por sequestro e cárcere privado. O delegado responsável pelo caso pedirá prisão preventiva. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo."

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/pol%C3%ADcia-civil-indicia-patr%C3%ADcia-lelis-por-cal%C3%BAnia-e-211139936.html

Mais uma farsa de agressão sendo desmascarada.

Anônimo disse...

Eu admiro você Lola por renunciar ao sistema opressor e gritar forte que não tem e nunca terá filhos, gritar que renuncia a obrigação imposta pelos religiosos da reprodução, pela construção social chamada mito do sei la o que patriarcal.

Só que eu não concordo em nutrir essa imagem de dona de casa burguesa dividindo o espaço com um homem porque a imposição social diz que uma mulher com situação financeira estável não deve ser solitária porque isso denota fracasso no meio opressor burguês. Grite também bem alto que você não tem necessidade de morar com um homem, que você é auto realizada, grite que você não tem. Grite não a opressão do relacionamento amoroso e de todos esses mitos patriarcais.

lola aronovich disse...

"Dona de casa burguesa", anon das 1:47? Ha ha, só rindo. Eu trabalho o tempo todo e sou independente e faço muito poucos afazeres domésticos. Acho que não combino muito com esse rótulo. E a razão de não ter filhos não é para renunciar ao sistema opressor. Foi apenas uma escolha minha e do meu marido, que nunca sonhamos em ser pais. Só isso. Eu gosto muito de morar com meu marido, senão não seria casada com ele. E não concordo que todo relacionamento heterossexual é uma opressão. Não mesmo.

Hamanndah disse...

Lola. Vi numa página nojenta no face um twitter seu que acho que e falso mas a página nojenta publicou como real.Vc supostamente escreveu no twiter: "Privilegio branco e ir a outro Pais, urinar no chão e dizer que foi roubado". A pagina misogina FDP colocou.essa frase como verdadeira e estão esculhambando com vc. E verdadeira a frase? Não parece ser frase sua(nao tenho twiter para confirmar). Se for falsa, posso colocar aqui o nome da pagina nojenta do face ?!bjs

Unknown disse...

Oi Lola, já te mandei um e-mail.

Alessandro, desconsidere! Fui responder a dois 'Alessandros' ao mesmo tempo, e me equivoquei, desculpe-me.

Marcia.

Anônimo disse...

Pelo amor de Deus, saia dessa! Por vc e por sua filha! Imagina o trauma que ela crescer vendo tudo isso??? Procure atendimento com psicologos do SUS para vc e sua filha, porque com ctz ela vai precisar tb! Se vc tem uma familia que a receberia e ainda por cima pode trabalhar lá, não pensei nem meia vez mais! JUnte todas as provas, BO's e entre com medida protetiva. Se possível, visitas para criança apenas monitoradas na justiça.

lola aronovich disse...

Hammandah, ontem eu traduzi no Twitter várias tuítes interessantes sobre o caso do nadador Ryan Lochte, e esse foi um deles. Vou publicar um post sobre este caso daqui a pouco. Mas não entendi: por que estão revoltados com essa frase? Não é exatamente isso que aconteceu no LochteGate? O pessoal não sabe o que é privilégio branco, é isso?

Rafael disse...

Sobre as atitudes a se tomar na vida, nunca espere as condições ideais de temperatura e pressão.

Anônimo disse...

Me identifiquei muito... com a filha dela.

Sabe o que eu não entendo? ela foi resgatada pela familia, e mesmo assim voltou. Minha mãe nunca teve ninguem por ela para sair comigo e ir pra outro lugar. Nunca teve a opção de ser resgatada. Sério não entendo mesmo.

Anônimo disse...

Anônimo de ontem das 12h47:

Existem psicopatas tanto homens quando mulheres.
Mas alguns pontos devem ser considerados:
1 - Muito mais mulheres passam por relacionamentos abusivos que homens
2 - Homens em geral tem força física muito maior que mulher, o que agrava, muito, o problema, incluindo risco de vida.
3 - Mulheres são culpabilizadas pela sociedade sempre. Se a mulher sofre o abuso, ela é a culpada, por ter se relacionado e aguentado um cara ruim. É a burra fraca. Se a mulher pratica o abuso, ela é a louca histérica.
4 - Mulheres são ensinadas desde cedo a se sacrificarem pela família e filhos. É "amor de mãe". Por isso a dificuldade de conseguir entender qual é o limite entre o tolerável e o inviável.

Paralelamente a isso, é uma droga estar em um relacionamento abusivo, seja com homem ou com mulher. É realmente um terror. Mas não faz parte da agenda feminista conversar sobre abusos de homens por mulheres. Não é que seja mais ou menos importante, só não é o ambiente pra isso. Assim como em espaços feministas não se conversa sobre camada de ozônio, sobre caça ilegal a baleias, sobre maus tratos a animais, sobre trabalho escravo na China. São assuntos de extrema importância, todos, mas todos têm seu espaço próprio para serem discutidos, e não é nos espaços feministas.

Anônimo disse...

É incrível como o comportamento desses doentes é exatamente igual, parece que nossa sociedade é uma máquina de criar homens abusivos, e pelo o que eu tenho observado eles são a grande maioria, podem apresentar níveis diferentes de abuso, mas são a maioria.É muito difícil achar um relacionamento entre homem e mulher que seja 100% igualitário e saudável, são muito raras as exceções em que o homem não desrespeita a parceira de alguma forma, seja por meio de traição, agressão (física ou psicológica), cobranças descaradamente machistas, ciúmes doentio ( que por aqui já devíamos saber que é tudo menos prova de amor), ou a simples manipulação ou ilusão, como por exemplo fazer a parceira acreditar que ele é ou vai ser alguma coisa que ele nunca se dispôs a ser realmente.Esse comportamento masculino é considerado tão normal que mulheres são educadas para aceitar essas coisas, ''homem é assim mesmo'', ''homem é safado mesmo'' e assim vai.É extremamente estressante ler esses relatos e ver essas coisas acontecerem na vida real, é muito frustrante ver mulheres se afundando na merda desse jeito.Todo esse sofrimento pra que?Só pra ter a ''companhia'' de um homem que não vale absolutamente nada?Que não agrega NADA de bom na sua vida?Será que ficar sozinha é mesmo tão pior que não ser humilhada, agredida, e ter um questionamento absurdo sobre si mesma?Talvez ele e a sociedade tenham feito você acreditar que é isso que uma relação tem a oferecer, mas eu juro pra você amiga, não é.Amor não é nada disso, amor é antes de tudo respeito, e quem respeita não bate, não trai, não insulta, não maltrata.Mas o que o que falta nas mulheres para não se deixarem destruir por esse tipo de homem é, antes de tudo, amor próprio.Amor próprio é a cura para vários problemas que as mulheres enfrentam aliás.

Julia disse...

12:55 seus relacionamentos eram maravilhosos,com capslock, inclusive com o machista militar? Desculpa, mas nao acredito.

Hele Silveira disse...

É simples: o "resgate" oferecido pelas famílias, muitas vezes, custa um preço tão alto, que as vítimas se recusam a continuar pagando. Palavra de mulher divorciada que comeu o pão que o diabo amassou com o rabo mas NUNCA deu confiança pra resgate familiar, porqe sabia muito bem o que isso ia custar. Em regra, é assim. Você tem a sua vida? NÃO VOLTE para a casa dos seus pais, porque salvo exceções, não dá certo.

Julia disse...

Cresce, Hamandah

Julia disse...

Também não entendo, 11:34. Se eu ganhasse 1 real pra cada vez que revirei os olhos lendo esse relato tava rica!

Kittsu disse...

A solução no seu caso teria sido que você enfiasse um abacaxi no seu toba e pulasse da ponte.

Hamanndah disse...

VSF, Julia. Desculpa, Lolissima, mas mulher que apoia paginas masculinistas que pregam a submissao das mulheres e outras m.... merece ouvir isso

Anônimo disse...

(Viviane)
Assino embaixo, Hele Silveira! Acho impressionante como as pessoas julgam sem saber dessa realidade: uma das coisas mais difíceis de se sair de um relacionamento abusivo é o julgamento da família, que vai fazer questão de jogar na sua cara, durante anos a fio, o quanto você foi fraca e que, se não fosse por eles, tão "abnegados", "perdoarem seu erro", você estaria perdida.

Maria Akai disse...

Você pediu desculpas à sua filha pelo que seu marido fez? Não faça isso, assumindo como suas as ações que outra pessoa provoca. O que deve é explicar o que acontece, e que este tipo de pessoa não faz bem a quem está a seu redor. Não volte atrás, dar inúmeras chances só vão lhe trazer mais dor. Você tem direito de ser feliz, sem depender desse tipo de criatura.

Luana disse...

Não consigo descrever o NOJO que eu sinto de homem ciumento doentio, desses que ficam se pagando de machão e depois choram que nem bb pedindo perdão. ACHO PODRE. Mostra a cara, desgraça! Se é ruim, seja ruim até o fim. Ah, mas se fizer isso que horas vai fazer chantagem emocional né? Sorte a sua estar se livrando desse traste, colega, me subiu o sangue só de ler. Vc tem realizações e pessoas mais interessantes para se importar. Não desperdice sua juventude e a infância da sua filha num ambiente deprimente desses.

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã gostaria de sugerir um texto sobre o assédio que as camareiras sofreram na vila olímpica.

b) Quando vejo estes depoimentos sinto pela vítima e dou graças a Deus de ser uma mulher feminista pois aprendi com o movimento a identificar estes maníacos

Anônimo disse...

Verdade seja dita, ela deixou tudo isso aí acontecer desde o começo.

Maria Fernanda Lamim disse...

gente, acho que ela precisa de ajuda juridica, ate pq ha uma criança envolvida na historia.
Lola, se vc tiver contato com ela, avisa que tem uma pagina no Facebook , ajuda juridica das minas, que orienta gratuitamente. Sao so advogadas feministas.
Na torcida para que ela e filha se libertem desse monstro.

Anônimo disse...

Ela não "deixou" coisa nenhuma, até porque se não abusasse dela, seria de outra. Pensando assim, vamos chegar naquela velha lógica de que se não fossem as vítimas, não haveria violência. Acredito que ela também estava doente quando achava que sem ele não conseguiria viver, esse conceito em si já é muito doentio. Gostaria que ela voltasse pra dizer como está.
Eles nos tratam mal e nós continuamos. Falo no plural pq estou me relacionando com um homem que me trata mal, e me pergunto, se fosse um problema individual, não teriam tantas. Não é possível que não exista uma cultura endossando essas relações... E por que diabos mulheres inteligentes e esclarecidas embarcam nessa? É muito difícil. Haja terapia pra se entender. Felizmente existem blogs como esse.

Dan

Unknown disse...

Anônimo das 19:58, verdade seja dita a você também, que só diz essas coisas, por que é extramente machista.

Para quê culpar a vítima? O homem em questão é incapaz de não ser agressor? Ele está desculpado por ter atitudes monstruosas, ela é culpada pela falta de caráter dele?

Não entendo essa sociedade que martela para todas as meninas desde sempre: casamento é responsabilidade, ter filho é ótimo, mas sua obrigação cuidar deles dentro de uma família, não seja precipitada, batalhe por seu relacionamento...

E na primeira denúncia de comportamento abusivo: a culpa é da vítima que não reconheceu o mal-caratismo do agressor e 'permitiu' que ele fosse abusivo.

Nem você condenou o agressor aqui, mas a esposa e mãe de uma criança com o sujeito precisa saber com antecedência que o relacionamento dela é abusivo?


#deixadesermachista

Anônimo disse...

Nossa, quantos comentários falando "não entendo o porquê dela voltar atrás...por que ela não foi embora?" Bem se vê que as pessoas que questionam a razão da vítima ter ficado, não passaram por relacionamentos abusivos. Além de mostrar uma baita falta de empatia pela experiência de outra pessoa.

"Também não entendo, 11:34. Se eu ganhasse 1 real pra cada vez que revirei os olhos lendo esse relato tava rica!"

Que comentário mais ridículo esse! Quanto falta de compreensão pela condição da mulher vítima de um relacionamento abusivo! Mesmo que você considere que na situação dela, você não agiria da mesma forma, poderia demonstrar um pouco mais de respeito!

Aff, feminista criticando vítima de abuso é o fim do mundo!!!

Anônimo disse...

Querida E, fiquei muito sensibilizada com a sua história pois também já me senti encurralada, sem saída, sem esperanças...

Se você morar no RJ capital eu posso acolher você e sua filha na minha casa, pra vc poder terminar sua faculdade em paz e ficar em segurança, moramos só eu, meu marido e minha enteada vem a cada 15 dias (mas não irá se importar, pelo contrário).

Qualquer coisa entre em contato com a Lola e ela comenta aqui e eu passo meu contato pelo e-mail dela.

Anônimo disse...

Hele Silveira disse...
É simples: o "resgate" oferecido pelas famílias, muitas vezes, custa um preço tão alto, que as vítimas se recusam a continuar pagando. Palavra de mulher divorciada que comeu o pão que o diabo amassou com o rabo mas NUNCA deu confiança pra resgate familiar, porqe sabia muito bem o que isso ia custar. Em regra, é assim. Você tem a sua vida? NÃO VOLTE para a casa dos seus pais, porque salvo exceções, não dá certo.
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Verdade. Muito melhor ficar apanhando, quem sabe ser morta, do que ouvir um "eu te avisei".

Anônimo disse...

Não. Muito melhor é julgar sem viver a situação.

Denise disse...

E. - sinto muitíssimo que vc esteja passando por isso. Fiquei muito triste com seu relato, me deu uma agonia tremenda ler há quanto tempo vc vem sofrendo com esse homem e, pior, agora com sua filha também envolvida. Abuso de mulheres e crianças é um tema que me entristece demais. Não te julgo, imagino como deva ser difícil pra vc se disvencilhar desse relacionamento abusivo, mas por favor, saia dele pra ontem! Entendi que vc quer terminar sua faculdade, mas pensa comigo: quantos anos já tem que vc está tentando e não consegue terminar os estudos? Não seria melhor dar um tempo mesmo pra vc se fortificar, se possível perto da sua família, e depois vc retoma os estudos pra terminar a faculdade? Vc pode ainda tentar concluir os estudos na cidade dos seus pais, ou em outra cidade perto do seus pais e longe do seu marido. Sei que não será fácil, mas vc e sua filha merecem uma vida melhor longe desse cara. Ele não vai mudar, ele não vai te fazer feliz, ele só vai te consumir. Esses anos que vc perdeu com ele não voltam mais, mas vc pode fazer a diferença no futuro seu e da sua filha. Vcs merecem uma vida melhor, sem abusos. Espero do fundo do meu coração que vc fique bem.

Anônimo disse...

No fundo ela ainda espera que ele mude . E provavelmente não vai largá-lo após terminar o curso...

Anônimo disse...

Essa relação vai desgraçar a vida da filha dela.
O relacionamento dos meus pais também é abusivo e deixou marcas profundas tanto na vida dela, quanto na minha e do meu irmão de oito anos, que agora mostra fortes indícios de estar com depressão, assim como minha mãe e eu também temos.
Meu pai nunca encostou um dedo nela, e é nisso que ele sustenta a fantasia de que é um bom marido.
Se tem uma coisa que definne minha mãe depois de todos essws anos com ele é apatia. E tanto ela quanto eu não temos auto-estima.
Ela não se separa porque ele sempre dá um jeito de não deixá-la tornar-se independente.
Eu lhe peço, moça, arrume forças e não deixe que esse homem estrague a vida da sua filha, não deixe que por causa dele ela venha a ter problemas com relacionamento e até mesmo depressão. Salve sua filha por favor! Me entristece demais ver meu irmão de oito anos chorar e tremer, e quando eu pergunto por que é, ele responder "é porque eu tô pensando na morte da mãe".
Nem todo o amor do mundo, nem todas as chances,
Nem toda a terapia,
Nem toda a fé vão tornar viável o relacionamento com um psicopata.
Força.

Andy disse...

Nossa muita força pra vc, vc já sabe oq tenho que fazer. Me emocionei e indentifiquei muito com o seu relato pois ele também poderia ser o meu relato se eu tivesse continuado num namoro que eu estava á uns anos atrás. Seria a mesma historia, a única diferença foi que com muita ajuda de amigos eu consegui cortar antes de ter tido um filho com ele... muita força pra ti, não ligue pra esse povo que não tem empatia, eles não entendem o que é estar no lugar do outro, e infelizmente apenas ser feministas não nos faz automaticamente imunes a entrar em um relacionamento ruim e abusivo , eu tambem era militante feminista quando encontrei esse menino . Mais o feminismo nos ajuda a encontrar força para sair de relacionamentos assim