quinta-feira, 16 de maio de 2013

GUEST POST: CULTURA DO ESTUPRO SILENCIOU MINHA FAMÍLIA

Anteontem o Profissão Repórter foi sobre estupro. Foi curtinho o programa, e nem deu conta de mostrar os inúmeros casos de violência sexual que assolam o Brasil (e o mundo).
O programa citou que, no Rio, 50% dos estupradores são conhecidos da vítima. Não é aquele clichê do estranho numa rua escura e deserta. Quem estupra é amigo, pai, marido,  colega, pastor, sabe, homens de confiança. E pode apostar que essa estatística dos 50% só não é muito maior porque a maior parte dos casos não é denunciada.
Gostei que a reportagem foi atrás do grupo New Hit, por exemplo. E confirmou aquele negócio que a gente já tinha denunciado: enquanto os integrantes do grupo estão livres e soltos, dando shows por todo o país, as duas vítimas (menores de idade), estão presas em casa, foragidas, com medo das ameaças.
Isso é um exemplo da cultura de estupro: os estupradores são admirados (mesmo diante de tantas evidências de que houve estupro), e as vítimas são criticadas e demonizadas. A "piada" tão verdadeira contada pela Feminista Cansada continua real: qual a diferença entre um assaltante e um estuprador? É que ninguém defende o assaltante.
O relato da M., aterrador, serve pra contradizer aqueles que pensam que cultura de estupro é uma ficção feminista.


O que me aconteceu é um ponto controverso pra mim e hoje ensaio uma compreensão sobre o quanto isso reflete na minha vida adulta. Nos últimos dois anos tenho lido acerca de estupro e isso fez com que eu percebesse que fui vítima não só do ato e do estuprador, como da cultura do estupro que tanto falamos hoje nos termos do(s) feminismo(s). 
Muitas de nós achamos que os casos de estupro acontecem longe, por desconhecidos, na rua. Esse não foi o meu caso. O estupro aconteceu dentro da minha casa, com a conivência de todos os meus familiares. A cultura do estupro silenciou a mim e a minha família -- até hoje. A decisão de falar sobre isso vem da minha revolta por ver continuamente as vítimas de estupro serem culpadas pela violência e os estupradores seguirem por aí, livres, limpos.
Minha história desenrolou-se quando eu tinha entre 11 e 12 anos. Minha mãe trabalhava muito, meus pais são separados praticamente desde o meu nascimento. Meu pai nunca se responsabilizou pela minha criação e minha mãe foi morar em outra cidade a trabalho. Eu, que na época morava sozinha com ela, fui legada a um primo de 19 anos. Ele é meu primo de segundo grau da parte paterna da minha família, que reside em outro estado.
Ele foi chamado por ela para morar comigo. E ele era o responsável por cuidar de mim: levar no colégio, levar ao dentista, levar e buscar em festinhas... Enfim, ele era meu novo "tutor". Ao longo dos meses ele, que sempre foi um parente querido, tornou-se o pior dos algozes. A casa em que eu morava com ele ficava num lugar afastado. Eu não tinha como me locomover de lá sem ele e essa foi a pior arma dele contra mim. Fiquei um ano morando com ele, sozinha, visitando minha mãe um ou outro fim de semana por mês em São Paulo.
No restante da semana eu era encurralada pelo meu "tutor". Fui abusada por ele em silêncio por meses. Eu sentia ódio, mágoa, por ninguém perceber o que estava acontecendo comigo. Contei apenas para duas amigas do colégio, que prometeram nunca contar a ninguém. A empregada desconfiava; mas não se metia, afinal, podia sobrar pra ela.
Até que um dia minha mãe começou a estranhar minha rejeição pelo primo que eu tanto gostava antes da mudança dele para a minha casa, e resolveu sentar comigo, com ele e com meu pai para tentar esclarecer a situação. Durante mais de uma hora eu, pressionada a dizer porque o tratava tão mal, chorei muito e não tive coragem de dizer, senti vergonha e disse que ele sabia o porquê. Ele se calou, disse que não sabia, da maneira mais cínica do mundo, e tudo acabou por isso mesmo. 
Poucas horas depois, na hora de deitar pra dormir minha mãe perguntou se ele havia feito algo comigo e eu disse que sim. Ela perguntou o quê e eu disse que ele vinha me encurralando, me agarrando, me beijando, passando a mão em mim há meses. Ela ficou mal, comprou uma passagem e o mandou de volta pra cidade dele. Meu pai deu ataque, toda minha família ficou sabendo. Mas sabe o que todos fizeram sobre o assunto? Nada.
Com o passar do tempo percebi que todos começaram a tratar o assunto como se fosse apenas um casinho entre primos. Minha mãe chegou a dizer com todas as letras que eu havia "dado mole, provocado ele, porque ele era um menino bom, trabalhador". Por volta dos 14 anos fui passar férias na cidade dele. Fui obrigada a aturá-lo por perto e ele voltou a me aliciar, a me encurralar, e também me aliciou por emails. Depois dessa viagem todos da minha família, e principalmente a minha mãe, o haviam perdoado. Agora a culpa pelo "mal-entendido" era minha.
Somente agora por volta dos 20 anos fui me dar conta do que aconteceu. Aceitei que fui abusada, percebi que não fui culpada, que não preciso sentir vergonha, e comecei a me lembrar de coisas que eu havia bloqueado desde então. Depois dos 16, 17 anos, todas as vezes que estive solteira minha mãe fazia questão de dizer que meu primo era um bom partido, que ainda estava solteiro e que eu deveria considerar, já que ela fazia muito gosto de um casamento como esse.
Isso tudo aconteceu numa família de classe média alta, num meio de pessoas com alguma escolaridade. Isso acontece mais do que parece, nas famílias mais improváveis, a todo momento. A cultura do estupro não permite que esses casos sejam denunciados: a vítima é culpabilizada, a família se cala.

Ano passado nasceu mais uma menina na minha família, minha primeira irmã. Espero que ela não passe pelo que passei dentro da mesma família, espero que os tempos sejam novos para mulheres. Precisamos gritar bem alto que não vamos mais ser culpadas pela violência que sofremos. Que minha irmã encontre um mundo mais crítico e mais humano do que eu encontrei.

69 comentários:

Unknown disse...

Me senti tão triste lendo esse post, queria poder ajudar,mostrar pras pessoas que elas estão erradas. :((

Anônimo disse...

Eu também fui abusada por um primo.. ele morou na minha casa quando a mãe dele ficou doente e eu ensinava biologia e português pra ele pq ele tinha pego segunda época.. Ele dormia no meu quarto e enquanto eu dormia ele vinha passar a mão em mim que eu chegava a acordar mas fingia dormir pra ele não querer mais.. e depois eu ouvia ele se masturbar. Tempos depois ele me encurralou na casa de praia da nossa tia, eu olhei bem no olho dele enquanto ele me jogou na cama e segurava os meus dois braços com força e perguntei: vc vai me estuprar? Aí ele se tocou do que estava fazendo e saiu bufando e dizendo que EU era foda!!! Nojo dele, nojo...

Anônimo disse...

a maioria das mulheres mães são independentes ,trabalham e muitas arcam com a responsabilidade sozinhas de criar seus rebentos,mas quando se trata de abuso sexual dos seus filhos querem esconder e acreditar q é mentira ou má interpretação, eu não consigo entender,por um lado tão destemidas e por outro fazem questão de ser cegas e não enfrentar a realidade

Marina P disse...

"A cultura do estupro silenciou a mim e a minha família -- até hoje."

Parabéns por ter vindo aqui contar a sua história e dar esse passo em direção a um mundo melhor em que a gente deixa de ter vergonha pelo mal que outras pessoas nos fizeram. Aos poucos vamos nos sentindo mais fortes e a nossa mudança afeta a todos que estão a nosso redor. Acho que esse é o caminho de quase todxs que se identificam com o feminismo e que vêm aqui compartilhar suas vivências. Eu nunca passei pelo que você passou (passei por outras coisas, diferentes) e posso te dizer que uma das sensações mais deliciosas que pude experimentar e tenho experimentado na minha vida é a de dizer "Basta!" para as pessoas e situações que me faziam e fazem mal. Essa experiência é transformadora!

Obrigada por ajudar tantas pessoas a, através do seu relato, perceberem que o que viveram ou vivem é estupro e que não é culpa delas.

Se tiver interesse, adorei esse tumblr que foi indicado por alguém que comentou aqui outro dia (não lembro quem foi):
http://projectunbreakable.tumblr.com/

Grande abraço e conte comigo se precisar!

Anônimo disse...

"Ela ficou mal, comprou uma passagem e o mandou de volta pra cidade dele. Meu pai deu ataque, toda minha família ficou sabendo. Mas sabe o que todos fizeram sobre o assunto? Nada"

Absurdo, deveriam ter matado este animal, animais raivosos devem serem sacrificados, sem mais.

Sawl

Anônimo disse...

Eu tive um caso assim na minha família, mas o pai que abusava das filhas e a mãe o que fez? Levou a um psicologo as filhas para ajudar no "problema" e continuou o casamento. A família? Dizia que ele era um monstro, mas na presença dele só sorrisos, tapinhas nas costas e falsidades mil, pois o tal "pai de família" era um fazendeiro e político muito influente e rico. Inclusive minha mãe acha vê como algo "normal" o ocorrido, inclusive um caso de estupro que ocorreu no estacionamento de um shopping no final de 80 e começo de 90 em São Paulo ela tratou como relação sexual o que acho um tremendo absurdo. A família dela e das minhas primas distantes abusadas pelo pai são tradicionais de Minas Gerais e Bahia, então podemos imaginar a mentalidade de uma mulher sob o cajado e convenções pseudo moralistas. As meninas abusadas pelo pai tinham entre 10 e 11 anos e o ocorrido? Entre os anos de 1965 e 1972.

Anônimo disse...

Lolinha, acho que vc quis dizer que "ninguém defende o assaltante", né?

Maria disse...

Que relato tão triste, muito obrigada M. por encarar corajosamente e compartilhar com o mundo, pois acredito que faz muita falta visibilizar casos como o seu, tão terríveis e tão "normalizados" na nossa sociedade doente. Adorei a imagem das "Dicas para evitar estupro", realmente precisamos deixar de botar a responsabilidade na vitima, e mudar totalmente a visão com a que hoje meninos são educados como "estupradores naturais" e meninas como vitimas permanentes. (Lola: tem um erro na parte da "piada", da que certamente nem gosto, acho que não dá no ponto)

lola aronovich disse...

É sim, Mariana! Obrigada por corrigir. Eu não sei nem mais contar piada! (o "mais" foi uma pequena concessão).

Anônimo disse...

Agora eu terminei de ler o texto.

Inacreditável, eu estou chocada. Porque por mais que diariamente nós saibamos que casos assim acontecem aos montes, é sempre um tapa na cara conhecer uma história em particular, é sempre aterrador.

A sua família e em especial a sua mãe são as piores pessoas que alguém poderia ter por perto quando passa por algo assim.

Eu queria que você gritasse na cara dela quando ela insinuasse a possibilidade de você vir a ter um relacionamento amoroso com o seu primo.

Gritasse: "MÃE, cala essa boca, como a senhora pode desejar que eu me case com o meu próprio estuprador??? É porque a senhora quer limpar a sua consciência? Te faz bem crer que o que aconteceu foi um romance entre a gente? Pois não foi! Foi violência, foi estupro! E doeu em mim. E quando eu mais precisei da senhora, a senhora desdenhou do meu sofrimento. Ser violentada e não ser apoiada foram dois golpes na minha vida e me marcaram pra sempre"

Fale. Grite. Põe pra fora. Você não precisa ouvir desaforo, insinuações, nada. Jogue mesmo na cara dela. Você era uma criança, meu deus, onze anos...

Eu espero que você se recupere. :)

Anônimo disse...

só me pergunto quantos aqui são ainda fãs do micheal jackson, já que no caso da banda citado no início do post não houve julgamento ainda.

Presunção de inocência pra quê...

Anônimo disse...

Nenhum homem estupraria uma mulher que ele respeita. Você deve ter feito alguma coisa para que ele perdesse o respeito por você. Do tipo ir em "festinhas" com 11, 12 anos, quando você ainda é uma criança.

Não digo isso querendo justificar, pelo contrário, o estupro é um crime bárbaro e todos concordam com isso, tanto que estuprador tem que ser isolado em cadeias para não sofrer violência dos outros presos.

Mia Lavigne disse...

Ei anônimo aqui em cima... Isso é você NÃO justificando estupro? Primeiro: O que tem de errado em ir em festinhas com 11 ou 12 anos? Mas nem vou entrar nesse assunto, apenas não acredito que estou vendo slut-shaming nessa página. Você NÃO SABE o que aconteceu. Não tente arrumar desculpas para o estuprador (sim, você está fazendo isso, tentando justificar uma agressão injustificável).

Mas em uma coisa você está certo. Nenhum homem estupraria uma mulher que ele respeita. Mas sabe porquê? Porque estupradores não respeitam mulher nenhuma. O "crime bárbaro" que você citou é em si uma p*ta falta de respeito, aliás, falta de tudo de bom. Um homem que não respeita a vontade de uma mulher é um bárbaro mesmo.

E você, justificando o crime ao dizer que "com certeza a moça deve ter feito algo para ele perder o respeito por ela, e assim violentá-la", está ajudando pessoas como ele a ficarem impunes.

Anônimo disse...

Anonimo das 14:04, vc comentou no lugar errado: aqui, nesse blog,é nosso espaco virtual querídissmo na nossa luta pra gente deixar BEM CLARO: CULPA É SEMPRE DO ESTUPRADOR!!!! Vá portanto expressar sua burrice misógina em algum lugar mais apropriado, seu imbecil!

lola aronovich disse...

Anônimo das 14:04, com essa sua linha de pensamento, vc parece ser um estuprador em potencial ou mesmo um estuprador em série. Espero que vc ainda não tenha estuprado ninguém, e que vc se torne uma pessoa com o mínimo de empatia antes que isso se concretize. Quer dizer que tudo bem estuprar mulheres que "não se respeita"? Incluindo meninas de 11, 12 anos que vão a festinhas? Então se uma mulher ir a festinhas ela não é respeitável, e aí tá liberado estuprá-la? Jura que vc pensa assim? Vc fala uma barbaridade dessas, perpetuando a cultura de estupro, e vc ainda duvida da existência da cultura de estupro? Vc percebe como vc está sendo contraditório? Vc diz que mulher que não se respeita pode (deve?) ser estuprada, e ao mesmo tempo diz que "estupro é um crime bárbaro, todos concordam com isso". Ué, vc mesmo não concorda. Vc justifica e aceita que estupro seja usado como punição -- tanto para mulheres não respeitáveis quanto para estupradores.
Pense no que vc está dizendo, pequeno gafanhoto.

Elisa disse...

Adoraria conhecer e bater um papo com @ anônimo que disse tamanha bobagem: "Nenhum homem estupraria uma mulher que ele respeita. Você deve ter feito alguma coisa para que ele perdesse o respeito por você." O que me causa horror, cala frios e náuseas e a possibilidade deste ignaro tão digno de pena ser uma mulher! Que tragédia! Que vergonha... =\

André disse...

Anônimo 14:04,

Quando você fizer 11 anos você vai ver que ir em festinhas é bem normal. E mesmo ir em "festinhas" não tira a posse do corpo da pessoa.

Concordo muito com a Mariana.

Anônimo disse...

Um homem que estupra é incapaz de sentir respeito por qualquer pessoa que seja. E eu acho lamentável que a nossa cultura apoie esses elementos.

Pessoalmente, eu acho que os estupradores deveriam parar de fingir que são gente. Não são. E, mais do que qualquer criminoso, um estuprador deveria ser alvo do mesmo conceito de direitos humanos que ele praticou com a sua vítima.

É aterrador pensar que essa cultura incentiva alguns sujeitinhos asquerosos a pensar que podem punir uma mulher por se divertir. O punido deve ser esse canalha, esse serzinho excretável.

Anônimo disse...

lamento pelo que aconteceu. simplesmente horrivel.

mas vc nao acha que, da mesma forma que escreveu um post, esta na hora de ter uma conversa franca com sua familia e tentar conscientiza-los do absurdo que aconteceu? e caso eles continuem negando, é hora de dizer "adeus".

emilia

Isadora G. disse...

Comentários como os do Anônimo das 14:04 me fazem lembrar da época em que eu lia coisas repugnantes como a que esta criatura escreveu e passava mal de tanta raiva e nojo... Principalmente quando me passava pela cabeça que provavelmente criaturas desta estirpe devem até mesmo conviver comigo.
Hoje estou fazendo terapia e já consigo lidar um pouco melhor com isso. A única coisa que sinto atualmente é um ímpeto fortíssimo de continuar me fortalecendo emocionalmente pra poder revidar à altura quando um LIXO como esse fizer comentários dessa laia perto de mim. Porque usualmente eles são aquele tipinho que não espera ser contrariado, vomitando sempre as mesmas asneiras como se fossem fatos inquestionáveis.

Anônimo disse...

Essa história é o TERROR. Quanta tristeza, eu sinto muito moça. Todo meu apoio a você. Ragusa

Anônimo disse...

Engraçado que sempre que eu penso sobre o assunto, se acontecesse comigo minha mae com certeza iria por a culpa em mim tambem. lamentavel.

Veronica disse...

Cultura do Estupro renovada e propagada no horário da tarde.

Dá uma olhada Lola:

http://www.sbt.com.br/cuidadocomoanjo/

O "terrível segredo" é que a heroína foi estuprada pelo galã !!!! Agora vejam, uma novela no horário da tarde onde a moça se casa com o seu estuprador.

. E tem mais, o padre sabe que ela foi estuprada por ele e incentiva o casamento, ela depois do casamento, se lembra que ele é o bêbado estuprador, ele justifica o crime dizendo q estava bêbado, e tudo sendo tratado com o maior romantismo.

Liana hc disse...

Tem um ditado que é o seguinte... É melhor confundir uma pedra com um leão do que um leão com uma pedra. O nome disso é bom senso, é cautela.

Botar um marmanjo qualquer (primo de segundo grau na minha opinião nem é parente, a menos que seja para receber herança, aí eu aceito) de 19 anos para "tomar conta" sozinho de uma menina de 11 anos é ótimo um exemplo de falta de bom senso.

E a questão toda não é sobre "pré julgar injustamente um pobrezinho qualquer", mas de garantir que a segurança daqueles sob sua tutela é mais importante do que o medo de ferir o ego alheio (ainda que só em pensamento!) ou a conivência de se ignorar o problema.

E depois ainda vai querer o estuprador como genro? Talvez esteja convergindo aí na figura da mãe a tentativa da família de lidar com a gravidade do que aconteceu minimizando o problema.

Se a filha se casasse com o agressor, "tivesse filhos e fosse feliz para sempre" quem sabe na cabeça da mãe isso seria uma forma de "confirmar" que "na verdade" nada de horrível realmente aconteceu, que tudo não passou de um "mal entendido", um "namorico" que terminou mal, um "exagero" da parte da menina, que ela não agiu mal ao colocar o tal sujeito para cuidar da filha dela, que ela não falhou como mãe naquele momento. Um casamento lavaria a honra e acalmaria a consciência da família, faria tudo terminar "bem", e a vergonha ficaria enterrada para sempre.

Mas isso aí sou eu viajando nas conjecturas. Pode ser que a dinâmica familiar seja outra totalmente diferente disso.

Anônimo disse...

Anônimo 14:04, não posso acreditar que você pensa como vc escreveu no seu comentário... Você é tão nojento e contraditório que só me parece que vc saiu escrevendo palavras aleatórias de tão sem sentido!

Lola, eu fui violentada quando tinha 8 a 10 anos por dois homens, ambos conhecidos da família. O segundo tinha mais de 60 anos por ai... Só que minha família nunca nem soube disso e eu acho isso o principal fator por eu ser tão resolvida com esse assunto sabe? Pq eu tenho quase certeza que minha família iria reagir assim, e também pq moro em cidade pequena e sei como iam me culpar e olharem pra mim com preconceito. Eu afirmo com toda certeza que se não tivesse sido assim talvez hj eu tivesse com traumas ainda...
Ás vezes eu fico me perguntando por que não sinto nada em relação ao que ocorreu, por que eu não sofro com o que ocorreu? Hj só meu namorado sabe disso e quando contei ele quis a todo custo tirar esse "trauma" de mim, só que não tem trauma nenhum.
Porém me sinto muito sensibilizada com esse assunto e queria que as mulheres que passaram por isso tentem ao máximo se recuperarem assim como eu fiz.
Leio muito mais muito mesmo sobre cultura do estupro e gosto demais do seu blog Lola.

jonas disse...


ah qual é,o primo n estuprou ela,n houve sexo,essa nova definição do q é estupro é ridícula,então,muita mulher ja deveria estar presa por isso,cansei de ter a bunda apalpada por mulher em balada e já aconteceu de uma mais atirada me beijar do nada,nem sei de onde a mulher saiu,nem por isso me sinto estuprado e acho que elas merecem cadeia.
mulher é fresca mesmo.

marta disse...

sobre a novela,joão miguel n estuprou ela,foi uma tentativa.
essa novela é linda, parece que se amam de verdade,diferente das novelas brasileiras que é só promiscuidade,é um "eu te amo" pela frente e 300 chifres por trás.

Mariana disse...

Oi Lola! Assisti o programa na terça e perdi o sono. Parabéns a autora do post pela coragem em dividir sua história. Algumas vezes tentei começar a escrever sobre o que aconteceu comigo, mas nunca termino. Passei por um longo processo de recuperação e hoje carrego comigo essa história que faz parte de quem sou hoje. Fui no fundo do poço, mas encontrei força em mim e nas pessoas que me amam para seguir em frente. Penso que seu blog ajuda muita gente a repensar seus comportamentos que colaboram com a cultura do estupro, é preciso falar, falar,..., para que um dia essa cultura não exista mais. Obrigada por isso!

Sara disse...

http://br.noticias.yahoo.com/reportagem-minissaia-cria-pol%c3%aamica-espanha-145654439.html?bcmt=1368647309844-348aa868-b934-49f4-8ab0-aadd42a6ddda&bcmt_s=e#mediacommentsugc_container

As vezes me pego pensando se não é melhor nós mulheres aceitarmos de vez que nascemos p sermos estupradas mesmo, pq pelo jeito o mundo esta contaminado com esse espírito, nessa reportagem do link, mostra, como é bem comum no mundo inteiro,que a culpa do estupro é das roupas q a mulher veste, q o estuprador é apenas uma vitima dessas mulheres espetaculosas...será q algum dia isso vai mudar????
Acabo de vir das ruas e vi vários rapazes , homens e garotos sem camisa e com as cuecas de fora, não vi uma única alma recriminando-os e todos pareciam bem tranquilos sem medo algum de serem atacados ou estuprados...

Anônimo disse...

sinceramene,enquanto nós mulheres não combatermos esta cultura de vulgarização,que ensina ao homem que somos boencas infláveis estupráveis,isso não vaii mudar nunca,mas não vejo o feminismo trabalhando niso,mvejo ele reforçando: defesa de prostituição( exploração sxeual da mulher que dá ao homem o dioreito de abuso mediante pagamneto,e só),funk ( que possue letras que nos xingam e encorajam a pedofilia) e a auto-objetificação da mulher (já considerada um problema nos países industrializados,vide livro da Ariel Lwes).Se o feminismo defende isso tudo,e pior,como "escolha feminina" não vamos nunca progredir.Não se trata de culpaas vítimas ( antes que uma maluca venha aqui dizer que estou defendendo estupro),se trata de ter coerêcia e não participar desta cultura que se volta contra nós mesma.Não dá para combater a cultura de estupro vanglorizando um livro no estilo "50 tons de cinza" ou gloficando BSDB.

Clarice

Indignada disse...

Anônimo das 14:04, como assim "Nenhum homem estupraria uma mulher que ele respeita. Você deve ter feito alguma coisa para que ele perdesse o respeito por você"??

E os casos do netos que estupram as avós? Faz uma pesquisa no Google sobre isso que saem no mínimo 3 casos desse tipo (inclusive o de uma senhora de 90 e poucos anos). Será que essa vovozinha de 90 e poucos anos fez algo para perder o respeito do neto e por isso ela foi estuprada?

E os casos de pais estuprando filhas com menos de 7 anos? Será que essas crianças inocentes fizeram algo para perder o respeito do pai e por isso foram estupradas?

E desde quando sair em festinhas com 11 ou 12 anos significa "não se dar ao respeito"? Quer dizer que você sofria bullying, não tinha amiguinhos nessa idade e por isso não ia nas festas de aniversário?

Deve ser esse seu problema, deveria tratar suas sequelas psicológicas antes de excretar m... pelos dedos.

Anônimo disse...

concordo com a clarice,para muitos aqui funk é uma libertação feminina(foi o que eu li no post sobre a valeska)onde quase todas as funkeiras se apresentam semi nuas para fazer sucesso e agradar os homens.
desse jeito fica difícil acabar com a idéia de que somos objetos.

Ana disse...

M., não sei se vc sabe, mas vc ainda pode denunciar o seu primo! A prescrição nos casos de pedofilia e estupro de menor de idade só começa a contar depois que a vítima faz 18 anos, e o prazo prescricional é de 20 anos! Você pode ir já, agora mesmo tentar impedir que esse monstro prejudique outras pessoas. Ou, se não se sentir preparada nesse momento, sabe que tem até os 38 anos pra fazer a denúncia!

Becx disse...

Contradições, contradições. Forme uma opinião primeiro, que até pra falar m3rd@, precisa-se de uma

Anônimo disse...

estão falando para ela denunciar,o dificil vai ser provar isso.

Mary Janne disse...

http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/03/funk-carioca-ganha-cara-nova-com-cantoras-feministas-e-cheias-de-marra-conheca.htm

Veronica disse...

Marta,

Uma tentativa de estupro é algo romântico??

A novela é linda pq mostra um homem se casando com uma menina que ele tentou estuprar/conseguiu estuprar no mato?

Anônimo disse...

O feminismo é um movimento que busca a igualdade entre gêneros. Como então defender que devemos viver de acordo com o determinado pela cultura machista?
Dizer que temos que nos "valorizar" seguindo um padrão imposto que quer determinar o que vestir, como se comportar, o que fazer com nosso corpo é a verdadeira demonstração de como estamos alienadas, ainda.

Nós feministas não reforçamos a vulgarização. Lutamos para que tenhamos a mesma liberdade que os homens sem que sejamos julgadas ou violentadas o tempo todo, isso é ir contra a cultura de estupro. Enfim, eu espero e busco uma mudança de comportamento entre as mulheres, com discurso e esclarecimento.

Lola, adoro seu blog, leio todos os dias!!!

bjos, Su

Ana Carolina disse...

Aí que passei o dia pensando no que o anônimo das 14:04 disse... E infelizmente o pensamento machista-padrão é esse: um homem (branco, hetero) merece respeito pelo simples fato de existir. Uma mulher é toda cheia de "mas" e "issos" para que possa ser digna de algum respeito. E ela tá tão abaixo de tudo que cogita-se violentá-la porque, nesse raciocínio, é preciso um "corretivo".

O cara definiu a cultura de estupro em uma frase, enfim...

Anônimo disse...

Concordo com a Liana.

Faltou um bom censo do lado da mãe e pelo jeito contínua.

O que passa na cabeça dessa mulher pra sugerir que a filha case-se com o imbecil que a violentou?

Infelizmente, esse é o tipo "experiência" que quase todas já tiveram. Eu também fui assediada dentro da escola pelo bibliotecário, algo realmente constrangedor que só não evoluiu pra algo pior porque denunciei na diretoria - que nada fez, aliás.

Mas enfim... Força, moça!

Anônimo disse...

Sawl - always the rebel



PARA Anônimo das 14:04

Se vc é mulher, não passa de uma mulherzinha validadora, imbecil digna de pena que NUNCA deve ter filhos nem filhas!
Se vc for homem, não passa de um misógino infeliz, indigno, imbecil, um pseudo-homem que não sabe NADA nem de mulher nem de qualquer ser humano.
O estuprador estupra qualquer mulher, aliás, qualquer ser humano, seja mulher, até mesmo homens, crianças, idosas, etc, não tem seus direitos e sua dignidade respeitadas.
Culpar uma criança de 11, 12 anos por ir à festinhas? Imagina o que vc pensa de mulheres adultas saindo, se divertindo e indo às festas?!
Vc é uma criatura nojenta que deve ser trancada em um sanatório para o bem de todos!
Estuprador como vc mesmo escreveu, seu pseudo-ser humano escroto, indigno e babaca é um criminoso bárbaro, e não, estuprador, NÃO merece ser isolado, a menos que vc queira estuprar alguem e já queira que protejam seu "brioco"!
E sim, vc tá JUSTIFICANDO estupro, e sim vc tá culpando a VÍTIMA!
Vc é tão ignorante e imbecil que vc mesmo se contradisse.
Faça um favor à humanidade. Pegue uma arma, coloque na boca e aperte o gatilho. Seja HOMEM pra isso, e faça deste mundo um lugar melhor!


Sawl - always the rebel

marta disse...

veja a novela antes de ficar falando

Anônimo disse...

vi umas musicas das funkeiras do link que a mary jane postou e n tem jeito é uma porcaria.
em uma musica a mc beyonce diz que "cachorra da rua a gente pega na porrada" , a tal mc annita em várias musicas só fala de como o cara vai babar ou baba pela beleza dela.

funk feminista n existe.

Luiza disse...

Eu vou morrer sem entender como é que grande parte dos pais desse país consegue por a cabeça no travesseiro à noite sabendo que ajudaria a filha a afundar na merda.

Se fosse comigo, meu pai já entraria no quarto do cara dando voadora na boca e minha mãe estaria preparando a faca quente para a tortura.

E Jonas, bota um link ae pra gente ver sua cara e divulgar como estuprador. Ah é, você não vai, porque é CO-VAR-DE. *canta* covarde, covarde, covardeeeee. E frescurento é seu rabinho sujo.

P. disse...

À pessoa que falou que ainda dá pra denunciar: infelizmente, não creio que é possível, pois como a lei é recente, só deve ser válida para os crimes que ocorreram a partir da entrada em vigor da nova legislação. Ou seja, mesmo que ela tenha feito 18 anos depois da lei, os abusos ocorreram antes. Mas não tenho certeza, é bom conferir.

M., sua história me tocou de forma especial, pois é incrivelmente parecida com a minha própria história. O fato de os seus pais - no caso, principalmente a sua mãe - não terem legitimado a violência que vc sofreu, no sentido de reconhecer que vc foi a vítima e ele o agressor, só fez contribuir ainda mais pro trauma.

Acho que vc já está fazendo um trabalho bastante bom nessa linha, e o lance é esse mesmo: vc se legitimar, vc se reconhecer como vítima e foda-se esse agressor de merda que fez isso com vc e essa sociedade de merda que ainda aceita que crimes como esse passem batido.

Com carinho,

P.

jonas disse...

serio luiza? então,vou amanha mesmo denunciar a mulher que me beijou sem eu querer.
e ainda posso te processar,fazendo falsas afirmações sem me conhecer.

Anônimo disse...

Vontade de chorar com esse post...Que raiva dessa mãe!Pior é achar que a minha faria mais ou menos a mesma coisa... Lembro de uma vez que estava assistindo um coral de natal em um shopping da cidade, na época eu tinha uns 10 anos.Minha mãe estava atrás de mim com a bolsa entre nós duas, p evitar algum furto. Acho que em algum momento ela deve ter ido mais para o lado, só sei que vi minha mãe fazendo cara feia e empurrando um cara q estava atrás de mim... Depois disso ela começou a gritar "Ele tava com o pinto duro encostado na minha filha!E ela não fez nada pq devia tá gostando, vc tava gostando??". Fiquei tão envergonhada, nem sabia q aquilo tava acontecendo e minha mãe lá chamando atenção e todo mundo olhando p mim...Eu tinha 10 anos caramba!!!

Eu te desejo muita força para superar seu trauma!
Beijos
Anna

Anônimo disse...

E jonas, deixe de ser babaca... Nesse caso não estamos falando de uma mulher, estamos falando de uma CRIANÇA! Também não estamos falando de beijos roubados em uma balada, até pq toda mulher já passou por isso, estamos falando de uma pessoa se aproveitar de uma posição de poder para abusar de outra, fazer algo que a outra não quer mediante ameaça e provocando sérios traumas psicológicos.
Se vc não entendeu, sinto muito... Ou você é muito burro, ou um estuprador em potencial (ou os dois mesmo neh...)
Espero q nunca tenha uma filha, pois não vai saber defendê-la.
Boa sorte na sua vida, saia da frente da TV e vá LER algo construtivo pra ver se desenvolve seu little brain.
Anna

Dree Alves disse...

Falando em estupro:
De boa, passeando por alguns blogs me deparei com isso:

"Dizem também que homens pensam com a cabeça de baixo. Mentira. Se homens ouvissem mais o próprio pau, eles não aceitariam “Não”, eles não cederiam ao cansaço – que era o verdadeiro interlocutor no lugar da mulher. O pau é preciso, insistente (como um sedutor profissional), imóvel, impetuoso, paciente: quando quer algo, faz de tudo pra conseguir, continua, continua, continua, até chegar em seu objetivo. Seus donos poderiam ser assim, não?

A mulher queria a salsa (ela reclamava silenciosamente por eles sempre terem adiado essa noite), mas o cansaço estava maior. Era preciso um homem para ajudar a quebrá-lo e injetar ânimo em suas veias. Um homem para abri-la às possibilidades da noite que ela mesma sempre quis."

Para mim, é apologia ao estupro (ou estou errada?)
E o pior é que tinha diversas pessoas, mulheres inclusas, achando o post comovente, verdadeiro e pasmem: romântico. Primeiro o cara diz que não se deve aceitar um não, depois arremata dizendo que uma mulher precisa que ELE abra as possibilidades"
Desiludida :(

Anônimo disse...

marta disse...
sobre a novela,joão miguel n estuprou ela,foi uma tentativa.
essa novela é linda, parece que se amam de verdade,diferente das novelas brasileiras que é só promiscuidade,é um "eu te amo" pela frente e 300 chifres por trás.

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Verdade... Tentativa de estupro tem tuuudo a ver com amor verdadeiro... Toda mulher sonha em se ver apavorada, acuada e ameaçada no meio do mato por um maluco...

Veronica disse...

Marta,

Tire a venda dos olhos antes de assistir, não é romântico e nem bonito um homem tentar estuprar uma mulher.

Estupro / tentativa de estupro são crimes.

É ridículo uma novelinha para adolescentes/ crianças chamar estupro de "segredo".



E para sua informação, assisti sim até o dia que descobri que o "segredo" era o galã estuprador que se casa com a vítima.


Veronica disse...

http://sindromemm.blogspot.com.br/2013/05/cuidado-com-o-anjoestupro-e-crime-em.html

Becx disse...

Ah! Se foi só tentativa, então tudo bem!!! Realmente na vida real, mulheres que sofreram estupro ou tentativa do mesmo, se apaixonam imediatamente pelos tais, igualzinho ao que os escritores da novela descrevem!

Anônimo disse...

Leia e releia seu comentário ate encontrar coerência nele.

Mas faça isso sentado... Você provavelmente vai morrer procurando.

Alice disse...

Sinto muito pela autora do post.
Muito mesmo.
Mas gostaria de comentar sobre a introdução...

por falar na globo, ando vendo muitos beijos forçados nas novelas (isso que eu mal ligo a tevê).

Naquela cena típica da mulher resistindo no começo e gostando depois, pq afinal de contas, ela queria beijar o cara, só não tinha coragem...

Mas o pior foi a cena da Marisa Orth, que ao acordar de um porre, na cassa de um cara, fica decepcionada pq ele não abusou dela... e ainda diz:

"COITADA DE MIM, NEM DESACORDADA DESPERTO DESEJO".

Pra mim isso foi um ícone da cultura do estupro... Como uma atriz, teoricamente instruída, aceita fazer uma cena dessas???? Agora sobre a hipocrisia da Globo todo mundo já sabe, né... está falando sobre estupro apenas pq a turista estuprada no Rio virou notícia internacional e o tema está vendendo feito água....

Anônimo disse...

Oi Lola, oi pessoal!
Sou eu, a autora do Guest Post! Obrigada pelo espaço, Lola. Só vim para dizer a vocês que decidi denunciaro caso. Recentemente, através de um blog que mantenho explanei sutilmente a situação, meu irmão mais velho, que não sabia da história, viu e botou a boca no mundo. Resultado? Nada aconteceu, todos assoviaram e fingiram não ver. Minha mãe deu meu irmão de um ano para o meu estuprador batizar. Mas o mais importante disso foi que eu tomei coragem e estou decidida a denunciar porque descobri que ele trabalha com crianças, ele trabalha numa pré-escola pública. Então isso me deu forças para pensar em denunciar mesmo tanto tempo depois. Tive uma conversa com meu pai e ele foi o único a realmente ter a dimensão do que aconteceu. Ele não era uma pessoa qualquer, fui criada frequentando a casa que ele morava, ele era como um irmão, minha mãe custeou os estudos dele. Não era um estranho, e isso só torna tudo pior. Estou fazendo terapia há 6 meses, lembranças voltam sempre mas não me machucam mais como antes. Hoje sou casada, estudo, tenho uma vida! Estou bem. Esse guest post foi uma tentativa de encorajar outras pessoas a falarem e agradeço imensamente o acolhimento!! Abraços.

Anônimo disse...

Relato triste esse! Sua família é muito ignorante de aceitar isso!


Olha,felizmente,nunca fui abusada! Mas tenho uma prima da mesma idade que eu que,quando tinha uns 17 anos,um primo nosso(que é 2 anos mais velho),tentou agarrá-la na casa dela! Ele foi lá,visitá-la,os dois estavam sozinhos e ele fez isso! Ela o empurrou,ele "montou" em cima dela,mas graças a Deus nada além disso aconteceu! Ele "se deu conta" de que estava errado e parou!

Quando soube do fato na época,também tinha 17 anos e disse o seguinte:

"Se fosse comigo iria tomar uma joelhada no saco!"

Minha tia,que é tia consanguínia dele,não gostou da situação,reclamou com o pai dele(que é irmão da minha tia) e ficou por isso mesmo! Às vezes tenho vontade de tocar nesse assunto com a minha prima,mas receio pela reação dela! Minha prima não é culpada de nada! Ser bonita agora é motivo pra ser agarrada?!

Anônimo disse...

Aconteceu algo parecido comigo, mas não chegou a ser estupro de fato. Eu tenho um primo, e ele tem alguns problemas psicológicos (mãe morreu/nunca conheceu pai)e eu morava na casa da minha avó, como ele, como minha outra prima (irmã dele) e mais outros parentes. E ele tinha essa mania de brincar com a gente, eu nunca entendi muito bem, eu só sabia que era errado e fugia. Pra minha sorte (e azar da minha prima), a vizinha era minha segunda mãe, e eu sempre ficava na casa dela quando minha avó não estava. Minha mãe sempre foi muito preocupada, então nunca me deixou sozinha com nenhum homem (nem meu pai, padrinho, tio, primo). Só que quem iria desconfiar de um irmão? Essa minha prima foi de fato abusada por ele, e depois de uns anos ela contou pra uma prima dela, que contou para avó paterna, que processou meu primo. Resumindo, meu primo venceu o processo (onde minha avó teve que apoiá-lo, porque ele não tinha nenhuma família, e minha prima tinha uma, decisão difícil, mas não dá pra julgar), só que minha avó perdeu a guarda dela. Faz uns cinco anos que a gente não se vê, e nem por facebook a família dela deixa. E eu entendo, mas eu não consigo entender porque eu tenho que ser privada de tudo isso. Eu nunca fiz nada para ela, e querendo ou não ela se livrou dele. Eu me mudei faz oito anos, agora que eu cresci, lendo o blog, eu entendi o que aconteceu comigo, eu nunca tive coragem de contar pra alguém da minha família. E eu sempre vejo ele, e é terrível. Porque eu me acostumei. Eu até gosto dele. E eu sinto que eu estou me traindo fazendo isso, mas eu não tenho noção do que eu posso fazer, principalmente agora. Minha família já sofreu bastante, eu só digo que não faço nada por causa da minha avó. Na verdade, desde que minha prima foi embora, eu passei a ser amada por ela. Eu sei que eu tento olhar o lado positivo disso, mas é uma merda. Saber que isso acontece em tantas famílias, e ninguém faz nada.

Anônimo disse...

Eu e minha irmã fomos abusadas sexualmente pelo vizinho. Tínhamos entre 10 e 11 anos. Contamos para nossa mãe. "é invenção de vocês... Foi só um sonho ruim"
Nunca mais confiei em minha mãe e me fechei pro mundo. Minha irmã teve um ataque de pânico alguns anos depois.
Espero sinceramente que a mentalidade das pessoas mude. Que justiças sejam feitas. Que homens pensem e raciocinem.

Anônimo disse...

Li seu post chorando pela similaridade dos acontecimentos! Algo muito parecido aconteceu comigo aos 7 e novamanete aos 13, com uma pessoa próxima da família. Ao contrário de você, aos 7, eu não entendia a severidade da coisa. Considerava uma brincadeira com um "primo", que por ser 10 anos mais velho que eu, sabia exatamente o que estava acontecendo. Porém, esta brincadeira, descrita num pequeno diário, chamou a atenção da minha avó, que expulsou esta pessoa de casa.
Minha avó nunca falou comigo sobre isso, apenas colocou o rapaz para fora. Já, minha mãe, que considerava-o como um irmão, nunca me perdoou por ter sido responsável por expulsá-lo de casa.
Mal sabe ela, o que voltou a acontecer aos meus 13 anos. Pois nunca tive coragem de contar. Vivi sendo a responsável por aquele menino ter se tornado um homem ruim (ele foi preso anos depois por outros motivos), afinal, tirei dele a possibilidade de viver numa casa de família, quano minha avó o expulsou de sua casa. Sim, isso foi me dito pela minha mãe!
Há algumas semanas atrás, tive coragem de levar esta história para a terapia e senti um alívio enorme.

Anônimo disse...

Quando eu tinha 11 anos, um tio meu me mostrou uma revista pornô e mostrou os peitos da modelo falando, "as tetas"(da modelo)..Depois, quando eu tinha 16, 17 anos, ele mostrou o penis dele, eu estava sozinha com ele em casa, não fui estuprada porque meu Anjinho da Guarda me protejeu...

Eu tinha 10 anos quando ele puxou e soltou minha calcinha. Eu não tinha seios e era criança, por isso vivia de calcinha em casa, eu não tinha corpo, não tinha seios, mas ele era um homem adulto de mais de 50 anos. Ele não tinha o direito de fazer isso comigo

Juliana Lopes disse...

Sobre a novela, eu não assisto, não, mas... Não foi estupro, foi uma tentativa....OI? Tentativa de estupro não gera medo, trauma, dores? Desculpa, mas esse tipo de coisa não é "engolível"!

Juliana Lopes disse...

Puxa vida, é uma questão tão simples de entender... Estupro não tem MAS. Repudio o estupro, MAS ela não se deu o respeito; MAS olha como ela estava vestida; MAS olha ela sozinha a noite na rua...

Não existe mas. Se houve estupro, alguém forçou sexo com alguém que não o queria e nada, absolutamente nada justifica isso.

Isso é doença, é nojento, é anormal e ponto. Não há como entender diferente.

Mainara Rocha disse...

um cara que namorou minha mãe depois que ela mandou meu pai embora de casa passava a mão em mim,dos 10 aos 12 anos (ou mais,não consigo lembrar). Só consegui contar isso pra ela uns 3 anos depois que eles terminaram,depois de uma tentativa de suicídio minha aos 17. Ela pediu que eu não contasse pro meu pai e ficou por isso mesmo. A uns 2 anos,meu namorado me pediu para que eu contasse para o meu pai,e eu fiz isso,mas poxa foi uma decepção total...Ele ficou até puto,mas ninguém fez nada. Pedi que minha irmã confirmasse,porque eu já vi ele fazendo a mesma coisa com ela e ela negou,então eu sai de mentirosa na história,como sempre. Esse velho escroto,professor de matemática filho da puta,evangélico de araque,tem uns 60 anos e vive rodeado por crianças a vida toda.Também sabe tudo de internet e com certeza faz parte de uma rede de pedófilos. Ele se aproveitava da ausência da minha mãe em alguns momentos para passar a mão nos meus seios e nas minhas partes íntimas,assim como fazia com a minha irmã. Eu com 10,ela com 16. E com certeza as pessoas ao meu redor,até minha mãe que foi a responsável por trazer essa imundície ao nosso convívio não fizeram nada,silenciaram,não cuidaram como deveriam. E eu,nos meus muitos surtos psicóticos,problemas escolares e de relacionamentos tive que sair como o monstro da história. Sempre fui a culpada pela falta de atenção e cuidado,pelos abusos sexuais e mais tarde pela minha reação de querer morrer todos os dias.

ana disse...

Mainara,
coragem!
O que lhe fizeram foi monstruoso, não permita que o crime seja aumentado, machucando-se mais.
Viver bem, logo depois de parar de apenas sobreviver, é a melhor vingança para quem tentou lhe tirar a saída.Conforte seu coração, trate-se com carinho, acolha-se como você não recebeu.Você parece alguém especial, permita-se perceber isso!
Abraço solidário,
Ana

Anônimo disse...

Olá a todos,

Fui estuprada pelo meu pai quando tinha 6 ou 7 anos, não me lembro bem da idade. Na época, ele disse a amigos (e eu ouvi) que nenhum homem iria tirar minha virgindade, a não ser ele. Na época, eu não entendia o que estava acontecendo pq na época não se falava sobre o que é estupro e abuso sexual como se tem hoje. Minha mãe fez de conta que não viu, e isso me revoltou durante muitos anos tanto como a atitude do meu pai. Ao analisá-los hoje, vejo-os como pessoas fracas e ignorantes. Minha mãe é tão culpada como o pai, não tenho dúvida disso, e isso me revoltou durante longos anos, a ponto de me atrapalhar em relacionamentos pessoais e na minha vida profissional, até que eu vi que a única maneira de eu me livrar de todo aquele sentimento de revolta e ódio seria através do perdão, pq são pessoas dignas de pena. Todo dia ou pelo menos quando penso no que aconteceu preciso perdoá-los em meu coração. Eu perdôo, mas não tenho como esquecer. É triste ver como as famílias em geral são desestruturadas, sem preparação e reflexão nenhuma sobre os seus papeis e funções, sem amor pelo próximo.
Amigos e amigas, venho aqui em nome dos abusadores pedir perdão a vocês que foram abusadas. Peço perdão também pelas mães, tias, avós, irmãs e em nome de todas as mulheres fracas que não tiveram o discernimento e atitude de livrá-las do mal que estava acontecendo com vcs.
Estou orando por todas vcs.

Melissa Albuquerque disse...

Eu também tinha 12 quando me estupraram e eu sempre ful criada e ensinada como me vestir,comportar e não dar liberdade a homens. Fiquei 5 horas com maniaco um visinho que cuidava de mim e da minha irmã gêmea. E o pior é que ele me estuprou e perguntou se eu era a Milena minha irmã e para proteger falei que sim que eu era Milena e não Melissa. Me estuprou 3x numa tarde. Eu sangrava ele tentava juntar o sangue que corria pelas minhas pernas com uma colher. Viu que não dava geito me deu um lençol para colcar até o sangue parar. Minha irmã tava para uma consulta. E eu com bronquite,chorei,tossi vomitei de nojo. Ele queria tirar o lençol para ver se havia parado. Me encolhi,não deixei,sô chorava. Ele me juntou do chão parecendo uma concha de tão encolhida que eu tava. Me jogou na cama tirou o lençol. Olhou meu corpo.mexeu em tudo,as malditas mãos me tocaram e ele fez de novo. Amarrou doia como uma faca. Mas livrei minha irmã.A CULPA FOI MINHA IMBECIL? EU DEI MOTIVO TAMBÉM?

Anônimo disse...

Nossa tô chocada com isso tudo que vc escreveu. Eu sempre soube que esse tipo de coisa acontece com uma frequencia absurda, mas ver relatos assim como o seu e de outra garota que cometou me assusta. Eu sou uma pessoa dita por muitos como ''antissocial'' minha mãe é a única pessoa que eu confio, e apesar de ela ter muitos pessamentos machista, não acredito que ela faria o mesmo da sua, até porquê como já disse e ela sempre me pergunta, que algo semelhante ao teu já aconteceu comigo. Meu pai também, apesar de nós morarmos na mesma casa a gente não tem uma relação e tal, mas nunca se acontecesse algo comigo eles (pai e mãe) me culpariam. Porque eles deixam isso bem claro em palavras.
de Vanessa bjs

Anônimo disse...

Quando eu tinha cinco anos vi meu pai tentar estuprar minha irma,na época ela tinha 9 anos,ela não era filha do meu pai,eu contei para minha mae ela o denunciou e então ai começou tudo,eu amava muito meu pai,eu criança e inocente não sabia de nada,pra mim ele era o herói,minha mae des de então desencadeou varias doenças,de numa mulher sadia e forte ela virou numa mulher doente,ele pegou 9 anos de prisao,mas ficou foragido,eu sempre o via,ele me tratava super bem,mas as cenas dele tentando estuprar minha irma nunca saiu da minha cabeça,ano passado ele foi preso,na época eu tinha cinco anos e ele foi preso quando eu fiz quinze anos,na hora meu mundo caiu totalmente,não ia mais ver meu pai,mais ao mesmo tempo um alivio,ele me respeitava,mas eu tinha medo de ser uma vitima dele,ao decorrer dos anos ele me amava se demostrava um pai presente,mas no momento que ele foi preso ele mudou comigo,então eu vi que esses anos todos que ele estava foragido eu fui usada para ele não ir preso,ele nunca gostou de mim,por causa dele sou traumatizada