quarta-feira, 28 de julho de 2021

A MASCULINIDADE É VIOLENTA: SUBVERTAM!

Faz uns dias a Subversiva publicou este importante texto no seu Instagram e mandou pra mim: 

Ser um agente masculino em nossa sociedade é suprimir tudo aquilo que é tido como fraqueza, e muitas vezes, essa fraqueza são elementos tidos e expostos como feminilidade.

Todo homem que desvie desse padrão de masculinidade deve ser punido. E toda mulher que também desvirtue do seu papel de gênero deve ser punida. E quando os homens fracassam nessa ótica do que eles deveriam ser e ter, atacam todos aqueles outros que não fazem parte dessa teatralidade de papéis.

Quando um homem fracassa no que ele entende como lugar no mundo por direito, ele se refugia em seus iguais. Ele busca a solidariedade em quem, assim como ele, fracassou.

Esse ressentimento em relação à sociedade e essa busca eterna pelo poder, o desejo de ter o lugar que “é seu por direito”, faz com que homens e meninos busquem na deep web um espaço de acolhimento para as suas frustrações.

A minha geração cresceu com a popularização da internet que tornou-se terreno fértil para que homens com inabilidade social e que fracassaram na ideia de potência de sua própria masculinidade proliferassem ódio a todos aqueles que entendem como culpados pelos problemas do seu mundo ideal.

Surge então a figura do INCEL, que muitas vezes é encarada não como um problema social, e sim como uma parcela mínima da população masculina que não devemos levar muito a sério, pois o potencial destrutivo é mínimo.

Em qualquer ida ao 4chan, ou a grupos de vocês sabem quem no telegram ou wpp, é possível observar o mesmo padrão: fetichismo em relação a armas, exaltação à masculinidade viril, ódio a tudo aquilo que é diferente, e culto à própria masculinidade. Por ser um sintoma social subjetivo, e não físico, material, não levamos tão a sério o que cientistas sociais, antropólogos, feministas, e tantos outros expõem há décadas: MASCULINIDADE MATA.

Quando a mídia reportou sobre o massacre em Suzano, a tragédia foi anunciada sem expor os contornos da situação, os atiradores -- um jovem e um homem adulto -- atiraram de forma letal contra mulheres, e de forma não letal contra homens. O massacre de Realengo havia sido nesse mesmo padrão.

Por que essas informações não foram massivamente veiculadas? Há muitos outros massacres com esse mesmo perfil.

No início deste ano o assassinato de Sol também não permeou os debates de ódio às mulheres e grupos de incels na internet, mesmo que o assassino tenha escrito que odiava mulheres tanto no seu livro, que foi enviado a Lola Aronovich, quando em vários fóruns da internet. Por que não nos debruçamos sobre a materialidade que compõe esse tipo de crime?

Lola Aronovich não conhecia o assassino do caso de Sol, mas ele a conhecia. Lola é autora de um blog feminista desde 2008, professora de Literatura em Língua Inglesa na Universidade Federal do Ceará, casada, e foi/é vítima de ódio massivo desses grupos de incels, que à época nomeou de MASCUS em seu blog.

Recomendo que pesquisem sobre o CASO LOLA ARONOVICH pois ela e sua família foram/são perseguidas por incels, que Olavo de Carvalho ajudou a divulgar. E apenas um adendo breve, pois, nesse caso, o hackerativismo do Anonymous foi fundamental para que a resolução fosse positiva.

Em abril de 2018 foi sancionada a lei nº 13.642/18, conhecida como lei Lola, que concerne à investigação de crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.

Mas, como a maior parte das leis no Brasil, não há efetividade no cumprimento desta lei. Qualquer ida a vários sites podem comprovar tal questão, é uma estrutura complexa e precisamos modificá-la desde já.

Subvertam!

5 comentários:

titia disse...

A coisa mais triste disso tudo é ver como a lavagem cerebral do sistema funciona, pois as pessoas vivem nesse sofrimento e ao invés de irem contra o sistema, vão umas contra as outras. Homens vão contra as mulheres, e mulheres vão contra si mesmas, de encontro aos homens, mesmo sabendo que a chance de algo bom vir desse encontro é menor que a de ganhar na mega sena comprando só um jogo. Porque o sistema precisa de escravos.

"A classe dominante (o empresariado particular ou estatal, burocratas, gestores...) luta para desviar e canalizar as insatisfações dos proletários direcionando-as contra outros proletários (seja colegas de trabalho, desempregados, vizinhos, proletários de outra empresa, de outro país, outro bairro, outra cor de pele, opinião, formato do nariz, sexo, costumes, gênero, língua, gosto, time de futebol...), para que seja ilusoriamente atribuída a estes, como bodes expiatórios, a causa de seus sofrimentos (estresse, esgotamento, irritação, medo de ser descartado na competição, fome, depressão, violência, escravidão, desamparo), sofrimentos que são na realidade causados pela existência da propriedade privada, do trabalho, do capital. "

https://humanaesfera.blogspot.com/2018/03/propriedade-privada-capital.html

A única maneira de um simples peão superar o sistema é sabotá-lo. Você, pobre lascado que não tem dinheiro nem se encaixa nos padrões (que, aliás, são impossíveis), só vencerá o sistema se for contra ele. Homens, larguem a masculinidade tóxica, sejam subversivos. Mulheres, recusem-se a fazer trabalho não remunerado e a gerar novos peões pra serem massacrados pelo sistema. Essa é a única vitória possível para nós.

Alan Alriga disse...

Na verdade tudo isso está errado, já que o governo SOCIALISTA chinês promove iniciativas educacionais contra a "femenização" de jovens do sexo masculino, pois "é difícil imaginar que meninos tão afeminados possam defender seu país quando uma invasão externa se aproxima”, “a medida vai na contramão à igualdade de gênero e a diversidade, visto que ser afeminado é negativo e perigoso, enquanto a masculinidade é útil para a nação chinesa", ou seja ser um homem afeminado é algo que vai contra o socialismo, além de enfraquecer a sua própria nação em nome de um progressismo fascista, que trabalha justamente aos interesses capitalistas.
E antes que venham falar que estou errado, na Segunda Guerra Mundial os aliados venceram os nazistas usando pronome neutro, bandeira colorida, maconha e músicas dos Beatles? Ou com coragem, armas, bombas, valores masculinos e sacrifício de homens?
É fácil criticar a masculinidade quando não sabem o preço de uma milha.

E sobre os incels fazendo merda na Deep Web, é só o governo começar a investir de centenas de milhões até 1 bilhão de Reais por ano em segurança digital igual ao que a China faz, que rapidinho se pega esses lixos humanos, e se realmente quiserem mudar algo, comessem a parar com esse papo que todo mundo merece ser amado, isso só gera pessoas depressivas e desesperadas por atenção e afeto, e adivinha o que acontece com quem não consegue isso, elas começam a colocar a culpa da sua solidão nos outros e na sociedade, e acabam se juntando em grupos pra tentar mudar a sociedade, seja grupos de ódio que matam ou grupos "positivos" que destroem a carreira de quem ousar discordar deles, ou seja ensinem que ninguém é obrigado a te amar, te dar atenção, gostar de você, querer ficar perto de você, olhar na sua cara e etc. Façam isso e analisem o comportamento de ambos, melhor ainda façam um experimento científico sobre isso, peguem os maiores psicólogos do planeta e proponham um estudo afundo sobre isso.

Anônimo disse...

Mas antes de matar judia....

titia disse...

Alan Alriga, só deixa eu te lembrar que a Segunda Guerra Mundial, o nazismo e todas essas coisinhas lindas que vieram com ela também foram causadas por valores masculinos, viu? Se não fossem os tais valores masculinos, as guerras-incluindo aí a II guerra mundial-não existiriam. Ou seja, os homens criam os problemas com seus valores e depois dizem que esses mesmos valores que causaram a desgraça são a solução do problema. Coerência freestyle.

Ah, colocar a culpa da sua solidão nos outros também é uma conduta tipicamente masculina, causada pelos valores masculinos. Achar que tem direito ao amor e à afeição também é uma conduta masculina, que chega a extremos nos incels mas é comum a praticamente todos os homens de sociedades patriarcais. Meu pai é um exemplo disso desde que eu era pequena, os amigos dele também. O que significa que valores masculinos são uma bosta de qualquer lado que se olhe.

Alan Alriga disse...

Mais um youtuber pedófilo

https://youtu.be/ZC-Za3Zws54