terça-feira, 4 de julho de 2017

LEONARDO DO MASTERCHEF PROTESTA CONTRA RACISMO

Anteontem Leonardo, um dos participantes mais talentosos do Masterchef, escreveu um texto (que reproduzo abaixo) na sua página no FB, após receber uma repugnante mensagem racista.  
Pode-se não gostar dele, achá-lo arrogante, mas ele fala com muita autoridade sobre o racismo que vive. Ele também diz algo interessantíssimo (que eu li semana passada num ótimo artigo da Gerda Lerner sobre a criação do patriarcado e que em breve vou compartilhar com vocês, prometo) sobre ser visto como arrogante. O que passa como arrogância num negro (ou numa mulher) é visto como auto-confiança e amor próprio num branco. 
Ele tem toda razão: não é só a mensagem de racismo explícita que ele recebeu (e certamente os outros participantes negros também) que é preconceituosa. O jeito como encaramos os (poucos) participantes negros no programa também é racista. Somos compreensivos com os erros e defeitos dos brancos (que nunca representam todos os brancos), e cobramos muito mais dos negros. Parabéns pela postura, Leonardo!

Com licença, precisamos falar sobre preconceito.
Durante essa madrugada recebi uma imagem que continha essas mesmas pessoas com a seguinte mensagem: "vocês são um lixo, eu tenho nojo de todos vocês, tenho pena de quem já comeu ou come qqr me@&a que vcs fazem, eu torço todos os dias pra vc ser humilhado e eliminado volta pra senzala embuste lixo". Se doeu? Não, nem um pouco. Durante toda a minha vida eu fui perseguido nos corredores dos supermercados, tive minhas notas de dinheiro reviradas e conferidas pelo caixa do supermercado 40 mil vezes, fui desprezado pelo vendedor por achar que eu não poderia comprar algo, e várias outras situações que qualquer outro cidadão negro já passou. 
Isso tudo contribuiu pra postura que eu adoto hoje, tudo isso que vocês chamam de arrogância, prepotência ou qualquer outro rótulo que não cabe num participante branco, se chama auto-confiança, auto-afirmação, foco, são coisas que pessoas como nós precisam ter muito pra poder sobreviver porque não recebem isso de outras pessoas.
Mas essa imagem me permitiu refletir um pouco sobre esse cenário asqueroso de racismo oculto que vivemos todos os dias. Foram alguns minutos olhando os participantes da foto e fazendo uma rápida busca na internet, e pronto: o participante negro que reclama não conhecer ingrediente "é pobre, chorão, se fazendo de vítima, insuportável". Uma outra participante qualquer com a mesma atitude "não é obrigada a conhecer tudo". A participante negra que quer dominar sua praça na prova em grupo "tá se achando, a macaca". 
O outro participante branco que além de cuidar da praça dele ainda quer se meter na praça do outro "tá preocupado com o resultado da equipe". O participante negro que foi eliminado e ficou puto "não sabe perder, ridículo, chorão, volta pra Bahia". A participante branca "não deveria ter saído". A participante negra que apresentou dificuldades em algumas provas, não se saiu tão bem e voltou na repescagem é "imunda, corta esse cabelo nojento, deveria voltar pro buraco de onde não deveria ter saído". O participante branco na mesma situação é "tão fofo, meu crush". 
A participante negra que chorou em uma prova ou outra por resultados bons ou não é "chorona, insuportável, horrorosa, deveria ter saído". A participante branca chorando "é sensível, tadinha". Os participantes negros auto-confiantes e determinados são arrogantes, prepotentes e um milhão de outros xingamentos, os participantes brancos confiantes e determinados sim, esses realmente são confiantes e determinados.
Não usar xingamentos explícitos ou falar sobre cor da pele não te faz uma pessoa livre de preconceitos, suas atitudes sim são capazes de falar sobre você.
E quando eu faço alguma coisa no programa que não agrada gente como vocês, tenho cada vez mais certeza que estou no caminho certo. Muito obrigado por me acordar de madrugada com uma porcaria dessas, mas que foi capaz de mostrar o quanto somos diferentes, graças a deus.

55 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de ter visto textão na internet falando sobre o rapaz que falou no Faustão ao parafrasear o discurso de Lenny kravitz o qual diz que quer ser reconhecido e respeitado não por ser negro ou homossexual e etc, mas por ser simplesmente ser humano (verdadeira tapa no discurso ideológico e categorizante do viés marxista cultural)

Anônimo disse...

Quando vcs vao compreender que quando atrizes negras sao agredidas na net casos como o do Masterchef este papo que nao existe racismo no Brasil e jogado na lama

Anônimo disse...

Lola percebo este fato no dia a dia o negro nao pode transparecer auto confianca pois acaba sendo interpretado como arrogancia e uma triste heranca do seculo XIX que os negros devem ser subvisiente mas que devemos lutar contra

Anônimo disse...

Eu não acho o Leonardo arrogante.

Eu o vejo como um jovem talentoso que tem consciência de seu potencial. Ele tem um humor ácido ou um sinceridade excessiva que pode desagradar algumas pessoas. Mas também tem como qualidades a capacidade de rir de si mesmo e de assumir a sua responsabilidade pelos erros que comete ao invés de colocar a culpa nos outros.

Eu penso que o que mais irrita os racistas de plantão é o fato do Leonardo não assumir o papel de vítima e "café com leite" no programa, mas o de um dos mais fortes concorrentes ao título.

titia disse...

Muito bom. Jogou na cara de todos os racistas imundos exatamente o quanto eles são execráveis.


11:13 esse papo de "somos todos seres humanos" é só mais uma tática pra desviar a atenção do racismo e da misoginia. Uma, aliás, que ninguém engole faz tempo.

claire disse...

Anonimo, já que quer tanto ver um textão sobre essa pessoa que deu entrevista no Faustão, pq vocês mesmo não faz o texto?!

Anônimo disse...

Hahahah Pois é Claire, jogar pra cima dos outros "ain se for falar de x também fale de y e z" enquanto você não faz porra nenhuma é muito fácil.

Anônimo disse...

Os movimentos de minorias tem exatamente estes objetivo: que as minorias sejam tratadas como seres humanos independentemente de sua cor sexo orientação ou identidade sexual. O que você não está conseguindo entender? Será que seu antimarxismo o deixou tão cego a ponto de que você não consegue perceber isto?

Cão do Mato disse...

Nossa, que estranho... O cara recebe uma mensagens ofensiva como essa e nem menciona se pretende identificar e processar o autor? Eu só espero que não dêem o prêmio de bandeja pra esse cara só porque é o "coitadinho" da vez (a exemplo do que aconteceu na última edição do programa). Eu não ficaria surpreso se, daqui a algum tempo, descobrirem que foram pessoas ligadas ao próprio candidato que plantaram a ofensa na Internet, a fim de angariar a simpatia de público e jurados.

lola aronovich disse...

Vai se ferrar, Cão do Mato. Não só vc não consegue empatizar com a vítima (nem que seja pra combater o racismo), vc ainda o culpa (ele não vai denunciar?!) e suspeita dele (vai que foi ele mesmo que fez). Típico. Fazem isso também em relação às milhares de ameaças de morte que recebo. Vcs são patéticos.

Cão do Mato disse...

Eu não tô culpando ninguém. Só achei estranha a postura extremamente passiva dele. E é perfeitamente possível que tenham armado para que ele caia nas graças do público. Não foi assim com O.J. Simpson, que foi absolvido só por ser negro?

Anônimo disse...

Se o Leonardo denuniasse a reaça ia reclamar do vitimismo. A questão aqui é que essa gente não quer que ninguém jogue na cara deles que eles são racistas sim! E não querem perder seus privilégios.

Anônimo disse...

Reaça lixo

lola aronovich disse...

Ah, é verdade, Cão do Mato! A gente vive mesmo num mundo em que negros são absolvidos por serem negros. Num mundo em que o racismo existe, mas só contra os brancos.
Vai catar coquinho, cara! Estou sem paciência nenhuma pra ignorantes como vc.

Anônimo disse...

Pode-se simpatizar ou não com alguém, mas para tudo há limites. Não sou fã do Leo, nem da Mirian ou da Deborah, mas não é por isso que vou atacá-los pela etnia, idade ou sexo. Falta filtro para muitas pessoas.

Anônimo disse...

Acho que tá rolando um pouco de vitimismo sim.

Pros padrões raciais brasileiros esse cara nem é considerado negro.

Anônimo disse...

É perceptível que ele sofreu preconceito e injúria racial na ocasião que ele descreveu. Apesar disso, só eu já enchi o saco de todo mundo que não é aparentemente branco dizer que é negro? Parece uma tentativa de chamar atenção, vitimizar-se... enfim, não sei a ideia. Mesmo assim, gente, pardos existem também. Mesmo que ambos sofram racismo, é nítido que o preconceito é maior com quem tem mais características "negroides". Esse tal Leonardo tem cabelo liso, lábios finos... certo, o nariz não é fino, mas ele nem se compara a outros narizes que são tidos como mais "feios" ou "mais negros" pela sociedade. Isso que nariz achatado para os lados nem sempre é sinônimo de negro, olhem o PewDiePie por exemplo, não é lá o nariz mais fino do mundo para um sueco. Sobre a cor da pele, fator que muita gente pensa ser o único que define o racismo, embora não seja verdade, ele tem o que já ouvi muito no meu estado: "pele cor-de-cuia", típica em indígenas, também resultante em mestiços de brancos com negros. Aqui não é EUA para definir essa "regra de uma gota".

Anônimo disse...

Ponto interessante.

Se o cara não é branco, então também claramente não é negro.

Mixed races le dicen.

Mas agora todo pardo quer ser negro também. Só não sei bem a razão.

Anônimo disse...

A Lola pode espernear e falar que está " sem paciência ", mas o fato é que nascer branco de classe média no Brasil de hj é uma sentença de ser preterido por toda sua vida. Sempre vc terá muito menos chances de vencer na vida pois sempre algum representante da "minoria" irá passar na sua frente, mesmo com ele tirando notas menores e sendo bem mais limitado que vc. Meritocracia e concorrência justa não existem no Brasil de hoje.

Anônimo disse...

"Pros padrões raciais brasileiros esse cara nem é considerado negro."

Observacao perfeita.

Daonde eu vim, esse cara é considerado bronzeado.

Negro mesmo só o pelé ou o neguinho da beija flor.

Portanto, o "desabafo" dele pareceu mais um chorinho por atencao...

donadio disse...

"Mas agora todo pardo quer ser negro também. Só não sei bem a razão."

Na hora do baculejo a polícia chama de vagabundo e manda encostar na parede, seja preto ou seja pardo.

Agora se o sujeito for branco, é "desculpa, doutor" pra cá, "com licença, meu senhor" pra lá...

titia disse...

Meu Deus, agora meteram até OJ Simpson na jogada pra tentar justificar o racismo desses merdas. Esqueceram que: 1) a polícia-de burra-botou um racista declarado pra investigar o caso OJ Simpson, e o advogado dele foi esperto o suficiente pra aproveitar a burrice dos policiais contra eles, e 2) a misoginia pesou e MUITO no caso. Nicole Brown, pros punheteiros misóginos e pras validadoras imbecis do júri, era só uma puta qualquer que "estava pedindo" pra morrer. Ah, e não esqueçamos o dinheiro. Não é só no Brasil que a justiça limpa a barra do rico e ferra o pobre. Portanto, parem de usar a escrotice alheia como desculpa pra própria.

Pros anons reclamando que "Ai, ele não é nem negro 'de verdade' (existe pedigree até pra isso agora?)": racismo não vê esses pequenos detalhes. Como bem disse o donadio, na hora do baculejo pardo e negro apanha do mesmo jeito. Por que, então, o movimento negro teria que ficar fazendo paleta de cor pra vítimas de racismo? Por que porra deveríamos ficar nessa de quanto mais escura a pele de uma pessoa mais vítima ela é, e os mais claros que vão lá pro fim da fila e fiquem esperando a vez? Qual o sentido disso?

titia disse...

E eu não sou negra nem parda, nem quero pautar movimentos aos quais não pertenço. Só quero mesmo entender por quê ficam com essa frescura de "esse é negro, esse é pardo, aquele ali é só bronzeado" se nem os próprios ativistas eu vejo fazerem isso.

Cão do Mato disse...

Sou branco e já fui parado pela polícia. Não me pediram desculpas e muito menos me chamaram de "doutor"...

Rafael disse...

mas o fato é que nascer branco de classe média no Brasil de hj é uma sentença de ser preterido por toda sua vida. Sempre vc terá muito menos chances de vencer na vida pois sempre algum representante da "minoria" irá passar na sua frente, mesmo com ele tirando notas menores e sendo bem mais limitado que vc. Meritocracia e concorrência justa não existem no Brasil de hoje.

Nunca existiram, pois as cartas já são marcadas, se você tiver curiosidade leia Jesse de Souza e vai entender porque a meritocracia é uma lenda no Brasil, e não tem nada haver sobre negros e mulheres conseguirem algumas migalhas após 5 séculos de sangue escorrido.

Dá um tempo desse discurso imbecil "aiin branco - hetero- classe média é prejudicado", isso NÃO EXISTE.

Cão do Mato disse...

Mudando um pouco de assunto, vocês viram a Emilly "relacionamento abusivo" Araújo causando vergonha alheia num show? Pois é... aos poucos a máscara vai caindo. Quando eu disse, aqui mesmo nesse blog, que a vítima do relacionamento era o médico, teve gente que esperneou...

Anônimo disse...

Falamos por que é fato.

O racismo brasileiro não é "one drop only". Aquí, quanto mais clara a pele e quanto menos crespo o cabelo, menor é a carga de preconceito que a pessoa sofre.

Tenho o mesmo tom de pele desse cara é cabelo liso. Nunca na vida fui chamado de negro nem sofri discriminação racial no Brasil.

Esse cara tá forçando a barra sim.


Eddie

Anônimo disse...

Ai, gente, vamos encerrar o movimento negro porque o Eddie nunca foi discriminado! Ebaaaaaaaaaaaa.

Anônimo disse...

Brancofobia e invencao dos imbecis

Anônimo disse...

Afinal

O q é ser "negro" ou "branco"?

Os ativistas negros se perdem cada vez mais, tá parecendo os transativistas criando 1001 gêneros diferentes

Anônimo disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkk... Eu tô vendo mesmo esse comentário? Brancos tem muito menos chance de vencer na vida agora? Anon, em que mundo você vive?

Anônimo disse...

Isso. Negro ou "pardo" não raro sofrem os mesmos preconceitos

Anônimo disse...

Sou feminista e acho teus comentários bem burros, mas no caso da Emilly também tenho minha dúvidas.

Anônimo disse...

A tua experiência não é a dele. Não há certeza nenhuma de que ele está mentindo. Você não pode provar isso. Só porque você não passou por preconceitos não significa que ele não tenha passado.

Cão do Mato disse...

Obrigado pela parte que me toca. Gostaria de também poder classificar seus comentários, mas o seu anonimato não permite fazer isso..

Anônimo disse...

"Pros anons reclamando que "Ai, ele não é nem negro 'de verdade' (existe pedigree até pra isso agora?)": racismo não vê esses pequenos detalhes."

Ninguém falou em ser negro puro, mas há uma diferença óbvia nos traços físicos das pessoas. Acho um absurdo dizer que racismo não vê esses pequenos detalhes. Pode ter certeza de que um negro de pele bem escura e traços negroides sofrerá muito mais que um pardo com traços mais finos, tendo ambos um similar estilo de vida. Eu presenciei isso diariamente no meu colégio particular. O mais bizarro ainda era ver pessoas pardas dizendo que se viam e eram vistas como brancas (???), sendo que aqui nos comentários elas seriam chamadas de negras. Aí que você percebe como o conceito de raça é relativo mesmo.

"Por que, então, o movimento negro teria que ficar fazendo paleta de cor pra vítimas de racismo?"

Quem disse isso? Parece uma falácia do espantalho. Na verdade, é mais conveniente para o Movimento Negro trazer mais pessoas (no caso, quem seria mais tido por pardo do que negro) sem fazer diferenciação entre elas. Quanto mais pessoas, mais atenção e mais força na teoria.

Anônimo disse...

Eu comecei a comentar hoje. E por isso só vi os seus agora. Mas são bem burros. Se eu não fosse anon você classificaria os meus comentários como burros apenas pra se vingar de como eu classifiquei os seus. Não fique chateado com isso.

Cão do Mato disse...

Bom,como diria aquele velho ditado popular, "opinião é que nem bunda:todo mundo tem uma", rsrsrs...

Mila disse...

Os racistas misóginos e homofóbicos se valem das brechas e do anonimato da Internet para atacar seus desafetos. É por isso que é difícil rastrear essa galera e consequentemente processar. Você não desconfiou dessa possibilidade, Cão do Mato?
E dizer que Leonardo vai se vitimizar para vencer a competição é coisa de quem não assiste o programa. Quem vê sabe que o Leonardo é um participante muito focado, técnico e seus pratos geralmente recebem críticas positivas. Ele é um dos participantes mais fortes.
Quem quer ser racista vai atacar o negro de qualquer forma do vitimista ao metido.

Anônimo disse...

Engraçado que o Leonardo não é tão negro assim para reclamar de racismo...
Para racistas, negros de pele clara são tão objetaveis quanto os de pele escura. Quem quer ofender, vai ofender mesmo se a pessoa não se reconhecer como negro. Não sei em que mundo vocês vivem mas há muitos negros que são geneticamente mais europeus que africanos e mesmo assim sofrem racismo (talvez não na mesma intensidade que pessoas de pele bem escura, mas para quem sofre racismo, a discriminação dói e é errada em qualquer forma).
No caso o Leonardo se reconhece como negro baseado nas experiênciasuas que ele teve e que permitiram que assim ele se caracterizasse.
É ridículo vocês medirem a negritude das pessoas como parâmetro de grau de racismo. Melhorem.

titia disse...

13:09 leia o post. Olhe bem pras pessoas que os racistas imundos chamaram de lixo e outras coisinhas gentis, representadas na fotografia do post. Preste bem atenção nos traços faciais e nos tons de pele. Bem diferentes, né? Mas as palavras de ódio foram as mesmas. Ninguém foi poupado porque era mais claro ou tinha o nariz mais fino. E eu não disse que o movimento negro tem que separar gente, pessoa que não passou em interpretação de texto. Eu ironizei a vontade que alguns tem de categorizar pessoas menos escuras como menos oprimidas - o que, como os racistas que assistem MasterChef fizeram questão de deixar claro, não é exatamente verdade.

"opinião é que nem bunda:todo mundo tem uma"

Interessante.

Freud explica, então, por que conservadores, direitistas, religiosos, mascus, fascistas e outras peças do tipo adoram esfregar suas opiniões na cara dos outros, como bem questionou a Maíra Colares?

Anônimo disse...

Kkkkkkkkkkkkk, tô amando os comentários da titia. E tá muié brava!

J.M. disse...

De todas as aberrações da reaçada que já vi por aqui, essa de que brancos de classe média não têm mais chance de vencer na vida superou todas as expectativas. Olha o que o CÂNCERvadorismo faz com a cabeça da pessoa...

Anônimo disse...

titia,
"leia o post"
Já foi devidamente lido e analisado antes mesmo do meu primeiro comentário. Seu único exemplo não significa ainda que pardos sofram tanto quanto negros. Um único babaca fazendo um comentários daqueles não é a expressão geral da sociedade. Como já disse, vivi observando os casos que apresentei anteriormente (não irei repetir), dentre outros na vida real e, sim, há pardos sendo vistos como brancos, mas que seriam chamados de negros por aqui. As pessoas pretas em si sofriam muito mais chacotas, além de serem a maioria nas comunidades pobres e escolas públicas. Pessoas tidas por pardas (ou brancas, como alguns malucos acham) eram, literalmente, de outro nível.

"E eu não disse que o movimento negro tem que separar gente, pessoa que não passou em interpretação de texto"
Eu também não disse que você disse isso. Ironicamente, foi você quem errou na interpretação de texto. ;)

Anônimo disse...

"José Luiz Petruccelli, que faz pesquisas sobre diversidade racial há mais de 20 anos no IBGE, reconhece que a classificação pode ser aprimorada, embora defenda que o modelo segue uma série histórica e mudanças poderiam prejudicar a comparação dos dados. "Esse é um tema muito polêmico. Alguns defendem que deveríamos usar a classificação negro, mas o negro é uma identidade social. Leva em conta uma visão política, a identidade de um povo muito mais do que a cor da pele", defende.

O especialista diz não ser correto, para efeito de pesquisas, reunir pardos e pretos em um só grupo, de negros. Segundo ele, a discriminação contra os pretos é muito maior do que a verificada entre as pessoas que se autodeclaram pardas, e essa diferença precisa estar presente nos levantamentos demográficos. "Existe diferença no comportamento social entre pretos e pardos: quanto mais escuro, mais discriminado", afirma."

Hmm, interessante saber que mais gente concorda. Ainda mais um especialista!

Anônimo disse...

22:41 uma lástima a sua interpretação de texto. Diz pra mim as consequências da expressão: para fins de pesquisa.

Tu tá usando um argumento de pesquisa sociologica para invalidar uma reivindicação política. Agora me dá uma declaração do especialista dizendo que um pardo não deve reclamar de discriminação, ou que ele não pode se reconhecer como negro, em termos de identidade.

Só na sua cabeça racista uma coisa excluí a outra. Para de achar desculpa científica para ignorar a dor do outro, só por que não é do seu umbigo que ele tá falando. Ridículo.

Unknown disse...

E outra coisa: é de cair o cu da bunda a quantidade de comentário cínico sobre colorismo. Uma fotos com diversos negros, de tom de pele variada, o mesmo xingamento para todos, e veja só: mas 'pardo' sobre menos do que 'negro'.

Me respondam: nessa agressão verbal, fez alguma diferença o moço não ser 'negro do subtom azul de pele'? Para discriminar, qualquer quantidade de melanina é apta para invocar racismo.

Todavia, o 'errado' é quem se defende, quem critica, quem não se deixa abater. Esse tá se fazendo de vítima...

Hele Silveira disse...

Acorda, fio! Lenny Kravitz é respeitado e reconhecido porque tem dinheiro e é famoso. Se esperasse isso SÓ do fato de ser humano... Acho que nem precisa comentar, né? Ou precisa? Rs...

Hele Silveira disse...

E você, se rasgando para "provar" que a razão é sua, também não está se fazendo de vítima? Rs...

titia disse...

"Um babaca". Meu Deus. A mais velha e furada das desculpas dos racistas enrustidos, que é só um ou outro babaquinha racista, e eu me preocupando em argumentar.

Bom, aqui está a resposta que você merece: vai aprender a cagar pelo buraco certo.

titia disse...

20:12 é porque em pleno século XXI ainda tô tendo que pegar marmanjo alfabetizado e provavelmente com algum grau de educação pela mãozinha e explicar por quê racismo é errado e que fazer olimpíada da opressão não vai resolver nada. E esses poríferos fazem questão de não entender,

Anônimo disse...

Vc é oliva?cariocas são olivas.brancos com alto teor de melanina

Anônimo disse...

"Não foi assim com O.J. Simpson, que foi absolvido só por ser negro? "

Bill Cosby foi recentemente salvo por dois jurados negros, um homem e uma mulher. Os demais queriam a condenação por estupro mas o estado americano em que ele foi julgado exige veredito unânime.

Anônimo disse...

O ativismo negro criou o conceito de colorismo, em que as gradações da pele da pessoa determinam sua posição no sistema de opressões e privilégios. Uma pessoa com tom mais claro seria mais privilegiada em relação a alguém com pele mais escura e menos reconhecida como negro pelo opressor.

Aí chega o racista, chama todo mundo de macaco e pronto, resolvida a questão.

Se alguém precisava de alguma prova sobre a estupidez e a divisão interna (enfraquecedora dos indivíduos que aquele movimento diz representar) que o colorismo endossa, ei-la.

Uma coisa é apontar, com efeito, que em vários lugares uma mulher negra porém de pele um pouco mais clara, que talvez tenha se submetido a procedimentos estéticos para "embranquecer" (afinar nariz p.ex.) e que atenda a padrões genéricos de beleza (proporção altura e peso, torax-cintura-quadril) em tese teria um tratamento social mais distinto que uma mulher mais escura e obesa nesses mesmos lugares. Isso é um apontar para fora, apontar para a sociedade que o tratamento costuma ser assim.

Outra coisa apontar para dentro, dizendo a um negro que, em relação a outro negro, sobre si recai um privilégio e colocá-lo em uma condição hipotética de opressor, obrigando a reconhecimento de uma culpa que nem mesmo é sua. Tal como o caso da palmitagem, por exemplo, o exemplo máximo da invasividade que certos discursos podem tomar, basicamente um discurso de castas sexuais e afetivas.

Entre mulheres tentam fazer isso também, inclusive por ter nascido biologicamente do sexo feminino (justamente a alma mater da opressão contra essa metade em particular da humanidade), como se isso por si só fosse uma imensa vantagem e atrelando culpa/dívida por uma condição sobre a qual você não teve o menor controle simplesmente por ter nascido assim. Exatamente como as questões de "raça" e tom de pele.

Lembremos do velho deitado: dividir para comandar.

O feminismo na (des)configuração atual é a prova que isso funciona e o movimento negro está indo pelo mesmo caminho.

Anônimo disse...

Ótimo texto do Leonardo. Já era hora de mostrar como o público que apoia a "meritocracia" na verdade só apoia pra branco. Quando é negro, não mereceu, é vitimista. Leonardo tem chances e talento, só resta aos preconceituosos aceitar.