sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"O CIRURGIÃO NÃO QUIS REDUZIR MEUS SEIOS GIGANTES"

A R. me enviou este relato:

"O feminismo e suas ideias têm ganhado muita visibilidade ultimamente e arrastando muita gente disposta a abrir os olhos para a desigualdade entre os gêneros.
Aos poucos, o feminismo vem abrindo espaço na mente das pessoas, o que é algo fantástico, no meu ponto de vista. Isso porque muitas vezes o machismo é esfregado na nossa cara a cada santo minuto, e sabe como é a velha história, né? A coisa fica tão habitual que pensamos ser normal.
Porém, mesmo que as novas ideias -– digo novas pois só agora elas andam mais acessíveis -– apareçam, a realidade sobre a mulher e o corpo dela ainda é delicada. Meu desabafo é sobre as amarras que insistem em prender a mim e a minhas companheiras do gênero feminino à mesma condição de objeto à qual grande parte da sociedade acha que pertencemos.
E para que fique claro, meu objetivo com esse desabafo não é julgar uma única atitude. Até mesmo porque, grosseiramente falando, o pensamento machista está presente na mentalidade de gente de todo tipo até hoje. É um problema estrutural, sendo assim, só posso esperar das pessoas o bom senso de entender o apelo feminista e nunca por fim à minha militância. 
Há algumas semanas, em uma visita ao médico que poderia ter sido meu cirurgião plástico, ficou mais que evidente a forma idiota (não tenho palavra melhor pra mostrar essa situação) como a mulher é vista.
Acho legal destacar que se trata de um médico jovem, 30 anos ou quase isso. Dessa forma, não tem nem como dar a desculpa que isso é resquício da época em que o cara foi criado.
Em busca da correção para o gigantomatismo (crescimento excessivo dos seios), passei pela maior humilhação de toda minha vida.
A história se desenrola da seguinte forma: desde o inicio da puberdade sofro com o gigantomatismo. É piadinha daqui, olhadas desrespeitosas de lá, dores nas costas e uma coluna torta e comprometida.
Já são anos e anos e anos de busca pela cirurgia que resolveria um problemão da minha vida. 
Passei pelos mais diversos médicos e a cada vez um novo problema me impedia de fazer a tal da mamoplastia redutora salvadora abençoada.
Mas, dessa vez a coisa foi inesperada e arrasadora. Por indicação, cheguei a uma equipe médica renomada da minha cidade. 
Logo na primeira consulta, a revelação: tenho problemas de cicatrização. Qualquer cortezinho já se transforma em queloide (aquelas cicatrizes largas, salientes, feias) e fica no meu corpitcho pra sempre. Tenho uma belíssima coleção de cicatrizes por todo o corpo e não tem como esconder. Assim, fica claro que operar minhas mamas traria um quadro irreversível por causa desse problema.
Ok, não me incomodo. Prefiro um trilhão de vezes ter uma cicatriz ao redor dos meus mamilos a carregar por aí minhas mamas gigantes, doloridas e prejudiciais à saúde da minha coluna.
Mas ao ver as minhas marcas pelo corpo quando tirei minha roupa para o exame, o jovem cirurgião já deu logo o veredito: não me operaria por conta das cicatrizes. Eu tentei de todas as formas argumentar que para mim parecia muito justo trocar esse fardo disfarçado de par de peitos por algumas cicatrizes, por mais grosseiras que fossem. É um problema que eu tento resolver há anos, pô! Eu merecia escolher fazer essa troca!
Expliquei pro médico que a mamoplastia redutora seria um passo importantíssimo na minha vida. Minha carta de alforria. Imagine só que sonho poder não me sentir como uma completa idiota quando um homem conversa comigo só para ficar cara a cara com o meu busto gigante! Finalmente meu cérebro teria alguma chance! Imagine que maravilha não ser mais conhecida como a “peituda da turma”! E as dores nas costas? Ah, seriam coisa do passado! Sem contar que nos períodos pré-menstruais eu nunca mais me sentiria como se qualquer toque leve fosse um murro nos meus peitos.
E então, quando eu menos esperava, o doutor soltou o único argumento que não poderia ter soltado caso não quisesse me fazer sentir como um grande monte de lixo: ele explicou que eu não deveria mexer nos meus peitos por eles serem um órgão sexual. Isso mesmo! Órgão sexual. Ainda não contente com o absurdo que acabara de dizer, complementou a fala com a linda frase “Pode ser que você se case com um homem que não queira aceitar sua cicatriz, já pensou nisso? Você até pode se sentir confortável, mas será que o seu parceiro sexual reagirá da mesma forma?”
Essa foi a frase mais dolorida que já escutei. Pior que término de namoro, pior que tirar zero em prova de faculdade. Sim, isso me fez querer chorar. Chorar de tristeza, chorar por humilhação.
Ok, alguns lerão isso e dirão que estou a fazer um drama desnecessário. Mas a verdade é que eu me senti como se eu não fosse nada além de um par de peitos. Nada além de algo que serve apenas pra satisfazer um homem na cama. 
Não, os meus peitos não são órgãos sexuais. Se alguém os vê dessa forma, o problema não é meu e sim da falta de senso de respeito que está espalhado por aí, grudadinho na cabeça de um monte de gente que morre de preguiça de pensar. Os meus peitos são o que EU escolher, o que EU quiser que eles sejam, porque eles são MEUS.
E não, eu não sou tão desinteressante e superficial a ponto de conquistar um homem por ter seios fartos e apenas isso. Aliás, quem disse que conquistar um homem, me casar e ter filhos está na minha lista de atividades fundamentais, doutor?
No meio de toda essa história, é preciso deixar claro que a minha mágoa não está direcionada ao médico apenas. Essa história toda é só um exemplo pequenininho da mentalidade que roda por aí. (Aliás, gostaria de agradecer às 'panicats' e à todas as outras mulheres que contribuem incansavelmente para essa coisificação da mulher em troca de não sei o quê -– sinceramente, não sei o que faz valer vender e comprar uma imagem tão idiota da figura feminina). 
Em escalas maiores e menores, essa mentalidade fétida se manifesta, deixando na penumbra cada uma de nós mulheres. Existem mulheres que levam cantada na rua, assim como existem mulheres que apanham e até morrem na mão de seus parceiros. Eu não fui uma exceção, esse médico também não. Ambos fomos vítimas da falta de capacidade de raciocínio e senso de coletivo, cada um em sua plataforma, cada um de uma forma diferente –- mas sim, em mim certamente doeu mais."

Meu breve comentário: [Eu escrevi tudo isso antes de procurar imagens pra ilustrar o post. Agora tenho uma ideia bem diferente!] R., espero que vc tenha encontrado um cirurgião que aceitasse realizar sua cirurgia, se é isso que vc quer. Assim como vc, eu também tenho seios muito grandes, e passei um tempão da minha vida pensando em reduzi-los. Mas, ao contrário de vc, eu nunca tive dor nas costas por causa dos meus peitões. Pra mim, a cirurgia seria apenas estética. 
Nada de errado em se submeter a uma cirurgia apenas pelo fator estético, mas cirurgias envolvem riscos, e eu nunca me perdoaria se eu morresse numa mesa de operação tentando me conformar a um padrão de beleza. Imagina só, uma feminista que luta contra a ditadura estética morrendo enquanto tenta se enquadrar a essa ditadura! Não, seria contradição demais pra mim. Então desisti da cirurgia. Isso foi mais ou menos na época em que comecei o blog, pouco depois de ter lido e amado O Mito da Beleza. Naomi Wolf diz que o sistema faz com que queiramos mutilar órgãos perfeitamente saudáveis.
Outro ponto que me levou a desistir da cirurgia (nunca cheguei a falar com cirurgião nem nada, era só uma ideia) foi a possibilidade de perder sensibilidade nos mamilos. E aí vou discordar de você e concordar com o médico que te humilhou: seios são órgãos sexuais, ou melhor, zonas erógenas! Evidentemente, não são unicamente órgãos sexuais (amamentar bebês é também uma de suas funções), mas são sexuais. Só que estou pensando em mim, no meu prazer sexual, ao encarar meus seios como órgãos sexuais. Não estou pensando no meu parceiro.
Algumas coisinhas no seu relato me incomodaram. Eu acho que vc patologiza demais seus peitões, mas quem sou eu para te dizer como vc deve tratar uma parte do seu corpo? [Shame on me! De fato, a gigantomastia pode atrapalhar muito a vida de alguém!] Sei que vc falou ironicamente do "finalmente meu cérebro teria alguma chance", mas, na minha opinião, quem fica com cara de idiota é o cara que não consegue acompanhar uma conversa por ser incapaz de deixar de fitar seus peitões. Não é vc que é idiota por ter seios grandes. Idiota é quem olha pra vc e só consegue ver os seios grandes.
Tampouco compartilho da sua opinião às panicats. Quero dizer, tenho mais interesse em criticar o sistema que objetifica as mulheres que as mulheres que fazem parte deste eterno show. Se não fossem as panicats, seriam outras. Aliás, são outras! Sem dúvida, há mulheres que contribuem para a "coisificação" do nosso gênero. Mas culpá-las é como culpar o cara que manuseia a serra elétrica pela devastação da floresta amazônica. É como culpar o operário de uma fábrica pela poluição industrial. 
Como eu te disse, torço para que vc tenha resolvido o que você vê como o maior problema da sua vida, que é o tamanho de suas mamas. Porém, numa época em que cirurgiões plásticos não pensam duas vezes em colocar silicone nos seios de meninas de 15 anos (a idade média em que adolescentes fazem implantes no Brasil), eu até encontro motivos pra elogiar um médico que recusa fazer uma cirurgia. Pena que foi pelo motivo errado. [Depois de ver as fotos, eu só digo que concordo totalmente que vc faça a cirurgia. Se eu tivesse seios desse tamanho, também faria. Encontre um outro cirurgião, R!].

35 comentários:

Zrs disse...

Todo o meu apoio para que ela realize a cirurgia. Tive uma amiga na adolescência que sofria desse mal, chegava a usar um aparelho enorme, duro e desconfortável por cima da roupa para que a coluna dela conseguisse ficar ereta, segurando o peso dos seios. Era muita dor e desconforto para uma menina tão jovem. Ela fez a cirurgia com 17 anos e ficou feliz com os resultados.
Boa sorte na cirurgia.

Unknown disse...

Olá Lola e R,

Já leio o blog tem mais de um ano, acompanho todos os posts (inclusive nas férias!), o tanto que cresci como pessoa pelas leituras que fiz aqui e as reflexões que fiz... acho que sempre fui feminista, mas repetia constantemente o senso comum, o machismo 'disfarcado' que sempre critica a mulher e não ao sistema que força a nós agirmos daquele jeito.
Obrigada!
Estou comentando hoje porque me identifiquei muito com a história da R. Apesar de não ter tido gigantomastia, tinha as mamas grandes, pra mim elas eram enormes e eu as odiava. Sinto um pouco de dor nas costas (por tensão) e o peso das mamas através da alça do sutien piorava a dor. Não usava tomara-que-caia de jeito nenhum, nunca me sentiria segura que de fato não cairia. Órgão sexual os seios poderiam ser, mas meu incômodo com os meus era tanto que eu broxava se meu parceiro tocasse neles. Fiquei anos pensando, falando, prometendo a mim mesma que um dia iria arrancá-los fora (sim, esses eram os termos que eu utilizava, tal era o meu desgosto com os meus seios).
Um dia eu tomei a decisão, aproveitei a verba que ganhamos a mais no final do ano, falei com minha mãe (que me acompanhou em tudo, só posso agradecer) e fiz a cirurgia.
Não tive problemas de cicatrização, mas não existia argumento forte o suficiente pra tirar minha convicção. Eu me odiava por causa dos meus seios!!!!! Fiz a cirurgia, mas acabei engordando uns 10kg logo depois do período de recuperação, nem pude aproveitar meus "peitinhos" porque eles cresceram de novo (!!!!). A barriguinha, as coxas, nada me incomodava tanto com o novo peso, minha revolta eram os seios grandes de novo. Odiados seios! Consegui emagrecer e meus seios voltaram ao tamanho pós cirurgia.
Não sei o quanto a R realmente acredita em tudo o que escreveu, mas acho que posso dizer que entendo suas palavras, não pelo significado externo delas, mas pela frustração e raiva que a negativa (e as palavras usadas pelo médico). Se um homem não quiser conviver com minhas cicatrizes, ele não precisa, se vai se incomodar com meu peito, pode ir embora! Eu prefiro eles hoje, e se ela sabe do problema de cicatrização, sabe como vai ficar, e quer fazer a cirurgia, então dou meu apoio. Pois é muito difícil viver quando se odeia tanto uma parte de si mesma. E é mais difícil ainda amar, respeitar, aceitar os outros quando não conseguimos sequer gostar de nós.
Então R, continue sua luta, procure outro médico, ou até esse mesmo e explique pra ele porque é tão importante pra você fazer essa cirurgia. Não desista!!! Torço para que dê tudo certo com você!

Anônimo disse...

Vou dar minha opinião como medica da forma mais imparcial possível
1-para o direito e para a justiça brasileira , a cirurgia plástica estética tem obrigação de RESULTADO., ou seja : o medico tem obrigação de deixar o paciente com o resultado que ele prometeu,ou ainda, melhor do que antes de operar.Se a sua pele tem tendência a formar queloide, e obrigação dele te avisar, e direito dele se recusar a fazer.
Ha casos em que a pessoa insistiu para se fazer a cirurgia , e depois o medico ganhou um processo devido ao queloide.o que o juiz diz nesses casos? Se sabia que poderia formar o queloide, que nao operasse.ponto.
Calma, nao estou dizendo que você vai processar o medico depois,ate porque acredito , pelo seu relato,que um queloide te incomodaria menos do que os seus seios do tamanho atual.
Mas o medico nao sabe disso, ele nao te conhece...

2 - no entanto,o argumento que ele usou em minha opinião foi bem infeliz.bastava dizer " nao posso operar por causa dos queloides e tenho receio de ser processado depois,talvez nem por você, mas por seu marido( esses casos acontecem !!))

3- a solução no seu caso me parece : encontrar algum que aceite operar, e que no termo de consentimento que você vai assinar antes da cirurgia ter um item que diz " estou ciente da minha tendência a ter queloide, mas se aparecer fui avisada antes e nao me importo,porque o que me importa e corrigir o tamanho dos meus seios"
Pronto,me você fica resguardada e acredito que o medico tambem
E muito comum a pessoa dizer verbalmente " que nao se importa" insistir pro medico, e depois que da problema , na pratica a coisa e outra.Nao estou dizendo que e seu caso, estou dizendo que e comum,Entao. Ter isso documentado por escrito resguarda você e o medico,
Existem cirurgiões plásticos que indicam cirurgia ate em quem nao precisa ( ja indicaram lipo pra minha irmã que e magrinha !) , e tem muitos casos em que a pessoa nao precisa mesmo, que o profissional tem que se recusar porque a pessoa precisa de terapia, nao de plástica.
Porém, no seu caso,pelo seu relato e pelo seu sofrimento,acredito que a cirurgia e necessária,sim, e que pode ser feita nos termos que coloquei,
Beijos

Unknown disse...

meu comentário é a respeito do "argumento" do médico para não realizar a cirurgia, que absurdo! como um profissional de saúde de sente no direito te julgar um procedimento , não pelo paciente, mas pelo suposto gosto de um suposto companheiro, ridículo! minha irmã teve experiência semelhante, a pouco foi a um médico clínico geral e comentou que pretendia ir a uma nutricionista, pois está acima do peso. o comentário do médico foi perguntar se o marido/noivo/namorado estava reclamando, pois se não estava, estava tudo ótimo. é nesse nível que a opinião da mulher sobre o SEU corpo vale.

Unknown disse...

esse médico é um boçal,procure outro para fazer sua operação.

é incrível como feministas pensam que ninguém deve ser responsabilizado por nada,que somos 100% dominados pelo sistema,essa história de não culpe o machista culpe o machismo não faz sentido,religiosos também adoram isso "não temos raiva do pecador e sim do pecado"
a idéia do que é pecado e o machismo foram criadas por pessoas,as idéias não se auto criaram e os seres humanos foram obrigados a seguir sem pensar,como é que se tira a responsabilidade delas nisso?

é como o post de ontem,quem segue o veganismo,faz porque concorda com a ideologia deles,não foram obrigados a nada e assim é com tudo.
já pensaram se formos aplicar essa loucura a tudo? "não culpe o pédofilo,culpe a pedofilia"
"não culpe o racista,culpe o racismo..."
"não culpe o homofóbico,culpe a homofobia"

panicats não foram obrigadas a se submeterem a nada,elas sabem muito
bem que estão dentro do padrão de beleza e se aproveitam disso,todas dizem que sonhavam aparecer na televisão e na falta de talento como atriz,cantora ou qualquer coisa,só lhes sobra mostrar o corpo,elas sabem muito bem que abaixando as calças e mostrando a bunda vão conseguir os 15 min de fama.
não são todas as mulheres dentro do padrão que se submetem a isso,se é tudo culpa do sistema,todas elas já deveriam estar fazendo de tudo para aparecer na mídia.

Jéssica disse...

Lola, uma dúvida, pela argumentação de "se dá prazer então é um orgão sexual", então todo o corpo humano é um órgão sexual, não? Acho injusto atribuir isso aos seios femininos, mas não ao peito masculino, por exemplo. No meu caso, eu tenho pouquissima sensibilidade nos seios, enquanto meu namorado é supersensivel nos mamilos.

Vitor Ferreira disse...

Olha, ela nao relatou como foi a reacao que ela teve com o cirurgiao.
Mas a minha opiniao eh que ela se deixa abater demais com um comportamento tao padrao para uma pessoa que mostrou ser completamente ciente e esclarecida e forte nas suas conviccoes. So faltou a ela peitar (educadamente) o medico e dar uns bons tapas de palavra nele, ja que argumento ela tem de sobra pra isso.

lica disse...

Eu ia falar algo bem parecido com o que a Maria Valéria disse mas ela é médica e falou tudo muito melhor.

Entendo o seu desabafo em relação ao machismo... é tudo sempre frustrante né. O pior que o argumento de um futuro marido deve ser algo que realmente pesa pra muitas e muitas mulheres...

R. espero que você realmente encontre uma equipe competente e de confiança pra fazer sua cirurgia! Boa sorte!

lica disse...

Jessica

Acho que numa definição subjetiva de órgão sexual, os argumentos da Lola sobre prazer cabem sim. Se você sente pouco prazer no estímulo do seio e seu namorado sente bastante, o dele é um 'órgão sexual' pra ele e o seu não...

No filme "Intocáveis", o personagem é tetraplégico e sente muito tesão nas orelhas. Esse filme é baseado em fatos e pelo que tudo indica, ele conseguia até chegar ao orgasmo com esse estímulo!

Benedito disse...

A princípio eu pensei a mesma coisa que você, Vítor, fiquei esperando pra ver qual seria a reação dela ao comentário infeliz do médico, mas sei como é difícil - na hora - retrucar esse tipo de situação. Por mais argumentos que a gente tenha, por mais convicto que a gente seja, a hora que a gente recebe um soco desses, é difícil articular qualquer tipo de resposta.

Toda a sorte do mundo pra R. encontrar uma equipe médica humana que a atenda da melhor forma possível. E que ela possa viver a vida dela de uma maneira que se sinta confortável com seu corpo.

Anônimo disse...

Helen Pinho

Essa opinião de que devemos emagrecer ou mudar algo so se " o namorado reclamar" , bem,...em 2011 perdi 7 kg, e uma das coisas que me motivou a emagrecer foi o relacionamento que eu tinha, que nao estava bom, e ele nunca tinha reclamado do meu corpo, ao contrario....
Dai percebi o quanto fiquei acomodada, engordando , so porque um homem que nao estava me dando retorno " ainda me achava gostosa "
E ainda esteve gente que criticou na época, que disse que eu nao precisava,blablabla.
A gente tem que se sentir gostosa pra si mesma, nao pros outros e muito menos por causa de homem.

pp disse...

Lola, veja que interessante:

http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/10/04/noticia_saudeplena,145827/nova-york-lanca-campanha-para-ajudar-meninas-a-aceitar-seu-corpo.shtml

Anônimo disse...

mesmo que o feminismo tenha mais jovens há ainda jovens misoginos ou coisa parecida.

procure outro medico

Elaine Cris disse...

Fiz redução há dois anos por motivos de saúde (dor nas costas, nos ombros), práticos (maior facilidade pra achar sutiã e blusa que sirva, maior facilidade até pra dirigir) e estéticos. Fiquei bem satisfeita com o resultado.
Também passei por um médico que me desagradou, não por não querer me operar, mas por querer diminuir demais, ter um jeito arrogante de sabe tudo que me desanimou e só operei quando encontrei uma médica que me pareceu a ideal para mim e para meu caso.
Não desista, querida. Você é quem sabe o que é melhor pra você. Se não deu certo com esse, esquece e procura outro. Batalhe pra operar seja pelo SUS, por convênio ou juntando um dinheirinho pra fazer particular (o que foi o meu caso).
Abçs e boa sorte.

Sara disse...

fora do tópico do post, mas para os mascus que acham TODA mulher é desesperada pra casar, vejam o que esses prepotentes levaram...

http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/8-propostas-de-casamento-epicfail/

Ana Beatriz disse...

Por causa da sua tendência a ter quelóides, dificilmente você irá conseguir que algum médico realize a operação. Acho praticamente impossível, mesmo você assinando um termo de consentimento como o proposto pela Maria Valéria.

MCarolina disse...

Eu fiz essa operação há muitos e muitos anos. Era novinha e minha principal preocupação era estética, mas a primeira coisa que reparei foi que minha constante dor nas costas havia sumido. Mesmo assim tive que fazer bastante RPG para melhorar a postura.
Pelo que vi o único jeito é se consultar com outros médicos e dizer que assina um documento, como sugerido por outras pessoas. E se algum outro vier com essa história de marido, já sabe o que responder.

Sara disse...

Tive uma colega de trabalho com esse problema, ela era muito magra, mas tinha seios imensos, e naquela época o silicone não havia entrado na moda.
Era impossível não focar nos seios dela, tanto homens como mulheres pq eram muito desproporcionais ao corpo dessa amiga.
Aquela época, embora ela fosse muito jovem, já se via que ela estava ficando curvada pelo peso das mamas.
Sentia muita empatia pelo problema dela, e espero que ela tenha conseguido operar os seios.
Sou plenamente favorável ao recurso da cirurgia plástica quando necessário, mas sempre achei um absurdo o abuso que é feito hje em dia, ainda mais com essa colocação de silicone indiscriminadamente, pra mim fere meu senso estético, sempre desejei que minhas mamas fossem menores do que são, por isso e por lembrar do sofrimento dessa colega, fico passada cada vez que vejo amigas ou parentes colocando silicones nos seios que pra mim eram simplesmente perfeitos..

Anônimo disse...

Para R:

Nao sei qual sua condição financeira, nem em que estado vc mora, mas sempre entendi que num impasse grande, pode se tentar consultar o melhor da especialidade.
Pode ser que eu esteja te sugerindo algo absurdo e alem dos padrões da maioria dos brasileiros,mas achei aqui o site do Pitanguy :http://pitanguy.com.br/pitanguy/index.php/contato/

Sempre li e ouvi dizer que ele e sua equipe são muito humanos, e tambem que ele atende em alguns períodos pessoas que nao podem pagar pela consulta.( nao sei se procede, ok?) acho que nao custa você ligar ou mandar e mail para o site dele, e se informar do quanto custa uma consulta ( talvez a consulta nao seja cobrada, somente a cirurgia , se for feita). Se nao der certo, e você nao for operada por eles,no minimo ouvirá alguma palavra acolhedora e de conforto da equipe deles e so com isso você se sentirá melhor!!
Depois você vem aqui me contar se deu certo, com essa equipe ou com outra.beijao !!

Heloisa disse...

Só tenho a dizer que esse médico é um boçal e movido por ideais machistas conservadores. Desde quando a mulher tem que tomar decisões somente para agradar o parceiro (que no caso, nem existe)? Tenho certeza de que, se em vez de querer diminuir os seios, a autora do relato quisesse colocar silicone "para ficar bonitona pro marido", ele o faria sem pestanejar e até atenuaria bastante a questão dos quelóides. Ao menos foi o que os médicos de 3 amigas diferentes minhas fizeram: colocaram silicone e as 3 ficaram com quelóides, mas nenhuma das partes pareceu se importar com o fato.

Eu acho que a autora do relato tem motivos bem razoáveis para querer reduzir as mamas, e não deve desistir. Eu, que nem tenho mamas gigantes, mas tenho seios fartos, sofro um pouco com a má postura por causa deles, que dirá alguém com mamas gigantes. Fora a questão estética. Quanto às mamas serem órgãos sexuais, não acho que isso pode ser afirmado tão categoricamente. Mamas servem para amamentar, e podem servir como órgãos sexuais. Mas não é valido para todo mundo. Para mim, por exemplo, minhas orelhas e meu pescoço são muito mais "sexuais" que minhas mamas. Então, acho meio indevido fazer essa afirmação sobre as mamas de forma categórica. As vezes a autora nem tem tanta sensibilidade nos mamilos. Por último, sobre os quelóides, são cicatrizes feias sim, mas se a autora não se importar com elas, tudo bem. Implantar silicone e fazer abdominoplastia deixam cicatrizes em qualquer um, e isso não parece ser impedimento para ninguém, pois o número dessas cirurgias só cresce. Por que então deveria ser para alguém que não quer fazer um procedimento só por estética, mas também por questões funcionais?

Anônimo disse...

Pois e, fico em duvida pelo relato se a cirurgia da R se enquadraria somente em estética ou se poderia tambem ser considerada reparadora ou funcional,por causa das dores nas costas.
Digo isso porque se for considerada reparadora ou funcional , o temor por cicatrizes fica em segundo plano,nao digo que e inexistente, mas a preocupação do cirurgião com isso será menor e a cobrança judicial ( se houver ação, nao estou dizendo que a R fará ) será menor.

Veronica disse...

Moça, um médico de verdade não vai te operar com uma possibilidade tão grande dos seus seios ficarem cobertos de quelóides!!!

Veronica disse...

Aqui na minha cidade, uma senhora queria operar os seios, por causa de dores na coluna (assim como a autora do post).

Cinco médicos não quiseram fazer a cirurgia, por causa das cicatrizes.

Ela continuou procurando, o sexto médico topou fazer.

Infelizmente ela veio a falecer. Disseram que para evitar as queloides o médico deixou-a sedada tempo demais para suturar, e ela entrou em colapso e morreu. Passou até na televisão.

Anônimo disse...

Achei essa estória muito esquisita. Hoje em dia os cirurgiões plásticos são capazes de retirar a queloide eventualmente formada.

Anônimo disse...

Hum, olha se realmente vc forma quelóides só por simples cortes, acho pouco provável que algum médico, principalmente esses jovens, façam a cirurgia. Pq as cirurgias envolvem riscos e o resultado poderia ser satisfatório pra vc a princípio, mas depois de 6 meses ou sei lá, vc começar a ter problemas psicológicos por estar coberta de quelóides...Eles devem ter muito medo de processo, deve ser mais fácil negar do que passar por um processo...Tb concordo que a cirurgia plástica está super avançada e certamente deve ter algum tratamento para amenizar essas marcas, mas não deve estar disponível tão facilmente.
Enfim, o caso é que nós, leigos, não temos como avaliar seu caso, obviamente te causa sofrimento, até pela forma como vc fala. Não adianta dizer que seios, que quaisquer seios, são bonitos, vc não vai achar...principalmente se vc sente dor...O médico foi bem babaca e machista, o que não me surpreende, mas é fato que muitas pessoas fazem essas cirurgias por causa do parceiros e que seios enormes não costumam causar repulsa, mas quelóides sim e muito. Sem contar que talvez dificulte ou impossibilite a amamentação, se vc n teve filhos, isso tb precisa ser avaliado, pq é um orgão que tem função, não é só "decorativo".
Enfim, espero que tenha força pra continuar sua busca e esteja de fato consciente dos riscos. Talvez o termo seja uma boa alternativa. Boa sorte!

Anônimo disse...

Os cirurgiões podem tentar retirar a queloide, mas em alguns casos ela volta a aparecer no mesmo lugar ( nao sei a porcentagem)

Anônimo disse...

Há como melhorar os quelóides em alguns casos, mas ainda fica muito feio.

Nenhum cirurgião sério irá aceitar tal cirurgia

Anônimo disse...

Lola, concordo com você quando diz que não se pode "culpar" as panicats. Daí você fez uma colocação explicitando que "É como culpar o operário de uma fábrica pela poluição industrial.", no que eu concordo plenamente. Não obstante as concordâncias e sem o menor interesse em valorar condutas alheias, devo ressaltar/observar/ponderar que, por outro lado, sem funcionários, as empresas poluidoras não conseguem trabalhar. Sim, eu sei que daí entra uma outra questão "Mas como o funcionário vai ganhar o seu pão?" que prefiro não adentrar pois esse já é um outro problema. Beijos, querida.

raissa disse...

É triste quando nossa opinião sobre nosso proprio corpo não é levada em conta. Acho que voce precisa procurar outro cirurgião q faça o que voce está pedindo, por que acho engraçado alguem se recusar a operar um problema que pode afetar a coluna por causa de queloides.

Quando tinha 11 anos fiz cirurgia pra corrigir orelhas de abano, e quando ja estava recuperada voltei na medica e ela queria realizar um procedimento pra raspar as bolinhas que tinham ficado na cartilagem. Eu fiquei com medo e disse pra ela e pra minha mãe que não queria, que preferia deixar assim, as bolinhas não me incomodavam, e ela respeitou minha vontade e minha mãe também. Até hoje não me incomodo com isso até pq eu não vejo mesmo as bolinhas.

Ela é aqui de Porto Alegre e foi muito querida comigo, muito mesmo. Se você for daqui podia tentar falar com ela, uma menina da minha cidade fez cirurgia de redução das mamas com ela no mesmo dia que eu fiz a das orelhas.

a clinica é essa aqui: http://www.clinicaplatcheck.com.br/clinica.html

Anônimo disse...

Vocês já viram cicatrizes de cirurgia de mamas com quelóides? É repulsivo.

Nenhum médico sério vai aceitar esse tipo de cirurgia.
Primeiro porque o dano psicológico para a paciente pode ser imenso. Agora ela fala que prefere as cicatrizes ao peito grande. Mas daqui alguns anos ela esquece de como era ruim os peitos grandes e não vai esquecer das cicatrizes.

E sim, infelizmente o mundo é machista e ela pode ter dificuldades nos relacionamentos por causa das cicatrizes.

E se ela entrar com um processo contra o médico que porventura a operar, é praticamente garantido que ela vai ganhar. E de nada adianta fazer documento antes avisando que sabia do risco, judicialmente isso não vale nada. Hoje ela pode dizer que não quer operar, mas no futuro, se estiver precisando de dinheiro, quem garante que não?

Unknown disse...

Lola,
peitos não são órgãos sexuais. Pra imensa maioria das pessoas, eles são zonas erógenas.

http://saude.hsw.uol.com.br/reproducao-humana4.htm
http://saude.hsw.uol.com.br/reproducao-humana2.htm

Sério, ficou muito estranho vc concordar com um médico que disse isso.
[Ok, eu tenho um problema pessoal com isso, pq sinceramente sinto que a mídia trata os seios (e, em especial, os mamilos) nas mulheres como se fossem o equivalente ao pênis. Tipo, ela não apenas tende a ignorar o clitóris ou tratá-lo como um assunto obscuro, ou um detalhe. Pra mim ela literalmente elegeu os seios como seus substitutos.]

Mas, mesmo considerando isso, acho que vc está meio que desinformando as pessoas, e tal. Por favor, considere revisar esse post.

Anônimo disse...

A maioria das pessoas que opinaram é do sexo feminino.
Espero não ser discriminado pela opinião que vou dar.
Quando médico disse, que o parceiro poderia ficar incomodado com a cicatriz, durante os momentos de intimidade, eu não me incomodaria.
A minha ex esposa tinha esse problema, os seios eram grandes. Mas isso incomodava mais a ela do que mim. Ele fez a cirurgia de redução, ficaram as cicatrizes. Para mim nada mudou. Nossa vida intima continuou sem problemas.
Você se apaixona pela pessoa. E tudo que ela fizer para melhorar a auto estima é válido.
Se ela não sentia bem com aquela situação, cabia a mim como parceiro apoia-la incondicionalmente.

Anônimo disse...

Aos 16 anos, junto com minha mãe procurei um cirurgião para a mesma finalidade. A resposta foi muito parecida: Não opere! Homem gosta é disso! Nunca me senti tão humilhada na vida, aliás, me senti violentada com esse comentário. Sai do consultório arrasada. Mais tarde aos 19 anos fiz a cirurgia que me libertou psicologicamente. Mas me arrependo de não ter respondido aquele ogro à altura, de não ter feito uma reclamação nos órgãos competentes.

confesso de batom disse...



Eu, enquanto indivíduo que venho de baixo, estudante de escola pública que entrei em uma boa universidade de medicina por sistema de cotas e usuária do SUS, ou seja, os pacientes que trato poderiam ser meus pais ou até eu mesma!!! Diante disso, posso afirmar com toda autoridade de quem está entranhada na rotina hospitalar do SUS que vejo desde o técnico de enfermagem ao maior dos médicos muito mais bom profissionais que ruins e desrespeitosos. Essa é a minha vivência, repito.
Dos médicos, de quem eu realmente posso falar pela convivência, raros são os que não usam o melhor da sua competência em prol do paciente. Como ela mesma disse, ela foi avaliada por uma equipe, não apenas um profissional. E das melhores, segundo a própria. Ela teve um procedimento negado e após isso, diante da frustração, acredito que qualquer justificativa, exceto a morte, não seria relevante. A justificativa da negação do procedimento não foi apenas o resultado estético, mas a formação imprevisível, exorbitante de tecido cicatricial que tanto compromete a estética do procedimento quanto a uma substancial perda da sensibilidade das mamas (sem comentar do comprometimento da amamentação por perda de tecido mamário).
Sim,a mama é um órgão sexual, temos inúmeras terminações nervosas que se relacionam a libido, muitas mulheres, inclusive, tem orgasmos enquanto amamentam, apesar da prolactina está elevada nessa fase, hormônio que induz a produção de leite e inibição do apetite sexual.
Está claro a décadas a relação fisiológica da mama e vida sexual, diferenciando esse órgão de outra área corporal nesse contexto e explicar esse aspecto da mama diante de um procedimento que pode se comparar a uma castração devido ao excesso de tecido cicatricial deve ser sim esclarecido, ainda mais estando diante de uma paciente jovem, em idade reprodutiva!!!
A moça em questão não apenas ganhará cicatrizes “feias”, mas como estas serão numa proporção incalculada e onde há cicatrizes como excesso de colágeno como é a quelóide há perda da sensibilidade deste local e nos tecidos mais profundo e, na mama, retirará sua sensibilidade relacionadas a sexualidade... por mais que esse assunto seja um tabu!
Muitas mulheres com câncer de mama, após a mastectomia são abandonadas pelos maridos, vemos isso todo dia!!!Isso é a realidade. É artigo cienfícico, está no google a disposição de todo mundo!É horrível, mas ter essa preocupação informar que a maioria dos homens não aceitam, apoiam, entendem cicatrizes nessa região, é válido, gentil da parte do médico relatar, isso é informação!!! Chocante para somente se indignar ou pensar em si mesmo ou fazer qualquer coisa a respeito disso, inclusive, interpretá-la como machismo!
Estamos diante de uma sociedade em que a valorização sexual e estética da mama é, além de vigente, é exarcebada, então, como assim não tocar nesses pontos?! Como não se preocupar com isso?
Na ânsia pelo procedimento, inda mais num consultório estético, não raro, os pacientes não avaliam, enxergam, as consequências. Ouvir uma negação de um procedimento não é fácil e, após isso, ouvir que fatores estéticos, funcionais, sociais e psicológicos são levados em conta por médicos para decidir por um procedimento pode ser bastante chocantes, para mim, significa um alívio!
Não desmereço de forma alguma a vontade dela de operar e muito menos desqualifico todos os transtornos que a displasia da mama tem proporcionado a sua autoestima e vida e, agora, já que foi informada de todas as consequências de forma individualizada, sobe o ponto de vista de: SUA vida e SEU procedimento- e ela após ser plenamente orientada, acredita que pode suportar as consequências, nada mais justo que lute por sua saúde e vida.

Hilda de Queiroz
confessodebatom.blogspot.com

Anônimo disse...

Quando tinha14 anos meus seios eram enormes e hoje com18 sao maiores ainda mas tenho medo de fazer a cirugia de reducao alem do que me disseram que e melhor ter filhos primeiro agora estou namorando um garoto de 15 anos e estamos querendo morar junto. E ele adora seios grandes e nao quer que eu faca reducao porque e arriscado