A professora, leitora antiga aqui do blog, Aline Abreu enviou este relato sobre os protestos em Campinas, SP, na semana passada.
Vou começar pelo clima tenso que começou na quarta-feira no comércio: eu trabalho no centro da cidade, em uma escola que fica na praça onde foi o ponto de concentração. Saímos mais cedo na quarta, entramos às 8 da manhã na quinta para poder telefonar para todos os alunos e cancelar as aulas da tarde. E assim foi feito. Quando foi mais ou menos 13h30min veio a ordem: desmontem tudo, todos os computadores, monitores, notebooks, cadeiras ou qualquer coisa que possa ser usada para quebrar ou que possa ser roubado e guardem nos andares superiores.
Às 15 h aproximadamente fomos dispensados. Como não consegui falar com meu marido para ele ir me buscar, resolvi ir andando para casa, cerca de 8 km, e ir tentando ligar para ele no caminho. Queria chegar cedo em casa para voltar para a manifestação.
Às 15 h aproximadamente fomos dispensados. Como não consegui falar com meu marido para ele ir me buscar, resolvi ir andando para casa, cerca de 8 km, e ir tentando ligar para ele no caminho. Queria chegar cedo em casa para voltar para a manifestação.
No meio do caminho eu comecei a sentir muito calor, pois estava sol alto e eu estava de blusa de lã. Por baixo estava com um top de ginástica e resolvi tirar a blusa. Nisso as gracinhas começaram: carros passavam e buzinavam, homens lançavam cantadas e gracinhas, e o cúmulo: um cara parou a caminhonete bem do meu lado e deu um tapa na minha bunda!
Nisso, eu já tinha conseguido falar com meu marido e ele estava indo me buscar e me encontraria no caminho. Continuei andando, rápido, tentando ignorar as gracinhas. Meu marido me encontrou, fomos para casa, me troquei, coloquei jeans, blusa, pegamos água, chá verde, pano embebido em vinagre, balas de menta e voltamos para o centro.
O Largo do Rosário estava cheio. Tirei algumas fotos [todas usadas neste post são da autoria da Aline] e fiz alguns vídeos. Começamos a andar, perto das 17:30 (antes da hora marcada). Tinha tanta gente que não cabia na praça e comecei a ficar fascinada com a quantidade de gente, que encheu a Avenida Glicério, lotou a Moraes Sales, tomou conta da Anchieta e chegou na prefeitura. Cheguei perto, pertinho das escadarias, estava perto de tudo. Além dessas ruas citadas tinha mais umas três avenidas lotadas. A mídia estimou 30 mil pessoas, ouvi falar em 40 mil e até 50 mil...
No meio do caminho, ainda na Moraes Sales, um adolescente com não mais de 15 anos subiu num ponto de ônibus e o pessoal começou a pedir pra descer, e ele fez pose arrogante e fez sinal de não. A passeata parou, começaram a entoar: "Vacilão, vacilão", e ele desceu.
Continuamos seguindo. Eu estava emocionada. Me dava vontade de chorar.
Os moradores dos prédios jogaram confete e a galera entoou: vem pra rua, vem pra rua.
Começamos a cantar o Hino Nacional e no meio uma molecada começava o hino de novo, ou entoava o canto, atrapalhando o restante do pessoal e confundindo as coisas. Fiquei sabendo depois que os meninos diziam: "Olha lá, tão cantando o hino, vamos atrapalhar".
Mas tudo parecia bem. Tinha pouca polícia, todo mundo de bem, a policia até sorria às vezes.
Na frente da prefeitura começaram um gritos de "que coincidência, sem polícia, sem violência", o que não era verdade, porque tinha sim policia e até então nada de violência (umas duas horas depois do início). Um grupinho começou a cantar: "Ei polícia, vai tomar no c*, ei Dilma, vai se f****". Mas logos os gritos pararam, quando quase ninguém quis continuar.
Foi aí que a coisa começou a ficar tensa. Dentro do pátio da prefeitura, um grupo mascarado começou a soltar rojões e fogos de artifício, em local coberto e algumas vezes na direção da policia e dos manifestantes. Eu estava ali, bem na frente, e comentei: esses aí faltaram nas aulas de física e de química. Eu achava que estavam fazendo aquilo por ignorância, e não por maldade. Alguns começaram a subir nos pontos de ônibus e depredar, e aí veio à primeira bomba de efeito moral.
Eu mal senti os efeitos, mas as pessoas saíram correndo. Achei que seria pisoteada, porque não consigo pular grades. Esperei, passei vinagre na cara, bebi água. Veio mais uma bomba, saímos andando. Demos água e vinagre para uma menina que chorava desesperada com os efeitos da bomba, meu marido lacrimejava.
Eu mal senti os efeitos, mas as pessoas saíram correndo. Achei que seria pisoteada, porque não consigo pular grades. Esperei, passei vinagre na cara, bebi água. Veio mais uma bomba, saímos andando. Demos água e vinagre para uma menina que chorava desesperada com os efeitos da bomba, meu marido lacrimejava.
Resolvemos ir embora quando vimos um grupo com paus e pedras.
Fomos em direção à academia, ali pertinho do centro; íamos esperar um pouco e ir para casa. A polícia passou por lá e orientou que o comércio fosse fechado, porque vândalos iam naquela direção e já haviam destruído um Banco Itaú, um Banco do Brasil e uma loja de vestidos de noivas. Assim que a academia fechou, fomos embora e paramos para encontrar uns amigos na Praça Carlos Gomes, perto da prefeitura. Uma banda tocava, em clima de carnaval. Ficamos um pouco e fomos embora.
Fomos em direção à academia, ali pertinho do centro; íamos esperar um pouco e ir para casa. A polícia passou por lá e orientou que o comércio fosse fechado, porque vândalos iam naquela direção e já haviam destruído um Banco Itaú, um Banco do Brasil e uma loja de vestidos de noivas. Assim que a academia fechou, fomos embora e paramos para encontrar uns amigos na Praça Carlos Gomes, perto da prefeitura. Uma banda tocava, em clima de carnaval. Ficamos um pouco e fomos embora.
Caminhando vimos mais pessoas com paus e pedras.
Na sexta, vimos os estragos. Fiquei bem chateada.
O pessoal tentou organizar uma nova passeata na sexta. O grupo neste dia estava desconexo, pequeno (cerca de 3 mil pessoas). Um grupo foi pra prefeitura, pronto pra vandalizar, e um grupo pacífico foi para a norte-sul. Passamos para ver, mas não paramos. Tirei fotos da polícia fazendo batida no pessoal, ver se tinham rojões, bombas caseiras, vinagre etc.
O pessoal tentou organizar uma nova passeata na sexta. O grupo neste dia estava desconexo, pequeno (cerca de 3 mil pessoas). Um grupo foi pra prefeitura, pronto pra vandalizar, e um grupo pacífico foi para a norte-sul. Passamos para ver, mas não paramos. Tirei fotos da polícia fazendo batida no pessoal, ver se tinham rojões, bombas caseiras, vinagre etc.
O grupo não sabia o que pedir. Tinha gente pedindo a volta da "tomada de 2 pinos". Muita gente pedindo a saída do Feliciano, gente pedindo fora Dilma, contra corrupção. Tinha gente pedindo voz aos idosos, pela saúde, e pela educação. Entendi como uma passeata de descontentamento e não de reivindicações.
Hoje haverá mais uma passeata, com concentração no Largo do Rosário, às 17 h, saindo de lá às 18. Um grupo está reunindo tópicos e parece que será mais bem organizada. Estamos conversando no Facebook.
Estou falando para o pessoal que esses partidos já lutavam essa batalha antes, que eles têm todo o direito de participar.
Eu já havia participado de movimentos e passeatas antes, mas nunca senti o que senti nos últimos dias!
27 comentários:
http://voltaadormirbrasil.tumblr.com/
E os policiais sem identificação? E o showzinho de sirenes e bombas quando já mal tinha gente?
Sem essa de polícia boazinha e vandalos malvados, cansa. Estava exatamente nesse protesto e lembro muito bem da polícia fechando manifestantes na Anchieta, com bombas dos dois lados, sem nos deixar pra onde fugir.
Pare de condenar os vândalos e entenda o motivo deles. Passeata pacífica muda nada. E sem isso de enfiar quem quebra loja de noiva e quem quebra banco e prefeitura no mesmo saco - são claramente diferentes. O primeiro, é oportunista. O segundo, é ativista.
Quem tava na frente entrando contra a polícia é quem já apanhou MUITO da polícia, só a gente que não viu. É gente que apanha do sistema o tempo todo. E daí quando eles se rebelam vem esse mimimi de a polícia não fez nada e os caras que compraram briga.
Cansei desse discurso, e não pretendia encontrar aqui MESMO.
Já não basta ter que aguentar aquela galera ufanista cantando hino, tomar bomba na cara de pm que devia estar protegendo os pequenos comerciantes de oportunistas e não a prefeitura de ativistas, esperava encontrar qualquer coisa menos isso aqui...
Olha, eu tomei bomba na cara sim, estava em frente a prefeitura e sim, a policia jogou bomba, não estou defendendo eles, estou dizendo que foram várias pessoas só pra atentar, só pra quebrar tudo.
E se protesto pacifico não desse resultado Gandhi seria bem menos famoso.
Ninguém conheceria Mandela, nem Luther King...
Teve um grupo minusculo que foi só pra atentar mesmo - os que foram saquear loja. Quem foi quebrar prefeitura, foi fazer revolução.
De novo: tem gente apanhando faz tempo, eles estão devolvendo - exatamente quebrando tudo.
E seu argumento sobre protesto pacífico é falho. A duas podiam passar um tempão citando protestos pacíficos e não-pacíficos que deram certo, mas a gente não vai pra lugar nenhum. Cada acontecimento tem um contexto, e longe de mim julgar a devolução de uma violência que eu não sofro.
Fernanda, eu vi que quem começou com os fogos foram alguns meninos, de 14/15 anos. Quando é que eles fizeram revolução? Vi adolescente tacando pedra e vi mta gente de movimentos sociais, que a muito lutam por um Brasil melhor, ali, parados sem poder fazer nada.
Devolvendo, colocando em risco a segurança de centenas de milhares de pessoas? Devolvendo, jogando fogos em direção aos manifestantes?
Não, essas pessoas tem ódio da policia sim, mas não lutam pelas mesmas coisas que eu. Eu luto por paz, por melhorias democráticas, por liberdade e por direito de escolha e para isso devo respeitar o espaço do outro e o espaço de todos.
"Manifestantes" jogam bombas na policia.
Sério, que manifestante leva BOMBA para uma passeata?
To sem tempo e não escrevo um décimo do que essa menina, então fica a recomendação de leitura para entender vandalismo político:
http://incandescencia.org/2013/06/09/vandalismo-por-direito/
Off tipic Lola. Já viu A Onda?
Pessoal da direita chiando porque a Dilma começou a agir.
Se ela não diz nada jogam pedra, se diz idem, se propõe alguma ação pior ainda. É muita incoerência.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1300661-oposicao-acusa-dilma-de-atropelar-o-congresso-ao-propor-plebiscito-da-reforma-politica.shtml
Só pra enfatizar, eu sou a outra Lola. A autora deste bloguinho aqui. Lolinha pros íntimos. Pros trolls é Sra. Aronovich.
"Partido político "virou coisa de eleição" e "deixou de ser instrumento de mobilização das ruas", constata Lindbergh Farias, ex-líder dos caras-pintadas que em 1992 ajudou a pressionar pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.
Há dez anos no poder, o PT e outras siglas de esquerda experimentam "um afastamento" das demandas da sociedade, "principalmente desse contato com a juventude", afirma Farias. "Acho que houve um descolamento da vida das pessoas".
Aos 43 anos, hoje senador da República pelo PT do Rio de Janeiro, Lindbergh acumula vasta experiência no currículo sobre protestos de rua. Foi do PC do B, do trotskista PSTU e virou petista em 2001.
Para ele, o PT ficou ao largo dos atuais protestos. "A lógica de estar nos governos acaba distanciando de uma pauta mais real". E falar de conquistas passadas "não basta mais", diz ele. "Se nós do PT ficarmos na agenda antiga dos [últimos] dez anos, nós vamos ser superados".
O petista compara as manifestações de hoje com as de duas décadas atrás e lembra que, no impeachment, demorava até 15 dias para marcar uma passeata. Hoje o movimento é instantâneo por meio das redes sociais.
A composição demográfica também se alterou. "Na minha época era mais juventude de classe média. Agora tem classe média e periferia, que é essa nova classe média." A seguir, trechos da entrevista:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/poderepolitica/2013/06/1300171-partido-deixou-de-ser-instrumento-de-mobilizacao-diz-senador-lindbergh-farias.shtml
marcelo rubens paiva atentou para o fato que o tema aborto nao foi defendido nos protestos...http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/aborto-nao/
Nossa, dei um ctrl+F aqui pra ver se mais alguém tinha te chamado de "lolinha" e a menos que você não tenha publicado o comentário, só eu te chamei assim.
Se foi pra mim, peço desculpas caso tenha te ofendido ao chamá-la assim.
Vejo muitas pessoas aqui te chamando te lolinha, lolissíma, querida lola e outras formas carinhosas. E ninguém nunca tomou esporro (talvez sejam de fato pessoas íntimas da sua vida e não meros comentaristas do seu blog).
Eu de fato não concordo com todas as suas opiniões, e acho que isso é bem normal... especialmente quando o tema é o aborto, que acho que você trata o assunto de forma tão apaixonada, que usa argumentos apelativos (e que ofende e desclassifica as pessoas que pensam diferente).
Inclusive sobre esse assunto, a primeira vez que me dirigi a você, foi em particular, por e-mail, de forma muito respeitosa colocando algumas dúvidas que tenho sobre a eficácia da legalização do aborto para a saúde física e psicológica das mulheres. Nunca vi você responder em qualquer post sobre o assunto, qualquer das coisas que comentei naquele e-mail (tudo bem, é provável que você não leia todos os e-mail que recebe).
Mas a maioria das vezes que escrevo aqui é de forma positiva as ideias que estão sendo exprimidas. E quando discordo de uma ideia ou comentário, comento visando contribuir de forma saudável para a discussão.
Acho que dos comentários direcionados a você, mais te elogiei do que critiquei. E o diminutivo do seu nome foi empregado com sinceridade e carinho, pois realmente tenho muita estima por você. Já falei outras vezes aqui que você contribuiu muito pra ampliar minha visão do mundo e esclarecer ideias que apesar de existirem em mim eram muitas vezes embaralhadas e confusas.
Já disse também que seu blog ajudou muito na formação dos meus argumentos, que uso constantemente para tentar transformar a visão das pessoas que estão a minha volta e defender o feminismo. E assim como muitos que te escrevem, também sou grata a você e ao blog.
Estou falando tudo isso pq presumo que você não me chamou de troll pelo comentário feito ontem, mas pq provavelmente você conhece os nomes com o qual assino aqui.
Eu realmente me sinto 'próxima' das pessoas que frequentam o blog. Como amigos, mesmo. Muitas vezes por dia, quando noto coisas preconceituosas e machistas (que não me chamavam atenção antes), tenho vontade de vir aqui compartilhar com os leitores, pq sei que vou ser compreendida. Se eu chegar no meu trabalho e disser: gente, vi um livro que chama 'seja mais magra que todas as suas amigas', ninguém vai entender quanta escravidão para a mulher esse título carrega.
De qualquer forma é um direito seu se ofender e solicitar que eu seja formal ao me dirigir a você. Jamais voltarei a cometer o mesmo erro e também vou editar o comentário acima.
Minhas sinceras desculpas,
Lígia
Sra Aronovich... segue observação que fiz ao assistir o Jornal da Record de ontem a noite e senti vontade de compartilhar com os leitores do blog, por fazer parte de um tema frequentemente debatido aqui, o estupro.
A Angelina Jolie pediu para a ONU agir contra os frequentes estupros em jonas de guerra. Ela ressaltou que a já Onu existe há 67 anos e nunca fez nada em relação a isso.
A outra reportagem falava sobre como as mulheres no Japão sofrem muito com abuso sexual, mas não tem coragem de denunciar (notei a semelhança com o que você descreve aqui). Esse semana duas figuras públicas denunciaram. Uma judoca e uma apresentadora de Tv (você também já comentou que figuras públicas sempre causam impacto grande e positivo nestes temas). Também se falou que lá elas tem a opção de andar em vagões separados, mas que não resolve o problema.
Uma jovem tapando o resto disse que dormiu um dia num vagão e que acordou com um homem abusando dela, que as pessoas ao redor viram e não fizeram nada e que ela com medo e vergonha, ficou paralisada (também notei a semelhança do depoimento)...
O jornal repetiu asneiras do senso comum dizendo que numa cultura tão fechada e etc os homens aproveitam das mulheres como forma de "extravasar o desejo" e que os abusos só vão ser resolvidos quando as vítimas tiverem coragem de denunciar.
Eu me surpreendi ao ver como a mulher é tratada da mesmo forma em todos os lugares do mundo, com todos os tipos de cultura, hábitos ou roupas!!!
Lica, ela falou que ela era a lola verdadeira pq teve uma pessoa comentou com o nome Lola, foi pra vc não... :)
Obrigada Aline!! Como comentei, não sabia se era pra mim, mas já que meu comentário era o único chamando ela assim, me desculpei por antecedência!
abraço
Ish, perdão pelo meu comentário! Todo mundo que não seja troll ou hater pode me chamar de Lolinha, sem o menor problema! É que já teve troll noutros tempos que escrevia tentando se passar por mim (vc lia duas palavras e já percebia que não era eu), e por isso quis frisar que a Lola que escreveu aí em cima (e que não é troll; é o nome dela, ué; há muitas Lolas no mundo, ainda mais porque Lola parece ser apelido prum monte de nome) não era eu. Mas acho que acabei confundindo mais que ajudando.
Lica, vc pode me chamar de Lolinha, pode me dar chocolate, pode fazer cafuné nos meus gatinhos!
Obrigada pela resposta gentil, Lola!
Fica combinado os chocolates e cafunés nos gato, eles são bichos muito astutos!
abraços!
Bah Lola, teve uns posts sobre os protestos que tu postou aqui que foram meio... lamentáveis. Tipo esse. Desculpa, mas sério que é válido postar aqui no querido bloguinho gente que liga diretamente a violência da polícia à "violência" dos manifestantes? Desculpa mas quebrar qualquer coisa não é o mesmo que levar bomba e bala de borracha. Participei de todos os protestos aqui em POA (e dos outros em março, que um monte de gente parece ter esquecido que existiram) e bah, depois de tudo que vi e vivi nos últimos tempos, é foda pra mim vir aqui e ler isso... Segunda, dia 17, uma bomba estourou do meu lado, eu quase fui pisoteada; quinta-feira, dia 20, fui encurralada pelo choque e a cavalaria em frente à prefeitura, era bomba pra todo lado; ontem o choque subiu a Av. Borges jogando bomba atrás de nós, jogando bombas de cima dos prédios, atirando com bala de borracha... Sinceramente, sim, tinham quebrado alguns vidros, tinham pichado, tinham virado lixo... Mas nada justifica o que nós sofremos. Helicópteros, bah, parecia guerra. Foda postar depoimento de quem vai nos protestos cantar o hino. Triste.
Gente, eu NUNCA disse que a policia teve razão, ou que é certo atacar os manifestantes. Por favor, entendam que eu fiquei sim brava com quem vandalizou e depredou. Tinha moleques que estavam atacando manifestantes e policia.
Que começaram a jogar fogos de artificio DENTRO da prefeitura e na DIREÇÃO DOS MANIFESTANTES.
É certo isso? É certo levar bomba a um manifesto?
E certo levar armas, sair com pedaços de pau?
Eu fiquei com medo de sofrer violência de 2 lados: Da policia E de algumas pessoas no meio dos manifestantes. Pessoas essas que foram sim, só pra quebrar tudo. Ouvi isso da boca de algumas dessas pessoas.
Ontem, quando sai do trabalho e vi que tinha policia aqui na frente, fiquei morrendo de medo. Não tinham manifestantes e tinha mais de 50 policiais.
A violência é errada, Não importa de que lado veio.
Teve violência por parte de pessoas no meio da manifestação, de bater em outros manifestantes, que estavam lá com partidos e grupos organizados.
Desculpem por ser contra qualquer tipo de violência, contra qualquer pessoa.
''Tinha gente pedindo a volta da "tomada de 2 pinos". ''
PUTAMERDA não consigo acreditar... acho que tem gente que vai nesses protestos só pra fazer piada, pra ser metido a engraçadinho...qual é o propósito de lutar pelo padrões de tomadas antigos?
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''e o cúmulo: um cara parou a caminhonete bem do meu lado e deu um tapa na minha bunda!''
VAGABUNDO, só eu que sinto vontade de dar um tiro na cara de um sujeito desses?
Só pra constar,eu concordo com a linha de pensamento da autora do post, e tbm não acho que vandalismo seja solução pra nada,não apoio a violência pq não gosto.
Hje mesmo deu na tv ,que um grupinho entrou numa concessionária e incendiou vários carros,aí veio a polícia é óbvio...
mas desde quando estragar carros,dentre outras coisas é protestar?
Assim eu não concordo...
Tô comentando só hoje, por conta da efervescência dos dias. Bom, devo admitir que foi bom, pois agora comento com menos dureza do que na primeira vez que li o guest post. Aline, camarada, ainda assim acho importante escrever algumas coisas. Pelo que você disse, não quis relacionar a violência da polícia à violência dos manifestantes, como a Caroles apontou. Mas o problema é que é o que tá parecendo nesse texto. Que a polícia, é boazinha. Ruins são os vândalos. É possível que você não tenha visto atitudes abusivas da polícia, mas outras pessoas viram, como a Fernanda. Mas uma coisa eu percebi, pelo menos da minha experiência aqui em BH: a manifestação é repleta de microcosmos. Se você conversar com cada manifestante sobre um mesmo evento, saem vários depoimentos destes. E não signfica que algum dos depoimentos é mentira. As pessoas só estavam em locais diferentes. Agora, sobre a questão do hino nacional... você pode considerar interessante cantá-lo... mas eu... tem me incomodado desde a primeira manifestação em que fui, além do "eu sou brasileiro, com muito orgulho...". Não sou antinacionalista. Só acho que essa transmutação do movimento em algo nacionalista, mais pra ufanista até, tem mais contra do que a favor. No início eu não entendia o porquê do meu incômodo. Agora eu consigo nomear mais ou menos. Na última manifestação, dia 26/6, que teve jogo aqui, eu não sabia diferenciar os manifestantes dos torcedores!!! Porra, o trem é contra os gastos na copa também. Mas esse ufanismo é o que é, bobo. E incentivado pela grande mídia, o que já deve provocar desconfiança por si só. Ademais a nossa pátria não é assim tão gentil com todos os filhos deste solo, que compense a gente ficar cantando hino nacional em manifestação.
Bom, espero que você me entenda.
Abraços,
Ma.
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