A N. me enviou este email tocante que fala de muitas coisas: de criação de filhos, de bater pra educar, de traição, de pornografia, de machismo.
Este é o modelo de "casamento tradicional" que os conservadores veem ameaçado. Mas se este é o conceito de família sagrada que eles aceitam, tomara que acabe mesmo. Quem quer ter essa criação?
Eu tenho uma história para contar. A minha história. Sempre que comeco a te escrever, eu choro, fico triste e apago tudo. Ja tentei te escrever umas oito vezes. Mas hoje eu vou conseguir. Aí vai:
Eu cresci em uma família machista. Na verdade, antes de ter contato com outras famílias no colégio, não sabia que existia maneira diferente de ser uma família.
Meu pai sempre foi a autoridade suprema da casa. Minha mãe, uma mulher submissa e complicada.
Até meus quatro anos fui filha única, e excessivamente cobrada. Digo, excessivamente MESMO. Com direito a castigos de 3 horas sentada olhando para parede. O mais irônico é que as minhas notas no colégio sempre foram boas. E mesmo assim, nunca recebi um parabéns. Na verdade, meus pais só olhavam meus deslizes.
Eu era incapaz de negar um pedido dos meus pais. Fazia todas as lições de casa, organizava meu quarto, lia meus livros (meus pais não me deixavam assistir TV). Eu era silenciosa e costumava brincar embaixo da mesa da sala.
Até os oito anos não tenho muito do que reclamar. Na verdade, até os oito eu fui bastante feliz. Feliz sim, apesar do modelo de sempre: meu pai sempre rígido, minha mãe sempre seguindo os seus passos. Eu era feliz porque achava que era assim que todas as crianças eram tratadas: de maneira severa.
E, de fato, até meus oito anos eu amei os meus pais com todo o meu coração.
Até que nos mudamos para a casa onde moramos hoje. Uma observação: minha mãe nunca foi do tipo "maternal". Sei que nunca ouvi um "eu te amo". E só fui abraçada nas vezes em que fiquei doente.
Mas, voltando aos meus oito anos: assim que chegamos na nova casa, meu pai precisou fazer viagens frequentes a trabalho. Ficávamos sozinhas, eu, minha irmã, meu irmão de colo. Foi aí que minha mãe mudou.
Tanto ela quanto o meu pai sempre foram adeptos da psicologia da palmada, aquela "palmadinha inocente" que se dá nas crianças. Até então, eu só havia levado palmadinhas mesmo. Até que meu pai começou a viajar.
Meu pai viajava, minha mãe ficava furiosa. Eu não sabia porquê ou com o quê ela se incomodava. Só sabia que sobrava pra mim. As palmadinhas evoluíram para beliscões nas coxas, nos braços, ou puxões de cabelo. Quanto mais eu gritava, mais ela me beliscava.
Não havia motivo específico. Sei que uma vez (eu ja estava com 9 anos) ela me beliscou nos braços até que eu ficasse roxa. O motivo? Eu tinha tomado banho com as minhas bonecas, e ao sair do banho, o cabelo delas respingou no chão.
Eu choro ao contar isso porque na época, eu achava que isso era uma falta grave. Depois desse incidente do banheiro, passei a tomar meu banho e depois secar todo o chão com pedacinhos de papel higiênico. Não preciso dizer que minhas bonecas nunca mais tomaram banho.
Houve outras vezes, dias em que ela puxou meu cabelo até arrancar tufos porque eu fiz "uma pergunta idiota" (a pergunta: mãe, nós vamos almocar na tia?).
Lola, hoje em dia eu sei que era absurdo os motivos pelos quais eu apanhava. HOJE eu sei. Naquela época, eu achava que a culpa era minha. Que se o banheiro estivesse com pingos de agua no tapete, eu era uma má filha. Que, se eu derrubasse um copo, eu era burra.
Meu pai me batia menos, bem menos. Os motivos eram outros. Do meu pai, eu apanhava caso não comesse toda a comida que estava no prato. Apanhava se respondesse que não queria vestir o cachecol azul. Na minha cabecinha infantil, se eu fizesse tudo certinho, meu pai não me bateria. E era verdade. Já que meu pai me batia com o que eu chamo de "propósitos definidos", eu não tinha medo dele. Eu o amava por ele brincar comigo de soldadinhos de chumbo e luta marcial. Eu o amava porque quando ele chegava em casa a minha mãe não me batia nem gritava comigo.
Eu o amei muito. Até meus onze anos.
Eu estava na quinta série e tinha criado um email para poder falar no msn com a minha melhor amiga. De manhã nós iamos à aula, de tarde nós ficávamos trocando dicas pelo msn sobre um joguinho sobre animais virtuais.
Uma tarde eu fui abrir meu msn e já havia janelas de conversa abertas. Não eram minhas.
Mas eu tinha onze anos, e li.
Eu não sei se quero falar o que li. Eu li coisas que crianças de onze anos não deveriam ler.
Na hora eu soube que eram conversas do meu pai com outra mulher. Por que o meu pai estava marcando para comer a xota de uma mulher? O que era lamber o c*? Coisas que eu não entendia muito bem.
Mas foi assim que eu soube que ele traía a minha mãe.
Pensei em me matar duas semanas depois. Ia pular da sacada. Liguei para a minha melhor amiga antes. Graças a ela, não pulei.
Minha visão de pai e mãe tinha sido destruída. Assim que meu pai saía pela porta, minha mãe virava outra pessoa. Gritava comigo, me batia, dizia que eu nunca ia conseguir passar de ano no colégio. Quando o meu pai chegava, eu sabia que ele tinha saído para "comer a xoxotinha" de uma mulher.
Um mês depois ele começou a esquecer sites de pornografia abertos no computador. Ele simplesmente os abria e ia embora.
Eu corria para o computador pra fechar os sites. Não sei até hoje se ele queria que a minha mãe visse, não sei.
Sei que eu fechava os sites para que a minha mãe não soubesse. Eu tinha medo de ficar sozinha com a minha mãe, e se meus pais se separassem, por que ele ia me querer? Quem iria chegar em casa e fazer a minha mãe voltar ao normal?
Com onze anos eu fui exposta a uma quantidade imensa de pornografia. Aos onze anos eu fechei inúmeras conversas, muitos sites pornôs, inúmeras mulheres arremessando coisas pelo c* ou com um pau na boca.
Eu garanto que não estava preparada pra ver aquilo.
Nessa época, comecei a acordar suada e tremendo muito. Os tremores e o suor evoluíam para uma falta de ar imensa, e por fim eu vomitava tudo que tinha comido.
Dois anos mais tarde eu fui diagnosticada: síndrome do pânico. Eu sofro com a síndrome até hoje.
Bom, não falei dos meus irmãos. Sei que escrevi muito e vou resumir. Minha irmã tambem apanhava. Meu irmão, não.
Meu irmão cresceu e foi criado de uma maneira muito diferente. Minha mãe o deixa tirar notas baixas no colégio. Ele nunca teve alguma punição pelos comportamentos dele.
Hoje ele está com 12 anos. E sabe, ele não é uma cópia do meu pai, nem da minha mãe. Ele é o pior dos dois juntos em uma pessoa só. Meu irmão me chama de vadia na frente de todo mundo. Me chama de empregadinha, de putinha, manda eu ficar de quatro. Ele se masturba na minha frente.
Quando ele fica com raiva, ele bate em mim, na minha irmã e na minha mãe.
O meu pai deixa. Na verdade, o meu pai também bate na minha mãe.
As únicas vezes que meu irmão é reprimido pelos meus pais é quando há visitas na casa. Aí, ao me chamar de putinha, ele é punido. Ao bater na minha mãe ele leva um tapa de volta do meu pai. Mas isso é para manter as aparências.
Lola, eu sei que a minha história é pesada. Nunca tinha escrito ela antes, e posso te garantir que chorei da primeira linha ao fim.
Hoje tenho 20 anos. Ainda moro com os meus pais. Hoje o meu horizonte não é tão escuro quanto eu achava que ia ser. Hoje eu não quero mais morrer todos os dias.
Estudo na melhor faculdade do meu estado. E namoro o amor da minha vida. Ele nunca gritou comigo, e sei que nunca vai gritar. Nunca me bateu, e sei que nunca vai me bater. Lola, eu nunca tinha sido tratada dessa maneira. Com tanto respeito, com tanto carinho.
Apesar de todos os esforços dele, eu continuo me achando feia. E estou tão cansada de achar que sou burra. Estou tão cansada de pedir desculpas MIL VEZES por dia, porque eu sempre acho que quando algo dá errado, seja na faculdade, seja com meu namorado, seja com minhas amigas... eu acho que é minha culpa.
Teu blog é muito importante para mim. Por favor, continue sempre escrevendo. Sei que você deve ser muito ocupada. Sei como é. Pra ficar longe de casa eu faço dez cadeiras e tenho uma bolsa de iniciação científica.
Este é o modelo de "casamento tradicional" que os conservadores veem ameaçado. Mas se este é o conceito de família sagrada que eles aceitam, tomara que acabe mesmo. Quem quer ter essa criação?
Eu tenho uma história para contar. A minha história. Sempre que comeco a te escrever, eu choro, fico triste e apago tudo. Ja tentei te escrever umas oito vezes. Mas hoje eu vou conseguir. Aí vai:
Eu cresci em uma família machista. Na verdade, antes de ter contato com outras famílias no colégio, não sabia que existia maneira diferente de ser uma família.
Meu pai sempre foi a autoridade suprema da casa. Minha mãe, uma mulher submissa e complicada.
Até meus quatro anos fui filha única, e excessivamente cobrada. Digo, excessivamente MESMO. Com direito a castigos de 3 horas sentada olhando para parede. O mais irônico é que as minhas notas no colégio sempre foram boas. E mesmo assim, nunca recebi um parabéns. Na verdade, meus pais só olhavam meus deslizes.
Eu era incapaz de negar um pedido dos meus pais. Fazia todas as lições de casa, organizava meu quarto, lia meus livros (meus pais não me deixavam assistir TV). Eu era silenciosa e costumava brincar embaixo da mesa da sala.
Até os oito anos não tenho muito do que reclamar. Na verdade, até os oito eu fui bastante feliz. Feliz sim, apesar do modelo de sempre: meu pai sempre rígido, minha mãe sempre seguindo os seus passos. Eu era feliz porque achava que era assim que todas as crianças eram tratadas: de maneira severa.
E, de fato, até meus oito anos eu amei os meus pais com todo o meu coração.
Até que nos mudamos para a casa onde moramos hoje. Uma observação: minha mãe nunca foi do tipo "maternal". Sei que nunca ouvi um "eu te amo". E só fui abraçada nas vezes em que fiquei doente.
Mas, voltando aos meus oito anos: assim que chegamos na nova casa, meu pai precisou fazer viagens frequentes a trabalho. Ficávamos sozinhas, eu, minha irmã, meu irmão de colo. Foi aí que minha mãe mudou.
Tanto ela quanto o meu pai sempre foram adeptos da psicologia da palmada, aquela "palmadinha inocente" que se dá nas crianças. Até então, eu só havia levado palmadinhas mesmo. Até que meu pai começou a viajar.
Meu pai viajava, minha mãe ficava furiosa. Eu não sabia porquê ou com o quê ela se incomodava. Só sabia que sobrava pra mim. As palmadinhas evoluíram para beliscões nas coxas, nos braços, ou puxões de cabelo. Quanto mais eu gritava, mais ela me beliscava.
Não havia motivo específico. Sei que uma vez (eu ja estava com 9 anos) ela me beliscou nos braços até que eu ficasse roxa. O motivo? Eu tinha tomado banho com as minhas bonecas, e ao sair do banho, o cabelo delas respingou no chão.
Eu choro ao contar isso porque na época, eu achava que isso era uma falta grave. Depois desse incidente do banheiro, passei a tomar meu banho e depois secar todo o chão com pedacinhos de papel higiênico. Não preciso dizer que minhas bonecas nunca mais tomaram banho.
Houve outras vezes, dias em que ela puxou meu cabelo até arrancar tufos porque eu fiz "uma pergunta idiota" (a pergunta: mãe, nós vamos almocar na tia?).
Lola, hoje em dia eu sei que era absurdo os motivos pelos quais eu apanhava. HOJE eu sei. Naquela época, eu achava que a culpa era minha. Que se o banheiro estivesse com pingos de agua no tapete, eu era uma má filha. Que, se eu derrubasse um copo, eu era burra.
Meu pai me batia menos, bem menos. Os motivos eram outros. Do meu pai, eu apanhava caso não comesse toda a comida que estava no prato. Apanhava se respondesse que não queria vestir o cachecol azul. Na minha cabecinha infantil, se eu fizesse tudo certinho, meu pai não me bateria. E era verdade. Já que meu pai me batia com o que eu chamo de "propósitos definidos", eu não tinha medo dele. Eu o amava por ele brincar comigo de soldadinhos de chumbo e luta marcial. Eu o amava porque quando ele chegava em casa a minha mãe não me batia nem gritava comigo.
Eu o amei muito. Até meus onze anos.
Eu estava na quinta série e tinha criado um email para poder falar no msn com a minha melhor amiga. De manhã nós iamos à aula, de tarde nós ficávamos trocando dicas pelo msn sobre um joguinho sobre animais virtuais.
Uma tarde eu fui abrir meu msn e já havia janelas de conversa abertas. Não eram minhas.
Mas eu tinha onze anos, e li.
Eu não sei se quero falar o que li. Eu li coisas que crianças de onze anos não deveriam ler.
Na hora eu soube que eram conversas do meu pai com outra mulher. Por que o meu pai estava marcando para comer a xota de uma mulher? O que era lamber o c*? Coisas que eu não entendia muito bem.
Mas foi assim que eu soube que ele traía a minha mãe.
Pensei em me matar duas semanas depois. Ia pular da sacada. Liguei para a minha melhor amiga antes. Graças a ela, não pulei.
Minha visão de pai e mãe tinha sido destruída. Assim que meu pai saía pela porta, minha mãe virava outra pessoa. Gritava comigo, me batia, dizia que eu nunca ia conseguir passar de ano no colégio. Quando o meu pai chegava, eu sabia que ele tinha saído para "comer a xoxotinha" de uma mulher.
Um mês depois ele começou a esquecer sites de pornografia abertos no computador. Ele simplesmente os abria e ia embora.
Eu corria para o computador pra fechar os sites. Não sei até hoje se ele queria que a minha mãe visse, não sei.
Sei que eu fechava os sites para que a minha mãe não soubesse. Eu tinha medo de ficar sozinha com a minha mãe, e se meus pais se separassem, por que ele ia me querer? Quem iria chegar em casa e fazer a minha mãe voltar ao normal?
Com onze anos eu fui exposta a uma quantidade imensa de pornografia. Aos onze anos eu fechei inúmeras conversas, muitos sites pornôs, inúmeras mulheres arremessando coisas pelo c* ou com um pau na boca.
Eu garanto que não estava preparada pra ver aquilo.
Nessa época, comecei a acordar suada e tremendo muito. Os tremores e o suor evoluíam para uma falta de ar imensa, e por fim eu vomitava tudo que tinha comido.
Dois anos mais tarde eu fui diagnosticada: síndrome do pânico. Eu sofro com a síndrome até hoje.
Bom, não falei dos meus irmãos. Sei que escrevi muito e vou resumir. Minha irmã tambem apanhava. Meu irmão, não.
Meu irmão cresceu e foi criado de uma maneira muito diferente. Minha mãe o deixa tirar notas baixas no colégio. Ele nunca teve alguma punição pelos comportamentos dele.
Hoje ele está com 12 anos. E sabe, ele não é uma cópia do meu pai, nem da minha mãe. Ele é o pior dos dois juntos em uma pessoa só. Meu irmão me chama de vadia na frente de todo mundo. Me chama de empregadinha, de putinha, manda eu ficar de quatro. Ele se masturba na minha frente.
Quando ele fica com raiva, ele bate em mim, na minha irmã e na minha mãe.
O meu pai deixa. Na verdade, o meu pai também bate na minha mãe.
As únicas vezes que meu irmão é reprimido pelos meus pais é quando há visitas na casa. Aí, ao me chamar de putinha, ele é punido. Ao bater na minha mãe ele leva um tapa de volta do meu pai. Mas isso é para manter as aparências.
Lola, eu sei que a minha história é pesada. Nunca tinha escrito ela antes, e posso te garantir que chorei da primeira linha ao fim.
Hoje tenho 20 anos. Ainda moro com os meus pais. Hoje o meu horizonte não é tão escuro quanto eu achava que ia ser. Hoje eu não quero mais morrer todos os dias.
Estudo na melhor faculdade do meu estado. E namoro o amor da minha vida. Ele nunca gritou comigo, e sei que nunca vai gritar. Nunca me bateu, e sei que nunca vai me bater. Lola, eu nunca tinha sido tratada dessa maneira. Com tanto respeito, com tanto carinho.
Apesar de todos os esforços dele, eu continuo me achando feia. E estou tão cansada de achar que sou burra. Estou tão cansada de pedir desculpas MIL VEZES por dia, porque eu sempre acho que quando algo dá errado, seja na faculdade, seja com meu namorado, seja com minhas amigas... eu acho que é minha culpa.
Teu blog é muito importante para mim. Por favor, continue sempre escrevendo. Sei que você deve ser muito ocupada. Sei como é. Pra ficar longe de casa eu faço dez cadeiras e tenho uma bolsa de iniciação científica.
67 comentários:
fiquei assustadíssima..mas espero que vc tenha forças e que saiba que sua vida será linda..pq vc parece ser uma pessoa boa..e merece isso..quanto ao seus pais, vai ser difícil mas um dia vc vai ver que já não precisa mais deles..
e quanto ao seu irmão..espero que ele seja preso assim que se atrever a bater em outra mulher...e vc deveria denuncia-lo assim que sair da sua casa...mas sei que vc não o fara por que eh difícil mesmo...eh fácil falar pra denunciar..dificil é estar na situação eh?
então espero que outra pessoa faça isso por vc..e que ele pague pelo que faz...que ele mude..que ele aprende..pq ainda eh novo..qaunto aos seus pais. Dificilmente eles vão mudar..pela idade..mas vc via superar..eles não são vc..
saia de casa se puder..eu fiz isso..é libertador...mesmo se a grana apertar..vale a pena...vc vai ver que se sentira muito mais livre e feliz...experiência própria
Acho que nenhum post desse blog foi tão difícil de ler como esse. Não consigo imaginar o que é viver assim porque, felizmente, meu pai não é machista e minha mãe é uma pessoa com uma imensa paciência (ela foi professora de educação infantil, tem que ser paciente mesmo, hehe). Mas eu tive meus traumas (não causados pelos meus pais) e sei como pequenas coisas na infância podem marcar a pessoa pelo resto da vida. Espero que tu consiga lidar com isso de uma maneira saudável, porque nenhuma pessoa merece passar pelas coisas que tu passou.
Toda família é difícil, mas umas são mais que as outras... Realmente esse foi um post difícil de ler... Na infância nós somos tão desprotegidos, lembro bem da sensação de não saber o que estava fazendo errado, mas mesmo assim achar que a culpa era minha.
Tenho certeza que sua vida vai seguir um rumo muito diferente da sua família, só desejo que seja logo!
Nossa, N.
Seu post foi aterrador.
Apenas procure uma ajuda psicológica. Se você foi diagnosticada com síndrome do Pânico, acredito que já deva ter este acompanhamento. Apenas gostaria de frisar que ele é fundamental.
Não sei o que dizer.
Acho que tu já deu um passo muito positivo frente a tudo isso (aliás, mais de um!): tu percebeu que a realidade em que tu vivia não era a única possível, verdadeira ou correta.
Quanto antes tu puder te desprender das coisas que te machucam, penso que melhor. Essas marcas ainda vão te seguir por um tempo, talvez pra sempre, mas tu pode carregá-las como um exemplo da pessoa que tu não quer ser, das batalhas que tu quer lutar.
A vida tem essa mania de ser pior para uns do que para outros, infelizmente =/
Por Deus, mulher. Sai dessa casa.
Minha história é bem menos complicada (não apanhei tanto, mas sempre sofri assédio físico e moral da minha irmã. Mais nova.)
Eu ainda morava com eles pq sentia que precisava defender minha mãe, até fazer terapia e entender que ela deveria me proteger. E ela falhava nisso, e eu não tinha culpa nenhuma.
Desde que eu saí de casa minha vida mudou. Já até passei fome pra poder pagar o aluguel, mas mesmo assim hoje eu posso dizer que eu tenho uma vida. Não sou refém.
Que triste =/
Eu não consigo imaginar como é viver numa realidade assim. Mas pra mim a parte mais difícil seria o irmão mais novo. Acho que eu não suportaria e faria questão de revidar, sei lá.
Com certeza é mais fácil falar do que fazer, mas denunciar seria o mínimo. Mas no seu lugar eu reuniria algumas provas das violências que você sofre, por todos os lados, e levaria a polícia. Pela sua irmã também. Parece que vocês estão no mesmo barco =/
Eu acho que eles sabem muito bem que o que fazem está errado, tanto que escondem das visitas.
Força pra você. Espero que consiga sair dessa logo.
História super pesada, mas que bom que há alguma luz na sua vida, seu namorado. Vc precisa sair de casa na primeira oportunidade que tiver, deixar pra trás esses episódios, construir sua própria família e passar a eles os valores bons que vc tem.
E Deus tenha piedade das namoradas do seu irmão. Uma grande amiga minha está vivendo um inferno com o marido, que foi educado por uma mãe assim, excessivamente permissiva. O ser rouba dinheiro dela (minha amiga), não trabalha, é sustentado por ela, mal passa tempo com o filho, vive nas farras gastando o dinheiro DELA com outras mulheres. Quando ela diz que quer a separação, ele diz que vai matar ela, a família dela, que vai sequestrar o filho e que nunca mais ela verá o filho...
Ela (mãe dele) reconhece que foi ela própria que o estragou.
Paula, este marido da sua amiga tem que ser denunciado, já! Que medo desta gente..
Uma das coisas que mais me assustou foi o irmão mais novo da menina ( a N.). Olha, irmão me chamado de vadia, pedindo pra ficar de quatro? Já dava uma bifa na cara deste idiota. Desculpaí, mas eu não ia aguentar...No mais, sem palavras...o mpinimo que posso desejar é que ela supere esta situação...continuar com a terapia, buscar na faculdade apoio nas amizades( isso é muito importante, quem sabe vc não fica um tempo na casa de uma amiga?)
Abraços.
Então, longe de mim querer c*gar regra na sua vida, mas vc precisa sair de casa pra ontem. Não sei que curso vc está fazendo, mas, se possível, arranja um emprego ou um estágio.
Meus pais nem de longe eram tão violentos e meu irmão é um fofo, mas tive uma infância/adolescência extremamente controladora, beirando a paranóia mesmo. Com 19 anos arrumei um estágio que pagava uma merreca de bolsa, mas o suficiente para eu me bancar numa república e não passar fome. Juro, é libertador.
E, se eu fosse vc, tbm chamaria a polícia assim que saísse de casa. Se seu pai e seu irmão batem na sua mãe e na sua irmã, é violência doméstica, certo?
Muita força pra vc. E procure ajuda profissional (se é que já não tem).
Puts, a história foi ficando cada vez pior... O que me assustou mais foi o irmão... meu deus!
Espero que a autora consiga logo sair dessa!
N., tenho uma amiga que teve uma vida familiar extremamente difícil também... No caso dela eram coisas diferentes, mas tão pesadas quanto... Com 20 anos ela saiu de casa, passou aperto vivendo de estágio e dar aula particular, mas foi a melhor coisa que ela já fez. Hoje ela tem 25 anos, bem mais paz de espírito, consegue juntar dinheiro para fazer as coisas dela e vai se casar em breve. O que quero dizer é que por mais difícil que pareça, se libertar é muito recompensador! E ela conseguiu isso tudo tendo problema de saúde sério e ninguém para ajudar. Não te conheço, mas só pela sua coragem de escrever um email desse já sei que você tem força pra sair dessa!
Bru Holmes, esqueci de falar que ele também já quebrou a casa toda e esfaqueou a TV quando ela falou em separação outra vez.
Ela não reage, desabafa mas não faz nada, não sei o que fazer. A família dela tá na mesma, já tá há anos falando pra ela tomar uma atitude. Ela diz que não quer que o filho cresça sem pai (!!!!!!!!!!!!!). Melhor um filho de pai morto do que um filho que cresce vendo esses exemplos e a forma que o pai trata a mãe!
Paula,sabia que vc pode denuncia-lo?
se vc achar necessario vc pode, denuncias do tipo podem ser feitas por qualquer um e não só pela vitima..eh mais um jeitoda lei Maria da Penha defender quem, sofre violencia domestica...
mas ai depende do quanto vc se meteria..como mulher..eu denunciaria...
e colocaria o conselho tutelar no meio...
acredite..ele vai agredi-la..e vai fazer mal pra ela..hj..amanhã..depois..ele VAI..eles sempre fazem..dificilmente fica só na ameaça...
e pra ela romper esse ciclo eh muito difiicl..
na minha cidade existe o CAM, Central de Atendiemnto áMulher..tente se informar em como sua cidade protege essas mulheres..busque informações e passe pra ela...
vc pode estar salvando a vida dela..
se ele esfaqueou a TV ele pode fazer isso com ela..
eu não sei o que me deixa mais chocada nessa história
Sabe, eu chorei com a história dessa moça, do início até o fim, nunca passei por nada do que ela passou, apesar de já ter sido fortemente agredida de forma verbal pelos meus pais, eu nunca apanhei de nenhum dos dois (pelo menos não dessa forma, minha mãe já me bateu, mas NUNCA assim). No entanto também tenho meus traumas, a vida inteira fui submetida a dietas e tratamentos capilares pra estar dentro de um padrão ridículo. Mas isso é o de menos, sinto muito pela moça, e torço para que ela saia da casa dos pais logo, e que dê tudo certo pra ela.
Espero q vc sai de casa, vá morar com seu namorado, com uma amiga, com a sua irmã... Quanto mais vcs ficarem,pior vai ser. Sei muito sobre isso, não vai melhorar, não se iluda. E esse seu irmão, é um animal , um futuro mascu da vida.
Fé,sorte e se afaste dessas pessoas que apesar de serm sua família, estão acabando com a sua vida.
Garota, você TEM que sair dessa casa. Vá morar com seu namorado. Aliás, seu namorado sabe que isso acontece com você?
E depois que você for embora, assim que possível, tire sua irmã de lá.
N. Eu compreendo você.
Sei como deve ser difícil mudar essa situação, como não é fácil tomar a iniciativa de ir embora.
Sei como seria dificil saber que sua irmã ainda estaria ali. Desejo força e que voce supere as barreiras da sua vida dia a dia, eu tive depressão por 3 anos e sei o que é querer morrer todos os dias. Mas agora consegui me reerguer e gosto mais de mim, me acho mais inteligente e menos inútil para o mundo.
Que voce possa ter uma vida linda com seu namorado e muito sucesso na sua profissão.
Um grande beijo e um abraço bem apertado.
N., só consegui chorar e querer te abraçar nesse seu relato...
Mas quanto ao seu irmão, eu revidaria. Iria apanhar e ser humilhada de qqer jeito, então acho melhor cair lutando, mas sei que o terror que vc sempre viveu não permite cogitar isso... Mas eu cogitaria.
Ai guria, sai dessa casa! Não tem como? Que história pesada... Muita força pra ti!
"Pervertido" não é uma palavra que eu uso com frequencia, mas seu irmão é um PERVERTIDO.
E seu pai deveria ser preso por expor crianças à pornografia e também pela violência doméstica.
Se eu fosse você, denunciava.
Caríssimas, vamos colaborar assinando aqui: http://www.avaaz.org/po/maldives_global/?bOyivbb&v=23534
"É difícil de acreditar, mas uma sobrevivente de estupro de 15 anos de idade, nas Maldivas, foi sentenciada a 100 chicotadas em público! Vamos dar um fim a essa loucura e atingir o governo no seu ponto mais sensível: a indústria do turismo..."
Nossa assinatura é importante!!!
Lola (ou outra pessoa apta), me explica uma coisa, por favor? (Não é sarcasmo nem nada assim. É só uma dúvida sincera)
Porque vejo que várias feministas não entendem que uma pessoa possa ter um gosto pessoal?
Sei que muitos gostos são "criados" e influênciados, principalmente pela mídia, mas, isso não impede que uma pessoa realmente tenha um gosto pessoal que por ventura venha a ser similar ao exposto pela mídia.
Até mesmo pessoas que têm gostos diferentes do exposto pela mídia, às vezes são "xingados" (não encontrei expressão melhor) por algumas feministas.
Note que não disse que são todas as feministas, porque realmente não são, mas, a parcela que faz isso me confunde!!
Por exemplo, eu vi num outro bloque feminista esses dias uma citação de um guri falando que prefiria mulheres com seios pequenos, cabelos encaracolados e que não usasse maquiagem e praticamente todos comentários foram que o cara era machista, que ele tinha preconceito com mulheres peitudas, com as de cabelo liso, com as de cabelo afro, com as que usam maquiagem, que ele dizer que prefiria um tipo era o mesmo que dizer que os outros tipos não prestavam.
Eu fiquei muito "????". O guri só expressou a preferência dele, só comentou o que atraia ele!!
Então, quer dizer que eu não posso ter preferência por um certo tipo de homem, senão tô sendo preconceituosa?
Fiquei muito confusa! Não esperava aquilo num blogue feminista! (Ainda bem que nunca vi esse tipo de coisa por aqui =D)
N. me identifico tanto com a sua história, tanto, tanto.
Apesar dos pesares concordo com quem disse que você já deu grandes passos ao reconhecer que não é culpada pela situação e de que a história poderia ser outra. Você está em terapia? Eu fiz terapia, ainda faço, me ajudou muito. Também fiz, quando me senti segura, uma carta para cada familiar falando como eu me sentia quando morava com eles e como isso me machucava e influenciava. Minha relação com eles mudou muito. Hoje temos uma boa relação. Mas na época foi bem difícil. Minha mãe ficou meses negando, talvez por culpa, até o dia em que mudou radicalmente e voltamos a nos entender. Não quero cagar regra com isso, só te dizer que às vezes há luz e esperança. E que as pessoas podem mudar.
Também fiquei contente de saber que você consegue se relacionar afetivamente/eroticamente e ser feliz com isso (eu tenho 24 anos e ainda não consigo, todas as relações que começo fico buscando pelos pontos de horror que vivi na casa dos meus pais. Um dia quem sabe eu consiga).
Força,querida! Um abraço, Eicram.
N é triste ,mas sua história esta bem longe de ser a única, vc parece ser uma garota muito inteligente, esta estudando, e logo poderá ser independente, e viver da maneira q acha correto, e tb escolher quando, e SE quer ver seus familiares.
Boa sorte, espero que vc saiba filtrar o melhor da educação sofrida q recebeu.
Nossa, o irmão tem 12 anos!! É praticamente uma crianças, imaginem só quando for mais velho!!
N., te desejo muita força, muita coragem, e que você consiga sair dessa casa logo. Você já tentou mostrar á seus pais que estão criando um monstro? Sou mãe de um menino, não consigo imaginar pesadelo maior que ter um filho assim.
Sinto muito por tudo que você passou, criança nenhuma merece ser criada desse jeito.
Abraço
N., querida, só quero te abraçar e dizer que vai ficar tudo bem. Infelizmente, e infelizmente mesmo, às vezes nossa prática se afasta DEMAIS da teoria, do que deveria ser, e por N motivos é melhor jogar dentro das regras.
Mas uma coisa, até se a Mamacita (perdoe a intimidade rs) ver, eu recomendaria: não use seu nome de verdade num relato desses. Acho que 90% de quem vem aqui não lhe faria mal algum, mas se não quer se expor e estamos na internet, melhor evitar, né?
Que história horrorosa, meodeos!
Moça, te desejo dias bem melhores... que vc consiga sair logo de casa.
Lola: postei a historia com loggin da minha amiga, sem saber que ficaria exposto. Pode apagar e postar com teu nome, por favor?
beijos N
N, força pra sair dessa situação! E o caso do teu irmão (e irmã, se é menor), deve ir para o conselho tutelar. Via disque denúncia é melhor, muitas vezes o conselho tem má vontade (experiência própria) e só atende ao disque denúncia mesmo. O bom é que você nÃo precisa se identificar se não quiser.
Se afastar e denunciar não significa amar menos a sua família, significa amar tanto, se importar e aplicar o remédio, mesmo que ardido e amargo, pra começar a consertar essa situação.
Que sorte você ter se transformado na pessoa que é, garota.
Só o fato de você ver o quão errada foi e está sendo a sua criação, o quão distorcido é o amor dos seus pais por você e seus irmãos, e querer mudar e sair de tudo isso.... é muita sorte: com a sua criação, você poderia ter se tornado alguém ruim. Claro que tudo isso teve consequências nefastas, mas você vai superar isso, poderia ter sido muito mais devastador.
É lamentável que alguém tenha que conviver com isso. Eu realmente não saberia verbalizar. Eu teria vergonha de levar um amigo ou namorado em casa, de apresentá-los pra minha família, eu odiaria meu irmão com todas as minhas forças, e odiaria mais ainda meus pais. Muito. No mínimo.
Força é o que posso te desejar. Hoje é meu aniversário e eu detestei ter lido isso, é horrível que alguém no mundo tenha que passar por isso... Eu espero que você se torne uma ótima profissional e tenha logo independência financeira pra sumir daí.
Lola, você viu isso? http://igay.ig.com.br/2013-03-28/beatriz-22-transexual-eu-gosto-e-sempre-gostei-de-meninas.html
Achei muito interessante.
N,
Passei por vivências semelhantes, que só não chegaram ao extremo - como ocorre na sua vida - porque outros fatores impediram ("fatores" a princípio "ruins").
Acho que você está dando o(s) primeiro(s) passo(s): falar sobre seu sofrimento e tê-lo reconhecido pelas pessoas; ainda mais identificando os fatores sociais (machismo, misoginia).
Bom, o complicado aqui é que tem gente demais dando "palpite" em tom de imposição MORAL: "EU faria isso", "você DEVE fazer aquilo". Mas... vamos a questões mais importantes.
INTERESSANTE [digressão (?)]:
o seu irmão, com 12 anos, é considerado uma criança (ECA).
Se fosse umA professorA a apontar o comportamento violento e abusivo dele, a "culpa" do "problema" seria atribuída a elA, segundo o discurso generalizado de senso comum (inclusive senso comum intelectualizado) sobre educação.
Não posso colocar em palavras aqui os adjetivos com os quais qualificaria seus pais.
Além de violentarem você e sua irmã por 15, 20 anos, há 12 anos eles se empenham em criar um MONSTRO. Isso é crime. Infelizmente ainda existe uma "crença social" de que os pais têm direito de "educar" da maneira como bem entenderem, o que impede qualquer intervenção DA SOCIEDADE sobre a "FAMÍLIA" nos casos em que a família ENSINA violência.
Ainda estamos na fase (e ainda bem que chegamos até aqui, lembremo-nos de como era tratada a questão da violência contra criança/adolescente há 30 anos) de reconhecimento das crianças/adolescentes vítimas de violência "direta". Falta muito para começar a apurar os casos de crianças vítimas de APRENDIZADO de violência (ambiente impróprio) - e isso é mais complexo, pois já no final da infância (e até antes), a pessoa nessa situação já pode ter se tornado um AGENTE de violência (e não acho, de forma nenhuma, que deva ser desresponsabilizado, nem em casa, nem na escola, nem na rua etc.).
acho que realmente você deve ir na polícia, conversar com eles não resolve. O que as mulheres da sua casa sofrem é violência doméstica. Denuncie e suma daí.
seu irmão merece uma vingança particular. Foda-se que é criança e que recebeu uma educação torta. Na próxima vez que ele aprontar algo com você, coloque laxante na bebida dele. Muito. Faz ele implorar por um intestino novo. E deixe claro pra ele que foi você quem provocou isso e que da próxima vez não vai ser laxante, vai ser veneno mesmo.
(PS: não concretize a segunda parte do plano pra não complicar a sua vida. bem que seu irmão merecia).
Como já comentado, o passo mais importante agora é tentar sair desse ambiente, mas SÓ VOCÊ pode dizer o quanto/como está preparada para isso.
Há pessoas e pessoas (ainda bem).
As alternativas dependem FUNDAMENTALMENTE de COMO você se sente afetada neste momento:
Por exemplo, quanto AO DETONADOR das suas crises de pânico. Não adiantaria arrumar um trabalho no qual, de alguma forma, sua mente criasse associações com alguma das vivências violentas, e o trabalho passasse a detonar crises de pânico.
É preciso avaliar com MUITO CUIDADO, junto a um/a terapeuta.
Cada um caminha como PODE (e que ninguém venha botar "você DEVE isso", "você DEVE aquilo").
Tem gente que encontra SUA PRÓPRIA saída por exemplo, ao passar fome para pagar aluguel (como exemplificado acima).
Outras, têm um/a familiar/amigx que se dispõe a intervir (o que é bem raro - já vi uma única vez); outras vão vender bala no semáforo e morar em um barraco sozinha (sem aprendizado prévio de como viver essa realidade); outras, encontram saída econômica na prostituição (nos casos de mulheres com histórico de violência familiar, o que é comum na prostitiução, recria-se o ciclo de violência, já que o fundamento dessas práticas sociais é a misoginia: violência contra a mulher, mulher como propriedade e afins.) etc. etc. etc.
Se já estiver fazendo terapia, ótimo, pois é bastante mais provável que você dê um passo de cada vez, com conhecimento de causa (de si e das circunstâncias exteriores), o que evita a progressão desse tipo de Transtorno de Ansiedade que é a Síndrome do Pânico.
Sou homem, 21 anos, e vivo uma situação parecida, mas sem a parte da violência (que nunca houve).
E digo:
Tudo isso só ocorreu por culpa da sociedade, mais especificamente sobre a pressão social exercida no HOMEM e na MULHER. Pressão esta que obriga casais insustentáveis se manterem juntos. Não teria sido muito melhor se eles tivessem se separado logo cedo? Cada um indo buscar a felicidade com outros parceiros? Pq eles insistem em manter as aparências? Pq eles têm medo de mudar? Até hoje quero q meus pais se separem e vão viver suas suas vidas cada um em um canto.
Quanto a vc, N. :
Num primeiro momento, quando vc era criança, devido sua inocência, vc cometeu um erro comum (que eu também cometi) tentar salvar o casamento dos seus pais... Hoje sei que se o casamento está ruim isso é um problema deles e a culpa é inteira deles, nunca foi nossa.
Segundo: Parabéns pela aprovação na faculdade (também estou na melhor faculdade do meu estado)!!! Mesmo no fundo do poço vc deu a volta por cima e conquistou seu futuro.
Terceiro: Lembre-se que embora existam laços de sangue, cada ser humano (adulto) nesse mundo é somente responsável por seu PRÓPRIO destino. Nunca se responsabilize pelo erro de ninguém. E saia o quanto antes dessa casa, não tente consertar nada e nem ninguém, se os outros estão errados, isso é problemas deles.
Meu Deus, isto está mais para filme de terror!!!É desta hipocrisia que a sociedade gosta:homem casado que se satisfaz sexualmente com outras mulheres, mulher corna mansa, filha empregadinha, filho que bate em todo mundo.Daqui há pouco já estará em um puteiro com 13 anos!!!
Que horror!!!Como o machismo faz mal, muito mal as pessoas!!!
Seria uma irresponsabilidade te "aconselhar" a sair contando para todo mundo, fazer escândalos.
Isto porque a EFETIVIDADE dessas ações para a SUA SITUAÇÃO depende de como é esse círculo social.
Tem gente (de direita, de esquerda etc.) que NÃO TEM CORAGEM de encarar; que vai fingir que não é nada demais; que vai te dizer que você é que está exagerando.
Isso pode gerar ainda mais opressão: porque se tiver a seu lado pessoas que negam o caráter extremamente violento da sua família, o PESO da opressão se multiplica, seus agressores ganham aliados, legitimadores da violência.
Isso aí nao é família tradicional, não. Seu pai é um IRRESPONSÁVEL.
Gente na boa...todo mundo aqui falando pra N sair de casa. Com a melhor das intenções, eu sei. Mas uma coisa que talvez alguns não pensam:
- Quem tá na faculdade fazendo 10 cadeiras e bolsa de iniciação cientifca vai arranjar emprego como? E quanto que ganha a N na bolsa? Geralmente bolsas de IC é uma merreca que nã paga a metade de um aluguel! Que dirá pagar contas, comida, etc...Sei que o pessoal sugeriu ela sair de casa com a melhor das intenções, sei disso. Mas para pararmos pra pensar na situação global da N.
é Muito facil falar "ahh arruma um emprego", ah "sai de casa"...talvez pra N não seja assim tão fácil para a menina!
Tem razão, Bru Holmes.
É muito fácil falar pra N. sair de casa. Se ela abandonar IC para trabalhar (para pagar aluguel), perde oportunidades dentro da Faculdade/Universidade - logo, compromete uma melhora nas condições econômicas futuras.
MAIS QUE FUNDAMENTAL
o comentário de Sara
(28/03/2013, 21:21):
"(...) caso vc não tenha mesmo outra saída, nunca se esqueça de não se colocar mais em situação de dependencia, procure sua realização profissional, mesmo depois de casada".
"Por melhor q seja seu namorado, se vc se tornar dependente dele é provavel q ele mude o comportamento com vc, é muito comum isso acontecer"
MAIS QUE FUNDAMENTAL (II):
"(...) procure um terapeuta, ninguém sai incólume de uma história como essa..."
Telma e Louise, 28/03/2013, 11:34
"(...) Apenas procure uma ajuda psicológica. Se você foi diagnosticada com síndrome do Pânico, acredito que já deva ter este acompanhamento. Apenas gostaria de frisar que ele é fundamental.(...)"
Mirella 28/03/2013, 11:43
Gente, que absurdooo! Por muito menos eu virei a ovelha negra da família, totalmente da pá virada, mas vejo que minha familia é uma BENÇA #Cleycianne feelings. Esse é o modelo de família nuclear patriarcal que tanto defendem... Tomara que isso acabe!
Querida, só quero deixar um grande abraço. Estou torcendo pra você sair dessa situação o mais rápido e da melhor forma possível. Muito triste a sua história, estou muito sensibilizada. Desejo um futuro feliz ao extremo, pra amenizar suas feridas.
Que história horrível. Sua mãe me lembrou o filme Precious. Não por causa da situação específica, mas porque no fim, quando a mãe da Precious é obrigada a falar com a psicóloga, a gente vê como ela é fraca, confusa e infeliz. Sua mãe é uma pessoa que dá pena e raiva ao mesmo tempo. Mas a raiva ganha, por ter jogado suas frustrações em cima dos filhos. Pode até ser que um dia ela se arrependa, mas não espere para ver. Cuide da sua vida, saia dessa casa e ajude a sua irmã a sair também. Parece que você já está no caminho certo.
Eu não acho, gente. Eu acho que ela tem que ficar quietinha.
Moça, nunca passei por algo assim, mas eu te entendo.
Não se sinta culpada por não reagir, não é tão fácil assim, eu compreendo.
Eu creio que você deve terminar sua faculdade tentando ser o mais invisível possível na sua casa. Aí, quando tiver um bom emprego (e terá, pois é muito esforçada e estudiosa <3 ), aí você sai de casa e denuncia as atrocidades. Mas primeiro você precisa pensar em si.
Pense na sua saúde emocional e física. Seja egoísta sem ressentimentos, porque é necessário.
Minha psicológica certa vez me contou essa história:
Visualize de verdade a seguinte situação: Você está dirigindo numa estrada à noite, está tudo escuro e portanto você está prestando bastante atenção.
Você vê que ocorreu um acidente e não há ninguém por perto para ajudar. O que você faz?
PARE E PENSE.
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Você provavelmente pensou algo como: "eu paro meu carro e vou lá ajudar, ver se tem alguém ferido, e tal" ou algo parecido, né?
Ok, mas é uma estrada à noite. E se outro carro desavisado não perceber o acidente, bater em vocês e você se machucar? Você estará em condições de ajudar alguém? Não...
Bem, os bombeiros aprendem que: Antes de tentar ajudar, tenha certeza que VOCÊ está bem para tentar ajudar, está seguro.
Portanto, o procedimento correto para esse tipo de situação é mais ou menos isso:
1) Parar o carro no encostamento e deixá-lo com as luzes e faróis ligados.
2) Sinalizar o local.
3) Chamar a ambulância.
4) E só depois, tentar ajudar no que for possível.
Entende o que quero dizer? Você não vai conseguir ajudar ninguém enquanto não se reestabelecer. Então faça o melhor por VOCÊ :)
Esse post doeu em mim.
Você estuda na melhor faculdade do estado, tem bolsa de IC... Menina, teu futuro é brilhante! =)
Nossa...esse foi com certeza um dos posts mais pesados do blog. O seu irmão é a junção de tudo que eu desprezo no universo, e eu queria poder morar aí, perto de tu, com uma casa bacana, pra poder te chamar pra morar junto.
Você é uma guerreira, mulher. E não desista, porque essa sua batalha vai terminar logo.
Concordo com a amiga ali embaixo: tente ser o mais invisível possível. Sim, é horrível, e a sensação de impotência é nauseante, mas acredite em mim...tenho amigos nessa situação(e já estive nela, mas em níveis menores e nunca por tanto tempo quanto tu) e se rebelar e falar tudo não vai dar certo. Porque esse tipo de gente(com todo o respeito) dificilmente vai mudar a mentalidade, e as chances de isso acontecer contigo dizendo a eles é menor ainda. Então fique pianinho por uns tempos até você ter um dinheirinho na conta e terminar a facul. E aí VAZE DAÍ. VAZE MESMO. QUANTO MAIS LONGE MELHOR. ARRUME UMA CASA NO OUTRO LADO DA CIDADE, MORE EM UMA REPUBLICA DE FACULDADE, VÁ PRA OUTRO ESTADO. Eu sempre fui "desapegada" dos pais(pai distante e a minha mãe sempre dizia pra eu nunca deixar de ir pros lugares por causa da família - e hoje meu sonho é viajar mesmo), então não sei como você reagiria(apesar de tudo que acontece, tem muita gente que ainda sente falta dos pais e tal) mas mesmo se você tiver saudade(e num nivel economico, passar apertado, etc.) MUDE.
Ah, e se você algum dia se sentir culpada por não sentir saudade dos pais, ligar menos que deveria, visitá-los menos que deveria - NÃO FIQUE. Você estará mais do que correta fugindo o máximo que pode. Não existe isso de "apesar de tudo são meus pais". Não é ingratidão se afastar do que te fez(e faz) mal. Apareça um dia no natal e depois vá embora. E principalmente, se cerque de pessoas que te fazem bem. Se possível, de feministxs. De gente que te entende. Seu namorado já é uma ótima pessoa, pelo que você disse. Esse é o caminho. Se liberte, garota. A gente confia em você!
E se um dia precisar conversar com alguém, estamos aí! Sororidade é pra todas as horas.
Querida N. , muito tocante e sofrida a sua história . Vc nao citou se buscou ajuda psicológica para tratar destas feridas. Aconselho que faça isto. Foram coisas muito graves em diversos setores e numa fase de desenvolvimento ainda precoce. Oferece-me p comunicar-me c vc caso precise. A Lola tem meu e-mail, mas segue meu tuiter @baindemar . Coragem! Receba meu abraço.
Sei que pode ser difícil, mas encontre um emprego e tente sair dessa casa. Vá morar com amigas ou colegas da faculdade, vá ter um pouco de paz.
Como N. sem querer disse seu nome num comentário já deletado, e outras pessoas passaram a se referir a ela pelo nome, vou deletar esses coment, para tentar preservar seu anonimato.
Portanto, Jols joks disse em 28/3:
Para N.
QUerida, sei que é difícil julgar sua situação, mas, eu te aconselho.
SAIA DE CASA!!!!
Se o sue pai encostar a mão em você, o LEVE PRA DELEGACIA!!
Ele é seu PAI, não seu CARRASCO!!
Ele ser seu pai, NÃO dá o direito de ele te agredir e humilhar.
NÃO TENHA MEDO de fazer ESCÂNDALO!!
Desculpa, mas, teu pai não tem MORAL pra te exigir NADA!!!!
Quanto a tua mãe, sei que ela é sua mãe e vc tem pena dela, mas, vc não pode passar por uma vida de agressões e humilhações por causa dela!
Vc deveria conversar com ela(claro antes de sair de casa) porque ela acha que é OBRIGADA a suportar as traições do marido e as agressões do filho.
Quanto ao seu irmão, eu tenho PENA DELE! Tenho pena do futuro pseudo-homem que ele está se tornando!
Se ele já se revela um adolescente agressor, machista e sem caráter, e além disso, um PERVERTIDO que se masturba na frente da própria irmã e diz indecências pra ela, imagina quando for um homem adulto?
Ele acha que ficará sempre impune?!
Ele acha que se agredir, estuprar ou matar uma mulher(afinal se ele NÃO respeita mãe e irmã, imagina mulheres com quem ele não tem parentesco?) vai ficar IMPUNE?
Por mais que as leis do nosso país sejam fracas, há leis. E me desculpe a franqueza, mas, seu irmão NÃO sabe e torço pra que NUNCA saiba o "tratamento especial" que dão na cadeia pra agressores e estupradores de mulheres.
O que vc tem que fazer? Antes de sair de casa, peça AJUDA!!!!!
Chame parentes, amigos, amigas e até mesmo seu namorado e diga na cara do teu pai e do teu irmão que tá saindo de casa por culpa DELES!
SEu pai não tem medo de escândalo? Faça!
Afinal, imagina se vc fosse uma criança ou adolescente que sofresse abuso sexual(apesar de vc ter uma rotina cruel de sofrimento, existem pessoas que sofrem degradações e violência ainda mais cruel e covarde!)? E contasse pra sua mãe, e esta não te apoiasse? Vc ficaria calada?
De certa forma, seu irmão se masturbar na sua frente, te chamar de "puta" e mandar vc ficar de 4 é SIM, um tipo de abuso sexual! E ele ser "menor de idade" NÃO é desculpa pra ser CANALHA!
Diga na frente de TODOS o que vc sofre! Diga que seu pai deixou vc ver conteúdo pornográfico de conversa com as amantes dele. Diga que ele só a maltrata, que ele deixa seu irmão a agredir, que ele deixa o irmão agredir sua própria mãe!
Conte o que vc está passando na mão deles!
Todo covarde tem medo de pessoas que reagem.
REAJA GAROTA!!!!!!!!
Vc é uma mulher, não um inseto a ser pisado!
Força.
Abraço.
Sara disse em 28/3: “N o casamento não é a melhor forma de conquistar sua liberdade, falo por experiência própria.
Mas caso vc não tenha mesmo outra saída, nunca se esqueça de não se colocar mais em situação de dependencia, procure sua realização profissional, mesmo depois de casada.
Por melhor q seja seu namorado, se vc se tornar dependente dele é provavel q ele mude o comportamento com vc, é muito comum isso acontecer.
Espero q vc encontre a felicidade, resgate sua auto estima, e fique livre de qualquer coisa q possa te prender novamente.”
"Que se o banheiro estivesse com pingos de agua no tapete, eu era uma má filha. Que, se eu derrubasse um copo, eu era burra."
Cresci me sentindo assim e era com toda a minha família. Meu pai não me permitia tarefas domésticas até os 15 anos; não podia nem ir Pa padaria com essa idade. Eu cresci sem saber fazer nada, me sentindo uma inútil e levava puxada de orelha de todo mundo quando deixava cair um copo ou quebrava algo ou não pendurava um roupa direito ou não lavava um prato. Parentes me achavam riquinha e mimada. E nem era isso tudo. Tomavam coisas de mim, com a desculpa de que meu pai podia me dar outro.Bullying na família é péssimo, mas sei que isso nem se compara com o que passou.
""Apesar de todos os esforços dele, eu continuo me achando feia. E estou tão cansada de achar que sou burra. Estou tão cansada de pedir desculpas MIL VEZES por dia, porque eu sempre acho que quando algo dá errado, seja na faculdade, seja com meu namorado, seja com minhas amigas... eu acho que é minha culpa.""
"Na minha cabecinha infantil, se eu fizesse tudo certinho, meu pai não me bateria. "
Meu começo de namoro foi assim. Ainda tenho muito disso na minha relação com as pessoas. Pedindo desculpas, vacilante aqui e ali!
Se eu fizesse tudo certinho, meus parentes não brigariam comigo. Se eu não falasse besteiras, ficasse quieta ou falasse o que eu achava que eles queriam ouvir,então, ninguém gritaria comigo,diminuiria minhas opiniões, me chamaria de burra, me mandaria calar a boca ou falaria que eu nunca vou conseguir fazer isso ou aquilo.Ainda tenho dificuldade para falar o que sinto sem ter medo de ser rejeitada e isso dói muito!
Até hoje, não termino nada do que começo, me mete em encrenca por nada e tenho uma habilidade nata para me autossabotar!
Acho que esse é autorretrato dos que sofrem abuso, querida : só precisamos nos responsabilizar e nos desculpar se nos sentirmos culpados e responsáveis por algo, mesmo que não seja verdade. Desculpe chamá-la de querida...sei que não te conheço. É que eu sinto vontade de te abraçar,chorar com você e dizer que você é linda,sim!! E que a culpa NUNCA,NUNCA.ABSOLUTAMENTE EM NADA E NUNCA É SUA! E não preciso nem vê-la para saber que é linda. Temo por sua segurança, e por sua intimidade. E o que pode acontecer com você ou sua irmão quando seu irmão ficar mais velho. Sinto muito em falar que seu irmão pode não estar longe do perfil de um agressor sexual. Ele se masturba na sua frente. Que pessoa faz isso? Avise ao seu pai, diga que quer que isso pare! Não deixe ninguém te humilhar!
Procure um estágio,já que está na faculdade. Tenha seu dinheiro. Não se case para fugir disso, mas, se achar que está melhor na casa de seu namorado, tenha um plano b forte na mente. Um dinheiro guardado, parentes ou amigos que podem e querem ajudar. Não tenho dúvidas de que as meninas aqui se uniriam para ajudar você. Eu creio que sim!
Beijos! Estamos na torcida e no aguardo de notícias suas!
Triste relato, triste mesmo. Mas definitivamente este modelo de familia nao representa o modelo tradicional....tal opressao nao e defendida por ninguem!!!
Venho de uma familia tradicional, perfeita? nao. Mas somos felizes e respeitamos uns aos outros, nunca ouvi sequer meu pai levantar a voz pra minha mae, que por sua vez sempre me ensinou a dispensar na hora qualquer homem que ameacasse levantar a mao p mim. Tenho 25 anos, ja sou casada. Como a moca do relato tb tenho uma irma e um irmao mais novos. Meu irmao jamais nos trataria com tal desrespeito. Meus pais ensinaram aos 3 filhos acima de tudo o RESPEITO. Por favor, nao generalizem. Esse triste relato e o exemplo de uma familia problematica.....infelizmente. Mas isso nao significa que TODAS as familias tradicionais vivem essa OPRESSAO em casa. Pasmem, meu pai e militar, pastor e psicanalista E SOMOS FELIZES...Na minha casa piadas machistas e homofobicas nunca tiveram graca, RESPEITO e a base. Desculpe o desabafo.
Oi Lola, eu tou sempre aqui lendo o bloguinho mas, talvez por timidez, nunca comentei direito (quiçá só um ou outro comentário perdido por aí rs).
Mas esse post me tocou tanto que quis comentar algo... porque, apesar de minha situação ter sido diferente, ao mesmo tempo tem várias coisas em comum com a da N. Me identifiquei tanto. E infelizmente esse tipo de abuso por parte dos pais é muito mais comum do que se imagina... eu tenho uma amiga que sofre algo parecido, nas mãos da mãe.
N., tudo o que posso dizer é que desejo do fundo do coração que você se liberte dessa situação o quanto antes e supere todo o dano que sua família te causou. Força! Não se deixe vencer pelo cansaço, corre atrás dos teus objetivos, que um dia as coisas melhoram. :)
E mais importante, tente se lembrar, diga para si mesma sempre que NÃO é tudo culpa sua, que você é esforçada, inteligente e forte. Tente se aceitar e se perdoar sempre que você se sentir culpada por algo.
Isso é mais fácil falar do que conseguir, por isso, como já comentaram, procure sim um apoio psicológico o quanto antes possível, e também todo o apoio das pessoas que te amam.
Eu não conheço você, mas só de ler o seu relato, dá pra perceber o quanto você é forte e boa. Com tudo o que você passou, você não se tornou uma pessoa cheia de ódio e violenta, e está aí, aos poucos caminhando em direção ao fim do túnel. Torço muito por você.
Já sobre o seu irmão, cara... isso me doi, me dá tanta frustração e raiva quando eu vejo crianças tornadas futuros adultos problemáticos (eufemismo), por culpa principalmente de pessoas que não deveriam nunca ter sido pais. Só torço pra que ele cresça e de alguma forma amadureça e vire uma pessoa melhor.
você vai conseguir sair dessa casa e construir um lar para você. eu sei que, se você quiser ter filhos, os seus serão muito melhor tratados e com muito amor... muita força! procure fazer análise. não deixe de lutar. =D
Filha, você já tem 20 anos. Da próxima vez que o seu pai tentar te bater vire a cara dele do lado avesso, o mesmo vale pro seu irmão. Garanto que funciona. Fiz isso uma única vez com meu pai e ele aprendeu. Vê lá se eu ia deixar meu irmão caçula ou mais velho ou (what ever) me bater... Um bom gancho de direita vale mais. A propósito, 20 aninhos já tá grandinha né fia. Junta suas trouxas e sai de casa que é mais negócio pro cê.
Que relato !! Eu te admiro por ter tido coragem de falar sobre esses abusos. Tu estas em uma familia totalmente desequilibrada. O ideal seria tu poderes sair de casa, mas entendo que durante a faculdade possa ser bem complicado.
Chutar o balde tb pode ser arriscado, pois o clima na tua casa pode piorar muito. Mas o que eu achei o fim da picada é o comportamento de um pirralho de 12 anos. Eu nao sei qual é o tamanho dele, mas eu revidaria.
Enfim, aguenta firme, tenta "arejar" a cabeça frequentando outras pessoas, outros circulos. Amigos sao muito importantes nessas horas.
Querida,
O relato sobre o funcionamento da sua família é muito pesado, mas acredito de todo meu coração que vc vai se recuperar totalmente dessa criação doentia, pois vc é grande, é saudável e possui amor!
Eu também sofri alguns abusos psíquicos, mas muito mais leves que os seus. Meu pai é uma excelente pessoa, mas é infantil e funciona de uma maneira doentia as vezes, minha mãe é alcoólatra e por muito tempo eu a culpava pela sua doença, pois era afetada por ela tb.
Mas hoje, após sair de casa (melhor coisa do mundo), consigo perdoá-los e tento me perdoar também.
Amor, paz e bem!
Eu juro que se eu fosse o namorado dela eu metia uma sova no pai e no irmão dela ao ponto de botar eles no chão e quebrar o braço deles e ainda compraria um canivete e ameçaria os dois para eles não encostarem nela e nem na irmã esses dois são uns monstros
Sou estudante de psicologia e, durante minha vivência como terapeuta na clínica escola da faculdade, me deparei com alguns casos de violência e abuso nas famílias. Que bom q vc se deu o direito de ter contigo um homem q não te trate como teu pai fazia com tua mãe.... Isso já é uma grande conquista. Conheço mulheres q por verem a mãe ser desrespeitada a vida toda, acham q para elas, so resta repetir a história da mãe por não se achar, ela própria,merecedora de ser feliz. Por favor, nunca se sinta culpada pelos erros alheios e nunca abra mão das suas vontades e seus desejos com médio de perder e decepcionar o homem "ideal". Por favor, apesar de vc gostar muito do seu namorado, nunca se deixe dominar pelo pensamento de q vc não o merece ou q vc seja pouco ou menor do q ele. Sei q deve ser difícil sair de casa e q talvez vc se sinta presa nesta teia maligna, q talvez vc não queira ou não consiga ou se ache muito atrevida por pensar em "abandonar o barco" mas... Se arrumar uma força, faça isso logo! E te aconselho a não sair de casa "pra casar". Saia de casa, construa seu cantinho, divida com uma amiga as despesas, mas antes de tudo, procure conhecer quem vc é longe de tudo isso q tem sido tua vida até hoje. E qdo puder, ajude sua irmã pq certamente ela tb precisa. Te desejo força, muita luz e paz de espírito. E.... Vamos à LUTA!!!! ;)
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