quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GUEST POST: PRECONCEITOS COTIDIANOS NO MUNDO LÉSBICO

Hoje é o Dia da Visibilidade Lésbica, um dia para todxs nós lutarmos contra a homofobia e o machismo (que sempre andam juntos). O Movimento Mulheres em Luta escreveu um bom texto sobre a importância desta data.
Já publiquei vários guest posts sobre lesbianismo, como este da Aoi Ito sobre sexo entre lésbicas não ser fetiche, este sobre como Susanna se descobriu lésbica, este também, só que da Linda, este da Renata sobre ter orgulho da sua orientação sexual, e esta bela resposta da Two of Us a trolls, entre outros. Tantos que todo dia o pessoal que acha que toda feminista é lésbica diz pra mim: "Sua sapata!" -- e eu respondo como uma aluna lésbica me ensinou: "Seu hétero!" Minha grande alegria foi ter sido chamada de meio lésbica. Um dia eu chego lá.
Hoje publico um guest post um pouco diferente, que fala do preconceito entre as lésbicas (a gente sabe que existe). Foi escrito por Letticia, lésbica e feminista de 30 anos, que nasceu em Gurupi-GO, que no meio do caminho virou Gurupi-TO. Sua família ainda mora lá, mas Lettícia andou por Goiânia, Campinas e Paris, onde mora hoje.

Tive a ideia de escrever estas notas motivada por dois fatores: um texto que li não faz muito tempo aqui, e que falava de alguns dos preconceitos recorrentes no “mundo gay” masculino; e por conversas que tive faz pouco com duas amigas, as quais, cada uma a sua maneira, pareciam achar (talvez como muita gente?) que um relacionamento entre duas mulheres (fosse longo ou breve) era um verdadeiro mar de igualdades... uma espécie de miragem que sim, eu fiz o favor de destruir! Antes eu não tivesse argumentos para fazê-lo!
Para além dessas duas motivações, é claro, também há muito das minhas próprias frustações, quem sabe até de um emaranhado de dores das mais variadas? Dores intímas, dores de militante ainda debutante, e de quem há um tempo um pouco maior vem trabalhando com leituras de teóricas feministas e lésbicas (meu mestrado dialogava com essas questões). E neste tempo, digamos, teórico, isto é, em que eu nunca havia me relacionado com uma mulher, confesso que já sentia uma certa estranheza, uma desconfiança, diante dos trabalhos que descreviam as relações entre mulheres como uma em que reinava a igualdade plena. Sei  bem que muitos desses trabalhos inserem-se num contexto político manifesto e cuja importância acho inegável (digo isto já que para mim a dimensão política está sempre em jogo), mas, enfim, não é sobre isto que quero falar aqui. Quero falar de algo mais simples, de conversas que tive, comentários que ouvi, posturas que observei. Mas talvez alguém deva estar se perguntando: por que falo de Paris? 
Cheguei em Paris em outubro de 2009 para fazer doutorado em História e, antes disso, havia tido apenas uma namorada que não conheci em nenhum contexto LGBT específico. Morávamos em cidades nas quais havia pouquísimos lugares voltados especificamente para um público lésbico, somado ao fato de que não tinhamos carro (o que dificulta um pouco saídas noturnas no interior de São Paulo, onde não há ônibus noturno) e tampouco muito dinheiro (sim, só estou em Paris porque tenho bolsa de doutorado!). Só passei a frequentar bares e boates lésbicas em Paris, também já na companhia de uma namorada que tive há um tempo e que gostava bastante de sair com as amigas para dançar. Devo dizer que é bastante confortável sair em lugares em que um simples gesto de carinho seu em sua parceira não vai provocar uma baita sensação de constrangimento, nojo, desejo de um outro homem (estamos ali para despertar desejo masculino, não?)... O nome disso seria agressão? Foi assim que me senti algumas vezes em contextos e lugares os mais variados: eu não manifestava carinho para não “agredir” as pessoas que estavam a minha volta, mas elas já me agrediam pelo simples fato de me fazerem pensar assim!
Bem, além de passar a frequentar a noite lésbica parisiense, pude conviver com uma série de mulheres lésbicas (a grande maioria com mais de 30 anos, minha própria faixa etária), amigas da minha ex, e foi aí que observei a mim mesma, ouvi e participei de conversas. E antes que possam pensar que se tratam apenas de doutorandas como eu -- não. São mulheres das mais variadas profissões, escolaridade, países, negras, brancas. Então vamos, finalmente, às notas parisienses, as quais acredito, poderiam ser parecidas em tantos outros contextos.
“As aparências enganam”/Tipologias: Há para além de uma série de classificações que vão desde lésbica feminina, masculina, femme, butch, caminhoneira (sim! Em francês há também este termo), gouine, toda uma série de classificações dentro das quais, se há espaço para uma série de discussões políticas identitárias bem interessantes, há também uma série de preconceitos. Masculina com masculina?! “Dá até nojo, nem pensar... É feio, não combina”. Mas imaginem! É mera questão de “gosto pessoal”? 
Mas sim, na França, para quem incomodar possa, há muitos casais de meninas consideradas ou que se consideram masculinas. Seja lá o que se entenda por masculino e feminino: cabelo curto, ausência de maquiagem, salto alto, vestido, unhas feitas etc versus cabelo longo, maquiagem salto, vestido, saia etc. Eu? Sou feminina, mas bem que poderia me cuidar mais. As pessoas (incluido eu aqui!) são bem mais complexas que seus próprios conceitos e preconceitos! E mesmo quem se diz masculina, feminina, butch, femme etc na verdade esbarra sempre com os limites de cada uma dessas categorias!
Sexo e machismo: você é ativa (em geral as lésbicas mais “masculinas”) ou passiva (em geral, as “femininas”, claro!) na cama? Se deixa ou não penetrar pela parceira? Penetra? Quer que ela goze sempre? Senão para quê sexo? Senão não valeu? O que seria sexo -- eu pergunto. Alguém aí já se questionou? Ativa, passiva, “boa de cama”... Essas classificações fazem mesmo sentido? Ou a gente estabelece dinâmicas diferentes de acordo com as pessoas (tempo, intimidade, diálogo) com quem vai se relacionando? Não seria mais gostoso assim? 
Por isso não, disse eu as minhas queridas amigas, o mundo lésbico não é um reino onde impera a absoluta igualdade. Nem é espaço de absoluto diálogo. Aliás, alguém aí já ouviu um homem dizendo que sexo entre duas mulheres é bonito de se ver porque é mais delicado? Pura bobagem! Fazemos sexo e ponto. E, neste caso, felizmente, tem para todos os gostos. E acreditem, às vezes é para nosso próprio prazer e não para apreciação de um terceiro, ou quem sabe de uma terceira. 
Ah! e tem as meninas que ficam com meninas que são “fáceis”, “putas”...
Misoginia: sim, tem muita misoginia também! Quantas vezes eu não ouvi: “isto é bem coisa de mulher”. Piada, não entendeu? Eu é que não tenho senso de humor! Ou tenho um diferente? Ouvi isto de mulheres lésbicas, que gostam de mulheres! Ah! Mas os homens héteros também gostam e dizem isto. Já ia me esquecendo: alguns gays também justificam a sua escolha por homens porque veja, mulheres, com suas “coisas de mulher” (o singular torna a coisa mais perigosa ainda), não dá! E que piada engraçada de dar dor na barriga. Ouvir isto dentro de um grupo de amigas lésbicas e gays, então...
Bissexuais a evitar!: E antes que isto daqui fique longo demais, lembrem-se meninas que como eu gostam e sentem desejo por outras mulheres: nunca confiem em garotas bissexuais, pois elas sempre, mais cedo ou mais tarde, trocarão você por um homem. E sabem por que? Porque claro, todas elas nunca vão ter coragem de socialmente sair da zona de conforto de ter uma relação hétero, socialmente bem mais fácil (em muitos aspectos é sim, mas sempre? E intimamente?), e porque homens têm pênis de verdade! Eles sempre vão ganhar na cama porque, claro, o prazer proporcionado pela “verdadeira” penetração é o auge do sexo e do prazer sexual para todas, não? 
Conheci e conheço lésbicas incríveis em Paris, namorei e amei imensamente  especialmente uma delas! São e não são estas mesmas de quem ouvi alguns dos comentários de que me servi como materiais de notas. Pessoas como eu, diferentes de mim... E vamos conversando e nos repensando!  É este o objetivo deste post!

52 comentários:

Daniel Vieira disse...

Por favor, Letticia, diga que você estava só brincando quando falou pra ficar longe de bissexuais, porque "elas sempre, mais cedo ou mais tarde, trocarão você por um homem". Vindo de alguém que luta pra combater preconceito e tal, um comentário generalizado desse tipo não ajuda muito. E leia seus parágrafos anteriores, onde você critica entre outras coisas generalizações injustas.

Tirando isso, bom texto. Mas fiquei realmente incomodado com o último parágrafo. Não foi uma boa forma de terminar o texto.

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A todas, mudando de assunto, eu reconheço a importância de usar termos neutros, como a tentativa de escrever "muitxs". Mas eu fico meio incomodado porque "muitxs" não é algo que dá pra falar. Não existem outras alternativas mais "sonoras"? Em inglês tem aparecido os pronomes "ze" para substituir o he/she e hir para his/her. Pode ser frescura minha, mas basicamente esse é o único motivo pra que eu não use ainda termos como "muitxs".

lola aronovich disse...

D-Dimensões, eu pensei que estava claro que, em vários momentos do texto, Lettícia adota um tom irônico. Perceba como tudo que ela diz sobre bissexuais é irônico.
E concordo que coisas como @ e x (muitxs) são feias e não dá pra falar (teria que ser lido como muitas e muitos). Mas precisamos encontrar uma saída para uma língua menos sexista. Vou escrever um post sobre isso, porque até então eu estava usando @, até que recebi email de uma mulher que é deficiente visual pedindo pra eu parar.

Luan Crespo disse...

Lettícia,
Muito bom o seu post, atinge exatamente o objetivo de humanizar e problematizar a comunidade lésbica, além de colocar a sempre saudável pulga atrás da orelha "porque dentro dos grupos marginalizados repetimos a segregação e preconceito social que sofremos?".
Lola, vou contar uma historinha rápida:
Estou fazendo uma punição alternativa autoimposta no seu blog.
Dois dias atrás, numa mesa de bar fiz um comentário bastante ofensivo sobre uma garota da minha academia. Imediatamente uma amiga presente me chamou atenção. Relutei um pouco mas acabei admitindo meu erro, e fiquei encucado com o porque de dizer aquilo, sem pensar, na frente de todos. Decidi ir fundo e ler muito algum blog feminista para cair na real, e acabei aqui. O que era para ser uma punição virou um prazer incrível, encontrar opiniões sinceras e humanistas como as suas foi uma alegria imensa!
Detalhe (mais ou menos sórdido): Sou gay, negro e me considerava com uma postura bastante progressista em relação aos direitos da mulher. Mas percebi que tenho muito machismo a eliminar em mim e seus textos foram o pontapé inicial ideal.

Resumo da Ópera: Me retratei com as amigas da mesa, pedi que me corrijam sempre que eu fizer comentários ofensivos, e posso dizer sem sombra de dúvida que o que vc faz aqui é muito importante! Me tornei seu seguidor e leitor e repensei minhas atitudes! Continue neste caminho e um grande abraço!

Daniel Vieira disse...

É, possivelmente eu fui meio precipitado mesmo. É que sou meio devagar pra perceber ironias, hehe. As outras percebi. A desse último parágrafo ainda estou meio confuso, se é só ironia mesmo ou se tem um fundo de verdade ali, tipo uma "brincadeira séria", sabe?

Nanda disse...

Eu também percebi claramente a total ironia do parágrafo sobre bissexuais, e é isso mesmo. Há um preconceito enorme com o pessoal BI porque "é bi de ocasião", "bi de balada", "enrustida (o)", "indecisa (o)" etc, etc. Argumentos utilizados tanto por héteros quanto por gays.

Anônimo disse...

é..... a misoginia e machismo contaminam TODOS OS AMBIENTES....
que dureza.

Bruno S disse...

Não é porque um grupo ou pessoa é alvo de preconceito que ele não reproduzirá os preconceitos da sociedade em que vive.

Entrando no caso dos relacionamentos, onde muitas vezes existem relações de poder entre os envolvidos, não haveria porque não existirem papéis diferentes entre lésbicas.

André disse...

É só trocar o "o" e o "a" por "i". É rápido, fácil e homenageia um grande cara.

Daniel Vieira disse...

@Luan, pois é, podemos ter preconceitos dos mais absurdos. Eu já conheci um gay que achava que gay não podia casar mesmo não, e adotar filhos "deus o livre!"

Livia disse...

Lola, voce viu isso? Absurdo!

http://www.huffingtonpost.com/paul-slansky-/paul-ryan-said-something-_b_1832377.html

Flavio Moreira disse...

Oi, Letticia, oi, Lola.
Eu demorei a perceber que o último parágrafo era em tom de ironia, mas fora isso achei o post muito bom.
O que me impressiona nessa questão do preconceito é o quanto ele está arraigado mesmo entre as vítimas desse mesmo preconceito.
A diversidade parece só existir de verdade para poucas pessoas, porque muitas vezes há uma reprodução irrefletida de ideias pre-concebidas; quando não acontece de se criarem algumas novas, intra-grupos (como gays "masculinos" que ridicularizam gays "afeminados").
Nos últimos tempos tenho conversado com amigos/as gays e percebo que há sim uma discriminação muito grande com pessoas que se encaixam em estereotipias normalmente "condenadas" pela heteronormatividade. Lésbicas até podem existir, desde que sejam femininas, vaidosas, cuidem do corpo, do cabelo, das unhas, sejam extremamente consumistas e fúteis. Oi, não estamos reproduzindo aqui um padrão machista? As lésbicas ditas "masculinizadas" são menos (ou mais) lésbicas? Ou pior, menos humanas? Eu fiquei muito feliz quando consegui mostrar a um amigo que esse estereótipo da lésbica-menino que ele tanto abominava era uma coisa só da cabeça dele e que ele deixava de conhecer pessoas interessantíssimas só por conta desse preconceito - sendo que ele é gay!
Já olhei com desprezo gays e lésbicas que se encaixam nessa estereotipia marginalizada pelo heteronormatividade. Hoje olho com respeito e carinho, porque entre essas pessoas descobri exemplos de coragem, de solidariedade, de dedicação ao outro que poucas pessoas, hétero ou não, possuem.

Anônimo disse...

off- não tem a ver com o tópico mas é interessante

''Um cara bonzinho não é um cara bacana. Um homem bonzinho não é um homem bom. Isso aí vale para homens e mulheres, mas em geral são os homens que reclamam mais desse suposto fenômeno.''

''O bonzinho não sabe, nem intui, que tratar as mulheres como rainhas-princesas-deusas é quase tão objetificante quanto tratá-las feito um pedaço de carne''

''O bonzinho ainda cai na lenga-lenga do “friendzone”. Quem fica ofendidinho por ser amigo de uma mulher e acha que sexo é o contrário de amizade está longe de ser bonzinho.''

''Claro que nem passa pela cabeça do bonzinho ser honesto e dizer a que veio.''

é um assunto já várias vezes debatido aqui O texto é FANTÁSTICO...
VALE a pena ler

http://papodehomem.com.br/homem-que-diz-que-homem-bonzinho-so-se-da-mal-so-se-da-mal/

Mirella disse...

"E vamos conversando e nos
repensando!"

É isso aí!

é sempre muito interessante quando temos a chance de conhecer um mundo que não está tão presente no nosso. Infelizmente, o machismo é bem """"democrático"""", ferra com a vida de todo mundo.

Anônimo disse...

Demorei para ver a ironia aí também, pois no texto em geral a abordagem foi séria.
De qualquer modo, mostra que não basta lutar contra o preconceito externo, mas interno também.
Não tem um dia em que eu não tenha um pensamento preconceituoso, a diferença é que antes eu não ligava muito pra isso, e hoje eu me questiono mais.

roseanjos disse...

Eu também levei um susto ao ler o último parágrafo. Ficou meio difícil detectar o tom de ironia nele.
Mas o texto é muito legal.

Li S. Nascimento disse...

Bacana a abordagem!

Há algum tempo eu tenho refletido acerca da questão "trans" e "cis". Pessoas que sentem que nasceu no "corpo errado" e pessoas que se identificam com o próprio corpo.

Mas, essas rotulações não são as mesmas que servem para delimitar o universo masculino e o feminino?

Por que uma mulher (ser humano que nasceu com vagina) se sentiria mais "homem"? Por ter mais testosterona? Por se sentir máscula? Por que gosta de estar nas rodinhas estereotipadas de boteco que adoram falar de futebol e de mulheres como meros objetos sexuais?

Eu tenho uma amiga que serve ao conceito 'trans'. Ela se sente "homem".

Esses dias ela compartilhou uma figura pelo facebook em que mostra como homens e mulheres se comportam diante do pedal do veículo automotor diante de um acidente:

Homens distinguindo normalmente o acelerador, o freio e a embreagem, enquanto mulheres supostamente "enxergam" todos os pedais como "freio".

Obviamente eu chamei a sua atenção. "Fulana, vc é mulher, se vc se acha uma idiota, ande a pé, mas, não me coloca no mesmo balaio".

Penso seriamente que são os estereótipos sociais e não a natureza que está errada.

A todo o tempo lutamos para resgatar a autoestima de pessoas que nasceram fora do padrão de beleza: alto, branco, magro, traços finos e simétricos.

A gente - grupos que lutam em prol da igualdade e da pluralidade - têm consciência de que não deve aconselhar essas pessoas a darem uma de Michael Jackson: mude de cor, faça 1001 plásticas, procure esticar os ossos! Emagreça X quantidade!

Mas, adotamos tranquilamente o "trans" e o "cis". Tá tudo bem concordar que existem pessoas que nascem pertencendo a outro universo e que seus corpos os "proíbem" de usufruir? O masculino ou o feminino?

O feminismo não luta para que mulheres e tudo que se caracterizou como "universo feminino" deixem de ser considerados inferiores? Não lutamos para que mulheres e homens possam caminhar por ambos os "mundos" de acordo com o que a sua individualidade pede, sente?

Sei lá eu. Por que uma mulher se sentiria mal por ter nascido mulher? Seria por culpa de um equívoco da natureza ou pelos limites que impõe a sociedade ao que deva ser feminino? O mesmo vale para qualquer homem.

Por que uma mulher que tem muito mais testosterona que outras deve ser considerada menos feminina ou masculinizada? Por que deveria se sentir menos ou mais mulher?

"Mulher" é uma palavra, um conceito. Somos seres complexos, indivíduos únicos. A natureza é fantástica em sua biodiversidade!

Para mim mulher é todo ser humano que nasceu com vagina, bem como homem todo ser humano que nasceu com pênis. Isso porque nós, seres humanos, adoramos nos diferenciar dos outros animais sexuados. A bem do conceito, somos fêmeas (se tiver vagina) e machos (se tiver pênis). Todo o resto é diversidade...

"Homo", "bi", "hetero" deveria servir apenas para conceituar as preferências por sexo com pênis ou vaginas. O resto seria apenas uma questão de pluralidade de escolhas - prefiro mais fof@, mais magr@, mais forte, mais delicad@, etc ,etc, etc... E viva a diversidade!

Maíra disse...

Post interessante e eu, como lésbica, concordo com muita coisa que a Letticia disse. Só que acho que, talvez, eu e minha esposa sejamos exceções no mundo lésbico, pois nunca frequentamos baladas LGBT e fomos a primeira mulher uma da outra (ou seja, nunca ficamos com outras mulheres). Costumo dizer que sou uma lésbica muito experiente (11 anos no total), mas somente com uma mulher, o que faria muita gente achar que não tenho experiência nenhuma no mundo gay!!! Nos conhecemos pela internet e decidimos ficar juntas após nos encontrarmos pessoalmente. Entre nós nunca existiu isso de ativa, passiva, masculina, feminina... é uma realidade que não faz parte da nossa vida. Nosso relacionamento é muito simples, somos quem sempre fomos, dividimos a maior parte das "tarefas" de casadas (apesar de eu assumir algumas mais que minha esposa e vice versa). Tenho amigas lésbicas que na sua maioria são muito parecidas com a gente, ou seja, são simplesmente mulheres lésbicas! E tenho muitas amigas hetero e bissexuais que também são muito parecidas com a gente! Acho que as pessoas complicam demais as coisas! Mas também acho que existem variáveis. Mulheres "machonas" muitas vezes são, na verdade, transexuais e não lésbicas. Importante tomar cuidado com isso. Assim como homem gay e homem transexual não é a mesma coisa! Algumas mulheres realmente desejam um papel "ativo" na relação (o que significa não ser penetrada), mas por ser transexual e não lésbica. Mas acho que, acima de qualquer coisa, as pessoas são únicas, são diferentes e se uma relação dá certo, se há respeito mútuo, não vejo problema em existir esses "papéis" de passiva, ativa e etc. E quanto ao relacionamento lésbico ser muito igual e fácil, bom, não é! É um relacionamento como outro qualquer, temos nossos desentendimentos, nossas brigas, nossas diferenças. O ser humano é muito mais complexo! Antes fosse tão simples assim (mulheres iguais a todas as outras mulheres)! E quanto ao machismo, bem, infelizmente existe em qualquer meio, né? Ingênuo de quem pensou que não existe isso entre lésbicas!

PS: sobre o lance da ideia de que bissexuais sempre ficam com homens, bem, também não gosto desse estereótipo, mas confesso que todas as minhas amigas que se declaram bissexuais realmente acabam sempre tendo relacionamentos sérios com homens. Mas isso é problema delas, e não nosso... cada um fica com quem quiser, certo?

Beijos!

Suzana disse...

Lola, peço um comentário seu sobre essa reportagem:

http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/228724_MORA+NA+FILOSOFIA

E não é a primeira vez que ela se manifesta contra as mulheres, veja esse outro video:

http://www.youtube.com/watch?v=xVRu0kgd2g0

Mirella disse...

(continuando o offtopic)
Suzana,


li o texto e fiquei com uma enormee cara de WTF, mas se resumiu bem no comentário feito no texto:

"O dia 4 de julho de 2012 pode ter sido um clássico sábado com sol de inverno em São Paulo no seu calendário. No meu foi uma quarta-feira, verificação feita pelos menos 5 vezes para não ser injusto com o colunista."

hahahaha.
Mas o texto é completamente equivocado, pelamor.(/offpic)

Lettícia disse...

Sim, fui irônica quando falo da bissexualidade, como também em varios momentos do texto. Obrigada por ter esclarecido logo isto Lola! O tom que pretendi dar foi irônico, mas sei que por vezes não me expresso tão bem assim!

Raziel von Sophia disse...

Esse post me deixou um pouco chateada e pensativa. Sei lá, acho que tudo seria mais agradável e duradouro se houvesse mais apreço pelo amor, companheirismo e outros sentimentos puros, questões mundanas fossem deixadas de lado e sexo fosse consequência e não fim... ='/

Lettícia disse...

Sim! Obrigada Lola por ter compreendido que eu fui bem irônica quando falei da bissexualidade, assim como em varios momentos do texto! ufa!

Anônimo disse...

http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/pai-usa-saias-para-apoiar-filho-5-anos-192554815.html
Lola, olha que legal o incentivo do pai com o filho. O foda é só as pessoas que criticam isso, e na maioria das vezes com argumentos bem falhos.

Anônimo disse...

O texto é interessante justamente por questionar alguns mitos sobre as relações entre mulheres. Há outro ponto importante que merece ser lembrado, trata-se da violência entre mulheres.

Minha primeira namorada me agrediu mais de uma vez. A primeira vez foi quando ela me violentou e me machucou muito. A dor não foi só física, foi emocional, eu fiquei arrasada e envergonhada. Mas a desculpei, e isso ainda me envergonha. As agressões só pioraram. Ela afastou todos os meus amigos, acabou com minha privacidade, quebrou meus CDs favoritos. A gota d´água foi quando ela bateu em mim na frente da minha família.

Foi uma experiência terrível. Até porque eu tinha uma imagem idealizada das relações lésbicas. Havia rompido pouco tempo antes um namoro com um cara que fez quase as mesmas coisas comigo que ela fez, ele chegou a ir mais longe e quase me matou de verdade quando eu disse que queria terminar e ele descobriu que eu estava apaixonada por uma mulher. Quando eu me livrei dele achei que estava livre e jamais sofreria aquilo tudo novamente, e logo na primeira namorada séria que tive me aconteceu aquelas coisas.

Depois disso tudo me tornei uma pessoa muito seletiva. Ao primeiro sinal de ciúmes eu já me afastava das mulheres, me tornei uma mulher com nojo, horror à ciúme pois esse sentimento ficou marcado para mim como sinal de futuras violências. Qualquer esboço da mais leve agressividade virou um repelente contra pretendentes também.

Os namoros que tive depois foram ótimos. Sou amiga de todas as minhas ex namoradas, exceto a primeira, claro! Tive realmente namoros legais, com mulheres inteligentes, interessantes que hoje fazem parte da minha vida e pelas quais nutro um enorme carinho.

Hoje vivo com uma mulher fantástica, ela é mais do que uma namorada, é minha melhor amiga, nossa relação é de muita cumplicidade e respeito e posso dizer que, depois de tudo o que passei, hoje eu tenho muito claro na minha cabeça o que é amor para mim.

Conto isso por dois motivos. O primeiro, relacionado com a primeira parte do relato, para dizer que há sinais que alertam para uma possível relação que pode virar abusiva. Na minha opinião o primeiro é o ciúme, não acho que exista ciúme "saudável". Ciúme não é só algo que nasce da desconfiança, mas também da ideia de posse. Eu não sou propriedade para ser possuída, ninguém é. O segundo motivo tem relação com a segunda parte do relato e se trata de celebrar o dia da visibilidade lésbica com a minha virada feliz :D

Anônimo disse...

Não é de se estranhar que tanta gente demorou pra perceber a ironia do último parágrafo. Ficou bastante confuso, já que no texto inteiro a autora conta como são os preconceitos e apenas no último de repente ela mesma fala o preconceito como se fosse verdade.

Concordo que muit@s e muitxs é feio. É mesmo necessário usar caracteres estranhos? Não vejo problema em muitos(as), é a norma correta do idioma.

raquel disse...

lola, off topic, mas acho que vc vai achar bacana!

Anônimo disse...

A linguagem sempre abstrai. Não tem como dizer cada singularidade da vida em termos de linguagem. No que eu percebo, as pessoas me cobram muito para que a linguagem me defina. Sou gay, bissexual, homem, professor, o que sou? Ao passo que procuro, mas nem sempre consigo, definir-me na linguagem. Assim, a linguagem pode deixar de ser uma prisão coercitiva para se tornar um campo de convivência, diálogo, surpresas. Mas isso gera instabilidade, e nem sempre e fácil de lidar.

Anônimo disse...

off topic.

olha que situação horrível, Lola

http://atarde.uol.com.br/materias/1449974

não basta a situação trágica ainda tem um bando de fã jurando a inocência de homens que elas nem conhecem... o argumento de "entramos primeiro e eles não fizeram nada com a gente" foi particularmente dolorido, mas a gente dá um desconto pq são adolescentes, só fico preocupada com o tipo de adultas que elas vão virar se ninguém intervir pra iluminar essas cabecinhas.

Anônimo disse...

Lola, alguns off topic que preocupam:

http://atarde.uol.com.br/materias/1449974 (mãe de menina estuprada por cantores de pagode recebe ameaças - estupro coletivo na bahia)

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/08/venezuela-investiga-suposto-massacre-de-80-ianomamis-por-garimpeiros-brasileiros.html (os garimpeiros planejavam estuprar as ianomâmis. os seus companheiros não deixaram e todos foram mortos)

Lola, suspeito que os mascus estejam incitando adolescentes a cometerem estupros coletivos:

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/08/estuprada-por-6-adolescentes-garota-reconhece-suspeitos-diz-policia-de-mt.html

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/08/menina-estuprada-por-7-adolescentes-em-passo-fundo-presta-depoimento.html

Novas Descobertas disse...

você pode dizer que uma Bi vai te abandona para ficar com um homem, mas também pode-se dizer que um homem um dia vai te abandonar para ficar com outra mulher, ou com outro homem

Ramon Melo disse...

Cada um sabe da sua própria vida, logicamente, mas, em minha experiência, todos os homens e todas as mulheres bissexuais que conheci engrenaram em relacionamentos heterossexuais, sem exceção.

Eu teria minhas reservas, honestamente.

Anônimo disse...

Fora do tópico, mas muito legal a atitude desse pai:

m.yahoo.com/w/legobpengine/news/blogs/vi-na-internet/pai-usa-saias-para-apoiar-filho-5-anos-192554815.html?orig_host_hdr=br.noticias.yahoo.com&.intl=BR&.lang=pt-BR

Kika

Patrícia R. Cavalcante disse...

O comentário sobre os bissexuais me deixou assustada, mas que bom que percebi a ironia a tempo.

Post muito bom mesmo.
Tenho que confessar, sou muito preconceituosa.! Tenho preconceito com gente que não consegue respeitar as opções sexuais dos outros, gente que se incomoda se sou lésbica, bi, o diabo a 4. Porra, a vida é minha!!!
Me considero bissexual, mas hoje em dia tenho namorado (o qual amo muito, minha longa e louca história).
Tenho orgulho de ser bi, uma vez ouvi dizerem que bissexuais não prestam, pois nunca vão ter um sentimento verdadeiro por ninguém. Isso é intriga da oposição. Como assim não pode ter sentimento verdadeiro por ninguém? O sentimento vai vir de acordo com a personalidade da pessoa, se vou escolher homem ou mulher pra namorar, casar, constituir família, isso vai depender puramente da personalidade do indivíduo, é isso o que me faz apaixonar por alguém, não importa se é homem ou mulher, o que importa é o que a pessoa verdadeiramente é. Opinião minha, comigo é assim, eu funciono dessa maneira.
Mas tenho de confessar que adoro mulheres e suas peculiaridades.

É isso.
^^
Abração Lolaaaaaaaaaaaaaaaaa.

Unknown disse...

Anônimo das 10:38

Todos esses casos são assustadores. No caso da banda de pagode está sendo preparada uma manifestação pró pagodeiros. As fãs não estão minimamente preocupadas se houve ou não estupro.Estão com muita raiva das vítimas e denegrindo a imagem delas ao máximo.

Anônimo disse...

//OFFTOPIC//

De acordo com o link que a(o) anônima(o) das 10:38 passou - http://atarde.uol.com.br/materias/1449974 - sobre o estupro coletivo cometido pelos integrantes da banda baiana "NEW HIT", acabei lendo uma coisa muitíssimo estranha. Pois segundo a declaração do delegado encarregado e o advogado (do diabo)dos estupradores, todos os acusados poderiam ser libertados pagando fiança.

>>> Segundo o delegado Marcelo Cavalcante, os documentos do flagrante foram encaminhados ao Judiciário e Ministério Público. "Eles podem decidir pelo relaxamento da prisão em flagrante, liberdade provisória mediante pagamento de fiança ou pela prisão preventiva", frisou.

"Acredito que conseguiremos liberá-los uma vez que atendem a todos os requisitos exigidos por lei, como residência fixa e réus primários", destacou o advogado.<<<

As duas declarações estão disponíveis em vários sites de noticias. Afinal de contas, estupro é ou não é crime hediondo e, portanto, inafiançável?

Lidia


J.M. disse...

Dúvida: Usar o termo "lesbianismo" não carrega preconceitos como "homossexualismo"? O ismo que refere-se a doença é o mesmo nos dois, não?

J.M. disse...

Me senti mal com o parágrafo sobre mulheres bi, acho que porque a carapuça serviu... Não namoro mulheres, apenas homens, porque é muito mais "simples" (apresentar a família, andar de mãos dadas na rua...). Estou me sentindo a pior das pessoas agora por isso, nunca tinha enxergado essa minha seleção como algo ruim.

Anônimo disse...

pois é, gente, tinha que dar apoio pra essas meninas, coitadas. Lola, você conhece lideranças feministas da Bahia?

e estupro é crime hediondo, sim. Vi em outra matéria que os estupradores ficarão detidos até o resultado do corpo delito.

Sonado Alaikor disse...

@yulia2

O Papo de Homem é provavelmente o melhor grupo de debates de assuntos para meninos que temos em atividade hj xD

Anônimo disse...

È verdade Huan... pdh é um dos poucos que prestam.... bem enquanto ainda não for contaminado pelos mascus e gdrs sabe como é...

o resto é puro lixo... blog testosterona=canal do bufalo=blog do cafa=reflexões masculinas=lixo
tudo antro da mascuzada infeliz.....

Anônimo disse...

Lola, você viu esse caso de estupro?

http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/musica/2012/08/27/307523-integrantes-da-banda-baiana-new-hit-sao-presos-acusados-de-estupro

E a mãe das meninas se diz ameaçada.
http://www.paraiba.com.br/2012/08/30/44628-estupro-na-bahia-mae-de-jovem-que-acusa-a-new-hit-se-diz-ameacada

Tristeza ver os comentários, pessoal culpando as meninas que DEVERIAM SABER QUE NÃO ERA COISA BOA QUANDO AS CHAMARAM PRA ENTRAR NO ÔNIBUS!!!!!!!!! PORRA

Anônimo disse...

Pessoal, vcs acham PdH legal assim é?? Nas vezes que li (não sei, talvez porq faz tempo, mas) não tive esta boa impressão não. Me parecia meio liberal modernet, mas no fundo, os mesmos assuntos tradicionais de "papo de homem" que já existe por aí. Mulher, sexo, o que é ser homem, etc..
Será que mudou?

Bjs
(vivi)

Anônimo disse...

acho que o pdh tbm é mascu... disfarçado, mas é. já li lá coisas como 'estupro consentido' e 'pra mulher é mais importante ouvir música romântica que fazer sexo'. não dá, né?

Bruno S disse...

Vivi,

não sei se o PDH é melhor que outros sites desses, mas geralmente leio lá os textos do Alex Castro.

Acho que tem muita bobagem, mas tem artigos que se salvam sim.

Antonio disse...

não sei como tem gente que ainda se surpreende com o preconceito. Não é como se nós fôssemos erradicá-lo: ele é inerente ao ser humano!! Vamos acordar pra esse fato né galera. A luta contra o preconceito é para que ele não seja parâmetro para a vida pública e que no particular ele fique cada vez menor e mais fraco.

Anônimo disse...

off-topic: Tom Zé feminista:
http://www.youtube.com/watch?v=hubD31XaHqU

Rebecca souza disse...

boa noite galera!
Ser bi é sempre complicado,já ouvi ds minhas amigas lesbicas que `´vc só é bi pq não tem coragem de ser lesbica!`´
olha na minha cabeça é bem bagunçado mesmo já que fico com mulheres,mas,já me apaixonei por homens,transo com mulheres,mas,nunca com um homen,durante muito tempo isso me deixava encucada do tp `´será que sou mesmo só lesbica e tenho medo de assuumir?`´,mas depois percebi que tds meus amigos conheciam minhas namoradas e nunca tive vergonha de apresenta-las para eles.
Então sabe o que fiz?deixei a opinião dos outros pra lá e fui viver minha propria sexualidade,se um dia vou transar e ficar com um homem?não sei,se um dia vou morar com uma mulher?tb não sei.Mas o que sei é que nossa sexualidade,deste que não forçe terceiros a nada ,deve ser vivida sem se preocupar com o normal .

CARNEIRO, B. disse...

O preconceito é real. E ele está aí, escancarado pra quem quiser ver. A sociedade, como um todo, foi segregada por este mal. Crescemos cercados por imposição de padrões e, é natural que este preconceito arraigado nas nossas origens se alastre em grupos em que, teoricamente, não deveria existir preconceito.
É muito rótulo pra pouca embalagem: O casal de caminhoneiras, a bi rejeitada, o gay afeminado ridicularizado, a misógina disfarçada... Isso existe, sim! E é lamentável.
O texto é perfeito.
A par do trecho em que menciona o sentimento de agressão, por sentir que não pode trocar caricias com alguém que se ama em público, sob pena de se sentir agressora e agredida ao mesmo tempo é a mais pura realidade.
Resido em Araraquara - São Paulo; e, fui xingada duas vezes na rua, apenas por ter dado um selinho na menina que namorava na época. Aliás, neste ponto cabe ressaltar que fui xingada, ambas as vezes, por homens, os quais taxaram o meu ato de POUCA VERGONHA, SEM VERGONHICE e coisas ainda piores, as quais não gosto nem de lembrar (achei, sinceramente que, em uma das vezes, eu iria apanhar).
Quanto a questão da advertência contra bissexuais (a qual foi posta no texto de forma irônica) é a mais pura realidade, veja bem: quando você ingressa no mundo lésbico é absolutamente corriqueiro escutar de suas novas convivas para que “TOME CUIDADO COM BISSEXUAIS”, pois “elas não prestam”. A bem verdade é que nunca entendi muito bem essa advertência.
Uma das mulheres que passou por minha vida e que eu mais amei, era bissexual e, a sua bissexualidade, em momento algum no nosso relacionamento, foi um problema pra mim. Basta você ter um pouco de segurança em si mesmo. Não é esse monstro de sete cabeças que algumas meninas pregam por aí.
E, a desigualdade nas relações lésbicas existe, SIM. Em algumas mais do que nas outras. Já tive amigas que eram agredidas por namoradas; algumas que foram proibidas de trabalhar pelas companheiras; e, é nítido como uns sempre tentam sobressair aos outros. A igualdade entre os pares é como um mero sonho utópico, uma realidade inventada que impomos a nós mesmas quando nos descobrimos “gays”. É correto? Claro que não. Mas, é como se a pessoa se orientasse pelo instinto de sobrevivência e achasse que, apenas agindo assim, sobreviveria melhor ao relacionamento. Sei lá.

Luiz disse...

Hahahahahahaha!! Hoje que você descobriu isso?

O ser humano é um eterno insatisfeito justamente porque não admite que possa cometer erros, equívocos. Digo mais, não acho que mudamos um milímetro desde a experiência nazista. Hoje em dia, se qualquer regime dedicasse perseguir o grupo do qual o vizinho faz parte, você fecharia os olhos como os franceses fizeram.

Toda discussão sobre o massacre nazista (ou qualquer outro) esbarra no fato de que nós, gostamos de pensar que não faríamos a mesma coisa que aqueles homens e mulheres fizeram. Mas o pior é que faríamos.
E se qualquer massacre se der em nome de alguma ideia em que acreditamos e, além disso, se nosso cotidiano estiver garantido, aí então nos transformamos em feras banais. Esse é o ser humano minha cara e isso independe da "camisa" que vista. Não importa o rótulo que ele carrega, se é rico, feminista, judeu, mulher ou corinthiano. Somos bestas estúpidas capazes de cometer as piores atrocidades. Os mais propensos a tais atos são aqueles que dizem que nunca os cometerão. Por isso que morro de medo de quem tem essa mania de fazer um mundo bonitinho, bonzinho. É algo nazista demais para o meu gosto.

Yvanna. disse...

Também me senti ofendida com o "fique longe das bissexuais". Não acho que as bissexuais tem preferência por gênero, e além disso, você está colocando o pênis como o centro do sexo, e isso é absurdo. Como a D-Dimensões afirmou, você fez generalizações injustas.

E Lola, não percebi ironias. Não ficou claro...

Yvanna. disse...

Lola, não achei que a ironia em relação às bissexuais ficou clara. Portanto, me senti ofendida também com as generalizações.

Lettícia disse...

Yvanna, desculpa pela falta de clareza na minha tentativa de ser irônica! Falhas para algéum cujo exercicio da escrita é sempre um bocado arduo! Mas acho que não faria sentido eu escrever um texto falando de preconceitos e sendo, ao final do mesmo, tão preconceituosa. Não é o caso mesmo. Estou, justamente, criticando estas generalizações com relação à bissexualidade! Eu, como autora do texto garanto que foi esta minha intenção!